Dá pra perceber que estão tentando maximizar o tempo na série, uma coisa que espero é a queda de Gilead, a implosão do país e a reestruturação dos EUA. Gilead não sai da cabeça das torturadas lá, é fácil entender se nos colocarmos no lugar das Martas e Aias. Acredito que em algum momento o roteiro tem que sair do protagonismo da June se Gilead vier a cair e mostrarem mais cenas de Guerra.
É uma coisa boa comparar a situação de não nascimentos de crianças na série, a guerra, e o filme Filhos da Esperança. Acho que precisaremos de mais cenas de guerra realistas, pra acabar logo. Se não tiver isso, vai ficar com clima de novela mexicana, pois tem altos triângulos amorosos e coisas não resolvidas.
Um documentário excelente, desmistifica a imagem de Putin que é posta pela mídia ocidental.
Uma aula de geopolítica. Incrível 4 horas, prende realmente a atenção. Super recomendo para quem for professor de história, e para pessoas de esquerda ou de direita.
O Putin é conservador e de direita, nem por isso deixo de admirá-lo como líder. Curioso é que a galera de esquerda tem pavor dele, por conta de umas coisas que são controversas na Rússia como liberdade para o LGBTQI+, claro que não concordo com Putin nestas coisas. Mas as decisões que o cara toma são fodas e as explicações para as atitudes dele, em determinados momentos dos seus anos de governo são fenomenais.
Também é bom por para alguns da direita do Brasil, que juram que o cara é um esquerdista e que a Rússia é comunista! Sim, esse tipo de pessoas existe no Brasil.
Esse lance de ele virar um agente de campo de vez, não me agradou, também a namorada, que vira esposa nos livros, ser esquecida. Outra coisa foi flertar com tramas batidas de líderes sul-americanos corruptos contra os americanos bonzinhos. Tirando uma revelação do final, caíram no lugar comum.
Agora vou analisar o lance ideológico de peça de propaganda dos EUA. Claro que o filme é uma alusão ao Maduro, até o nome do presidente é Nícolas na série. Então, primeiro imputa um presidente de direita, para não ficar tão na cara, uma oposicionista liberal boazinha que seria o Juan Guiadó da série. O povo apoia o Nicolas Maduro, ao contrário do mostrado na série. A série cuida de fazer pura propaganda barata imperialista.
Agentes da CIA preocupados com democracia na América Latina, chega a ser ridículo de tão demagógico que é, pois sabemos o que eles já fizeram no passado e na história recente. A série cuida de por os que falam de ingerência dos EUA em assuntos internos de outros países, como adeptos de teoria da conspiração. E estamos falando de uma série que preza por geopolítica, acredite!
Primeiro colocam numa palestra de geopolítica dada pelo Ryan, a Venezuela como grande ameaça aos EUA, acredite. Os venezuelanos são postos como um povo corrupto, a geração millennials, o MBL da Venezuela, como seres politicamente conscientes, aproveitam também e socam na floresta da Venezuela, uma milícia de esquerda radical, que não existe na vida real.
A situação de peça publicitária dos EUA é ridícula num ponto que a candidata boazinha diz numa entrevista: "O embargo dos EUA não é contra o povo venezuelano e sim contra o presidente Nícolas".
É colocada perseguição política, prisão e morte de opositores, também massacres feitos pelo governo na periferia, quando isso na realidade foi feito pela direita. Também na vida real já foi usado snipers contra a população civil, pela direita desse país.
Os soldados estadunidenses ganham poderes de filmes como Mercenários, na vida real não se observa isso, mais ainda pequenos grupos sem apoio aéreo, contra todo um comando de militares profissionais.
A Venezuela tem caças e artilharias antiaéreas modernas, helicópteros gringos seriam facilmente abatidos, não é um país atrasado militarmente. Não dá para um grupo de quatro ou cinco pessoas cercar uma base com mais de 25 pessoas numa boa. Tem uma sequência de ação no final do seriado, num prédio do governo, que chega a ser ridícula de tão inverossímil.
É triste que com tantos efeitos especiais bons, sangue falso e maquiagem bem feitas, não conseguiram contar uma boa história. Como falei, cairam no lugar comum e caricato de filmes de ação B, como Mercenários e tantos outros que já vimos as mesmas coisas: militares incompetentes numa selva falando espanhol, servindo a um governo corrupto, facilmente derrotados por soldados dos EUA imbatíveis.
