Apesar de manter o (alto) nível das piadas do seriado, o filme sofre do mesmo mal que muitos baseados em série de tv: o ritmo. Apesar de ter pouco mais de uma hora de duração, muitas horas apresenta sinal de desgaste e de cansaço. O filme tem seus momentos inesquecíveis, como os números musicais que são fantásticos, e a cena final, em que Carter solta seu último poder. É de rachar de rir. Vale a pena a conferida, apesar de ainda preferir o seriado.
O direito ao livre-arbítrio, vida vs. morte, medicina vs. religião!!! Barry Levinson, diretor de obras consagradas do cinema como 'Bugsy' e 'Rain Man', juntou-se ao mestre Al Pacino para retratar a vida de Jack Kevorkian, que ficou mundialmente conhecido por sua luta para fazer do suicídio assistido um direito de todos. Jack sempre defendeu que o ser humano tem o direito de morrer com dignidade, escolhendo a forma como deseja encerrar a vida diante de doenças terminais. Esse questionamento totalmente controverso é brutalmente martelado no decorrer das mais de duas horas de projeção, e nos leva à reflexão de posicionamentos morais e religiosos que são delicadamente discutidos. Independentemente da sua colocação acerca do tema, é sempre bom ver uma obra que abre caminhos para discussão, debate, questionamentos, reflexão, sem que necessariamente precisemos tomar algum tipo de posição. Verdade que você não ficará indiferente quando o filme acabar, mas uma discussão desse porte não pode (e nem deve) ser deixada passar em branco. Palmas para Levinson e o roteirista Adam Mazer por conseguirem amarrar todos os caminhos percorridos pela discussão sem deixar transparecer suas reais opiniões acerca do terma. Palmas também para o estupendo elenco, que arrepia à cada fala, cada cena, cada expressão. Susan Sarandon emociona no papel de Janet Good, feminista e que lutava arduamente pelos direitos civis. Em suas cenas finais é impossível não se emocionar com a atuação da atriz. Brenda Vaccaro, que interpreta a irmão de Jack, entrega uma atuação singela, humana, e ao mesmo tempo arrebatadora. Mas o filme é de Al Pacino. O grande ator que dispensa apresentação entrega aqui o melhor papel de sua carreira, com folga. Desde 'O Informante', de Michael Mann, que o ator não trabalhava tão bem. E bote bem nisso. Ele tá um monstro. Nervoso, afiado, seu Jack é de uma fúria só vista antes por quem vos fala por Daniel Day-Lewis em 'Sangue Negro'. FENOMENAL!!! E assim como a própria juíza fala ao final do filme, esse é um tema que não se encerrará dentro das quatro paredes do último julgamento de Kevorkian, e sim, algo que será constantemente questionado, discutido, e sempre colocado em evidência. 'Você Não Conhece Jack' é um excepcional telefilme que deve ser conferido por todos, pois além de ser um show de interpretação de atores veteranos que dá gosto em assistir, carrega um tema pesado, delicado, mas que merece a atenção de todos.
Massy Tadjedin, roteirista do pouco visto 'Camisa de Força', estreia aqui na direção com esse filme que, para mim, foi uma grata surpresa. O filme é focado na vida do casal vivido por Sam Worthington e Keira Knightley, e ganha força a partir do momento em que a fidelidade dele é posta à prova. É incrível como a câmera da diretora nos coloca praticamente ao lado dos personagens, como se estivéssemos na mesma roda de conversa em que eles se encontram. Conseguimos perceber cada gesto, olhar, toque que os personagens demonstram. A sensibilidade com que o filme é conduzido foi o que mais me cativou. Os diálogos são muito bem amarrados, sinceros, maduros, não precisando ser profundos ou filosóficos. São reais!!! As situações que vão se desenvolvendo na tela prendem totalmente a nossa atenção. O tema principal do filme é fidelidade. O problema de 9 a cada 10 casais atualmente. Ela existe? Será que o/a companheiro/a apenas é fiel devido ao fato de nunca ter ocorrido uma chance de ocorrer a infidelidade? Será que "eu te amo" a cada minuto do dia a dia basta para garantir a segurança/confiança no relacionamento? Será que sei tudo a respeito das pessoas que passaram pela vida da pessoa com quem estou no momento? Tudo isso é levantado no filme da forma mais honesta, discreta e real possível. A cada cena que vai se passando, você fica mais apreensivo para saber o que vai acontecer, se vai acontecer algo, se ocorrerá traição de ambas as partes. O elenco está excelente. Worthington está simples, mas consegue passar o conflito e as tentações sofridas pelo seu personagem. Eva Mendes conseguiu (mesmo que não muito) se distanciar da imagem de 'atriz gostosa', e está bem também. A cena do hotel entre ela e Sam é muito interessante de se acompanhar. Mas o filme é de Guillaume Canet e Keira Knightley. Quem nunca se pegou sofrendo/lembrando/tentado por uma paixão não resolvida do passado? Canet está muito bem no papel de "ex-ficante" de Keira, e seus olhares, gestos e falas são como um chamado para que ela caia totalmente na tentação. Já ela consegue transmitir toda a insegurança, dúvidas, anseios de uma mulher que se casou muito cedo, e que teve um amor/paixão não resolvido no passado. E como é bom ver Knightley sem aqueles exageros costumeiros de todos os filmes. Aqui a atriz está contida, muitas vezes se comunicando apenas pelo olhar, sendo a melhor coisa do filme. 'Apenas Uma Noite' foi uma feliz surpresa, e é daquele tipo de filme que faz você pensar em suas ações no passado, no presente e que poderão vir à acontecer, devido ao fato de ter um roteiro tão real, com diálogos simples e marcantes, e que ficará um bom tempo na cabeça da plateia.
'Prometheus' despertava em mim uma enorme curiosidade, expectativa, entre outros sentimentos. Estava bastante ansioso para assisti-lo, e fui ao cinema com toda a concentração necessária para o que prometia ser um filme com um roteiro super complexo e que exigiria bastante do meu raciocínio. Confesso que não assisti Alien, e deve ser por isso que não entendi metade das referências contidas no filme, mas mesmo assim esperava um pouco mais de desenvolvimento de pontos levantados, e que, infelizmente, são apenas apresentados de forma passageira. A relação homem>máquina, a criação da humanidade, a perda da humanidade. Todos esses pontos são jogados na tela pelo diretor e pelos roteiristas, mas não são satisfatoriamente aprofundados. Mas quando deixamos de lado toda essa (falta de) complexidade do roteiro, e vamos para a parte da ação, é quando Ridley Scott dá um show. Sim, estamos diante do melhor Blockbuster do ano. 'Prometheus' é tecnicamente perfeito. Da fotografia magistral de Dariusz Wolski, passando pelos perfeitos efeitos visuais até chegar à já clássica trilha musical de Marc Streitenfeld, o filme é um delírio para os olhos e para os ouvidos. A parte sonora é um show a parte, sem precisar causar danos à audição, que nem os barulhentos Transformers. O elenco não traz nada de especial. Noomi Rapace cumpre bem o papel de ser a nova Sigourney Weaver, MIchael Fassbender está bem como o não humano David, e Charlize Theron, que apesar da falta de relevância da sua personagem, entrega uma ótima atuação. Scott conseguiu nos entregar um filme enxuto (para os padrões do diretor), coerente com a sua proposta, e que cumpre o seu papel de entreter sem fazer com que a plateia deixe o cérebro em casa.
Filme muito bem dirigido por Sidney Lumet, com um elenco afiadíssimo, com direito à todos os excessos das atuações do cinema no passado. Albert Finney como Hercule Poirot está soberbo, totalmente irreconhecível debaixo da caricatura do esquisito detetive. Destaque também para as excelentes fotografia e trilha musical, que não se mostram datadas pelo passar do tempo. Um incrível início, apresentando o caso que norteará toda a trama. Ótima assistir a um clássico e ver como os filmes, por mais que fossem feitos de forma simples (o filme se passa todo dentro de um trem), consegue envolver sem maiores parafernalhas.
Muito bom!!!! Filmes que retratam o mundo da política dificilmente me agradam, mas 'Game Change', apesar de ser feito para tv, conseguiu me agradar bastante.
Destaque para o elenco que traz um Ed Harris magnífico no papel de John McCain, um excelente Woody Harrelson, e a estupenda da Julianne Moore, na melhor interpretação do filme. A atriz apresenta com fúria Sarah Palin, figura apontada como a causadora da derrota de McCCain à presidência dos EUA em 2008.
