Sou fã dos filmes do Honoré e das "comédias" musicais (que mais parecem gregas), mas confesso que dessa vez, os 134min pareceram 1.340 min. Acho que a intenção era explorar ao máximo o encanto de Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni e o próprio talento do diretor em construir seus personagens tomados por uma melancolia e nostalgia típicas do cinema francês.
Ok Honoré, já aprendemos a lição: nenhum amor dura para sempre.
Almodovar como sempre genial! Fico em pânico só de imaginar uma situação como essa. Eu não me apaixonaria pelo Rick, mas o mataria na primeira oportunidade. Muito surtado!
"Meu nome é Lucimeri e eu sou emotiva, chocólatra e também espero que nada me aconteça".
O chocolate tem o poder de aliviar (ou revelar) a ansiedade. Em “Românticos Anônimos”, o romance de Jean-René e Angélique, assim como um chocolate fino, nos conquista pelo sabor e pela feniletilamina (substância “mágica” dos apaixonados), desencadeada em situações (e cenas) tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.
É difícil não ser tocada por esse “aroma” e não se apaixonar por esse casal cheio de carisma, talento e química. Jean-Pierre Améris traduz com muita leveza e inocência o sabor de cada toque, cada descoberta, cada ingrediente...Previsível ou não, o filme proporciona momentos únicos como a cena em que Jean-René interpreta a canção russa Ochi chornyye (Olhos Negros). Ousadia rara para um tímido tão enCantador!
Eu adorei esse filme! Roteiro, trilha sonora, cenário...sem dúvida, Danielle e Clarke são apaixonantes! Que amizade linda! Fiquei emocionada com a pureza da relação.
Eu gostei do filme. Não é um dos meus favoritos, mas o hiperrealismo trágico de uma "comédia grega" da vida real me agradou. O jogo de máscaras nas atitudes e nos diálogos é o ponto forte. A personagem é uma figura corriqueira...uma mulher sob a ilusão de que tinha tudo pra ser feliz e se afundou no próprio vazio.
Um filme que deveria ser assistido, pelo menos, uma vez por ano... A medida que envelhecemos, nos damos conta do que representa "Rosebud". Afinal, quem de nós poderá de fato encontrar o seu significado?
"Nós não podemos voltar. Por isso é tão difícil escolher. Nós temos que fazer a escolha certa. Enquanto você não escolhe, tudo permanece possível."
Grande (em todos os sentidos) filme belga que mistura teoria do caos, ficção cientifica, romance, psicologia... “Mr. Nobody” pode ser ninguém, pode ser a minha história ou a sua. Durante inúmeros flashbacks, Nemo mergulha em memórias vividas ou nas possibilidades das suas escolhas ( ou tudo não seria a imaginação de menino de 9 anos ou as percepções extrassensoriais de um jovem em coma? Não tem como saber, mas também, pra que?) .
É difícil não se extasiar com a produção e os efeitos das cenas. É uma louca viagem dentro do personagem e dentro de nós mesmos. No final do filme uma questão fica latente durante horas: “E se....?”
Quero assistir outra vez, ou melhor, tenho que assistir. Prosseguir com os comentários do seu enredo é estragar a experiência que ele permite, uma vez que, "Nada é real, tudo é possível!"
Nos primeiros 15 minutos de filme fiquei empolgada com a música. Depois, não rolou...não entrei no clima cinema infanto-juvenil. Creio que Edgar Wright em determinado momento deve ter confundido os seus roteiros. O filme deveria se chamar : "As Aventuras dos Teen Teen".
Falar de Tarkovski? É muito difícil expressar em palavras o que essencialmente deve ser apenas sentido: “As palavras não têm capacidade para traduzir sentimentos. As palavras são moles."
É até difícil comentar o filme sem dar uma de spoiler, pois ele é marcado por antagonismos e um final dúbio que nos leva a inúmeras reflexões...
A princípio, Jule sente-se injustiçada porque bateu num Mercedes de 100 mil euros e teve que financiar o prejuízo. O que a levaria trabalhar por no mínimo 10 anos. Sendo ela tão "boa" garçonete, talvez tivesse que trabalhar ainda mais...Num determinado momento chega a dizer que seria "professora", mas que seu sonho na verdade era ser "livre" (boa questão!)
