Tenta ser um "O Senhor das Armas" com toques de "O Lobo de Wall Street", no entanto, acaba sendo uma versão pálida dos dois filmes. Os dois personagens principais são mal desenvolvidos (não vou nem comentar sobre coadjuvantes, como a esposa do Miles Teller, por exemplo), a história perde fôlego e vai ficando desinteressante na metade da trama e eu não enxerguei o propósito algum de dividir o filme em capítulos, como se fosse um livro. Todavia, tem algumas boas piadas.
Cara de filme pra TV, mas isso não chega a ser um problema. O roteiro é bom e os diálogos - a base na qual o filme está sedimentado - conseguem prender a atenção até o final. As atuações, se não estão impressionantes, são boas e convencem, apenas com alguns breves momentos em que certos personagens se tornam muito estereotipados. No mais, a grande força no filme reside na forte reflexão causada pelos temas que ele aborda, vida, morte e religião são assuntos que levam a veia questionadora do ser humano ao seu limite. É possível ficar com os debates do filme por alguns dias na cabeça.
Com certeza fica abaixo dos grandes filme do John Hughes. Mesmo assim, as incertezas e anseios da adolescência, características marcantes do trabalho do roteirista, estão ali e bem trabalhadas.
O filme é uma deliciosa viagem pela música pop britânica dos anos 80. É muito interessante ver todas as mudanças de estilo da banda, homenageando diversos grupos da época. Além disso, o filme ainda traz as questões e problemas da adolescência, que balanceados com a inocência que é inerente a idade, fazem com que o filme se torne bastante leve e divertido de se assistir.
Um filme com uma das melhores ambientações que eu já. Toda a construção dos prédios e dos vizinhos que Hitchcock faz, logo nos primeiros minutos de filme e sem nenhum diálogo, deixam o espectador completamente imerso no local e consequentemente na trama que se desenvolverá.
O que funciona melhor no filme é a relação entre os dois protagonistas, os primeiros 20 minutos, compostos apenas por diálogos entre os dois chegaram a me lembrar "Antes do Amanhecer", guardando as devidas proporções. No entanto, os personagens coadjuvantes são pouco, ou nada, desenvolvidos e repletos de clichês, isso torna a parte da trama, que não tange apenas os personagens principais, bastante enfadonha e desinteressante. Ainda assim, é um filme acima da média para gênero.
Um drama leve e com toques de comédia, com Omar Sy, e que trata da questão dos imigrantes estrangeiros na França, impossível não ocorrer uma comparação imediata com "Intocáveis". "Samba" é focado nas dificuldades de sobrevivência de um imigrante ilegal em Paris, tanto para conseguir um emprego, quanto para estabelecer relações interpessoais duradouras. O filme é leve e engraçado na medida certa. As piadas funcionam muito bem. No entanto, o longa passa longe de ter a força e a qualidade de Intocáveis.
Essa grande salada de referências, principalmente de filosofia, animes e literatura, criada pelos irmãos (agora irmãs) Wachowski, associado a técnicas inovadoras na produção de cenas de ação, fazem de Matrix um filme que definitivamente marcou o cinema e influenciou diversos filmes que vieram posteriormente.
A parte decepcionante fica por conta das sequências. O universo criado por esse filme era extremamente rico e cheio de possibilidades. No entanto, ao expandir a história nas sequências, algumas das partes mais interessantes da obra, os conceitos e reflexões filosóficas a partir de alegorias, são deixados em segundo plano em prol de cenas de ação repletas de bullet time e abusando de CGI.
É possível, e talvez até mais agradável, assistir somente ao primeiro filme. Já que o roteiro do mesmo é redondo, sem furos e tem um final que, é claro deixa abertura para uma continuação, mas de certa forma encerra o ciclo da história.
Argumento interessante. No entanto, todo o resto simplesmente não funciona. Os personagens mal desenvolvidos, as soluções encontradas pelo roteiro e seus consequentes furos. Tudo isso contribuiu para que o espectador termine o filme com a sensação de que uma excelente ideia foi desperdiçada em um filme medíocre.