Não conheço muito as obras de Edgard Allan Poe, e também não sei muitas coisas acerca da sua biografia. 'O Corvo' faz um retrato ficcionalizado dos últimos dias da vida de Poe, cuja morte nunca foi explicada. John Cusack vive o famoso autor em um papel que não lhe caiu bem. Cusack não tem o ar irônico, sarcástico, despojado que o personagem exige, e isso faz com que sua caracterização seja forçada, inconveniente e totalmente incômoda. Seu Poe é de dar raiva a qualquer um. Aliás, todo o elenco está caricato. Ele não convence. Ponto positivo do filme é a parte técnica. Ótima fotografia, direção de arte e figurinos. O mistério do filme é até interessante de ser acompanhado. Pena que o final do filme tenha ocorrido de uma forma apressada e pouco convincente. Não faz uma ligação coerente com a morte de Poe. Sem precisar contar o final, mas é difícil acreditar que um homem no estado em que ele se encontra nos minutos derradeiros do longa consiga fazer tudo aquilo que ele faz, para depois morrer na praça. 'O Corvo' é uma diversão light, naquelas sessões em que os amigos são chamados e o filme é curtido nem maiores pretensões.
'Sete Dias com Marilyn' se foca em um pequeno período de tempo da vida de uma das maiores estrelas que o mundo já teve: Marilyn Monroe. Tudo é narrado pelo ponto de vista do assistente do diretor Colin Clark (Eddie Redmayne), que acabou de envolvendo mais do que poderia/deveria com a atriz. Independentemente de estar parecida ou não fisicamente com o ícone do cinema, Michelle Williams conseguiu captar toda a fragilidade, "inocência", insegurança e tristeza que todos sabem que Marilyn possuía. A atriz era viciada em medicamentos de todos os tipos, e isso é retratado no filme de uma forma sensível, delicada. Chega uma hora do filme que você não quer saber se está diante de Marilyn Monroe ou não, você apenas está interessado na história daquela mulher ao mesmo forte e delicada, triste e alegre, guerreira e frágil. Tudo isso graças à magnífica interpretação de Michelle Williams. A atriz nos presenteia com sua melhor interpretação até então conferia por quem vos fala. Seu olhar, seu modo de falar, seus gestos, não tem como não se apaixonar por seu personagem. E sim, estou apaixonado por ela desde então. Mas o resto do elenco não fica pra trás. Kenneth Branagh está perfeito como outra estrela maior do cinema, Sir. Laurence Olivier. Ele ao mesmo tempo é severo e delicado, e o ator conseguiu transmitir isso de uma maneira ímpar. As cenas que mostram Olivier totalmente vulnerável são de cair o queixo. Os demais coadjuvantes também não deixam a peteca cair, mesmo estado do lado de duas interpretações monstruosas. Eddie Redmayne, Judi Dench (iluminada), Julia Ormond (que interpreta outra estrela maior do cinema, Vivien Leigh) e Dougray Scott. Todos merecem aplausos, principalmente Emma Watson, que conseguiu se desvincular do papel na saga Harry Potter, e aqui, por menor e inexpressivo que seu personagem seja para a trama, ela conseguiu se sair muito bem. A parte técnica do filme também é de tirar o chapéu. Fotografia, figurinos e trilha sonora embalam o espectador de uma forma delicada e totalmente natural. E Simon Curtis dirigiu maravilhosamente bem deixando para a plateia os julgamentos, as decisões. Depois de certo tempo assistindo o filme, você não quer saber se está diante da história de Marilyn Monroe ou não. O que a pessoa está interessada em ver é a história de uma mulher totalmente insegura de seu potencial, e que depositava nas pessoas toda a sua imaturidade, e deixava para quem estivesse ao seu lado tomasse suas decisões. E era assim que ela queria ser vista, como uma pessoa normal, não aquela pessoa que todos consideravam como uma deusa, um ser de outro mundo. E foi assim que ela se tornou um mito, uma pessoa desejada por todos e por todas, como bem lembra ao final do filme Sir Laurence Olivier. Ela era um sonho, que poucos tiveram a chance ou a sorte de poder sonhar. “Nós somos a matéria de que os sonhos são feitos, e nossa pequena vida se envolve com um sonho.”
História bonita, contada de forma correta. Pena que essa forma correta não funcione na maioria das vezes. Muitos fatos são mostrados de forma atropelada, deixando quem está assistindo totalmente perdido, tendo que inferir muitas das informações que não são exibidas na tela. O elenco está bem, mostrando uma Anne Hathaway inspirada. Porém o jovem ator Jim Sturgess se esforça, mas não consegue passar de apenas um rosto bonito em tela. Totalmente ofuscado pela companheira de tela. Vale ressaltar a bela trilha sonora da sempre competente Rachel Portman que consegue envolver o telespectador mesmo quando o modo que o filme é desenvolvido leva você a direção oposta.
Contando a história de um rapaz americano que acaba se envolvendo com uma jovem britânica, que por violar o visto que possuía para permanecer nos EUA, foi banida do país causando uma série de complicações para o relacionamento dos dois. O que poderia se tornar em um dramalhão cheio de clichês, resultou em uma linda reflexão acerca da força que um relacionamento pode ter. Não importa se é um relacionamento amoroso ou um relacionamento de amizade, o que o filme deixa de reflexão é o simples fato de que, por mais que a vida pregue peças, vire tudo contra você, te guie para outro caminho, se existe um grande sentimento envolvido, nada irá atrapalhar. E a vida é assim. Infelizmente enquanto vamos crescendo somos pegos tendo que tomar decisões que podem ser difíceis, dolorosas, quase que impossíveis. Por mais que o filme retrate a luta de um casal em vencer as barreiras de um relacionamento amoroso à distância, não tem como não pensar também em todas as pessoas que você já conheceu, e que de certa forma, caminhos opostos foram tomados. Não importa se existem meios de sempre manter o contato independentemente da distância. E-mail, sms, ligações. Mas será que a saudade vai embora apenas por meio desses recursos? E as conversas frente a frente? E o abraço? E apenas ficar com a cara de paisagem sem fazer ou falar nada? Em que momento tudo isso se encaixa? São todos esses questionamentos (ou medos) que começamos a pensar logo quando vamos tomando consciência de que estamos crescendo, e que a vida não é mais jogar bola ou jogar videogame com os amigos a tarde toda. Cada um vai seguindo seu caminho, e muitas vezes o que fica para sempre são as lembranças do que foi vivido junto. Seja na amizade, seja no namoro. É triste, mas é a pura realidade. A vida é assim!!! Não tem como não pensar em tudo isso após o término do filme. Tudo foi muito bem escrito pelos roteiristas Bem York Jones e pelo diretor Drake Doremus. Todas as situações são retratadas de uma forma simples, sincera, sem se preocupar com o ritmo em que as coisas vão sendo mostradas na tela. O elenco do filme também merece elogios. Os protagonistas Anton Yelchin e Felicity Jones estão excelentes, assim como Jennifer Lawrence, que aparece pouco, mas consegue passar para nós o sofrimento de uma pessoa que tem a consciência de que está ali ao lado da pessoa apenas para suprir um espaço que no momento está vazio. Não tem como não se identificar com esse personagem, por menor que seja o tempo dele em tela. Like Crazy é um belo filme, que retrata uma bela história de amor, de companheirismo, mas que abre um leque de questões a serem discutidas, principalmente por aquelas pessoas que estão passando por situações relativamente semelhantes com as vividas pelos personagens do longa.
* História sem pé nem cabeça. * Diálogos capengas. * Visual brega. * Ritmo arrastado. * Final dando uma ponta para uma (espero que inexistente) continuação. * Referências ralas a Star Wars. * Efeitos visuais interessantes.
Pronto!!! Esse é o resumo de um filme que demora demais e mostra de menos. Esquecível.
"Nunca me decidi se Paris é mais bonita de dia ou de noite. Não se pode escolher. Há uma impressão a cada instante".
