“There can be only...” ... ah, deixa pra lá!!! Um mundo caótico, gangues nas ruas, descontrole geral, a anarquia reina por todos os lados. A história começa com referido cenário e aos poucos vai-nos apresentando os imortais Highlanders (sim, pela quinta vez ainda o final do filme passado foi uma mentira, e nem Christopher Lambert, nem Adrian Paul são os últimos de sua espécie). Logo vemos Duncan MacLeod (Adrian Paul) se juntar a um pequeno grupo que tenta ir atrás da suposta fonte que seria responsável pela existência dos imortais; isso, tentando se livrarem de gangues de canibais, de supostos monges ninjas, além de uma figura bizarra, chamada de O Guardião. Muitas vezes vemos sequências de cenas sem pé nem cabeça, lutas toscas e o que deveria ser o vilão da história, onde geralmente temos inimigos icônicos e outros nem tanto - o determinado Victor Kruger (Clancy Brown) de Highlander (1986), o impassível Kane (Mario Van Peebles) de Highlander III – O Feiticeiro, o bem interpretado Jacob Kell (Bruce Payne) de Highlander: A Batalha Final, ou mesmo o vingativo e engraçado General Katana (Michael Ironside) de Highlander II: A Ressurreição – temos em Highlander: A Origem um inimigo que mais parece um mico de circo, fisicamente um vilão até aceitável, o problema é quando este começa a andar, falar ou mesmo a cantar... é esquisito, mal interpretado, é tosco. A narrativa apresenta um final que faria Stanley Kubrick cortar a própria cabeça por ter dado certa ideia em seu clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço que acaba sendo muito mal encaixada em Highlander: A Origem.
E se as vacas voassem? E se decidissem fazer uma nova sequência de Highlander? Duncan MacLeod (Adrian Paul) luta contra forças seculares de sociedades secretas e a vingança de um inimigo poderoso e determinado, para tentar se redimir com sua ex esposa imortal e salvar seu mentor e amigo Connor MacLeod (Christopher Lambert) – eu sei, um resumo fraco, mas e o filme? Imagine que todas as vezes que você espirrasse você acordasse em um tempo diferente, com um nome diferente e algumas vezes, até mesmo em um planeta diferente, em um momento você é um rei, em outro você é um padeiro e em outro você é um canguru saltando em uma lua há cinco milhões de anos luz de nosso planeta. Agora, imagine que embora tudo isso aconteça, você ainda se lembre de tudo que viveu antes do momento em que está vivendo agora. Você passa a ter medo de espirrar, fica apreensivo, quer arrancar seu nariz fora, ao se quer pensar na possibilidade de espirrar novamente; é o que acontece quando ouvimos falar de uma sequencia de Highlander, você nunca sabe o que vai vir, e tem medo porque se lembra de tudo veio até agora. Se pudéssemos esquecer de tudo que vimos ou tratar o filme como um Spin-off , até que seria possível dizer, a respeito de certas sequências da franquia, que determinado filme é ruim. O problema é que insistem em ficar tentando enfiar na sua cabeça que aquela é real sequência, que tudo que você viu até aqui, depois do filme de 1986, na verdade nunca existiu, mas o problema é que existiu, e mesmo se você for o fã mais determinado, mais convicto, que apenas o primeiro filme é real, ainda sim é impossível, se você assistiu as outras continuações, não pensar em certos momentos: “pera aí, mas o Connor não tinha.... ah, deixa pra lá.” Duas coisas poderiam deixar o filme “assistível”, a primeira, é a ideia de Connor não ser, desta vez, o eixo de um filme de Highlander, a segunda o vilão Jacob Kell (Bruce Payne). Contudo, logo descobrimos o porquê de Connor não estar tão ativo na trama; com o advento de um novo protagonista, já passamos a observar aquela velha tentativa hollywoodiana de apresentar um possível sucessor para uma franquia em decadência; sobre Payne, a atuação como Jacob Kell é realmente muito bem vinda, e finalmente podemos dizer que temos um vilão verdadeiramente ruim e com um motivo a mais do que o velho “there can be only one”. Se vale à pena assistir referido filme? Bem, se você é daqueles, como eu, que gosta de assistir franquias completas, independente se determinado filme é bom ou ruim, ou ainda se toda vez que estreia uma sequência, estejam pensando que você sofre de algum tipo de grave amnésia, ou que simplesmente esquece fácil das coisas, mas muito fácil mesmo, talvez seja interessante assisti-lo. Bem, pelo menos vacas não voam...
