Assisti Elle novamente, e é um filme que não possui um errinho sequer, é perfeito em tudo, em cada pequeno detalhe. É tecnicamente impecável, e com uma história intensa, incômoda, provocativa.
Em seu conteúdo manifesto traz o desenvolvimento de uma personagem profundamente marcada por uma série de traumas e envolvida em uma espiral de relacionamentos tóxicos, mas que nunca cai em uma posição de vítima, ela é perfeitamente organizada nesse universo de caos.
Mas Elle é muito mais que isso, em seu conteúdo latente está um estudo refinado do desejo e da fantasia, a trazendo como aquilo que ela realmente é, ou seja, a relação do que eu suponho desejar com aquilo que eu suponho que o Outro supõe desejar.
Como Paul Verhoeven disse: Elle é um trabalho de observação da normalidade. A realidade escapa a qualquer classificação, a qualquer regra, a qualquer parâmetro socialmente definido. Todos os personagens de Elle escapam ao que consideramos normal, saudável, esperado, mas eles são absolutamente reais.
Elle é sim um filme sobre relações de gênero, sobre dinâmicas de poder, sobre as flutuações emocionais de uma mulher, mas sobretudo é um filme sobre o humano, naquilo que temos de mais básico, naquilo que nos faz pensar e existir: o desejo.
Um ótimo filme, traz alguns elementos hitchcockianos em sua trama, é cheio de alegorias psicanalíticas. Um filme em que muito pouco é dito, está tudo nas entrelinhas. E o final é certeiro, fecha o filme no tom certo.
Já vale só por Audrey Hepburn cantando La Vie En Rose para Humphrey Bogart <3
A história não me agrada muito, assim como o desenvolvimento dos personagens. Mas a direção precisa de Billy Wilder torna o filme muito gostoso de se assistir.
Mais um filme revisitado depois de alguns anos. Anticristo, filme que começa por tratar do luto vai nos levando cada vez mais fundo nos conflitos psíquicos, até as pulsões mais arcaicas: a relação com a mãe, a mãe má, a mãe bruxa, o reino da mãe onde a lei paterna ainda não impera. Lars coloca no filme referências ao período de caça às bruxas, ao feminicídio, a essa ideia de que a mulher é a origem do mal. Metáfora clara no filme é a floresta onde a história se passa chamar Éden. Assim como Éden é, na Bíblia, o lugar onde a mulher, representada por Eva, foi amaldiçoada. O conteúdo que o filme traz a tona é muito extenso. É um filme que incomoda, tanto pelas cenas perturbadoras quanto por sermos levados a nos confrontar com a natureza do ser humano, com a verdade do Inconsciente. E a sequência final é arrasadora, mostra que não adianta tentar fugir da natureza se utilizando da racionalidade, da lógica, da ciência, não adianta matar a bruxa... o caos reina, as pulsões não cessam, o inconsciente comanda.
Após alguns anos revi esse sensacional filme de David Lynch. A experiência foi tão incrível quanto da primeira vez, mas confesso que só nessa segunda vez percebi que a chave para a compreensão do filme estava
na história do garoto que olha o mundo pela porta, mas quando a atravessa para brincar la fora, cria uma variação de si mesmo, e a partir disso o mal nasce e o segue.
Assistir um filme de Lynch é como tentar interpretar um sonho, é estar sempre preenchendo as lacunas a partir de nossas associações. Aqui o trabalho é um pouco mais árduo do que em alguns filmes mais famosos do diretor, mas está tudo lá, só exige que se veja com o 'olhar do inconsciente'.
Quando terminou eu estava arrepiada. A cena final é de uma beleza avassaladora. Sem dúvida Cabíria é uma das melhores personagens do cinema. Filme sensacional.
Como comédia de humor negro o filme funciona muito bem, também há um drama familiar interessante, e alguns elementos de terror minimalista. Aquele garotinho é sensacional, e quantas cenas Katy Perry... haha. Tirando os problemas que o estilo documental causa, é um bom filme. Me diverti bastante.
Ótimo filme do Polanski, porém não alcança o nível dos seus grandes clássicos. Achei que teve um excesso de explicação no desenvolvimento da história, o que reduziu um pouco o seu potencial sombrio, ao contrário do final, que é bizarro, supra-real, com certeza o ponto alto do filme. Tem muita coisa interessante a ser analisada. Quando no meio do filme um personagem diz: "alguém está jogando conosco", ele está se referindo a nós espectadores também, que fazemos parte desse jogo do grande Polanski.
Explorando um pouco a teoria Psicanalítica, Freud já dizia que a mãe é definida como Outro onipotente ao qual a menina está inexoravelmente ligada em sua pré-história, e Lacan complementou que a mãe pode ser uma devastação para a filha.