É com esse trecho de um dos diversos diálogos magníficos do roteiro que inicio essa resenha. Assim como os personagens de Owen Wilson e Marion Cotillard se referem à Paris, uso esse mesmo trecho para me referir a esse apaixonante filme de Woody Allen. A cada cena que passa, você se apaixona mais pelos diversos pergonagens que vão brotando na tela. Seja nas cenas pelo dia, em que o personagem tem que lidar com sua dura e duvidosa realidade, aguentando a família e amigos de sua noiva egoísta, seja à noite, a partir das badaladas que marcam meia-noite, em que ele se depara com figuras como Salvador Dalí, Zelda Fitzgerald, Juan Belmonte, Pablo Picasso, Cole Porter, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein e T.S. Eliot, Allen nos guia por um nostálgico, mágico e apaixonante passeio por Paris. É notável quando se estar diante de um roteiro escrito por alguém que sabe o que está fazendo. Allen enche seu texto de referências literárias, frases marcantes, e reflexões que não só os apaixonados por alguém, pela vida, por literatura ou por cinema irão delirar. E só um diretor do calibre de Allen para nos fazer esquecer que ali na tela está o sempre apático Owen Wilson. Aqui, ele se entrega ao papel, nos entregando uma delicada atuação, fazendo com que acreditemos em qualquer fala proferida por ele. Sim, o ator está ótimo. Mas não há nada mais apaixonante no filme do que a sempre maravilhosa Marion Cotillard. Sua Adriana é inocente, apaixonada pela vida, melancólica, tudo isso ao mesmo tempo. Cada cena em que estar em tela, Marion brilha tanto quanto as luminárias dos postes das ruas de Paris. Apesar do destaque para Marion, todo o elenco coadjuvante merece aplausos. Reforçado por uma maravilhosa fotografia, uma direção de arte de encher os olhos, uma trilha sonora apaixonante, o longa nos transporta para essa cidade, fazendo com que cada minuto que assistimos, nos apaixonemos mais e mais e mais e mais por tudo que passa na tela. Palmas para uma direção segura e um roteiro ímpar de um diretor que já tinha me conquistado após ter feito o maravilhoso "Match Point", e que sabe como ninguém despertar os sentimentos que estão adormecidos dentro de nós. Viva Woody Allen, Viva Paris, Viva o Cinema!!!!
Sim, Meryl Streep é um monstro. Isso já seria o suficiente para a pessoa assistir a esse filme de Phyllida Lloyd, diretora do vergonhoso, mas legal Mamma Mia. Fato que o filme foi feito apenas para termos o prazer de ver essa atriz reinar em quase 2 horas de projeção, dedicadas totalmente a ela. Nada importa na tela, a não ser a estupenda interpretação e a sensacional maquiagem da atriz.
Com bastantes furos no roteiro, uma direção preguiçosa, o filme vale apenas por algumas cenas. Tá, não chega a ser ruim, mas o filme é totalmente desgovernado. Não entendi a escolha do tipo de narrativa, que muitas vezes chega a quebrar o clima de certas cenas.
Com uma bela produção, direção de arte, figurinos simples mas muito bonitos, uma decente trilha sonora do mestre Thomas Newman, que aqui pode não alcançar o ápice de seu talento como fez em Wall-E, mas não chega a comprometer, e uma bela fotografia.
O que estranhei mesmo foi o roteiro, que parece que não se decidiu o que realmente queria retratar da vida da primeira ministra. Seria a dor de deixar as suas boas lembranças para trás, a dor de lembrar tudo que passou, a dor da solidão... Finalmente, do que se trata? Ah, já sei... Meryl Streep. rs
Enfim, um filme bastante irregular, mas que vale cada minuto só para podermos ver Meryl Streep em um dos melhores momentos de sua carreira. FANTÁSTICA.
"A única forma de ser feliz é amando. Se não amares, a tua vida passará num segundo".
É com essa frase tocante do filme que inicio a minha reflexão. Nunca fui fã dos filmes de Terrence Malick, devido ao seu modo contemplativo de narrar uma história, seja ela de guerra (Além da linha Vermelha) ou não (Novo Mundo). A Árvore da Vida não sai dessa "fórmula" do diretor. Lento, com várias tomadas longas de paisagens, o filme é pra poucos. Com um roteiro cheio de reflexões acerca das razões da existência humana, das nossas crenças, dos nossos deveres como seres humanos, Malick nos entrega um belíssimo retrato de uma família que permeia entre todos esses pensamentos. Demais ver reflexões do tipo: "você só acredita em Deus quando ele te faz coisas boas? Você não consegue ver também quando ele te vira as costas?". Nas mãos de um diretor radical e menos sutil essas reflexões soariam ofensivas, exageradas, mas na mão de Terrence Malick, elas ganham um ar de pensamentos humanos profundos e sinceros que tanto eu quanto você já teve em qualquer momento de nossas vidas. Reflexões acerca do PAI e do pai (Pitt) são perfeitamente levantadas pelo diretor. Com uma parte técnica de encher os olhos, a começar pela belíssima fotografia, passando pela sensacional trilha sonora de Alexandre Desplat, chegando finalmente à estupenda direção de Malick. Seus posicionamentos de câmera ajudam a entendermos as atitudes dos personagens. Ele nos coloca perto de cada um, como se estivessemos dentro de suas cabeças, ouvindo cada pensamento que eles têm. Fiquei maravilhado com a direção. E o elenco? As crianças estão muito boas, principalmente os dois meninos mais velhos. As cenas protagonizadas pelos dois são lindas. Principalmente quando um demonstra seus sentimentos pelo outro apenas pelo olhar, pelo abraço, pelo toque de mão. É a inocência que está em falta no cinema. Jessica Chastain está ótima como a esposa passiva que não ousa em se intrometer na educação dada pelo seu marido, vivido pelo cada vez melhor Brad Pitt. Mais uma vez o ator prova que está levando sua carreira a sério, cada vez mergulhando no universo do seu personagem. Cada expressão, fala, olhar que o ator coloca em cena deixa explícito o que ele está pensando, sem precisar de uma palavra sequer. Enfim, A Árvore da Vida é um bom filme, que peca pelos excessos (ainda não entendi as cenas dos dinossauros e tal, para mim soou enrolação), mas que deixa pensamentos em nossas cabeças e questões que carregaremos por muito tempo após o seu término.
Não consigo entender como um "filme" desse consegue atrair tantos fãs e faturar tanto dinheiro. Existem inúmeros filmes por aí tão ruins quanto isso, mas que pelo menos conseguem entreter a plateia, seja com cenas de ação, piadas sem graça, alguma coisa. Mas Amanhecer - Parte I é de longe o mais chato, desnecessário, mal feito, com o pior roteiro, e com as piores "atuações", e olhe que todos os outros filmes da saga são horrororos. São quase duas horas de bla bla bla, onde nada acontece na tela. O mais estranho (para não dizer ridículo, vergonhoso ou de lascar) é ver adolescentes se apaixonarem por uma história em que uma menina larga tudo (amigos e família) para viver uma vida de sofrimento, morte, submissão ao ser amado, em que suas vontades não são levadas em consideração, onde a garota fica loucamente apaixonada, Deus lá sabe o motivo. Isso meninas, sonhem com um romance em que apenas a vontade do outro é a que importa, não levando em conta as suas necessidades, crenças e valores, não importando que vocês tenham que mentir para os seus pais, ou deixá-los de lado. Difícil engolir algo assim. Nada se salva nesse (e nos outros também) filme. Roteiro capenga, o pior de todos os outros, com diálogos sem pé nem cabeça, vergohosos, fotografia bizonha, e efeitos mais uma vez mal feitos. Mas o mais incrível disso tudo? Todos que curtem cinema de verdade, ou pelo menos uma boa história que seja contada de forma no mínimo digna sem ferir a inteligência da platéia, sabem disso!!!!
