Melhor que a primeira temporada, pois já não é só um torture porn pra racista se deleitar, mas tem uma conclusão que não fecha bem todos os pontos (a justificativa das mortes das crianças é meio frágil) e particularmente não curti a conexão com a temporada anterior, especialmente pelo que acontece na última cena. Luke James mandou muito bem, a violência tá no ponto certo e a trama consegue prender bem, mas o uso do policial racista como uma espécie de caricatura que no final tem um desfecho insatisfatório foi um daqueles elementos a mais na trama que acabam sobrando. Muito bom ver Pam Grier em ação.
Talvez seja o pior roteiro de todas as quatro temporadas, mas a mudança de casa fez com que o gore aqui ficasse ABSURDO. Mesmo com personagens extremamente irritantes e idiotas e um roteiro furadaço, se tornou minha série de "conforto". A gama de possibilidades de violência que fazem aqui é impressionante, especialmente naquela cena com David Cronenberg no último episódio. De resto, nem dá pra se importar com a história em si, ninguém presta e toda a ideia é ridícula, mas foi tudo tão violento que ficou na metade de cima das temporadas até agora (o que não era difícil).
Apesar de gostar mais da primeira temporada, essa segunda mantém o nível e aposta ainda mais alto. A atmosfera da série muda um pouco com a viagem à Itália e a entrada de Furio (e que entrada), além de que apesar das impressionantes reviravoltas, especialmente na segunda metade da temporada, foca nos dilemas pessoais dos personagens e nas mudanças das dinâmicas das relações. Além, obviamente, de Tony, vemos isso em Melfi, Carmela, Chris e Pussy, rendendo arcos dramáticos complexos e significativos. A season finale é para mim, junto com o episódio 12, o melhor episódio da temporada, talvez da série (afirmarem qua do terminar de rever tudo) e só constato que não existe personagem mais odiável na história das séries que Livia Soprano. Nem dois personagens que mereçam mais levar soco do que Janice e Richie.
Tem alguns problemas na narrativa, principalmente na resolução das coisas e na facilidade para os vilões, além de trazer algumas visões de mundo problemáticas de certos personagens, mas é um afrofuturismo focado na representação da realidade nigeriana e na cultura local que enche os olhos. As gírias, a linguagem, as roupas, os cenários, as danças, as comidas, os tones de pele e os rostos, tudo é feito com a máxima verossimilhança. Com um roteiro melhor, mais coerente e mais desenvolvido na resolução, seria um sucesso fácil.
Demorou um pouco para engatar na primeira metade, mas melhora na segunda parte, principalmente a partir do oitavo episódio. Continua divertida, mas essa temporada ficou um pouco abaixo da segunda.
São literalmente os quadrinhos saltando à tela. Não tem o que criticar, tudo está perfeito. Os episódios 5 e 10 são obras-primas e os ganchos pra segunda temporada são pra enlouquecer qualquer um. Melhor produção audiovisual da história da Marvel com muita folga.
Decidi rever depois de 7 anos para ver se minha opinião sobre a série não era muito apaixonada, mas só constatei o quanto eu me apaixonei por ela com todos os motivos. É a melhor série de todos os tempos com muita folga, sem mais. Ver novamente e um pouco mais velho só me fez perceber a genialidade de certas abordagens e temas debatidos na série, que sabe passar por uma gama vasta de assuntos sem ser superficial ou caricato. O retrato de mafiosos de baixo escalão, dos quais muitos reproduzem os estereótipos dos filmes de máfia, deixa tudo não só realista, mas extremamente divertido, sendo uma série não só dramática e tensa, mas muito engraçada. Todos os atores são impressionantes, mas James Gandolfini e Nancy Marchand são, respectivamente, o protagonista e a vilã definitivas das produções televisivas, ninguém é capaz de superar o que eles fazem aqui. Uma personagem que cresce muito na revisão é Carmela, que presença forte. Ressalto os episódios The Sopranos, que é uma aula de piloto, College, que é somente o episódio mais importante da história da TV e o responsável por mudar de uma vez por todas tudo que aconteceria depois nas séries, Isabella, que é uma das maiores aulas de roteiro que já vi, e I Dream of Jeannie Cusamano, uma verdadeira masterclass de season finale. As referências a Scorsese, Coppola e Lynch deixam tudo ainda mais especial. David Chase é com certeza o maior gênio da história da TV por ter criado uma série tão grandiosa.