Muito boa de assistir, vc vai assistindo e a trama vai progredindo, sempre com algum prêmio no final de cada episódio. Digo, cada episódio faz a trama andar e ao mesmo tempo é independente, é difícil conseguir isso. Fez tudo redodinho, e melhor que o ultimo filme com analista/agente Jack Ryan.
O fato de humanizar os vilões é um ponto positivo para série, pois trás realidade. Se não houvesse imperialismo, não haveria terrorismo. Até judeus já praticaram terrorismo no começo do século passado contra ingleses na Palestina, para forçar a criação de Israel. Mas a série depois escorrega colocando o típico vilão maniqueísta e mau, com cara fechada, na vida real não é tão na cara assim.
A humanização do povo islâmico e tentativa de separá-los do terrorismo é muito boa, mostrar como vive as população de pessoas islâmicas ou imigrantes na França é outro ponto positivo da série. De certa forma é um "minha culpa" pela islamofobia e como socialmente excluindo as pessoas, em empregos e oportunidades, as leva ao crime e ao terrorismo, fora os bombardeios das nações ocidentais em países do Oriente Médio.
Os campos de refugiados e os vilarejos no Oriente Médio são bem críveis. A maneira como vão obtendo informações é bem feita e fácil de acreditar, diferente desse último filme, Jack Ryan: Operação Fantasma. Claro que tem deslises que não ocorrem na vida real, por exemplo, um comboio atacar uma base da CIA, realizar um objetivo e fugir, não haver um ataque aéreo, drone ou qualquer coisa seguindo o comboio imediatamente para que ele não escape.
O Jack Ryan aqui é tão certinho que dá raiva, nos outros filmes têm isso, mas não é tão forte. O interessante é comparar com 24 Horas, o Jack Bauer é mais amoral e completamente disposto a se sujar, fazer coisas moralmente duvidosas e até monstruosas para atingir objetivos. O escritório onde Ryan trabalha realmente lembra a UCT de 24 horas, têm emergência nas ações, mas a passagem de tempo e ritmo são menos frenéticos e diferentes de 24 Horas. 24 horas é bem mais emergencial que essa série. Bem me disseram, que essa série é uma mistura de Homeland com 24 horas, faz sentido.
Gostei da personalidade da namorada de Jack, na série tem mais tempo para desenvolver o personagem, tornando-o mais interessante, diferentemente dos filmes.
Continuação no mesmo nível da 1ª Temporada, com ponto forte para discussões filosóficas sobre o livre-arbítrio vs destino e para o paradoxo de Bootstrap. É reforçada na série a "cobra mordendo o rabo" nas teias do destino dos protagonistas, o eterno retorno de Nietzsche, também é curioso que Jonas cumpre a clássica jornada do herói. A sua jornada do herói fecha e recomeça a cada ciclo do mito do eterno retorno de Nietzsche que é o loop temporal eterno.
Curioso que se pensarmos, basta existir um único portal para o passado, que o universo cíclico seria uma possibilidade se alguém alterasse o passado fazendo um bootstrap ou fazendo com que um evento, como se tornar pai de alguém, ser causa e efeito ao mesmo tempo deste evento. Muito bom. A propósito, a teoria que é usada em Vingadores para viagens no tempo é totalmente pseudo-científica e é de longe a teoria menos querida pelos físicos especialistas em Relatividade Geral.
A série está de parabéns por juntar muito bem ficção científica, com mistério e o mínimo de fantasia, muito pé no chão e crível.
Se fosse para alterar alguma coisa na série, trocaria o relojoeiro por um físico, ou ainda, algum dos protagonistas deveria ser físico hardcore. Também os gráficos que um dos protagonistas usa na parede, os trocaria por equações da Relatividade Geral para wormholes.
Observações sobre o livre-arbítrio na série e a física:
- O roteiro deixa claro com o narrador que a existência do desejo, implica que não existe livre-arbítrio, pois somos escravos dele, ao mesmo tempo a dor, mantém esse desejo também na linha.