O que fazer quando se é amante de cinema e assiste a uma inesquecível homenagem ao próprio? Apenas celebrar!!! É o que "O Artista" faz com a gente. No final do longa estamos com um sorriso de um lado ao outro do rosto. Mudo e em preto e branco, o filme de Michel Hazanavicius dá um banho em todos os filmes falados, com cenas de ação, com diálogos berrantes do ano que se passou. E posso afirmar que dá um banho em muitos de anos passados também. Não tem como não se apaixonar por essa incrível produção, com uma iluminada fotografia, direção de arte e figurinos de encher os olhos de qualquer um e uma direção impecável. Um fator que salta os olhos, ou melhor dizendo, os ouvidos, é a soberba trilha sonora de Ludovic Bource. Nunca mais tinha ouvido uma trilha sonora tão magnífica quanto essa em um passado recente. Brilhante do começo ao fim, a trilha nos oferece composições que já entraram na história do cinema (pra mim). Mas o mérito de tudo vai para a dupla de protagonistas. Começando pela belissima Bérénice Bejo, que ilumina a tela cada vez que aparece com seu enorme carisma. Sua Peppy Miller é determinada, corajosa e bondosa, e tudo isso fica bastante evidente com as expressões magníficas da atriz. E o que falar de Jean Dujardin? Transitando entre o cômico, o caricato (e aqui não é algo negativo) e o trágico, o ator nos entrega a melhor atuação masculina do ano. Sim, suas expressões são fantásticas, emocionantes, e não tem como não se envolver com o personagem ao final do filme. Com um final antológico, o filme faz com que cada um que assista a ele reflita um pouco acerca do que é cinema de verdade. Será que precisamos dessa chuva de filmes acéfalos, recheados de atores hiper mega famosos, com explosões, gritarias, tiros, pontapés, que tenham quase 3 horas de duração para conseguirem conquistar o público, ou apenas um filme de uma hora e meia, com dois atores totalmente desconhecidos, preto e branco e totalmente mudo dá conta do recado? O Artista prova que a segunda opção é a mais certa.
Filme estranho. A história começa interessante, mas depois perde o foco e fica com um ritmo cansativo. Roteiro fraco, apesar de algumas falas interessantes. Destaque para Glenn Close (que também assina o roteiro), em uma atuação segura, mas longe de ser espetacular. Para mim o maior destaque do filme é sem dúvidas Janet McTeer. Sua atuação está longe de ser caricata, ela nos entrega as melhores falas do filme. Um filme mal desenvolvido que tem a sorte de possuir dois personagens interessantes muito bem interpretados.
Filmes de lutadores tem sido levados aos cinemas de uma forma exaustiva, e muitas vezes novelesca (O Vencedor). Mas nada se compara a força que esse filme de Gavin O'Connor tem. O filme é (desculpem o trocadilho) um soco certeiro no estômago. Ou melhor, nos ovos, onde dói mais para nós homens. E esse soco tem que ser visto de uma forma positiva. Sim, Warrior é um FILMAÇO. Vamos por partes. Primeiramente a direção de O'Connor é estupenda, fazendo com que quem esteja assistindo simplesmente entre no filme, sempre posicionando a câmera como se fossemos o treinador dos lutadores. A câmera na maior parte das cenas está sobre os ombros dos personagens. Nas cenas de luta, a câmera segue os mesmos movimentos dos lutadores, fazendo que com o telespectador se movimente ou desvie de cada movimento dado. O roteiro? Simplesmente sensacional. O filme tem mais de duas horas de duração, mas os diálogos e as situações são tão eletrizantes que você não consegue tirar os olhos da tela. Fotografia, edição e parte sonora excelentes. O filme possui um tom escuro, o que reflete a personalidade dos pensonagens. Cenas rápidas, muito bem editadas, que dão agilidade ao longa. A trilha sonora também ajuda nos momentos mais emocionantes, e que não são poucos (o que é aquele final?). Mas o que seria de tudo isso que falei acima, se os personagens não estivessem igualmente impecáveis. Começo pelo monstro Nick Nolte. Apesar de dispensar comentário em cada filme que faça, Nick aqui mostra um outro lado que nunca tinha visto em seus filmes, um personagem frágil, delicado, vulnerável. Ele está demais. Joel Edgerton, que faz o filho de Nolte, que é professor está excelente. Sempre mostrando essa divisão que há na vida de seu personagem, o frágil, sensato, e o violento lutador. Isso fica perfeitamente visível na sua atuação. Mas o filme é de Tom Hardy. Seria muito prematuro afirmar que esse é o melhor desempenho de sua carreira, visto que ele não possui muitos papéis significativos no cinema até agora. Mas afirmo que será muito difícil ele superar esse desempenho em tela. Apesar que Christopher Nolan o trará de volta no papel do vilão Bane no novo filme do Batman. Tom mostra aqui uma fúria só antes vista por mim em cena quando Sean Penn perdeu sua filha em Sobre Meninos e Lobos, de Clint Eastwood. E sua fúria foi refletida nos pulos que dei no sofá assistindo o filme, torcendo por ele a cada luta. Ele vai de um personagem sem muito o que dizer, demonstrando o que está sentindo apenas pelo olhar, até quando revela um lado mais humano (não falarei muito, senão tiro a graça do filme.. rs). O final do filme é de arrepiar, e me faz lembrar do motivo por amar tanto cinema. Valores são mostrados de forma sutil. Tem como não se emocionar ao ver a redenção de um ser humano nos braços de alguém da sua família? Sim, até eu que não me emociono fácil em filme, senti um grande nó na garganta e uma lágrima escorrendo no rosto no término da sessão.
Precisamos Falar Sobre Kevin até agora, pra mim, é o melhor filme do ano disparado. A começar pela história pesada que o filme retrata, passando pela melhor construção de personagem do ano. Tilda Swinton tem aqui a melhor atuação feminina do ano. Ela não fala muito, grande parte do filme demonstrando o que se passa na sua cabeça apenas com o olhar. Contida, a ponto de explodir na tela a qualquer momento, ela constrói um personagem tão real, que poderia ser o meu ou o vizinho de cada um. Precisamos falar... segue o mesmo estilo de Domingo Sangrento, de Paul Greengrass, e de Elefante, de Gus Van Saint. Não importa se você já conhece o fato que ocorrerá no final, o que importa aqui é como a trama levará você até ele. E nesse caso, Lynne Ramsay fez muito bem, com uma direção segura, captando o melhor dos seus atores, e um roteiro também de sua autoria capaz de deixar qualquer veterano com inveja. Um grande destaque para Ezra Miller, que interpreta Kevin na adolescência. O rapaz está excelente também. Filme pesado, que nos faz pensar bastante no relacionamento pai e filho e até onde a liberdade que nos é dada pode influenciar no que seremos no futuro. No caso de Kevin, um futuro não muito distante.
Confesso que não sou muito fã do Almodovar, apesar de adorar muitos dos filmes dele. Não foi muito diferente quando tava assistindo a primeira metade de A Pele que Habito. Diálogos estranhos, situações que aparentavam ser confusas. Enfim, a primeira metade do filme não tava me agradando. Até que o personagem de Jan Cornet entra e cena e tudo começa a ser explicado, em um vai e vem no tempo da história que demora até que seja entendido. Sim, esse é o típico filme do Almodovar que gosto de assistir: diferente, polêmico, sério e original. Só um diretor no calibre de Almodovar também para tirar Antonio Banderas das trévas fazendo com que ele nos entregue um personagem diferente, contido. O roteiro? Sim é muito bom, nos surpreendendo na metade final do longa. Bom ver um diretor hoje em dia ousando (já que cada dia que passa parece que o cinema está ficando mais puritano)e entregando ao grande público uma obra com uma história inusitada e original.
Filme muito ruim, personagens esteriotipados, caricatos e vazios. É uma chuva de situações mal resolvidas, roteiro cheio de buracos, pagação de mico de atores consagrados como Damon, Winslet e Cotillard. Soderbergh prova que é um péssimo diretor, apenas tendo a sorte de ter pego dois projetos que o definiram praticamente uma década atrás. O maior destaque (negativo) do filme, é o personagem mais que forçado que eu ja vi nesse ano. Suas falas são previsíveis, sua atuação é ruim.
Um péssimo filme, que me fez perder quase duas horas da minha vida com um longa vazio, desnecessário e esquecível.
South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes
3.9 316 Assista AgoraApesar de manter o (alto) nível das piadas do seriado, o filme sofre do mesmo mal que muitos baseados em série de tv: o ritmo. Apesar de ter pouco mais de uma hora de duração, muitas horas apresenta sinal de desgaste e de cansaço.
O filme tem seus momentos inesquecíveis, como os números musicais que são fantásticos, e a cena final, em que Carter solta seu último poder. É de rachar de rir.
Vale a pena a conferida, apesar de ainda preferir o seriado.
Nota: 6,5.
Você Não Conhece o Jack
4.1 414 Assista AgoraO direito ao livre-arbítrio, vida vs. morte, medicina vs. religião!!!
Barry Levinson, diretor de obras consagradas do cinema como 'Bugsy' e 'Rain Man', juntou-se ao mestre Al Pacino para retratar a vida de Jack Kevorkian, que ficou mundialmente conhecido por sua luta para fazer do suicídio assistido um direito de todos. Jack sempre defendeu que o ser humano tem o direito de morrer com dignidade, escolhendo a forma como deseja encerrar a vida diante de doenças terminais.