A abordagem e o formato me lembraram muito a incrível I May Destroy You. Richard Gadd se despe e se revela, nos seus piores traumas, erros, neuroses e confusões, de forma que vemos um mosaico de um homem quebrado e em busca de aceitação e autodescoberta. A perseguição que dá início à série leva a caminhos inesperados que trazem o passado do protagonista à tona, e a perseguição deixa de ser o foco, como se espera de obras do tipo, para ser o que leva a vítima a se permitir ser uma vítima, e de certo modo entender porque a perseguidora estava naquela posição. É uma jornada de buscas e descobertas que machuca, corrói, destroça, mas que revela um talento incrível e uma força e tanto. Richard Gadd se revela genial como escritor e ator, acompanhado de perto pela excelente Jessica Gunning. Uma minissérie impressionante e dolorosa.
Ainda melhor que a primeira temporada, principalmente pelo crescimento de Guillermo e pela forma como a relação dele com os vampiros foi se estabelecendo. O humor funciona melhor, mas é a ação (acho que posso colocar assim) que acaba rendendo os melhores momentos.
Não vou mentir que a season finale foi um pouco frustrante pelo número de ganchos e pontas soltas, mas foi uma temporada tão boa quanto a primeira, mas com um desenvolvimento maior dos arcos dramáticos. A ação se mantém presente e a violência gráfica não deixa de ser a marca da série (a season finale, o episódio 4 e o episódio 5 que o digam), mas o drama acaba sendo o grande destaque, além da cena metalinguística na convenção de quadrinhos que tem o diretor explicando ao público os motivos do atraso da série. Agora a vontade por uma terceira temporada é gigante, só espero que não demore mais dois anos para que ela chegue.
Tinha tudo pra ser de nível semelhante pelo menos a The Pacific: orçamento altíssimo, produção de Hanks e Spielberg, um elenco com bons nomes, mas parece que envolveram gente amadora no desenvolvimento da série. O CGI está insatisfatório em vários momentos, principalmente em relação a iluminação e cor dos ambientes e objetos, os personagens têm pouquíssimas nuances (Austin Butler está horrível como um simulacro do James Dean sem talento) e é difícil se apegar a qualquer um deles, sem falar que vários são introduzidos e somem do nada ou não tem o mínimo de tempo em tela para ter seus plots, aparentemente até mais interessantes que o de vários personagens centrais, desenvolvidos. Ainda por cima, eles têm decisões absurdas de deixar grandes cenas históricas e que determinam os acontecimentos da série em off. Foi uma sucessão de más escolhas narrativas e técnicas. Não é uma série ruim porque tem uns três episódios muito bons, principalmente quando focam nos combates aéreos mais frenéticos e nos pilotos tentando passar ilesos em território inimigo, e quando acertam no visual e na fotografia, é tudo lindíssimo. A trilha sonora também é outro grande acerto, pois a música de abertura ficou maravilhosa. Mas, tendo em vista tudo que já foi entregue sobre a Segunda Guerra não só nos séries dessa "trilogia", mas em vários outros filmes, o resultado final se mostra superficial na forma de lidar com seus personagens, incerto quando aos seus focos narrativos e constantemente anticlimático, relegando grandes momentos a uma passagem num diálogo ou deixando de lado tramas e personagens que despertam interesse.
Comecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Um grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Trilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Uma série bem infantojuvenil, o que não é em si seu problema, mas que tem um roteiro bem raso, o que atrapalha o desenvolvimento de personagens e tramas. Apesar de serem 8 episódios de em média 40 minutos, é muita coisa para acontecer, e tudo se resolve sem que haja muito envolvimento com cada situação. A season finale ilustra bem isso, pois tinha tudo pra ser o grande momento da temporada, mas acaba parecendo muito corrida. Mas ainda é uma experiência leve e divertida, ideal para passar o tempo sem se preocupar. A aparição de Lance Reddick deu um calorzinho no coração.
Já tinha visto o piloto e parte do segundo episódio há anos, mas eles não me conquistaram de cara. Resolvi dar uma chance agora e é uma série de comédia muito divertida, que consegue trazer a veia cômica do filme original sem se escorar nisso. Os episódios com os lobisomens, com o Barão passeando pela cidade e com o Conselho Vampírico foram os melhores, e o último em especial por contar com tantas participações especiais.
Mesmo sem conhecer nada da família Duggar, os temas abordados pela série me mantiveram preso e são muito pertinentes, principalmente com a expansão do fundamentalismo e da extrema direita na política mundial, tornando-se um verdadeiro risco à democracia. Só acho que faltou um pouco mais sobre como a vida realmente era dentro da família que é o foco do documentário, mas tudo que foi trabalhado nos quatro episódios foi muito informativo e, por vezes, bem chocante.
Uma temporada impressionante. Os cinco primeiros episódios são bons, mas não num nível que surpreenda como alguns episódios da temporada anterior fizeram, mas os cinco últimos episódios são um outro patamar da qualidade que The Bear pode atingir com maestria. Fishes é um dos episódios dramáticos mais bem escritos que já vi, com o elenco na melhor forma e uma tensão constante e incômoda que perdura até a última cena, num episódio que desde o início você sente o pavio queimando para a explosão de uma bomba. Forks traz um dos episódios mais libertadores que já vi em tempos e que eu nem ao menos sabia que precisava. A season finale é mais uma aula de plano-sequência, que consegue ser ainda mais impressionante com as mudanças de trilha sonora e atmosfera quando saía do ambiente do salão e ia para a cozinha. Todo o elenco está perfeito, mas as participações de Bob Odenkirk e especialmente Jon Bernthal e Jamie Lee Curtis elevaram a temporada a um nível além. Até a trilha sonora está ainda melhor. Tudo aqui cresceu, e cresceu muito. Temporada incrível.
A última e melhor temporada da jornada pessoal de John Wilson em uma terrivelmente caótica, mas fascinante Nova York. Aqui, os episódios usam muito mais da digressão do tema, indo por caminhos mais inesperados que nunca, e curiosamente isso deixa tudo ainda mais interessante, porque percebemos o quanto as pessoas podem ser estranhas, complexas e profundas, seja pelos motivos de colecionar aspiradores de pó, de morar num trailer isolado das pessoas, participar do Burning Man, ouvir música alta, ser armazenado numa câmara criogênica e tantas outras coisas. O final é o episódio que mais pega o espírito geral da série, indo do bizarro ao surpreendente e depois ao emocional de forma inesperada, mas coerente. No fim, é uma carta de amor a Nova York; não uma carta de amor daquelas bonitinhas que só fala do que é bom, mas sinceras, que mostra tudo que a cidade pode ter de pior, mas que ao mesmo tempo tornam ela tão única e especial. Obrigado, John Wilson, pelos aprendizados.
Mantém o mesmo nível de diversão e ação das temporadas anteriores, talvez até superando tecnicamente, mas em relação à segunda temporada, o enredo não chega ao mesmo nível, porque apesar de ter o plot da Legião do Mal, muitas vezes essa parte fica ou escanteada ou adiada para se resolver somente nos últimos episódios. De qualquer forma, foi muito boa a história envolvendo os vilões e a reviravolta no final, que é porradaria pura, além de ter o plot sobre Shayera, Carter e John.
