Sinto que qualquer outra experiência que eu tiver na minha vida de hoje em diante vai estar aquém do que eu experienciei assistindo esse filme pela primeira vez. (assisti o corte para o cinema de 3 horas)
O consumo desproporcional da classe mais abastada e a busca desmedida pelo prazer, mais necessariamente o gozo, que é o meio e o fim da sociedade burguesa.
Surgindo em um primeiro momento como heroína, a personagem da maravilhosa Emma Stone vai lentamente se despindo de todos os seus preceitos morais enquanto busca sobreviver através do jogo de adulação que configura o nexo da dependência, em contrapartida a Lady Marlborough de Rachel Weisz maqueia sua frieza calculada e manipuladora através de um postura rigida e patriarcal (não é atoa que a personagem vista calças para atirar) que supõe um sacrifício em prol do bem da nação. Em meio a isso, Olivia Colman brilha em uma das atuações mais estupendas dos últimos tempos. Conduzido de maneira perfeita pelo diretor que, ainda que distante de sua habitual estética autoral, nos lembra de sua presença com passos de dança bizarros e uso constante da lente olho de peixe que quebram a narrativa e nos fazem questionar a verossimilhança da obra e confundem a nossa noção de espaço, e é essa incerteza a única constante no que diz respeito ao chiaroscuro no qual se configura o jogo favor.
Na base é um filme sobre solidão. Começa bem, desenvolvendo de forma eficiente o relacionamento dos dois e levantando outras discussões em torno do mote principal, mas depois descamba pra um monte de cenas de discussão mal conduzidas e sem nenhuma carga emocional, além de desperdiçar personagens e jogar pro alto todas as tramas paralelas que tinha construído até o fim da primeira metade.
Nunca imaginei que fosse ver o Tom Hiddleston matando lagartões gigantes com uma espada samurai usando uma máscara-de-gás no meio do holi festival em slow motion.
Fiquei muito animado quando soube que ia ser dividido em duas partes, mas a saída do Cary Fukunaga é preocupante principalmente depois da entrevista que ele deu falando sobre as divergências criativas com o estúdio, que aparentemente quer um filme convencional, leve e cheio de personagens caricatos e jump scares e o livro não merece nem comporta isso. Agora, por favor, superem o filme de 90, é só um telefilme bem porcamente feito que só funciona minimamente pela atuação do Tim Curry.
Era tanto buzz em volta dessa produção e tanta pretensão do Lars nas entrevistas vendendo um filme chocante e inovador, e a única coisa da qual consigo me lembrar, enfim, é a cara da Uma Thurman surtando no primeiro volume. Sobram ideias boas, bastante estilização e atuações interessantes como é típico do Lars, mas boa parte acaba afundando nas previsíveis tentativas de choque (o close longuíssimo nos pênis dos dois caras negros), cortes que afetaram bastante o trabalho como um todo (a personagem da mãe da Joe teve alguma fala?) e cenas mal conduzidas que não acrescentam nada ao desenrolar da trama, e o que era pra ser mais uma obra capaz de levantar uma infinidade de questões interessantes se tornou um filme que escorrega o tempo todo no pedantismo cult e joga no fim uma discussão política num tom passageiro e esquecível de justificativa, que seria muito melhor abordada se tivesse sido trabalhada com menos pretensão.
A direção parece nunca se decidir sobre o ritmo que quer seguir e usa uma bagunça de firulas visuais que não acrescentam muito. Ainda que todo o elenco se esforce com o bons diálogos que tem (méritos do movimento no qual eles se inspiram) fica tudo muito forçado e os personagens vão pra lá e pra cá quase que cientes da grandeza que terão futuramente, caracterização exagerada e um tom de reverência descarado. Dentre os trabalhos cinematográficos capazes de nos encher com a efervescência da geração beat, Howl continua imbatível.
Assistir Jordan Belfort rastejar para dentro da Ferrari foi o momento mais hilário que vi em um filme nos últimos anos, e o curioso é que o desfecho da sequência me remeteu a antológica overdose de Pulp Fiction. É necessário muito talento e controle na construção de um filme tão controverso e ácido quanto esse pra coisa não descambar, e isso Scorsese tem de sobra. Me senti chapado por quase três horas, e terminei de assistir o filme rindo com um gosto agridoce na boca. Palmas de pé.