- O roteiro assume uma posição de mecanicismo no universo, dado um tempo t, o estado do sistema no tempo t+dt, o futuro, é completamente conhecido pelo estado anterior do sistema. Juntando isso ao determinismo do desejo e ações, logo não teríamos mesmo livre-arbítrio.
- Se nestes termos acima o livre-arbítrio não existe em um linha de tempo aberta, é fácil imaginar que ele não existirá em um loop fechado de tempo, fato este que explica as tentativas ineficientes de evitar acontecimentos e que até reforçam determinados eventos de acontecerem, por isso impossível mudar as coisas no loop temporal, os desejos e o determinismo do universo mantém esses eventos acontecendo.
- Em determinado momento, um personagem falará coisas que somente é livre aquele que é livre dos próprios sentimentos, coisa bem parecida com uma das características do superhomem de Nietzsche, e talvez seja a única forma dos personagens encontrarem uma forma de desfazer tudo.
Acabei de ver a temporada, os dois primeiros episódios tem um ritmo lento, chega a ser desinteressante e enfadonho as vezes, mas do terceiro em diante fica tudo maravilhoso, falo da série, não das coisas para as Aias.
É muito curioso uma coisa tão caricata está quase se tornando verdade no mundo todo devida a extrema-direita cristã, no Brasil temos o Bolsonaro e a Damares. O processo é lento e gradual, nem sempre a degradação de uma sociedade se dá de supetão e com guerra civil ou revoltas.
O fascismo vai tomando conta de tudo, homens supostamente de Deus, fazendo tudo para "purificar" comportamentos, já vimos versões disso no século 20, e ainda em numerosos países islâmicos, não todos. No próprio Ocidente (ou sob influência), lembrando que o Brasil não faz parte dele, demorou para as mulheres terem direito a alguma coisa.
Um ponto curioso na série é o caráter do "cidadão de bem", do "religioso", do "macho", da mulher moralista carrasca de escravas sexuais/útero, a "safadeza" continua existindo, mesmo no mundo altamente moralista, com pena de morte, decepção de membros, e etc. Os machos continuam, apesar da "religiosidade" e moralismo fundamentalista cristão, fazendo coisas nas escondidas, traindo a esposa, procurando realizar perversões sexuais, usando drogas, bebidas alcoólicas, guardando coisas (livros, revistas, jogos) proibidas para todos, fazendo práticas proibidas na própria sociedade louca em que se encontram, os líderes são praticamente todos hipócritas e suas esposas submissas, tudo isso acontecendo "Sob o Olho Dele". Existe até prostituição abençoada para os cidadão de bem cristão aliviar a "pressão", com garotas conquistadas na guerra e inférteis, lá rola droga e bebida também.
O cristianismo, como toda religião abraâmica, é um apanhado de dissonâncias cognitivas nos seus textos principais, não à toa o comportamento maluco é o mesmo no cotidiano real dessas sociedades, pode assassinato, vingança, carrascos, pena de morte, apedrejamento, olho por olho, arrancar olhos e membros, estupros, trabalhos forçados, extermínios, tortura, expurgos, exposição e desrespeito com corpos de inimigos e indignos, barrigas de aluguel, guerra, escravizar os inimigos em trabalhos manuais e sexuais, violência, incesto, separar pais dos filhos, roubar filhos dos outros, etc, tudo sob os olhos do Deus de Abraão. A minha dissonância cognitiva preferida abordada na crítica ao fundamentalismo cristão da série é justamente a traição sob o Olhar de Deus e da esposa, nos joelhos dela, com um fim "sagrado" da reprodução.
A série por isso tudo, também é uma metáfora para a sociedade machista latente que ainda perdurará por muitas décadas, e que talvez não se concretize como uma distopia por falta de oportunidade, mais terrível ainda é pensar que não se precisa de uma mudança abrupta, tenhamos cuidado então com o processo gradual. A base das religiões predominante no Ocidente, os textos sagrados das religiões abraâmicas realmente são um instrumento de perpetuação do machismo e de outras coisas nojentas como o capitalismo. Uma reflexão de como as coisas podem ir de mal a pior, com a direita dominando o mundo e cada vez mais escravizando consciências e corpos (depois estes estúpidos vêm criticar o socialismo). Vale lembrar que existe o "grande irmão" vigiando tudo, fora o olhar apático de Deus diante da animalidade, selvageria e injustiças dessa sociedade.
