Ah, nostalgia, sua sacana! É em tanta fria em que você nos mete...
Como muitos aqui, assisti 'Chuck' no SBT, numa época dourada em que a vida se resumia a aulas e paixonites impossíveis (Sarah incluso, claro). E a série era o máximo. A mistura perfeita entre ação, comédia e romance.
Então por que não reassistir hoje em dia, certo?
Bem... por mais que doa dizer, é uma série com muitas limitações (especialmente notáveis quando você maratona os episódios). E não apenas porque carece de sentido e razoabilidade em diversos momentos (tá, é o 'estilo' da série ser assim viajada e descompromissada), mas porque até no nível técnico são abundantes os deslizes (tipo a continuidade a cena, com objetos do cenário revelando uma montagem mal feita).
Mas o pior dos piores é que já na primeira temporada começa a rolar aquela marota cozinhada em banho-maria pra fazer a história render mais. Algo que piora terrivelmente na segunda temporada, com tantas idas e vindas, tantos momentos 'quase', que fica difícil assistir com qualquer expectativa para além do passatempo.
Ainda assim, aqui vamos nós para a terceira temporada... E por quê? Porque Chuck e Sarah carregam o rolê todo com sua simpatia e seu eterno relacionamento que vai mas não vai (e porque a nostalgia impera, claro).
Ah, nostalgia, sua sacana! É em tanta fria em que você nos mete...
Como muitos aqui, assisti 'Chuck' no SBT, numa época dourada em que a vida se resumia a aulas e paixonites impossíveis (Sarah incluso, claro). E a série era o máximo. A mistura perfeita entre ação, comédia e romance.
Então por que não reassistir hoje em dia, certo?
Bem... por mais que doa dizer, é uma série com muitas limitações (especialmente notáveis quando você maratona os episódios). E não apenas porque carece de sentido e razoabilidade em diversos momentos (tá, é o 'estilo' da série ser assim viajada e descompromissada), mas porque até no nível técnico são abundantes os deslizes (tipo a continuidade a cena, com objetos do cenário revelando uma montagem mal feita).
Mas o pior dos piores é que já na primeira temporada começa a rolar aquela marota cozinhada em banho-maria pra fazer a história render mais. Algo que piora terrivelmente na segunda temporada, com tantas idas e vindas, tantos momentos 'quase', que fica difícil assistir com qualquer expectativa para além do passatempo.
Ainda assim, aqui vamos nós para a terceira temporada... E por quê? Porque Chuck e Sarah carregam o rolê todo com sua simpatia e seu eterno relacionamento que vai mas não vai (e porque a nostalgia impera, claro).
Ah, como é bom encontrar um anime honesto (sem fillers marotos) e competente (entrega a emoção e o entretenimento prometidos)! Apenas 12 episódios, mas simplesmente viciantes.
O interesse começa pelo enredo, que mistura policial com uma pegada emotiva - esse lance de voltar a ser criança e 'reescrever' tua vida. E cresce conforme os fatos vão se emaranhando num clima de suspense e, de novo, sem deixar de lado uma parte mais nostálgica e até romântica - é muito bonitinho, e, ao mesmo tempo, doloroso, ver todo o arco da Kayo (e, cara, que aperto que dá no coração
conforme ela vai sendo abusada, ficando em perigo, ou mesmo morrendo
).
Aliás, o anime constrói uma atmosfera muito bacana com aquele clima sempre de inverno, com muita neve e ruas escuras, uma adição legal ao enredo em si, que é puxado pro pesado e pro tenso.
Como quase toda história policial, dá para argumentar que existem algumas obviedades no roteiro. Entretanto, tem também uma boa sequência de plot twists, o que garante o engajamento do espectador, mesmo que seja só na filosofia do 'vamos ver como é que tudo isso vai se encaixar no final'.
E a cereja do bolo, creio eu, é que o anime entrega, noutro plot twist, uma breve história de amor, que
nos decepciona por não ser com a Kayo (que fura olho o Hiromi, hein!), mas ao mesmo tempo nos recompensa com o reencontro com a Airi bem no finalzinho.
E quanto à produção em si, com personagens, trilha sonora, arte e diálogos, é bastante agradável, não exigindo nenhum esforço de adaptação (sabe quando você começa um anime e a cada cena você fica meio que pensando em como aquilo tudo tá diferente do que 'normal'? Aqui isso não rola, o que é ótimo para os apreciadores mais tradicionalistas).
Enfim, um anime divertido, envolvente e recompensador, do tipo que vale maratonar.
Anime que repete a fórmula clássica do gênero, mas inova por explorar o sentimento nostálgico da galera gamer nascida nos anos 1980-90, e nesse detalhe nostálgico acaba sendo bem recompensador.
Então você encontra aqui um protagonista mergulhado num triângulo amoroso, mas bobo de tudo e cego até dizer chega quanto às oportunidades românticas que está perdendo. O triângulo rende piadas e muitos momentos 'agora-a-coisa-vai-só-que-não', o que gera na gente aquele sentimento típico dos animes de comédia romântica / slice of life: uma mistura de frustração pelo que não rola e expectativa pelo que pode rolar.
O ápice dessa frustração / expectativa são os episódios finais, quando
chega-se ao cúmulo do casalzinho dormir junto (!) e a guria ficar mordendo (!!!) o moleque, que só pensa no campeonato do dia seguinte
.
Enfim, nada que a gente não encontre em tantos outros animes.
O diferencial fica pela ambientação noventista / casas de fliperama, quando os games se popularizaram e plantaram a sementinha que iria dar no que deu hoje. E muito bacana que o anime tenha conseguido licenciar os grandes games, podendo fazer referências a rodo - o anime seria outro caso não tivéssemos o Guile como consciência do protagonista.
A arte em si é um pouco frustrante às vezes, com um visual computadorizado demais. E os personagens geram certa irritação - não tanto a Hidaka, que acaba sendo a mais realista e menos estereotipada, mas principalmente o Haruo e a Akira, forçadamente planificados para fazer a trama cozinhar em banho-maria.
Porém, ainda assim, os episódios fluem bem e é um barato maratonar a série.
Méritos também para a jornada temporal da história, se passando ao longo dos anos, acompanhando não só o desenvolvimento da indústria gamer mas também o crescimento dos personagens.
Ah, e bônus pela sutil oscilação do anime entre uma pegada mais adulta (afinal, para curtir a nostalgia supõe-se um público mais velho), com algumas piadas e sugestões para maiores de 18, e uma pegada bem teen e inocente, que rende momentos fofos e ingenuamente emotivos.
Certamente uma boa pedida para os órfãos de fliperamas e que curtem animes de comédia romântica raiz.
PS: a Akira devia voltar no psiquiatra e trocar os antidepressivos, porque ô guria problemática, hein.
Anime que repete a fórmula clássica do gênero, mas inova por explorar o sentimento nostálgico da galera gamer nascida nos anos 1980-90, e nesse detalhe nostálgico acaba sendo bem recompensador.
Então você encontra aqui um protagonista mergulhado num triângulo amoroso, mas bobo de tudo e cego até dizer chega quanto às oportunidades românticas que está perdendo. O triângulo rende piadas e muitos momentos 'agora-a-coisa-vai-só-que-não', o que gera na gente aquele sentimento típico dos animes de comédia romântica / slice of life: uma mistura de frustração pelo que não rola e expectativa pelo que pode rolar.
O ápice dessa frustração / expectativa são os episódios finais, quando
chega-se ao cúmulo do casalzinho dormir junto (!) e a guria ficar mordendo (!!!) o moleque, que só pensa no campeonato do dia seguinte
.
Enfim, nada que a gente não encontre em tantos outros animes.
O diferencial fica pela ambientação noventista / casas de fliperama, quando os games se popularizaram e plantaram a sementinha que iria dar no que deu hoje. E muito bacana que o anime tenha conseguido licenciar os grandes games, podendo fazer referências a rodo - o anime seria outro caso não tivéssemos o Guile como consciência do protagonista.
A arte em si é um pouco frustrante às vezes, com um visual computadorizado demais. E os personagens geram certa irritação - não tanto a Hidaka, que acaba sendo a mais realista e menos estereotipada, mas principalmente o Haruo e a Akira, forçadamente planificados para fazer a trama cozinhar em banho-maria.
Porém, ainda assim, os episódios fluem bem e é um barato maratonar a série.
