Que filme bacana!! Esse horror perante o desconhecido em um recorte de uma época em que a paranóia parecei ser uma regra me cativa e principalmente quando vem acompanhado de boas atuações, bons personagens e uma direção mais do que competente. Se a minha banda preferida (Blue Oyster Cult) estivesse a todo vapor ainda, certeza que esse filme seria tema para uma canção. Não é para todos mas com certeza foi para mim.
Que Costa Gravas tem um cinema panfletário, todo mundo sabe. Que o mesmo tem uma posição bem clara no espectro político, todos sabem mais ainda. Porém Missing é uma obra prima cinematográfica. Em tudo! O diretor tem pleno domínio de cenas e de enquadramentos. Ele passa o horror de modo extremamente eficiente e alusivo. Os atores estão fantásticos e a trilha sonora não é muito presente mas encaixa no momento certo e da forma certa. Diálogos contundentes e nada aqui é posto a toa. Filme enxuto, objetivo mas carregado de sentimentos também. Obra de arte.
Filme muito bom que mescla uma ótima criação de atmosfera e mitologia. Mais uma vez Carpenter consegue mesclar o seu jeito de dirigir com o seu amor por Lovecraft.
Filme bem atuado, bem dirigido e com uma mensagem bastante pertinente. Podem haver críticas sobre como Che Guevara é retratado, porém como obra cinematográfica é um bom entretenimento.
Esse horror de monstros... saudade de quando faziam filmes assim. Não filmes que queiram se passar por reais ou recheados de jump scares. Um recorte, história simples e efeitos práticos dignos, isso sim é horror. Carpenter é mestre!
Balzac sendo transposto para o cinema com leveza e toques de comédia, porém a crítica tá ali, se encontra permeada por toda a obra. Filme bacana e um ótimo entretenimento.
Ótimas atuações junto com a crítica pertinente e feroz de Balzac a sua sociedade. Diálogos maravilhosos e momentos de peso sem soarem apelativos. Ótima pedida. Um filme que entretem e tem algo a dizer simultaneamente.
Que felicidade me deparar com um filme que faz jus e uma homenagem sincera a H.P. Lovecraft. E isso tudo sem deixar de lado as características de um dos maiores diretores de horror que o mundo já viu. Efeitos práticos sensacionais, o jogo de mostrar e não mostrar as criaturas e a loucura sendo trabalhada de modo excepcional. Filmaço para todos e pra quem conhece a obra lovecraftiana, um deleite maior ainda.
É bem interessante ver como Midsommar bebeu dessa fonte chamada o Homem de Palha. Digo isso porque dá pra perceber claramente as influências mas Ari Aster conseguiu pegar isso e criar algo exclusivamente seu. Contudo O homem de palha funcionou melhor para mim do que o filme supracitado. Adorei a contextualização da mitologia daquela ilha, a sensação de estranheza permanece no ar sempre (principalmente devido às crenças do policial) e ver o Christopher Lee cantando é impagável hehehehe. Adorei a atmosfera folk do filme e um ponto que desagradou muita gente foi o excesso de canções, porém a meu ver funcionou muito bem, tanto que fui procurar as músicas para ouvir depois. O filme envelheceu mal em alguns aspectos mas nada que tire sua qualidade e importância para o gênero.
Ari Aster pode desagradar a muitos e apesar de discordar, eu consigo entender o porquê. Porém algo é inegável em suas obras: a boa construção de personagens e o altíssimo nível que ele consegue extrair em termos de atuação. Midssomar tem problemas a meu ver, principalmente no que tange a duração da obra e algumas cenas, que apesar da beleza estética dos seus enquadramentos, acrescentam pouco para a trama. Mas além disso, não consigo enxergar muitos problemas aqui. Gosto de filmes de seitas e aqui o ambiente é imersivo, em um primeiro momento agradável mas sempre nos deixando com um pé atrás em relação a certos detalhes. Aqui nada é entregue de bandeja, ou você assiste ao filme com atenção ou vai deixar passar diversos detalhes bem interessantes. Quando terminei de assistir, me peguei meio embaraçado com algumas coisas porém conforme ia juntando as peças na mente, o filme atingiu uma proporção assustadora pra mim. E qual a certeza de que você gostou de um filme? Quando ele fica na sua cabeça por mais tempo do que a duração dele. E foi isso que Midsommar fez comigo e é isso que já me deixa ansioso pelo próximo filme do Ari Aster
Bom filme e entretenimento de qualidade garantido, porém acho que não vai muito além disso. Uma temática já relativamente batida com uma dinâmica bem previsível a meu ver. Empalidece bastante quando comparado com outros filmes do cinema argentino.