As mulheres sofrem pra caramba, não são apenas elas que perdem coisas, mas como é dito em alguns episódios, nenhum homem é estuprado, mesmo sendo um serviçal de baixo escalão. Os homens do lado "sensato" do conflito perdem esposas e filhos, irmãos, irmãs, parentes, amigos, podem ir para campos de concentração, mas nunca serão humilhados e escravizados no mesmo nível das mulheres, que também perderam todas essas coisas. As mulheres são o núcleo central de toda violência dos "justos" dirigida à humanidade que são elas, elas que narram essa história.
Bom refletir sobre se somos realmente livres; Se a religião nos deixa melhores de verdade; Sobre o que realmente importa numa situação de perseguição da nossa família e amigos; Sobre o machismo nosso de cada dia claro; Se mesmo na bagaça moral do niilismo atual, em que todos temos defeitos e até nos esforçamos na maldade, pra ser sincero, mas podemos ainda amar e fazer coisas boas aos outros, sem sermos forçados, ou, sermos fanáticos religiosos, monstros hipócritas que cometem todo tipo de desumanidade.
Futurama é um bom substituto para abstinência de Rick and Morty e tão bom quanto, também vai agradar quem é mais ligado na ficção científica, tem menos ex-machina nos roteiros. PS: Rick and Morty é genial. Só avalio a temporada depois de ver os 5 últimos episódios. Netflix deixou todo mundo na mão.
Gostei das histórias, mas faltou mais fisicalidade e realidade em várias cenas de batalha, se tivessem o Ridley Scott, essa série seria fechada com 10.
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O Conto da Aia (4ª Temporada)
4.3 428 Assista AgoraDá pra perceber que estão tentando maximizar o tempo na série, uma coisa que espero é a queda de Gilead, a implosão do país e a reestruturação dos EUA. Gilead não sai da cabeça das torturadas lá, é fácil entender se nos colocarmos no lugar das Martas e Aias.
Acredito que em algum momento o roteiro tem que sair do protagonismo da June se Gilead vier a cair e mostrarem mais cenas de Guerra.
É uma coisa boa comparar a situação de não nascimentos de crianças na série, a guerra, e o filme Filhos da Esperança. Acho que precisaremos de mais cenas de guerra realistas, pra acabar logo. Se não tiver isso, vai ficar com clima de novela mexicana, pois tem altos triângulos amorosos e coisas não resolvidas.
As Entrevistas de Putin
4.5 9Um documentário excelente, desmistifica a imagem de Putin que é posta pela mídia ocidental.
Uma aula de geopolítica. Incrível 4 horas, prende realmente a atenção. Super recomendo para quem for professor de história, e para pessoas de esquerda ou de direita.
O Putin é conservador e de direita, nem por isso deixo de admirá-lo como líder.
Curioso é que a galera de esquerda tem pavor dele, por conta de umas coisas que são controversas na Rússia como liberdade para o LGBTQI+, claro que não concordo com Putin nestas coisas. Mas as decisões que o cara toma são fodas e as explicações para as atitudes dele, em determinados momentos dos seus anos de governo são fenomenais.
Também é bom por para alguns da direita do Brasil, que juram que o cara é um esquerdista e que a Rússia é comunista! Sim, esse tipo de pessoas existe no Brasil.
Jack Ryan (2ª Temporada)
3.7 77Esse lance de ele virar um agente de campo de vez, não me agradou, também a namorada, que vira esposa nos livros, ser esquecida. Outra coisa foi flertar com tramas batidas de líderes sul-americanos corruptos contra os americanos bonzinhos. Tirando uma revelação do final, caíram no lugar comum.
Agora vou analisar o lance ideológico de peça de propaganda dos EUA. Claro que o filme é uma alusão ao Maduro, até o nome do presidente é Nícolas na série. Então, primeiro imputa um presidente de direita, para não ficar tão na cara, uma oposicionista liberal boazinha que seria o Juan Guiadó da série. O povo apoia o Nicolas Maduro, ao contrário do mostrado na série. A série cuida de fazer pura propaganda barata imperialista.