Méritos também para a jornada temporal da história, se passando ao longo dos anos, acompanhando não só o desenvolvimento da indústria gamer mas também o crescimento dos personagens.
Ah, e bônus pela sutil oscilação do anime entre uma pegada mais adulta (afinal, para curtir a nostalgia supõe-se um público mais velho), com algumas piadas e sugestões para maiores de 18, e uma pegada bem teen e inocente, que rende momentos fofos e ingenuamente emotivos.
Certamente uma boa pedida para os órfãos de fliperamas e que curtem animes de comédia romântica raiz.
PS: a Akira devia voltar no psiquiatra e trocar os antidepressivos, porque ô guria problemática, hein.
Num cenário em que a apelação por audiência é enorme, e por consequência a criatividade diminui (a tentação de repetir as velhas e bem-sucedidas fórmulas), a primeira temporada de 'Boneca Russa' consegue surpreender. E o melhor: consegue fechar bem sua proposta (isto é, se você assistir somente a primeira temporada se sentirá plenamente satisfeito com o arco narrativo).
É muito louvável ainda a progressão da trama, mesmo que ela funcione na base do repeteco vivido pela protagonista. Cada 'renascimento' tem seu toque particular, seu ritmo diferente, e a série vai transitando suavemente pelos gêneros (algo de humor, um pouco de aventura, um tanto de mistério, e uma surpreendente pegada de suspense). E esse trânsito não é fortuito, mas plenamente encaixado na história - do tipo começar com a protagonista gozando aquilo tudo enquanto percebe, aos poucos, que o caos se aproxima.
E como toda boa história de looping temporal, dá aquela sacudida em nossas cacholas pensando nos vários desdobramentos possíveis da situação (aquela gostosa provocação filosófica de pensarmos 'e se isso acontecesse comigo?')
Enfim, como um sujeito que não curte séries, preciso dizer que essa me cativou (e, repito, méritos por ser uma série honesta que não termina deixando mil e uma pontas soltas na tentativa de garantir que seu espectador ficará à espera de novas temporadas).
Ah, e bônus para a ótima personagem da Natasha Lyonne: da roupa à voz rouca, transmite uma sensação de espontaneidade tão grande que dá até para acreditar que a atriz é exatamente daquele jeito na vida real.
Anime que vale pela mensagem que tenta trabalhar, mas que resvala numa animação visualmente simplista (algo desapontador num anime que trata justamente da riqueza da arte...).
Então é sim bacana o princípio de discussão sobre vocação, também a quase crítica ao ambiente sufocante do 'vestibular' japonês, e é especialmente bacana o drama do protagonista na sua busca de autoconfiança (a difícil tarefa de encontrar a si mesmo quando o mundo a sua volta espera de você, ainda adolescente, uma resposta pronta e definitiva para o resto da tua vida).
E acho que vale reforçar também como ponto positivo que o anime se mantém 'sério' do início ao fim, sem as piadas clássica/clichês de animes, e sem as fáceis enrolações de enredo baseadas em paixonites e afins.
Contudo, decepciona que um anime tão intimista, e tão próximo das discussões do que é a arte (especialmente a arte visual), seja tão careta na sua realização. Isso contribui para que a mensagem passada seja um tanto fria, perca em drama e eficácia (a diferença entre sentir a mensagem e meramente compreendê-la).
Enfim, acaba não sendo lá muito marcante. No máximo, dá o comichão para conferir o manga, na esperança de que na obra original a coisa tenha sido melhor trabalhada.
Algumas obras acabam excedendo (intencionalmente ou não) seu público original, daí, talvez, poderem ser levadas a um patamar um pouco superior do que o inicialmente pretendido (não exatamente uma obra-prima, não exatamente uma obra cult, mas muito possivelmente uma daquelas pérolas perdidas no meio de tantas obras sem sal).
E esse parece ser o caso de Karakai, que começa como um shonen bobinho com uma fórmula repetida, mas termina como um grande afago à pré-adolescência apaixonada que acompanha qualquer marmanjo, mesmo quando já bem distante daquela inocência toda.
Então é praticamente impossível você assistir a série (mesmo que só a segunda temporada) sem ser vitimado por uma intensa sucessão de sorrisos enternecidos (sabe, aquele sorriso que reage à fofura e à meiguice, mas também àquela dorzinha nostálgica de saber que o testemunhado terá um inevitável fim [não perturba tentar imaginar o que será do casalzinho quando a maturidade e toda sua malícia chegar?]).
Aliás, conforme os episódios vão chegando ao fim, são muito boas as cenas e diálogos com duplo sentido, brincando com a ideia de uma maturidade que vem chegando tanto para o bem quanto para o presumível mal (isto é, um mundo onde a vermelhidão deixa de ser engraçada e disso decorre todo um rolê mais complicado...). Duplo sentido que talvez role também na cena final, quando
Nishikata finalmente pega na mão de Takagi, justificando os degraus escorregadios e o medo de se separar dela, e então a imagem mostra a longa escadaria pela montanha que os dois teriam que percorrer juntos... intencional ou não, dá uma breve poesia isso aí, mano
.
No mais, vale destacar que também é visualmente muito agradável, inspirando capricho sem resvalar para aquela sensação de animação escrachadamente digitalizada.
Anime bobinho talvez, certamente mais infantil do que adulto, mas com um potencial tremendo de nostalgicamente chacoalhar muito marmanjo por aí.
Descobri o anime numa madrugada alcoólica e melancólica, enquanto tentava encontrar um digestivo mental para fazer rodar suave a passagem das horas, e Komi Can't Communicate não poderia ter sido mais eficiente.
Tirando a bad vibe da descoberta, o anime em si é realmente recompensador, pelo menos para nós que gostamos de animes de comédia romântica à moda antiga.
E quando falo 'à moda antiga' estou me referindo a todos aqueles adoráveis clichês em comédias românticas escolares: a timidez pululando aqui e ali, os colegas de classe mais loucos e excêntricos possíveis, o momento das férias de verão, o momento do festival (com direito a yukata, é claro), e, evidentemente, aquela tensão no ar de episódio a episódio do tipo 'cara, quando é que esse casalzinho vai sair desse banho-maria?'
Os clichês são tantos e tão redondinhos que faz pensar que estamos assistindo mais uma homenagem a animes anos 90 e menos uma cópia barata dos chavões do gênero.
De todo modo, além dos clichês funcionarem bem, o anime tem ainda dois pontos positivos:
1) quase, por pouco mesmo, conseguiu evitar completamente a sexualização que animes com garotas em traje escolar via de regra fazem abundar apelativa e machistamente. Apesar de ter sim alguns estereótipos para agradar os hentai de plantão, é bem suave (por exemplo, não tem a cena clássica do protagonista vendo acidentalmente a mocinha de calcinha ou coisa do tipo).
2) apesar de não ser a mensagem mais profunda, humana e inclusiva, consegue abordar a questão da ansiedade social até que bem. São diversas dificuldades ilustradas ali que provocam identificação em quem também sofre do mal e, com sorte, provocarão a empatia de quem acha que tudo não passa de 'frescura' ou de um caso de pessoa 'metida e mal-humorada'.
E ponto positivo bônus por trazer um personagem nem masculino nem feminino e usando da linguagem inclusiva toda vez que ele aparece em cena (os conservadores piram).
De ponto negativo, friso os episódios, que são construídos como vários micro-episódios dentro de um só (depois a gente acostuma, mas de início fica meio estranho, pelo menos pros otakus de mais idade acostumados com narrativas mais lentas e regulares).
No mais, é assistir e curtir a leveza irreverente de uma boa comédia romântica.
Enquanto peça de entretenimento, indubitavelmente funciona. Daquele tipo que dá para maratonar tranquilo em um dia ou dois.
Não só os episódios progridem bem, e se encaixam bem, como a trajetória da personagem é envolvente - a fórmula velha, mas sempre apaixonante, dos protagonistas problemáticos em busca de salvação/redenção.
E bônus para a capacidade da série em despertar curiosidade pelo xadrez, que é um universo do qual muitas pessoas mal têm intimidade.
Porém, a série tem um subtexto meio problemático onde parece pesar a mão da direção e do autor (ambas mãos masculinas).
Quer dizer, não obstante seja uma história em que uma mulher se insere num universo masculino para choque e espanto dos machos de plantão, essa mesma mulher não consegue dar o passo adiante - isto é, continua girando em torno dos valores masculinos, vide sua sexualização intensa (inclusive no seu olhar durante as partidas, que parece ter atendido muito mais a uma demanda sexualizada do que intimidadora ou coisa do tipo).
