Essa segunda temporada é uma aula de perfeição. Edição, atuação, trilha sonora... tudo funciona e se entrelaça de forma totalmente harmônica e orgânica. Um exemplo perfeito foi o episódio final.. de um lado rock e estresse crescente, do outro lado, no salão, música tranquila e clientes sorridentes. A transição dos dois ambientes e a crescente do estresse foram orquestradas de forma magistral. Incrível como a ansiedade, o estresse e o mundo caótico dos personagens são transmitidos de forma tão natural e realista para a gente. O Episódio do primo é um deleite.. simples e emocionante. O episódio da ceia de Natal em família é claustrofóbico e muito angustiante, mas é uma aula de realismo e domínio de tudo.
Eu pensava que o documentário seria focado no julgamento, pois apesar de eu ter acompanhado muita coisa, ficou tudo entrecortado na minha mente e queria muito ver a montagem do passo a passo da audiência. Entretanto, o foco do documentário foi a repercussão midiática e apresentação dos fatos de forma muito subjetiva pelos mais diversos influenciadores e a discussão de que toda essa repercussão subjetiva poderia ter influenciado os jurados, através de contatos destes com os familiares, etc. Então, para mim o documentário não acrescentou em nada, pois muitas coisas interessantes que aconteceram no julgamento foram deixados de fora, como toda a brilhante argumentação da advogada do Depp acerca do presente de um punhal dado por Amber para um homem, que segundo ela, era violento e impulsivo. Todo o desenrolar do julgamento foi bem interessante para os amantes de "documentário de tribunal", mas infelizmente o documentário não tinha esse foco.
A série inicia com a viagem no tempo para tentar melhorar a humanidade no presente, evitando, por exemplo, a perda de vidas jovens em guerras inúteis como a do Vietnã. Na visão dos personagens, o evento que poderia mudar para melhor a humanidade seria evitar o assassinato do Robert Kennedy. Mas, no desenvolvimento, a série subverte os valores ao longo dessas premissas iniciais, pois, na verdade, percebemos que a preservação da vida de uma mulher, que se tratava de uma simples bibliotecária, pode, no futuro, reverberar bem mais do que a vida de um futuro e poderoso presidente.Gostei muito da surpresa com o futuro caótico e inesperado devido a mudança no passado, assim como o desenvolvimento dos personagens, em tons sempre críticos com os contornos heroicos da figura do Kennedy e a necessidade do americano ter a figura do herói. E para coroar tudo, simplesmente o final foi arrebatador. Lindo e emocionante.
A série incorpora muito bem o espírito mórbido e sarcástico, sendo revigorante e necessário nos dias atuais, onde os jovens querem copiar as pseudo celebridades instantâneas da Internet e são ávidos pelo próximo produto eleito para adquirirem com a mesma rapidez que esquecem de suas verdadeiras personalidades. Wandinha é sobretudo um filme sobre auto aceitação, convivência em sociedade, amizade, sobre ser imperfeito e diferente e assumir tudo isso. Assistia muito família Addams na minha infância e talvez tenha me influenciado de certa forma.
Os primeiros episódios tem um ritmo frenético e são viciantes. Depois, o ritmo se torna bem mais lento e as vezes até enfadonho. Sentimos essa diminuição de ritmo. Mesmo assim, ainda é uma boa série, que foge de qualquer chiclê de filmes com protagonistas adolescentes. Eu demorei a ver porque não gosto de hype, pois muitas vezes é pura decepção. Talvez por não ter muita expectativa, fui surpreendida pela qualidade técnica, roteiro, montagem e interpretações e assisti os primeiros episódios em pura êxtase e com uma vontade danada de passar glitter na cara! ;)
A série acerta quando foca na personagem Mare que, na minha opinião, configura um dos personagens mais criveis de policial, destituída de estereótipos típicos do gênero. A vida familiar e profissional se permeia, em perfeita síntese narrativa. Porém, a série erra quando se volta para a solução dos casos policiais, cheio de furos e enredo mirabolante, transformando os vários plot twist em algo cansativo e forçado.