Uma pena que essa temporada tenha sido tão oscilante, porque dois dos melhores episódios de toda a série, o quinto e o décimo, estão aqui. De resto, temos alguns episódios divertidos inofensivos, alguns um tanto idiotas ou bobos demais, como o primeiro e o sétimo, e temos o problemático episódio quatro, que traz uma abordagem no mínimo nada cuidadosa de algo que pode trazer vários gatilhos. O que incomoda bastante é o fato de que o fim da temporada anterior prometia grandes preparativos para um confronto final, mas por quatro episódios vimos só situações episódicas desconectadas desse plot para só no quinto episódio termos algo - que valeu muito a pena, ao menos.
Gostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
Uma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
Enquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.
Eles: O Medo (2ª Temporada)
3.7 65 Assista AgoraMelhor que a primeira temporada, pois já não é só um torture porn pra racista se deleitar, mas tem uma conclusão que não fecha bem todos os pontos (a justificativa das mortes das crianças é meio frágil) e particularmente não curti a conexão com a temporada anterior, especialmente pelo que acontece na última cena. Luke James mandou muito bem, a violência tá no ponto certo e a trama consegue prender bem, mas o uso do policial racista como uma espécie de caricatura que no final tem um desfecho insatisfatório foi um daqueles elementos a mais na trama que acabam sobrando. Muito bom ver Pam Grier em ação.
Slasher: Flesh & Blood (4ª Temporada)
3.2 36 Assista AgoraTalvez seja o pior roteiro de todas as quatro temporadas, mas a mudança de casa fez com que o gore aqui ficasse ABSURDO. Mesmo com personagens extremamente irritantes e idiotas e um roteiro furadaço, se tornou minha série de "conforto". A gama de possibilidades de violência que fazem aqui é impressionante, especialmente naquela cena com David Cronenberg no último episódio. De resto, nem dá pra se importar com a história em si, ninguém presta e toda a ideia é ridícula, mas foi tudo tão violento que ficou na metade de cima das temporadas até agora (o que não era difícil).
Família Soprano (2ª Temporada)
4.6 120 Assista AgoraApesar de gostar mais da primeira temporada, essa segunda mantém o nível e aposta ainda mais alto. A atmosfera da série muda um pouco com a viagem à Itália e a entrada de Furio (e que entrada), além de que apesar das impressionantes reviravoltas, especialmente na segunda metade da temporada, foca nos dilemas pessoais dos personagens e nas mudanças das dinâmicas das relações. Além, obviamente, de Tony, vemos isso em Melfi, Carmela, Chris e Pussy, rendendo arcos dramáticos complexos e significativos. A season finale é para mim, junto com o episódio 12, o melhor episódio da temporada, talvez da série (afirmarem qua do terminar de rever tudo) e só constato que não existe personagem mais odiável na história das séries que Livia Soprano. Nem dois personagens que mereçam mais levar soco do que Janice e Richie.
Iwájú
3.2 8Tem alguns problemas na narrativa, principalmente na resolução das coisas e na facilidade para os vilões, além de trazer algumas visões de mundo problemáticas de certos personagens, mas é um afrofuturismo focado na representação da realidade nigeriana e na cultura local que enche os olhos. As gírias, a linguagem, as roupas, os cenários, as danças, as comidas, os tones de pele e os rostos, tudo é feito com a máxima verossimilhança. Com um roteiro melhor, mais coerente e mais desenvolvido na resolução, seria um sucesso fácil.
O Que Fazemos nas Sombras (3ª Temporada)
4.3 36Demorou um pouco para engatar na primeira metade, mas melhora na segunda parte, principalmente a partir do oitavo episódio. Continua divertida, mas essa temporada ficou um pouco abaixo da segunda.
X-Men '97 (1ª Temporada)
4.5 231 Assista AgoraSão literalmente os quadrinhos saltando à tela. Não tem o que criticar, tudo está perfeito. Os episódios 5 e 10 são obras-primas e os ganchos pra segunda temporada são pra enlouquecer qualquer um. Melhor produção audiovisual da história da Marvel com muita folga.
