Marco Aurélio Junior

Decepção definirá esse filme como nenhuma outra palavra. Algumas boas atuações, em especial a Viola Davis, que deu um show, mas é só. Faltou construção de personagens e de ligação emocional entre a equipe, o que deixa tudo muito forçado ao decorrer do filme. A vilã talvez seja o que mais estrague a experiência, com uma motivação inicial besta com um final mais patético ainda, vencidos por pessoas que lutam com balas e facas, armas e facas que vencem duas entidades milenares. A trilha sonora que poderia ser um ponto positivo já vislumbrado em alguns trailers é completamente desconexa, não acrescentando em nada à narrativa das cenas em questão, chegando a parecer que fizeram uma playlist de músicas famosas no Spotify e deixaram rolar enquanto o filme passava. O Coringa então, um caso à parte. Depois de todo o hype levantando até mesmo pelo próprio Jared Leto, pagando de ator metódico e assustando o resto da equipe com suas bizarrices, foi entregue um personagem muito aquém do que todos esperavam. Uma pegada diferente que seria até interessante, mas levando em conta a sua última versão, ser interessante simplesmente não basta. Um filme muito esperado pelos fãs, que levantava expectativas a cada trailer, termina por ser um filme pífio que entedia o expectador antes de chegar na metade. Mais uma aposta que deu errada da Warner/DC. Quem sabe a moral se erga novamente com Mulher Maravilha, só resta esperar.

Legal, e apenas isto.

Documentário demais sensacionalista, em que joga imagens cruéis que fazem qualquer um se emocionar, apelando para o puro sentimentalismo ao invés do uso da razão na maior parte do tempo. É só pensar um pouco sobre as relações que nós temos com os animais que podemos chegar à conclusão de que sim, cometemos até hoje atrocidades, mas isto não é nenhuma surpresa, tirando o feito do documentário de expor algo de novo. Campanhas devem ser feitas para um abate mais humanizado, para o fim do uso de animais no entretenimento e em pesquisas cosméticas, deve-se denunciar à população mundial que tem desconhecimento do lado nefasto das "fábricas de filhotes" e propor um fim a tal prática, tudo isso é imperativo. O problema é que não é com base nesse documentário que chegamos a essas conclusões, pois trata-se de uma sequência quase ininterrupta de vídeos chocantes, tirando a concentração de qualquer argumentação moral mais profunda que deveria cercear um assunto tão importante para o nosso desenvolvimento enquanto civilização. O documentário poderia ter enveredado por outro caminho, discutindo de verdade qual o papel do ser humano no planeta e até mesmo propor medidas para acabar com os problemas abordados e mostrar o que já está sendo feito, divulgar projetos, mas não, ele se contenta somente em chocar quem assiste, usando inclusive vídeos datando de 10 anos anteriores ao lançamento do filme, em que as práticas mostradas já era proibidas, hoje já se passaram 20. Tudo isso sem levar em conta as informações imprecisas ao abordar o aspecto da ciência. Eu choro, todos choram, mas uma hora o apelo emocional se dissipa e o receio de ir àquela churrascaria no domingo com a família se esvai por completo. Tão impactante como decepcionante.