Leonardo Lima

Antes de qualquer coisa eu não entendo o que acontece com as traduções dos filmes do Edgar Wright no Brasil, Shaun of the Dead virou Todo Mundo Quase Morto, The World's End virou Heróis de Ressaca e agora Baby Driver virou Em Ritmo de Fuga (quem traduziu isso foi o Silvio Santos e a galera do SBT, só pode). Sobre o filme: o estilo se sobrepõe ao conteúdo, que embora às vezes imprevisível, não deixa de ser clichê (motorista de fuga de uma gangue precisa fazer um último serviço pra poder fugir com a mulher que ama), o que tornaria o filme ruim, mas ae é que temos um dos filmes mais estilosos que eu já vi. O Edgar Wright é foda, o cara fez um musical de ação, mas ao invés de ter gente cantando e dançando tem o personagem principal escutando música,correndo de carro e atirando. Não conhecia o Ansel Egort, mas ele tem carisma e conduz bem o filme, o elenco coadjuvante também é muito bom e o filme como todos os outros do diretor é bem engraçado. Enfim, trilha sonora foda, diálogos fodas, cenas de ação foda, não tem mais o que pedir de um filme desse, preciso ver de novo.

O filme não é tão bom quanto o primeiro, que aliás é icônico demais: sujo, pesado e engraçado, e é muito mais forma do que conteúdo, pouco importava a história e como ela terminava, o que realmente torna ele foda é a trilha sonora, o jeito como é filmado, só o monólogo do começo já valia o flme. Esse segundo começa muito bem, mas parece que perde o fôlego, ele aposta pesado na nostalgia, aliás ele mesmo reconhece isso quando uma das personagens diz pro Renton 'Você vice do passado, você é um turista da própria juventude', mas isso nem sempre é ruim, o problema é que a comparação com o primeiro se torna inevitável (não há nenhuma cena aqui tão icônica quanto a do banheiro no primeiro, em compensação o monólogo 'choose life' atualizado aos nossos tempos é muito bom). Aliás se você não asssitiu o primeiro, não recomendo ver esse, mas pra quem é fã, como eu,vale o ingresso. É como rever velhos amigos (vale pelas risadas), que aliás continuam muito bem no papel, principalmente o Robert Carlyle como Begbie e o Ewen Bremmer como Spud. A trilha sonora não é tão marcante quanto a do primeiro, mas tem boas músicas também.

Eu tenho um pé atras com continuação de filmes de animação, sempre fico com a impressão de que vai ser uma história mal arrumada feita pra levar pro cinema quem gostou do primeiro filme e ganhar dinheiro com isso.Mas Pixar é Pixar e eu me surpreendi bastante, acho q os novos personagens que são introduzidos na história são até melhores do que os principais, o Polvo com a voz do Kibe Loco é muito bom,e meu deus o Geraldo, alguém faz um filme só dele HAHAHAHAHAH.