Esse questionamento totalmente controverso é brutalmente martelado no decorrer das mais de duas horas de projeção, e nos leva à reflexão de posicionamentos morais e religiosos que são delicadamente discutidos. Independentemente da sua colocação acerca do tema, é sempre bom ver uma obra que abre caminhos para discussão, debate, questionamentos, reflexão, sem que necessariamente precisemos tomar algum tipo de posição. Verdade que você não ficará indiferente quando o filme acabar, mas uma discussão desse porte não pode (e nem deve) ser deixada passar em branco.
Palmas para Levinson e o roteirista Adam Mazer por conseguirem amarrar todos os caminhos percorridos pela discussão sem deixar transparecer suas reais opiniões acerca do terma. Palmas também para o estupendo elenco, que arrepia à cada fala, cada cena, cada expressão. Susan Sarandon emociona no papel de Janet Good, feminista e que lutava arduamente pelos direitos civis. Em suas cenas finais é impossível não se emocionar com a atuação da atriz. Brenda Vaccaro, que interpreta a irmão de Jack, entrega uma atuação singela, humana, e ao mesmo tempo arrebatadora.
Mas o filme é de Al Pacino. O grande ator que dispensa apresentação entrega aqui o melhor papel de sua carreira, com folga. Desde 'O Informante', de Michael Mann, que o ator não trabalhava tão bem. E bote bem nisso. Ele tá um monstro. Nervoso, afiado, seu Jack é de uma fúria só vista antes por quem vos fala por Daniel Day-Lewis em 'Sangue Negro'. FENOMENAL!!!
E assim como a própria juíza fala ao final do filme, esse é um tema que não se encerrará dentro das quatro paredes do último julgamento de Kevorkian, e sim, algo que será constantemente questionado, discutido, e sempre colocado em evidência.
'Você Não Conhece Jack' é um excepcional telefilme que deve ser conferido por todos, pois além de ser um show de interpretação de atores veteranos que dá gosto em assistir, carrega um tema pesado, delicado, mas que merece a atenção de todos.
Nota: 9,5.
Apenas uma Noite
3.5 787Massy Tadjedin, roteirista do pouco visto 'Camisa de Força', estreia aqui na direção com esse filme que, para mim, foi uma grata surpresa. O filme é focado na vida do casal vivido por Sam Worthington e Keira Knightley, e ganha força a partir do momento em que a fidelidade dele é posta à prova.
É incrível como a câmera da diretora nos coloca praticamente ao lado dos personagens, como se estivéssemos na mesma roda de conversa em que eles se encontram. Conseguimos perceber cada gesto, olhar, toque que os personagens demonstram. A sensibilidade com que o filme é conduzido foi o que mais me cativou.
Os diálogos são muito bem amarrados, sinceros, maduros, não precisando ser profundos ou filosóficos. São reais!!! As situações que vão se desenvolvendo na tela prendem totalmente a nossa atenção.
O tema principal do filme é fidelidade. O problema de 9 a cada 10 casais atualmente. Ela existe? Será que o/a companheiro/a apenas é fiel devido ao fato de nunca ter ocorrido uma chance de ocorrer a infidelidade? Será que "eu te amo" a cada minuto do dia a dia basta para garantir a segurança/confiança no relacionamento? Será que sei tudo a respeito das pessoas que passaram pela vida da pessoa com quem estou no momento?
Tudo isso é levantado no filme da forma mais honesta, discreta e real possível.
A cada cena que vai se passando, você fica mais apreensivo para saber o que vai acontecer, se vai acontecer algo, se ocorrerá traição de ambas as partes.
O elenco está excelente. Worthington está simples, mas consegue passar o conflito e as tentações sofridas pelo seu personagem. Eva Mendes conseguiu (mesmo que não muito) se distanciar da imagem de 'atriz gostosa', e está bem também. A cena do hotel entre ela e Sam é muito interessante de se acompanhar. Mas o filme é de Guillaume Canet e Keira Knightley. Quem nunca se pegou sofrendo/lembrando/tentado por uma paixão não resolvida do passado? Canet está muito bem no papel de "ex-ficante" de Keira, e seus olhares, gestos e falas são como um chamado para que ela caia totalmente na tentação. Já ela consegue transmitir toda a insegurança, dúvidas, anseios de uma mulher que se casou muito cedo, e que teve um amor/paixão não resolvido no passado. E como é bom ver Knightley sem aqueles exageros costumeiros de todos os filmes. Aqui a atriz está contida, muitas vezes se comunicando apenas pelo olhar, sendo a melhor coisa do filme.
'Apenas Uma Noite' foi uma feliz surpresa, e é daquele tipo de filme que faz você pensar em suas ações no passado, no presente e que poderão vir à acontecer, devido ao fato de ter um roteiro tão real, com diálogos simples e marcantes, e que ficará um bom tempo na cabeça da plateia.
Nota: 8,5
Prometheus
3.1 3,4K Assista Agora'Prometheus' despertava em mim uma enorme curiosidade, expectativa, entre outros sentimentos. Estava bastante ansioso para assisti-lo, e fui ao cinema com toda a concentração necessária para o que prometia ser um filme com um roteiro super complexo e que exigiria bastante do meu raciocínio. Confesso que não assisti Alien, e deve ser por isso que não entendi metade das referências contidas no filme, mas mesmo assim esperava um pouco mais de desenvolvimento de pontos levantados, e que, infelizmente, são apenas apresentados de forma passageira.
A relação homem>máquina, a criação da humanidade, a perda da humanidade. Todos esses pontos são jogados na tela pelo diretor e pelos roteiristas, mas não são satisfatoriamente aprofundados.
Mas quando deixamos de lado toda essa (falta de) complexidade do roteiro, e vamos para a parte da ação, é quando Ridley Scott dá um show. Sim, estamos diante do melhor Blockbuster do ano. 'Prometheus' é tecnicamente perfeito. Da fotografia magistral de Dariusz Wolski, passando pelos perfeitos efeitos visuais até chegar à já clássica trilha musical de Marc Streitenfeld, o filme é um delírio para os olhos e para os ouvidos. A parte sonora é um show a parte, sem precisar causar danos à audição, que nem os barulhentos Transformers.
O elenco não traz nada de especial. Noomi Rapace cumpre bem o papel de ser a nova Sigourney Weaver, MIchael Fassbender está bem como o não humano David, e Charlize Theron, que apesar da falta de relevância da sua personagem, entrega uma ótima atuação.
Scott conseguiu nos entregar um filme enxuto (para os padrões do diretor), coerente com a sua proposta, e que cumpre o seu papel de entreter sem fazer com que a plateia deixe o cérebro em casa.
Nota: 8,0.
Assassinato no Expresso Oriente
3.7 189 Assista AgoraFilme muito bem dirigido por Sidney Lumet, com um elenco afiadíssimo, com direito à todos os excessos das atuações do cinema no passado. Albert Finney como Hercule Poirot está soberbo, totalmente irreconhecível debaixo da caricatura do esquisito detetive.
Destaque também para as excelentes fotografia e trilha musical, que não se mostram datadas pelo passar do tempo. Um incrível início, apresentando o caso que norteará toda a trama.
Ótima assistir a um clássico e ver como os filmes, por mais que fossem feitos de forma simples (o filme se passa todo dentro de um trem), consegue envolver sem maiores parafernalhas.
Nota: 8,0.
Virada no Jogo
3.7 108 Assista AgoraMuito bom!!!! Filmes que retratam o mundo da política dificilmente me agradam, mas 'Game Change', apesar de ser feito para tv, conseguiu me agradar bastante.
Destaque para o elenco que traz um Ed Harris magnífico no papel de John McCain, um excelente Woody Harrelson, e a estupenda da Julianne Moore, na melhor interpretação do filme. A atriz apresenta com fúria Sarah Palin, figura apontada como a causadora da derrota de McCCain à presidência dos EUA em 2008.
Recomendo.
Nota: 8,0.
O Corvo
3.5 996Não conheço muito as obras de Edgard Allan Poe, e também não sei muitas coisas acerca da sua biografia. 'O Corvo' faz um retrato ficcionalizado dos últimos dias da vida de Poe, cuja morte nunca foi explicada.