E essa limitação parece ser não uma opção do roteiro (tipo um reflexo da época e tal), e sim uma limitação de visão mesmo - o comentário do colega abaixo falando sobre a Beth ser uma 'bait' é preciso e muito justo.
Aí, o que prometia ser uma figura feminina forte e independente, acaba girando em torno de estereótipos como a nerd/geek sexy, ou, se muito, uma cópia barata de femme fatale.
Essa pequena contradição (texto: vencer no mundo masculino x subtexto: continuar sendo vendida como uma peça para se admirar) me incomodou bastante, a certa altura me deixando até confuso sobre sentir ou não empatia pela personagem.
De todo modo, repito: um bom entretenimento e vale a pena assistir.
Para os fãs de Batman (pelo menos a galera mais light que não se bate em razão de detalhes dados em HQs e afins), é uma série bacana.
Os episódios conseguem atingir um bom equilíbrio entre, dum lado, mostrar como as coisas/personagens surgiram e, de outro lado, fazer a trama se encaminhar naturalmente num ritmo de aventura e ação.
Sem contar que o clima policial-mafioso-investigativo deixa tudo mais interessante e dinâmico (a dobradinha Falcone e Maroni está ótima).
Contudo, nem tudo são flores. A série, pelo menos nessa primeira temporada, tem uns marcadores bem evidentes de uma produção meia-boca. A gente identifica isso por uns efeitos especiais duvidáveis (tipo os disparos das armas), algumas atuações caricatas (o Ben McKenzie tem umas expressões muito exageradas), além de um roteiro cheio de forçações de barra (no estilo filme policial B dos anos 90
Tipo um 'American Pie', só que um pouco mais light, com o delicioso sotaque inglês, com pitadas precisas de humor tipicamente britânico, e mais 'nerd' - no sentido de caras esquisitos.
E por isso é claro que a série dá certo (leia-se, te faz rir).
O problema da série é que ela, superados os primeiros episódios, não entrega nada de novo. Tirando as piadas e as situações, os personagens não progridem e quase não temos a sensação de tempo passando.
O maior exemplo do resultado negativo da falta de progressão foi o episódio final, que acaba sem acabar - sem resolução de nada, sem promessa de nada, sem clímax algum.
Ok, enquanto humor a série é quase que garantidíssima; porém, tivesse ido além das piadas e investido nos personagens, seria muito boa. Só para ter uma noção, e voltando a 'American Pie', o filme consegue juntar o humor com o desenvolvimento dos personagens, dando até uma nostalgiazinha no último filme da saga; 'Inbetweeners' tinha tudo para entregar isso e até mais... só que não. O que é uma pena.
A história não impressiona muito, pois não é dado nenhuma ênfase no seu absurdo (um caderno que 'mata' ao ter o nome das pessoas escrito ali). E os fatos iniciais, que apresentam as bases da trama e seus personagens, acontecem tão rápido, que a gente fica com a sensação de que o anime não está sabendo valorizar a sua história. Contudo, logo entendemos do que é que todo o enredo vai se tratar: um jogo de gato e rato entre o protagonista e seu antagonista. E se você curtir esse tipo de dinâmica narrativa, vai curtir pacas o anime e perdoar as eventuais falhas.
Contudo, é preciso admitir que essa dinâmica não agrada a todos. E é preciso admitir que a certa altura ela pode se tornar meio cansativa (plot twist é bom e a gente gosta, mas quando eles acontecem na base de um [ou dois!] por episódio, bem, aí pode ser um pouco exagerado). Entretanto, insisto: se você gosta de uma narrativa no estilo policial e com toques de suspense, assista e seja feliz.
O problema do anime (e que por isso acredito que não vale as cinco estrelas) é que ele é muito raso quando sai da trama principal. Isto é, pouco temos o desenvolvimento do protagonista (Light) e seu antagonista (L). Fossem eles mais bem trabalhados, o desfecho de cada um seria bem mais dramático (do jeito que foi, os desfechos ficaram apenas um outro acontecimento numa trama cheia deles). E isso vale também para os personagens secundários, que são todos bem rasos.
Assim, tirando a 'inovação' de ser um anime cujo protagonista é meio que vilão, de resto, o anime é bem basicão e nada inédito ou sofisticado.
No mais, na 'moral' da história, também é preciso reconhecer certo mérito. O poder do caderno é praticamente um medidor da índole do seu dono, daí o poder do anime em nos deixar pensando algumas possibilidades (a mais evidente: e se eu tivesse esse caderno?). Entretanto, de novo: o anime não aprofunda muito esse dilema moral e faz os personagens ou serem totalmente vilões ou totalmente mocinhos.
Ah, e notável também o fato de não termos fillers e afins: a história segue uma linha do início ao final e em nenhum momento nos sentimos tapeados (talvez em um ou outro plot twist, mas nada demais). Nem mesmo a inserção da Misa, que tinha tudo para engendrar ceninhas bobas e sexualizadas, tirou a história do seu prumo.
Enfim, um anime que acredito que vale sim assistir se você curtir a pegada 'duelo de inteligências' entre um mocinho e um bandido. E depois de assistir torna-se bastante compreensível todo o auê que recebeu na época e que recebe até hoje. Pena, porém, que se focou tanto na aventura e no suspense da história que pouca atenção deu ao drama latente.
Deixando a nostalgia de lado (assisti pela primeira vez lá nos meus saudosos 14 anos...), o fato é que é um baita anime. E vamos aos motivos.
Primeiro, pelo enredo. Toda a viagem sobre Anjos e Segundo (e Terceiro) impacto trazem à tona algumas questões bastante interessantes sobre religião e filosofia, mas misturadas com um bom tanto de questões psicológicas. São as questões mais profundas, mais bem resolvidas, mais bem exploradas? Não. Mas estamos falando de um anime, gênero audiovisual voltado enormemente para o público infanto-juvenil, e que aqui ousou pacas trazendo pra dançar essas questões todas - e de um modo razoavelmente adulto e complexo.
Segundo, pelos personagens. Depois de apresentados, todos ficam meio que em suspenso, dando na gente aquela curiosidadezinha do tipo 'qual é o rolê desse moleque deprimido?'. E o anime consegue, pelo menos até certo ponto, ir aprofundando os personagens e encaixando esse aprofundamento na trama geral. De novo: é a mais exemplar construção/demonstração dos personagens? Não. Mas estamos falando de um anime, e ficou melhor que muito filme (inclusive filmes atuais...).
Terceiro, pela narrativa. É muito brochante assistir um anime com uma temática super densa e aí, de repente, você nota as velhas marotezas dos animes: fillers, parezinhos românticos forçados, e muitas tiradas cômicas forçadíssimas. Evangelion consegue desviar bastante bem disso tudo. Tem, é claro, a sexualização da Rei e da Asuka (que, lembremos, têm só 14 anos, ok?). Mas ainda assim evita os clichês dos animes um-cara-e-muitas-garotas-bonitas-a-sua-volta. Aliás, o próprio anime parece brincar com esse clichê ao final. E vale mencionar o clima da narrativa, transitando bem entre ação, policial e drama (e tudo envolto em ficção científica, claro).
O anime entregou diversos mistérios e eles vieram crescendo a cada episódio; só que aí, ali pelo episódio 20, que é quando os mistérios deveriam começar a ser solucionados, tudo complicou ainda mais... O final, meio que sem saída, só pôde entregar um 'fim' pra valer, que era o lance psicológico - e nos deixou a deriva sobre todo o resto.
E é preciso admitir: o desfecho é tão complicado, que para entender não é fácil não. E aí a impressão que fica é que ou a história se perde um pouco (eu voto nessa), ou então algo se perdeu na tradução e os japoneses conseguem sacar a coisa bem melhor do que a gente (tipo 'isso faz bem mais sentido quando dito em japonês').
Mas, cara, assista. Vale a pena.
E ficam aqui os agradecimentos à Netflix (um abraço do tamanho de um Eva para o cara que decidiu trazer a série para o catálogo).
FMA é um anime meio controverso de ser analisado (pelo menos se você já passou dos 30 e procura histórias mais criativas e densas). Por um lado, é um bom anime; por outro lado, bem, acaba sendo só mais um anime qualquer...