Filme que conta com boas interpretações, temática muito relevante e aborda com um forte (e acertado) acento crítico. Porém é uma obra mais limitada para quem gosta de filmes bem calcados na realidade, com um pouca dinâmica e com alguns momentos que a meu ver foram desnecessários. No mais um bom filme e crítica social pertinente
Filme delicioso de se assistir que mescla algumas doses de realismo fantástico com um humor que beira a genialidade (graças em grande parte a atuação maravilhosa do Darín). Um pouco de filosofia absurdista pode ser notado aqui e serve como ponto de construção para uma história linda. Belissímo filme!
É difícil até enumerar o quanto esse filme é espetacular, mas segue alguns aspectos: Elenco formidável e em ótima forma, história ancorada em alguns aspectos reais, crítica a uma forma de política porca praticada em todos os lugares do planeta e toques de um humor bastante peculiar desse diretor. Filmaço e as referências anarquistas entram como aquele toque de tempero que realça mais ainda o sabor desse filme.
E não foi dessa vez que uma obra cinematográfica fez jus a algo que o Lovecraft escreveu. Posso tá sendo rigoroso pois "A cor que caiu do espaço" é a minha história preferida do autor (reveza o posto com "Nas montanhas da loucura"). O filme tem bons aspectos técnicos, enquadramentos interessantes, ótimo uso de efeitos práticos e uma história que prende, porém a meu ver não passa muito disso. O elenco não tá inspirado, com destaque negativo para Nicolas Cage, que chega a dar vergonha alheia em alguns momentos, além de que os personagens são extremamente rasos e não consegui construir a mínima empatia por nenhum (talvez um pouco só pelo hidrólogo e mais por ele aparecer lendo, em uma curtíssima parte do filme, o conto Os salgueiros, do lendário Algernon Blackwood.) Eu entendo perfeitamente que nas obras lovecraftianas, a narrativa é mais jornalística e o desenvolvimento de personagens é praticamente inexistente, porém o filme dispende cerca de 20 minutos nos mostrando aquela família, a sua interação, conflitos e necessidades. E mesmo com essa tentativa, me peguei indiferente a quase tudo que ocorria com eles. O que me interessou mais foram as referências a Lovecraft que o filme faz e aos momentos de terror mais intenso. Boa diversão descompromissada mas ainda passa muito longe do que o que Lovecraft merece.
Aquele exemplar de filme muito bem executado e com atuações magistrais, porém exige um pouco de paciência e até uma certa "bagagem' cultural para ser aproveitado completamente. Eggers se consolida como uma figura interessante de ser acompanhada no cinema de terror atual.
Exemplar típico do terror descompromissado (e maravilhoso) que assolou o cinema de horror dos anos 80. Gore espetacular, história simples e atuações bem irregulares heheheeh. De qualquer modo é um filme que eu gosto bastante e os cenobitas representam um dos melhores grupos de figuras sobrenaturais já feitos dentro do terror. Vale a pena porém só recomendado para pessoas que curtem esse tipo de cinema já considerado datado.
Não entendo o porquê de eu ter demorado tanto para ver essa pérola. Hilária, cheia de tiradas cômicas contundentes sobre o estilo musical, personagens muito legais e com camadas e pra coroar, músicas sensacionais. A decadência de um gênero e como isso afeta a banda é contada de modo a mesclar uma boa narrativa com um tom cômico genial. Me lembrou bastante, em termos de tom, "O artista do desastre". É uma obra que consegue ser uma paródia/homenagem sensacional.
Ps: E isso tudo sem falar que o filme basicamente revolucionou (ou até criou, não sei dizer) esse gênero que recentemente ficou famoso novamente, o Mockumentary.
