Revi essa primeira temporada depois de nove anos. Continua sendo uma série excelente, a meu ver, mas existem inconsistências no roteiro, especialmente no que se refere ao ITK.
Por exemplo, a tentativa tosca de assassinar o Detetive Batista, nada correspondente a alguém supostamente cuidadoso em seus crimes. Depois disso ele vai lá e mata a prostituta das unhas coloridas, o que justamente entrega uma conexão lógica entre ele e o ITK, ao menos ao olhos do Batista. E para um personagem inteligente ele foi bem pouco esperto ao supor que Dexter simplesmente abandonaria seu código moral e mataria a Deb.
Acho que é preciso pôr em perspectiva as duas últimas temporadas. Community, após a terceira temporada, passou por um inferno nos bastidores. Dan Harmon é demitido por problemas de comportamento e alcoolismo; Chevy Chase era um grande racista filho da mãe, talvez por isso também ótimo como Pierce, que se demite no meio de uma temporada; Donald Glover meio que desiste dessa bagunça e vai ocupar seu talento com outras coisas; Yvette eu já nem sei por que desaparece na última temporada.
Então, obviamente a série não foi a mesma após a terceira temporada. Mas há uma mérito nas duas últimas - as quais contam com o retorno de Harmon, portanto podemos riscar a quarta temporada de qualquer análise - que mantém a dignidade da narrativa que caracteriza Community enquanto Community: não há tentativa de volta por cima, de reinvenção. Há, ao contrário, quase que uma admissão da decadência entendida como a inevitável mudança causada por ações arbitrárias e circunstanciais à própria criação e execução da série. Community se dá em uma narrativa que se amarra diretamente com a realidade do espectador. Abed é o ponto de encontro desse embate de realidades distintas, TV e vida real, e o desenvolvimento da série é fazer com que essa relação expresse uma verossimilhança possível, de modo a aproximar os fãs de modo íntimo e distinto.
Esse embate pode ser visto em Jeff e sua relação com Greendale. É como se ele, ao início, tivesse saído de sua realidade e adentrado a uma espécie de fantasia. Convenhamos que Greendale é o exemplo de uma fantasia verossimilhante: de competições de paintball a disciplinas curriculares absolutamente excêntricas, sem esquecer do semi apocalipse zumbi. Jeff coloca essa fantasia enquanto momentânea, até que, nas temporadas finais, aceita que isso tenha se tornado sua realidade e teme a mudança; isto é, teme que acabe por não ser a realidade, ou a única possível, dos outros integrantes da 'comunidade'. E não é isso que ocorre quando nos tornamos fãs de uma série de TV? Começa sendo uma fuga momentânea de nossa realidade e termina com uma certa dúvida e angústia sobre o que realmente consiste nossa realidade à medida em que fatalmente correlacionamos TV e vida real, até que vemos que nada pode ser tão real quanto o tempo empregado a essa suposta fantasia. Por isso penso que o fake commercial do último episódio não quer realmente levantar a hipótese de que a realidade projetada por um roteiro não passa de uma mentira. Em certo ponto, essa é apenas a premissa. A conclusão é que a única realidade é reconhecer a mentira, a decadência, a dúvida de nossa própria realidade - e isso é Real.
E acho, por fim, que a advertência à compra do jogo Community, leia-se, a assistir a porra da série, dá argumentos ao que acabei de dizer:
Lines between perception, desire, and reality may become blurred, redundant, or interchangeable. Characters may hook up with no regard for your emotional investment. Some episodes too conceptual to be funny. Some too funny to be immersive, and some so immersive they still aren't funny. Consistency between seasons may vary. Viewers may be measured by a secretive obsolete system based on selected participants keeping handwritten journals of what they watch. Show may be cancelled and moved to the Internet, where it turns out tens of millions were watching the whole time, may not matter. Fake commercial may end with disclaimer gag which may descend into vain Chuck Lorre esque rant by narcissistic creator. Creator may be unstable. Therapist may have told creator this is not how you make yourself a good person. Life may pass by while we ignore or mistreat those close to us. Those close to us may be those watching. Those people may want to know I love them, nut I may be incapable of saying it. Contains pieces the size of a child's esophagus.