A cidade onde a série acontece representa claramente o "sonho americano", pois a perfeição aparente cede lugar ao caos interior. Os personagens se vangloriam em residir em uma cidade "perfeita" e planejada, com casas perfeitas, escolas perfeitas, pessoas perfeitas. Mas o preconceito está inserido nos poros de muitas pessoas e ele é manifestado de forma sutil. As sutilezas no roteiro são mostradas aos poucos para irmos construindo a verdadeira personalidade de cada personagem. Nada é o que parece ser e achei incrível todo esse processo de construção e desconstrução.
A personagem da Elena parece feliz, com uma grande casa, família e amigos e demonstra ser uma pessoa caridosa. Mas percebemos ao longo da série várias facetas, como o racismo (apesar da filha dela namorar uma pessoa negra, Elena parabeniza a filha por conseguir vaga na faculdade, sem entrar nas cotas), manipulação (Elena descobre o segredo de Mia e quer usar isso no Tribunal, assim como Elena sempre vem com doces ou pequenas ameaças para conseguir o que quer, como no caso da ginecologista), falsa caridade (Elena expulsa Mia da casa, por vingança) e o principal, Elena usa a Pearl como forma de atingir a Mia e, na verdade, a adolescente só foi usada e isso fica claro quando a Elena ignora a Pearl, após ser confrontada por Mia. Por sua vez, Mia se mostra uma pessoa muito amargurada, que desconfia das "bondades" e tem um ar arrogante, mas depois entendemos os traumas e medos. A série aborda muitos temas interessantes, sempre de forma conectada e inteligente, como a questão da sexualidade (no caso do clube do livro, bullying no colégio, etc), as escolhas da maternidade (aborto, controle de natalidade, emprego e maternidade, adoçao, barriga de aluguel, etc). Enfim, a série é realmente muito boa e so vai crescendo, se tornando viciante.
O documentário focou muito nas investigações iniciais desenvolvidas pela polícia de Palm Beach e nas declarações das vítimas. Entretanto, senti falta de mais detalhes das investigações do FBI, pois ninguém do FBI foi entrevistado para explicar alguns pontos: 1) Em relação a namorada de Jeffrey, ela não foi processada? Ou é um outro processo a parte? Isso porque praticamente muitas vítimas foram inicialmente abordadas pela namorada dele, que buscava ganhar a confiança das vítimas para facilitar os abusos sexuais. Em muitos casos, ela também participava ativamente dos abusos;
2) Em relação aos homens poderosos que frequentavam a ilha e que também foram citados por testemunhas e vítimas, eles estão sendo investigados? Nesse contexto, o Bill Clinton mentiu ao afirmar que não frequentava a ilha, tendo todos os registros aéreos constatado mais de vinte viagens à ilha. Viagens essas acompanhadas de adolescentes no mesmo vôo e essas adolescentes estavam desacompanhadas dos respectivos responsáveis legais. Como um homem experimente que nem o Bill Clinton não desconfiou dessa situação e ainda frequentou por mais de vinte vezes um local onde publicamente os homens se aproveitavam de adolescentes? O próprio funcionário da ilha flagrou e suspeitou de várias situações de abuso sexual, motivando ele a pedir demissão.
Achei que o documentário não mostrou adequadamente a investigação em relação a esses outros poderosos que com certeza também abusaram das vítimas.
Gostei. Achei ousado. A produção não economizou esforços financeiros para fazer algo memorável e diferente, produzindo desfiles com inspiração em outras culturas e levando os participantes a vivenciarem presencialmente essa nova cultura, transpondo todo esse arcabouço sensorial na construção de roupas. Os locais dos desfiles são um deleite a parte. Destaque ainda para a participação da Naomi que realmente sabe expressar as críticas. Tanto que muitos participantes conseguiram captar as críticas dela e evoluiram. Um ponto negativo foi a escolha dos participantes. Tinham duas eliminadas que nitidamente não tinham o perfil mínimo para o programa. Mas como o programa exige tempo para se dedicar (em viagens e construção de desfiles) isso pode ter afastado outros participantes mais qualificados.
