A pretensão deste filme só não é maior do que a do próprio diretor e das figuras pra lá de polêmicas que ele segue. Aqui há um puro amadorismo, às vezes pareceu-me que estava vendo um desfile de escola de samba satânico/ocultista feito por gente amadora; é sério! Aquelas unhas daquela figura, as maquiagens, aquelas taças, esses efeitos, tais como na cena da borboleta voando, nas asas batendo do outro personagem, sem contar as expressões e as máscaras... cheguei a rir, mas me vi em certos momentos sentindo vergonha alheia. Parece tudo feito no mais puro amadorismo, parece que grande parte do figura e adereços era composto por papel machê! Não curto muito os trabalhos do diretor, mas esse me surpreendeu de tão ruim, sem contar as apologias e simbologias... que coisa brega! Esse filme é controverso, não sei como desperta tamanho fascínio, assim como a figura de Crowley que o diretor admira... a vida de ambos é cercada de polêmicas, intrigas e demais coisas que são por demais piegas e humanas, quem dera existisse essa magia do qual acreditam, ao menos a usavam no filme para dar um toque mais artístico nos efeitos... rs
Eis que assisto este documentário, não por uma curiosidade mórbida e perversa de procurar coisas de tal tipo, mas porque o presidente do Brasil elogiou a tal figura monstruosa como um "estadista notável" ou algo do tipo, ou seja, o anticomunismo é bem usado quando estes monstros temem perder o poder. De sobrenome alemão, não foi à toa que deu asilo aos nazistas depois da SGM, e pior, poderia mesmo ser comparado a eles pelas atrocidades cometidas por ele e seu governo. E, literalmente, a aparência de Stroessner era a de um monstro, parecia definhar em seus muitos anos impune e livre, depois que um golpe militar o tirou do poder, e correu para onde? Sim, para o Brasil, foi morar em Brasília, morreu com quase 1 século de idade! Porém tranquilo a desfrutar de uma fortuna avaliada em bilhões de dólares!
Valente são estes e ESTAS que enfrentam estes monstros para que eles não passem incólumes perante a história da humanidade!
Vi por acaso sem nenhuma pretensão... e que curta! Um dos melhores curtas que pude ver ultimamente, bem melhores dos que aqueles que concorrem aos Oscar do cinema, aqui há uma tensão já de início, a se começar pelo título, nada leve, e a trama não linear é bem montada, com uma fotografia que consegue transpor um cenário usual em um lugar interessante, tudo é bem pensado; há cada detalhe que não me passou despercebido e que já avisam um teor politicamente e artisticamente considerável de quem está pro trás do curta, como; o poster de Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha, as camisas de dois personagens, uma com a tela "O Sono" de Salvador Dalí e outro com uma camiseta das FARC-EP (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo).
De começo a trilha já anuncia a intensidade e causa tensão por entrar tão abrupta, e tão logo somos acomodados com uma cena bem imersiva e lisérgica, que logo irrompe numa sequência que alcança uma tensão ainda maior conforme cada ato. A não-linearidade introduz uma narrativa ainda mais provocante e instigante. E há a reflexão todo sobre certos tabus, sobre certos desejos de todos brasileiros e, alfim, ainda há a fagulha de humanidade que nos une e uma retenção moral que nos abdica de pensar uma coisa e agir conforme outra. Sensacional. Pena ser desconhecido... ou não.
Bem interessante a ideia, porém é curto demais para criar uma imersão, e daria conta dessa imersão ter sido bem sucedida acaso adentrássemos mais nas questões que levaram a personagem a tal ato. Há um pouco de tudo, mas aquilo tudo é o nosso mundo, trabalho, política, consumismo, etc... para alguns a ideia é vaga mas porque estão conectados com este mundo e sequer veem algum defeito nesse sistema, quando há, é apenas uma parte que conseguem enxergar.
A capacidade humana é admirável, rompe qualquer imposição tanto geográfica, biológica, ou política para adaptar-se ao ambiente, e aqui a ferramente criada é uma língua tal como a dos pássaros, praticada hoje somente em uma ilha do conjunto do arquipélago das Ilhas Canárias, localizado na África mas pertencente a Espanha desde sua colonização no século XV, onde os habitantes locais foram subjugados e quase extintos, houve o etnocídio, ou seja, a cultura étnica deles morreu, eram indígenas com um modo simples e diferente de vida, os espanhóis os converteram ao cristianismo e os exterminaram, e hoje há muito de mistério sobre a origem desse povo, eu me sinto familiarizado com estas histórias, pois meu bisavó era das Ilhas Canárias.
