Últimas opiniões enviadas
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Tinha tudo pra ser um bom filme .. que lugar lindo! Natalino, a vivência numa cabana, neve, luzes, lembranças saudosas, uma escritora... Enumerando assim é difícil até justificar como conseguiram fazer um filme tão ruim com tantos pontos positivos... isso me decepciona mais que qualquer outra coisa relacionada a filmes, porque era para ser um filmaço... Zero química! Estou indignada!
A nota foi simplesmente pela cabana, pelas montanhas, pelo natal... E pela cena belíssima em que ela lê em frente a lareira coberta por sua colcha de retalhos. ❤️
Últimos recados
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LegenDario
Oi Joelma, tudo bem? Vem pro LEGIONÁRIOS, um grupo sobre filmes e séries onde você pode opinar, trocar experiências, participar de brincadeiras, receber indicações e muito+!
A participação é totalmente aberta a qualquer um que tiver vontade, bastando respeitar os colegas e o ambiente seguro de ofensas que buscamos proporcionar.
Entre pelo link abaixo e diga "Ei, meu nome é fulano! Vim por convite do Gabriel Dario no Filmow". Se ele tiver sido revogado, avise :D
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vagnerfoxx
Amizade mais que aceita Joelma! Seja bem vinda! Bora nos filmes!! 😁
Exigir que o filme decodifique a personalidade enigmática de Alan Turing é no mínimo ingênuo.
Muito se criticou a forma como as linhas temporais se apresentaram no filme, contudo achei incrível a forma como elas são trazidas, como se estivéssemos nós a viajar pelas sinapses neurais de um gênio.
Algumas histórias nos fazem questionar se são mesmo reais ou ficcionais, esta é uma delas.
Ao ligar a vida de Alan Turing e a sua missão temos um tema recorrente na sua trajetória: o segredo.
Uma empreitada que exigia daquele que passou a vida tendo o silêncio como seu potencial aliado, justamente isso: o silêncio. Depois de viver uma vida baseada na ocultação dos seus desejos, o que para muitos era desafiador, para Alan era exercido com maestria. Era essa discrição que permitia a Alan a sua liberdade e a propriedade sobre o seu próprio corpo.
A cena em que Christopher ajuda Turing a sair do piso de madeira é carregada de significados e muito bem inserida no contexto exposto. Ali, sob aquele piso, Turing era um ser não visto, não ouvido, não compreendido.
Através da mão estendida de um amigo, passaria a assumir uma posição de alguém que era visto, ouvido e compreendido.
É impressionante o que a compreensão e a companhia pode fazer até às figuras mais insociáveis.
A escolha dessa cena nos apresenta ao mundo em que viveria Turing
, solitário, incompreendido, com pouca ajuda.
Enquanto Alan e sua equipe tentam decodificar a criptografia de mensagens de difícil acesso, Joan surge como uma máquina capaz de traduzir uma relação que ali não se sustentava, entre Alan e o mundo que o cercava, intermediando o contato social entre ele e os seus parceiros. Joan e Alan estabelecem um vínculo forte pois ambos viviam à margem de uma sociedade julgadora
onde os mesmos não tinham vez, Alan por ser homossexual, Joan por ser mulher.
Alan experimentou a desumanidade voltada a alguém que por ser incompreendido, era comparado a uma máquina, porque quando excluía-se a subjetividade que o ligava a um humano, o mesmo passava a ser tratado como um objeto, algo livre de sentimentos, e assim sustentava-se a ideia de que todo aquele abuso não era voltado a uma pessoa.
Era conveniente que ele fosse desumanizado para que àquelas atitudes desprezíveis fossem justificadas.
O encontrar-se perdido em meio aos julgamentos externos, o não pertencimento, o acreditar estar mais próximo de uma máquina do que um humano, fez com que Alan tivesse a sua própria noção sobre si alterada, acreditando estar mais associado às máquinas, do que as pessoas que estavam ao seu redor,
ilustrado adequadamente pela cena em que Alan consegue vencer a Enigma, e enquanto seus colegas comemoram afetivamente, ele olha afetuosamente para a máquina, deixando os companheiros em segundo plano.
Como eu disse, o sigilo foi algo que sempre esteve escancarado na vida de Alan. Tanto que levou tempo para que um homem, que não levantou uma arma sequer e ainda foi responsável por vencer uma guerra, salvando a vida de milhões, fosse devidamente reconhecido.
Imaginar um mundo onde a opção sexual de uma pessoa pode invisibilizá-la a esse ponto... Saber que esse mundo não ficou lá atrás, que esse mundo é agora, é revoltante e doloroso. Me pergunto sobre quantos gênios não iremos conhecer devido a um preconceito estatal enraizado e reproduzido desenfreadamente.
Irônico perceber, depois de tudo, que alguém com tanta dificuldade em comunicar-se, se tornou um dos maiores colaboradores e intensificadores da mesma.