“There can be only one”?! Highlander, a saga continua… ou, mais ou menos isso. Depois de uma ressurreição “um pouco” fantasiosa demais, até mesmo para um filme de um guerreiro imortal, a franquia tenta presentear os fãs com um novo capítulo, embora que, para muitos, não funcione exatamente assim. Primeiramente, vemos um momento em que Connor Macleod (Christopher Lambert) está no Japão do século XVI, treinando pacientemente com um antigo e poderoso mestre, também highlander, o feiticeiro Nakano. Aos poucos o clima de equilíbrio nipônico vai sendo quebrado, ao passo que o vilão Kane (Mario Van Peebles)e seus dois capangas monossilábicos (leia-se figurantes highlanders prontos para morrer antes que a batalha com o “boss final” aconteça) são apresentados. Uma luta, cabeças são cortadas e explosões post mortem no melhor estilo Highlander acontecem - se há um elemento que todos os filmes da franquia conseguiram respeitara, foi a potência da explosão/descarga elétrica que os corpos decapitados emitem – e então tudo aquilo que você odiou, respeitou ou, para alguns poucos, gostou no segundo filme é atirado na lixeira do esquecimento. O segundo filme é o mais nostálgico de todos, embora não signifique que seja bom. Foi construído com certo esmero, mostrando seus flashbacks com cenas do primeiro filme, ou cenas criadas a partir, e diretamente, da mitologia apresenta por este, portanto, aos que gostaram da trama, é possível associar tal opinião à contínua torrente de referências da obra de 1986. O que fica um pouco estranho é apresentar um vilão imortal, em um mundo cujo último imortal já havia sido destruído no primeiro filme. Talvez fosse um pouco mais plausível ternos brindado com uma aventura que se passasse no Japão do século XVI, quem sabe explorando uma aventura jamais contada por Connor, não necessariamente sempre precisar matar o último guerreiro imortal; uma aventura que poderia ter citado inclusive, o mentor de Connor, Ramírez (Sean Connery), mesmo sem a necessidade de mostrar o personagem, já que Sean Connery não estava no elenco. Inclusive, Ramirez já havia contado, no primeiro filme, sobre suas aventuras pelo Japão. O filme funciona mesmo como um tapa-buracos, cujos buracos nunca tiveram necessidade de serem tapados, busca elementos no primeiro filme que pudessem, de certa forma, ter uma história contada um pouco mais à fundo, como é o caso da esposa de Connor, Heather MacLeod, que acaba por servir de ponte para um final que chega, aos reais fãs de Highlander, causar um pequeno sorriso no canto da boca. Aconselha-se que assista apenas o primeiro, mas se você deseja seguir a saga do guerreiro imortal, mesmo que ao descuidar-se, acabe caindo em armadilhas inconstantes que são as sequencias de Highlander (1986), talvez um filme que possa vir a agradar-lhe é Highlander III – O Feiticeiro.
Simples e Fantástico. Uma Odisseia argentina e capitalista que com seus parcos 80 minutos e 16 segundos ainda consegue ser cabal. Laiseca consegue reviver o clássico, trazer a mediocridade presente no contemporâneo e nos entrega uma obra recheada de "cultura pop" em que o fantástico nos é apresentado de forma tão corriqueira que acabamos imergindo sem mesmo questionar a inveracidade. Um belíssimo representante do mundo dos contos, mas que beira à margem de uma fábula nos deixando a mensagem: "a realidade e o mundo fantástico não estão separados".