E com certeza há traços destes habitantes em meu sangue, assim como há em muitos canários, e segundo pesquisas, (não sou especialista em genética) mas o laudo era que houve miscigenação maior entre homens europeus com nativas da ilha, o que se deduz que podem ter sido, e provavelmente foram, por meio de sexo forçado, ou melhor dizendo, estupros, por parte dos cristãos que queriam levar a palavra de amor e paz do cristianismo...
O Silbo Gomero apesar de ser uma língua assoviada tem como base o espanhol dos colonizadores, mas anteriormente fora baseado na língua do povo guanche que hoje se perdeu.
Não entendi claramente a mensagem, se é uma ode ao capitalismo, ou se é uma crítica a ele, no mais, a transgressão do filme permeia em pensar que o capitalismo é em resumo consumir produtos industrializados...
A cena do filme Peles é menos impactante que esta, gostaria que esta que estivesse no curta, porque seria uma jogada mais ácida e vingativa da personagem, mas não sei o porquê de no longa haver essa atenuação que uma cena assim provocaria.
Apesar de assistir ao curta sem legenda é inegável o talento do diretor para as coisas bizarras serem mostradas com tamanha beleza, o que podemos considerar é que, o bizarro na obra do Jan Svankmajer nada mais é do que o próprio homem, aqui é isso, ossadas humanas desta capela bem famosa, que creio, quase todas as pessoas já ouviram falar ou uma reportagem na tv sobre, mas o curta de Jan é obra de arte, porque trabalha com a fotografia, tem uma edição excelente, uma câmera que agita-se mas que não causa vertigem, ao contrário, cria uma sensação de imersão, como que se nossos olhos estivessem ali naquele local para olhar cada detalhe.
A nota que dou vale mais pelos traços e pela animação usar estas distorções que ficaram bem claustrofóbicas do que na história em si, que para mim foi mal contada e bem sem sentido.
Bonito pela técnica, mas não me agradou nem me tocou tanto. Mas irei conhecer outros trabalhos do diretor, é sempre gostoso de ver versões cinematográficas de contos populares (ainda mais russos), pois são interessantes, tem sempre um atrativo mágico. Para quem curtiu esse dou a dica de ver outras animações do Aleksandr Petrov, Blind Vaysha e todos do Theodore Ushev, e um magnífico sobre também um conto folclórico; Village of Idiots.
Mesmo num cenário estático e claramente artificial, assim como as interpretações teatrais, parece que há maior sedução à uma simples cena assim do que as muitas de hoje que abusam da CGI. Gostava mais quando a arte era usada para criar cenários, a ilusão óptica, os truques... hoje a CGI tá fazendo uma desserviço à essa criatividade, que logo se perderá.
O início do cinema era a pura poesia, o cotidiano retratado de forma pormenorizada, documental, mas mesmo assim poética, com os Mélies que surgiram a fantasia, os truques, é quase um contraponto. De um lado um realismo e de outro a fantasia. Ambos excelentes e originais, coisa que século mais tarde quase que se perderia, no hoje o cinema não encanta como deveria, serve como mera propaganda ou entretenimento à maioria das pessoas. Um pena!
Legal o cenário assim como a escola da música, mas não tem nada de interessante, e o uso de alguns objetos com a tridimensionalidade deixou a animação estranha, assim como o corpo dos personagens, se usassem colagens para a animação seria mais bonito.
Engraçado e trágico ao mesmo tempo, o grande mérito é se assemelhar com as animações clássicas, mas com um certo regionalismo, o Deus E Machina faz sentido na história, até porque a fé é um elemento central na cultura nordestina, e não considero isso um ponto negativo, mas ao contrário, consegue captar muito bem sutilmente aquele cultura. É interessante em como o uso da trilha sonora dá uma certa situação engraçada, e de certo modo é um fábula que retrata a vida de inúmeras pessoas daquele região, que é algo triste.
É bom ver animalões que fogem ao lugar comum e do padronizado e tentam de certo modo retratar de uma maneira artística a vida no nordeste.
Em síntese, as diferenças são visíveis, há vários países dentro do Brasil, e o curta denúncia várias coisas, como que todas as crianças estão sujeitas à alguma coisa que não a atividade de serem crianças, se pobres, trabalham, se abastadas, já são entupidas de atividades, muitas das quais pensando no futuro num mundo competitivo.