Sua trama é bem interessante. E no início, quando vai sendo apresentada, ela traz elementos também interessantes e até bem pesados (alguns episódios chegam mesmo a causar desconforto). Além disso, a trama vai se apresentando como 'honesta' no sentido de que não é enrolada (sem fillers), progride linearmente (sem muitos flashbacks do passado ou coisa do tipo) e temos a impressão de que qualquer personagem pode morrer a qualquer momento (que é uma das melhores sensações que podemos ter em uma série, filme ou anime). E achei particularmente legal as breves tiradas cômicas no meio de cenas tensas (uma ousadia que nem os filmes tentam muito).
Somando aí as cenas com bastante violência e as temáticas bastante polêmicas que direta ou indiretamente aparecem em FMA (religião, política e genocídio, basicamente), o anime promete ser não apenas bom mas realmente distinto (o que dá esperanças para um público mais adulto que espera um anime também mais adulto).
Contudo, é evidente a mudança de ritmo a uma certa altura. E aí que começa a ter um pouco de enrolação, muitos flashbacks e a certeza de que tem uma galera ali que não morre mais não - pior, você começa até a pensar que aqueles que já morreram irão milagrosamente retornar. Enfim, o anime fica bastante padrão e genérico (ação + sangue + tá-tudo-ferrado-mas-aí-aparece-um-salvador-de-última-hora), deixando para trás até o seu eixo de questões polêmicas e elementos pesados.
O carisma dos personagens ajuda a segurar as pontas. E as cenas de ação, principalmente as lutas, são bem feitas e caprichadas (com golpes claros e não com a malandragem de fazer uns risquinhos sugerindo que os golpes são rápidos demais para serem vistos).
Porém, isso tudo fica como cobertura, enquanto que a base dá a inevitável sensação de que o anime vai ficando genérico e padrão. A coisa chega a tal ponto que temos um episódio feito TOTALMENTE de flashback do que já rolou na série (sério isso, cara?). Pior: temos até uma súbita sensualização da Winry, algo que explode numa cena desnecessária dela na banheira...
E indo até o final, a sensação de que estamos assistindo a um anime genérico e padrão se confirma. Pois em diversos momentos o anime chega à porta de se tornar um anime fodástico e adulto, só que não entra e prefere o caminho super batido de tantos outros animes. A mais básica das portas recusadas por FMA é aquela em que coisas ruins acontecem e ficam sem conserto mesmo porque a vida é assim e ponto final.
De todo modo, assistir FMA é bacana, é divertido, e é sim um tanto recompensador. Apesar de genérico e padrão, é um genérico e padrão muito bem feitinho.
Contudo, se você assim como eu já passou dos 30 e procura enredos mais maduros e menos batidos, FMA muito provavelmente vai te deixar com a sensação de que foi enganado: prometia ser algo 'adulto', mas foi ficando cada vez mais genérico e padrão.
Fico feliz que tenham cancelado. Caso contrário, provavelmente veríamos a série perder sua identidade conforme as temporadas viessem vindo e fosse preciso e$plorar a continuidade do jeito que desse. Do jeito que foi, com uma temporada única, pelo menos a gente fica com o espírito inicial da série.. e ele é tão bom, que 18 episódios são um prato cheio para nosso deleite.
O que mais curti é o tom genuíno de comédia dramática. Apesar de arrancar de nós alguns risos, a todo instante somos fisgados pelos dramas inescapáveis dos personagens, e aí que a adolescente com dúvidas sobre que rumo tomar na vida, ou o cara drogado, não são meras válvulas de escape para um riso fácil - isso que existe em trocentas séries por aí. Ao contrário, são personagens que realmente cativam nossa empatia, se desenvolvem dentro dos seus dramas, e nos deixam um pouco sensíveis, tipo imaginando as consequências das escolhas que fazem e dos destinos que receberam.
Não é uma série perfeita, e me pareceu pecar um pouco na continuidade entre os episódios. Mas a música, o visual, os atores, as participações externas - algumas figurinhas que hoje são bem batidas -, os diálogos, os personagens secundários, puxa, são detalhezinhos realmente ótimos. E a variedade de personagens centrais, mesmo que desenvolvidos desigualmente, torna fácil encontrar pelo menos um com quem a gente se identifique mais.
Bom enquanto durou, e talvez não tivesse sido tão bom caso tivesse durado mais.
E só digo mais uma coisa... "I don't give a damn 'bout my reputation!"
Já estou com quase 30 anos, não assisti muitos animes nessa vida louca, mas acho que assisti os clássicos elementares.
E é com essa 'experiência' que digo, para minha própria decepção, que Knights of Sidonia poderia ter sido um ótimo anime mas se contentou em ser apenas bom (ou quase bom, a depender do seu humor e paciência).
Seu começo é muito legal e empolgante. A raça humana à deriva no espaço, criaturas misteriosas e com motivação desconhecida, adolescentes que pilotam grandes robôs... Dá ares de um repeteco malandro dum Evangelion da vida, mas ainda assim convence e agrada. Mérito em particular para alguns detalhes da história, como a arquitetura da nave ou então o lance dos humanos agora realizarem fotossíntese.
As batalhas também são bem legais! A movimentação de ataque, defesa e esquiva ficaram bem feitos (é desanimador quando o anime não mostra a movimentação das lutas, ou então o faz mal e porcamente). O problema é que colocaram o capricho nas lutas mas parecem ter poupado no design dos personagens e robôs, que são absolutamente parecidos. Parece que usaram aquelas ferramentas randômicas de criar personagens: mantem os olhos aqui, mas muda o cabelo; no próximo, mantêm olhos e cabelo, mas muda o formato do rosto... e por aí vai.
Mas o grande problema do anime, seu grande ponto de fracasso em ser um ótimo (e não apenas bom) anime de ficção científica, foi na passagem para a segunda temporada.
O anime começou dando a entender que seria mais 'adulto'. Crueldade, brutalidade, cenas gore, e uma trama cheia de mistérios e pré-explicações que davam a entender altas revelações duma história cheia de complexidades filosóficas. Parecia, enfim, que Knights of Sidonia seria um anime com personalidade e distinção.
Mas aí aconteceu a segunda temporada. E tudo de comercial, comum e clichê que um anime pode ter, aconteceu! Cenas semi-hentai, triângulos amorosos, comédia romântica, e fillers, muitos fillers. Aí que enquanto coisas muito interessantes aconteciam, os episódios passaram a se focar não nessas coisas mas em fazer o protagonista pegar um peito aqui, ver um nude ali, ou dar de cara numa bunda acolá. Até mesmo o romance que surge ficou parecendo uma grande enrolação para não ter que explicar as coisas relevantes - talvez uma tentativa de pescar o espectador para a terceira temporada, não sei.
Simplificando: a primeira temporada prometeu mas a segunda deu pra trás vergonhosamente.
Vale assistir para quem é entusiasta de ficção científica e robôs. Entretanto, está longe de ser um anime que agrada quem quer uma história com mais conteúdo, originalidade, e menos comédia romântica do tipo 'o harém do protagonista', principalmente em sua passagem para segunda temporada.
A primeira temporada é demais, mesmo. É tudo isso que o pessoal falou aí embaixo. Mistura com perfeição ação, comédia e romance. Mas depois...
Em algum lugar das temporadas seguintes a série é inundada de clichês e forçações de barra. A tônica da série muda e os personagens são quase reinventados.
Enfim, se não fosse pela decadente sequência, a série seria minha favorita.
Chuck (2ª Temporada)
4.3 78 Assista AgoraAh, nostalgia, sua sacana! É em tanta fria em que você nos mete...
Como muitos aqui, assisti 'Chuck' no SBT, numa época dourada em que a vida se resumia a aulas e paixonites impossíveis (Sarah incluso, claro). E a série era o máximo. A mistura perfeita entre ação, comédia e romance.
Então por que não reassistir hoje em dia, certo?
Bem... por mais que doa dizer, é uma série com muitas limitações (especialmente notáveis quando você maratona os episódios). E não apenas porque carece de sentido e razoabilidade em diversos momentos (tá, é o 'estilo' da série ser assim viajada e descompromissada), mas porque até no nível técnico são abundantes os deslizes (tipo a continuidade a cena, com objetos do cenário revelando uma montagem mal feita).
