Quando falamos dos filmes dos X-Men, é inevitável vermos os semblantes um tanto desgostosos de boa parte dos fãs dos quadrinhos. Depois de tantos filmes abaixo da média e logo após um surpreendente diamante bruto como Deadpool, X-Men – Apocalipse tinha uma árdua tarefa: progredir sem destruir a ponte que a própria franquia construiu depois de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido. As expectativas eram baixas, mas para o bem da nação foram triplamente superadas.
Dirigido mais uma vez por Bryan Singer (X-Men 1, 2 e Dias de um Futuro Esquecido), que vem se mostrado cada vez mais como um grandioso fã dos mutantes desde que pôs a mão no projeto até hoje e nos mandou mais um trabalho competente, se tornando de longe o diretor que fez mais acertos em toda a história sofrida da franquia. Ele nos traz vários mutantes já conhecidos nos filmes mais antigos só que agora na fase adolescente, ainda novatos com seus próprios poderes e descobrindo ainda em si mesmos seus verdadeiros papéis no mundo, enquanto que evolui de forma primorosa personagens já queridos desde X-Men – Primeira Classe como o Xavier de James McAvoy e o Magneto de Michael Fassbender.
Algo muito presente no filme e que trouxe a vibe perfeita para os mutantes foi a própria época em que a trama se passa, em uma 1983 cheia de cores, roupas e cabelos extravagantes da moda e, claro, todo o contexto político da Guerra Fria. Tal vibe “anos 80” permitiu para que a equipe de produção ousasse mais nos uniformes dos heróis e vilões, abusando nos colans e nas cores (Psyloke, Magneto e Tempestade são os melhores exemplos), se desapegando um pouco do pretinho básico dos filmes mais antigos e assumindo mais a paleta das HQs – principalmente da série animada dos anos 90.
Algo ainda mais poderoso no filme são as cenas dos heróis em grupo, finalmente dando ao espectador um filme dos X-Men em que os mutantes trabalham muito mais em equipe, com cada personagem ganhando sua devida atenção ao invés de focar em um único protagonista (como vinha acontecendo com o Wolverine e que agora tentaram fazer com a Mística, mas não com muito sucesso). Isso dá ao filme ainda mais a sensação de que estamos assistindo a um episódio da série animada clássica ou estamos lendo algum quadrinho, pois essa sempre foi a fórmula que mais deu certo em X-Men: vemos como um grupo não só de heróis, mas também de amigos.
Infelizmente o filme não é de todo perfeito, como por exemplo o próprio vilão que dá nome ao longa. O Apocalipse sempre foi retratado nas HQs como o Nemesis dos X-Men, sendo o vilão mais poderoso e mais robusto das sagas – e até mesmo bem difícil de ser roteirizado, visto tamanha invencibilidade do personagem, mas nesse filme ele acaba sendo uma faca de dois gumes. Por um lado, ele convence facilmente em sua ideologia, trazendo uma temática mais religiosa e mais visivelmente perigosa do que qualquer outro vilão já feito para a franquia, por outro ele peca muito no visual, enterrando o – competente – Oscar Isaac em quilos de maquiagem e criando um figurino engessado e que não dá a devida robustez que o personagem precisava, dando a impressão de que ele é mais franzino que o Colossus retratado no filme do Deadpool.
Existem outros pormenores, como o caso de Sophie Turner, uma atriz excelente como Sansa Stark na série da HBO Game of Thrones, porém nem tanto quando ela interpreta Jean Grey, mostrando muito Game of Thrones e pouco X-Men. A cena solo do Mercúrio, que mais uma vez dá as caras para a alegria dos fãs, é excelente, bem executada e hilária, mas infelizmente ela resolve fazer piada com algo que não era para ser tão engraçado (e que logo depois vemos que não era nada engraçado mesmo). Certas aparições de personagens que nem precisavam estar no longa, além de certas tomadas de decisões de certos personagens no final do filme são um tanto questionáveis, não precisando realmente estarem ali.
Resumindo: X-Men Apocalipse agrada e espanta o mal agouro que os trailers estavam gerando, sendo mais uma empreitada bem-sucedida de Bryan Singer na franquia e que nos dá mais esperanças de assistirmos bons filmes dos nossos mutantes mais queridos.
Iniciamos a fase 3 da Marvel com grande estilo, incorporando um dos arcos mais importantes do universo Marvel para completar o arco do Capitão América nos cinemas. Dirigido mais uma vez pelos irmãos Russo, Steve Rogers acaba vendo seus próprios amigos como inimigos, uma vez que o tratado de Sokovia é implementado e ele não aceita assiná-lo, além de seu amigo Bucky que se encontra foragido e que ele anseia em ajudar.
Poderia ter sido um filme bem confuso e com personagens com propósitos rasos na trama (como aconteceu em Batman vs. Superman), mas depois de 12 filmes na bagagem o gatilho para que os heróis lutassem entre si finalmente é desencadeado, e desencadeado com bastante propriedade, visto que os personagens possuem motivos tangíveis e compreensíveis para não haverem outro modo de debate que não seja o confrontamento direto.
Mas a maior surpresa do filme nem é essa, e sim dois novos personagens que farão parte deste universo: o Homem-Aranha e o Pantera Negra. Tom Holland consegue nos dar o Cabeça de Teia que todo fã estava pedindo, jovem, nerd e tímido, e o Pantera Negra, um personagem totalmente desconhecido pelo grande público mas que foi introduzido na trama de maneira muito eficaz, trazendo peso e motivações o suficiente para ele se tornar um dos personagens chave da história.
Mas nem todas as engrenagens do filme funcionam com polidez, e uma delas é o vilão, o Barão Zemo - ou somente Zemo mesmo. O vilão foi muito desconstruído e pontua muito pouco no filme, sendo até preferível que não tivesse um vilão de fato ao invés de utilizar um grande vilão só que mais apagado. O meio do filme é um pouco confuso por conta da ação frenética e do excesso de ideais de cada personagem conflitando entre si e o final deixa pontas soltas até demais, nem parecendo de fato que pode ser o último filme do Capitão. Gordurinhas a parte, Capitão América - Guerra Civil não é o melhor filme da Marvel, mas com certeza se encontra entre o Top 5 do universo cinematográfico Marvel.
Dirigido por Zack Snyder, a continuação de O Homem de Aço consegue ser melhor que seu antecessor, construindo um novo Batman bem diferente do que já vimos em outras encarnações no cinema e conseguindo ser até mais "badass" em vários aspectos (palmas para Ben Affleck, quero muito um filme solo dele agora). Gal Gadot era uma preocupação minha, mas ela surpreende passando uma Mulher Maravilha decidida e com saudades de uma boa briga. Lex Luthor também é uma grata surpresa, trazendo um personagem totalmente ímpar de todo o resto das personas do filme, arisco e expansivo, tornando a sua maluquice a sua principal ameaça. A trilha sonora também surpreende, mantendo o tema do Superman sempre em evidência mas apresentando temas novos para os novos heróis, entregando um tema mais misterioso para Batman (estilo os jogos da série Arkham) e um tema mais heavy metal para a Mulher Maravilha (uma total surpresa positiva). Mas infelizmente se retirarmos o Batman e a Mulher Maravilha da jogada, o filme continua com os mesmos pecados que o antecessor, sufocando absurdamente no clímax e entregando um filme altamente picotado e cheio de cenas avulsas, mostrando que Zack Snyder ainda continua com um problema de manter o crescente do story telling e da amarração de certos fatos. O filme se preocupa mais com o futuro do que com o presente, mostrando pouco Batman vs. Superman e muito (e bota muito) Liga da Justiça e seus integrantes futuros, sendo uma overdose de referências (o que não seria ruim se todas essas referências fossem uma grandiosa cena pós créditos). E mais uma vez o marketing de um filme de super-heróis falha absurdamente, gerando expectativas erradas sobre a trama e revelando demais o que deveria ser surpresa. O nome do filme não deveria ser Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, e sim A Origem da Justiça: Batman vs. Superman, superando as expectativas somente para os fãs de quadrinhos que piram nas referências, mas fica difícil de apoiar um filme que ainda insiste em entregar demais ao invés de ser mais sucinto.