É praticamente impossível, não relacionar este filme a "Que horas ela volta", principalmente por se tratarem de filmes que são contemporâneos entre si e que tratam de temas convergentes. No entanto, embora abordem temas em comum, os focos são diferentes. O filme de Regina Casé tem como mote a relação da personagem Val com o lugar em que trabalha e com seus empregadores, incluindo uma problematização de sua condição e uma posterior tomada de consciência. Já em "Casa Grande" o tema principal é o arco do personagem Jean, na clássica transição da adolescência para a vida adulta, tendo as relações de trabalho doméstico e decadência de sua família burguesa como pano de fundo para a história. Outro ponto de divergência entre os filmes é a qualidade de roteiro e direção. A sutileza de Anna Muylaert para tratar determinadas questões em seu "Que horas ela volta", falta em diversos momentos para o filme de Fellipe Gamarano, algumas cenas acabam se tornando estereotipadas e didáticas demais, como a discussão sobre as cotas por exemplo. Faltou confiar mais na inteligência do público.
Filme bem "pipocão" com Spielberg e Hanks, já dá pra saber o que esperar. Boas atuações, bela fotografia, muito bem dirigido, mas nada que coloque "Ponte dos Espiões" no hall dos grandes filmes de espionagem.
Um filme sobre pertencimento e escolhas. Os dilemas que permeiam a vida de Eilis podem ser facilmente transpostos para a realidade de qualquer jovem que passa a assumir seu próprio destino, não existe certo e errado, apenas escolhas. Mesmo que não haja nem grande conflito no percorrer da trama, a história acerta ao não cair na armadilha do dramalhão e das soluções óbvias. É interessante observar o contraste entre a menina Eilis no começo do filme - insegura e cercada de dúvidas - e a mulher Eilis que - principalmente na conversa com a Sra. Kelly - se mostra decidida e confiante sobre suas ações e decisões.
A amizade entre os dois é muito bonita. O traço do desenho é lindíssimo. Gostei demais também das alegorias com a luta de classes e a justiça, tudo sem ser forçado, orgânico e fazendo sentido dentro do filme.
Nota 10 para o tema do filme e para a abordagem do mesmo. A história da escolha da pauta e apuração da reportagem é muito bem contada. O filme acerta ao não dar muito tempo de tela para vida pessoal dos personagens, a fim de se focar na história da investigação. Uma questão do filme é o fato de a igreja, como instituição, não estar representada de forma contundente na película, por meio de um personagem forte, por exemplo. No entanto, pode ter sido uma decisão do roteiro, como modo de representar o modus operandi do clero ao tratar destes casos de abuso. Sempre obscuro, inacessível e impessoal.
Jovens, loja de discos, anos 90. Confesso que só por causa desses fatores já estava propenso a gostar de antes de assistir. O filme segue a fórmula do cinema para jovens dos anos 90. A única coisa que talvez destoe um pouco é o fato da trama não girar em torno da vida escolar, mas sim da loja de discos na qual os personagens trabalham. Para quem assiste atualmente há ainda o fator curioso de ver atores e atrizes, hoje consagrados, em começo de carreira. Nesse caso, destaque para Liv Tyler e Renée Zellweger. Por fim, a trilha sonora do filme é espetacular. Vale muito a pena buscar a soundtrack depois.
É realmente angustiante ver uma pessoa se deteriorar desta forma. As transformações físicas são mais evidentes, mas a cada cena é possível perceber Amy com uma expressão mais triste. Também é revoltante a negligência do núcleo mais estreito da convivência da cantora, o pai e o marido principalmente. Ambos com motivações e atitudes totalmente reprováveis e questionáveis. Ainda mais diante de uma pessoa que já tinha um histórico de depressão. Creio que se rodeada por pessoas mais interessadas e hábeis, a história dela poderia ter sido diferente. Fica também a reflexão sobre a espetacularização promovida pela mídia sobre a vida de Amy. E o quanto isso desumaniza o artista, reduzindo-o a um mero produto usado para vender mais jornais e render mais audiência. Resta apenas lamentar, tanto pela perda de uma cantora talentosíssima, quanto pelo fato de uma pessoa passar por tal sofrimento. Por fim, acho que nunca um álbum tão bom como Back to Black foi escrito para alguém tão medíocre quanto Blake Fielder.