Não vou entrar no mérito de discutir o capitalismo, mas darei uma análise como que Marcuse coloca em O Homem Unidimensional; na sociedade de consumo há a ideia de que pelo trabalho e pelo esforço podemos adentrar a um padrão de vida melhor, e as pessoas, em sua maioria, ambicionam e colocam suas metas em consumir, é claro que há um abismo entre as classes ainda, mas mesmo assim a cultura permeia toda as pessoas, e basta ver que ambas as crianças do vídeo usufruem dos mesmos programas televisivos. E por meio da cultura e da transmissão destas mensagens se cria uma cultura que direciona os homens a um único caminho. Sendo assim, eliminam-se quaisquer chances de se poder pensar num outro sistema, quer dizer, a arte reflete não mais um mundo aquém deste já consolidado, mas é uma mera apologia ao estado presente das coisas, basta pegar Hollywood e os filmes, mesmo os que são no futuro, refletem nosso mundo, toda a desigualdade, hierarquia, classes, etc.
Em resumo, quando classes antagônicas podem consumir as mesmas coisas cria-se uma cultura que direciona à sociedade para um único caminho. É o que podemos perceber que ascensão social para alguns é consumir em demasia, basta ver os artistas pobres que ficam ricos vendendo esta ideia. Uma pessoa pobre ou rica sabe o que é uma Ferrari, Nike, Adidas, Coca-cola, etc. A cultura de massas muda a percepção das pessoas, e intenta ser consumida e ser propagandística e totalmente apologética do sistema (é claro que há exceções, mas no geral é isso), as crianças consumindo da mesma cultura de massas (novelas, programas de tv, jornais, filmes, seriados, etc) são preparadas para este mundo, querem serem também consumidoras, as crianças não são vistas como crianças, mas como potenciais consumidoras, e isso se reflete e é bem claro como quando das leis que proibiram publicidade infantil nos meios de comunicação, bom exemplo é que a programação infantil sumiu da tv aberta porque não gera mais lucro devido às leis restritivas.
O documentário abarca uma gama imensa de pontos a serem discutidos, e resumirei outro ponto.
O Curta é de 2000, ou seja, época do governo FHC, onde o liberalismo era o mantra pregado aos sete ventos, e onde assolava não só o analfabetismo no Brasil, mas como bem aponta o curta, a mortalidade infantil era bem alta, e as discrepâncias entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste eram abismais. Já na era PT, com um governo mais progressista e com uma política mais popular criaram-se e expandiram-se programas que gerassem desenvolvimento para as regiões mais precárias do país, e daí provém a criação de universidades públicas e ampliação de programas educacionais a nível superior, e dessa época que consta que o Bolsa Família mudou a configuração social do nordeste, e fato é, como foi bem difundido pelos meios de comunicação e pela classe média e elite, que diziam que eram programas para "sustentar vagabundo", mas quem conhece um pouco a história e tem algum contato com a área da educação e com quem recebe este benefício sabe que ele só pode ser garantido quando os filhos frequentam a escola.
Mesmo parecendo pouco o valor de programas sociais como o Bolsa Família, nestas comunidades mais pobres era dinheiro suficiente para que os filhos não fossem trabalhar, pois compensava "ser vagabundo" e ir pra escola estudar em vez de trabalhar. Era uma solução viável e que reconfigurou a sociedade, podendo dar-lhes uma oportunidade de se verem livres deste ciclo de perpetuação da miséria e do abandono dos estudos, assim não era mais reféns das circunstâncias geográficas. É claro que nunca foi o ideal, nem o básico nalguns casos, mas foi uma forma eficaz, teve seus muitos méritos, e é devido dar crédito a este intento, que não ficou só no campo educacional, mas foi necessário para combater a fome e o analfabetismo no Brasil. A magnitude desse curta só agora pode ser pensada em sua abrangência, a roda da história andou para trás, mas ainda temos experiências que deram certo e que se ampliadas poderíamos modificar o mundo. Não podemos esquecer dos erros, nem muito menos dos acertos.
Interessante que de começo criei uma expectativa de que o curta teria um teor menos romantizado e mais voltado ao lado feminista, mas o desfecho ao meu ver é diferente, e propõe algo até mesmo contraditório, me pareceu uma campanha televisiva promovida pela União Soviética para conter os diversos divórcios que aumentavam constantemente no país. Há um final conciliador e isso quebrou a fruição do curto.