Zootopia nada mais é do que uma continuação espiritual de vários desenhos de fábulas da Disney, relembrando muito animações como Robin Hood, Bernardo e Bianca e até mesmo O Cão e a Raposa. Isso implica também no tom em que o filme se propõe a mostrar, não se focando muito em comédia (um item bastante investido nas animações atuais) mas sim em movimentar a história de um jeito cativante e criativo, remodelando todo o mundo como se o ser humano nunca tivesse existido e como se os animais estivessem investido no planeta terra à sua maneira. Os personagens principais são extremamente cativantes - principalmente a coelha - e a voz de Mônica Iozzi encaixa super bem na protagonista, só não posso dizer muito de Rodrigo Lombardi, que apesar da voz combinar com seu personagem e dele ter se saído muito melhor do que sua participação em A Princesa e o Sapo, ele ainda soa monocórdio em várias partes em que seu personagem precisava de mais punch. Certos deslizes de roteiro aparecem no terceiro ato, tornando certas resoluções de trama meio questionáveis, porém isso está longe de fazer Zootopia um filme medíocre. Muito pelo contrário, Zootopia diverte de maneira sadia, sendo mais um belo investimento Disney para a família.
Homem-Formiga consegue explorar muito bem a temática de "filme de roubo a banco" com comédia, trazendo uma das aventuras mais relaxantes e descompromissadas da Marvel e ao mesmo tempo mantendo as conexões necessárias para que tal episódio não fique tão desgarrado de todo o universo já criado. Os poderes do Homem-Formiga são fascinantes, que por sua vez são facilmente desdenháveis à primeira vista mas que no decorrer do filme eles vão se tornando incríveis, criando um dos heróis mais perigosos contra os caras maus. Todos os outros personagens possuem o seu brilho e a sua importância na trama (a família Pym para o lado mais estrutural e emotivo da narrativa e Luis como o alívio cômico mais sensacional já feito), mas infelizmente o filme peca no vilão Jaqueta Amarela, e mesmos os esforços do ator em sua performance não escondem o fato do personagem ser muito unidimensional e raso. Certas piadas de Scott Lang também soam um tanto infantiloides, fazendo com que o espectador comece a caçoar mentalmente do personagem quase que involuntariamente. Errinhos a parte, Homem-Formiga é uma alegria para os olhos, divertindo a todos e nos dando mais um grande (ou pequeno?) personagem para o time Marvel.
O segundo capítulo dos Vingadores cumpriu boa parte do que prometeu, nos trazendo um filme divertido, cheio de ação e ao mesmo tempo conseguindo evoluir os personagens que compõem o time, não deixando nenhum de fora ou menos importante para a trama e criando suas próprias problemáticas, não fazendo com que o filme pareça somente uma reunião de ex colegas de escola sem graça e sim criando novas oportunidades para os próximos filmes que virão. Há novos personagens introduzidos na trama, sendo cruciais para o desenvolvimento da mesma, além do Ultron, um vilão que consegue ser intrigante e promissor caso você apague da memória toda a proposta de marketing sombria imposta sobre ele. Infelizmente o filme peca em estrutura, mostrando claramente que ele não foi pensado para ter somente 141 minutos de duração (mais 30 minutos cairiam bem, hein Marvel?), sendo muito picotado no início e no final da projeção e tornando os acontecimentos dos mesmos muito vagos. Sem falar que o filme fica insinuando o tempo todo várias referências para os futuros filmes, o que não é má coisa, mas as insinuações são tantas que o filme fica mais preocupado de contar o que vai vir no futuro do que contar o que está acontecendo no presente. Vingadores: Era de Ultron mantém o fôlego dos últimos filmes da fase 2 do universo cinematográfico Marvel, mas mantém de um jeito cambaleante.
Com Guardiões da Galáxia ou era 8 ou 80. Ou seria um tremendo fracasso e bagunçaria o prospecto de filmes da Marvel por um tempo, ou seria um divisor de águas capaz de alavancar ainda mais a moral da empresa de investir em personagens B e transformá-los em AAA. Para a nossa alegria foi a segunda opção, sendo um dos filmes de super-heróis mais fora da caixa da atualidade, trazendo um humor nostálgico e irreverente, cenas de ação dignas de um bom Star Wars e personagens humanoides coloridos e com roupas extravagantes, criando a mais nova Space Opera da Marvel/Disney. O cast é incrível, trazendo Chris Pratt como um dos personagens principais mais desajustados da galáxia, O Senhor das Estrelas (Zoe Saldaña, Bradley Cooper, Vin Diesel e Dave Batista estão incríveis também). Mas a cereja do bolo de verdade é a trilha sonora, trazendo clássicos dos ano 80 e compondo uma atmosfera super descontraída e cômica para o filme. Só o que peca mesmo é o vilão Ronan, que mesmo com a excelente atuação de Lee Pace acaba carecendo de presença e de um figurino ergonômico e com menos maquiagem (não consigo enxergar as expressões faciais de Lee Pace dentro daqueles quilos de maquiagem). Guardiões da Galáxia é o maior acerto da Marvel durante a fase 2, dando margem para diversos outros filmes de super-herói mais descontraídos e com personagens mais abertos a criatividade.
Não existe propaganda ruim. Se não fosse pela comoção gigantesca que a internet fez com A Bruxa talvez eu nunca notasse esse filme, mas por conta da vibe acabei assistindo. O filme emprega muitíssimo bem os ideais cristãos do séc. XVII, a época do Deus castigador e da Inquisição, retornando ao tema da bruxaria para a sua verdadeira raiz (fãs de Harry Potter ficarão decepcionados), onde a má fama e a dúvida matavam mais a mente humana do que a peste negra. Filme super bem executado fotograficamente, nos dando um nublado eterno tão denso que chega a ser difícil discernir dia e noite, além também das belas atuações dos atores, interagindo super bem ao tema e nunca soando caricatos. Mas o filme fica somente nisso mesmo, empregando terror ou suspense real somente nos momentos finais, e quando você começa a esperar mais coisas do filme os créditos finais sobem. o terror psicológico fica tanto tempo na insinuação que chega o momento em que você realmente crê que nada mais vai acontecer, e quando chega a acontecer fica por pouco tempo e já vai embora. O destino de certos personagens fica em branco e o clímax é bastante preguiçoso, entregando pouco em um filme que já se comportava tímido o tempo todo. A Bruxa ladra muito e morde pouco, se dando muito bem em recriar e aprofundar o mito da bruxaria somente para quem é novato no assunto ou para quem se impressiona fácil.
Antes de O Soldado Invernal, não acreditava muito que um bom filme do Capitão América pudesse ser feito, sem todo o patriotismo exacerbado e todo aquele espírito de bom soldado. Mas depois de O Soldado Invernal minha opinião mudou completamente. Dirigido pelos irmãos Russo, Capitão América 2 nos oferece um Steve Rogers cansado e perturbado em estar em uma época em que não é a dele e tendo de enfrentar certos fantasmas do passado (fazendo do primeiro filme um flashback interno do espectador, causando mais importância a certos eventos). Ação urbana e conflitos políticos bem executados do início ao fim, esta continuação expande até a enésima potência todos os conflitos de nosso herói e de todos os que o cercam, criando um dos maiores pontos de virada do universo cinematográfico Marvel com relação a SHIELD. A trilha sonora (para a minha felicidade) sai do lugar comum dos temas de exército cafonas e abre espaço para faixas de trilha intrigantes, que aumentam a ação por ser tão frenética e perturbadora. E a cereja do bolo do filme com certeza é o próprio personagem que dá nome ao filme, com um visual descolado e com uma frieza de pensar e agir fora do comum em filmes da Marvel (menos discursos maquiavélicos e mais tiro, porrada e bomba). Capitão América - O Soldado Invernal se mostra ainda hoje como o ápice da fase 2 da Marvel, fazendo com que o posto de Tony Stark (de ser a veia calibrosa desse universo) seja passado de maneira muito vantajosa para Steve Rogers.