Decepcionante de várias formas; Achei a primeira parte da trilogia um bom começo, Peter Jackson em seus surtos megalomaníacos em algumas cenas de ação (que se assemelham bastante ao seu King Kong) mas sem inversão do tom da história. A Desolação de Smaug começa bem, mas triplica os erros do seu antecessor. A repetição da situação - companhia dos anões chegar em algum lugar, ser capturada, ser salva por uma terceira pessoa e seguir em frente pra ser capturada novamente é desnecessária e cansativa, servindo só pra estender a duração do filme e criar cenas de fuga alucinadas. A câmera raramente se mantém mais de três segundos em alguma paisagem ou no rosto de alguém, sempre desesperada pra encontrar o enquadramento mais bonito em uma história que faria uso mais positivo de um tom mais distanciado ou contemplativo (como a cena do vôo das águias do primeiro filme), personagens de personalidades e objetivos pouquíssimo verossímeis e de caracterização absurda (coitado do Beorn) e um romance forçado que inverte totalmente os conceitos de raça do livro e não acrescenta absolutamente nada a história. A cena da fuga dentro dos barris é divertida e bem coreografada, o dragão é magnífico mas o filme boicota sua aparição com uma cena cansativa de saltos e surf sobre ouro derretido que não leva a lugar nenhum, Martin Freeman continua sendo a adição mais acertada ao universo da terra média e só. Sem boas expectativas para a parte final da trilogia
Prisoners é primoroso na abordagem de tudo que se propõe. Um drama tocante, um thriller sufocante e um estudo de personagem extremamente bem elaborado. O McGuffin do filme são Anna e Joy, duas crianças que desaparecem de maneira misteriosa na tarde de comemoração do dia de ação-de-graças de suas famílias. A paisagem sempre nublada e chuvosa cria um sentimento de desesperança ao passo que as garotas continuam desaparecidas, e o diretor Dennis Villeneuve faz todas as escolhas corretas, escondendo o que é necessário e mostrando o que deve ser mostrado para reforçar a sensação de tensão e desespero. Porém, ainda que seja um thriller policial acima da média, o trunfo de Prisoners reside na forma como ele aborda a inversão de ideologias de um ser humano que chega ao limite, e essa inversão toma forma em Keller, um homem extremamente religioso que parece estar sempre preparado para proteger sua família das ameaças que o mundo possa oferecer (a ponto de guardar mantimentos em seu porão para o fim do mundo), que acaba perdendo o controle da situação com o desaparecimento de sua filha, e seu sentimento de impotência o leva a tomar decisões extremas. Todo o elenco estelar tem seu espaço para dar personalidade aos personagens, mas quem se destaca é Jake Gyllenhaal, que empresta seu carisma e personalidade ao Detetive Loki. O personagem de Gyllenhaal, apesar dos esforços, não soa muito eficiente na resolução do caso como supostamente deveria ser, e talvez seu personagem seja a parte mais frágil da verossimilhança do roteiro, servindo primordialmente como contraponto da personalidade explosiva de Keller ao tentar sempre fazer uso de seu bom-senso, ainda que seus olhos sempre denunciem uma irritação refreada. Além de Gyllenhaal, Paul Dano também entrega uma atuação aterradora, mesmo que seu personagem não se de ao luxo de pronunciar mais que dez frases durante todo o filme. Ao estudar a cerne humana de maneira tão efetiva e apesar de seus pequenos furos de roteiro, Prisoners desponta como um dos melhores filmes do ano.
Noites de Cabíria
4.5 381 Assista AgoraÉ muito difícil ser uma pessoa emocionada
Fanny e Alexander
4.3 215Sinto que qualquer outra experiência que eu tiver na minha vida de hoje em diante vai estar aquém do que eu experienciei assistindo esse filme pela primeira vez. (assisti o corte para o cinema de 3 horas)
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraLiberdades que aprisionam.