Já passei por situação semelhante, pois bati num Honda e também tive que pagar o prejuízo. Felizmente tive que pagar bem menos, mas me privei das festinhas, da boemia, da vaidade...e de muitas outras coisinhas que também gosto muito e “doeram” bastante não tê-las num determinado momento. Mesmo fazendo mestrado, dando aula em vários lugares, fui vender sacolé na praia por, pelo menos, 5 meses. E daí? Sem autocomiseração, mas cumprindo a minha obrigação. Só porque o outro carro vale muito mais, ou o seu proprietário é rico, a dívida deveria ser perdoada? Muita coisa tem que ser pensada...O que é democracia? O que é assistencialismo? Será que os protagonistas do filme sabiam essa diferença? Será que realmente subverteram o sistema e foram felizes/livres como utopicamente sonhavam? O lance é esse...muita gente critica o sistema capitalista, mas não perde a pose de "cult", "cool", "estilinho da hora" e adora uma tecnologia nova...Tem vergonha disso e daquilo, recrimina quem mora no subúrbio, frequenta o "chinatown", financia o tráfico e se tiver alguém pra pagar a conta, a revolta acaba rapidinho. Ou melhor, estende-se às terapias, onde falam mal dos pais, mas que são pagas pelos próprios pais. Na hora que a corda aperta, quero ver quem tem raça pra trabalhar, estudar e lutar. Pra ajudar aquele vizinho que precisa de uma força, ou ser voluntário num abrigo, ou compartilhar seus saberes com quem não sabe ao menos ler (Desculpe, não estou generalizando....). Enfim...Quem abre mão do "jeitinho brasileiro" de conseguir as coisas e assume uma postura idônea para ajudar a si e ao outro? Falar de justiça é fácil...Querer que o magnata doe 3 milhões aos que tem fome, mas não doar um alimento na época de enchente é fácil. Lutar por uma causa na Ásia também.
“Até os trinta anos, quem não é comunista, é sem coração; porém, depois dos trinta anos, quem continua com essa ideologia, é louco”...
O magnata avisou a menina que não a denunciaria, que não estragaria a vida dela e doou o iate para a "missão final"? (particularmente é o que eu acho). Será que ele deixou os meninos sentirem na prática o que é ter responsabilidade? Ele os observou o tempo todo. Sabia o quão vulneráveis eram. Até induziu o “amor livre”. O educador, nesse caso, não era o Daniel Brühl (de quem sou sã de carteirinha).
Ou uma vez capitalista, sempre capitalista? O iate foi roubado? Tudo bem que mesmo sendo uma ficção, seria ilógico entrar na Marina da Glória e sair com o "Lady Laura" pela baía de Guanabara...Reparem que Jan não abriu mão e um corte italiano e um óculos Ray-ban da hora, levando na proa a mocinha com seu fiel Peter como taifeiro...
É... Algumas coisas nunca mudam (só de ordem).
Afinal, ''o que antes era subversivo, hoje se compra em lojas''.
Não é a toa que Fritz Lang é um gênio do expressionismo alemão. Metropolis é sem dúvida um dos filmes mais artístico que já vi.
A história retrata elementos socialistas em um estado desorganizado onde os burgueses vivem na parte superior (cheio de arranha-céus, luminosos e automóveis) e a classe operária "vive" e trabalha numa jornada de 10h no subsolo da cidade, controlando todas as engrenagens. Essa condição subserviente e autômata, seria mais tarde, também retratada por Chaplin em Tempos Modernos.
“Mas você não teme que um dia eles se rebelem contra você?" (indaga Freder, mocinho e filho do idealizador da cidade futurística, Joh Fredersen).
Todo aparato tecnológico, entretanto, promove uma ruptura entre as classes sociais, reforçando seus antagonismos. Tudo bem que você pode até dizer que é o velho discurso do século XX, mas será que ainda não existe alguma semelhança com os dias de hoje?
Com passagens apocalípticas, o filme faz grande alusão à Torre de Babel e a outros personagens simbólicos como Hel, Maria, O Mediador e a A Mulher montada na besta (falsa profetisa), que estabelecem uma forte dicotomia entre o bem e o mal, o homem e a máquina, o operário e o burgues, a ciência e o humanismo, a opressão e a liberdade...
Desde a sua estréia em 1926, outra questão mostra-se muito atual: as tecnologias mudam e evoluem, mas será que a forma de pensar e agir do homem não continuam a mesma?
Como aponta Lang..."não pode haver entendimento entre a mão e o cérebro se o coração não agir como mediador".
Como toda obra-prima cult, o filme deve ser assistido com uma garrafa de café ao lado (mesmo tendo apenas 2h das 5h originais), todavia, você correrá o risco de voltar dezenas de vezes para assistir as partes roubadas pelos cochilos constantes. Razão pela qual há anos ainda não consegui terminar de ver Dr. Fantástico. Particularidades a parte, Metropolis é imperdível e genial!