Desde Shrek Terceiro, minhas expectativas com terceiros filmes da Dreamworks ficaram bem baixas, e com Kung Fu Panda 3 não foi diferente. Pensei que eles não conseguiriam manter a qualidade ou até mesmo superar os dois primeiros filmes, mas me enganei profundamente. O terceiro episódio de Po fecha o arco do Dragão Guerreiro de um jeito super divertido, cativante e comovente, tornando-se a franquia de filmes da produtora que não decepcionou em nenhum momento. Há certos probleminhas de roteiro e de apresentação vaga demais de certos personagens, além é claro do vilão que tinha muito mais potencial para ser medonho e terrível, mas a classificação Livre da animação o freou em vários aspectos, mas isso não quer dizer que o filme seja ruim (longe disso!). A direção de arte conseguiu fazer o que eu achava impossível, superar o design de produção de Kung Fu Panda 2, utilizando de maneira magistral o verde em sua paleta de cores (ora um verde venenoso representando o vilão, ora um verde calmo e primaveril da vila dos pandas). Trilha sonora de Hanz Zimmer impecável, dando aventura e emoção nos momentos certos e a dublagem de Lucio Mauro Filho enriquecendo ainda mais o personagem principal, sendo cômico e tristonho nos momentos certos. Kung Fu Panda 3 é, sem sombra de dúvidas, mas uma bela animação de 2016, mostrando que a Dreamworks não brinca mais em serviço.
Casos como O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é que mostram que a Netflix não acerta o tempo todo. 18 anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, A Espada do Destino é uma continuação que não pedimos (e que realmente não era necessária) de um clássico moderno, continuando a história de Yu Shu-Lien de um jeito tão raso e medíocre que fica difícil dormir a noite sem pensar "por que que eu assisti a esse filme?". E a diferença de qualidade fica ainda mais nítida quando assistimos os dois filmes um atrás do outro (que foi o meu caso): as lutas mal coreografadas e sem leitura para a história (igual a enredos de jogos de luta, onde tudo é pretexto para lutarem), vários personagens rasos e que o roteiro faz questão de dar importância, a aparição de certos personagens que antes estavam mortos mas que agora retornam com explicações bobas, os efeitos especiais super mal utilizados e plásticos demais e o pior, a utilização muito mal representada de uma personagem principal que brilhou tanto no primeiro filme, mas que agora só serve como uma professora de artes marciais tão clichês que fazem inveja aos filmes do Jackie Chan. A única coisa boa do filme é a atriz Michelle Yeoh, carregando o filme nas costas quando pode (já que o filme não faz o menor esforço de colocá-la como protagonista). O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é um câncer comparado ao primeiro filme (tão poético e tão bonito de se ver que acaba transformando o segundo filme numa piada de mal gosto).
Não tenho medo de dizer que Deadpool é, de longe, a melhor adaptação de quadrinhos já feita para o cinema. Ryan Reynolds finalmente se redimiu, mostrando que ele é somente um bom ator que acaba participando de filmes ruins mas que dessa vez ele fez questão de supervisionar todo o projeto para que nada saísse dos trilhos (e deu super certo!). A quebra da quarta parede é super bem colocada no filme, mostrando um dos "poderes" mais hilários do protagonista, que é o de saber que ele é um personagem de quadrinhos que está num filme, e por isso ele sempre se aproveita de tal nota para nos entregar um longa que não se preocupa muito em colocar a história de um jeito linear e formatado, sempre entregando flashbacks e cenas atuais do jeito que ele curte. Com relação ao filme ser para maiores de 16 anos, ele somente é pesado se comparado a todos os outros filmes PG13 de super-heróis sendo lançados por ai, contendo pouca nudez e violência explícita e estando mais focado no humor negro e nos palavrões do que em outra coisa. Falando em humor negro, o filme se sustenta fácil na comédia, não sendo nada cansativo e sempre surpreendendo, tirando sarro da própria produtora (Fox) e até mesmo de outros filmes que Reynolds protagonizou (Lanterna Verde). O único defeito do filme é o de nem todas as piadas serem universais, sendo muitas delas localizadas para norte americanos entenderem, deixando o público brasileiro - e creio que de outras nacionalidades também - um tanto silencioso onde deveríamos estar rindo. Tirando isso, Deadpool é o filme que precisávamos ter já faz um tempinho, um bom filme de "heróis" para adultos e que ri de si mesmo, sem ter medo de mostrar violência ou sexo.
O Regresso mostra de todas as formas possíveis como o ser humano é um inseto comparado a grandiosidade da natureza e de suas leis severas. Uma fotografia impecável e com uma iluminação 100% natural, dando ao filme um aspecto de nublado eterno e deixando o espectador com frio só de olhar para as cenas belíssimas, porém bucólicas do filme. Não é a atuação mais carismática e empática de Leonardo DiCaprio, porém é inegável a qualidade que o ator possui ao mostrar um Hugh Glass sofredor e determinado, com uma atuação de poucas palavras e fantasticamente corporal. A trilha sonora é muito envolvente, sempre com poucos instrumentos e nunca se exaltando, procurando um ritmo bem parecido com o de uma respiração ofegante. Mesmo com vários acertos o filme tem os seus erros e equívocos, como a falta de escala que o filme oferece no inicio em dar ao espectador mais informações sobre a época, cultura e o objetivo dos personagens, além da obsessão de Iñárritu de se provar como diretor ousado e de sempre exagerar na utilização de planos sequências, (coisa que ele começou com o eficaz Birdman mas que parece estar se tornando uma figurinha repetida) sendo a maioria muito bons, mas nem todos tão necessários. O Regresso é um filme excelente e é um marco na carreira de DiCaprio, porém os errinhos do filme só mostram a forçação de barra de Iñárritu de querer agradar a banca do Oscar a todo o custo.
Fechando com chave de ouro uma franquia até hoje consagrada, O Retorno de Jedi desenvolve muito bem o dilema de Luke Skywalker e Darth Vader, carregando os dois o peso do filme inteiro. Há mais cenas de ação frenéticas, mostrando que a IML já dominava melhor a tecnologia com os efeitos especiais e práticos, sendo o filme da trilogia clássica com enquadramentos de câmera mais ousados e com mais efeitos e animações acontecendo ao mesmo tempo. Infelizmente o filme peca em estrutura e em foco, dando um tempo exagerado de tela para os pequenos Ewoks (quase a segunda metade do filme inteiro), tornando o filme muito infantiloide e raso. A segunda Estrela da Morte também comprova o desinteresse da equipe de criar uma nova ameaça para o desfecho da série, repetindo a mesma tensão já vista no episódio IV só que com mais efeitos explodindo na tela. O Retorno de Jedi dá um bom ponto final na jornada de Luke Skywalker, mas é desgastado e bobo se comparado com o grandioso episódio V.
O Império Contra-Ataca consegue de todas as formas conhecidas como fazer uma sequência bem sucedida. Todos os personagens já apresentados no episódio IV foram muito bem desenvolvidos nesse novo episódio, sem falar na adição de novos personagens marcantes como Lando Calrissian e Yoda, o alienzinho verde que consegue expandir de maneira magnífica toda a mitologia e filosofia da força, além de nos apresentar melhor o lado sombrio. Um filme cheio de ação mas ao mesmo tempo intimista, O Império Contra-Ataca nos dá o maior e o melhor plot twist do cinema, sendo lembrado até hoje como referência não só como a melhor continuação de franquia como também como a melhor ficção científica fantástica já feita na história do cinema.
Por 93 minutos de projeção eu era somente uma concha vazia (alá Pequeno Príncipe), pois o meu eu de 10 anos saiu de mim para ver mais de perto e com os olhos brilhando essa incrível animação. Impecável visualmente, sempre respeitando o estilo das tirinhas por passar quase 80% do filme em um mesmo enquadramento bidimensional como também das animações clássicas, respeitando o estilo de animação frame by frame e criando cada vez mais um vínculo com o público mais velho que sempre assistiu Charlie Brown e Cia. E o mais importante de tudo: além de manterem o visual da animação (só que com uma repaginada 3D), mantiveram a essência dos personagens e do roteiro leve, descontraído e cheio de pequenas lições de vida que Charles M. Schulz sempre fez questão de colocar no papel. Não é um desenho com aventuras, ação frenética e explosões: é um desenho sobre crianças sendo crianças, do cotidiano infantil no qual nos identificamos tanto. Engraçado, leve e genial a todo o momento, Peanuts, O Filme agrada tanto crianças que nunca leram as tirinhas quanto os adultos fãs dos devaneios de Charlie Brown.