Apesar de todo filme ser datado pela época de sua confecção, e ao vermos hoje, algumas coisas podem nos incomodar, seja pela introdução do politicamente correto, ou pela evolução da sociedade, e daí as ofensas e comparações racistas podem ser vistas enviesadas por esta lupa que nós carregamos, assim como a homofobia nas insinuações que a personagem de Dorival faz aos milicos.
Mas toda obra de arte requinta-se com o tempo, o tempo adiciona mais e mais conteúdo, mas é perceptível que há coisas atemporais, e estas permanecem intocadas e dão a dimensão da grandiosidade da própria essência do homem, em resumo, a liberdade sempre fora o que intentou o homem deste seu princípio.
No curta isso se mostra claramente nas simples questões que Dorival faz em tom de ameaças e chacotas aos militares, quer saber quem dá as ordens, ao passo que uma simples pergunta acarreta numa situação constrangedora aos que detém o poder sobre ele, mas Dorival, mesmo estando preso, é livre, e o é por não se subordinar e em questionar o funcionamento do sistema; que ali não há homens livres e conscientes, mas que são marionetes que seguem ordens sem nem saber de quem são, ou por quais motivos as seguem.
Quem leu La Boétie entende os mecanismos por trás da obediência, obedece-se por medo, por covardia, por costume, ou por força. A hierarquia construiu-se com o tempo, e não é natural aos homens. A hierarquia é um produto do tempo, e em certas circunstâncias temporais e espaciais alguns homens obedecem e outros mandam, em princípio isto significou um mútuo acordo entre as partes para que todos pudessem ter segurança, mas o poder corrompeu aos homens, como podemos ler na obra de Rousseau. A hierarquia é o mecanismo pelo qual a sociedade se alicerçou, mas aquele sentimento de ser livre natural ao homem ainda existe, e é perigoso para quem detém o poder, mas quem detém o poder também é por vezes dominado. Ninguém é livre se não sabe porquê age e para quê age.
Dorival despreza essa obediência cega. E alfim, mesmo sofrendo tem sua recompensa. A violência física é usada quando animais se sentem ameaçados, é instintiva e a forma mais primordial de defesa, mas a consciência é a arma da liberdade, ela é única aos homens. Dorival é o insubordinado, o que afronta toda essa hierarquia, e faz tudo isso, mesmo sabendo das consequências, porque tem esse entendimento, sabe que estas questões não são caladas quando ouvidas, e o curta é excepcional em todo o seu conteúdo, pois é provocante ao nos dizer tudo isso de uma forma tão direta e por vezes até chula.
É interessante porque é um experimento, e como o diretor é canadense, a narração é em inglês e os escritos em sua grande maioria são em francês, e isso mostra uma peculiaridade do próprio, principalmente quando diz que seu sonho era ser como Ingmar Bergman, mas o que diz no texto são nomes de cineastas de língua inglesa.
O trabalho que menos tempo teve do Villeneuve que vi e o que mais gostei. Aqui ele é direto, e além disso profético, não no que diz respeito de adivinhar o futuro, mas de ter clareza sobre o que é o futuro, não é um vidente, mas alguém com sabedoria e conhecimento crítico. E esse discurso pode soar absurdo, mas infelizmente não o é. Já houve um tempo em que a mendicância e a "vagabundagem" foram considerados crimes. E houve quem ousasse propor leis nesse sentido, e ainda há.
Não curto muito o Villeneuve, o acho superestimado, mas aqui até que me impressionei com as qualidades artísticas da direção do curta, e da ousadia de sair do lugar comum e tentar algo mais instigante, cenário, fotografia, figura e trilha sonora são muito bons, assim como os efeitos (menos o do desfecho que não foi bom pra mim). E o curta poderia ousar mais sem ter assim um final tão abrupto, é um crítica com teor simbólico, mas me deixou numa expectativa maior, porque a qualidade do curta é indiscutível.
Inauguration of the Pleasure Dome
3.9 6A pretensão deste filme só não é maior do que a do próprio diretor e das figuras pra lá de polêmicas que ele segue. Aqui há um puro amadorismo, às vezes pareceu-me que estava vendo um desfile de escola de samba satânico/ocultista feito por gente amadora; é sério! Aquelas unhas daquela figura, as maquiagens, aquelas taças, esses efeitos, tais como na cena da borboleta voando, nas asas batendo do outro personagem, sem contar as expressões e as máscaras... cheguei a rir, mas me vi em certos momentos sentindo vergonha alheia. Parece tudo feito no mais puro amadorismo, parece que grande parte do figura e adereços era composto por papel machê!