Nesta sonata em três movimentos que transcorre entre uma carta e outra, Bergman nos mostra de forma perturbadora a impossibilidade do amor. Charlotte, a mãe fálica se afasta da doença e fraqueza das filhas. E Eva, por não encontrar lugar no desejo da mãe, se priva de si mesma, é impossibilitada de amar. Na devastação, o sujeito é desprovido do seu lugar.
Destaque especial para a cena ao Piano. Para mim, uma das mais belas cenas do cinema, onde Eva, mais uma vez, é invisível aos olhos da mãe que é observada.
Assisti Estrada Perdida algumas vezes, e toda vez que assisto ainda me surpreendo com a grandiosidade desse filme. Não acho um filme assim tão complicado de entender... claro que há elementos que você não consegue encaixar, e isso faz parte da genialidade do filme... mas no geral a história é bem clara (traição, assassinato, arrependimento, fuga através de fantasia, etc) só que apresentada daquela forma magnifica característica de David Lynch, onde você tem que ir ligando os pontos para achar a saída desse labirinto que se abre e se fecha o tempo todo... E quando o filme termina você fica com aquela sensação eufórica de ter experienciado uma obra prima.
Esse filme é lindo, tento na fotografia quanto no conteúdo, possui metáforas sutis e muito poderosas. Me pego várias vezes refletindo sobre esse filme até hoje. Além do tema central - a melancolia - Lars também explora o tema do slogan, dos padrões sociais, do racionalismo exacerbado, tudo com cenas lindas e com canções de Wagner ao fundo, o que torna esse filme particularmente especial. Se a pessoa se deixar levar pela história e captar as sutilezas do filme terá uma bela experiência.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraQue perfeição essa série!
Possuída
3.9 14Ah...a cena do trem <3
Elle
3.8 886Assisti Elle novamente, e é um filme que não possui um errinho sequer, é perfeito em tudo, em cada pequeno detalhe. É tecnicamente impecável, e com uma história intensa, incômoda, provocativa.
Em seu conteúdo manifesto traz o desenvolvimento de uma personagem profundamente marcada por uma série de traumas e envolvida em uma espiral de relacionamentos tóxicos, mas que nunca cai em uma posição de vítima, ela é perfeitamente organizada nesse universo de caos.
Mas Elle é muito mais que isso, em seu conteúdo latente está um estudo refinado do desejo e da fantasia, a trazendo como aquilo que ela realmente é, ou seja, a relação do que eu suponho desejar com aquilo que eu suponho que o Outro supõe desejar.
Como Paul Verhoeven disse: Elle é um trabalho de observação da normalidade. A realidade escapa a qualquer classificação, a qualquer regra, a qualquer parâmetro socialmente definido. Todos os personagens de Elle escapam ao que consideramos normal, saudável, esperado, mas eles são absolutamente reais.
Elle é sim um filme sobre relações de gênero, sobre dinâmicas de poder, sobre as flutuações emocionais de uma mulher, mas sobretudo é um filme sobre o humano, naquilo que temos de mais básico, naquilo que nos faz pensar e existir: o desejo.
O Silêncio do Céu
3.5 225 Assista AgoraUm ótimo filme, traz alguns elementos hitchcockianos em sua trama, é cheio de alegorias psicanalíticas. Um filme em que muito pouco é dito, está tudo nas entrelinhas. E o final é certeiro, fecha o filme no tom certo.
Sabrina
4.1 332 Assista AgoraJá vale só por Audrey Hepburn cantando La Vie En Rose para Humphrey Bogart <3
A história não me agrada muito, assim como o desenvolvimento dos personagens. Mas a direção precisa de Billy Wilder torna o filme muito gostoso de se assistir.
Copacabana
3.8 78Que personagem encantadora é Babou. História grandiosa em sua simplicidade. Isabelle maravilhosa como sempre.
A Dupla Vida de Véronique
4.1 275 Assista AgoraAbençoado seja Kieslowski por filmar algo tão lindo.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraMais um filme revisitado depois de alguns anos.
Anticristo, filme que começa por tratar do luto vai nos levando cada vez mais fundo nos conflitos psíquicos, até as pulsões mais arcaicas: a relação com a mãe, a mãe má, a mãe bruxa, o reino da mãe onde a lei paterna ainda não impera.
Lars coloca no filme referências ao período de caça às bruxas, ao feminicídio, a essa ideia de que a mulher é a origem do mal. Metáfora clara no filme é a floresta onde a história se passa chamar Éden. Assim como Éden é, na Bíblia, o lugar onde a mulher, representada por Eva, foi amaldiçoada.
O conteúdo que o filme traz a tona é muito extenso. É um filme que incomoda, tanto pelas cenas perturbadoras quanto por sermos levados a nos confrontar com a natureza do ser humano, com a verdade do Inconsciente.
E a sequência final é arrasadora, mostra que não adianta tentar fugir da natureza se utilizando da racionalidade, da lógica, da ciência, não adianta matar a bruxa... o caos reina, as pulsões não cessam, o inconsciente comanda.