Tarantino sempre foi um apaixonado por cinema, e isso fica nítido a maior parte do tempo em seus filmes, e o oitavo filme de sua autoria não é diferente. Os 8 Odiados consegue pegar a mesma vibe de estilo de Django Livre e tantos outros filmes clássicos de faroeste, deixando bem claro que o filme não é somente uma homenagem ao gênero como também uma homenagem ao período em que o faroeste se consolidou nos cinemas. É um dos filmes mais contidos de Tarantino, não sendo aventuresco de nenhum modo e sim mantendo a história a maior parte do tempo dentro de um único cenário, e é de se pensar que o filme poderia se tornar monótono com a pouca variedade de ambientes, mas muito pelo contrário, pois o filme prende facilmente o espectador por meio de seus diálogos instigantes e cheios de complôs e reviravoltas. Um cast fascinante e com atuações fascinantes, além do tipico trash que Tarantino adora colocar em seus filmes, Os 8 Odiados somente peca em sua duração, pesando demais na narrativa e fazendo o espectador comum se remexer na poltrona em todas as posições existentes. Além da duração, é um tanto necessário primeiramente gostar de Tarantino para curtir o filme ao máximo (é o tipo de filme que você necessita entender a visão do autor para entender o que ele quis dizer com o filme), além de gostar muito de cinema e de faroeste para entender as referências.
Depois de Divertida Mente, a Pixar tinha um grandioso desafio: conseguir exibir uma nova animação com tanta qualidade de roteiro quanto o seu antecessor. Chega a ser tolice comentar o quão O Bom Dinossauro é bonito visualmente; a Pixar já se consolidou em tecnologia e em criação de ambientes e criaturas cativantes com muita qualidade, dando um show nas telonas. Os personagens principais (Arlo e Spot) são muito carismáticos e é fácil ter boas risadas com os dois, mas o mais decepcionante do filme é o seu excesso de contemplação do sofrimento dos dois, tornando Wall-E - o filme mais profundo da produtora - um filme de comédia pastelão. O filme não esboça nada de novo ou surpreendente, reprisando vários arquétipos de roteiros já visitados em filmes da Pixar e até mesmo da Disney, além do excesso de cenas que contemplam a natureza e o íntimo dos personagens principais, tornando uma animação desnecessariamente melancólica a maior parte do tempo. Sem cheirar nem feder, O Bom Dinossauro é um balde de água fria após Divertida Mente, divertindo somente aqueles que nunca assistiram nenhum grande filme da Pixar anterior.
Os episódios especiais de fim de ano ingleses costumam possuir uma temática bem inusitada das temporadas usuais, e com Sherlock não foi diferente (nem um pouco, diga-se de passagem). Ambientada na Londres do séc. XIX, A Noiva Abominável retrata um dos poucos casos em que nosso protagonista detetive não conseguiu solucionar, sendo uma das histórias mais macabras da série até agora. A Londres de 1800 e pouco é muito convincente e bem retratada, sempre com tons frios e sombras projetadas, dando um ar mais funesto e bucólico para o episódio, sem falar nas brilhantes atuações de Benedict Cumberbach (Sherlock) e Martin Freeman (Watson), carregando juntos o fôlego de todo o episódio. Mas é inevitável questionar a sanidade de tal projeto, visto o fato de ser, até o momento, o episódio mais rocambolesco e confuso da série, nos fazendo perguntar se ele é realmente válido para continuação de uma futura quarta temporada ou se ele é totalmente dispensável e somente servindo para agradar aos fãs de Sherlock Holmes. Vale ressaltar o grandioso apelo de fan services durante o episódio, ficando tão exagerado a ponto de nos perguntarmos se era realmente necessário tantas referencias. Até mesmo os cortes e certas ideias de enquadramento e storytelling saem demais do eixo da época retradada, tornando-se um episódio querendo encabeçar forçosamente ideias contemporâneas em uma época vitoriana industrial. Trocando em miúdos: A Noiva Abominável de certo modo agrada, mas poderia ter dado mais certo se os roteiristas parassem de utilizar soluções de 7% de cocaína em suas próprias correntes sanguíneas.
J.J. Abrams consegue renovar a franquia Star Wars de maneira bem eficiente. O sétimo episódio nos dá novos personagens carismáticos (com salva de palmas para BB-8) e evoluem bem personagens antigos (colocando-os em seus devidos lugares já esperados depois de 30 anos e alegrando os fãs antigos), além de uma belíssima composição entre efeitos especiais e práticos, tornando-se um dos Star Wars com a melhor direção de arte e melhor fotografia (graças a J.J. Abrams também, sendo um diretor que adora criar ambientes verossímeis e ricos em detalhes). O grande pesar do filme é a evolução de basicamente todos os personagens, desde os novos como até os de longa data: grande parte dos novos possui uma linha de aprendizado problemática e cheia de saltos equivocados, outros por sua vez possuem participações muito aquém do desejado, uns vão embora muito cedo e outros aparecem muito tarde. Sem falar que o final do filme nos dá um gosto de “acabamos de ver a parte 1 de um filmão” ao invés de nos dar de fato um gostinho de quero mais. Tirando os problemas, Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força agrada tanto os fãs mais velhos quanto os leigos, renovando a franquia com boas sensações.
Enquanto assistia The Ridiculous 6, uma pergunta sempre pairava na minha cabeça: era pra ser um filme engraçado? O que é engraçado pra mim com certeza pode não ser engraçado para você, mas com certeza a falta de ritmo do filme e as piadas sobre decapitações e pessoas tirando seu próprio olho fora com certeza passam dos limites da compreensão sadia humana, tornando-se um filme apavorado em querer fazer graça a qualquer custo. Sem falar que qualquer filme de humor de duas horas fica cansativo e não consegue sustentar o humor por tanto tempo (são raras as exceções). A escolha do cast é uma faca de dois gumes, sendo interessante por um lado (Terry Crews e Rob Scheider) e decadente do outro (é sério, Taylor Lautner?), sendo que nenhum dos atores realmente brilha no filme, ainda mais o próprio protagonista (Adam Sandler), que soa robótico e engessado o filme inteiro, não esboçando uma piada sequer. Só não é o pior filme do Adam Sandler porque já existem os tenebrosos Este é o Meu Garoto e Cada um Tem a Gêmea que Merece.
Adaptação do livro homônimo, No Coração do Mar retrata de maneira muito eficaz a vida de um navio baleeiro, desde as operações dentro de um navio como também as intempéries do mar e a operação das caças as baleias da época, visto ser uma obra tão comum em uma era pré-petróleo. Com efeitos especiais deslumbrantes e que enganam fácil o espectador, confundindo com locações reais, o filme também conta com um excelente elenco, tendo como referência Chris Hemsworth e Tom Holland, ambos ótimos em seus papéis. Tendo poucos erros a se notar, além de uma fotografia e trilha sonora um pouco mais triste que o desejado para que as organizações de proteção aos animais não malhassem certas decisões de roteiro, No Coração do Mar respeita a inteligência do espectador e nos mostra uma ótica bem diferente da grande baleia branca.
Victor Frankenstein é um filme na média. O figurino, a trilha sonora e a Londres Vitoriana em plena expansão industrial que recriaram são muito boas e nos entregam um trabalho de qualidade, além de Daniel Radcliffe que consegue nos tirar com facilidade da mente a figura do bruxinho de Grifinória que ele tanto interpretou em Harry Potter, mas isso nunca é o bastante para entregar um filme coeso. Vemos um filme sobre um doutor que não compramos seu ideal em momento algum. Não por ele ser contrário a leis naturais, religiosas ou coisas do tipo, mas sim por ele nunca nos dar admiração e empatia o suficiente para embarcarmos rumo a suas descobertas científicas. Sem falar que o filme prefere discutir mais sobre questões religiosas do que questões humanistas, sobre o consciente humano (coisa que sempre foi muito bem empregada nas histórias do monstro de Frankenstein). Correto no visual e nas interpretações, mas falho no cerne.
A Jornada do Herói em sua melhor forma, trazendo uma trama otimista e leve sobre uma aventura de um jovem aprendiz Jedi em meio a uma força rebelde contra o terrível império. Efeitos especiais revolucionários para a época, personagens e cenários cativantes, um vilão forte e perigoso e uma dupla de droides que compõem um ritmo de comédia muito bom. Claro que existem certos amadorismos durante o longa, visto até mesmo pela inexperiência do diretor e da maior parte dos atores, mas é completamente perdoável visto a importância desse filme para o mercado cinematográfico.
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista AgoraQuando falamos dos filmes dos X-Men, é inevitável vermos os semblantes um tanto desgostosos de boa parte dos fãs dos quadrinhos. Depois de tantos filmes abaixo da média e logo após um surpreendente diamante bruto como Deadpool, X-Men – Apocalipse tinha uma árdua tarefa: progredir sem destruir a ponte que a própria franquia construiu depois de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido. As expectativas eram baixas, mas para o bem da nação foram triplamente superadas.