John Cusack vive o famoso autor em um papel que não lhe caiu bem. Cusack não tem o ar irônico, sarcástico, despojado que o personagem exige, e isso faz com que sua caracterização seja forçada, inconveniente e totalmente incômoda. Seu Poe é de dar raiva a qualquer um. Aliás, todo o elenco está caricato. Ele não convence.
Ponto positivo do filme é a parte técnica. Ótima fotografia, direção de arte e figurinos.
O mistério do filme é até interessante de ser acompanhado. Pena que o final do filme tenha ocorrido de uma forma apressada e pouco convincente. Não faz uma ligação coerente com a morte de Poe. Sem precisar contar o final, mas é difícil acreditar que um homem no estado em que ele se encontra nos minutos derradeiros do longa consiga fazer tudo aquilo que ele faz, para depois morrer na praça.
'O Corvo' é uma diversão light, naquelas sessões em que os amigos são chamados e o filme é curtido nem maiores pretensões.
Nota: 6,0.
Sete Dias com Marilyn
3.7 1,7K Assista Agora'Sete Dias com Marilyn' se foca em um pequeno período de tempo da vida de uma das maiores estrelas que o mundo já teve: Marilyn Monroe. Tudo é narrado pelo ponto de vista do assistente do diretor Colin Clark (Eddie Redmayne), que acabou de envolvendo mais do que poderia/deveria com a atriz.
Independentemente de estar parecida ou não fisicamente com o ícone do cinema, Michelle Williams conseguiu captar toda a fragilidade, "inocência", insegurança e tristeza que todos sabem que Marilyn possuía. A atriz era viciada em medicamentos de todos os tipos, e isso é retratado no filme de uma forma sensível, delicada.
Chega uma hora do filme que você não quer saber se está diante de Marilyn Monroe ou não, você apenas está interessado na história daquela mulher ao mesmo forte e delicada, triste e alegre, guerreira e frágil. Tudo isso graças à magnífica interpretação de Michelle Williams. A atriz nos presenteia com sua melhor interpretação até então conferia por quem vos fala. Seu olhar, seu modo de falar, seus gestos, não tem como não se apaixonar por seu personagem. E sim, estou apaixonado por ela desde então.
Mas o resto do elenco não fica pra trás. Kenneth Branagh está perfeito como outra estrela maior do cinema, Sir. Laurence Olivier. Ele ao mesmo tempo é severo e delicado, e o ator conseguiu transmitir isso de uma maneira ímpar. As cenas que mostram Olivier totalmente vulnerável são de cair o queixo.
Os demais coadjuvantes também não deixam a peteca cair, mesmo estado do lado de duas interpretações monstruosas. Eddie Redmayne, Judi Dench (iluminada), Julia Ormond (que interpreta outra estrela maior do cinema, Vivien Leigh) e Dougray Scott. Todos merecem aplausos, principalmente Emma Watson, que conseguiu se desvincular do papel na saga Harry Potter, e aqui, por menor e inexpressivo que seu personagem seja para a trama, ela conseguiu se sair muito bem.
A parte técnica do filme também é de tirar o chapéu. Fotografia, figurinos e trilha sonora embalam o espectador de uma forma delicada e totalmente natural. E Simon Curtis dirigiu maravilhosamente bem deixando para a plateia os julgamentos, as decisões.
Depois de certo tempo assistindo o filme, você não quer saber se está diante da história de Marilyn Monroe ou não. O que a pessoa está interessada em ver é a história de uma mulher totalmente insegura de seu potencial, e que depositava nas pessoas toda a sua imaturidade, e deixava para quem estivesse ao seu lado tomasse suas decisões. E era assim que ela queria ser vista, como uma pessoa normal, não aquela pessoa que todos consideravam como uma deusa, um ser de outro mundo.
E foi assim que ela se tornou um mito, uma pessoa desejada por todos e por todas, como bem lembra ao final do filme Sir Laurence Olivier. Ela era um sonho, que poucos tiveram a chance ou a sorte de poder sonhar.
“Nós somos a matéria de que os sonhos são feitos, e nossa pequena vida se envolve com um sonho.”
Nota: 8,5.
Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraHistória bonita, contada de forma correta. Pena que essa forma correta não funcione na maioria das vezes. Muitos fatos são mostrados de forma atropelada, deixando quem está assistindo totalmente perdido, tendo que inferir muitas das informações que não são exibidas na tela.
O elenco está bem, mostrando uma Anne Hathaway inspirada. Porém o jovem ator Jim Sturgess se esforça, mas não consegue passar de apenas um rosto bonito em tela. Totalmente ofuscado pela companheira de tela.
Vale ressaltar a bela trilha sonora da sempre competente Rachel Portman que consegue envolver o telespectador mesmo quando o modo que o filme é desenvolvido leva você a direção oposta.
Nota: 6,5
Loucamente Apaixonados
3.5 1,2K Assista AgoraContando a história de um rapaz americano que acaba se envolvendo com uma jovem britânica, que por violar o visto que possuía para permanecer nos EUA, foi banida do país causando uma série de complicações para o relacionamento dos dois.
O que poderia se tornar em um dramalhão cheio de clichês, resultou em uma linda reflexão acerca da força que um relacionamento pode ter. Não importa se é um relacionamento amoroso ou um relacionamento de amizade, o que o filme deixa de reflexão é o simples fato de que, por mais que a vida pregue peças, vire tudo contra você, te guie para outro caminho, se existe um grande sentimento envolvido, nada irá atrapalhar.
E a vida é assim. Infelizmente enquanto vamos crescendo somos pegos tendo que tomar decisões que podem ser difíceis, dolorosas, quase que impossíveis. Por mais que o filme retrate a luta de um casal em vencer as barreiras de um relacionamento amoroso à distância, não tem como não pensar também em todas as pessoas que você já conheceu, e que de certa forma, caminhos opostos foram tomados. Não importa se existem meios de sempre manter o contato independentemente da distância. E-mail, sms, ligações. Mas será que a saudade vai embora apenas por meio desses recursos? E as conversas frente a frente? E o abraço? E apenas ficar com a cara de paisagem sem fazer ou falar nada? Em que momento tudo isso se encaixa?
São todos esses questionamentos (ou medos) que começamos a pensar logo quando vamos tomando consciência de que estamos crescendo, e que a vida não é mais jogar bola ou jogar videogame com os amigos a tarde toda. Cada um vai seguindo seu caminho, e muitas vezes o que fica para sempre são as lembranças do que foi vivido junto. Seja na amizade, seja no namoro. É triste, mas é a pura realidade. A vida é assim!!!
Não tem como não pensar em tudo isso após o término do filme. Tudo foi muito bem escrito pelos roteiristas Bem York Jones e pelo diretor Drake Doremus. Todas as situações são retratadas de uma forma simples, sincera, sem se preocupar com o ritmo em que as coisas vão sendo mostradas na tela.
O elenco do filme também merece elogios. Os protagonistas Anton Yelchin e Felicity Jones estão excelentes, assim como Jennifer Lawrence, que aparece pouco, mas consegue passar para nós o sofrimento de uma pessoa que tem a consciência de que está ali ao lado da pessoa apenas para suprir um espaço que no momento está vazio. Não tem como não se identificar com esse personagem, por menor que seja o tempo dele em tela.
Like Crazy é um belo filme, que retrata uma bela história de amor, de companheirismo, mas que abre um leque de questões a serem discutidas, principalmente por aquelas pessoas que estão passando por situações relativamente semelhantes com as vividas pelos personagens do longa.
Nota: 8,0
John Carter: Entre Dois Mundos
3.2 1,6K Assista Agora* História sem pé nem cabeça.
* Diálogos capengas.
* Visual brega.
* Ritmo arrastado.
* Final dando uma ponta para uma (espero que inexistente) continuação.
* Referências ralas a Star Wars.
* Efeitos visuais interessantes.
Pronto!!! Esse é o resumo de um filme que demora demais e mostra de menos.
Esquecível.
Nota: 1.0
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista Agora"Nunca me decidi se Paris é mais bonita de dia ou de noite. Não se pode escolher. Há uma impressão a cada instante".
É com esse trecho de um dos diversos diálogos magníficos do roteiro que inicio essa resenha.