Cinenema Paradiso... um filme sobre o cinema? Com o brilhante texto e direção de Giuseppe Tornatore, Cinema Paradiso vem nos contar, a primeira vista, uma história de como o cinema evolui através do tempo, não apenas a filmografia em si, mas a própria evolução daqueles que ocupam as cadeiras, frente à tela, muitas vezes atônitos, tentando, ante a grandiosidade do que veem, buscar ao menos uma palavra, para expressar algo que muitas vezes não se necessita de explicação. Contudo, vai além. Não funciona como um documentário, tem história, uma principal comovente, belíssima, e uma infinidade de pequenas histórias secundárias. O cinema, ora controlado pela censura religiosa purista, mas ainda sim ingênua, ora vigendo os filmes “adultos”, vai se modificando e com ele até mesmo sua finalidade, que às vezes perdia-se, modificava-se, sempre de acordo com as necessidades daqueles que habitavam seu meio. Assim, um local de encontro para futuros casais apaixonados, cenário propício à morte, um prostíbulo, um ambiente familiar, um ambiente para os solitários. Cinema Paradiso emerge-nos em uma trama sem muitas explicações, mas que as despensa, ante a sutileza e facilidade de seu texto, mas esconde, nos detalhes uma verdade assustadora: rumamos à solidão. A cidade inteira utilizava-se do local, como um grande processo de comunhão, todos vivendo o real sentido de comunidade, intrigas, risos, lamentações, excitações, mas com o passar do filme, assim, o evoluir do cinema e da própria sociedade, todos vão se distanciando, até mesmo os guardas que em um primeiro momento participam das sessões como real indivíduo da comunidade, no final são apenas figurantes, não apenas do filme em si, mas do próprio mundo instrumentalizado. E finalmente Cinema Paradiso finaliza seu excelso espetáculo da maneira mais simples possível, como uma peça de vestuário que aos poucos é desfiada, trazendo uma mensagem boba, mas que parece ter se perdido em rolo de filme queimado: a simplicidade é a razão do viver. Cenas icônicas para um bom cinéfilo que cosegue antever, em uma simples atirada de pedra no rio, a cena do grande Polifemo atirando uma enorme rocha no barco de Ulisses, ou que ainda fica esperançoso para ver o beijinho seguido de um desmaio de Chaplin. Cinenema Paradiso... um filme sobre o cinema? Não, um filme sobre a vida.
Movie 43 (Para Maiores) uma crítica idiota sobre uma sociedade não tão idiota assim. A sociedade contemporânea, que acaba absorvendo em sua realidade, e cada vez mais, hábitos como assistir conteúdos pela internet (conteúdo ‘on demand’, vídeos no Youtube, piadinhas bestas em redes sociais, etc.) gente que seleciona o que vai ver, deixa um pouco de lado a TV convencional e acaba viajando cada vez mais por um mundo que oferece conteúdo riquíssimo, mas também estúpido, cultura da mais burra o possível, mais um anestésico social. Movie 43 é exatamente esta sociedade, ou pelo menos o que ela escolhe ver. Quem nunca chegou em casa no final cansativo de um dia de serviço, sentou-se frente a seu computar e ficou alguns minutos, ou talvez horas, dando risadas com os chamados “virais da internet”? A proposta do filme é exatamente esta: como a maioria das pessoas adoram os “filminhos idiotas e piadinhas de curta duração e fácil entendimento”, façamos o mesmo. Imagine pegar uma dúzia dos vídeos mais bizarros do Youtube (tidos como engraçados, mas que não agradarão a todos, por obviedade – gosto... cada um tem o seu), juntá-los todos e alinhava-los com uma história besta qualquer. A crítica à sociedade, feita pelo filme, não está apenas no hábito de assistir vídeos curtos, mas na tecnologia que avança a cada dia, propagandas cada vez mais apelativas, bullying, etc. Se o filme convence? Vai de cada um, por mais idiota que seja, e apelativo, é inevitável, que, mesmo que seja por uma ou outra cena, a risada venha. Seja por um sujeito com certa protuberância “escrota” no pescoço; dois idiotas com certo problema com lendas irlandesas (uma história que mais parece ser tirada de um conto de Lygia Fagundes Telles); ou ainda uma jovem casal de namorados tentando se entenderem ante um fetiche incomum. O excesso de atores conhecidos (estrelas hollywoodianas) enfrentando às situações bizarras, deixa o filme mais estranho, fosse o começo de suas carreiras, um apelo do anonimato ao holofote do conhecimento a todo preço, talvez seria mais fácil de aceitar, mas se tirarmos tal roupagem preconceituosa, e pensarmos que mesmo Halle Berry, e.g., pode se ‘rebaixar’ a atuar fazendo guacamole com o peito em troco de algumas risadas, o filme pode ser até digerível. Se vale ou não á pena assistir? Se você é apaixonado por cinema, um crítico de carteirinha e gosta de fotografia, trilha sonora, repara em atuação, e adora um bom texto elaborado, um filme bem dirigido, compre já seu ingresso para o Lincoln do Spielberg, mas se quer tentar dar umas risadas, com um texto besta, uma experiência que precisará percorrer um bom caminho para ter o atestado de idiota, mas que ainda pode fazê-lo dar umas gargalhadas, sem a necessidade de pensar muito, Movie 43 é sua opção no momento.
