Débora Costa

no final do filme, na sequência da Isabelle com a viúva, o que tem de solidariedade, cumplicidade e de se reconhecerem uma na outra, é belíssimo. Foi um final redondinho, perfeito.
O que já não acontece com a mãe, já que nem todas relações entre mulheres, infelizmente e por conta da construção, são tão bonitas quanto a da sequência final. A relação de disputa e competitividade entre as duas é doloroso de se ver. Mas claro que muito é pela sexualidade reprimida da mãe e que é vivenciada plenamente pela filha

Ficar muito feliz por não ter terminado com aquele namoro. Pois seria completamente incoerente com a proposta do filme.
Ressaltar o incômodo que causou às pessoas, pelo menos as que estavam na sessão, dela não ter uma explicação "plausível" para se prostituir. E o quanto isso é bacana pra questionarmos a falta de direitos que as prostitutas tem no nosso país.
Chamar atenção das pessoas que se incomodaram, que o incômodo possa ter nascido de que SIM, MULHERES PODEM GOSTAR DE SEXO.
E o irmaozinho dela é muito bacana mas também mostra o amadurecimento dele ao longo do filme, já que ele apoia muito a irmã, mas no começo do filme alerta a ela sobre parecer uma puta por se maquiar
E ainda trazer a fortaleza que é a Isabelle.

Seja a dificuldade do não reconhecimento de uma união lesboafetiva (As duas grandes amigas que moram juntas durante 30 anos...)
Seja na dificuldade de ser lésbica e ter visibilidade dentro do movimento feminista
Seja na representatividade das lésbicas com uma performance "masculinizada" e sua recepção dentre outras lésbicas.
Seja na decisão de ter filhes. [que aliás é muito bom que termina de forma bem leve e feliz]

Os filmes lésbicos tem o estigma de que em sua maioria ser bem sofrido e trágico em seus finais. E eu gosto bastante desse.

(que, milagrosamente, não é ficar com o príncipe encantado)