Assim como os personagens de Owen Wilson e Marion Cotillard se referem à Paris, uso esse mesmo trecho para me referir a esse apaixonante filme de Woody Allen. A cada cena que passa, você se apaixona mais pelos diversos pergonagens que vão brotando na tela. Seja nas cenas pelo dia, em que o personagem tem que lidar com sua dura e duvidosa realidade, aguentando a família e amigos de sua noiva egoísta, seja à noite, a partir das badaladas que marcam meia-noite, em que ele se depara com figuras como Salvador Dalí, Zelda Fitzgerald, Juan Belmonte, Pablo Picasso, Cole Porter, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein e T.S. Eliot, Allen nos guia por um nostálgico, mágico e apaixonante passeio por Paris.
É notável quando se estar diante de um roteiro escrito por alguém que sabe o que está fazendo. Allen enche seu texto de referências literárias, frases marcantes, e reflexões que não só os apaixonados por alguém, pela vida, por literatura ou por cinema irão delirar.
E só um diretor do calibre de Allen para nos fazer esquecer que ali na tela está o sempre apático Owen Wilson. Aqui, ele se entrega ao papel, nos entregando uma delicada atuação, fazendo com que acreditemos em qualquer fala proferida por ele. Sim, o ator está ótimo. Mas não há nada mais apaixonante no filme do que a sempre maravilhosa Marion Cotillard. Sua Adriana é inocente, apaixonada pela vida, melancólica, tudo isso ao mesmo tempo. Cada cena em que estar em tela, Marion brilha tanto quanto as luminárias dos postes das ruas de Paris. Apesar do destaque para Marion, todo o elenco coadjuvante merece aplausos.
Reforçado por uma maravilhosa fotografia, uma direção de arte de encher os olhos, uma trilha sonora apaixonante, o longa nos transporta para essa cidade, fazendo com que cada minuto que assistimos, nos apaixonemos mais e mais e mais e mais por tudo que passa na tela.
Palmas para uma direção segura e um roteiro ímpar de um diretor que já tinha me conquistado após ter feito o maravilhoso "Match Point", e que sabe como ninguém despertar os sentimentos que estão adormecidos dentro de nós.
Viva Woody Allen, Viva Paris, Viva o Cinema!!!!
Nota: 9,0
Strapped
3.5 128 Assista AgoraUm filme estranho. Da metade para o final traz algumas reflexões bem interessantes. Excelente atuação de Ben Bonenfant, como o jovem michê.
Nota: 6,0
A Dama de Ferro
3.6 1,7KSim, Meryl Streep é um monstro. Isso já seria o suficiente para a pessoa assistir a esse filme de Phyllida Lloyd, diretora do vergonhoso, mas legal Mamma Mia. Fato que o filme foi feito apenas para termos o prazer de ver essa atriz reinar em quase 2 horas de projeção, dedicadas totalmente a ela. Nada importa na tela, a não ser a estupenda interpretação e a sensacional maquiagem da atriz.
Com bastantes furos no roteiro, uma direção preguiçosa, o filme vale apenas por algumas cenas. Tá, não chega a ser ruim, mas o filme é totalmente desgovernado. Não entendi a escolha do tipo de narrativa, que muitas vezes chega a quebrar o clima de certas cenas.
Com uma bela produção, direção de arte, figurinos simples mas muito bonitos, uma decente trilha sonora do mestre Thomas Newman, que aqui pode não alcançar o ápice de seu talento como fez em Wall-E, mas não chega a comprometer, e uma bela fotografia.
O que estranhei mesmo foi o roteiro, que parece que não se decidiu o que realmente queria retratar da vida da primeira ministra. Seria a dor de deixar as suas boas lembranças para trás, a dor de lembrar tudo que passou, a dor da solidão... Finalmente, do que se trata? Ah, já sei... Meryl Streep. rs
Enfim, um filme bastante irregular, mas que vale cada minuto só para podermos ver Meryl Streep em um dos melhores momentos de sua carreira. FANTÁSTICA.
Nota: 7,0.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista Agora"A única forma de ser feliz é amando. Se não amares, a tua vida passará num segundo".
É com essa frase tocante do filme que inicio a minha reflexão. Nunca fui fã dos filmes de Terrence Malick, devido ao seu modo contemplativo de narrar uma história, seja ela de guerra (Além da linha Vermelha) ou não (Novo Mundo). A Árvore da Vida não sai dessa "fórmula" do diretor. Lento, com várias tomadas longas de paisagens, o filme é pra poucos. Com um roteiro cheio de reflexões acerca das razões da existência humana, das nossas crenças, dos nossos deveres como seres humanos, Malick nos entrega um belíssimo retrato de uma família que permeia entre todos esses pensamentos. Demais ver reflexões do tipo: "você só acredita em Deus quando ele te faz coisas boas? Você não consegue ver também quando ele te vira as costas?". Nas mãos de um diretor radical e menos sutil essas reflexões soariam ofensivas, exageradas, mas na mão de Terrence Malick, elas ganham um ar de pensamentos humanos profundos e sinceros que tanto eu quanto você já teve em qualquer momento de nossas vidas. Reflexões acerca do PAI e do pai (Pitt) são perfeitamente levantadas pelo diretor. Com uma parte técnica de encher os olhos, a começar pela belíssima fotografia, passando pela sensacional trilha sonora de Alexandre Desplat, chegando finalmente à estupenda direção de Malick. Seus posicionamentos de câmera ajudam a entendermos as atitudes dos personagens. Ele nos coloca perto de cada um, como se estivessemos dentro de suas cabeças, ouvindo cada pensamento que eles têm. Fiquei maravilhado com a direção.
E o elenco? As crianças estão muito boas, principalmente os dois meninos mais velhos. As cenas protagonizadas pelos dois são lindas. Principalmente quando um demonstra seus sentimentos pelo outro apenas pelo olhar, pelo abraço, pelo toque de mão. É a inocência que está em falta no cinema. Jessica Chastain está ótima como a esposa passiva que não ousa em se intrometer na educação dada pelo seu marido, vivido pelo cada vez melhor Brad Pitt. Mais uma vez o ator prova que está levando sua carreira a sério, cada vez mergulhando no universo do seu personagem. Cada expressão, fala, olhar que o ator coloca em cena deixa explícito o que ele está pensando, sem precisar de uma palavra sequer.
Enfim, A Árvore da Vida é um bom filme, que peca pelos excessos (ainda não entendi as cenas dos dinossauros e tal, para mim soou enrolação), mas que deixa pensamentos em nossas cabeças e questões que carregaremos por muito tempo após o seu término.
Nota: 8,5.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1
2.8 2,8K Assista AgoraNão consigo entender como um "filme" desse consegue atrair tantos fãs e faturar tanto dinheiro. Existem inúmeros filmes por aí tão ruins quanto isso, mas que pelo menos conseguem entreter a plateia, seja com cenas de ação, piadas sem graça, alguma coisa. Mas Amanhecer - Parte I é de longe o mais chato, desnecessário, mal feito, com o pior roteiro, e com as piores "atuações", e olhe que todos os outros filmes da saga são horrororos. São quase duas horas de bla bla bla, onde nada acontece na tela. O mais estranho (para não dizer ridículo, vergonhoso ou de lascar) é ver adolescentes se apaixonarem por uma história em que uma menina larga tudo (amigos e família) para viver uma vida de sofrimento, morte, submissão ao ser amado, em que suas vontades não são levadas em consideração, onde a garota fica loucamente apaixonada, Deus lá sabe o motivo. Isso meninas, sonhem com um romance em que apenas a vontade do outro é a que importa, não levando em conta as suas necessidades, crenças e valores, não importando que vocês tenham que mentir para os seus pais, ou deixá-los de lado. Difícil engolir algo assim. Nada se salva nesse (e nos outros também) filme. Roteiro capenga, o pior de todos os outros, com diálogos sem pé nem cabeça, vergohosos, fotografia bizonha, e efeitos mais uma vez mal feitos.
Mas o mais incrível disso tudo? Todos que curtem cinema de verdade, ou pelo menos uma boa história que seja contada de forma no mínimo digna sem ferir a inteligência da platéia, sabem disso!!!!
Nota: 0,0.