Muita gente já deve ter se perguntado como tantas pessoas foram coadjuvantes de algo tão terrível como o nazismo ou fizeram parte de seitas suicidas . E mais: será que algo do tipo poderia se repetir nos dias de hoje com tanta informação disponível?
É de senso comum rechaçar a ideia de “manipulação de massa”, “da mídia”, da “globalização”, do “capitalismo”, dos diversos “ismos”... E mais difícil ainda livrar-se das bipolaridades que na maioria das vezes só causam intolerância e exclusão dos que não possuem opinião, opção, religião, time, ideologia, gênero, geografia (etc etc) similares. Outro dia ouvi uma frase em aula do tipo “universal é o particular no poder”. Será que é mesmo por aí?
Nas redes sociais, o perfil “Datena” é cada vez mais presente na timeline diária. Munidos de imagens geradas pelo powerpoint e com uma boa fonte Arial em negrito, muitos se mobilizam por uma “causa” com um “senso de justiça” que se alastra com a mesma veracidade da brincadeira do telefone sem fio. Existe militância até mesmo contra a hipocrisia da Xuxa!
Enfim... Basta ter um conceito ou uma ideia em moda para mobilizar a ação conjunta de um povo despreparado culturalmente, com uma Educação abaixo da média ou insatisfeito com o seu Governo para levantar uma bandeira ideológica ou doutrinária (como vemos muito por aí...).
Não quero dizer que o povo não tenha força, muito pelo contrário, só tem. Mas nesse caso, as reflexões são outras: O que fazer com essa força? Quem a conduzirá e como?
Através do lema “Poder pela disciplina” e do movimento “A Onda”, o professor Wegner larga o Rock n’ Roll ( que diga-se de passagem torna a trilha sonora do filme alucinante!) e o desejo de ensinar “anarquia”, para demonstrar o que é “autarquia” para os seus alunos. Aí já viu! Na iminência do poder coletivo e da presença de um líder, a garotada deu uma surtada básica!
Quem questiona, discorda ou não aceita a ideia é fortemente rejeitado pelo grupo (lembrei-me do filme “A Praia”):
- Eu não quero ser tratada como uma leprosa só porque não visto uma camisa branca. - Por que simplesmente não veste uma? – questiona ele. - Bem simples: Porque não quero.
O que mais me impactou não foi apenas o peso da experiência, mas a real responsabilidade do professor em proporcionar uma educação consciente e de valores legítimos. No filme, o professor tinha a convicção de ter escolhido o melhor caminho. Quem é educador sabe quantas vezes não fazemos isso?
E que por muito menos (palavras impensadas ou mal interpretadas, opiniões pessoais, mau humor típico do cansaço...) nos deparamos com consequências inesperadas. Tenso demais...responsabilidade demais!
Enfim...o filme é recomendadíssimo para muitos públicos e sob diversos pontos. Para aqueles que certamente acharão o roteiro infundado, e para aqueles que ficarão surpresos em ver alemães encarando um simulacro do preconceito que sofrem.
Obviamente o livro é bem mais interessante e deveria ser uma leitura fundamental aos "novos revolucionários" das redes, mas o filme não desagrada, muito pelo contrário... Acho super recomendável até mesmo para analisar as adaptações dadas por Stephenson ao best-seller. Claro que é hilário ver os animais falando, mas depois de alguns minutos de filme, percebemos como a crítica de Orwell foi criativa e ousada em plena década de 40. Quem faria uma alusão a Lênin (Major), Stalin (Napoleão) e Trotsky (Bola de neve) de forma tão original? Em determinado momento é quase impossível diferenciar os porcos dos humanos e os demais bichos do povo trabalhador...O filme mostra também, as transformações e o caos que grande parte das revoluções sofre. Curti bastante!
"Animalismo" : "Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.” George Orwell (1944)
Liam Neeson está fantástico como o polêmico Prof. Kinsey. O primeiro homem a assumir publicamente a necessidade em quebrar os tabus de uma sociedade americana conservadora e hipócrita. PhD em Biologia, pesquisou in loco a necessidade biológica do sexo e como esta questão sempre foi vista como uma ameaça aos paradigmas sociais. A sua obra, ainda hoje, é alvo de críticas e debates científicos. O filme é leve, divertido, conta com ótimas atuações, tratando com naturalidade os mais diversos perfis e opções. Vale a pena conferir!
Boa pedida: "O cientista que só pensava naquilo". Disponível em:
Dentre os filmes #oldbutgold, “Corra Lola Corra” entra para a lista dos que não podem ficar de fora pra quem curte películas alternativas que devem ser vistas mais de uma vez para que possamos compreender as sacadas geniais do seu roteiro. Nele, fica óbvio que a teoria do caos de Lorenz inspirou Tom Tykwer. Diretor que considero um precursor, pois bem antes do “efeito borboleta” tornar-se popular em outro filme, ele já brincava com as pequenas alterações cotidianas que possibilitam, nesse caso, três narrativas diferentes.