Gervais é ótimo, mas essa série está muito aquém de seus outros trabalhos. Achei o personagem principal inverossímil, forçado. Parece que há a intenção de escancarar seu comportamento nocivo para com os outros. E o que mais decepciona é uma tentativa de redenção, de justificação às suas ações. Se configura enquanto o completo oposto de Curb your enthusiasm, por exemplo, na qual o roteiro não apresenta uma demagogia para com as canalhices de Larry. Mesmo Gervais em The Office e Extras ia nessa pegada, da vergonha alheia naquela e do autodesprezo ("chubby little loser") nesta.
Não é ruim, mas decepcionante em relação ao nível Gervais e de outras dramédias atuais.
Estou acostumado a apreciar séries com narrativas lentas, que evitam confrontos o quanto se puder. Killing Eve faz o oposto, o que acaba por se configurar em sua maior qualidade. Mesmo com essa insistência de ir direto ao ponto, o roteiro é bem escrito e a direção artística é de encher os olhos. Ainda que nesta segunda temporada algumas coisas tenham ficado meio que jogadas, com arestas a serem aparadas, como em relação ao tal grupo criminoso que não dá as caras de nenhuma forma, ou à assassina fantasma que de ponto central em alguns episódios noutros simplesmente some, o quê da série parece mesmo ser Eve, em alma e corpo. Aos poucos, a personagem vai se degradando, caindo em uma obsessão sem nome. Assim, faz-se jus ao próprio nome da série: o que ela é, aos poucos, morre.
Mesmo com a saída do CK da série, a temporada foi muito boa. Pamela se virou muito bem sozinha. Uma das melhores séries da atualidade, e ainda muito pouco vista.
Essa série precisa sair do anonimato. Personagens reais, bem construídos e naturalmente tragicômicos. Série muito bem escrita e detalhada. Mas se alguém for vê-la esperando por uma comédia fácil, com pessoas bonitas e situações vergonhosamente previsíveis: desista.
No começo me pareceu que seria uma série que se concentraria na perseguição de Eve a Villanelle, mas logo começou a "queimar etapas", fazendo o confrontamento entre ambas constante. Eu, particularmente, prefiro uma narrativa mais lenta, mas o estilo de Killing Eve se manteve firme por conta da forte dupla de protagonistas. Carisma absurdo. Especialmente Jodie Comer, que merece ao menos ser indicada ao Emmy e Golden Globe.
Cabem nos dedos das minhas mãos as séries dramáticas que tiveram um percurso tão constante quanto The Americans. É raro e bonito ver algo tão original e bem contado se encerrar. Ao final, só o que restou a Elizabeth e Philip foi um ao outro. Apesar de toda dor que causaram, a si e a tantos outros, restou-lhes algo para prosseguir. Uma nova missão, um novo começo: START.
A primeira metade do episódio final foi ótima, já a segunda achei irritantemente nacionalista. As pessoas veem Homeland na Rússia? Ao menos depois dessa temporada a popularidade deve ter reduzido por lá... rsrs
No geral, a temporada deixou a desejar. Algumas esquisitices no roteiro, como o tal do hacker, mais aleatório que spotify free, e o O'Keefe, que de um papel quase central tornou-se fantasma e ninguém mais o viu.
Foi interessante, no entanto, detectar as semelhanças da situação governamental vivida pela Elizabeth com o que ocorreu em nosso governo, brasileiro. Todavia, quem dera que Cunha fosse apenas um 'useful idiot', e que a punição relâmpago a Pailey existisse por aqui. Aliás, será que a coisa funciona tão bem assim por lá? Pailey, aqui no Brasil, na melhor das hipóteses, isto é, com nossa justiça funcionando, ficaria por uns 5 anos no limbo para, então, abraçar-se a um regime semi-aberto, ou prisão domiciliar. E quem dera também que Dilma tivesse a sensatez quase absurda de Elizabeth. Outra esquisitice do roteiro, talvez. Uma série como Homeland precisa de uma forte correspondência com a realidade, e essa
foi tudo menos algo que ocorreria em circunstâncias iguais ou semelhantes en la vida real.
Iria ainda comparar o vice-presidente homelandiano com o nosso atual presidente, mas se alguém leu essa porra até aqui já deve ter sacado nossa vicissitude em mais isso.