Dirigido mais uma vez por Bryan Singer (X-Men 1, 2 e Dias de um Futuro Esquecido), que vem se mostrado cada vez mais como um grandioso fã dos mutantes desde que pôs a mão no projeto até hoje e nos mandou mais um trabalho competente, se tornando de longe o diretor que fez mais acertos em toda a história sofrida da franquia. Ele nos traz vários mutantes já conhecidos nos filmes mais antigos só que agora na fase adolescente, ainda novatos com seus próprios poderes e descobrindo ainda em si mesmos seus verdadeiros papéis no mundo, enquanto que evolui de forma primorosa personagens já queridos desde X-Men – Primeira Classe como o Xavier de James McAvoy e o Magneto de Michael Fassbender.
Algo muito presente no filme e que trouxe a vibe perfeita para os mutantes foi a própria época em que a trama se passa, em uma 1983 cheia de cores, roupas e cabelos extravagantes da moda e, claro, todo o contexto político da Guerra Fria. Tal vibe “anos 80” permitiu para que a equipe de produção ousasse mais nos uniformes dos heróis e vilões, abusando nos colans e nas cores (Psyloke, Magneto e Tempestade são os melhores exemplos), se desapegando um pouco do pretinho básico dos filmes mais antigos e assumindo mais a paleta das HQs – principalmente da série animada dos anos 90.
Algo ainda mais poderoso no filme são as cenas dos heróis em grupo, finalmente dando ao espectador um filme dos X-Men em que os mutantes trabalham muito mais em equipe, com cada personagem ganhando sua devida atenção ao invés de focar em um único protagonista (como vinha acontecendo com o Wolverine e que agora tentaram fazer com a Mística, mas não com muito sucesso). Isso dá ao filme ainda mais a sensação de que estamos assistindo a um episódio da série animada clássica ou estamos lendo algum quadrinho, pois essa sempre foi a fórmula que mais deu certo em X-Men: vemos como um grupo não só de heróis, mas também de amigos.
Infelizmente o filme não é de todo perfeito, como por exemplo o próprio vilão que dá nome ao longa. O Apocalipse sempre foi retratado nas HQs como o Nemesis dos X-Men, sendo o vilão mais poderoso e mais robusto das sagas – e até mesmo bem difícil de ser roteirizado, visto tamanha invencibilidade do personagem, mas nesse filme ele acaba sendo uma faca de dois gumes. Por um lado, ele convence facilmente em sua ideologia, trazendo uma temática mais religiosa e mais visivelmente perigosa do que qualquer outro vilão já feito para a franquia, por outro ele peca muito no visual, enterrando o – competente – Oscar Isaac em quilos de maquiagem e criando um figurino engessado e que não dá a devida robustez que o personagem precisava, dando a impressão de que ele é mais franzino que o Colossus retratado no filme do Deadpool.
Existem outros pormenores, como o caso de Sophie Turner, uma atriz excelente como Sansa Stark na série da HBO Game of Thrones, porém nem tanto quando ela interpreta Jean Grey, mostrando muito Game of Thrones e pouco X-Men. A cena solo do Mercúrio, que mais uma vez dá as caras para a alegria dos fãs, é excelente, bem executada e hilária, mas infelizmente ela resolve fazer piada com algo que não era para ser tão engraçado (e que logo depois vemos que não era nada engraçado mesmo). Certas aparições de personagens que nem precisavam estar no longa, além de certas tomadas de decisões de certos personagens no final do filme são um tanto questionáveis, não precisando realmente estarem ali.
Resumindo: X-Men Apocalipse agrada e espanta o mal agouro que os trailers estavam gerando, sendo mais uma empreitada bem-sucedida de Bryan Singer na franquia e que nos dá mais esperanças de assistirmos bons filmes dos nossos mutantes mais queridos.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraIniciamos a fase 3 da Marvel com grande estilo, incorporando um dos arcos mais importantes do universo Marvel para completar o arco do Capitão América nos cinemas. Dirigido mais uma vez pelos irmãos Russo, Steve Rogers acaba vendo seus próprios amigos como inimigos, uma vez que o tratado de Sokovia é implementado e ele não aceita assiná-lo, além de seu amigo Bucky que se encontra foragido e que ele anseia em ajudar.
Poderia ter sido um filme bem confuso e com personagens com propósitos rasos na trama (como aconteceu em Batman vs. Superman), mas depois de 12 filmes na bagagem o gatilho para que os heróis lutassem entre si finalmente é desencadeado, e desencadeado com bastante propriedade, visto que os personagens possuem motivos tangíveis e compreensíveis para não haverem outro modo de debate que não seja o confrontamento direto.
Mas a maior surpresa do filme nem é essa, e sim dois novos personagens que farão parte deste universo: o Homem-Aranha e o Pantera Negra. Tom Holland consegue nos dar o Cabeça de Teia que todo fã estava pedindo, jovem, nerd e tímido, e o Pantera Negra, um personagem totalmente desconhecido pelo grande público mas que foi introduzido na trama de maneira muito eficaz, trazendo peso e motivações o suficiente para ele se tornar um dos personagens chave da história.
Mas nem todas as engrenagens do filme funcionam com polidez, e uma delas é o vilão, o Barão Zemo - ou somente Zemo mesmo. O vilão foi muito desconstruído e pontua muito pouco no filme, sendo até preferível que não tivesse um vilão de fato ao invés de utilizar um grande vilão só que mais apagado. O meio do filme é um pouco confuso por conta da ação frenética e do excesso de ideais de cada personagem conflitando entre si e o final deixa pontas soltas até demais, nem parecendo de fato que pode ser o último filme do Capitão. Gordurinhas a parte, Capitão América - Guerra Civil não é o melhor filme da Marvel, mas com certeza se encontra entre o Top 5 do universo cinematográfico Marvel.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraDirigido por Zack Snyder, a continuação de O Homem de Aço consegue ser melhor que seu antecessor, construindo um novo Batman bem diferente do que já vimos em outras encarnações no cinema e conseguindo ser até mais "badass" em vários aspectos (palmas para Ben Affleck, quero muito um filme solo dele agora). Gal Gadot era uma preocupação minha, mas ela surpreende passando uma Mulher Maravilha decidida e com saudades de uma boa briga. Lex Luthor também é uma grata surpresa, trazendo um personagem totalmente ímpar de todo o resto das personas do filme, arisco e expansivo, tornando a sua maluquice a sua principal ameaça. A trilha sonora também surpreende, mantendo o tema do Superman sempre em evidência mas apresentando temas novos para os novos heróis, entregando um tema mais misterioso para Batman (estilo os jogos da série Arkham) e um tema mais heavy metal para a Mulher Maravilha (uma total surpresa positiva). Mas infelizmente se retirarmos o Batman e a Mulher Maravilha da jogada, o filme continua com os mesmos pecados que o antecessor, sufocando absurdamente no clímax e entregando um filme altamente picotado e cheio de cenas avulsas, mostrando que Zack Snyder ainda continua com um problema de manter o crescente do story telling e da amarração de certos fatos. O filme se preocupa mais com o futuro do que com o presente, mostrando pouco Batman vs. Superman e muito (e bota muito) Liga da Justiça e seus integrantes futuros, sendo uma overdose de referências (o que não seria ruim se todas essas referências fossem uma grandiosa cena pós créditos). E mais uma vez o marketing de um filme de super-heróis falha absurdamente, gerando expectativas erradas sobre a trama e revelando demais o que deveria ser surpresa. O nome do filme não deveria ser Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, e sim A Origem da Justiça: Batman vs. Superman, superando as expectativas somente para os fãs de quadrinhos que piram nas referências, mas fica difícil de apoiar um filme que ainda insiste em entregar demais ao invés de ser mais sucinto.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraZootopia nada mais é do que uma continuação espiritual de vários desenhos de fábulas da Disney, relembrando muito animações como Robin Hood, Bernardo e Bianca e até mesmo O Cão e a Raposa. Isso implica também no tom em que o filme se propõe a mostrar, não se focando muito em comédia (um item bastante investido nas animações atuais) mas sim em movimentar a história de um jeito cativante e criativo, remodelando todo o mundo como se o ser humano nunca tivesse existido e como se os animais estivessem investido no planeta terra à sua maneira. Os personagens principais são extremamente cativantes - principalmente a coelha - e a voz de Mônica Iozzi encaixa super bem na protagonista, só não posso dizer muito de Rodrigo Lombardi, que apesar da voz combinar com seu personagem e dele ter se saído muito melhor do que sua participação em A Princesa e o Sapo, ele ainda soa monocórdio em várias partes em que seu personagem precisava de mais punch. Certos deslizes de roteiro aparecem no terceiro ato, tornando certas resoluções de trama meio questionáveis, porém isso está longe de fazer Zootopia um filme medíocre. Muito pelo contrário, Zootopia diverte de maneira sadia, sendo mais um belo investimento Disney para a família.