Com a mistura de várias linguagens cinematográficas, música eletrônica e um jogo de imagens de tirar o fôlego, Lola corre ciclicamente durante 80 minutos pelas ruas de Berlim, ilustrando a sociedade industrializada, tecnológica e caótica que vivemos.
“Não existe exemplo maior de algo caótico do que as nossas próprias vidas, aparentemente previsíveis e sequenciais - mas moldadas pelas escolhas que fazemos em face do que o acaso nos proporciona”(Teoria do Caos).
7 elementos estruturais em Corra, Lola, Corra. Leia mais em:
"Não existe coincidência, apenas a ilusão de uma coincidência."
Há algum tempo adio postar a minha opinião sobre esse filme, talvez por não encontrar palavras que possam ilustrar o que ele representa para mim ou pode representar para o outro. E por mais que eu as encontre, o valor estará na percepção de cada um que se aventurar em assisti-lo.
Assisti pela milésima vez... e sempre fico arrepiada e reflexiva. Pena que não tive a chance de agradecer a quem um dia o recomendou sem saber o quanto esse roteiro despertaria uma sensação incrível dentro de mim. Acho que essa identificação acontece aos que fogem do senso comum e não digerem o que lhes é imposto, uma vez que, “V” representa a luta contra os governos corruptos, a manipulação da mídia, o direito a liberdade. Sua face representa o coletivo. Ela tem o meu nome, o seu e de quem mais se identificar. "V" é apenas uma ideia que balas não podem matar. Ele desmitifica a ideia do “salvador”, pois as ações só podem ser concretizadas através da união de todos “dominós”.
Os diálogos são incríveis! Permeados por frases que certamente serão usadas por longas datas nas reivindicações políticas contemporâneas. Acreditar que “as ideias nunca morrem” e que o governo é que tem que temer seu povo e não o contrário é, simplesmente, inspirador. Alguns diriam idealista por demais. Entretanto o que nos resta?
Para despertar a “revolução dos bichos” dentro de nós, o filme abusa do dinamismo, em especial no movimento das câmeras e nas cenas de luta (destaque para os efeitos das facas de V). E por falar em efeitos... Toda a estética do filme é realmente impressionante, para não dizer, apaixonante (cenários, fotografia, construção dos personagens e maquiagem). Deve ser por isso que esse filme tem sido o símbolo das mobilizações populares atuais...
"Um símbolo sozinho pode não representar nada, mas se todos se juntam, um símbolo pode significar muito, pode significar a mudança de um país”. Espero que aqui seja apenas o começo...
Quem não viu, faça o favor de assistir o quanto antes!
Recomendo também o documentário: A Paisagem Mental de Alan Moore . Disponível em 8 partes: http://www.youtube.com/watch?v=VD3YAn9Moxs
O filme é uma ciranda de emoções, medos, desejos e dúvidas. Em determinado momento do filme já não se sabe mais quem ama quem. O diálogo é lindo, contrapondo-se ao silêncio e à aparente apatia dos personagens. Como sempre, Honoré diz muito mais através dos olhares e de pequenos gestos. Mas certamente a película só fará sentido aos admiradores de filmes franceses. O amor cru e a sua trágica realidade...De fato mais belo na arte... Quem já não teve aquela vontade de fugir diante da possibilidade de viver um amor? Quem vivenciou o "milagre"? Parabéns Honoré...o seu questionável "pra sempre", sempre é um dos melhores!
Totalmente Kubrick
3.3 39 Assista AgoraAlguém pode indicar um link para download?
Bem Amadas
3.5 254Sou fã dos filmes do Honoré e das "comédias" musicais (que mais parecem gregas), mas confesso que dessa vez, os 134min pareceram 1.340 min. Acho que a intenção era explorar ao máximo o encanto de Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni e o próprio talento do diretor em construir seus personagens tomados por uma melancolia e nostalgia típicas do cinema francês.
Ok Honoré, já aprendemos a lição: nenhum amor dura para sempre.
Ata-me!
3.7 551Almodovar como sempre genial! Fico em pânico só de imaginar uma situação como essa. Eu não me apaixonaria pelo Rick, mas o mataria na primeira oportunidade. Muito surtado!
Minhas Tardes Com Margueritte
4.3 522 Assista AgoraLindo, lindo...lindo. Quando achamos que não mais existe emoção, ela surge sem dizer "eu te amo".