A opinião extremamente negativa da crítica é exagerada. Tudo bem que, em se tratando de HBO, Alan Ball e atores de peso no elenco, a expectativa era alta. A série não entrega, em seus três primeiros episódios, uma premissa muito definida do roteiro. A coisa do 11/11 soou forçada e pouco foi desenvolvida, mas creio que lhe será dado um direcionamento subjetivo, moral, sem uma apelação mística; ao menos é o que espero do criador de SFU. O personagem do Tim Robbins é o mais interessante. É de se criar uma empatia imediata por alguém que, percebendo enfim a velhice e a própria mortalidade, cai em uma crise existencial que o faz reavaliar pensamento e obra de sua vida.
A série tem o mérito (?) de prender o espectador. A história contribui, porque afinal todos querem ver o que vai acontecer, se o roubo será bem sucedido. Assim, a atenção está sempre voltada às possibilidades, a 'isto ou aquilo' ocorrer ou não. O que segura o roteiro é uma expectativa forçada em detrimento de uma possível melhor execução. Alia-se que, por algumas vezes, mostrou-se incomodamente previsível ou com acontecimentos que abusam da coincidência.
Lembrou-me de Prison Break, pelo confinamento e estratagemas, e um pouco de Dexter, pela duplicidade vivida pelo Professor. Em certa medida, portanto, vemos mais do mesmo.
Mas não é ruim. Apenas dói ler algumas comparações e exaltações absurdas. Serve como bom entretenimento, que afinal é só o que as séries da Netflix conseguem fazer, com exceção da primeira temporada de House of Cards e de Mindhunter.
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Fallout (1ª Temporada)
4.2 215Melhor do que eu esperava. Ótima atuação do Walton Goggins.
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 746 Assista AgoraMistura de Mr. Robot com A Ilha. Bom pra caralho.
Louie (2ª Temporada)
4.4 26I feel like I'm gonna die if I can't be with you
And I can't be with you
So I'm gonna die
And I don't care
Mare of Easttown
4.4 655 Assista AgoraExcelente primeiro episódio. Desde The Night Of a HBO não lançava um piloto tão intrigante.
Ozark (1ª Temporada)
4.1 394 Assista AgoraUma mistura de Fargo com Breaking Bad.
Dexter (1ª Temporada)
4.6 1,0K Assista AgoraRevi essa primeira temporada depois de nove anos. Continua sendo uma série excelente, a meu ver, mas existem inconsistências no roteiro, especialmente no que se refere ao ITK.
Por exemplo, a tentativa tosca de assassinar o Detetive Batista, nada correspondente a alguém supostamente cuidadoso em seus crimes. Depois disso ele vai lá e mata a prostituta das unhas coloridas, o que justamente entrega uma conexão lógica entre ele e o ITK, ao menos ao olhos do Batista. E para um personagem inteligente ele foi bem pouco esperto ao supor que Dexter simplesmente abandonaria seu código moral e mataria a Deb.
Community (6ª Temporada)
3.7 136Acho que é preciso pôr em perspectiva as duas últimas temporadas. Community, após a terceira temporada, passou por um inferno nos bastidores. Dan Harmon é demitido por problemas de comportamento e alcoolismo; Chevy Chase era um grande racista filho da mãe, talvez por isso também ótimo como Pierce, que se demite no meio de uma temporada; Donald Glover meio que desiste dessa bagunça e vai ocupar seu talento com outras coisas; Yvette eu já nem sei por que desaparece na última temporada.
Então, obviamente a série não foi a mesma após a terceira temporada. Mas há uma mérito nas duas últimas - as quais contam com o retorno de Harmon, portanto podemos riscar a quarta temporada de qualquer análise - que mantém a dignidade da narrativa que caracteriza Community enquanto Community: não há tentativa de volta por cima, de reinvenção. Há, ao contrário, quase que uma admissão da decadência entendida como a inevitável mudança causada por ações arbitrárias e circunstanciais à própria criação e execução da série. Community se dá em uma narrativa que se amarra diretamente com a realidade do espectador. Abed é o ponto de encontro desse embate de realidades distintas, TV e vida real, e o desenvolvimento da série é fazer com que essa relação expresse uma verossimilhança possível, de modo a aproximar os fãs de modo íntimo e distinto.