Um ‘Mágico de Oz’ nipônico, de Hayao Miyazaki (A viagem de Chihiro, Princesa Mononoke, Ponyo à beira-mar), ‘O Castelo Animado’ traz a belíssima animação tradicional, inerente às obras de Miyazaki, além de toda linguagem de cunho social por trás do mistério apresentado. Uma jovem com uma maldição de envelhecimento, um mago tentando fugir de suas obrigações, um mundo em guerra, em que feiticeiros e pessoas normais lutam em guerras sem sentido. A trama, em um texto envolvente, sem muitas explicações, mas que se revela mesmo assim, esconde por trás de si seu verdadeiro sentido: a desnecessidade das guerras. A semelhança com o filme de Victor Fleming (O Mágico de Oz – 1939) é surpreendente, todos os elementos estão lá, e além do espantalho (que já se revela desde o início com grande inteligência), o leão medroso (o jovem feiticeiro com medo de suas obrigações bélicas/formais, mas desde de o início corajoso em suas obrigações morais), e o homem de lata (uma enorme castelo, mas já com seu coração um pouco resmungão e muito divertido) – uma menina tentando sair do grande problema em que se encontra, as feiticeiras, etc. Mas vai além, revelando um final um pouco diferente de Oz, ao invés da máxima “não há lugar melhor que o nosso lar” – uma propaganda norte americana para a 2ª Grande Guerra – temos algo como “não há melhor lugar do que aquele com quem amamos.
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Highlander: A Origem
2.4 56“There can be only...” ... ah, deixa pra lá!!!
Um mundo caótico, gangues nas ruas, descontrole geral, a anarquia reina por todos os lados. A história começa com referido cenário e aos poucos vai-nos apresentando os imortais Highlanders (sim, pela quinta vez ainda o final do filme passado foi uma mentira, e nem Christopher Lambert, nem Adrian Paul são os últimos de sua espécie). Logo vemos Duncan MacLeod (Adrian Paul) se juntar a um pequeno grupo que tenta ir atrás da suposta fonte que seria responsável pela existência dos imortais; isso, tentando se livrarem de gangues de canibais, de supostos monges ninjas, além de uma figura bizarra, chamada de O Guardião.
Muitas vezes vemos sequências de cenas sem pé nem cabeça, lutas toscas e o que deveria ser o vilão da história, onde geralmente temos inimigos icônicos e outros nem tanto - o determinado Victor Kruger (Clancy Brown) de Highlander (1986), o impassível Kane (Mario Van Peebles) de Highlander III – O Feiticeiro, o bem interpretado Jacob Kell (Bruce Payne) de Highlander: A Batalha Final, ou mesmo o vingativo e engraçado General Katana (Michael Ironside) de Highlander II: A Ressurreição – temos em Highlander: A Origem um inimigo que mais parece um mico de circo, fisicamente um vilão até aceitável, o problema é quando este começa a andar, falar ou mesmo a cantar... é esquisito, mal interpretado, é tosco.
A narrativa apresenta um final que faria Stanley Kubrick cortar a própria cabeça por ter dado certa ideia em seu clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço que acaba sendo muito mal encaixada em Highlander: A Origem.
Highlander: A Batalha Final
2.7 61E se as vacas voassem? E se decidissem fazer uma nova sequência de Highlander?
Duncan MacLeod (Adrian Paul) luta contra forças seculares de sociedades secretas e a vingança de um inimigo poderoso e determinado, para tentar se redimir com sua ex esposa imortal e salvar seu mentor e amigo Connor MacLeod (Christopher Lambert) – eu sei, um resumo fraco, mas e o filme?
Imagine que todas as vezes que você espirrasse você acordasse em um tempo diferente, com um nome diferente e algumas vezes, até mesmo em um planeta diferente, em um momento você é um rei, em outro você é um padeiro e em outro você é um canguru saltando em uma lua há cinco milhões de anos luz de nosso planeta.