No início, a série assume contornos bem interessante ao mostrar o lado obscuro de Hollywood e daquelas pessoas que pretendiam ingressar na indústria. Porém, ao abraçar as diversas causas sociais, o filme mudou o vetor, se transformando claramente em um instrumento para fazer justiça a todos aqueles que foram rechaçados e solenemente ignorados por essa mega indústria (negros, imigrantes, homossexuais, mulheres na direção de estúdios, etc). Nesse sentido, a série foi contaminada pelo clima surreal que permeia Hollywood e que tanto parece querer criticar: que nessa indústria, a felicidade é fabricada nas frentes das câmeras, enquanto nos bastidores impera as diversas formas de abuso. Portanto, a série era muito mais interessante no primeiro momento ao tentar mostrar a crueldade que se escondia sob os holofotes do brilho de Hollywood, mas depois se transmutou em um mero veículo para erradicar toda forma de ignorância e de discriminação e com isso perdeu o foco inicial e se transformou em um "conto de fadas" simplório e totalmente esperado dentro de um contexto tipicamente hollywoodiano, gerando uma grande ambiguidade na sua suposta crítica ao proporcionar a redenção de todos os personagens, transformando todo mundo em pessoas boas, cheias de amor ao próximo e que são capazes de reinventar a bondade e o perdão, assumindo os mais indizíveis erros. Outro ponto, a série insere personagens reais (atrizes Vivian Leigh, Tallulah Bankhead, etc), porém, esses personagens são sub aproveitados e poderiam ser explorados de uma forma melhor, pois são pessoas complexas que sempre buscaram viver "fora da caixa", fato este que com certeza traria mais força dramática e vivacidade à série.
O Interesssante nesse documentário é que um psicopata nasce na rede social, se utiliza dessa rede para copiar filmes, deixa rastros de forma proposital e tudo se desenvolve sob os olhares atentos de um grupo que se intitula nerd. Esse grupo assiste atônito o desenvolvimento da crueldade desse psicopata e, apesar de terem várias provas, não conseguem a atenção devida das autoridades. A investigação que eles fizeram apenas com os recursos da internet é algo incrível. Horas e horas dedicadas a descobrir a identidade e a localização do psicopata. O documentário explica todo o passo a passo, desvenda as inúmeras referências de filmes que o psicopata se utilizava. Existia uma outra pessoa envolvida? Talvez, mas provavelmente não um mentor, mas sim alguém que ele queria doutrinar. E só existe prova dessa pessoa em um dos vídeos. Geralmente os psicopatas costumam agir sozinhos. O documentário deixa claro que a mãe dele é uma ferrenha protetora e vitimiza o filho. Ela simplesmente aceita o fato dele ser "acompanhante", aceita a crueldade que ele faz em relação aos animais e alega que seu filho sofria de bullying, fechando os olhos para todas as provas em relação ao cruel assassinato e esquartejamento de um rapaz. Essa superproteção só contribuiu para o recrudescimento das ações violentas dele.
O verdadeiro Dilema é o espectador decidir se pára de assistir nos primeiros episódios ou se termina de ver todos os episódios apenas para ter a certeza que essa série é uma das piores da netflix. Um misto de atuações muito ruins ao ponto de incomodar (por incrível que pareça, apenas uma ainda se salva, que é a atriz que interpreta a Lisa), um roteiro raso e com conexões superficiais e inconvincentes entres os personagens, diálogos pobres e artificiais, tramas paralelas apenas para "encher linguiça" e com a clara intenção de servir para atrair supostamente o público homossexual e negro, pois essas tramas paralelas chegam a ser risíveis de tão descabidas e pessimamente desenvolvidas . Enfim, é uma completa enganação e perda de tempo.
Série ótima e o diretor, mesmo sendo de outra nacionalidade, conseguiu captar a cultura, a política, buscando descortinar todas as camadas de uma história complexa. Na minha opinião, tudo o que foi mostrado, todos os detalhes, foram importantes para tentar compreender a profusão de informações.