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraHomem-Formiga consegue explorar muito bem a temática de "filme de roubo a banco" com comédia, trazendo uma das aventuras mais relaxantes e descompromissadas da Marvel e ao mesmo tempo mantendo as conexões necessárias para que tal episódio não fique tão desgarrado de todo o universo já criado. Os poderes do Homem-Formiga são fascinantes, que por sua vez são facilmente desdenháveis à primeira vista mas que no decorrer do filme eles vão se tornando incríveis, criando um dos heróis mais perigosos contra os caras maus. Todos os outros personagens possuem o seu brilho e a sua importância na trama (a família Pym para o lado mais estrutural e emotivo da narrativa e Luis como o alívio cômico mais sensacional já feito), mas infelizmente o filme peca no vilão Jaqueta Amarela, e mesmos os esforços do ator em sua performance não escondem o fato do personagem ser muito unidimensional e raso. Certas piadas de Scott Lang também soam um tanto infantiloides, fazendo com que o espectador comece a caçoar mentalmente do personagem quase que involuntariamente. Errinhos a parte, Homem-Formiga é uma alegria para os olhos, divertindo a todos e nos dando mais um grande (ou pequeno?) personagem para o time Marvel.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraO segundo capítulo dos Vingadores cumpriu boa parte do que prometeu, nos trazendo um filme divertido, cheio de ação e ao mesmo tempo conseguindo evoluir os personagens que compõem o time, não deixando nenhum de fora ou menos importante para a trama e criando suas próprias problemáticas, não fazendo com que o filme pareça somente uma reunião de ex colegas de escola sem graça e sim criando novas oportunidades para os próximos filmes que virão. Há novos personagens introduzidos na trama, sendo cruciais para o desenvolvimento da mesma, além do Ultron, um vilão que consegue ser intrigante e promissor caso você apague da memória toda a proposta de marketing sombria imposta sobre ele. Infelizmente o filme peca em estrutura, mostrando claramente que ele não foi pensado para ter somente 141 minutos de duração (mais 30 minutos cairiam bem, hein Marvel?), sendo muito picotado no início e no final da projeção e tornando os acontecimentos dos mesmos muito vagos. Sem falar que o filme fica insinuando o tempo todo várias referências para os futuros filmes, o que não é má coisa, mas as insinuações são tantas que o filme fica mais preocupado de contar o que vai vir no futuro do que contar o que está acontecendo no presente. Vingadores: Era de Ultron mantém o fôlego dos últimos filmes da fase 2 do universo cinematográfico Marvel, mas mantém de um jeito cambaleante.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraCom Guardiões da Galáxia ou era 8 ou 80. Ou seria um tremendo fracasso e bagunçaria o prospecto de filmes da Marvel por um tempo, ou seria um divisor de águas capaz de alavancar ainda mais a moral da empresa de investir em personagens B e transformá-los em AAA. Para a nossa alegria foi a segunda opção, sendo um dos filmes de super-heróis mais fora da caixa da atualidade, trazendo um humor nostálgico e irreverente, cenas de ação dignas de um bom Star Wars e personagens humanoides coloridos e com roupas extravagantes, criando a mais nova Space Opera da Marvel/Disney. O cast é incrível, trazendo Chris Pratt como um dos personagens principais mais desajustados da galáxia, O Senhor das Estrelas (Zoe Saldaña, Bradley Cooper, Vin Diesel e Dave Batista estão incríveis também). Mas a cereja do bolo de verdade é a trilha sonora, trazendo clássicos dos ano 80 e compondo uma atmosfera super descontraída e cômica para o filme. Só o que peca mesmo é o vilão Ronan, que mesmo com a excelente atuação de Lee Pace acaba carecendo de presença e de um figurino ergonômico e com menos maquiagem (não consigo enxergar as expressões faciais de Lee Pace dentro daqueles quilos de maquiagem). Guardiões da Galáxia é o maior acerto da Marvel durante a fase 2, dando margem para diversos outros filmes de super-herói mais descontraídos e com personagens mais abertos a criatividade.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraNão existe propaganda ruim. Se não fosse pela comoção gigantesca que a internet fez com A Bruxa talvez eu nunca notasse esse filme, mas por conta da vibe acabei assistindo. O filme emprega muitíssimo bem os ideais cristãos do séc. XVII, a época do Deus castigador e da Inquisição, retornando ao tema da bruxaria para a sua verdadeira raiz (fãs de Harry Potter ficarão decepcionados), onde a má fama e a dúvida matavam mais a mente humana do que a peste negra. Filme super bem executado fotograficamente, nos dando um nublado eterno tão denso que chega a ser difícil discernir dia e noite, além também das belas atuações dos atores, interagindo super bem ao tema e nunca soando caricatos. Mas o filme fica somente nisso mesmo, empregando terror ou suspense real somente nos momentos finais, e quando você começa a esperar mais coisas do filme os créditos finais sobem. o terror psicológico fica tanto tempo na insinuação que chega o momento em que você realmente crê que nada mais vai acontecer, e quando chega a acontecer fica por pouco tempo e já vai embora. O destino de certos personagens fica em branco e o clímax é bastante preguiçoso, entregando pouco em um filme que já se comportava tímido o tempo todo. A Bruxa ladra muito e morde pouco, se dando muito bem em recriar e aprofundar o mito da bruxaria somente para quem é novato no assunto ou para quem se impressiona fácil.
Capitão América 2: O Soldado Invernal
4.0 2,6K Assista AgoraAntes de O Soldado Invernal, não acreditava muito que um bom filme do Capitão América pudesse ser feito, sem todo o patriotismo exacerbado e todo aquele espírito de bom soldado. Mas depois de O Soldado Invernal minha opinião mudou completamente. Dirigido pelos irmãos Russo, Capitão América 2 nos oferece um Steve Rogers cansado e perturbado em estar em uma época em que não é a dele e tendo de enfrentar certos fantasmas do passado (fazendo do primeiro filme um flashback interno do espectador, causando mais importância a certos eventos). Ação urbana e conflitos políticos bem executados do início ao fim, esta continuação expande até a enésima potência todos os conflitos de nosso herói e de todos os que o cercam, criando um dos maiores pontos de virada do universo cinematográfico Marvel com relação a SHIELD. A trilha sonora (para a minha felicidade) sai do lugar comum dos temas de exército cafonas e abre espaço para faixas de trilha intrigantes, que aumentam a ação por ser tão frenética e perturbadora. E a cereja do bolo do filme com certeza é o próprio personagem que dá nome ao filme, com um visual descolado e com uma frieza de pensar e agir fora do comum em filmes da Marvel (menos discursos maquiavélicos e mais tiro, porrada e bomba). Capitão América - O Soldado Invernal se mostra ainda hoje como o ápice da fase 2 da Marvel, fazendo com que o posto de Tony Stark (de ser a veia calibrosa desse universo) seja passado de maneira muito vantajosa para Steve Rogers.
Kung Fu Panda 3
3.6 309 Assista AgoraDesde Shrek Terceiro, minhas expectativas com terceiros filmes da Dreamworks ficaram bem baixas, e com Kung Fu Panda 3 não foi diferente. Pensei que eles não conseguiriam manter a qualidade ou até mesmo superar os dois primeiros filmes, mas me enganei profundamente. O terceiro episódio de Po fecha o arco do Dragão Guerreiro de um jeito super divertido, cativante e comovente, tornando-se a franquia de filmes da produtora que não decepcionou em nenhum momento. Há certos probleminhas de roteiro e de apresentação vaga demais de certos personagens, além é claro do vilão que tinha muito mais potencial para ser medonho e terrível, mas a classificação Livre da animação o freou em vários aspectos, mas isso não quer dizer que o filme seja ruim (longe disso!). A direção de arte conseguiu fazer o que eu achava impossível, superar o design de produção de Kung Fu Panda 2, utilizando de maneira magistral o verde em sua paleta de cores (ora um verde venenoso representando o vilão, ora um verde calmo e primaveril da vila dos pandas). Trilha sonora de Hanz Zimmer impecável, dando aventura e emoção nos momentos certos e a dublagem de Lucio Mauro Filho enriquecendo ainda mais o personagem principal, sendo cômico e tristonho nos momentos certos. Kung Fu Panda 3 é, sem sombra de dúvidas, mas uma bela animação de 2016, mostrando que a Dreamworks não brinca mais em serviço.