Família Soprano (1ª Temporada)
4.5 260 Assista AgoraDecidi rever depois de 7 anos para ver se minha opinião sobre a série não era muito apaixonada, mas só constatei o quanto eu me apaixonei por ela com todos os motivos. É a melhor série de todos os tempos com muita folga, sem mais. Ver novamente e um pouco mais velho só me fez perceber a genialidade de certas abordagens e temas debatidos na série, que sabe passar por uma gama vasta de assuntos sem ser superficial ou caricato. O retrato de mafiosos de baixo escalão, dos quais muitos reproduzem os estereótipos dos filmes de máfia, deixa tudo não só realista, mas extremamente divertido, sendo uma série não só dramática e tensa, mas muito engraçada. Todos os atores são impressionantes, mas James Gandolfini e Nancy Marchand são, respectivamente, o protagonista e a vilã definitivas das produções televisivas, ninguém é capaz de superar o que eles fazem aqui. Uma personagem que cresce muito na revisão é Carmela, que presença forte. Ressalto os episódios The Sopranos, que é uma aula de piloto, College, que é somente o episódio mais importante da história da TV e o responsável por mudar de uma vez por todas tudo que aconteceria depois nas séries, Isabella, que é uma das maiores aulas de roteiro que já vi, e I Dream of Jeannie Cusamano, uma verdadeira masterclass de season finale. As referências a Scorsese, Coppola e Lynch deixam tudo ainda mais especial. David Chase é com certeza o maior gênio da história da TV por ter criado uma série tão grandiosa.
Bebê Rena
4.0 538 Assista AgoraA abordagem e o formato me lembraram muito a incrível I May Destroy You. Richard Gadd se despe e se revela, nos seus piores traumas, erros, neuroses e confusões, de forma que vemos um mosaico de um homem quebrado e em busca de aceitação e autodescoberta. A perseguição que dá início à série leva a caminhos inesperados que trazem o passado do protagonista à tona, e a perseguição deixa de ser o foco, como se espera de obras do tipo, para ser o que leva a vítima a se permitir ser uma vítima, e de certo modo entender porque a perseguidora estava naquela posição. É uma jornada de buscas e descobertas que machuca, corrói, destroça, mas que revela um talento incrível e uma força e tanto. Richard Gadd se revela genial como escritor e ator, acompanhado de perto pela excelente Jessica Gunning. Uma minissérie impressionante e dolorosa.
O Que Fazemos nas Sombras (2ª Temporada)
4.4 59Ainda melhor que a primeira temporada, principalmente pelo crescimento de Guillermo e pela forma como a relação dele com os vampiros foi se estabelecendo. O humor funciona melhor, mas é a ação (acho que posso colocar assim) que acaba rendendo os melhores momentos.
Invencível (2ª Temporada)
3.8 89 Assista AgoraNão vou mentir que a season finale foi um pouco frustrante pelo número de ganchos e pontas soltas, mas foi uma temporada tão boa quanto a primeira, mas com um desenvolvimento maior dos arcos dramáticos. A ação se mantém presente e a violência gráfica não deixa de ser a marca da série (a season finale, o episódio 4 e o episódio 5 que o digam), mas o drama acaba sendo o grande destaque, além da cena metalinguística na convenção de quadrinhos que tem o diretor explicando ao público os motivos do atraso da série. Agora a vontade por uma terceira temporada é gigante, só espero que não demore mais dois anos para que ela chegue.