Não curto muito os trabalhos do diretor, mas esse me surpreendeu de tão ruim, sem contar as apologias e simbologias... que coisa brega! Esse filme é controverso, não sei como desperta tamanho fascínio, assim como a figura de Crowley que o diretor admira... a vida de ambos é cercada de polêmicas, intrigas e demais coisas que são por demais piegas e humanas, quem dera existisse essa magia do qual acreditam, ao menos a usavam no filme para dar um toque mais artístico nos efeitos... rs
Rua do Silêncio
3.2 1Eis que assisto este documentário, não por uma curiosidade mórbida e perversa de procurar coisas de tal tipo, mas porque o presidente do Brasil elogiou a tal figura monstruosa como um "estadista notável" ou algo do tipo, ou seja, o anticomunismo é bem usado quando estes monstros temem perder o poder.
De sobrenome alemão, não foi à toa que deu asilo aos nazistas depois da SGM, e pior, poderia mesmo ser comparado a eles pelas atrocidades cometidas por ele e seu governo.
E, literalmente, a aparência de Stroessner era a de um monstro, parecia definhar em seus muitos anos impune e livre, depois que um golpe militar o tirou do poder, e correu para onde? Sim, para o Brasil, foi morar em Brasília, morreu com quase 1 século de idade! Porém tranquilo a desfrutar de uma fortuna avaliada em bilhões de dólares!
Valente são estes e ESTAS que enfrentam estes monstros para que eles não passem incólumes perante a história da humanidade!
Suicídio Cidadão
3.8 3Vi por acaso sem nenhuma pretensão... e que curta!
Um dos melhores curtas que pude ver ultimamente, bem melhores dos que aqueles que concorrem aos Oscar do cinema, aqui há uma tensão já de início, a se começar pelo título, nada leve, e a trama não linear é bem montada, com uma fotografia que consegue transpor um cenário usual em um lugar interessante, tudo é bem pensado; há cada detalhe que não me passou despercebido e que já avisam um teor politicamente e artisticamente considerável de quem está pro trás do curta, como; o poster de Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha, as camisas de dois personagens, uma com a tela "O Sono" de Salvador Dalí e outro com uma camiseta das FARC-EP (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo).
De começo a trilha já anuncia a intensidade e causa tensão por entrar tão abrupta, e tão logo somos acomodados com uma cena bem imersiva e lisérgica, que logo irrompe numa sequência que alcança uma tensão ainda maior conforme cada ato. A não-linearidade introduz uma narrativa ainda mais provocante e instigante. E há a reflexão todo sobre certos tabus, sobre certos desejos de todos brasileiros e, alfim, ainda há a fagulha de humanidade que nos une e uma retenção moral que nos abdica de pensar uma coisa e agir conforme outra. Sensacional. Pena ser desconhecido... ou não.
O Suicídio de Lula Molusco
1.5 12lixo feito por gente idiota da internet
Suicídio
2.7 1Bem interessante a ideia, porém é curto demais para criar uma imersão, e daria conta dessa imersão ter sido bem sucedida acaso adentrássemos mais nas questões que levaram a personagem a tal ato. Há um pouco de tudo, mas aquilo tudo é o nosso mundo, trabalho, política, consumismo, etc... para alguns a ideia é vaga mas porque estão conectados com este mundo e sequer veem algum defeito nesse sistema, quando há, é apenas uma parte que conseguem enxergar.
Written in the Wind
3.5 1A capacidade humana é admirável, rompe qualquer imposição tanto geográfica, biológica, ou política para adaptar-se ao ambiente, e aqui a ferramente criada é uma língua tal como a dos pássaros, praticada hoje somente em uma ilha do conjunto do arquipélago das Ilhas Canárias, localizado na África mas pertencente a Espanha desde sua colonização no século XV, onde os habitantes locais foram subjugados e quase extintos, houve o etnocídio, ou seja, a cultura étnica deles morreu, eram indígenas com um modo simples e diferente de vida, os espanhóis os converteram ao cristianismo e os exterminaram, e hoje há muito de mistério sobre a origem desse povo, eu me sinto familiarizado com estas histórias, pois meu bisavó era das Ilhas Canárias.
E com certeza há traços destes habitantes em meu sangue, assim como há em muitos canários, e segundo pesquisas, (não sou especialista em genética) mas o laudo era que houve miscigenação maior entre homens europeus com nativas da ilha, o que se deduz que podem ter sido, e provavelmente foram, por meio de sexo forçado, ou melhor dizendo, estupros, por parte dos cristãos que queriam levar a palavra de amor e paz do cristianismo...