Mas o pior dos piores é que já na primeira temporada começa a rolar aquela marota cozinhada em banho-maria pra fazer a história render mais. Algo que piora terrivelmente na segunda temporada, com tantas idas e vindas, tantos momentos 'quase', que fica difícil assistir com qualquer expectativa para além do passatempo.
Ainda assim, aqui vamos nós para a terceira temporada... E por quê? Porque Chuck e Sarah carregam o rolê todo com sua simpatia e seu eterno relacionamento que vai mas não vai (e porque a nostalgia impera, claro).
Chuck (1ª Temporada)
4.3 171Ah, nostalgia, sua sacana! É em tanta fria em que você nos mete...
Como muitos aqui, assisti 'Chuck' no SBT, numa época dourada em que a vida se resumia a aulas e paixonites impossíveis (Sarah incluso, claro). E a série era o máximo. A mistura perfeita entre ação, comédia e romance.
Então por que não reassistir hoje em dia, certo?
Bem... por mais que doa dizer, é uma série com muitas limitações (especialmente notáveis quando você maratona os episódios). E não apenas porque carece de sentido e razoabilidade em diversos momentos (tá, é o 'estilo' da série ser assim viajada e descompromissada), mas porque até no nível técnico são abundantes os deslizes (tipo a continuidade a cena, com objetos do cenário revelando uma montagem mal feita).
Mas o pior dos piores é que já na primeira temporada começa a rolar aquela marota cozinhada em banho-maria pra fazer a história render mais. Algo que piora terrivelmente na segunda temporada, com tantas idas e vindas, tantos momentos 'quase', que fica difícil assistir com qualquer expectativa para além do passatempo.
Ainda assim, aqui vamos nós para a terceira temporada... E por quê? Porque Chuck e Sarah carregam o rolê todo com sua simpatia e seu eterno relacionamento que vai mas não vai (e porque a nostalgia impera, claro).
Boku Dake ga Inai Machi
4.5 203Ah, como é bom encontrar um anime honesto (sem fillers marotos) e competente (entrega a emoção e o entretenimento prometidos)! Apenas 12 episódios, mas simplesmente viciantes.
O interesse começa pelo enredo, que mistura policial com uma pegada emotiva - esse lance de voltar a ser criança e 'reescrever' tua vida. E cresce conforme os fatos vão se emaranhando num clima de suspense e, de novo, sem deixar de lado uma parte mais nostálgica e até romântica - é muito bonitinho, e, ao mesmo tempo, doloroso, ver todo o arco da Kayo (e, cara, que aperto que dá no coração
conforme ela vai sendo abusada, ficando em perigo, ou mesmo morrendo
Aliás, o anime constrói uma atmosfera muito bacana com aquele clima sempre de inverno, com muita neve e ruas escuras, uma adição legal ao enredo em si, que é puxado pro pesado e pro tenso.
Como quase toda história policial, dá para argumentar que existem algumas obviedades no roteiro. Entretanto, tem também uma boa sequência de plot twists, o que garante o engajamento do espectador, mesmo que seja só na filosofia do 'vamos ver como é que tudo isso vai se encaixar no final'.
E a cereja do bolo, creio eu, é que o anime entrega, noutro plot twist, uma breve história de amor, que
nos decepciona por não ser com a Kayo (que fura olho o Hiromi, hein!), mas ao mesmo tempo nos recompensa com o reencontro com a Airi bem no finalzinho.
E quanto à produção em si, com personagens, trilha sonora, arte e diálogos, é bastante agradável, não exigindo nenhum esforço de adaptação (sabe quando você começa um anime e a cada cena você fica meio que pensando em como aquilo tudo tá diferente do que 'normal'? Aqui isso não rola, o que é ótimo para os apreciadores mais tradicionalistas).
Enfim, um anime divertido, envolvente e recompensador, do tipo que vale maratonar.
Hi Score Girl (2ª Temporada)
4.2 16Anime que repete a fórmula clássica do gênero, mas inova por explorar o sentimento nostálgico da galera gamer nascida nos anos 1980-90, e nesse detalhe nostálgico acaba sendo bem recompensador.
Então você encontra aqui um protagonista mergulhado num triângulo amoroso, mas bobo de tudo e cego até dizer chega quanto às oportunidades românticas que está perdendo. O triângulo rende piadas e muitos momentos 'agora-a-coisa-vai-só-que-não', o que gera na gente aquele sentimento típico dos animes de comédia romântica / slice of life: uma mistura de frustração pelo que não rola e expectativa pelo que pode rolar.
O ápice dessa frustração / expectativa são os episódios finais, quando
chega-se ao cúmulo do casalzinho dormir junto (!) e a guria ficar mordendo (!!!) o moleque, que só pensa no campeonato do dia seguinte
Enfim, nada que a gente não encontre em tantos outros animes.
O diferencial fica pela ambientação noventista / casas de fliperama, quando os games se popularizaram e plantaram a sementinha que iria dar no que deu hoje. E muito bacana que o anime tenha conseguido licenciar os grandes games, podendo fazer referências a rodo - o anime seria outro caso não tivéssemos o Guile como consciência do protagonista.
A arte em si é um pouco frustrante às vezes, com um visual computadorizado demais. E os personagens geram certa irritação - não tanto a Hidaka, que acaba sendo a mais realista e menos estereotipada, mas principalmente o Haruo e a Akira, forçadamente planificados para fazer a trama cozinhar em banho-maria.
Porém, ainda assim, os episódios fluem bem e é um barato maratonar a série.
Méritos também para a jornada temporal da história, se passando ao longo dos anos, acompanhando não só o desenvolvimento da indústria gamer mas também o crescimento dos personagens.
Ah, e bônus pela sutil oscilação do anime entre uma pegada mais adulta (afinal, para curtir a nostalgia supõe-se um público mais velho), com algumas piadas e sugestões para maiores de 18, e uma pegada bem teen e inocente, que rende momentos fofos e ingenuamente emotivos.
Certamente uma boa pedida para os órfãos de fliperamas e que curtem animes de comédia romântica raiz.
PS: a Akira devia voltar no psiquiatra e trocar os antidepressivos, porque ô guria problemática, hein.
Hi Score Girl (1ª Temporada)
4.2 47 Assista AgoraAnime que repete a fórmula clássica do gênero, mas inova por explorar o sentimento nostálgico da galera gamer nascida nos anos 1980-90, e nesse detalhe nostálgico acaba sendo bem recompensador.
Então você encontra aqui um protagonista mergulhado num triângulo amoroso, mas bobo de tudo e cego até dizer chega quanto às oportunidades românticas que está perdendo. O triângulo rende piadas e muitos momentos 'agora-a-coisa-vai-só-que-não', o que gera na gente aquele sentimento típico dos animes de comédia romântica / slice of life: uma mistura de frustração pelo que não rola e expectativa pelo que pode rolar.
O ápice dessa frustração / expectativa são os episódios finais, quando
chega-se ao cúmulo do casalzinho dormir junto (!) e a guria ficar mordendo (!!!) o moleque, que só pensa no campeonato do dia seguinte
Enfim, nada que a gente não encontre em tantos outros animes.
O diferencial fica pela ambientação noventista / casas de fliperama, quando os games se popularizaram e plantaram a sementinha que iria dar no que deu hoje. E muito bacana que o anime tenha conseguido licenciar os grandes games, podendo fazer referências a rodo - o anime seria outro caso não tivéssemos o Guile como consciência do protagonista.
A arte em si é um pouco frustrante às vezes, com um visual computadorizado demais. E os personagens geram certa irritação - não tanto a Hidaka, que acaba sendo a mais realista e menos estereotipada, mas principalmente o Haruo e a Akira, forçadamente planificados para fazer a trama cozinhar em banho-maria.
Porém, ainda assim, os episódios fluem bem e é um barato maratonar a série.
Méritos também para a jornada temporal da história, se passando ao longo dos anos, acompanhando não só o desenvolvimento da indústria gamer mas também o crescimento dos personagens.
Ah, e bônus pela sutil oscilação do anime entre uma pegada mais adulta (afinal, para curtir a nostalgia supõe-se um público mais velho), com algumas piadas e sugestões para maiores de 18, e uma pegada bem teen e inocente, que rende momentos fofos e ingenuamente emotivos.
Certamente uma boa pedida para os órfãos de fliperamas e que curtem animes de comédia romântica raiz.
PS: a Akira devia voltar no psiquiatra e trocar os antidepressivos, porque ô guria problemática, hein.