A defesa se baseia em alguns detalhes contraditórios, que claro, devem existir em uma investigação complexa dessas, esquecendo várias provas importantes como o exame positivo de comparação entre o projetil encontrado no armario do Rafael e os projéteis recolhidos do corpo do traficante Bebetinho. Os encontros entre Wallace e o Frankzinho, com comprovação através de fotos. A proximidade do Moa com o Wallace e o fato deste ter negado essa proximidade, o testemunho da ex-reporter narrando em síntese que Wallace cometeria crimes ao forjar flagrantes para criação de pautas, os consecutivos assassinados de testemunhas contra Wallace. Indaga-se como um deputado que seria ferrenho opositor dos traficantes tinha estreitos laços com alguns, como o Moa? Indaga-se quem seria beneficiado com os assassinatos das testemunhas desfavoráveis ao Wallace? Nesse último caso, analisando a argumentação da defesa, se o Wallace era perseguido por combater os traficantes, então os traficantes nao teriam interesse em assassinar essas testemunhas, porém, vemos justamente o contrário... quem falava, morria. Indaga-se se o Poder Judiciario, Ministerio Público e Polícia estariam formando um complô contra o Wallace, pois a força tarefa era composta pelos integrantes do MP e polícia e tudo foi submetido ao crivo do Poder Judiciário? Com que intuito? Enfim...para mim foram mostrados fatos reveladores.
O título deveria se chamar Andrew Cunanan, o homem que assassinou Gianni Versace, mas esse título foi escolhido para chamar a atençao do espectador, gerando falsas expectativas e decepção para aqueles que esperavam um mergulho no mundo do Versace. Mas foi correto o enfoque ser no assassino, tendo em vista que não se tratou de um assassinato isolado e desvendar a motivação obrigatoriamente tem relação com descortinar a própria vida e personalidade do assassino. E o filme se esmera nesse aspecto, pois situações familiares, vínculos de amizade e amorosos são cuidadosamente inseridos, traçando a vida do assassino. Impossível não assistir a todos os epsódios e pensar em várias questões levantadas no filme, como o fato do assassino ter sido neglicenciado pela polícia, mesmo após quatro assassinatos, pois suas vítimas eram homossexuais assumidos ou não. E o fato da polícia ter reunido todos os esforços devido ao assassinato de uma "celebridade", fato este que se sobrepos à orientação sexual da vitima.
A série usa o motiz do famoso livro Perfume, inclusive, esse livro tem alguns trechos lidos pelos personagens, porém, a série traz uma carga dramática e psicótica muito mais desenvolvida, mas sem perder todo esse fascínio pelos cheiros. Seria fácil se perder em tentar construir e mostrar as personalidades de tantos personagens, mas a série desenvolveu isso de forma coesa, pois aos poucos cada personagem foi sendo desnudo, assim como as relações entre eles. Resolver o mistério em torno dos assassinatos é apenas um chamariz para mostrar o verdadeiro intuito da série, que são as personalidades caóticas formadas por passados obscuros e como essas pessoas lidam e interagem entre si. Nesse diapasão, não conseguimos sentir nenhum apego pelos personagens. Entre as novas séries do Netflix, eu prefiro Perfume do que "You", por exemplo.
A série utiliza como trama secundária a investigação de assassinatos em série em uma pequena cidade para explorar com densidade os traumas, comportamentos e personalidades dos moradores. Somos inseridos em um submundo dominado pela intriga falsidade, traições. Ninguém parece ser o que realmente é. A série explora todas essas vertentes em doses mínimas, muitas vezes desconstruídas, mas aos poucos todas as peças se juntam. Impossível ver um epsódio apenas, pois a série hipnotiza e gera a curiosidade na descoberta do verdadeiro "eu" dos personagens. Para quem espera uma trama focada no suspense, para descobrir o autor das mortes, pode se decepcionar um pouco, pois o drama aqui é o que se destaca, sendo uma escolha consciente e acertada da direção. Com essa escolha, a série sai do lugar comum, produzindo um ótimo drama, com generosas doses de mistério.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 234Essa segunda temporada é uma aula de perfeição. Edição, atuação, trilha sonora... tudo funciona e se entrelaça de forma totalmente harmônica e orgânica. Um exemplo perfeito foi o episódio final.. de um lado rock e estresse crescente, do outro lado, no salão, música tranquila e clientes sorridentes. A transição dos dois ambientes e a crescente do estresse foram orquestradas de forma magistral. Incrível como a ansiedade, o estresse e o mundo caótico dos personagens são transmitidos de forma tão natural e realista para a gente. O Episódio do primo é um deleite.. simples e emocionante. O episódio da ceia de Natal em família é claustrofóbico e muito angustiante, mas é uma aula de realismo e domínio de tudo.