O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino
3.2 167 Assista AgoraCasos como O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é que mostram que a Netflix não acerta o tempo todo. 18 anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, A Espada do Destino é uma continuação que não pedimos (e que realmente não era necessária) de um clássico moderno, continuando a história de Yu Shu-Lien de um jeito tão raso e medíocre que fica difícil dormir a noite sem pensar "por que que eu assisti a esse filme?". E a diferença de qualidade fica ainda mais nítida quando assistimos os dois filmes um atrás do outro (que foi o meu caso): as lutas mal coreografadas e sem leitura para a história (igual a enredos de jogos de luta, onde tudo é pretexto para lutarem), vários personagens rasos e que o roteiro faz questão de dar importância, a aparição de certos personagens que antes estavam mortos mas que agora retornam com explicações bobas, os efeitos especiais super mal utilizados e plásticos demais e o pior, a utilização muito mal representada de uma personagem principal que brilhou tanto no primeiro filme, mas que agora só serve como uma professora de artes marciais tão clichês que fazem inveja aos filmes do Jackie Chan. A única coisa boa do filme é a atriz Michelle Yeoh, carregando o filme nas costas quando pode (já que o filme não faz o menor esforço de colocá-la como protagonista). O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é um câncer comparado ao primeiro filme (tão poético e tão bonito de se ver que acaba transformando o segundo filme numa piada de mal gosto).
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraNão tenho medo de dizer que Deadpool é, de longe, a melhor adaptação de quadrinhos já feita para o cinema. Ryan Reynolds finalmente se redimiu, mostrando que ele é somente um bom ator que acaba participando de filmes ruins mas que dessa vez ele fez questão de supervisionar todo o projeto para que nada saísse dos trilhos (e deu super certo!). A quebra da quarta parede é super bem colocada no filme, mostrando um dos "poderes" mais hilários do protagonista, que é o de saber que ele é um personagem de quadrinhos que está num filme, e por isso ele sempre se aproveita de tal nota para nos entregar um longa que não se preocupa muito em colocar a história de um jeito linear e formatado, sempre entregando flashbacks e cenas atuais do jeito que ele curte. Com relação ao filme ser para maiores de 16 anos, ele somente é pesado se comparado a todos os outros filmes PG13 de super-heróis sendo lançados por ai, contendo pouca nudez e violência explícita e estando mais focado no humor negro e nos palavrões do que em outra coisa. Falando em humor negro, o filme se sustenta fácil na comédia, não sendo nada cansativo e sempre surpreendendo, tirando sarro da própria produtora (Fox) e até mesmo de outros filmes que Reynolds protagonizou (Lanterna Verde). O único defeito do filme é o de nem todas as piadas serem universais, sendo muitas delas localizadas para norte americanos entenderem, deixando o público brasileiro - e creio que de outras nacionalidades também - um tanto silencioso onde deveríamos estar rindo. Tirando isso, Deadpool é o filme que precisávamos ter já faz um tempinho, um bom filme de "heróis" para adultos e que ri de si mesmo, sem ter medo de mostrar violência ou sexo.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraO Regresso mostra de todas as formas possíveis como o ser humano é um inseto comparado a grandiosidade da natureza e de suas leis severas. Uma fotografia impecável e com uma iluminação 100% natural, dando ao filme um aspecto de nublado eterno e deixando o espectador com frio só de olhar para as cenas belíssimas, porém bucólicas do filme. Não é a atuação mais carismática e empática de Leonardo DiCaprio, porém é inegável a qualidade que o ator possui ao mostrar um Hugh Glass sofredor e determinado, com uma atuação de poucas palavras e fantasticamente corporal. A trilha sonora é muito envolvente, sempre com poucos instrumentos e nunca se exaltando, procurando um ritmo bem parecido com o de uma respiração ofegante. Mesmo com vários acertos o filme tem os seus erros e equívocos, como a falta de escala que o filme oferece no inicio em dar ao espectador mais informações sobre a época, cultura e o objetivo dos personagens, além da obsessão de Iñárritu de se provar como diretor ousado e de sempre exagerar na utilização de planos sequências, (coisa que ele começou com o eficaz Birdman mas que parece estar se tornando uma figurinha repetida) sendo a maioria muito bons, mas nem todos tão necessários. O Regresso é um filme excelente e é um marco na carreira de DiCaprio, porém os errinhos do filme só mostram a forçação de barra de Iñárritu de querer agradar a banca do Oscar a todo o custo.
Star Wars, Episódio VI: O Retorno do Jedi
4.3 915 Assista AgoraFechando com chave de ouro uma franquia até hoje consagrada, O Retorno de Jedi desenvolve muito bem o dilema de Luke Skywalker e Darth Vader, carregando os dois o peso do filme inteiro. Há mais cenas de ação frenéticas, mostrando que a IML já dominava melhor a tecnologia com os efeitos especiais e práticos, sendo o filme da trilogia clássica com enquadramentos de câmera mais ousados e com mais efeitos e animações acontecendo ao mesmo tempo. Infelizmente o filme peca em estrutura e em foco, dando um tempo exagerado de tela para os pequenos Ewoks (quase a segunda metade do filme inteiro), tornando o filme muito infantiloide e raso. A segunda Estrela da Morte também comprova o desinteresse da equipe de criar uma nova ameaça para o desfecho da série, repetindo a mesma tensão já vista no episódio IV só que com mais efeitos explodindo na tela. O Retorno de Jedi dá um bom ponto final na jornada de Luke Skywalker, mas é desgastado e bobo se comparado com o grandioso episódio V.
Star Wars, Episódio V: O Império Contra-Ataca
4.4 1,0K Assista AgoraO Império Contra-Ataca consegue de todas as formas conhecidas como fazer uma sequência bem sucedida. Todos os personagens já apresentados no episódio IV foram muito bem desenvolvidos nesse novo episódio, sem falar na adição de novos personagens marcantes como Lando Calrissian e Yoda, o alienzinho verde que consegue expandir de maneira magnífica toda a mitologia e filosofia da força, além de nos apresentar melhor o lado sombrio. Um filme cheio de ação mas ao mesmo tempo intimista, O Império Contra-Ataca nos dá o maior e o melhor plot twist do cinema, sendo lembrado até hoje como referência não só como a melhor continuação de franquia como também como a melhor ficção científica fantástica já feita na história do cinema.
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, O Filme
4.0 684 Assista AgoraPor 93 minutos de projeção eu era somente uma concha vazia (alá Pequeno Príncipe), pois o meu eu de 10 anos saiu de mim para ver mais de perto e com os olhos brilhando essa incrível animação. Impecável visualmente, sempre respeitando o estilo das tirinhas por passar quase 80% do filme em um mesmo enquadramento bidimensional como também das animações clássicas, respeitando o estilo de animação frame by frame e criando cada vez mais um vínculo com o público mais velho que sempre assistiu Charlie Brown e Cia. E o mais importante de tudo: além de manterem o visual da animação (só que com uma repaginada 3D), mantiveram a essência dos personagens e do roteiro leve, descontraído e cheio de pequenas lições de vida que Charles M. Schulz sempre fez questão de colocar no papel. Não é um desenho com aventuras, ação frenética e explosões: é um desenho sobre crianças sendo crianças, do cotidiano infantil no qual nos identificamos tanto. Engraçado, leve e genial a todo o momento, Peanuts, O Filme agrada tanto crianças que nunca leram as tirinhas quanto os adultos fãs dos devaneios de Charlie Brown.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraTarantino sempre foi um apaixonado por cinema, e isso fica nítido a maior parte do tempo em seus filmes, e o oitavo filme de sua autoria não é diferente. Os 8 Odiados consegue pegar a mesma vibe de estilo de Django Livre e tantos outros filmes clássicos de faroeste, deixando bem claro que o filme não é somente uma homenagem ao gênero como também uma homenagem ao período em que o faroeste se consolidou nos cinemas. É um dos filmes mais contidos de Tarantino, não sendo aventuresco de nenhum modo e sim mantendo a história a maior parte do tempo dentro de um único cenário, e é de se pensar que o filme poderia se tornar monótono com a pouca variedade de ambientes, mas muito pelo contrário, pois o filme prende facilmente o espectador por meio de seus diálogos instigantes e cheios de complôs e reviravoltas. Um cast fascinante e com atuações fascinantes, além do tipico trash que Tarantino adora colocar em seus filmes, Os 8 Odiados somente peca em sua duração, pesando demais na narrativa e fazendo o espectador comum se remexer na poltrona em todas as posições existentes. Além da duração, é um tanto necessário primeiramente gostar de Tarantino para curtir o filme ao máximo (é o tipo de filme que você necessita entender a visão do autor para entender o que ele quis dizer com o filme), além de gostar muito de cinema e de faroeste para entender as referências.