Esse filme é a definição de um terror de qualidade. O único problema dele é o tão famigerado "hype" gerado. Vão com as expectativas sob controle que garanto que terão uma das melhores experiências cinematográficas do gênero. Coloco esse filme sem medo junto com The Babadook, entre os melhores filmes do gênero dos últimos tempos e com boas possibilidades de se tornarem clássicos. Estruturalmente o filme é um primor, com cenas de tensão palpáveis acompanhados por personagens críveis interpretados maravilhosamente pelo ótimo elenco. Além disso a obra mescla, de forma incrivelmente orgânica, diversos gêneros do cinema de terror. E o melhor (e pode ser até um leve spoiler), o filme não tem um jump scare. Isso coroa com perfeição um dos melhores filmes já feitos dentro do gênero.
É aquela situação complicada. A meu ver, o filme tenta tanto ser artístico, ser diferenciado, ser imersivo, que acaba se tornando pedante, inchado, chato e pretensioso. Felizmente temos pontos extremamente positivos aqui. A ideia, mensagem do filme é bem interessante, as atuações vão de muito boas até espetaculares (Barbara Luz, estou falando de você) e em termos técnicos como design de som, fotografia e enquadramentos, o filme é primoroso. Infelizmente, mesmo com esses aspectos positivos, a obra não se sobressai. A narrativa vem carregada com esses vícios de querer ser "cult" o tempo inteiro, por vezes tentando provocar reflexões desnecessárias que não encaixam bem com a narrativa principal, por vezes querendo usar planos estáticos que duram muito mais do que deveriam e que acabam tornando o filme uma experiência no mínimo enfadonha. Uma pena, tinha um potencial grande aqui.
É um filme que eu particularmente encontrei certos vícios que envelheceram mal, entretanto é uma obra enxuta, sem enrolações e com uma narrativa frenética que está bem encaixada com a direção maravilhosa do Welles, que faz um jogo de luz e sombra sensacional e tem uns enquadramentos dignos de nota. Sem contar as atuações que estão de boas a excepcionais, com óbvio destaque para o trio principal. É um entretenimento maravilhoso, que nos distrai bem com uma história bem contada, entretanto acho que não figura naquele panteão de clássicos e se torna apagado até mesmo dentro da filmografia do próprio diretor.
Ver um documentário sobre seu diretor preferido é sempre complexo e ver de modo imparcial se torna bem complicado. Entretanto o que posso adiantar aqui é que o documentário desconstrói em muitos aspectos a figura do diretor. Um dos pontos fortes da obra é que o personagem explorado não é endeusado, suas mazelas, seus "podres" digamos assim, são expostos, esmiuçados e por mais que eu tenha percebido que o documentário tenta direcionar a nossa simpatia pelo diretor, esse "podres" foram abertos, explorados e nos deixam com as ferramentas para fazer juízo do diretor. Isso eu achei sensacional, pois tinham muitos aspectos da vida do diretor que eu não conhecia e o documentário serve pra isso, pra te ensinar, pra você aprender. A quantidade de pessoas que trabalharam com Bergman, os cadernos do diretor, o relato do irmão dele. tudo isso foi um compilado sensacional de material sobre o diretor. O que me desconcentrou foi que em termos de estrutura, o documentário as vezes se torna confuso, fragmentado e joga cenas aleatórias de filmes do diretor. Isso me incomodou um pouco mas não tira o brilho da obra, que como documentário consegue se destacar e se torna um monumento digno sobre esse que é um dos maiores expoentes do cinema mundial.
Ps: Muita gente criticou o fato de que foram mostradas poucas opiniões de outros diretores acerca da obra do Bergman. Isso não me incomodou, já que tem documentários anteriores falando desse aspecto da relevância do diretor. Recomendo "Trespassing Bergman" pra quem procura um documentário com esse tipo de abordagem.
A Vastidão da Noite
3.5 581Que filme bacana!! Esse horror perante o desconhecido em um recorte de uma época em que a paranóia parecei ser uma regra me cativa e principalmente quando vem acompanhado de boas atuações, bons personagens e uma direção mais do que competente. Se a minha banda preferida (Blue Oyster Cult) estivesse a todo vapor ainda, certeza que esse filme seria tema para uma canção.
Não é para todos mas com certeza foi para mim.