A Comilança
3.7 64 Assista AgoraO consumo desproporcional da classe mais abastada e a busca desmedida pelo prazer, mais necessariamente o gozo, que é o meio e o fim da sociedade burguesa.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraSurgindo em um primeiro momento como heroína, a personagem da maravilhosa Emma Stone vai lentamente se despindo de todos os seus preceitos morais enquanto busca sobreviver através do jogo de adulação que configura o nexo da dependência, em contrapartida a Lady Marlborough de Rachel Weisz maqueia sua frieza calculada e manipuladora através de um postura rigida e patriarcal (não é atoa que a personagem vista calças para atirar) que supõe um sacrifício em prol do bem da nação. Em meio a isso, Olivia Colman brilha em uma das atuações mais estupendas dos últimos tempos. Conduzido de maneira perfeita pelo diretor que, ainda que distante de sua habitual estética autoral, nos lembra de sua presença com passos de dança bizarros e uso constante da lente olho de peixe que quebram a narrativa e nos fazem questionar a verossimilhança da obra e confundem a nossa noção de espaço, e é essa incerteza a única constante no que diz respeito ao chiaroscuro no qual se configura o jogo favor.
Benzinho
3.9 348 Assista AgoraQue doçura de filme.
Fala Comigo
2.9 183 Assista AgoraNa base é um filme sobre solidão. Começa bem, desenvolvendo de forma eficiente o relacionamento dos dois e levantando outras discussões em torno do mote principal, mas depois descamba pra um monte de cenas de discussão mal conduzidas e sem nenhuma carga emocional, além de desperdiçar personagens e jogar pro alto todas as tramas paralelas que tinha construído até o fim da primeira metade.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraNunca imaginei que fosse ver o Tom Hiddleston matando lagartões gigantes com uma espada samurai usando uma máscara-de-gás no meio do holi festival em slow motion.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraQUE DELICIA DE TRAILER
Ladrões de Bicicleta
4.4 532 Assista AgoraA caminhada resignada no final e as expressões dos dois são de partir o coração de qualquer um.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraFiquei muito animado quando soube que ia ser dividido em duas partes, mas a saída do Cary Fukunaga é preocupante principalmente depois da entrevista que ele deu falando sobre as divergências criativas com o estúdio, que aparentemente quer um filme convencional, leve e cheio de personagens caricatos e jump scares e o livro não merece nem comporta isso. Agora, por favor, superem o filme de 90, é só um telefilme bem porcamente feito que só funciona minimamente pela atuação do Tim Curry.
Força Maior
3.6 241Não existe conceito mais frágil que o da masculinidade.
O Amor é Estranho
3.7 108 Assista AgoraEu queria morar dentro desse filme.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraEra tanto buzz em volta dessa produção e tanta pretensão do Lars nas entrevistas vendendo um filme chocante e inovador, e a única coisa da qual consigo me lembrar, enfim, é a cara da Uma Thurman surtando no primeiro volume. Sobram ideias boas, bastante estilização e atuações interessantes como é típico do Lars, mas boa parte acaba afundando nas previsíveis tentativas de choque (o close longuíssimo nos pênis dos dois caras negros), cortes que afetaram bastante o trabalho como um todo (a personagem da mãe da Joe teve alguma fala?) e cenas mal conduzidas que não acrescentam nada ao desenrolar da trama, e o que era pra ser mais uma obra capaz de levantar uma infinidade de questões interessantes se tornou um filme que escorrega o tempo todo no pedantismo cult e joga no fim uma discussão política num tom passageiro e esquecível de justificativa, que seria muito melhor abordada se tivesse sido trabalhada com menos pretensão.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraA direção parece nunca se decidir sobre o ritmo que quer seguir e usa uma bagunça de firulas visuais que não acrescentam muito. Ainda que todo o elenco se esforce com o bons diálogos que tem (méritos do movimento no qual eles se inspiram) fica tudo muito forçado e os personagens vão pra lá e pra cá quase que cientes da grandeza que terão futuramente, caracterização exagerada e um tom de reverência descarado. Dentre os trabalhos cinematográficos capazes de nos encher com a efervescência da geração beat, Howl continua imbatível.
Feitiço da Lua
3.4 203 Assista AgoraEsse filme é praticamente um Silver Linings Playbook dos anos 80.