Boneca Russa (1ª Temporada)
4.0 398Num cenário em que a apelação por audiência é enorme, e por consequência a criatividade diminui (a tentação de repetir as velhas e bem-sucedidas fórmulas), a primeira temporada de 'Boneca Russa' consegue surpreender. E o melhor: consegue fechar bem sua proposta (isto é, se você assistir somente a primeira temporada se sentirá plenamente satisfeito com o arco narrativo).
É muito louvável ainda a progressão da trama, mesmo que ela funcione na base do repeteco vivido pela protagonista. Cada 'renascimento' tem seu toque particular, seu ritmo diferente, e a série vai transitando suavemente pelos gêneros (algo de humor, um pouco de aventura, um tanto de mistério, e uma surpreendente pegada de suspense). E esse trânsito não é fortuito, mas plenamente encaixado na história - do tipo começar com a protagonista gozando aquilo tudo enquanto percebe, aos poucos, que o caos se aproxima.
E como toda boa história de looping temporal, dá aquela sacudida em nossas cacholas pensando nos vários desdobramentos possíveis da situação (aquela gostosa provocação filosófica de pensarmos 'e se isso acontecesse comigo?')
Enfim, como um sujeito que não curte séries, preciso dizer que essa me cativou (e, repito, méritos por ser uma série honesta que não termina deixando mil e uma pontas soltas na tentativa de garantir que seu espectador ficará à espera de novas temporadas).
Ah, e bônus para a ótima personagem da Natasha Lyonne: da roupa à voz rouca, transmite uma sensação de espontaneidade tão grande que dá até para acreditar que a atriz é exatamente daquele jeito na vida real.
Blue Period
4.1 25Anime que vale pela mensagem que tenta trabalhar, mas que resvala numa animação visualmente simplista (algo desapontador num anime que trata justamente da riqueza da arte...).
Então é sim bacana o princípio de discussão sobre vocação, também a quase crítica ao ambiente sufocante do 'vestibular' japonês, e é especialmente bacana o drama do protagonista na sua busca de autoconfiança (a difícil tarefa de encontrar a si mesmo quando o mundo a sua volta espera de você, ainda adolescente, uma resposta pronta e definitiva para o resto da tua vida).
E acho que vale reforçar também como ponto positivo que o anime se mantém 'sério' do início ao fim, sem as piadas clássica/clichês de animes, e sem as fáceis enrolações de enredo baseadas em paixonites e afins.
Contudo, decepciona que um anime tão intimista, e tão próximo das discussões do que é a arte (especialmente a arte visual), seja tão careta na sua realização. Isso contribui para que a mensagem passada seja um tanto fria, perca em drama e eficácia (a diferença entre sentir a mensagem e meramente compreendê-la).
Enfim, acaba não sendo lá muito marcante. No máximo, dá o comichão para conferir o manga, na esperança de que na obra original a coisa tenha sido melhor trabalhada.
Karakai Jouzu no Takagi-san (2ª Temporada)
4.2 6Algumas obras acabam excedendo (intencionalmente ou não) seu público original, daí, talvez, poderem ser levadas a um patamar um pouco superior do que o inicialmente pretendido (não exatamente uma obra-prima, não exatamente uma obra cult, mas muito possivelmente uma daquelas pérolas perdidas no meio de tantas obras sem sal).
E esse parece ser o caso de Karakai, que começa como um shonen bobinho com uma fórmula repetida, mas termina como um grande afago à pré-adolescência apaixonada que acompanha qualquer marmanjo, mesmo quando já bem distante daquela inocência toda.
Então é praticamente impossível você assistir a série (mesmo que só a segunda temporada) sem ser vitimado por uma intensa sucessão de sorrisos enternecidos (sabe, aquele sorriso que reage à fofura e à meiguice, mas também àquela dorzinha nostálgica de saber que o testemunhado terá um inevitável fim [não perturba tentar imaginar o que será do casalzinho quando a maturidade e toda sua malícia chegar?]).
Aliás, conforme os episódios vão chegando ao fim, são muito boas as cenas e diálogos com duplo sentido, brincando com a ideia de uma maturidade que vem chegando tanto para o bem quanto para o presumível mal (isto é, um mundo onde a vermelhidão deixa de ser engraçada e disso decorre todo um rolê mais complicado...). Duplo sentido que talvez role também na cena final, quando
Nishikata finalmente pega na mão de Takagi, justificando os degraus escorregadios e o medo de se separar dela, e então a imagem mostra a longa escadaria pela montanha que os dois teriam que percorrer juntos... intencional ou não, dá uma breve poesia isso aí, mano
No mais, vale destacar que também é visualmente muito agradável, inspirando capricho sem resvalar para aquela sensação de animação escrachadamente digitalizada.
Anime bobinho talvez, certamente mais infantil do que adulto, mas com um potencial tremendo de nostalgicamente chacoalhar muito marmanjo por aí.
Komi Can't Communicate (1ª Temporada)
4.0 27Descobri o anime numa madrugada alcoólica e melancólica, enquanto tentava encontrar um digestivo mental para fazer rodar suave a passagem das horas, e Komi Can't Communicate não poderia ter sido mais eficiente.
Tirando a bad vibe da descoberta, o anime em si é realmente recompensador, pelo menos para nós que gostamos de animes de comédia romântica à moda antiga.
E quando falo 'à moda antiga' estou me referindo a todos aqueles adoráveis clichês em comédias românticas escolares: a timidez pululando aqui e ali, os colegas de classe mais loucos e excêntricos possíveis, o momento das férias de verão, o momento do festival (com direito a yukata, é claro), e, evidentemente, aquela tensão no ar de episódio a episódio do tipo 'cara, quando é que esse casalzinho vai sair desse banho-maria?'
Os clichês são tantos e tão redondinhos que faz pensar que estamos assistindo mais uma homenagem a animes anos 90 e menos uma cópia barata dos chavões do gênero.
De todo modo, além dos clichês funcionarem bem, o anime tem ainda dois pontos positivos:
1) quase, por pouco mesmo, conseguiu evitar completamente a sexualização que animes com garotas em traje escolar via de regra fazem abundar apelativa e machistamente. Apesar de ter sim alguns estereótipos para agradar os hentai de plantão, é bem suave (por exemplo, não tem a cena clássica do protagonista vendo acidentalmente a mocinha de calcinha ou coisa do tipo).
2) apesar de não ser a mensagem mais profunda, humana e inclusiva, consegue abordar a questão da ansiedade social até que bem. São diversas dificuldades ilustradas ali que provocam identificação em quem também sofre do mal e, com sorte, provocarão a empatia de quem acha que tudo não passa de 'frescura' ou de um caso de pessoa 'metida e mal-humorada'.
E ponto positivo bônus por trazer um personagem nem masculino nem feminino e usando da linguagem inclusiva toda vez que ele aparece em cena (os conservadores piram).
De ponto negativo, friso os episódios, que são construídos como vários micro-episódios dentro de um só (depois a gente acostuma, mas de início fica meio estranho, pelo menos pros otakus de mais idade acostumados com narrativas mais lentas e regulares).
No mais, é assistir e curtir a leveza irreverente de uma boa comédia romântica.
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraEnquanto peça de entretenimento, indubitavelmente funciona. Daquele tipo que dá para maratonar tranquilo em um dia ou dois.
Não só os episódios progridem bem, e se encaixam bem, como a trajetória da personagem é envolvente - a fórmula velha, mas sempre apaixonante, dos protagonistas problemáticos em busca de salvação/redenção.
E bônus para a capacidade da série em despertar curiosidade pelo xadrez, que é um universo do qual muitas pessoas mal têm intimidade.
Porém, a série tem um subtexto meio problemático onde parece pesar a mão da direção e do autor (ambas mãos masculinas).
Quer dizer, não obstante seja uma história em que uma mulher se insere num universo masculino para choque e espanto dos machos de plantão, essa mesma mulher não consegue dar o passo adiante - isto é, continua girando em torno dos valores masculinos, vide sua sexualização intensa (inclusive no seu olhar durante as partidas, que parece ter atendido muito mais a uma demanda sexualizada do que intimidadora ou coisa do tipo).
E essa limitação parece ser não uma opção do roteiro (tipo um reflexo da época e tal), e sim uma limitação de visão mesmo - o comentário do colega abaixo falando sobre a Beth ser uma 'bait' é preciso e muito justo.