Desaparecido - Um Grande Mistério
4.1 84Que Costa Gravas tem um cinema panfletário, todo mundo sabe. Que o mesmo tem uma posição bem clara no espectro político, todos sabem mais ainda. Porém Missing é uma obra prima cinematográfica. Em tudo! O diretor tem pleno domínio de cenas e de enquadramentos. Ele passa o horror de modo extremamente eficiente e alusivo. Os atores estão fantásticos e a trilha sonora não é muito presente mas encaixa no momento certo e da forma certa.
Diálogos contundentes e nada aqui é posto a toa. Filme enxuto, objetivo mas carregado de sentimentos também.
Obra de arte.
A Bruma Assassina
3.3 200Filme muito bom que mescla uma ótima criação de atmosfera e mitologia. Mais uma vez Carpenter consegue mesclar o seu jeito de dirigir com o seu amor por Lovecraft.
Diários de Motocicleta
3.9 828Filme bem atuado, bem dirigido e com uma mensagem bastante pertinente. Podem haver críticas sobre como Che Guevara é retratado, porém como obra cinematográfica é um bom entretenimento.
O Enigma de Outro Mundo
4.0 1,0K Assista AgoraEsse horror de monstros... saudade de quando faziam filmes assim. Não filmes que queiram se passar por reais ou recheados de jump scares.
Um recorte, história simples e efeitos práticos dignos, isso sim é horror. Carpenter é mestre!
A Vingança de Bette
3.1 8Balzac sendo transposto para o cinema com leveza e toques de comédia, porém a crítica tá ali, se encontra permeada por toda a obra. Filme bacana e um ótimo entretenimento.
Coronel Chabert – Amor e Mentiras
3.7 4Ótimas atuações junto com a crítica pertinente e feroz de Balzac a sua sociedade. Diálogos maravilhosos e momentos de peso sem soarem apelativos. Ótima pedida. Um filme que entretem e tem algo a dizer simultaneamente.
Você Não Estava Aqui
4.1 246 Assista AgoraFilmes do Ken Loach são assim, um soco direto no estômago. Recomendado para todos.
À Beira da Loucura
3.6 417 Assista AgoraQue felicidade me deparar com um filme que faz jus e uma homenagem sincera a H.P. Lovecraft. E isso tudo sem deixar de lado as características de um dos maiores diretores de horror que o mundo já viu. Efeitos práticos sensacionais, o jogo de mostrar e não mostrar as criaturas e a loucura sendo trabalhada de modo excepcional. Filmaço para todos e pra quem conhece a obra lovecraftiana, um deleite maior ainda.
O Homem de Palha
4.0 517 Assista AgoraÉ bem interessante ver como Midsommar bebeu dessa fonte chamada o Homem de Palha. Digo isso porque dá pra perceber claramente as influências mas Ari Aster conseguiu pegar isso e criar algo exclusivamente seu.
Contudo O homem de palha funcionou melhor para mim do que o filme supracitado. Adorei a contextualização da mitologia daquela ilha, a sensação de estranheza permanece no ar sempre (principalmente devido às crenças do policial) e ver o Christopher Lee cantando é impagável hehehehe. Adorei a atmosfera folk do filme e um ponto que desagradou muita gente foi o excesso de canções, porém a meu ver funcionou muito bem, tanto que fui procurar as músicas para ouvir depois.
O filme envelheceu mal em alguns aspectos mas nada que tire sua qualidade e importância para o gênero.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,9K Assista AgoraAri Aster pode desagradar a muitos e apesar de discordar, eu consigo entender o porquê. Porém algo é inegável em suas obras: a boa construção de personagens e o altíssimo nível que ele consegue extrair em termos de atuação.
Midssomar tem problemas a meu ver, principalmente no que tange a duração da obra e algumas cenas, que apesar da beleza estética dos seus enquadramentos, acrescentam pouco para a trama. Mas além disso, não consigo enxergar muitos problemas aqui. Gosto de filmes de seitas e aqui o ambiente é imersivo, em um primeiro momento agradável mas sempre nos deixando com um pé atrás em relação a certos detalhes. Aqui nada é entregue de bandeja, ou você assiste ao filme com atenção ou vai deixar passar diversos detalhes bem interessantes.