Fazer um filme biográfico é sempre difícil, é complicado compactar anos de histórias de vida em duas horas de filme. Justamente por isso, muita coisa fica de fora, no entanto, em "Straight Outta Compton" a produção do filme acertou ao abordar os momentos chave da história do grupo. Que se confunde com a própria história do rap dos anos 80 e 90. A violenta repressão policial sofrida pela população negra na periferia de Los Angeles, a inconformidade destes jovens com sua condição e a vontade de ter uma voz para dar vazão a toda frustração e revolta que permeavam a busca por uma vida diferente. Está tudo lá. Tudo isso se mistura no surgimento do N.W.A., um dos grupos mais influentes da história do Hip Hop. Dr. Dre e Ice Cube foram caras que, não só devido a qualidade musical de trabalho, mas também a visão comercial, transformaram o mercado, fazendo a influência do rap chegar a lugares antes inimagináveis, como a TV e o cinema. Se hoje a cultura hip hop tem essa força e divulgação, esses dois são diretamente responsáveis. No que tange o filme, a obra corre muito bem. Suas quase duas horas e meia passam muito rápido e de maneira fluída. Os atores, principalmente os principais, estão muito bem (é incrível como o filho do Ice Cube se parece com ele). Os arcos dramáticos de cada membro do grupo funciona muito bem. Os dilemas de Dr. Dre e Ice Cube, tanto da vida profissional quanto da vida pessoal são bastante críveis. Mas o ponto alto é justamente o drama enfrentado por Eazy-E. Por fim, apesar de tudo, eles eram alguns garotos do Compton que queriam sim falar para o mundo sobre as dificuldades da vida no gueto, as gangues e a violência policial. Mas também do rolê de carro no sábado à noite e sobre ser você mesmo.
Os anos passam e os diálogos de Tarantino permanecem deliciosos: rápidos e divertidos ao mesmo tempo em que podem ser extremamente pesados e violentos.
Embora continue sua incursão pelo velho oeste, começada em "Django Livre", "Os Oito Odiados" diverge bastante do filme anterior do diretor. Se em Django haviam antagonistas bem definidos nas figuras de Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, aqui todos os oito personagens principais são igualmente odiáveis (com o perdão do trocadilho) e nenhum apresenta objetivos tão nobres como os de Django: a busca pela liberdade e por sua família. Além disso, saem as viagens pelos campos de algodão do sul estadunidense e entra uma cabana cercada por uma nevasca onde oito figuras nada confiáveis terão que conviver nos próximos dias.
, quando ainda faltam uns bons 40 minutos. Isso faz com que, após este ponto, a trama perca um pouco de seu fôlego. No entanto, o final é tão bizarro e sádico, que a película termina em alta. Talvez seja a obra de Tarantino em que os elementos gore estejam mais presentes na trama e de forma não tão caricata quanto em Kill Bill, cada tiro tanto em membros, quanto na cabeça, rende explosões seguidas de litros e mais litros de sangue.
Destaque para os oito atores que interpretam os personagens principais.Por se tratar de um filme muito pautado por seus diálogos, sua qualidade dependia de grandes atuações e elas não decepcionaram. Destaque para Jennifer Jason Leigh, sua Daisy Domergue totalmente psicopata, sem escrúpulos e sadicamente engraçada é uma das melhores coisas da fita.
Muitíssimo bem feito. Tanto os sofrimentos e decepções dos 16 anos de fila, representados nas histórias dos torcedores, quanto toda a história da formação do time de 93, culminando na consagração do dia 12 de Junho são muito bem construídas pelo roteiro. Além disso, conta com uma edição primorosa e material fruto de um trabalho de pesquisa de primeira qualidade.
É tão cafona, piegas e raso que mesmo tentando relativizar o fato da franquia ser voltada para o público juvenil e o próprio livro fonte oferecer limitações para o roteiro do filme, saí irritado da sessão. Foi o primeiro filme da franquia que vi no cinema (os outros havia assistido online), não creio que, tanto pela qualidade da produção, efeitos e roteiro a franquia não tem tamanho para as telonas, a experiência é muito mais satisfatória ao assistir pelo Netflix em uma tarde ociosa.