Românticos Anônimos
3.9 494"Meu nome é Lucimeri e eu sou emotiva, chocólatra e também espero que nada me aconteça".
O chocolate tem o poder de aliviar (ou revelar) a ansiedade. Em “Românticos Anônimos”, o romance de Jean-René e Angélique, assim como um chocolate fino, nos conquista pelo sabor e pela feniletilamina (substância “mágica” dos apaixonados), desencadeada em situações (e cenas) tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.
É difícil não ser tocada por esse “aroma” e não se apaixonar por esse casal cheio de carisma, talento e química. Jean-Pierre Améris traduz com muita leveza e inocência o sabor de cada toque, cada descoberta, cada ingrediente...Previsível ou não, o filme proporciona momentos únicos como a cena em que Jean-René interpreta a canção russa Ochi chornyye (Olhos Negros). Ousadia rara para um tímido tão enCantador!
American Pie: O Reencontro
3.4 1,8K Assista AgoraAchei que eles encaretaram de vez. Filme clichê e muito sem graça.
Procurando Nemo
4.2 1,9K Assista AgoraDori falando baleiês! The best!
As Mil Palavras
3.1 703 Assista AgoraMensagem clichê. Eddie Murphy interpretando Eddie Murphy como sempre. Nada demais
Dirty Girl
3.7 326Eu adorei esse filme! Roteiro, trilha sonora, cenário...sem dúvida, Danielle e Clarke são apaixonantes! Que amizade linda! Fiquei emocionada com a pureza da relação.
Jovens Adultos
3.0 875 Assista AgoraEu gostei do filme. Não é um dos meus favoritos, mas o hiperrealismo trágico de uma "comédia grega" da vida real me agradou. O jogo de máscaras nas atitudes e nos diálogos é o ponto forte. A personagem é uma figura corriqueira...uma mulher sob a ilusão de que tinha tudo pra ser feliz e se afundou no próprio vazio.
Cidadão Kane
4.3 992 Assista AgoraUm filme que deveria ser assistido, pelo menos, uma vez por ano...
A medida que envelhecemos, nos damos conta do que representa "Rosebud". Afinal, quem de nós poderá de fato encontrar o seu significado?
Sr. Ninguém
4.3 2,7K"Nós não podemos voltar. Por isso é tão difícil escolher. Nós temos que fazer a escolha certa. Enquanto você não escolhe, tudo permanece possível."
Grande (em todos os sentidos) filme belga que mistura teoria do caos, ficção cientifica, romance, psicologia... “Mr. Nobody” pode ser ninguém, pode ser a minha história ou a sua. Durante inúmeros flashbacks, Nemo mergulha em memórias vividas ou nas possibilidades das suas escolhas ( ou tudo não seria a imaginação de menino de 9 anos ou as percepções extrassensoriais de um jovem em coma? Não tem como saber, mas também, pra que?) .
É difícil não se extasiar com a produção e os efeitos das cenas. É uma louca viagem dentro do personagem e dentro de nós mesmos. No final do filme uma questão fica latente durante horas: “E se....?”
Quero assistir outra vez, ou melhor, tenho que assistir. Prosseguir com os comentários do seu enredo é estragar a experiência que ele permite, uma vez que, "Nada é real, tudo é possível!"
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraNos primeiros 15 minutos de filme fiquei empolgada com a música. Depois, não rolou...não entrei no clima cinema infanto-juvenil. Creio que Edgar Wright em determinado momento deve ter confundido os seus roteiros. O filme deveria se chamar : "As Aventuras dos Teen Teen".
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraFalar de Tarkovski? É muito difícil expressar em palavras o que essencialmente deve ser apenas sentido: “As palavras não têm capacidade para traduzir sentimentos. As palavras são moles."
Edukators: Os Educadores
4.1 663É até difícil comentar o filme sem dar uma de spoiler, pois ele é marcado por antagonismos e um final dúbio que nos leva a inúmeras reflexões...
A princípio, Jule sente-se injustiçada porque bateu num Mercedes de 100 mil euros e teve que financiar o prejuízo. O que a levaria trabalhar por no mínimo 10 anos. Sendo ela tão "boa" garçonete, talvez tivesse que trabalhar ainda mais...Num determinado momento chega a dizer que seria "professora", mas que seu sonho na verdade era ser "livre" (boa questão!)