Quando terminei de assistir, me peguei meio embaraçado com algumas coisas porém conforme ia juntando as peças na mente, o filme atingiu uma proporção assustadora pra mim. E qual a certeza de que você gostou de um filme? Quando ele fica na sua cabeça por mais tempo do que a duração dele. E foi isso que Midsommar fez comigo e é isso que já me deixa ansioso pelo próximo filme do Ari Aster
Tese Sobre um Homicídio
3.4 309 Assista AgoraBom filme e entretenimento de qualidade garantido, porém acho que não vai muito além disso. Uma temática já relativamente batida com uma dinâmica bem previsível a meu ver. Empalidece bastante quando comparado com outros filmes do cinema argentino.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraNão tem muito o que falar aqui. É obra-prima genuína e já clássico para a posterioridade. Tudo aqui é acertado com louvor.
Elefante Branco
3.5 197 Assista AgoraFilme que conta com boas interpretações, temática muito relevante e aborda com um forte (e acertado) acento crítico. Porém é uma obra mais limitada para quem gosta de filmes bem calcados na realidade, com um pouca dinâmica e com alguns momentos que a meu ver foram desnecessários.
No mais um bom filme e crítica social pertinente
Um Conto Chinês
4.0 854 Assista AgoraFilme delicioso de se assistir que mescla algumas doses de realismo fantástico com um humor que beira a genialidade (graças em grande parte a atuação maravilhosa do Darín). Um pouco de filosofia absurdista pode ser notado aqui e serve como ponto de construção para uma história linda. Belissímo filme!
A Odisseia dos Tontos
3.8 166É difícil até enumerar o quanto esse filme é espetacular, mas segue alguns aspectos: Elenco formidável e em ótima forma, história ancorada em alguns aspectos reais, crítica a uma forma de política porca praticada em todos os lugares do planeta e toques de um humor bastante peculiar desse diretor.
Filmaço e as referências anarquistas entram como aquele toque de tempero que realça mais ainda o sabor desse filme.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 354E não foi dessa vez que uma obra cinematográfica fez jus a algo que o Lovecraft escreveu. Posso tá sendo rigoroso pois "A cor que caiu do espaço" é a minha história preferida do autor (reveza o posto com "Nas montanhas da loucura").
O filme tem bons aspectos técnicos, enquadramentos interessantes, ótimo uso de efeitos práticos e uma história que prende, porém a meu ver não passa muito disso.
O elenco não tá inspirado, com destaque negativo para Nicolas Cage, que chega a dar vergonha alheia em alguns momentos, além de que os personagens são extremamente rasos e não consegui construir a mínima empatia por nenhum (talvez um pouco só pelo hidrólogo e mais por ele aparecer lendo, em uma curtíssima parte do filme, o conto Os salgueiros, do lendário Algernon Blackwood.)
Eu entendo perfeitamente que nas obras lovecraftianas, a narrativa é mais jornalística e o desenvolvimento de personagens é praticamente inexistente, porém o filme dispende cerca de 20 minutos nos mostrando aquela família, a sua interação, conflitos e necessidades. E mesmo com essa tentativa, me peguei indiferente a quase tudo que ocorria com eles. O que me interessou mais foram as referências a Lovecraft que o filme faz e aos momentos de terror mais intenso.
Boa diversão descompromissada mas ainda passa muito longe do que o que Lovecraft merece.
O Farol
3.8 1,7K Assista AgoraAquele exemplar de filme muito bem executado e com atuações magistrais, porém exige um pouco de paciência e até uma certa "bagagem' cultural para ser aproveitado completamente. Eggers se consolida como uma figura interessante de ser acompanhada no cinema de terror atual.
Hellraiser: Renascido do Inferno
3.5 864 Assista AgoraExemplar típico do terror descompromissado (e maravilhoso) que assolou o cinema de horror dos anos 80. Gore espetacular, história simples e atuações bem irregulares heheheeh. De qualquer modo é um filme que eu gosto bastante e os cenobitas representam um dos melhores grupos de figuras sobrenaturais já feitos dentro do terror. Vale a pena porém só recomendado para pessoas que curtem esse tipo de cinema já considerado datado.
Isto É Spinal Tap
3.9 148Não entendo o porquê de eu ter demorado tanto para ver essa pérola. Hilária, cheia de tiradas cômicas contundentes sobre o estilo musical, personagens muito legais e com camadas e pra coroar, músicas sensacionais. A decadência de um gênero e como isso afeta a banda é contada de modo a mesclar uma boa narrativa com um tom cômico genial.