Johnny Depp x Amber Heard
2.8 46 Assista AgoraEu pensava que o documentário seria focado no julgamento, pois apesar de eu ter acompanhado muita coisa, ficou tudo entrecortado na minha mente e queria muito ver a montagem do passo a passo da audiência.
Entretanto, o foco do documentário foi a repercussão midiática e apresentação dos fatos de forma muito subjetiva pelos mais diversos influenciadores e a discussão de que toda essa repercussão subjetiva poderia ter influenciado os jurados, através de contatos destes com os familiares, etc.
Então, para mim o documentário não acrescentou em nada, pois muitas coisas interessantes que aconteceram no julgamento foram deixados de fora, como toda a brilhante argumentação da advogada do Depp acerca do presente de um punhal dado por Amber para um homem, que segundo ela, era violento e impulsivo. Todo o desenrolar do julgamento foi bem interessante para os amantes de "documentário de tribunal", mas infelizmente o documentário não tinha esse foco.
22.11.63
4.2 270 Assista AgoraEssa série é uma pérola e tem muita reflexão embutida, além de ser bem desenvolvida e construída, nos impulsando a assistir de forma frenética.
A série inicia com a viagem no tempo para tentar melhorar a humanidade no presente, evitando, por exemplo, a perda de vidas jovens em guerras inúteis como a do Vietnã. Na visão dos personagens, o evento que poderia mudar para melhor a humanidade seria evitar o assassinato do Robert Kennedy. Mas, no desenvolvimento, a série subverte os valores ao longo dessas premissas iniciais, pois, na verdade, percebemos que a preservação da vida de uma mulher, que se tratava de uma simples bibliotecária, pode, no futuro, reverberar bem mais do que a vida de um futuro e poderoso presidente.Gostei muito da surpresa com o futuro caótico e inesperado devido a mudança no passado, assim como o desenvolvimento dos personagens, em tons sempre críticos com os contornos heroicos da figura do Kennedy e a necessidade do americano ter a figura do herói. E para coroar tudo, simplesmente o final foi arrebatador. Lindo e emocionante.
Wandinha (1ª Temporada)
4.0 682 Assista AgoraA série incorpora muito bem o espírito mórbido e sarcástico, sendo revigorante e necessário nos dias atuais, onde os jovens querem copiar as pseudo celebridades instantâneas da Internet e são ávidos pelo próximo produto eleito para adquirirem com a mesma rapidez que esquecem de suas verdadeiras personalidades. Wandinha é sobretudo um filme sobre auto aceitação, convivência em sociedade, amizade, sobre ser imperfeito e diferente e assumir tudo isso. Assistia muito família Addams na minha infância e talvez tenha me influenciado de certa forma.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 892Os primeiros episódios tem um ritmo frenético e são viciantes. Depois, o ritmo se torna bem mais lento e as vezes até enfadonho. Sentimos essa diminuição de ritmo. Mesmo assim, ainda é uma boa série, que foge de qualquer chiclê de filmes com protagonistas adolescentes. Eu demorei a ver porque não gosto de hype, pois muitas vezes é pura decepção. Talvez por não ter muita expectativa, fui surpreendida pela qualidade técnica, roteiro, montagem e interpretações e assisti os primeiros episódios em pura êxtase e com uma vontade danada de passar glitter na cara! ;)
Mare of Easttown
4.4 655 Assista AgoraA série acerta quando foca na personagem Mare que, na minha opinião, configura um dos personagens mais criveis de policial, destituída de estereótipos típicos do gênero. A vida familiar e profissional se permeia, em perfeita síntese narrativa. Porém, a série erra quando se volta para a solução dos casos policiais, cheio de furos e enredo mirabolante, transformando os vários plot twist em algo cansativo e forçado.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraA cidade onde a série acontece representa claramente o "sonho americano", pois a perfeição aparente cede lugar ao caos interior. Os personagens se vangloriam em residir em uma cidade "perfeita" e planejada, com casas perfeitas, escolas perfeitas, pessoas perfeitas. Mas o preconceito está inserido nos poros de muitas pessoas e ele é manifestado de forma sutil. As sutilezas no roteiro são mostradas aos poucos para irmos construindo a verdadeira personalidade de cada personagem. Nada é o que parece ser e achei incrível todo esse processo de construção e desconstrução.