Mestres do Ar
3.8 42 Assista AgoraTinha tudo pra ser de nível semelhante pelo menos a The Pacific: orçamento altíssimo, produção de Hanks e Spielberg, um elenco com bons nomes, mas parece que envolveram gente amadora no desenvolvimento da série. O CGI está insatisfatório em vários momentos, principalmente em relação a iluminação e cor dos ambientes e objetos, os personagens têm pouquíssimas nuances (Austin Butler está horrível como um simulacro do James Dean sem talento) e é difícil se apegar a qualquer um deles, sem falar que vários são introduzidos e somem do nada ou não tem o mínimo de tempo em tela para ter seus plots, aparentemente até mais interessantes que o de vários personagens centrais, desenvolvidos. Ainda por cima, eles têm decisões absurdas de deixar grandes cenas históricas e que determinam os acontecimentos da série em off. Foi uma sucessão de más escolhas narrativas e técnicas. Não é uma série ruim porque tem uns três episódios muito bons, principalmente quando focam nos combates aéreos mais frenéticos e nos pilotos tentando passar ilesos em território inimigo, e quando acertam no visual e na fotografia, é tudo lindíssimo. A trilha sonora também é outro grande acerto, pois a música de abertura ficou maravilhosa. Mas, tendo em vista tudo que já foi entregue sobre a Segunda Guerra não só nos séries dessa "trilogia", mas em vários outros filmes, o resultado final se mostra superficial na forma de lidar com seus personagens, incerto quando aos seus focos narrativos e constantemente anticlimático, relegando grandes momentos a uma passagem num diálogo ou deixando de lado tramas e personagens que despertam interesse.
Marry My Husband
4.3 34 Assista AgoraComecei a ver sem esperar nada e acabei ficando interessado de cara pela história. É o primeiro dorama que assisto e gostei da experiência. Trama interessante, boas reviravoltas, personagens cativantes e odiáveis e um enredo que soube trazer novos elementos no momento certo. Algumas decisões não são tão boas e alguns episódios ficam confusos com o tanto de informações, mas no final o encerramento foi bastante satisfatório.
Sr. e Sra. Smith (1ª Temporada)
3.7 79 Assista AgoraUm grande elenco e uma química ótima entre o casal de protagonistas, mas algo se perdeu nos dois últimos episódios. A história ficou meio perdida, mas até o ótimo episódio 6 estava sendo bem divertido e com momentos de ação legais. A coreografia não é tão boa quanto deveria ser, mas dá pro gasto.
Treta
4.1 317 Assista AgoraTrilha sonora impecável, atuações eletrizantes (Yeun e Wong estão fenomenais), direção inspirada, roteiro maluco e uma minissérie que surpreende a cada episódio. Não sei bem o que achei do final, mas eu gostei de todo o percurso, entre odiar e entender os personagens (especialmente a Amy, como teve momentos que a odiei). Mesmo os coadjuvantes são muito complexos e todos, sem exceção, estão lutando contra a mesma sensação que moveu os protagonistas a fazer a ação inicial que gerou todas as confusões. Os exageros são só uma liberdade artística que deixam tudo que precisa ser dito ainda mais claro, e isso se vê em especial na season finale. Merece os elogios e os prêmios que recebeu.
Percy Jackson e os Olimpianos (1ª Temporada)
3.3 135 Assista AgoraUma série bem infantojuvenil, o que não é em si seu problema, mas que tem um roteiro bem raso, o que atrapalha o desenvolvimento de personagens e tramas. Apesar de serem 8 episódios de em média 40 minutos, é muita coisa para acontecer, e tudo se resolve sem que haja muito envolvimento com cada situação. A season finale ilustra bem isso, pois tinha tudo pra ser o grande momento da temporada, mas acaba parecendo muito corrida. Mas ainda é uma experiência leve e divertida, ideal para passar o tempo sem se preocupar. A aparição de Lance Reddick deu um calorzinho no coração.
O Que Fazemos nas Sombras (1ª Temporada)
4.3 95Já tinha visto o piloto e parte do segundo episódio há anos, mas eles não me conquistaram de cara. Resolvi dar uma chance agora e é uma série de comédia muito divertida, que consegue trazer a veia cômica do filme original sem se escorar nisso. Os episódios com os lobisomens, com o Barão passeando pela cidade e com o Conselho Vampírico foram os melhores, e o último em especial por contar com tantas participações especiais.