Já passei por situação semelhante, pois bati num Honda e também tive que pagar o prejuízo. Felizmente tive que pagar bem menos, mas me privei das festinhas, da boemia, da vaidade...e de muitas outras coisinhas que também gosto muito e “doeram” bastante não tê-las num determinado momento. Mesmo fazendo mestrado, dando aula em vários lugares, fui vender sacolé na praia por, pelo menos, 5 meses. E daí? Sem autocomiseração, mas cumprindo a minha obrigação. Só porque o outro carro vale muito mais, ou o seu proprietário é rico, a dívida deveria ser perdoada?
Muita coisa tem que ser pensada...O que é democracia? O que é assistencialismo? Será que os protagonistas do filme sabiam essa diferença? Será que realmente subverteram o sistema e foram felizes/livres como utopicamente sonhavam?
O lance é esse...muita gente critica o sistema capitalista, mas não perde a pose de "cult", "cool", "estilinho da hora" e adora uma tecnologia nova...Tem vergonha disso e daquilo, recrimina quem mora no subúrbio, frequenta o "chinatown", financia o tráfico e se tiver alguém pra pagar a conta, a revolta acaba rapidinho. Ou melhor, estende-se às terapias, onde falam mal dos pais, mas que são pagas pelos próprios pais. Na hora que a corda aperta, quero ver quem tem raça pra trabalhar, estudar e lutar. Pra ajudar aquele vizinho que precisa de uma força, ou ser voluntário num abrigo, ou compartilhar seus saberes com quem não sabe ao menos ler (Desculpe, não estou generalizando....). Enfim...Quem abre mão do "jeitinho brasileiro" de conseguir as coisas e assume uma postura idônea para ajudar a si e ao outro? Falar de justiça é fácil...Querer que o magnata doe 3 milhões aos que tem fome, mas não doar um alimento na época de enchente é fácil. Lutar por uma causa na Ásia também.
“Até os trinta anos, quem não é comunista, é sem coração; porém, depois dos trinta anos, quem continua com essa ideologia, é louco”...
Mas e aí? O que havia naquele bilhete?
“As pessoas nunca mudam”...
O magnata avisou a menina que não a denunciaria, que não estragaria a vida dela e doou o iate para a "missão final"? (particularmente é o que eu acho). Será que ele deixou os meninos sentirem na prática o que é ter responsabilidade? Ele os observou o tempo todo. Sabia o quão vulneráveis eram. Até induziu o “amor livre”. O educador, nesse caso, não era o Daniel Brühl (de quem sou sã de carteirinha).
Ou uma vez capitalista, sempre capitalista? O iate foi roubado? Tudo bem que mesmo sendo uma ficção, seria ilógico entrar na Marina da Glória e sair com o "Lady Laura" pela baía de Guanabara...Reparem que Jan não abriu mão e um corte italiano e um óculos Ray-ban da hora, levando na proa a mocinha com seu fiel Peter como taifeiro...
Afinal, ''o que antes era subversivo, hoje se compra em lojas''.
Metrópolis
4.4 633 Assista AgoraNão é a toa que Fritz Lang é um gênio do expressionismo alemão. Metropolis é sem dúvida um dos filmes mais artístico que já vi.
A história retrata elementos socialistas em um estado desorganizado onde os burgueses vivem na parte superior (cheio de arranha-céus, luminosos e automóveis) e a classe operária "vive" e trabalha numa jornada de 10h no subsolo da cidade, controlando todas as engrenagens. Essa condição subserviente e autômata, seria mais tarde, também retratada por Chaplin em Tempos Modernos.
“Mas você não teme que um dia eles se rebelem contra você?" (indaga Freder, mocinho e filho do idealizador da cidade futurística, Joh Fredersen).
Todo aparato tecnológico, entretanto, promove uma ruptura entre as classes sociais, reforçando seus antagonismos. Tudo bem que você pode até dizer que é o velho discurso do século XX, mas será que ainda não existe alguma semelhança com os dias de hoje?
Com passagens apocalípticas, o filme faz grande alusão à Torre de Babel e a outros personagens simbólicos como Hel, Maria, O Mediador e a A Mulher montada na besta (falsa profetisa), que estabelecem uma forte dicotomia entre o bem e o mal, o homem e a máquina, o operário e o burgues, a ciência e o humanismo, a opressão e a liberdade...
Desde a sua estréia em 1926, outra questão mostra-se muito atual: as tecnologias mudam e evoluem, mas será que a forma de pensar e agir do homem não continuam a mesma?
Como aponta Lang..."não pode haver entendimento entre a mão e o cérebro se o coração não agir como mediador".
Como toda obra-prima cult, o filme deve ser assistido com uma garrafa de café ao lado (mesmo tendo apenas 2h das 5h originais), todavia, você correrá o risco de voltar dezenas de vezes para assistir as partes roubadas pelos cochilos constantes. Razão pela qual há anos ainda não consegui terminar de ver Dr. Fantástico. Particularidades a parte, Metropolis é imperdível e genial!