Aí, o que prometia ser uma figura feminina forte e independente, acaba girando em torno de estereótipos como a nerd/geek sexy, ou, se muito, uma cópia barata de femme fatale.
Essa pequena contradição (texto: vencer no mundo masculino x subtexto: continuar sendo vendida como uma peça para se admirar) me incomodou bastante, a certa altura me deixando até confuso sobre sentir ou não empatia pela personagem.
De todo modo, repito: um bom entretenimento e vale a pena assistir.
Gotham (1ª Temporada)
4.1 755 Assista AgoraPara os fãs de Batman (pelo menos a galera mais light que não se bate em razão de detalhes dados em HQs e afins), é uma série bacana.
Os episódios conseguem atingir um bom equilíbrio entre, dum lado, mostrar como as coisas/personagens surgiram e, de outro lado, fazer a trama se encaminhar naturalmente num ritmo de aventura e ação.
Sem contar que o clima policial-mafioso-investigativo deixa tudo mais interessante e dinâmico (a dobradinha Falcone e Maroni está ótima).
Contudo, nem tudo são flores. A série, pelo menos nessa primeira temporada, tem uns marcadores bem evidentes de uma produção meia-boca. A gente identifica isso por uns efeitos especiais duvidáveis (tipo os disparos das armas), algumas atuações caricatas (o Ben McKenzie tem umas expressões muito exageradas), além de um roteiro cheio de forçações de barra (no estilo filme policial B dos anos 90
, do que o maior exemplo pode ser o rolê da Fish por aquela clínica de 'doação' de órgãos
Enfim, nos detalhes a gente vê que a série não é de alto padrão, digamos assim.
Entretanto, o fan service está lá, entregando uma Gothan antes do Batman, e isso por si só já segura as pontas.
The Inbetweeners (1ª Temporada)
3.9 41Tipo um 'American Pie', só que um pouco mais light, com o delicioso sotaque inglês, com pitadas precisas de humor tipicamente britânico, e mais 'nerd' - no sentido de caras esquisitos.
E por isso é claro que a série dá certo (leia-se, te faz rir).
O problema da série é que ela, superados os primeiros episódios, não entrega nada de novo. Tirando as piadas e as situações, os personagens não progridem e quase não temos a sensação de tempo passando.
O maior exemplo do resultado negativo da falta de progressão foi o episódio final, que acaba sem acabar - sem resolução de nada, sem promessa de nada, sem clímax algum.
Ok, enquanto humor a série é quase que garantidíssima; porém, tivesse ido além das piadas e investido nos personagens, seria muito boa. Só para ter uma noção, e voltando a 'American Pie', o filme consegue juntar o humor com o desenvolvimento dos personagens, dando até uma nostalgiazinha no último filme da saga; 'Inbetweeners' tinha tudo para entregar isso e até mais... só que não. O que é uma pena.
Death Note (1ª Temporada)
4.6 780 Assista AgoraA história não impressiona muito, pois não é dado nenhuma ênfase no seu absurdo (um caderno que 'mata' ao ter o nome das pessoas escrito ali). E os fatos iniciais, que apresentam as bases da trama e seus personagens, acontecem tão rápido, que a gente fica com a sensação de que o anime não está sabendo valorizar a sua história. Contudo, logo entendemos do que é que todo o enredo vai se tratar: um jogo de gato e rato entre o protagonista e seu antagonista. E se você curtir esse tipo de dinâmica narrativa, vai curtir pacas o anime e perdoar as eventuais falhas.
Contudo, é preciso admitir que essa dinâmica não agrada a todos. E é preciso admitir que a certa altura ela pode se tornar meio cansativa (plot twist é bom e a gente gosta, mas quando eles acontecem na base de um [ou dois!] por episódio, bem, aí pode ser um pouco exagerado). Entretanto, insisto: se você gosta de uma narrativa no estilo policial e com toques de suspense, assista e seja feliz.
O problema do anime (e que por isso acredito que não vale as cinco estrelas) é que ele é muito raso quando sai da trama principal. Isto é, pouco temos o desenvolvimento do protagonista (Light) e seu antagonista (L). Fossem eles mais bem trabalhados, o desfecho de cada um seria bem mais dramático (do jeito que foi, os desfechos ficaram apenas um outro acontecimento numa trama cheia deles). E isso vale também para os personagens secundários, que são todos bem rasos.
Assim, tirando a 'inovação' de ser um anime cujo protagonista é meio que vilão, de resto, o anime é bem basicão e nada inédito ou sofisticado.
No mais, na 'moral' da história, também é preciso reconhecer certo mérito. O poder do caderno é praticamente um medidor da índole do seu dono, daí o poder do anime em nos deixar pensando algumas possibilidades (a mais evidente: e se eu tivesse esse caderno?). Entretanto, de novo: o anime não aprofunda muito esse dilema moral e faz os personagens ou serem totalmente vilões ou totalmente mocinhos.
Ah, e notável também o fato de não termos fillers e afins: a história segue uma linha do início ao final e em nenhum momento nos sentimos tapeados (talvez em um ou outro plot twist, mas nada demais). Nem mesmo a inserção da Misa, que tinha tudo para engendrar ceninhas bobas e sexualizadas, tirou a história do seu prumo.
Enfim, um anime que acredito que vale sim assistir se você curtir a pegada 'duelo de inteligências' entre um mocinho e um bandido. E depois de assistir torna-se bastante compreensível todo o auê que recebeu na época e que recebe até hoje. Pena, porém, que se focou tanto na aventura e no suspense da história que pouca atenção deu ao drama latente.
Neon Genesis Evangelion
4.5 328 Assista AgoraDeixando a nostalgia de lado (assisti pela primeira vez lá nos meus saudosos 14 anos...), o fato é que é um baita anime. E vamos aos motivos.
Primeiro, pelo enredo. Toda a viagem sobre Anjos e Segundo (e Terceiro) impacto trazem à tona algumas questões bastante interessantes sobre religião e filosofia, mas misturadas com um bom tanto de questões psicológicas. São as questões mais profundas, mais bem resolvidas, mais bem exploradas? Não. Mas estamos falando de um anime, gênero audiovisual voltado enormemente para o público infanto-juvenil, e que aqui ousou pacas trazendo pra dançar essas questões todas - e de um modo razoavelmente adulto e complexo.
Segundo, pelos personagens. Depois de apresentados, todos ficam meio que em suspenso, dando na gente aquela curiosidadezinha do tipo 'qual é o rolê desse moleque deprimido?'. E o anime consegue, pelo menos até certo ponto, ir aprofundando os personagens e encaixando esse aprofundamento na trama geral. De novo: é a mais exemplar construção/demonstração dos personagens? Não. Mas estamos falando de um anime, e ficou melhor que muito filme (inclusive filmes atuais...).
Terceiro, pela narrativa. É muito brochante assistir um anime com uma temática super densa e aí, de repente, você nota as velhas marotezas dos animes: fillers, parezinhos românticos forçados, e muitas tiradas cômicas forçadíssimas. Evangelion consegue desviar bastante bem disso tudo. Tem, é claro, a sexualização da Rei e da Asuka (que, lembremos, têm só 14 anos, ok?). Mas ainda assim evita os clichês dos animes um-cara-e-muitas-garotas-bonitas-a-sua-volta. Aliás, o próprio anime parece brincar com esse clichê ao final. E vale mencionar o clima da narrativa, transitando bem entre ação, policial e drama (e tudo envolto em ficção científica, claro).
Mas o anime não é perfeito.
O final foi bastante estranho.
Parece que houve cortes de orçamento, e a malandragem de repetir cenas apenas mudando a fala ficou bastante forçado.
O anime entregou diversos mistérios e eles vieram crescendo a cada episódio; só que aí, ali pelo episódio 20, que é quando os mistérios deveriam começar a ser solucionados, tudo complicou ainda mais... O final, meio que sem saída, só pôde entregar um 'fim' pra valer, que era o lance psicológico - e nos deixou a deriva sobre todo o resto.
E é preciso admitir: o desfecho é tão complicado, que para entender não é fácil não. E aí a impressão que fica é que ou a história se perde um pouco (eu voto nessa), ou então algo se perdeu na tradução e os japoneses conseguem sacar a coisa bem melhor do que a gente (tipo 'isso faz bem mais sentido quando dito em japonês').
Mas, cara, assista. Vale a pena.
E ficam aqui os agradecimentos à Netflix (um abraço do tamanho de um Eva para o cara que decidiu trazer a série para o catálogo).