Esse embate pode ser visto em Jeff e sua relação com Greendale. É como se ele, ao início, tivesse saído de sua realidade e adentrado a uma espécie de fantasia. Convenhamos que Greendale é o exemplo de uma fantasia verossimilhante: de competições de paintball a disciplinas curriculares absolutamente excêntricas, sem esquecer do semi apocalipse zumbi. Jeff coloca essa fantasia enquanto momentânea, até que, nas temporadas finais, aceita que isso tenha se tornado sua realidade e teme a mudança; isto é, teme que acabe por não ser a realidade, ou a única possível, dos outros integrantes da 'comunidade'. E não é isso que ocorre quando nos tornamos fãs de uma série de TV? Começa sendo uma fuga momentânea de nossa realidade e termina com uma certa dúvida e angústia sobre o que realmente consiste nossa realidade à medida em que fatalmente correlacionamos TV e vida real, até que vemos que nada pode ser tão real quanto o tempo empregado a essa suposta fantasia. Por isso penso que o fake commercial do último episódio não quer realmente levantar a hipótese de que a realidade projetada por um roteiro não passa de uma mentira. Em certo ponto, essa é apenas a premissa. A conclusão é que a única realidade é reconhecer a mentira, a decadência, a dúvida de nossa própria realidade - e isso é Real.
E acho, por fim, que a advertência à compra do jogo Community, leia-se, a assistir a porra da série, dá argumentos ao que acabei de dizer:
Lines between perception, desire, and reality may become blurred, redundant, or interchangeable. Characters may hook up with no regard for your emotional investment. Some episodes too conceptual to be funny. Some too funny to be immersive, and some so immersive they still aren't funny. Consistency between seasons may vary. Viewers may be measured by a secretive obsolete system based on selected participants keeping handwritten journals of what they watch. Show may be cancelled and moved to the Internet, where it turns out tens of millions were watching the whole time, may not matter. Fake commercial may end with disclaimer gag which may descend into vain Chuck Lorre esque rant by narcissistic creator. Creator may be unstable. Therapist may have told creator this is not how you make yourself a good person. Life may pass by while we ignore or mistreat those close to us. Those close to us may be those watching. Those people may want to know I love them, nut I may be incapable of saying it. Contains pieces the size of a child's esophagus.
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (1ª Temporada)
4.2 183 Assista AgoraGervais é ótimo, mas essa série está muito aquém de seus outros trabalhos. Achei o personagem principal inverossímil, forçado. Parece que há a intenção de escancarar seu comportamento nocivo para com os outros. E o que mais decepciona é uma tentativa de redenção, de justificação às suas ações. Se configura enquanto o completo oposto de Curb your enthusiasm, por exemplo, na qual o roteiro não apresenta uma demagogia para com as canalhices de Larry. Mesmo Gervais em The Office e Extras ia nessa pegada, da vergonha alheia naquela e do autodesprezo ("chubby little loser") nesta.
Não é ruim, mas decepcionante em relação ao nível Gervais e de outras dramédias atuais.
Killing Eve - Dupla Obsessão (2ª Temporada)
4.2 215 Assista AgoraEstou acostumado a apreciar séries com narrativas lentas, que evitam confrontos o quanto se puder. Killing Eve faz o oposto, o que acaba por se configurar em sua maior qualidade. Mesmo com essa insistência de ir direto ao ponto, o roteiro é bem escrito e a direção artística é de encher os olhos. Ainda que nesta segunda temporada algumas coisas tenham ficado meio que jogadas, com arestas a serem aparadas, como em relação ao tal grupo criminoso que não dá as caras de nenhuma forma, ou à assassina fantasma que de ponto central em alguns episódios noutros simplesmente some, o quê da série parece mesmo ser Eve, em alma e corpo. Aos poucos, a personagem vai se degradando, caindo em uma obsessão sem nome. Assim, faz-se jus ao próprio nome da série: o que ela é, aos poucos, morre.
Better Things (3ª Temporada)
4.2 8 Assista AgoraMesmo com a saída do CK da série, a temporada foi muito boa. Pamela se virou muito bem sozinha. Uma das melhores séries da atualidade, e ainda muito pouco vista.
Catastrophe: Sem Compromisso (1ª Temporada)
4.1 8Essa série precisa sair do anonimato.
Personagens reais, bem construídos e naturalmente tragicômicos.
Série muito bem escrita e detalhada.