Agentes da CIA preocupados com democracia na América Latina, chega a ser ridículo de tão demagógico que é, pois sabemos o que eles já fizeram no passado e na história recente. A série cuida de por os que falam de ingerência dos EUA em assuntos internos de outros países, como adeptos de teoria da conspiração. E estamos falando de uma série que preza por geopolítica, acredite!
Primeiro colocam numa palestra de geopolítica dada pelo Ryan, a Venezuela como grande ameaça aos EUA, acredite. Os venezuelanos são postos como um povo corrupto, a geração millennials, o MBL da Venezuela, como seres politicamente conscientes, aproveitam também e socam na floresta da Venezuela, uma milícia de esquerda radical, que não existe na vida real.
A situação de peça publicitária dos EUA é ridícula num ponto que a candidata boazinha diz numa entrevista: "O embargo dos EUA não é contra o povo venezuelano e sim contra o presidente Nícolas".
É colocada perseguição política, prisão e morte de opositores, também massacres feitos pelo governo na periferia, quando isso na realidade foi feito pela direita. Também na vida real já foi usado snipers contra a população civil, pela direita desse país.
Os soldados estadunidenses ganham poderes de filmes como Mercenários, na vida real não se observa isso, mais ainda pequenos grupos sem apoio aéreo, contra todo um comando de militares profissionais.
A Venezuela tem caças e artilharias antiaéreas modernas, helicópteros gringos seriam facilmente abatidos, não é um país atrasado militarmente. Não dá para um grupo de quatro ou cinco pessoas cercar uma base com mais de 25 pessoas numa boa. Tem uma sequência de ação no final do seriado, num prédio do governo, que chega a ser ridícula de tão inverossímil.
É triste que com tantos efeitos especiais bons, sangue falso e maquiagem bem feitas, não conseguiram contar uma boa história. Como falei, cairam no lugar comum e caricato de filmes de ação B, como Mercenários e tantos outros que já vimos as mesmas coisas: militares incompetentes numa selva falando espanhol, servindo a um governo corrupto, facilmente derrotados por soldados dos EUA imbatíveis.
Jack Ryan (1ª Temporada)
4.1 153 Assista AgoraMuito boa de assistir, vc vai assistindo e a trama vai progredindo, sempre com algum prêmio no final de cada episódio. Digo, cada episódio faz a trama andar e ao mesmo tempo é independente, é difícil conseguir isso.
Fez tudo redodinho, e melhor que o ultimo filme com analista/agente Jack Ryan.
O fato de humanizar os vilões é um ponto positivo para série, pois trás realidade. Se não houvesse imperialismo, não haveria terrorismo. Até judeus já praticaram terrorismo no começo do século passado contra ingleses na Palestina, para forçar a criação de Israel.
Mas a série depois escorrega colocando o típico vilão maniqueísta e mau, com cara fechada, na vida real não é tão na cara assim.
A humanização do povo islâmico e tentativa de separá-los do terrorismo é muito boa, mostrar como vive as população de pessoas islâmicas ou imigrantes na França é outro ponto positivo da série. De certa forma é um "minha culpa" pela islamofobia e como socialmente excluindo as pessoas, em empregos e oportunidades, as leva ao crime e ao terrorismo, fora os bombardeios das nações ocidentais em países do Oriente Médio.
Os campos de refugiados e os vilarejos no Oriente Médio são bem críveis.
A maneira como vão obtendo informações é bem feita e fácil de acreditar, diferente desse último filme, Jack Ryan: Operação Fantasma.
Claro que tem deslises que não ocorrem na vida real, por exemplo, um comboio atacar uma base da CIA, realizar um objetivo e fugir, não haver um ataque aéreo, drone ou qualquer coisa seguindo o comboio imediatamente para que ele não escape.
O Jack Ryan aqui é tão certinho que dá raiva, nos outros filmes têm isso, mas não é tão forte. O interessante é comparar com 24 Horas, o Jack Bauer é mais amoral e completamente disposto a se sujar, fazer coisas moralmente duvidosas e até monstruosas para atingir objetivos.
O escritório onde Ryan trabalha realmente lembra a UCT de 24 horas, têm emergência nas ações, mas a passagem de tempo e ritmo são menos frenéticos e diferentes de 24 Horas. 24 horas é bem mais emergencial que essa série. Bem me disseram, que essa série é uma mistura de Homeland com 24 horas, faz sentido.