Lembro claramente de ter assistido a esse filme diversas vezes na sessão da tarde e me divertir muito. Justamente por isso, tive receio de revê-lo, ainda mais devido a história ser estruturada como um conto de fadas. No entanto, não me decepcionei. Me diverti tanto ou até mais do que na minha infância. A galhofa e a pieguice propositais, tornam o filme quase que uma paródia do gênero. Aliado a isso, personagens marcantes e extremamente carismáticos, destaque para Inigo Montoya e Fezzik, tornam tudo ainda mais prazeroso.
Muito bacana o conflito do personagem de Jesse Eisenberg ao tentar conciliar sua função profissional de jornalista com a parte pessoal, principalmente devido a empatia (com pitadas de devoção e inveja) que ele desenvolveu pelo DFW. Mas a melhor cena do filme é, sem dúvida alguma, o pedido de desculpas de DFW, onde ele expõe seus demônios, utilizando uma metáfora sensacional. Vontade absurda de ler Infinite Jest, falta coragem (e dinheiro) para encarar as mais 1000 págs de texto e 100 de notas de rodapé.
É muito difícil ser impactado pelo filme atualmente, da mesma forma como o público da época foi. No entanto é possível perceber toda a importância que a obra teve, tanto para o gênero suspense, quanto para o cinema em geral. Alguns planos, recursos de roteiro e arquétipos de personagens foram replicados e copiados por diversos filmes posteriores e isso faz com as surpresas e revelações da trama percam força. No entanto, o filme ainda brilha. Obrigatório.
Cães de Guerra
3.6 312 Assista AgoraTenta ser um "O Senhor das Armas" com toques de "O Lobo de Wall Street", no entanto, acaba sendo uma versão pálida dos dois filmes. Os dois personagens principais são mal desenvolvidos (não vou nem comentar sobre coadjuvantes, como a esposa do Miles Teller, por exemplo), a história perde fôlego e vai ficando desinteressante na metade da trama e eu não enxerguei o propósito algum de dividir o filme em capítulos, como se fosse um livro. Todavia, tem algumas boas piadas.
O Homem da Terra
4.0 453 Assista AgoraCara de filme pra TV, mas isso não chega a ser um problema. O roteiro é bom e os diálogos - a base na qual o filme está sedimentado - conseguem prender a atenção até o final. As atuações, se não estão impressionantes, são boas e convencem, apenas com alguns breves momentos em que certos personagens se tornam muito estereotipados. No mais, a grande força no filme reside na forte reflexão causada pelos temas que ele aborda, vida, morte e religião são assuntos que levam a veia questionadora do ser humano ao seu limite. É possível ficar com os debates do filme por alguns dias na cabeça.
Alguém Muito Especial
3.6 232Com certeza fica abaixo dos grandes filme do John Hughes. Mesmo assim, as incertezas e anseios da adolescência, características marcantes do trabalho do roteirista, estão ali e bem trabalhadas.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraO filme é uma deliciosa viagem pela música pop britânica dos anos 80. É muito interessante ver todas as mudanças de estilo da banda, homenageando diversos grupos da época. Além disso, o filme ainda traz as questões e problemas da adolescência, que balanceados com a inocência que é inerente a idade, fazem com que o filme se torne bastante leve e divertido de se assistir.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraUm filme com uma das melhores ambientações que eu já. Toda a construção dos prédios e dos vizinhos que Hitchcock faz, logo nos primeiros minutos de filme e sem nenhum diálogo, deixam o espectador completamente imerso no local e consequentemente na trama que se desenvolverá.
A Primeira Vez
3.4 591O que funciona melhor no filme é a relação entre os dois protagonistas, os primeiros 20 minutos, compostos apenas por diálogos entre os dois chegaram a me lembrar "Antes do Amanhecer", guardando as devidas proporções. No entanto, os personagens coadjuvantes são pouco, ou nada, desenvolvidos e repletos de clichês, isso torna a parte da trama, que não tange apenas os personagens principais, bastante enfadonha e desinteressante. Ainda assim, é um filme acima da média para gênero.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KNão tinha uma subversão de expectativa tão grande desde "Um Drink no Inferno".