Me lembrou bastante, em termos de tom, "O artista do desastre". É uma obra que consegue ser uma paródia/homenagem sensacional.
Ps: E isso tudo sem falar que o filme basicamente revolucionou (ou até criou, não sei dizer) esse gênero que recentemente ficou famoso novamente, o Mockumentary.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraEsse filme é a definição de um terror de qualidade. O único problema dele é o tão famigerado "hype" gerado. Vão com as expectativas sob controle que garanto que terão uma das melhores experiências cinematográficas do gênero. Coloco esse filme sem medo junto com The Babadook, entre os melhores filmes do gênero dos últimos tempos e com boas possibilidades de se tornarem clássicos.
Estruturalmente o filme é um primor, com cenas de tensão palpáveis acompanhados por personagens críveis interpretados maravilhosamente pelo ótimo elenco. Além disso a obra mescla, de forma incrivelmente orgânica, diversos gêneros do cinema de terror. E o melhor (e pode ser até um leve spoiler), o filme não tem um jump scare. Isso coroa com perfeição um dos melhores filmes já feitos dentro do gênero.
Unicórnio
3.0 51É aquela situação complicada. A meu ver, o filme tenta tanto ser artístico, ser diferenciado, ser imersivo, que acaba se tornando pedante, inchado, chato e pretensioso. Felizmente temos pontos extremamente positivos aqui. A ideia, mensagem do filme é bem interessante, as atuações vão de muito boas até espetaculares (Barbara Luz, estou falando de você) e em termos técnicos como design de som, fotografia e enquadramentos, o filme é primoroso.
Infelizmente, mesmo com esses aspectos positivos, a obra não se sobressai. A narrativa vem carregada com esses vícios de querer ser "cult" o tempo inteiro, por vezes tentando provocar reflexões desnecessárias que não encaixam bem com a narrativa principal, por vezes querendo usar planos estáticos que duram muito mais do que deveriam e que acabam tornando o filme uma experiência no mínimo enfadonha.
Uma pena, tinha um potencial grande aqui.
O Estranho
3.8 122 Assista AgoraÉ um filme que eu particularmente encontrei certos vícios que envelheceram mal, entretanto é uma obra enxuta, sem enrolações e com uma narrativa frenética que está bem encaixada com a direção maravilhosa do Welles, que faz um jogo de luz e sombra sensacional e tem uns enquadramentos dignos de nota. Sem contar as atuações que estão de boas a excepcionais, com óbvio destaque para o trio principal.
É um entretenimento maravilhoso, que nos distrai bem com uma história bem contada, entretanto acho que não figura naquele panteão de clássicos e se torna apagado até mesmo dentro da filmografia do próprio diretor.
Bergman – 100 Anos
4.0 33 Assista AgoraVer um documentário sobre seu diretor preferido é sempre complexo e ver de modo imparcial se torna bem complicado. Entretanto o que posso adiantar aqui é que o documentário desconstrói em muitos aspectos a figura do diretor.
Um dos pontos fortes da obra é que o personagem explorado não é endeusado, suas mazelas, seus "podres" digamos assim, são expostos, esmiuçados e por mais que eu tenha percebido que o documentário tenta direcionar a nossa simpatia pelo diretor, esse "podres" foram abertos, explorados e nos deixam com as ferramentas para fazer juízo do diretor. Isso eu achei sensacional, pois tinham muitos aspectos da vida do diretor que eu não conhecia e o documentário serve pra isso, pra te ensinar, pra você aprender. A quantidade de pessoas que trabalharam com Bergman, os cadernos do diretor, o relato do irmão dele. tudo isso foi um compilado sensacional de material sobre o diretor.
O que me desconcentrou foi que em termos de estrutura, o documentário as vezes se torna confuso, fragmentado e joga cenas aleatórias de filmes do diretor. Isso me incomodou um pouco mas não tira o brilho da obra, que como documentário consegue se destacar e se torna um monumento digno sobre esse que é um dos maiores expoentes do cinema mundial.
Ps: Muita gente criticou o fato de que foram mostradas poucas opiniões de outros diretores acerca da obra do Bergman. Isso não me incomodou, já que tem documentários anteriores falando desse aspecto da relevância do diretor. Recomendo "Trespassing Bergman" pra quem procura um documentário com esse tipo de abordagem.