Agora, imagine que embora tudo isso aconteça, você ainda se lembre de tudo que viveu antes do momento em que está vivendo agora. Você passa a ter medo de espirrar, fica apreensivo, quer arrancar seu nariz fora, ao se quer pensar na possibilidade de espirrar novamente; é o que acontece quando ouvimos falar de uma sequencia de Highlander, você nunca sabe o que vai vir, e tem medo porque se lembra de tudo veio até agora.
Se pudéssemos esquecer de tudo que vimos ou tratar o filme como um Spin-off , até que seria possível dizer, a respeito de certas sequências da franquia, que determinado filme é ruim.
O problema é que insistem em ficar tentando enfiar na sua cabeça que aquela é real sequência, que tudo que você viu até aqui, depois do filme de 1986, na verdade nunca existiu, mas o problema é que existiu, e mesmo se você for o fã mais determinado, mais convicto, que apenas o primeiro filme é real, ainda sim é impossível, se você assistiu as outras continuações, não pensar em certos momentos: “pera aí, mas o Connor não tinha.... ah, deixa pra lá.”
Duas coisas poderiam deixar o filme “assistível”, a primeira, é a ideia de Connor não ser, desta vez, o eixo de um filme de Highlander, a segunda o vilão Jacob Kell (Bruce Payne).
Contudo, logo descobrimos o porquê de Connor não estar tão ativo na trama; com o advento de um novo protagonista, já passamos a observar aquela velha tentativa hollywoodiana de apresentar um possível sucessor para uma franquia em decadência; sobre Payne, a atuação como Jacob Kell é realmente muito bem vinda, e finalmente podemos dizer que temos um vilão verdadeiramente ruim e com um motivo a mais do que o velho “there can be only one”.
Se vale à pena assistir referido filme? Bem, se você é daqueles, como eu, que gosta de assistir franquias completas, independente se determinado filme é bom ou ruim, ou ainda se toda vez que estreia uma sequência, estejam pensando que você sofre de algum tipo de grave amnésia, ou que simplesmente esquece fácil das coisas, mas muito fácil mesmo, talvez seja interessante assisti-lo.
Bem, pelo menos vacas não voam...
Highlander 3: O Feiticeiro
2.8 66“There can be only one”?! Highlander, a saga continua… ou, mais ou menos isso. Depois de uma ressurreição “um pouco” fantasiosa demais, até mesmo para um filme de um guerreiro imortal, a franquia tenta presentear os fãs com um novo capítulo, embora que, para muitos, não funcione exatamente assim.
Primeiramente, vemos um momento em que Connor Macleod (Christopher Lambert) está no Japão do século XVI, treinando pacientemente com um antigo e poderoso mestre, também highlander, o feiticeiro Nakano. Aos poucos o clima de equilíbrio nipônico vai sendo quebrado, ao passo que o vilão Kane (Mario Van Peebles)e seus dois capangas monossilábicos (leia-se figurantes highlanders prontos para morrer antes que a batalha com o “boss final” aconteça) são apresentados. Uma luta, cabeças são cortadas e explosões post mortem no melhor estilo Highlander acontecem - se há um elemento que todos os filmes da franquia conseguiram respeitara, foi a potência da explosão/descarga elétrica que os corpos decapitados emitem – e então tudo aquilo que você odiou, respeitou ou, para alguns poucos, gostou no segundo filme é atirado na lixeira do esquecimento.
O segundo filme é o mais nostálgico de todos, embora não signifique que seja bom. Foi construído com certo esmero, mostrando seus flashbacks com cenas do primeiro filme, ou cenas criadas a partir, e diretamente, da mitologia apresenta por este, portanto, aos que gostaram da trama, é possível associar tal opinião à contínua torrente de referências da obra de 1986.
O que fica um pouco estranho é apresentar um vilão imortal, em um mundo cujo último imortal já havia sido destruído no primeiro filme. Talvez fosse um pouco mais plausível ternos brindado com uma aventura que se passasse no Japão do século XVI, quem sabe explorando uma aventura jamais contada por Connor, não necessariamente sempre precisar matar o último guerreiro imortal; uma aventura que poderia ter citado inclusive, o mentor de Connor, Ramírez (Sean Connery), mesmo sem a necessidade de mostrar o personagem, já que Sean Connery não estava no elenco. Inclusive, Ramirez já havia contado, no primeiro filme, sobre suas aventuras pelo Japão.