O filme é inteiro um thriller psicológico e nos 15 minutos finais se transforma um épico de ficção científica a la "Guerra dos Mundos".
Samba
3.8 336Um drama leve e com toques de comédia, com Omar Sy, e que trata da questão dos imigrantes estrangeiros na França, impossível não ocorrer uma comparação imediata com "Intocáveis". "Samba" é focado nas dificuldades de sobrevivência de um imigrante ilegal em Paris, tanto para conseguir um emprego, quanto para estabelecer relações interpessoais duradouras. O filme é leve e engraçado na medida certa. As piadas funcionam muito bem. No entanto, o longa passa longe de ter a força e a qualidade de Intocáveis.
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraEssa grande salada de referências, principalmente de filosofia, animes e literatura, criada pelos irmãos (agora irmãs) Wachowski, associado a técnicas inovadoras na produção de cenas de ação, fazem de Matrix um filme que definitivamente marcou o cinema e influenciou diversos filmes que vieram posteriormente.
A parte decepcionante fica por conta das sequências. O universo criado por esse filme era extremamente rico e cheio de possibilidades. No entanto, ao expandir a história nas sequências, algumas das partes mais interessantes da obra, os conceitos e reflexões filosóficas a partir de alegorias, são deixados em segundo plano em prol de cenas de ação repletas de bullet time e abusando de CGI.
É possível, e talvez até mais agradável, assistir somente ao primeiro filme. Já que o roteiro do mesmo é redondo, sem furos e tem um final que, é claro deixa abertura para uma continuação, mas de certa forma encerra o ciclo da história.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista AgoraArgumento interessante. No entanto, todo o resto simplesmente não funciona. Os personagens mal desenvolvidos, as soluções encontradas pelo roteiro e seus consequentes furos. Tudo isso contribuiu para que o espectador termine o filme com a sensação de que uma excelente ideia foi desperdiçada em um filme medíocre.
Casa Grande
3.5 576 Assista AgoraÉ praticamente impossível, não relacionar este filme a "Que horas ela volta", principalmente por se tratarem de filmes que são contemporâneos entre si e que tratam de temas convergentes. No entanto, embora abordem temas em comum, os focos são diferentes.
O filme de Regina Casé tem como mote a relação da personagem Val com o lugar em que trabalha e com seus empregadores, incluindo uma problematização de sua condição e uma posterior tomada de consciência.
Já em "Casa Grande" o tema principal é o arco do personagem Jean, na clássica transição da adolescência para a vida adulta, tendo as relações de trabalho doméstico e decadência de sua família burguesa como pano de fundo para a história.
Outro ponto de divergência entre os filmes é a qualidade de roteiro e direção. A sutileza de Anna Muylaert para tratar determinadas questões em seu "Que horas ela volta", falta em diversos momentos para o filme de Fellipe Gamarano, algumas cenas acabam se tornando estereotipadas e didáticas demais, como a discussão sobre as cotas por exemplo. Faltou confiar mais na inteligência do público.
Ponte dos Espiões
3.7 694Filme bem "pipocão" com Spielberg e Hanks, já dá pra saber o que esperar. Boas atuações, bela fotografia, muito bem dirigido, mas nada que coloque "Ponte dos Espiões" no hall dos grandes filmes de espionagem.
Brooklin
3.8 1,1KUm filme sobre pertencimento e escolhas. Os dilemas que permeiam a vida de Eilis podem ser facilmente transpostos para a realidade de qualquer jovem que passa a assumir seu próprio destino, não existe certo e errado, apenas escolhas. Mesmo que não haja nem grande conflito no percorrer da trama, a história acerta ao não cair na armadilha do dramalhão e das soluções óbvias. É interessante observar o contraste entre a menina Eilis no começo do filme - insegura e cercada de dúvidas - e a mulher Eilis que - principalmente na conversa com a Sra. Kelly - se mostra decidida e confiante sobre suas ações e decisões.