Filme 5 estrelas de Hitler:
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraMalkovich: - Malkovich?
Malkovich: - Malkovich!
Malkovich: - Malkovich, Malkovich
Malkovich: - Malkovich....Malkovich
A Onda
4.2 1,9KMuita gente já deve ter se perguntado como tantas pessoas foram coadjuvantes de algo tão terrível como o nazismo ou fizeram parte de seitas suicidas . E mais: será que algo do tipo poderia se repetir nos dias de hoje com tanta informação disponível?
É de senso comum rechaçar a ideia de “manipulação de massa”, “da mídia”, da “globalização”, do “capitalismo”, dos diversos “ismos”... E mais difícil ainda livrar-se das bipolaridades que na maioria das vezes só causam intolerância e exclusão dos que não possuem opinião, opção, religião, time, ideologia, gênero, geografia (etc etc) similares. Outro dia ouvi uma frase em aula do tipo “universal é o particular no poder”. Será que é mesmo por aí?
Nas redes sociais, o perfil “Datena” é cada vez mais presente na timeline diária. Munidos de imagens geradas pelo powerpoint e com uma boa fonte Arial em negrito, muitos se mobilizam por uma “causa” com um “senso de justiça” que se alastra com a mesma veracidade da brincadeira do telefone sem fio. Existe militância até mesmo contra a hipocrisia da Xuxa!
Enfim... Basta ter um conceito ou uma ideia em moda para mobilizar a ação conjunta de um povo despreparado culturalmente, com uma Educação abaixo da média ou insatisfeito com o seu Governo para levantar uma bandeira ideológica ou doutrinária (como vemos muito por aí...).
Não quero dizer que o povo não tenha força, muito pelo contrário, só tem. Mas nesse caso, as reflexões são outras: O que fazer com essa força? Quem a conduzirá e como?
Através do lema “Poder pela disciplina” e do movimento “A Onda”, o professor Wegner larga o Rock n’ Roll ( que diga-se de passagem torna a trilha sonora do filme alucinante!) e o desejo de ensinar “anarquia”, para demonstrar o que é “autarquia” para os seus alunos. Aí já viu! Na iminência do poder coletivo e da presença de um líder, a garotada deu uma surtada básica!
Quem questiona, discorda ou não aceita a ideia é fortemente rejeitado pelo grupo (lembrei-me do filme “A Praia”):
- Eu não quero ser tratada como uma leprosa só porque não visto uma camisa branca.
- Por que simplesmente não veste uma? – questiona ele.
- Bem simples: Porque não quero.
O que mais me impactou não foi apenas o peso da experiência, mas a real responsabilidade do professor em proporcionar uma educação consciente e de valores legítimos. No filme, o professor tinha a convicção de ter escolhido o melhor caminho. Quem é educador sabe quantas vezes não fazemos isso?
E que por muito menos (palavras impensadas ou mal interpretadas, opiniões pessoais, mau humor típico do cansaço...) nos deparamos com consequências inesperadas. Tenso demais...responsabilidade demais!
Enfim...o filme é recomendadíssimo para muitos públicos e sob diversos pontos. Para aqueles que certamente acharão o roteiro infundado, e para aqueles que ficarão surpresos em ver alemães encarando um simulacro do preconceito que sofrem.
Reflexões não irão faltar...
A Revolução dos Bichos
3.3 193Obviamente o livro é bem mais interessante e deveria ser uma leitura fundamental aos "novos revolucionários" das redes, mas o filme não desagrada, muito pelo contrário... Acho super recomendável até mesmo para analisar as adaptações dadas por Stephenson ao best-seller. Claro que é hilário ver os animais falando, mas depois de alguns minutos de filme, percebemos como a crítica de Orwell foi criativa e ousada em plena década de 40. Quem faria uma alusão a Lênin (Major), Stalin (Napoleão) e Trotsky (Bola de neve) de forma tão original? Em determinado momento é quase impossível diferenciar os porcos dos humanos e os demais bichos do povo trabalhador...O filme mostra também, as transformações e o caos que grande parte das revoluções sofre. Curti bastante!
"Animalismo" : "Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.” George Orwell (1944)
Kinsey: Vamos Falar de Sexo
3.7 161Liam Neeson está fantástico como o polêmico Prof. Kinsey. O primeiro homem a assumir publicamente a necessidade em quebrar os tabus de uma sociedade americana conservadora e hipócrita. PhD em Biologia, pesquisou in loco a necessidade biológica do sexo e como esta questão sempre foi vista como uma ameaça aos paradigmas sociais. A sua obra, ainda hoje, é alvo de críticas e debates científicos.