O filme funciona mesmo como um tapa-buracos, cujos buracos nunca tiveram necessidade de serem tapados, busca elementos no primeiro filme que pudessem, de certa forma, ter uma história contada um pouco mais à fundo, como é o caso da esposa de Connor, Heather MacLeod, que acaba por servir de ponte para um final que chega, aos reais fãs de Highlander, causar um pequeno sorriso no canto da boca.
Aconselha-se que assista apenas o primeiro, mas se você deseja seguir a saga do guerreiro imortal, mesmo que ao descuidar-se, acabe caindo em armadilhas inconstantes que são as sequencias de Highlander (1986), talvez um filme que possa vir a agradar-lhe é Highlander III – O Feiticeiro.
Querida Vou Comprar Cigarros e Já Volto
3.8 172 Assista AgoraSimples e Fantástico. Uma Odisseia argentina e capitalista que com seus parcos 80 minutos e 16 segundos ainda consegue ser cabal. Laiseca consegue reviver o clássico, trazer a mediocridade presente no contemporâneo e nos entrega uma obra recheada de "cultura pop" em que o fantástico nos é apresentado de forma tão corriqueira que acabamos imergindo sem mesmo questionar a inveracidade. Um belíssimo representante do mundo dos contos, mas que beira à margem de uma fábula nos deixando a mensagem: "a realidade e o mundo fantástico não estão separados".
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraCinenema Paradiso... um filme sobre o cinema? Com o brilhante texto e direção de Giuseppe Tornatore, Cinema Paradiso vem nos contar, a primeira vista, uma história de como o cinema evolui através do tempo, não apenas a filmografia em si, mas a própria evolução daqueles que ocupam as cadeiras, frente à tela, muitas vezes atônitos, tentando, ante a grandiosidade do que veem, buscar ao menos uma palavra, para expressar algo que muitas vezes não se necessita de explicação.
Contudo, vai além. Não funciona como um documentário, tem história, uma principal comovente, belíssima, e uma infinidade de pequenas histórias secundárias.
O cinema, ora controlado pela censura religiosa purista, mas ainda sim ingênua, ora vigendo os filmes “adultos”, vai se modificando e com ele até mesmo sua finalidade, que às vezes perdia-se, modificava-se, sempre de acordo com as necessidades daqueles que habitavam seu meio. Assim, um local de encontro para futuros casais apaixonados, cenário propício à morte, um prostíbulo, um ambiente familiar, um ambiente para os solitários.
Cinema Paradiso emerge-nos em uma trama sem muitas explicações, mas que as despensa, ante a sutileza e facilidade de seu texto, mas esconde, nos detalhes uma verdade assustadora: rumamos à solidão.
A cidade inteira utilizava-se do local, como um grande processo de comunhão, todos vivendo o real sentido de comunidade, intrigas, risos, lamentações, excitações, mas com o passar do filme, assim, o evoluir do cinema e da própria sociedade, todos vão se distanciando, até mesmo os guardas que em um primeiro momento participam das sessões como real indivíduo da comunidade, no final são apenas figurantes, não apenas do filme em si, mas do próprio mundo instrumentalizado.
E finalmente Cinema Paradiso finaliza seu excelso espetáculo da maneira mais simples possível, como uma peça de vestuário que aos poucos é desfiada, trazendo uma mensagem boba, mas que parece ter se perdido em rolo de filme queimado: a simplicidade é a razão do viver.
Cenas icônicas para um bom cinéfilo que cosegue antever, em uma simples atirada de pedra no rio, a cena do grande Polifemo atirando uma enorme rocha no barco de Ulisses, ou que ainda fica esperançoso para ver o beijinho seguido de um desmaio de Chaplin.
Cinenema Paradiso... um filme sobre o cinema? Não, um filme sobre a vida.
Para Maiores
2.1 1,4KMovie 43 (Para Maiores) uma crítica idiota sobre uma sociedade não tão idiota assim. A sociedade contemporânea, que acaba absorvendo em sua realidade, e cada vez mais, hábitos como assistir conteúdos pela internet (conteúdo ‘on demand’, vídeos no Youtube, piadinhas bestas em redes sociais, etc.) gente que seleciona o que vai ver, deixa um pouco de lado a TV convencional e acaba viajando cada vez mais por um mundo que oferece conteúdo riquíssimo, mas também estúpido, cultura da mais burra o possível, mais um anestésico social. Movie 43 é exatamente esta sociedade, ou pelo menos o que ela escolhe ver.