O Silbo Gomero apesar de ser uma língua assoviada tem como base o espanhol dos colonizadores, mas anteriormente fora baseado na língua do povo guanche que hoje se perdeu.
Amy
4.0 6Bem violento, mas ainda assim belo, podendo nos levar à várias interpretações sobre o que significa esta animação.
Fidel
3.2 2Não entendi claramente a mensagem, se é uma ode ao capitalismo, ou se é uma crítica a ele, no mais, a transgressão do filme permeia em pensar que o capitalismo é em resumo consumir produtos industrializados...
Coma Minha Merda
3.3 22A cena do filme Peles é menos impactante que esta, gostaria que esta que estivesse no curta, porque seria uma jogada mais ácida e vingativa da personagem, mas não sei o porquê de no longa haver essa atenuação que uma cena assim provocaria.
O Ossuário
3.8 16Apesar de assistir ao curta sem legenda é inegável o talento do diretor para as coisas bizarras serem mostradas com tamanha beleza, o que podemos considerar é que, o bizarro na obra do Jan Svankmajer nada mais é do que o próprio homem, aqui é isso, ossadas humanas desta capela bem famosa, que creio, quase todas as pessoas já ouviram falar ou uma reportagem na tv sobre, mas o curta de Jan é obra de arte, porque trabalha com a fotografia, tem uma edição excelente, uma câmera que agita-se mas que não causa vertigem, ao contrário, cria uma sensação de imersão, como que se nossos olhos estivessem ali naquele local para olhar cada detalhe.
Um Médico do Campo
3.9 15A nota que dou vale mais pelos traços e pela animação usar estas distorções que ficaram bem claustrofóbicas do que na história em si, que para mim foi mal contada e bem sem sentido.
Ouriço no Nevoeiro
4.3 17Bonito pela técnica, mas não me agradou nem me tocou tanto. Mas irei conhecer outros trabalhos do diretor, é sempre gostoso de ver versões cinematográficas de contos populares (ainda mais russos), pois são interessantes, tem sempre um atrativo mágico.
Para quem curtiu esse dou a dica de ver outras animações do Aleksandr Petrov, Blind Vaysha e todos do Theodore Ushev, e um magnífico sobre também um conto folclórico; Village of Idiots.
A Rendição de Tournavos
3.3 3Mesmo num cenário estático e claramente artificial, assim como as interpretações teatrais, parece que há maior sedução à uma simples cena assim do que as muitas de hoje que abusam da CGI. Gostava mais quando a arte era usada para criar cenários, a ilusão óptica, os truques... hoje a CGI tá fazendo uma desserviço à essa criatividade, que logo se perderá.
Old Man Drinking a Glass of Beer
3.2 8O início do cinema era a pura poesia, o cotidiano retratado de forma pormenorizada, documental, mas mesmo assim poética, com os Mélies que surgiram a fantasia, os truques, é quase um contraponto. De um lado um realismo e de outro a fantasia. Ambos excelentes e originais, coisa que século mais tarde quase que se perderia, no hoje o cinema não encanta como deveria, serve como mera propaganda ou entretenimento à maioria das pessoas. Um pena!
Primeiro Movimento
3.2 1Legal o cenário assim como a escola da música, mas não tem nada de interessante, e o uso de alguns objetos com a tridimensionalidade deixou a animação estranha, assim como o corpo dos personagens, se usassem colagens para a animação seria mais bonito.
Furicó e Fiofó
3.9 13Um soco na boca do estômago da sociedade!
São a animações assim que colocam a tragédia e o cômico no mesmo lugar para uma crítica a sociedade.
Calango Lengo: Morte e Vida Sem Ver Água
4.3 36Engraçado e trágico ao mesmo tempo, o grande mérito é se assemelhar com as animações clássicas, mas com um certo regionalismo, o Deus E Machina faz sentido na história, até porque a fé é um elemento central na cultura nordestina, e não considero isso um ponto negativo, mas ao contrário, consegue captar muito bem sutilmente aquele cultura. É interessante em como o uso da trilha sonora dá uma certa situação engraçada, e de certo modo é um fábula que retrata a vida de inúmeras pessoas daquele região, que é algo triste.
É bom ver animalões que fogem ao lugar comum e do padronizado e tentam de certo modo retratar de uma maneira artística a vida no nordeste.