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraO que fazer quando se é amante de cinema e assiste a uma inesquecível homenagem ao próprio? Apenas celebrar!!! É o que "O Artista" faz com a gente. No final do longa estamos com um sorriso de um lado ao outro do rosto. Mudo e em preto e branco, o filme de Michel Hazanavicius dá um banho em todos os filmes falados, com cenas de ação, com diálogos berrantes do ano que se passou. E posso afirmar que dá um banho em muitos de anos passados também. Não tem como não se apaixonar por essa incrível produção, com uma iluminada fotografia, direção de arte e figurinos de encher os olhos de qualquer um e uma direção impecável. Um fator que salta os olhos, ou melhor dizendo, os ouvidos, é a soberba trilha sonora de Ludovic Bource. Nunca mais tinha ouvido uma trilha sonora tão magnífica quanto essa em um passado recente. Brilhante do começo ao fim, a trilha nos oferece composições que já entraram na história do cinema (pra mim). Mas o mérito de tudo vai para a dupla de protagonistas. Começando pela belissima Bérénice Bejo, que ilumina a tela cada vez que aparece com seu enorme carisma. Sua Peppy Miller é determinada, corajosa e bondosa, e tudo isso fica bastante evidente com as expressões magníficas da atriz. E o que falar de Jean Dujardin? Transitando entre o cômico, o caricato (e aqui não é algo negativo) e o trágico, o ator nos entrega a melhor atuação masculina do ano. Sim, suas expressões são fantásticas, emocionantes, e não tem como não se envolver com o personagem ao final do filme. Com um final antológico, o filme faz com que cada um que assista a ele reflita um pouco acerca do que é cinema de verdade. Será que precisamos dessa chuva de filmes acéfalos, recheados de atores hiper mega famosos, com explosões, gritarias, tiros, pontapés, que tenham quase 3 horas de duração para conseguirem conquistar o público, ou apenas um filme de uma hora e meia, com dois atores totalmente desconhecidos, preto e branco e totalmente mudo dá conta do recado? O Artista prova que a segunda opção é a mais certa.
Nota: 9,5
Albert Nobbs
3.6 576 Assista AgoraFilme estranho. A história começa interessante, mas depois perde o foco e fica com um ritmo cansativo. Roteiro fraco, apesar de algumas falas interessantes. Destaque para Glenn Close (que também assina o roteiro), em uma atuação segura, mas longe de ser espetacular. Para mim o maior destaque do filme é sem dúvidas Janet McTeer. Sua atuação está longe de ser caricata, ela nos entrega as melhores falas do filme. Um filme mal desenvolvido que tem a sorte de possuir dois personagens interessantes muito bem interpretados.
Nota: 6,0
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraFilmes de lutadores tem sido levados aos cinemas de uma forma exaustiva, e muitas vezes novelesca (O Vencedor). Mas nada se compara a força que esse filme de Gavin O'Connor tem. O filme é (desculpem o trocadilho) um soco certeiro no estômago. Ou melhor, nos ovos, onde dói mais para nós homens. E esse soco tem que ser visto de uma forma positiva. Sim, Warrior é um FILMAÇO. Vamos por partes.
Primeiramente a direção de O'Connor é estupenda, fazendo com que quem esteja assistindo simplesmente entre no filme, sempre posicionando a câmera como se fossemos o treinador dos lutadores. A câmera na maior parte das cenas está sobre os ombros dos personagens. Nas cenas de luta, a câmera segue os mesmos movimentos dos lutadores, fazendo que com o telespectador se movimente ou desvie de cada movimento dado. O roteiro? Simplesmente sensacional. O filme tem mais de duas horas de duração, mas os diálogos e as situações são tão eletrizantes que você não consegue tirar os olhos da tela. Fotografia, edição e parte sonora excelentes. O filme possui um tom escuro, o que reflete a personalidade dos pensonagens. Cenas rápidas, muito bem editadas, que dão agilidade ao longa. A trilha sonora também ajuda nos momentos mais emocionantes, e que não são poucos (o que é aquele final?).
Mas o que seria de tudo isso que falei acima, se os personagens não estivessem igualmente impecáveis. Começo pelo monstro Nick Nolte. Apesar de dispensar comentário em cada filme que faça, Nick aqui mostra um outro lado que nunca tinha visto em seus filmes, um personagem frágil, delicado, vulnerável. Ele está demais. Joel Edgerton, que faz o filho de Nolte, que é professor está excelente. Sempre mostrando essa divisão que há na vida de seu personagem, o frágil, sensato, e o violento lutador. Isso fica perfeitamente visível na sua atuação. Mas o filme é de Tom Hardy. Seria muito prematuro afirmar que esse é o melhor desempenho de sua carreira, visto que ele não possui muitos papéis significativos no cinema até agora. Mas afirmo que será muito difícil ele superar esse desempenho em tela. Apesar que Christopher Nolan o trará de volta no papel do vilão Bane no novo filme do Batman. Tom mostra aqui uma fúria só antes vista por mim em cena quando Sean Penn perdeu sua filha em Sobre Meninos e Lobos, de Clint Eastwood. E sua fúria foi refletida nos pulos que dei no sofá assistindo o filme, torcendo por ele a cada luta. Ele vai de um personagem sem muito o que dizer, demonstrando o que está sentindo apenas pelo olhar, até quando revela um lado mais humano (não falarei muito, senão tiro a graça do filme.. rs).
O final do filme é de arrepiar, e me faz lembrar do motivo por amar tanto cinema. Valores são mostrados de forma sutil. Tem como não se emocionar ao ver a redenção de um ser humano nos braços de alguém da sua família? Sim, até eu que não me emociono fácil em filme, senti um grande nó na garganta e uma lágrima escorrendo no rosto no término da sessão.
9,5.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraEXCEPCIONAL.
Precisamos Falar Sobre Kevin até agora, pra mim, é o melhor filme do ano disparado.
A começar pela história pesada que o filme retrata, passando pela melhor construção de personagem do ano. Tilda Swinton tem aqui a melhor atuação feminina do ano. Ela não fala muito, grande parte do filme demonstrando o que se passa na sua cabeça apenas com o olhar. Contida, a ponto de explodir na tela a qualquer momento, ela constrói um personagem tão real, que poderia ser o meu ou o vizinho de cada um.
Precisamos falar... segue o mesmo estilo de Domingo Sangrento, de Paul Greengrass, e de Elefante, de Gus Van Saint. Não importa se você já conhece o fato que ocorrerá no final, o que importa aqui é como a trama levará você até ele. E nesse caso, Lynne Ramsay fez muito bem, com uma direção segura, captando o melhor dos seus atores, e um roteiro também de sua autoria capaz de deixar qualquer veterano com inveja. Um grande destaque para Ezra Miller, que interpreta Kevin na adolescência. O rapaz está excelente também.
Filme pesado, que nos faz pensar bastante no relacionamento pai e filho e até onde a liberdade que nos é dada pode influenciar no que seremos no futuro. No caso de Kevin, um futuro não muito distante.
Nota: 9,0.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraConfesso que não sou muito fã do Almodovar, apesar de adorar muitos dos filmes dele. Não foi muito diferente quando tava assistindo a primeira metade de A Pele que Habito. Diálogos estranhos, situações que aparentavam ser confusas. Enfim, a primeira metade do filme não tava me agradando. Até que o personagem de Jan Cornet entra e cena e tudo começa a ser explicado, em um vai e vem no tempo da história que demora até que seja entendido. Sim, esse é o típico filme do Almodovar que gosto de assistir: diferente, polêmico, sério e original. Só um diretor no calibre de Almodovar também para tirar Antonio Banderas das trévas fazendo com que ele nos entregue um personagem diferente, contido. O roteiro? Sim é muito bom, nos surpreendendo na metade final do longa. Bom ver um diretor hoje em dia ousando (já que cada dia que passa parece que o cinema está ficando mais puritano)e entregando ao grande público uma obra com uma história inusitada e original.
Nota: 8,0.
Contágio
3.2 1,8K Assista AgoraFilme muito ruim, personagens esteriotipados, caricatos e vazios. É uma chuva de situações mal resolvidas, roteiro cheio de buracos, pagação de mico de atores consagrados como Damon, Winslet e Cotillard. Soderbergh prova que é um péssimo diretor, apenas tendo a sorte de ter pego dois projetos que o definiram praticamente uma década atrás. O maior destaque (negativo) do filme, é o personagem mais que forçado que eu ja vi nesse ano. Suas falas são previsíveis, sua atuação é ruim.
Um péssimo filme, que me fez perder quase duas horas da minha vida com um longa vazio, desnecessário e esquecível.
Nota: 1,0.
Estripador de Las Vegas
2.2 72Legalzinho, se tivesse mais um pouco de dinheiro no orçamento, poderia ter dado um bom filme.
Nota: 4,0