Felicidade aparente: os segredos da família Duggar
3.5 2Mesmo sem conhecer nada da família Duggar, os temas abordados pela série me mantiveram preso e são muito pertinentes, principalmente com a expansão do fundamentalismo e da extrema direita na política mundial, tornando-se um verdadeiro risco à democracia. Só acho que faltou um pouco mais sobre como a vida realmente era dentro da família que é o foco do documentário, mas tudo que foi trabalhado nos quatro episódios foi muito informativo e, por vezes, bem chocante.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 240Uma temporada impressionante. Os cinco primeiros episódios são bons, mas não num nível que surpreenda como alguns episódios da temporada anterior fizeram, mas os cinco últimos episódios são um outro patamar da qualidade que The Bear pode atingir com maestria. Fishes é um dos episódios dramáticos mais bem escritos que já vi, com o elenco na melhor forma e uma tensão constante e incômoda que perdura até a última cena, num episódio que desde o início você sente o pavio queimando para a explosão de uma bomba. Forks traz um dos episódios mais libertadores que já vi em tempos e que eu nem ao menos sabia que precisava. A season finale é mais uma aula de plano-sequência, que consegue ser ainda mais impressionante com as mudanças de trilha sonora e atmosfera quando saía do ambiente do salão e ia para a cozinha. Todo o elenco está perfeito, mas as participações de Bob Odenkirk e especialmente Jon Bernthal e Jamie Lee Curtis elevaram a temporada a um nível além. Até a trilha sonora está ainda melhor. Tudo aqui cresceu, e cresceu muito. Temporada incrível.
How to with John Wilson (3ª Temporada)
4.3 4 Assista AgoraA última e melhor temporada da jornada pessoal de John Wilson em uma terrivelmente caótica, mas fascinante Nova York. Aqui, os episódios usam muito mais da digressão do tema, indo por caminhos mais inesperados que nunca, e curiosamente isso deixa tudo ainda mais interessante, porque percebemos o quanto as pessoas podem ser estranhas, complexas e profundas, seja pelos motivos de colecionar aspiradores de pó, de morar num trailer isolado das pessoas, participar do Burning Man, ouvir música alta, ser armazenado numa câmara criogênica e tantas outras coisas. O final é o episódio que mais pega o espírito geral da série, indo do bizarro ao surpreendente e depois ao emocional de forma inesperada, mas coerente. No fim, é uma carta de amor a Nova York; não uma carta de amor daquelas bonitinhas que só fala do que é bom, mas sinceras, que mostra tudo que a cidade pode ter de pior, mas que ao mesmo tempo tornam ela tão única e especial. Obrigado, John Wilson, pelos aprendizados.
Liga da Justiça Sem Limites (3ª Temporada)
4.3 13 Assista AgoraMantém o mesmo nível de diversão e ação das temporadas anteriores, talvez até superando tecnicamente, mas em relação à segunda temporada, o enredo não chega ao mesmo nível, porque apesar de ter o plot da Legião do Mal, muitas vezes essa parte fica ou escanteada ou adiada para se resolver somente nos últimos episódios. De qualquer forma, foi muito boa a história envolvendo os vilões e a reviravolta no final, que é porradaria pura, além de ter o plot sobre Shayera, Carter e John.
P.S.: não tem jeito, o Flash é muito foda.
Rick and Morty (7ª Temporada)
4.0 61 Assista AgoraUma pena que essa temporada tenha sido tão oscilante, porque dois dos melhores episódios de toda a série, o quinto e o décimo, estão aqui. De resto, temos alguns episódios divertidos inofensivos, alguns um tanto idiotas ou bobos demais, como o primeiro e o sétimo, e temos o problemático episódio quatro, que traz uma abordagem no mínimo nada cuidadosa de algo que pode trazer vários gatilhos. O que incomoda bastante é o fato de que o fim da temporada anterior prometia grandes preparativos para um confronto final, mas por quatro episódios vimos só situações episódicas desconectadas desse plot para só no quinto episódio termos algo - que valeu muito a pena, ao menos.
How to with John Wilson (2ª Temporada)
4.3 8 Assista AgoraGostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraUma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422 Assista AgoraEnquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.