A Invenção da Infância
4.4 71Em síntese, as diferenças são visíveis, há vários países dentro do Brasil, e o curta denúncia várias coisas, como que todas as crianças estão sujeitas à alguma coisa que não a atividade de serem crianças, se pobres, trabalham, se abastadas, já são entupidas de atividades, muitas das quais pensando no futuro num mundo competitivo.
Não vou entrar no mérito de discutir o capitalismo, mas darei uma análise como que Marcuse coloca em O Homem Unidimensional; na sociedade de consumo há a ideia de que pelo trabalho e pelo esforço podemos adentrar a um padrão de vida melhor, e as pessoas, em sua maioria, ambicionam e colocam suas metas em consumir, é claro que há um abismo entre as classes ainda, mas mesmo assim a cultura permeia toda as pessoas, e basta ver que ambas as crianças do vídeo usufruem dos mesmos programas televisivos. E por meio da cultura e da transmissão destas mensagens se cria uma cultura que direciona os homens a um único caminho. Sendo assim, eliminam-se quaisquer chances de se poder pensar num outro sistema, quer dizer, a arte reflete não mais um mundo aquém deste já consolidado, mas é uma mera apologia ao estado presente das coisas, basta pegar Hollywood e os filmes, mesmo os que são no futuro, refletem nosso mundo, toda a desigualdade, hierarquia, classes, etc.
Em resumo, quando classes antagônicas podem consumir as mesmas coisas cria-se uma cultura que direciona à sociedade para um único caminho. É o que podemos perceber que ascensão social para alguns é consumir em demasia, basta ver os artistas pobres que ficam ricos vendendo esta ideia. Uma pessoa pobre ou rica sabe o que é uma Ferrari, Nike, Adidas, Coca-cola, etc. A cultura de massas muda a percepção das pessoas, e intenta ser consumida e ser propagandística e totalmente apologética do sistema (é claro que há exceções, mas no geral é isso), as crianças consumindo da mesma cultura de massas (novelas, programas de tv, jornais, filmes, seriados, etc) são preparadas para este mundo, querem serem também consumidoras, as crianças não são vistas como crianças, mas como potenciais consumidoras, e isso se reflete e é bem claro como quando das leis que proibiram publicidade infantil nos meios de comunicação, bom exemplo é que a programação infantil sumiu da tv aberta porque não gera mais lucro devido às leis restritivas.
O documentário abarca uma gama imensa de pontos a serem discutidos, e resumirei outro ponto.
O Curta é de 2000, ou seja, época do governo FHC, onde o liberalismo era o mantra pregado aos sete ventos, e onde assolava não só o analfabetismo no Brasil, mas como bem aponta o curta, a mortalidade infantil era bem alta, e as discrepâncias entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste eram abismais. Já na era PT, com um governo mais progressista e com uma política mais popular criaram-se e expandiram-se programas que gerassem desenvolvimento para as regiões mais precárias do país, e daí provém a criação de universidades públicas e ampliação de programas educacionais a nível superior, e dessa época que consta que o Bolsa Família mudou a configuração social do nordeste, e fato é, como foi bem difundido pelos meios de comunicação e pela classe média e elite, que diziam que eram programas para "sustentar vagabundo", mas quem conhece um pouco a história e tem algum contato com a área da educação e com quem recebe este benefício sabe que ele só pode ser garantido quando os filhos frequentam a escola.
Mesmo parecendo pouco o valor de programas sociais como o Bolsa Família, nestas comunidades mais pobres era dinheiro suficiente para que os filhos não fossem trabalhar, pois compensava "ser vagabundo" e ir pra escola estudar em vez de trabalhar. Era uma solução viável e que reconfigurou a sociedade, podendo dar-lhes uma oportunidade de se verem livres deste ciclo de perpetuação da miséria e do abandono dos estudos, assim não era mais reféns das circunstâncias geográficas. É claro que nunca foi o ideal, nem o básico nalguns casos, mas foi uma forma eficaz, teve seus muitos méritos, e é devido dar crédito a este intento, que não ficou só no campo educacional, mas foi necessário para combater a fome e o analfabetismo no Brasil. A magnitude desse curta só agora pode ser pensada em sua abrangência, a roda da história andou para trás, mas ainda temos experiências que deram certo e que se ampliadas poderíamos modificar o mundo. Não podemos esquecer dos erros, nem muito menos dos acertos.
Arzok
3.8 2Curta bem interessante, poderia ter sido um pouco mais sombrio e ido mais ao terror, mas vejo as qualidades do Ian SBF, que é um diretor versátil.
