Últimas opiniões enviadas
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Kate
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Midsommar exerce um poder sedutor irresistível cuja estratégia é enganar, dizendo-nos a verdade de modo assustadoramente claro. Por vezes, a autoexposição e a transparência totais, isto é, a consciência de que não existe um conteúdo oculto por trás, torna o sujeito ainda mais enigmático – o horror é que, diante da transgressão inerente, completamos com a expectativa de uma falsa redenção ética (algo que nos perdoe pelas fantasias proibidas). Acontece que, por vezes, ser totalmente franco é o modo mais eficaz e astucioso de enganar o outro.
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O Poço
2,1K Assista Agora
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Normalmente, quanto menos eu gosto de um filme, menos eu fico surtado reclamando. Tendo você gostado ou não, parece muito sintomático desses nossos tempos que um simples filme cause tanto ódio em alguns, a ponto de perderem tempo só para ofendê-lo desesperadamente. Ora, é estranho que, sendo algo tão irrelevante, consiga perturbar e mexer tanto com alguns. Afinal, por que será que incomoda, hein? Convenhamos, toda essa repercussão raivosinha acaba dizendo mais da nossa sociedade que o próprio filme em si.
Últimos recados
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Mths Gonc
Oi Marcelo tudo certinho?
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Danielle
Oi, Marcelo. Tudo bem?
Podemos conversar sobre o blog por e-mail? -
Jaison Jadson Franklin
Olá, camarada. Como é que vai funcionar a questão do seu blog?
Kate é um filme tão distintamente esquecível, que no momento em que terminou eu não conseguia me lembrar de uma única cena. Entrei em pânico, pesquisei no Google: “amnésia pós-cinema”, e fiz uma série de exercícios de memória para ver ressuscitava minha mente. Tentei me lembrar de datas habituais: o inesquecível 15 de Fevereiro de 2001, em que fui esbofeteado pelo meu professor da primeira série. Confere. O estranho primeiro dia de 2007, em que acordei num hospital, porque meus amigos, não sei até hoje se cientes de que não sei nadar, decidiram me jogar no mar antes e sair correndo, fazendo com que eu perdesse a virada do ano. Confere. O dia em que oficialmente iniciou-se meu primeiro “relacionamento sério” – ao menos pra mim era sério. Confere. O 10 de abril de 2014, dia em que minha avó, após alguns primeiros indícios, foi finalmente diagnosticada com Alzheimer. Confere. Depois pensei na memória apagada de minha avó, aos 67 anos, que terminou vendo o mesmo filme na Netflix duas vezes em um período de menos de um dia, sem perceber que ela estava vendo novamente. Isso é realmente uma superpotência para um amante do cinema, mas até mesmo minha querida avózinha (que deus a tenha!), eu garanto, relutaria como o cão se fosse obrigada a assistir Kate pela segunda vez.
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