Fullmetal Alchemist: Brotherhood
4.7 391FMA é um anime meio controverso de ser analisado (pelo menos se você já passou dos 30 e procura histórias mais criativas e densas). Por um lado, é um bom anime; por outro lado, bem, acaba sendo só mais um anime qualquer...
Sua trama é bem interessante. E no início, quando vai sendo apresentada, ela traz elementos também interessantes e até bem pesados (alguns episódios chegam mesmo a causar desconforto). Além disso, a trama vai se apresentando como 'honesta' no sentido de que não é enrolada (sem fillers), progride linearmente (sem muitos flashbacks do passado ou coisa do tipo) e temos a impressão de que qualquer personagem pode morrer a qualquer momento (que é uma das melhores sensações que podemos ter em uma série, filme ou anime). E achei particularmente legal as breves tiradas cômicas no meio de cenas tensas (uma ousadia que nem os filmes tentam muito).
Somando aí as cenas com bastante violência e as temáticas bastante polêmicas que direta ou indiretamente aparecem em FMA (religião, política e genocídio, basicamente), o anime promete ser não apenas bom mas realmente distinto (o que dá esperanças para um público mais adulto que espera um anime também mais adulto).
Contudo, é evidente a mudança de ritmo a uma certa altura. E aí que começa a ter um pouco de enrolação, muitos flashbacks e a certeza de que tem uma galera ali que não morre mais não - pior, você começa até a pensar que aqueles que já morreram irão milagrosamente retornar. Enfim, o anime fica bastante padrão e genérico (ação + sangue + tá-tudo-ferrado-mas-aí-aparece-um-salvador-de-última-hora), deixando para trás até o seu eixo de questões polêmicas e elementos pesados.
O carisma dos personagens ajuda a segurar as pontas. E as cenas de ação, principalmente as lutas, são bem feitas e caprichadas (com golpes claros e não com a malandragem de fazer uns risquinhos sugerindo que os golpes são rápidos demais para serem vistos).
Porém, isso tudo fica como cobertura, enquanto que a base dá a inevitável sensação de que o anime vai ficando genérico e padrão. A coisa chega a tal ponto que temos um episódio feito TOTALMENTE de flashback do que já rolou na série (sério isso, cara?). Pior: temos até uma súbita sensualização da Winry, algo que explode numa cena desnecessária dela na banheira...
E indo até o final, a sensação de que estamos assistindo a um anime genérico e padrão se confirma. Pois em diversos momentos o anime chega à porta de se tornar um anime fodástico e adulto, só que não entra e prefere o caminho super batido de tantos outros animes. A mais básica das portas recusadas por FMA é aquela em que coisas ruins acontecem e ficam sem conserto mesmo porque a vida é assim e ponto final.
De todo modo, assistir FMA é bacana, é divertido, e é sim um tanto recompensador. Apesar de genérico e padrão, é um genérico e padrão muito bem feitinho.
Contudo, se você assim como eu já passou dos 30 e procura enredos mais maduros e menos batidos, FMA muito provavelmente vai te deixar com a sensação de que foi enganado: prometia ser algo 'adulto', mas foi ficando cada vez mais genérico e padrão.
Freaks and Geeks (1ª Temporada)
4.6 546 Assista AgoraFico feliz que tenham cancelado. Caso contrário, provavelmente veríamos a série perder sua identidade conforme as temporadas viessem vindo e fosse preciso e$plorar a continuidade do jeito que desse. Do jeito que foi, com uma temporada única, pelo menos a gente fica com o espírito inicial da série.. e ele é tão bom, que 18 episódios são um prato cheio para nosso deleite.
O que mais curti é o tom genuíno de comédia dramática. Apesar de arrancar de nós alguns risos, a todo instante somos fisgados pelos dramas inescapáveis dos personagens, e aí que a adolescente com dúvidas sobre que rumo tomar na vida, ou o cara drogado, não são meras válvulas de escape para um riso fácil - isso que existe em trocentas séries por aí. Ao contrário, são personagens que realmente cativam nossa empatia, se desenvolvem dentro dos seus dramas, e nos deixam um pouco sensíveis, tipo imaginando as consequências das escolhas que fazem e dos destinos que receberam.
Não é uma série perfeita, e me pareceu pecar um pouco na continuidade entre os episódios. Mas a música, o visual, os atores, as participações externas - algumas figurinhas que hoje são bem batidas -, os diálogos, os personagens secundários, puxa, são detalhezinhos realmente ótimos. E a variedade de personagens centrais, mesmo que desenvolvidos desigualmente, torna fácil encontrar pelo menos um com quem a gente se identifique mais.
Bom enquanto durou, e talvez não tivesse sido tão bom caso tivesse durado mais.
E só digo mais uma coisa... "I don't give a damn 'bout my reputation!"
Knights of Sidonia (2ª Temporada)
3.8 8 Assista AgoraJá estou com quase 30 anos, não assisti muitos animes nessa vida louca, mas acho que assisti os clássicos elementares.
E é com essa 'experiência' que digo, para minha própria decepção, que Knights of Sidonia poderia ter sido um ótimo anime mas se contentou em ser apenas bom (ou quase bom, a depender do seu humor e paciência).
Seu começo é muito legal e empolgante. A raça humana à deriva no espaço, criaturas misteriosas e com motivação desconhecida, adolescentes que pilotam grandes robôs... Dá ares de um repeteco malandro dum Evangelion da vida, mas ainda assim convence e agrada. Mérito em particular para alguns detalhes da história, como a arquitetura da nave ou então o lance dos humanos agora realizarem fotossíntese.
As batalhas também são bem legais! A movimentação de ataque, defesa e esquiva ficaram bem feitos (é desanimador quando o anime não mostra a movimentação das lutas, ou então o faz mal e porcamente). O problema é que colocaram o capricho nas lutas mas parecem ter poupado no design dos personagens e robôs, que são absolutamente parecidos. Parece que usaram aquelas ferramentas randômicas de criar personagens: mantem os olhos aqui, mas muda o cabelo; no próximo, mantêm olhos e cabelo, mas muda o formato do rosto... e por aí vai.
Mas o grande problema do anime, seu grande ponto de fracasso em ser um ótimo (e não apenas bom) anime de ficção científica, foi na passagem para a segunda temporada.
O anime começou dando a entender que seria mais 'adulto'. Crueldade, brutalidade, cenas gore, e uma trama cheia de mistérios e pré-explicações que davam a entender altas revelações duma história cheia de complexidades filosóficas. Parecia, enfim, que Knights of Sidonia seria um anime com personalidade e distinção.
Mas aí aconteceu a segunda temporada. E tudo de comercial, comum e clichê que um anime pode ter, aconteceu! Cenas semi-hentai, triângulos amorosos, comédia romântica, e fillers, muitos fillers. Aí que enquanto coisas muito interessantes aconteciam, os episódios passaram a se focar não nessas coisas mas em fazer o protagonista pegar um peito aqui, ver um nude ali, ou dar de cara numa bunda acolá. Até mesmo o romance que surge ficou parecendo uma grande enrolação para não ter que explicar as coisas relevantes - talvez uma tentativa de pescar o espectador para a terceira temporada, não sei.
Simplificando: a primeira temporada prometeu mas a segunda deu pra trás vergonhosamente.
Vale assistir para quem é entusiasta de ficção científica e robôs. Entretanto, está longe de ser um anime que agrada quem quer uma história com mais conteúdo, originalidade, e menos comédia romântica do tipo 'o harém do protagonista', principalmente em sua passagem para segunda temporada.
Big Bang: A Teoria (1ª Temporada)
4.4 774 Assista AgoraUniverso Nerd em sua melhor apresentação! Sheldon é bom, mas o Raj é o melhor rs
Chuck (1ª Temporada)
4.3 171A primeira temporada é demais, mesmo. É tudo isso que o pessoal falou aí embaixo. Mistura com perfeição ação, comédia e romance. Mas depois...
Em algum lugar das temporadas seguintes a série é inundada de clichês e forçações de barra. A tônica da série muda e os personagens são quase reinventados.
Enfim, se não fosse pela decadente sequência, a série seria minha favorita.
Capitu
4.5 629Tão bom que devora qualquer adjetivo =)
Mission Hill
4.5 58Infelizmente nem tudo que é bom dura - ou tem seu contrato renovado rsrs.