Um Longo Fim de Semana
3.4 43Belo exemplo de como se fazer muito usando quase nada.
Império dos Sonhos
3.8 433Após alguns anos revi esse sensacional filme de David Lynch. A experiência foi tão incrível quanto da primeira vez, mas confesso que só nessa segunda vez percebi que a chave para a compreensão do filme estava
na história do garoto que olha o mundo pela porta, mas quando a atravessa para brincar la fora, cria uma variação de si mesmo, e a partir disso o mal nasce e o segue.
Assistir um filme de Lynch é como tentar interpretar um sonho, é estar sempre preenchendo as lacunas a partir de nossas associações. Aqui o trabalho é um pouco mais árduo do que em alguns filmes mais famosos do diretor, mas está tudo lá, só exige que se veja com o 'olhar do inconsciente'.
Não Bata Duas Vezes
2.5 101As vezes é bom confiar no que diz na internet
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraAquele misto de euforia com mal estar. Filme pra se repensar quem somos nós enquanto espectadores
Quando cai a ficha de que éramos só mais um na sala do tio Kouzuki... que soco
No mais, perfeito do início ao fim.
Sob a Sombra
3.4 338 Assista AgoraTerror psicológico, efeitos da guerra, e uma mensagem de libertação feminina... muito bom!!!
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraUau... o cinema atual precisa de mais filmes assim.
Noites de Cabíria
4.5 382 Assista AgoraQuando terminou eu estava arrepiada. A cena final é de uma beleza avassaladora. Sem dúvida Cabíria é uma das melhores personagens do cinema. Filme sensacional.
Bom Partido para Dois
3.4 2Difícil engolir essa propaganda pró militarismo. Só vi mesmo pela Barbara.
Bola de Fogo
4.1 36 Assista AgoraSó amor por esse filme. Barbara ainda mais apaixonante do que de costume <3
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraComo comédia de humor negro o filme funciona muito bem, também há um drama familiar interessante, e alguns elementos de terror minimalista. Aquele garotinho é sensacional, e quantas cenas Katy Perry... haha. Tirando os problemas que o estilo documental causa, é um bom filme. Me diverti bastante.
O Último Portal
3.2 461 Assista AgoraÓtimo filme do Polanski, porém não alcança o nível dos seus grandes clássicos. Achei que teve um excesso de explicação no desenvolvimento da história, o que reduziu um pouco o seu potencial sombrio, ao contrário do final, que é bizarro, supra-real, com certeza o ponto alto do filme. Tem muita coisa interessante a ser analisada. Quando no meio do filme um personagem diz: "alguém está jogando conosco", ele está se referindo a nós espectadores também, que fazemos parte desse jogo do grande Polanski.
Sonata de Outono
4.5 492Uma obra prima do grande Bergman.
Explorando um pouco a teoria Psicanalítica, Freud já dizia que a mãe é definida como Outro onipotente ao qual a menina está inexoravelmente ligada em sua pré-história, e Lacan complementou que a mãe pode ser uma devastação para a filha.
Nesta sonata em três movimentos que transcorre entre uma carta e outra, Bergman nos mostra de forma perturbadora a impossibilidade do amor. Charlotte, a mãe fálica se afasta da doença e fraqueza das filhas. E Eva, por não encontrar lugar no desejo da mãe, se priva de si mesma, é impossibilitada de amar. Na devastação, o sujeito é desprovido do seu lugar.
Destaque especial para a cena ao Piano. Para mim, uma das mais belas cenas do cinema, onde Eva, mais uma vez, é invisível aos olhos da mãe que é observada.
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraAssisti Estrada Perdida algumas vezes, e toda vez que assisto ainda me surpreendo com a grandiosidade desse filme. Não acho um filme assim tão complicado de entender... claro que há elementos que você não consegue encaixar, e isso faz parte da genialidade do filme... mas no geral a história é bem clara (traição, assassinato, arrependimento, fuga através de fantasia, etc) só que apresentada daquela forma magnifica característica de David Lynch, onde você tem que ir ligando os pontos para achar a saída desse labirinto que se abre e se fecha o tempo todo... E quando o filme termina você fica com aquela sensação eufórica de ter experienciado uma obra prima.
O Sacrifício
4.3 148Que filme, que final... maravilhoso em todos os sentidos.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraEsse filme é lindo, tento na fotografia quanto no conteúdo, possui metáforas sutis e muito poderosas. Me pego várias vezes refletindo sobre esse filme até hoje. Além do tema central - a melancolia - Lars também explora o tema do slogan, dos padrões sociais, do racionalismo exacerbado, tudo com cenas lindas e com canções de Wagner ao fundo, o que torna esse filme particularmente especial. Se a pessoa se deixar levar pela história e captar as sutilezas do filme terá uma bela experiência.