Gostei da personalidade da namorada de Jack, na série tem mais tempo para desenvolver o personagem, tornando-o mais interessante, diferentemente dos filmes.
Dark (2ª Temporada)
4.5 897Continuação no mesmo nível da 1ª Temporada, com ponto forte para discussões filosóficas sobre o livre-arbítrio vs destino e para o paradoxo de Bootstrap. É reforçada na série a "cobra mordendo o rabo" nas teias do destino dos protagonistas, o eterno retorno de Nietzsche, também é curioso que Jonas cumpre a clássica jornada do herói. A sua jornada do herói fecha e recomeça a cada ciclo do mito do eterno retorno de Nietzsche que é o loop temporal eterno.
Curioso que se pensarmos, basta existir um único portal para o passado, que o universo cíclico seria uma possibilidade se alguém alterasse o passado fazendo um bootstrap ou fazendo com que um evento, como se tornar pai de alguém, ser causa e efeito ao mesmo tempo deste evento. Muito bom. A propósito, a teoria que é usada em Vingadores para viagens no tempo é totalmente pseudo-científica e é de longe a teoria menos querida pelos físicos especialistas em Relatividade Geral.
A série está de parabéns por juntar muito bem ficção científica, com mistério e o mínimo de fantasia, muito pé no chão e crível.
Se fosse para alterar alguma coisa na série, trocaria o relojoeiro por um físico, ou ainda, algum dos protagonistas deveria ser físico hardcore. Também os gráficos que um dos protagonistas usa na parede, os trocaria por equações da Relatividade Geral para wormholes.
Observações sobre o livre-arbítrio na série e a física:
- O roteiro deixa claro com o narrador que a existência do desejo, implica que não existe livre-arbítrio, pois somos escravos dele, ao mesmo tempo a dor, mantém esse desejo também na linha.
- O roteiro assume uma posição de mecanicismo no universo, dado um tempo t, o estado do sistema no tempo t+dt, o futuro, é completamente conhecido pelo estado anterior do sistema. Juntando isso ao determinismo do desejo e ações, logo não teríamos mesmo livre-arbítrio.
- Se nestes termos acima o livre-arbítrio não existe em um linha de tempo aberta, é fácil imaginar que ele não existirá em um loop fechado de tempo, fato este que explica as tentativas ineficientes de evitar acontecimentos e que até reforçam determinados eventos de acontecerem, por isso impossível mudar as coisas no loop temporal, os desejos e o determinismo do universo mantém esses eventos acontecendo.
- Em determinado momento, um personagem falará coisas que somente é livre aquele que é livre dos próprios sentimentos, coisa bem parecida com uma das características do superhomem de Nietzsche, e talvez seja a única forma dos personagens encontrarem uma forma de desfazer tudo.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraAcabei de ver a temporada, os dois primeiros episódios tem um ritmo lento, chega a ser desinteressante e enfadonho as vezes, mas do terceiro em diante fica tudo maravilhoso, falo da série, não das coisas para as Aias.
É muito curioso uma coisa tão caricata está quase se tornando verdade no mundo todo devida a extrema-direita cristã, no Brasil temos o Bolsonaro e a Damares. O processo é lento e gradual, nem sempre a degradação de uma sociedade se dá de supetão e com guerra civil ou revoltas.
O fascismo vai tomando conta de tudo, homens supostamente de Deus, fazendo tudo para "purificar" comportamentos, já vimos versões disso no século 20, e ainda em numerosos países islâmicos, não todos. No próprio Ocidente (ou sob influência), lembrando que o Brasil não faz parte dele, demorou para as mulheres terem direito a alguma coisa.
Um ponto curioso na série é o caráter do "cidadão de bem", do "religioso", do "macho", da mulher moralista carrasca de escravas sexuais/útero, a "safadeza" continua existindo, mesmo no mundo altamente moralista, com pena de morte, decepção de membros, e etc. Os machos continuam, apesar da "religiosidade" e moralismo fundamentalista cristão, fazendo coisas nas escondidas, traindo a esposa, procurando realizar perversões sexuais, usando drogas, bebidas alcoólicas, guardando coisas (livros, revistas, jogos) proibidas para todos, fazendo práticas proibidas na própria sociedade louca em que se encontram, os líderes são praticamente todos hipócritas e suas esposas submissas, tudo isso acontecendo "Sob o Olho Dele". Existe até prostituição abençoada para os cidadão de bem cristão aliviar a "pressão", com garotas conquistadas na guerra e inférteis, lá rola droga e bebida também.