Kolmnurk
3.5 1Interessante que de começo criei uma expectativa de que o curta teria um teor menos romantizado e mais voltado ao lado feminista, mas o desfecho ao meu ver é diferente, e propõe algo até mesmo contraditório, me pareceu uma campanha televisiva promovida pela União Soviética para conter os diversos divórcios que aumentavam constantemente no país. Há um final conciliador e isso quebrou a fruição do curto.
O Dia em que Dorival Encarou a Guarda
4.2 79Apesar de todo filme ser datado pela época de sua confecção, e ao vermos hoje, algumas coisas podem nos incomodar, seja pela introdução do politicamente correto, ou pela evolução da sociedade, e daí as ofensas e comparações racistas podem ser vistas enviesadas por esta lupa que nós carregamos, assim como a homofobia nas insinuações que a personagem de Dorival faz aos milicos.
Mas toda obra de arte requinta-se com o tempo, o tempo adiciona mais e mais conteúdo, mas é perceptível que há coisas atemporais, e estas permanecem intocadas e dão a dimensão da grandiosidade da própria essência do homem, em resumo, a liberdade sempre fora o que intentou o homem deste seu princípio.
No curta isso se mostra claramente nas simples questões que Dorival faz em tom de ameaças e chacotas aos militares, quer saber quem dá as ordens, ao passo que uma simples pergunta acarreta numa situação constrangedora aos que detém o poder sobre ele, mas Dorival, mesmo estando preso, é livre, e o é por não se subordinar e em questionar o funcionamento do sistema; que ali não há homens livres e conscientes, mas que são marionetes que seguem ordens sem nem saber de quem são, ou por quais motivos as seguem.
Quem leu La Boétie entende os mecanismos por trás da obediência, obedece-se por medo, por covardia, por costume, ou por força. A hierarquia construiu-se com o tempo, e não é natural aos homens. A hierarquia é um produto do tempo, e em certas circunstâncias temporais e espaciais alguns homens obedecem e outros mandam, em princípio isto significou um mútuo acordo entre as partes para que todos pudessem ter segurança, mas o poder corrompeu aos homens, como podemos ler na obra de Rousseau. A hierarquia é o mecanismo pelo qual a sociedade se alicerçou, mas aquele sentimento de ser livre natural ao homem ainda existe, e é perigoso para quem detém o poder, mas quem detém o poder também é por vezes dominado. Ninguém é livre se não sabe porquê age e para quê age.
Dorival despreza essa obediência cega. E alfim, mesmo sofrendo tem sua recompensa. A violência física é usada quando animais se sentem ameaçados, é instintiva e a forma mais primordial de defesa, mas a consciência é a arma da liberdade, ela é única aos homens. Dorival é o insubordinado, o que afronta toda essa hierarquia, e faz tudo isso, mesmo sabendo das consequências, porque tem esse entendimento, sabe que estas questões não são caladas quando ouvidas, e o curta é excepcional em todo o seu conteúdo, pois é provocante ao nos dizer tudo isso de uma forma tão direta e por vezes até chula.
Rated R for Nudity
2.9 17É interessante porque é um experimento, e como o diretor é canadense, a narração é em inglês e os escritos em sua grande maioria são em francês, e isso mostra uma peculiaridade do próprio, principalmente quando diz que seu sonho era ser como Ingmar Bergman, mas o que diz no texto são nomes de cineastas de língua inglesa.
120 Segundos Para Ser Eleito
3.5 10O trabalho que menos tempo teve do Villeneuve que vi e o que mais gostei. Aqui ele é direto, e além disso profético, não no que diz respeito de adivinhar o futuro, mas de ter clareza sobre o que é o futuro, não é um vidente, mas alguém com sabedoria e conhecimento crítico. E esse discurso pode soar absurdo, mas infelizmente não o é.
Já houve um tempo em que a mendicância e a "vagabundagem" foram considerados crimes. E houve quem ousasse propor leis nesse sentido, e ainda há.
Próximo Piso
4.0 60 Assista AgoraNão curto muito o Villeneuve, o acho superestimado, mas aqui até que me impressionei com as qualidades artísticas da direção do curta, e da ousadia de sair do lugar comum e tentar algo mais instigante, cenário, fotografia, figura e trilha sonora são muito bons, assim como os efeitos (menos o do desfecho que não foi bom pra mim). E o curta poderia ousar mais sem ter assim um final tão abrupto, é um crítica com teor simbólico, mas me deixou numa expectativa maior, porque a qualidade do curta é indiscutível.