A personagem da Elena parece feliz, com uma grande casa, família e amigos e demonstra ser uma pessoa caridosa. Mas percebemos ao longo da série várias facetas, como o racismo (apesar da filha dela namorar uma pessoa negra, Elena parabeniza a filha por conseguir vaga na faculdade, sem entrar nas cotas), manipulação (Elena descobre o segredo de Mia e quer usar isso no Tribunal, assim como Elena sempre vem com doces ou pequenas ameaças para conseguir o que quer, como no caso da ginecologista), falsa caridade (Elena expulsa Mia da casa, por vingança) e o principal, Elena usa a Pearl como forma de atingir a Mia e, na verdade, a adolescente só foi usada e isso fica claro quando a Elena ignora a Pearl, após ser confrontada por Mia. Por sua vez, Mia se mostra uma pessoa muito amargurada, que desconfia das "bondades" e tem um ar arrogante, mas depois entendemos os traumas e medos. A série aborda muitos temas interessantes, sempre de forma conectada e inteligente, como a questão da sexualidade (no caso do clube do livro, bullying no colégio, etc), as escolhas da maternidade (aborto, controle de natalidade, emprego e maternidade, adoçao, barriga de aluguel, etc). Enfim, a série é realmente muito boa e so vai crescendo, se tornando viciante.
Jeffrey Epstein: Poder e Perversão
3.8 129 Assista AgoraO documentário focou muito nas investigações iniciais desenvolvidas pela polícia de Palm Beach e nas declarações das vítimas. Entretanto, senti falta de mais detalhes das investigações do FBI, pois ninguém do FBI foi entrevistado para explicar alguns pontos:
1) Em relação a namorada de Jeffrey, ela não foi processada? Ou é um outro processo a parte? Isso porque praticamente muitas vítimas foram inicialmente abordadas pela namorada dele, que buscava ganhar a confiança das vítimas para facilitar os abusos sexuais. Em muitos casos, ela também participava ativamente dos abusos;
2) Em relação aos homens poderosos que frequentavam a ilha e que também foram citados por testemunhas e vítimas, eles estão sendo investigados? Nesse contexto, o Bill Clinton mentiu ao afirmar que não frequentava a ilha, tendo todos os registros aéreos constatado mais de vinte viagens à ilha. Viagens essas acompanhadas de adolescentes no mesmo vôo e essas adolescentes estavam desacompanhadas dos respectivos responsáveis legais. Como um homem experimente que nem o Bill Clinton não desconfiou dessa situação e ainda frequentou por mais de vinte vezes um local onde publicamente os homens se aproveitavam de adolescentes? O próprio funcionário da ilha flagrou e suspeitou de várias situações de abuso sexual, motivando ele a pedir demissão.
Achei que o documentário não mostrou adequadamente a investigação em relação a esses outros poderosos que com certeza também abusaram das vítimas.
Making The Cut (1ª Temporada)
3.5 33Gostei. Achei ousado. A produção não economizou esforços financeiros para fazer algo memorável e diferente, produzindo desfiles com inspiração em outras culturas e levando os participantes a vivenciarem presencialmente essa nova cultura, transpondo todo esse arcabouço sensorial na construção de roupas. Os locais dos desfiles são um deleite a parte. Destaque ainda para a participação da Naomi que realmente sabe expressar as críticas. Tanto que muitos participantes conseguiram captar as críticas dela e evoluiram. Um ponto negativo foi a escolha dos participantes. Tinham duas eliminadas que nitidamente não tinham o perfil mínimo para o programa. Mas como o programa exige tempo para se dedicar (em viagens e construção de desfiles) isso pode ter afastado outros participantes mais qualificados.