O cristianismo, como toda religião abraâmica, é um apanhado de dissonâncias cognitivas nos seus textos principais, não à toa o comportamento maluco é o mesmo no cotidiano real dessas sociedades, pode assassinato, vingança, carrascos, pena de morte, apedrejamento, olho por olho, arrancar olhos e membros, estupros, trabalhos forçados, extermínios, tortura, expurgos, exposição e desrespeito com corpos de inimigos e indignos, barrigas de aluguel, guerra, escravizar os inimigos em trabalhos manuais e sexuais, violência, incesto, separar pais dos filhos, roubar filhos dos outros, etc, tudo sob os olhos do Deus de Abraão. A minha dissonância cognitiva preferida abordada na crítica ao fundamentalismo cristão da série é justamente a traição sob o Olhar de Deus e da esposa, nos joelhos dela, com um fim "sagrado" da reprodução.
A série por isso tudo, também é uma metáfora para a sociedade machista latente que ainda perdurará por muitas décadas, e que talvez não se concretize como uma distopia por falta de oportunidade, mais terrível ainda é pensar que não se precisa de uma mudança abrupta, tenhamos cuidado então com o processo gradual. A base das religiões predominante no Ocidente, os textos sagrados das religiões abraâmicas realmente são um instrumento de perpetuação do machismo e de outras coisas nojentas como o capitalismo. Uma reflexão de como as coisas podem ir de mal a pior, com a direita dominando o mundo e cada vez mais escravizando consciências e corpos (depois estes estúpidos vêm criticar o socialismo). Vale lembrar que existe o "grande irmão" vigiando tudo, fora o olhar apático de Deus diante da animalidade, selvageria e injustiças dessa sociedade.
As mulheres sofrem pra caramba, não são apenas elas que perdem coisas, mas como é dito em alguns episódios, nenhum homem é estuprado, mesmo sendo um serviçal de baixo escalão. Os homens do lado "sensato" do conflito perdem esposas e filhos, irmãos, irmãs, parentes, amigos, podem ir para campos de concentração, mas nunca serão humilhados e escravizados no mesmo nível das mulheres, que também perderam todas essas coisas. As mulheres são o núcleo central de toda violência dos "justos" dirigida à humanidade que são elas, elas que narram essa história.
Bom refletir sobre se somos realmente livres; Se a religião nos deixa melhores de verdade; Sobre o que realmente importa numa situação de perseguição da nossa família e amigos; Sobre o machismo nosso de cada dia claro; Se mesmo na bagaça moral do niilismo atual, em que todos temos defeitos e até nos esforçamos na maldade, pra ser sincero, mas podemos ainda amar e fazer coisas boas aos outros, sem sermos forçados, ou, sermos fanáticos religiosos, monstros hipócritas que cometem todo tipo de desumanidade.
Ciência Nua e Crua
4.7 5Melhor Reality Show já feito, juntamente com A Prova de Tudo.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraPerfeita, pena que nas últimas temporadas a série perdeu o tom quase apocalíptico com toques de Twilight Zone (Além da Imaginação).
Rick and Morty (4ª Temporada)
4.3 205 Assista AgoraFuturama é um bom substituto para abstinência de Rick and Morty e tão bom quanto, também vai agradar quem é mais ligado na ficção científica, tem menos ex-machina nos roteiros. PS: Rick and Morty é genial. Só avalio a temporada depois de ver os 5 últimos episódios. Netflix deixou todo mundo na mão.
As Terríveis Aventuras De Billy & Mandy (1ª Temporada)
4.4 61 Assista AgoraAs terríveis aventuras de Billy e Mandy estão no mesmo nível de Rick and Morty e Futurama.
The Long Road Home
4.5 6Gostei das histórias, mas faltou mais fisicalidade e realidade em várias cenas de batalha, se tivessem o Ridley Scott, essa série seria fechada com 10.