O Bom Dinossauro
3.7 1,0K Assista AgoraDepois de Divertida Mente, a Pixar tinha um grandioso desafio: conseguir exibir uma nova animação com tanta qualidade de roteiro quanto o seu antecessor. Chega a ser tolice comentar o quão O Bom Dinossauro é bonito visualmente; a Pixar já se consolidou em tecnologia e em criação de ambientes e criaturas cativantes com muita qualidade, dando um show nas telonas. Os personagens principais (Arlo e Spot) são muito carismáticos e é fácil ter boas risadas com os dois, mas o mais decepcionante do filme é o seu excesso de contemplação do sofrimento dos dois, tornando Wall-E - o filme mais profundo da produtora - um filme de comédia pastelão. O filme não esboça nada de novo ou surpreendente, reprisando vários arquétipos de roteiros já visitados em filmes da Pixar e até mesmo da Disney, além do excesso de cenas que contemplam a natureza e o íntimo dos personagens principais, tornando uma animação desnecessariamente melancólica a maior parte do tempo. Sem cheirar nem feder, O Bom Dinossauro é um balde de água fria após Divertida Mente, divertindo somente aqueles que nunca assistiram nenhum grande filme da Pixar anterior.
Sherlock: A Abominável Noiva
4.4 190 Assista AgoraOs episódios especiais de fim de ano ingleses costumam possuir uma temática bem inusitada das temporadas usuais, e com Sherlock não foi diferente (nem um pouco, diga-se de passagem). Ambientada na Londres do séc. XIX, A Noiva Abominável retrata um dos poucos casos em que nosso protagonista detetive não conseguiu solucionar, sendo uma das histórias mais macabras da série até agora. A Londres de 1800 e pouco é muito convincente e bem retratada, sempre com tons frios e sombras projetadas, dando um ar mais funesto e bucólico para o episódio, sem falar nas brilhantes atuações de Benedict Cumberbach (Sherlock) e Martin Freeman (Watson), carregando juntos o fôlego de todo o episódio. Mas é inevitável questionar a sanidade de tal projeto, visto o fato de ser, até o momento, o episódio mais rocambolesco e confuso da série, nos fazendo perguntar se ele é realmente válido para continuação de uma futura quarta temporada ou se ele é totalmente dispensável e somente servindo para agradar aos fãs de Sherlock Holmes. Vale ressaltar o grandioso apelo de fan services durante o episódio, ficando tão exagerado a ponto de nos perguntarmos se era realmente necessário tantas referencias. Até mesmo os cortes e certas ideias de enquadramento e storytelling saem demais do eixo da época retradada, tornando-se um episódio querendo encabeçar forçosamente ideias contemporâneas em uma época vitoriana industrial. Trocando em miúdos: A Noiva Abominável de certo modo agrada, mas poderia ter dado mais certo se os roteiristas parassem de utilizar soluções de 7% de cocaína em suas próprias correntes sanguíneas.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraJ.J. Abrams consegue renovar a franquia Star Wars de maneira bem eficiente. O sétimo episódio nos dá novos personagens carismáticos (com salva de palmas para BB-8) e evoluem bem personagens antigos (colocando-os em seus devidos lugares já esperados depois de 30 anos e alegrando os fãs antigos), além de uma belíssima composição entre efeitos especiais e práticos, tornando-se um dos Star Wars com a melhor direção de arte e melhor fotografia (graças a J.J. Abrams também, sendo um diretor que adora criar ambientes verossímeis e ricos em detalhes). O grande pesar do filme é a evolução de basicamente todos os personagens, desde os novos como até os de longa data: grande parte dos novos possui uma linha de aprendizado problemática e cheia de saltos equivocados, outros por sua vez possuem participações muito aquém do desejado, uns vão embora muito cedo e outros aparecem muito tarde. Sem falar que o final do filme nos dá um gosto de “acabamos de ver a parte 1 de um filmão” ao invés de nos dar de fato um gostinho de quero mais. Tirando os problemas, Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força agrada tanto os fãs mais velhos quanto os leigos, renovando a franquia com boas sensações.
Os Seis Ridículos
2.5 458 Assista AgoraEnquanto assistia The Ridiculous 6, uma pergunta sempre pairava na minha cabeça: era pra ser um filme engraçado? O que é engraçado pra mim com certeza pode não ser engraçado para você, mas com certeza a falta de ritmo do filme e as piadas sobre decapitações e pessoas tirando seu próprio olho fora com certeza passam dos limites da compreensão sadia humana, tornando-se um filme apavorado em querer fazer graça a qualquer custo. Sem falar que qualquer filme de humor de duas horas fica cansativo e não consegue sustentar o humor por tanto tempo (são raras as exceções). A escolha do cast é uma faca de dois gumes, sendo interessante por um lado (Terry Crews e Rob Scheider) e decadente do outro (é sério, Taylor Lautner?), sendo que nenhum dos atores realmente brilha no filme, ainda mais o próprio protagonista (Adam Sandler), que soa robótico e engessado o filme inteiro, não esboçando uma piada sequer. Só não é o pior filme do Adam Sandler porque já existem os tenebrosos Este é o Meu Garoto e Cada um Tem a Gêmea que Merece.
No Coração do Mar
3.6 776 Assista AgoraAdaptação do livro homônimo, No Coração do Mar retrata de maneira muito eficaz a vida de um navio baleeiro, desde as operações dentro de um navio como também as intempéries do mar e a operação das caças as baleias da época, visto ser uma obra tão comum em uma era pré-petróleo. Com efeitos especiais deslumbrantes e que enganam fácil o espectador, confundindo com locações reais, o filme também conta com um excelente elenco, tendo como referência Chris Hemsworth e Tom Holland, ambos ótimos em seus papéis. Tendo poucos erros a se notar, além de uma fotografia e trilha sonora um pouco mais triste que o desejado para que as organizações de proteção aos animais não malhassem certas decisões de roteiro, No Coração do Mar respeita a inteligência do espectador e nos mostra uma ótica bem diferente da grande baleia branca.
Victor Frankenstein
3.0 423 Assista AgoraVictor Frankenstein é um filme na média. O figurino, a trilha sonora e a Londres Vitoriana em plena expansão industrial que recriaram são muito boas e nos entregam um trabalho de qualidade, além de Daniel Radcliffe que consegue nos tirar com facilidade da mente a figura do bruxinho de Grifinória que ele tanto interpretou em Harry Potter, mas isso nunca é o bastante para entregar um filme coeso. Vemos um filme sobre um doutor que não compramos seu ideal em momento algum. Não por ele ser contrário a leis naturais, religiosas ou coisas do tipo, mas sim por ele nunca nos dar admiração e empatia o suficiente para embarcarmos rumo a suas descobertas científicas. Sem falar que o filme prefere discutir mais sobre questões religiosas do que questões humanistas, sobre o consciente humano (coisa que sempre foi muito bem empregada nas histórias do monstro de Frankenstein). Correto no visual e nas interpretações, mas falho no cerne.
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista AgoraA Jornada do Herói em sua melhor forma, trazendo uma trama otimista e leve sobre uma aventura de um jovem aprendiz Jedi em meio a uma força rebelde contra o terrível império. Efeitos especiais revolucionários para a época, personagens e cenários cativantes, um vilão forte e perigoso e uma dupla de droides que compõem um ritmo de comédia muito bom. Claro que existem certos amadorismos durante o longa, visto até mesmo pela inexperiência do diretor e da maior parte dos atores, mas é completamente perdoável visto a importância desse filme para o mercado cinematográfico.