Quem nunca chegou em casa no final cansativo de um dia de serviço, sentou-se frente a seu computar e ficou alguns minutos, ou talvez horas, dando risadas com os chamados “virais da internet”?
A proposta do filme é exatamente esta: como a maioria das pessoas adoram os “filminhos idiotas e piadinhas de curta duração e fácil entendimento”, façamos o mesmo.
Imagine pegar uma dúzia dos vídeos mais bizarros do Youtube (tidos como engraçados, mas que não agradarão a todos, por obviedade – gosto... cada um tem o seu), juntá-los todos e alinhava-los com uma história besta qualquer.
A crítica à sociedade, feita pelo filme, não está apenas no hábito de assistir vídeos curtos, mas na tecnologia que avança a cada dia, propagandas cada vez mais apelativas, bullying, etc.
Se o filme convence? Vai de cada um, por mais idiota que seja, e apelativo, é inevitável, que, mesmo que seja por uma ou outra cena, a risada venha. Seja por um sujeito com certa protuberância “escrota” no pescoço; dois idiotas com certo problema com lendas irlandesas (uma história que mais parece ser tirada de um conto de Lygia Fagundes Telles); ou ainda uma jovem casal de namorados tentando se entenderem ante um fetiche incomum.
O excesso de atores conhecidos (estrelas hollywoodianas) enfrentando às situações bizarras, deixa o filme mais estranho, fosse o começo de suas carreiras, um apelo do anonimato ao holofote do conhecimento a todo preço, talvez seria mais fácil de aceitar, mas se tirarmos tal roupagem preconceituosa, e pensarmos que mesmo Halle Berry, e.g., pode se ‘rebaixar’ a atuar fazendo guacamole com o peito em troco de algumas risadas, o filme pode ser até digerível.
Se vale ou não á pena assistir? Se você é apaixonado por cinema, um crítico de carteirinha e gosta de fotografia, trilha sonora, repara em atuação, e adora um bom texto elaborado, um filme bem dirigido, compre já seu ingresso para o Lincoln do Spielberg, mas se quer tentar dar umas risadas, com um texto besta, uma experiência que precisará percorrer um bom caminho para ter o atestado de idiota, mas que ainda pode fazê-lo dar umas gargalhadas, sem a necessidade de pensar muito, Movie 43 é sua opção no momento.
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 183 Assista Agora“Um ótimo documentário sobre a histeria. Misticismo e ciência na visão do início do século XX. Belíssima trilha sonora.”
O Castelo Animado
4.5 1,3K Assista AgoraUm ‘Mágico de Oz’ nipônico, de Hayao Miyazaki (A viagem de Chihiro, Princesa Mononoke, Ponyo à beira-mar), ‘O Castelo Animado’ traz a belíssima animação tradicional, inerente às obras de Miyazaki, além de toda linguagem de cunho social por trás do mistério apresentado. Uma jovem com uma maldição de envelhecimento, um mago tentando fugir de suas obrigações, um mundo em guerra, em que feiticeiros e pessoas normais lutam em guerras sem sentido. A trama, em um texto envolvente, sem muitas explicações, mas que se revela mesmo assim, esconde por trás de si seu verdadeiro sentido: a desnecessidade das guerras.
A semelhança com o filme de Victor Fleming (O Mágico de Oz – 1939) é surpreendente, todos os elementos estão lá, e além do espantalho (que já se revela desde o início com grande inteligência), o leão medroso (o jovem feiticeiro com medo de suas obrigações bélicas/formais, mas desde de o início corajoso em suas obrigações morais), e o homem de lata (uma enorme castelo, mas já com seu coração um pouco resmungão e muito divertido) – uma menina tentando sair do grande problema em que se encontra, as feiticeiras, etc. Mas vai além, revelando um final um pouco diferente de Oz, ao invés da máxima “não há lugar melhor que o nosso lar” – uma propaganda norte americana para a 2ª Grande Guerra – temos algo como “não há melhor lugar do que aquele com quem amamos.