Mas se alguém for vê-la esperando por uma comédia fácil, com pessoas bonitas e situações vergonhosamente previsíveis: desista.
Killing Eve - Dupla Obsessão (1ª Temporada)
4.3 384 Assista AgoraNo começo me pareceu que seria uma série que se concentraria na perseguição de Eve a Villanelle, mas logo começou a "queimar etapas", fazendo o confrontamento entre ambas constante. Eu, particularmente, prefiro uma narrativa mais lenta, mas o estilo de Killing Eve se manteve firme por conta da forte dupla de protagonistas. Carisma absurdo. Especialmente Jodie Comer, que merece ao menos ser indicada ao Emmy e Golden Globe.
The Americans (6ª Temporada)
4.7 90Cabem nos dedos das minhas mãos as séries dramáticas que tiveram um percurso tão constante quanto The Americans. É raro e bonito ver algo tão original e bem contado se encerrar.
Ao final, só o que restou a Elizabeth e Philip foi um ao outro. Apesar de toda dor que causaram, a si e a tantos outros, restou-lhes algo para prosseguir. Uma nova missão, um novo começo: START.
Homeland: Segurança Nacional (7ª Temporada)
4.1 74 Assista AgoraA primeira metade do episódio final foi ótima, já a segunda achei irritantemente nacionalista. As pessoas veem Homeland na Rússia? Ao menos depois dessa temporada a popularidade deve ter reduzido por lá... rsrs
No geral, a temporada deixou a desejar. Algumas esquisitices no roteiro, como o tal do hacker, mais aleatório que spotify free, e o O'Keefe, que de um papel quase central tornou-se fantasma e ninguém mais o viu.
Foi interessante, no entanto, detectar as semelhanças da situação governamental vivida pela Elizabeth com o que ocorreu em nosso governo, brasileiro. Todavia, quem dera que Cunha fosse apenas um 'useful idiot', e que a punição relâmpago a Pailey existisse por aqui. Aliás, será que a coisa funciona tão bem assim por lá? Pailey, aqui no Brasil, na melhor das hipóteses, isto é, com nossa justiça funcionando, ficaria por uns 5 anos no limbo para, então, abraçar-se a um regime semi-aberto, ou prisão domiciliar. E quem dera também que Dilma tivesse a sensatez quase absurda de Elizabeth. Outra esquisitice do roteiro, talvez. Uma série como Homeland precisa de uma forte correspondência com a realidade, e essa
renúncia
Iria ainda comparar o vice-presidente homelandiano com o nosso atual presidente, mas se alguém leu essa porra até aqui já deve ter sacado nossa vicissitude em mais isso.
Here and Now (1ª Temporada)
3.7 28A opinião extremamente negativa da crítica é exagerada. Tudo bem que, em se tratando de HBO, Alan Ball e atores de peso no elenco, a expectativa era alta. A série não entrega, em seus três primeiros episódios, uma premissa muito definida do roteiro. A coisa do 11/11 soou forçada e pouco foi desenvolvida, mas creio que lhe será dado um direcionamento subjetivo, moral, sem uma apelação mística; ao menos é o que espero do criador de SFU.
O personagem do Tim Robbins é o mais interessante. É de se criar uma empatia imediata por alguém que, percebendo enfim a velhice e a própria mortalidade, cai em uma crise existencial que o faz reavaliar pensamento e obra de sua vida.
La Casa de Papel (Parte 1)
4.2 1,3K Assista AgoraA série tem o mérito (?) de prender o espectador. A história contribui, porque afinal todos querem ver o que vai acontecer, se o roubo será bem sucedido. Assim, a atenção está sempre voltada às possibilidades, a 'isto ou aquilo' ocorrer ou não. O que segura o roteiro é uma expectativa forçada em detrimento de uma possível melhor execução. Alia-se que, por algumas vezes, mostrou-se incomodamente previsível ou com acontecimentos que abusam da coincidência.
Lembrou-me de Prison Break, pelo confinamento e estratagemas, e um pouco de Dexter, pela duplicidade vivida pelo Professor. Em certa medida, portanto, vemos mais do mesmo.
Mas não é ruim. Apenas dói ler algumas comparações e exaltações absurdas. Serve como bom entretenimento, que afinal é só o que as séries da Netflix conseguem fazer, com exceção da primeira temporada de House of Cards e de Mindhunter.