Hollywood
4.1 330 Assista AgoraNo início, a série assume contornos bem interessante ao mostrar o lado obscuro de Hollywood e daquelas pessoas que pretendiam ingressar na indústria. Porém, ao abraçar as diversas causas sociais, o filme mudou o vetor, se transformando claramente em um instrumento para fazer justiça a todos aqueles que foram rechaçados e solenemente ignorados por essa mega indústria (negros, imigrantes, homossexuais, mulheres na direção de estúdios, etc). Nesse sentido, a série foi contaminada pelo clima surreal que permeia Hollywood e que tanto parece querer criticar: que nessa indústria, a felicidade é fabricada nas frentes das câmeras, enquanto nos bastidores impera as diversas formas de abuso. Portanto, a série era muito mais interessante no primeiro momento ao tentar mostrar a crueldade que se escondia sob os holofotes do brilho de Hollywood, mas depois se transmutou em um mero veículo para erradicar toda forma de ignorância e de discriminação e com isso perdeu o foco inicial e se transformou em um "conto de fadas" simplório e totalmente esperado dentro de um contexto tipicamente hollywoodiano, gerando uma grande ambiguidade na sua suposta crítica ao proporcionar a redenção de todos os personagens, transformando todo mundo em pessoas boas, cheias de amor ao próximo e que são capazes de reinventar a bondade e o perdão, assumindo os mais indizíveis erros.
Outro ponto, a série insere personagens reais (atrizes Vivian Leigh, Tallulah Bankhead, etc), porém, esses personagens são sub aproveitados e poderiam ser explorados de uma forma melhor, pois são pessoas complexas que sempre buscaram viver "fora da caixa", fato este que com certeza traria mais força dramática e vivacidade à série.
Don't F**k With Cats: Uma Caçada Online
4.2 326 Assista AgoraO Interesssante nesse documentário é que um psicopata nasce na rede social, se utiliza dessa rede para copiar filmes, deixa rastros de forma proposital e tudo se desenvolve sob os olhares atentos de um grupo que se intitula nerd. Esse grupo assiste atônito o desenvolvimento da crueldade desse psicopata e, apesar de terem várias provas, não conseguem a atenção devida das autoridades. A investigação que eles fizeram apenas com os recursos da internet é algo incrível. Horas e horas dedicadas a descobrir a identidade e a localização do psicopata.
O documentário explica todo o passo a passo, desvenda as inúmeras referências de filmes que o psicopata se utilizava.
Existia uma outra pessoa envolvida? Talvez, mas provavelmente não um mentor, mas sim alguém que ele queria doutrinar. E só existe prova dessa pessoa em um dos vídeos. Geralmente os psicopatas costumam agir sozinhos.
O documentário deixa claro que a mãe dele é uma ferrenha protetora e vitimiza o filho. Ela simplesmente aceita o fato dele ser "acompanhante", aceita a crueldade que ele faz em relação aos animais e alega que seu filho sofria de bullying, fechando os olhos para todas as provas em relação ao cruel assassinato e esquartejamento de um rapaz. Essa superproteção só contribuiu para o recrudescimento das ações violentas dele.
Dilema
3.1 153 Assista AgoraO verdadeiro Dilema é o espectador decidir se pára de assistir nos primeiros episódios ou se termina de ver todos os episódios apenas para ter a certeza que essa série é uma das piores da netflix. Um misto de atuações muito ruins ao ponto de incomodar (por incrível que pareça, apenas uma ainda se salva, que é a atriz que interpreta a Lisa), um roteiro raso e com conexões superficiais e inconvincentes entres os personagens, diálogos pobres e artificiais, tramas paralelas apenas para "encher linguiça" e com a clara intenção de servir para atrair supostamente o público homossexual e negro, pois essas tramas paralelas chegam a ser risíveis de tão descabidas e pessimamente desenvolvidas . Enfim, é uma completa enganação e perda de tempo.
Bandidos na TV
4.2 260 Assista AgoraSérie ótima e o diretor, mesmo sendo de outra nacionalidade, conseguiu captar a cultura, a política, buscando descortinar todas as
camadas de uma história complexa. Na minha opinião, tudo o que foi mostrado, todos os detalhes, foram importantes para tentar compreender a profusão de informações.
