João Paulo Vieira

A colocação do sexo como produto final e inevitável da poesia do amor carnal. Uma ideologia de guerra, de revolução e posicionamento partindo do simples princípio de sentir-se bem com si só. Fotografia maravilhosa, roteiro soberbo. Exala poesia. Um dos melhores no cinema nacional dos ultimos tempos, senão o melhor.

Um filme simples, que com grandes atuações e a abordagem de um tema delicado de forma muito interessante consegue conquistar seus espectadores. Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e De Niro estavam simplesmente incríveis. Uma dramédia sob medida, sem tirar nem pôr.

Os Miseráveis é uma grande história que sob a luz de qualquer releitura se tornaria um espetáculo. Acontece que o musical de Tom Hooper é um tanto quanto desastrado. A cantoria contínua transforma o filme num desenrolar invariável e muitos números musicais de peso perdem sua força porque não conseguem se destacar do resto das cenas. O romance de Victor Hugo se viu reduzido a reprodução de suas cenas, uma a uma, respeitando fielmente sua ordem, mas muitas vezes passando um tanto quanto vazias de significado. Hugh Jackman interpreta Valjean impecavelmente, e é talvez o maior acerto do filme. Anne Hathaway faz um belíssimo trabalho, sendo ela a responsável pela cena que talvez seja uma das únicas no filme a captar a mensagem que ele deveria passar. Russell Crowe ficou aquém das minhas expectativas, é impossível enxergar no Javert que ele entrega um homem que resolveu dedicar sua vida a dar fim à vida de um outro. O núcleo de Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen também foi um acerto, geralmente empolgando quando aparece. Algumas cenas e canções são belíssimas. A direção de arte é muito boa, os figurinos também. Há falhas grosseiras no roteiro e na direção, mas ainda assim não são suficientes pra tirar o brilho e a grandiosidade de sua história. É um pouco frustrante assistir a uma adaptação de Os Miseráveis que não é capaz de fazer jus à história que se compromete a contar. Porém é necessário reconhecer que para aqueles que ainda não conhecem sua história, Os Miseráveis provavelmente será uma belíssima diversão, mesmo não contendo nem um terço do seu real significado.