As Duas Faces de Janeiro
2.9 108 Assista AgoraSaiu o primeiro trailer: http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=52169
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KRoll, Jordan, roll.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraAssistir Jordan Belfort rastejar para dentro da Ferrari foi o momento mais hilário que vi em um filme nos últimos anos, e o curioso é que o desfecho da sequência me remeteu a antológica overdose de Pulp Fiction. É necessário muito talento e controle na construção de um filme tão controverso e ácido quanto esse pra coisa não descambar, e isso Scorsese tem de sobra. Me senti chapado por quase três horas, e terminei de assistir o filme rindo com um gosto agridoce na boca. Palmas de pé.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraMeryl Streep all the awards.
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraI'LL FUCK EVERYTHING THAT MOVES!
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraDecepcionante de várias formas; Achei a primeira parte da trilogia um bom começo, Peter Jackson em seus surtos megalomaníacos em algumas cenas de ação (que se assemelham bastante ao seu King Kong) mas sem inversão do tom da história. A Desolação de Smaug começa bem, mas triplica os erros do seu antecessor. A repetição da situação - companhia dos anões chegar em algum lugar, ser capturada, ser salva por uma terceira pessoa e seguir em frente pra ser capturada novamente é desnecessária e cansativa, servindo só pra estender a duração do filme e criar cenas de fuga alucinadas. A câmera raramente se mantém mais de três segundos em alguma paisagem ou no rosto de alguém, sempre desesperada pra encontrar o enquadramento mais bonito em uma história que faria uso mais positivo de um tom mais distanciado ou contemplativo (como a cena do vôo das águias do primeiro filme), personagens de personalidades e objetivos pouquíssimo verossímeis e de caracterização absurda (coitado do Beorn) e um romance forçado que inverte totalmente os conceitos de raça do livro e não acrescenta absolutamente nada a história. A cena da fuga dentro dos barris é divertida e bem coreografada, o dragão é magnífico mas o filme boicota sua aparição com uma cena cansativa de saltos e surf sobre ouro derretido que não leva a lugar nenhum, Martin Freeman continua sendo a adição mais acertada ao universo da terra média e só. Sem boas expectativas para a parte final da trilogia
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista Agora"I want to deceive him enough to make him want me."
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraPrisoners é primoroso na abordagem de tudo que se propõe. Um drama tocante, um thriller sufocante e um estudo de personagem extremamente bem elaborado. O McGuffin do filme são Anna e Joy, duas crianças que desaparecem de maneira misteriosa na tarde de comemoração do dia de ação-de-graças de suas famílias. A paisagem sempre nublada e chuvosa cria um sentimento de desesperança ao passo que as garotas continuam desaparecidas, e o diretor Dennis Villeneuve faz todas as escolhas corretas, escondendo o que é necessário e mostrando o que deve ser mostrado para reforçar a sensação de tensão e desespero. Porém, ainda que seja um thriller policial acima da média, o trunfo de Prisoners reside na forma como ele aborda a inversão de ideologias de um ser humano que chega ao limite, e essa inversão toma forma em Keller, um homem extremamente religioso que parece estar sempre preparado para proteger sua família das ameaças que o mundo possa oferecer (a ponto de guardar mantimentos em seu porão para o fim do mundo), que acaba perdendo o controle da situação com o desaparecimento de sua filha, e seu sentimento de impotência o leva a tomar decisões extremas. Todo o elenco estelar tem seu espaço para dar personalidade aos personagens, mas quem se destaca é Jake Gyllenhaal, que empresta seu carisma e personalidade ao Detetive Loki. O personagem de Gyllenhaal, apesar dos esforços, não soa muito eficiente na resolução do caso como supostamente deveria ser, e talvez seu personagem seja a parte mais frágil da verossimilhança do roteiro, servindo primordialmente como contraponto da personalidade explosiva de Keller ao tentar sempre fazer uso de seu bom-senso, ainda que seus olhos sempre denunciem uma irritação refreada. Além de Gyllenhaal, Paul Dano também entrega uma atuação aterradora, mesmo que seu personagem não se de ao luxo de pronunciar mais que dez frases durante todo o filme. Ao estudar a cerne humana de maneira tão efetiva e apesar de seus pequenos furos de roteiro, Prisoners desponta como um dos melhores filmes do ano.