O filme é leve, divertido, conta com ótimas atuações, tratando com naturalidade os mais diversos perfis e opções. Vale a pena conferir!
Boa pedida: "O cientista que só pensava naquilo". Disponível em:
Corra, Lola, Corra
3.8 1,1K Assista AgoraDentre os filmes #oldbutgold, “Corra Lola Corra” entra para a lista dos que não podem ficar de fora pra quem curte películas alternativas que devem ser vistas mais de uma vez para que possamos compreender as sacadas geniais do seu roteiro. Nele, fica óbvio que a teoria do caos de Lorenz inspirou Tom Tykwer. Diretor que considero um precursor, pois bem antes do “efeito borboleta” tornar-se popular em outro filme, ele já brincava com as pequenas alterações cotidianas que possibilitam, nesse caso, três narrativas diferentes.
Com a mistura de várias linguagens cinematográficas, música eletrônica e um jogo de imagens de tirar o fôlego, Lola corre ciclicamente durante 80 minutos pelas ruas de Berlim, ilustrando a sociedade industrializada, tecnológica e caótica que vivemos.
“Não existe exemplo maior de algo caótico do que as nossas próprias vidas, aparentemente previsíveis e sequenciais - mas moldadas pelas escolhas que fazemos em face do que o acaso nos proporciona”(Teoria do Caos).
7 elementos estruturais em Corra, Lola, Corra. Leia mais em:
V de Vingança
4.3 3,0K Assista Agora"Não existe coincidência, apenas a ilusão de uma coincidência."
Há algum tempo adio postar a minha opinião sobre esse filme, talvez por não encontrar palavras que possam ilustrar o que ele representa para mim ou pode representar para o outro. E por mais que eu as encontre, o valor estará na percepção de cada um que se aventurar em assisti-lo.
Assisti pela milésima vez... e sempre fico arrepiada e reflexiva. Pena que não tive a chance de agradecer a quem um dia o recomendou sem saber o quanto esse roteiro despertaria uma sensação incrível dentro de mim. Acho que essa identificação acontece aos que fogem do senso comum e não digerem o que lhes é imposto, uma vez que, “V” representa a luta contra os governos corruptos, a manipulação da mídia, o direito a liberdade. Sua face representa o coletivo. Ela tem o meu nome, o seu e de quem mais se identificar. "V" é apenas uma ideia que balas não podem matar. Ele desmitifica a ideia do “salvador”, pois as ações só podem ser concretizadas através da união de todos “dominós”.
Os diálogos são incríveis! Permeados por frases que certamente serão usadas por longas datas nas reivindicações políticas contemporâneas. Acreditar que “as ideias nunca morrem” e que o governo é que tem que temer seu povo e não o contrário é, simplesmente, inspirador. Alguns diriam idealista por demais. Entretanto o que nos resta?
Para despertar a “revolução dos bichos” dentro de nós, o filme abusa do dinamismo, em especial no movimento das câmeras e nas cenas de luta (destaque para os efeitos das facas de V). E por falar em efeitos... Toda a estética do filme é realmente impressionante, para não dizer, apaixonante (cenários, fotografia, construção dos personagens e maquiagem).
Deve ser por isso que esse filme tem sido o símbolo das mobilizações populares atuais...
"Um símbolo sozinho pode não representar nada, mas se todos se juntam, um símbolo pode significar muito, pode significar a mudança de um país”.
Espero que aqui seja apenas o começo...
Quem não viu, faça o favor de assistir o quanto antes!
Recomendo também o documentário: A Paisagem Mental de Alan Moore . Disponível em 8 partes: http://www.youtube.com/watch?v=VD3YAn9Moxs
A Bela Junie
3.7 825O filme é uma ciranda de emoções, medos, desejos e dúvidas. Em determinado momento do filme já não se sabe mais quem ama quem. O diálogo é lindo, contrapondo-se ao silêncio e à aparente apatia dos personagens. Como sempre, Honoré diz muito mais através dos olhares e de pequenos gestos. Mas certamente a película só fará sentido aos admiradores de filmes franceses.
O amor cru e a sua trágica realidade...De fato mais belo na arte...
Quem já não teve aquela vontade de fugir diante da possibilidade de viver um amor?
Quem vivenciou o "milagre"?
Parabéns Honoré...o seu questionável "pra sempre", sempre é um dos melhores!
Um Amor Para Recordar
3.6 3,3K Assista AgoraUm filme pra quem está na fossa e quer se acabar de chorar comendo um pote de sorvete...