Ernest e Célestine
4.4 319A amizade entre os dois é muito bonita. O traço do desenho é lindíssimo. Gostei demais também das alegorias com a luta de classes e a justiça, tudo sem ser forçado, orgânico e fazendo sentido dentro do filme.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraNota 10 para o tema do filme e para a abordagem do mesmo. A história da escolha da pauta e apuração da reportagem é muito bem contada. O filme acerta ao não dar muito tempo de tela para vida pessoal dos personagens, a fim de se focar na história da investigação. Uma questão do filme é o fato de a igreja, como instituição, não estar representada de forma contundente na película, por meio de um personagem forte, por exemplo. No entanto, pode ter sido uma decisão do roteiro, como modo de representar o modus operandi do clero ao tratar destes casos de abuso. Sempre obscuro, inacessível e impessoal.
Sexo, Rock e Confusão
3.5 246Jovens, loja de discos, anos 90. Confesso que só por causa desses fatores já estava propenso a gostar de antes de assistir. O filme segue a fórmula do cinema para jovens dos anos 90. A única coisa que talvez destoe um pouco é o fato da trama não girar em torno da vida escolar, mas sim da loja de discos na qual os personagens trabalham. Para quem assiste atualmente há ainda o fator curioso de ver atores e atrizes, hoje consagrados, em começo de carreira. Nesse caso, destaque para Liv Tyler e Renée Zellweger. Por fim, a trilha sonora do filme é espetacular. Vale muito a pena buscar a soundtrack depois.
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraÉ realmente angustiante ver uma pessoa se deteriorar desta forma. As transformações físicas são mais evidentes, mas a cada cena é possível perceber Amy com uma expressão mais triste. Também é revoltante a negligência do núcleo mais estreito da convivência da cantora, o pai e o marido principalmente. Ambos com motivações e atitudes totalmente reprováveis e questionáveis. Ainda mais diante de uma pessoa que já tinha um histórico de depressão.
Creio que se rodeada por pessoas mais interessadas e hábeis, a história dela poderia ter sido diferente. Fica também a reflexão sobre a espetacularização promovida pela mídia sobre a vida de Amy. E o quanto isso desumaniza o artista, reduzindo-o a um mero produto usado para vender mais jornais e render mais audiência.
Resta apenas lamentar, tanto pela perda de uma cantora talentosíssima, quanto pelo fato de uma pessoa passar por tal sofrimento.
Por fim, acho que nunca um álbum tão bom como Back to Black foi escrito para alguém tão medíocre quanto Blake Fielder.
Straight Outta Compton - A História do N.W.A.
4.2 361 Assista AgoraFazer um filme biográfico é sempre difícil, é complicado compactar anos de histórias de vida em duas horas de filme. Justamente por isso, muita coisa fica de fora, no entanto, em "Straight Outta Compton" a produção do filme acertou ao abordar os momentos chave da história do grupo. Que se confunde com a própria história do rap dos anos 80 e 90.
A violenta repressão policial sofrida pela população negra na periferia de Los Angeles, a inconformidade destes jovens com sua condição e a vontade de ter uma voz para dar vazão a toda frustração e revolta que permeavam a busca por uma vida diferente. Está tudo lá. Tudo isso se mistura no surgimento do N.W.A., um dos grupos mais influentes da história do Hip Hop.
Dr. Dre e Ice Cube foram caras que, não só devido a qualidade musical de trabalho, mas também a visão comercial, transformaram o mercado, fazendo a influência do rap chegar a lugares antes inimagináveis, como a TV e o cinema. Se hoje a cultura hip hop tem essa força e divulgação, esses dois são diretamente responsáveis.
No que tange o filme, a obra corre muito bem. Suas quase duas horas e meia passam muito rápido e de maneira fluída. Os atores, principalmente os principais, estão muito bem (é incrível como o filho do Ice Cube se parece com ele). Os arcos dramáticos de cada membro do grupo funciona muito bem. Os dilemas de Dr. Dre e Ice Cube, tanto da vida profissional quanto da vida pessoal são bastante críveis. Mas o ponto alto é justamente o drama enfrentado por Eazy-E.