E ficou claro que
A defesa se baseia em alguns detalhes contraditórios, que claro, devem existir em uma investigação complexa dessas, esquecendo várias provas importantes como o exame positivo de comparação entre o projetil encontrado no armario do Rafael e os projéteis recolhidos do corpo do traficante Bebetinho. Os encontros entre Wallace e o Frankzinho, com comprovação através de fotos. A proximidade do Moa com o Wallace e o fato deste ter negado essa proximidade, o testemunho da ex-reporter narrando em síntese que Wallace cometeria crimes ao forjar flagrantes para criação de pautas, os consecutivos assassinados de testemunhas contra Wallace. Indaga-se como um deputado que seria ferrenho opositor dos traficantes tinha estreitos laços com alguns, como o Moa? Indaga-se quem seria beneficiado com os assassinatos das testemunhas desfavoráveis ao Wallace? Nesse último caso, analisando a argumentação da defesa, se o Wallace era perseguido por combater os traficantes, então os traficantes nao teriam interesse em assassinar essas testemunhas, porém, vemos justamente o contrário... quem falava, morria. Indaga-se se o Poder Judiciario, Ministerio Público e Polícia estariam formando um complô contra o Wallace, pois a força tarefa era composta pelos integrantes do MP e polícia e tudo foi submetido ao crivo do Poder Judiciário? Com que intuito? Enfim...para mim foram mostrados fatos reveladores.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraO título deveria se chamar Andrew Cunanan, o homem que assassinou Gianni Versace, mas esse título foi escolhido para chamar a atençao do espectador, gerando falsas expectativas e decepção para aqueles que esperavam um mergulho no mundo do Versace. Mas foi correto o enfoque ser no assassino, tendo em vista que não se tratou de um assassinato isolado e desvendar a motivação obrigatoriamente tem relação com descortinar a própria vida e personalidade do assassino. E o filme se esmera nesse aspecto, pois situações familiares, vínculos de amizade e amorosos são cuidadosamente inseridos, traçando a vida do assassino. Impossível não assistir a todos os epsódios e pensar em várias questões levantadas no filme, como o fato do assassino ter sido neglicenciado pela polícia, mesmo após quatro assassinatos, pois suas vítimas eram homossexuais assumidos ou não. E o fato da polícia ter reunido todos os esforços devido ao assassinato de uma "celebridade", fato este que se sobrepos à orientação sexual da vitima.
O Perfume (1ª Temporada)
3.4 131A série usa o motiz do famoso livro Perfume, inclusive, esse livro tem alguns trechos lidos pelos personagens, porém, a série traz uma carga dramática e psicótica muito mais desenvolvida, mas sem perder todo esse fascínio pelos cheiros. Seria fácil se perder em tentar construir e mostrar as personalidades de tantos personagens, mas a série desenvolveu isso de forma coesa, pois aos poucos cada personagem foi sendo desnudo, assim como as relações entre eles. Resolver o mistério em torno dos assassinatos é apenas um chamariz para mostrar o verdadeiro intuito da série, que são as personalidades caóticas formadas por passados obscuros e como essas pessoas lidam e interagem entre si. Nesse diapasão, não conseguimos sentir nenhum apego pelos personagens.
Entre as novas séries do Netflix, eu prefiro Perfume do que "You", por exemplo.
Objetos Cortantes
4.3 832 Assista AgoraA série utiliza como trama secundária a investigação de assassinatos em série em uma pequena cidade para explorar com densidade os traumas, comportamentos e personalidades dos moradores. Somos inseridos em um submundo dominado pela intriga falsidade, traições. Ninguém parece ser o que realmente é. A série explora todas essas vertentes em doses mínimas, muitas vezes desconstruídas, mas aos poucos todas as peças se juntam. Impossível ver um epsódio apenas, pois a série hipnotiza e gera a curiosidade na descoberta do verdadeiro "eu" dos personagens. Para quem espera uma trama focada no suspense, para descobrir o autor das mortes, pode se decepcionar um pouco, pois o drama aqui é o que se destaca, sendo uma escolha consciente e acertada da direção. Com essa escolha, a série sai do lugar comum, produzindo um ótimo drama, com generosas doses de mistério.
The Fall (1ª Temporada)
4.3 210Série viciante. A Gillian Anderson está impecável. Estou curiosa para ver o desenvolvimento da personagem dela.