Por fim, apesar de tudo, eles eram alguns garotos do Compton que queriam sim falar para o mundo sobre as dificuldades da vida no gueto, as gangues e a violência policial. Mas também do rolê de carro no sábado à noite e sobre ser você mesmo.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraOs anos passam e os diálogos de Tarantino permanecem deliciosos: rápidos e divertidos ao mesmo tempo em que podem ser extremamente pesados e violentos.
Embora continue sua incursão pelo velho oeste, começada em "Django Livre", "Os Oito Odiados" diverge bastante do filme anterior do diretor. Se em Django haviam antagonistas bem definidos nas figuras de Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, aqui todos os oito personagens principais são igualmente odiáveis (com o perdão do trocadilho) e nenhum apresenta objetivos tão nobres como os de Django: a busca pela liberdade e por sua família. Além disso, saem as viagens pelos campos de algodão do sul estadunidense e entra uma cabana cercada por uma nevasca onde oito figuras nada confiáveis terão que conviver nos próximos dias.
O filme atinje seu clímax no momento
que precede o flashback
Destaque para os oito atores que interpretam os personagens principais.Por se tratar de um filme muito pautado por seus diálogos, sua qualidade dependia de grandes atuações e elas não decepcionaram. Destaque para Jennifer Jason Leigh, sua Daisy Domergue totalmente psicopata, sem escrúpulos e sadicamente engraçada é uma das melhores coisas da fita.
12 de Junho de 1993 - O Dia da Paixão …
4.5 16Muitíssimo bem feito. Tanto os sofrimentos e decepções dos 16 anos de fila, representados nas histórias dos torcedores, quanto toda a história da formação do time de 93, culminando na consagração do dia 12 de Junho são muito bem construídas pelo roteiro. Além disso, conta com uma edição primorosa e material fruto de um trabalho de pesquisa de primeira qualidade.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraÉ tão cafona, piegas e raso que mesmo tentando relativizar o fato da franquia ser voltada para o público juvenil e o próprio livro fonte oferecer limitações para o roteiro do filme, saí irritado da sessão. Foi o primeiro filme da franquia que vi no cinema (os outros havia assistido online), não creio que, tanto pela qualidade da produção, efeitos e roteiro a franquia não tem tamanho para as telonas, a experiência é muito mais satisfatória ao assistir pelo Netflix em uma tarde ociosa.
A Princesa Prometida
3.7 327 Assista AgoraLembro claramente de ter assistido a esse filme diversas vezes na sessão da tarde e me divertir muito. Justamente por isso, tive receio de revê-lo, ainda mais devido a história ser estruturada como um conto de fadas. No entanto, não me decepcionei. Me diverti tanto ou até mais do que na minha infância. A galhofa e a pieguice propositais, tornam o filme quase que uma paródia do gênero. Aliado a isso, personagens marcantes e extremamente carismáticos, destaque para Inigo Montoya e Fezzik, tornam tudo ainda mais prazeroso.
O Fim da Turnê
3.7 77 Assista AgoraMuito bacana o conflito do personagem de Jesse Eisenberg ao tentar conciliar sua função profissional de jornalista com a parte pessoal, principalmente devido a empatia (com pitadas de devoção e inveja) que ele desenvolveu pelo DFW. Mas a melhor cena do filme é, sem dúvida alguma, o pedido de desculpas de DFW, onde ele expõe seus demônios, utilizando uma metáfora sensacional. Vontade absurda de ler Infinite Jest, falta coragem (e dinheiro) para encarar as mais 1000 págs de texto e 100 de notas de rodapé.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraÉ muito difícil ser impactado pelo filme atualmente, da mesma forma como o público da época foi. No entanto é possível perceber toda a importância que a obra teve, tanto para o gênero suspense, quanto para o cinema em geral. Alguns planos, recursos de roteiro e arquétipos de personagens foram replicados e copiados por diversos filmes posteriores e isso faz com as surpresas e revelações da trama percam força. No entanto, o filme ainda brilha. Obrigatório.