História linda, sensível, cheia de nuances e profundidade. Fotografia incrível e trilha sonora impecável. Impossível não se envolver e não se emocionar com a ligação entre Mitsuha e Taki. Temos muito a aprender com o oriente sobre animações <3 A coisa mais linda que vi nos últimos tempos.Está disponível no Netflix.
Um filme sobre Clara. Ou sobre Sônia. Sobre a grandeza de uma mulher frente a pequenez dos podres e mundanos poderes. Sobre as relações passivo-agressivas, os cupins por detrás dos sorrisos. Sobre memória, história e afetos. Música e relações familiares. Sobre o que já não vale(mos) mais. Sobre diferentes tipos de força que brotam nas desigualdades do mundo. Um filme sobre resistência - à doença, à perda, À idade, às mudanças e transformações da ordem do incontrolável - e a importância de resistir e lutar - pela vida, pela sanidade, pelas crenças e ideais da ordem do afetivo. Aquarius é um filme para sonhadores. Mais do que isso, um filme para nos lembrar da necessidade urgente de não naturalizar nem mesmo as mais sutis e simbólicas injustiças e violências do mundo.
Patrício Guzman consegue atrelar poesia, ciência e contexto político-social, reunindo num mesmo cenário - o deserto do Atacama, no Chile - astrônomos, arqueólogos e ex-prisioneiros do regime militar. Pelos caminhos da astronomia e da história, nos descobrimos céu, imensidão, poeira das estrelas. Redescobrimos corpos, celestes e humanos: ossos, cálcio, areias do deserto, vidas interrompidas por uma ditadura. Costurados pelo tempo, emergimos em buscas que não cessam, lembranças no espaço. A memória, com força de gravidade. A força das imagens e dos depoimentos, nos localizando na fragilidade do tempo presente. 90 minutos para ressignificar a história.
A simplicidade complexa do cinema francês, que consegue magistralmente despertar o riso e a lágrima com a mesma suavidade. Um filme que aborda o universo da surdez com naturalidade e leveza, uma história bonita sobre escolhas, caminhos e voos. Para assistir de alma leve e coração aberto <3
"Termina sempre assim. Com a morte. Mas primeiro havia a vida. Escondida sob o blá, blá, blá. Está tudo enterrado entre a tagarelice e o barulho O silêncio e o sentimento A emoção e o medo As intratáveis e inconstantes pinceladas de beleza. Depois, a miséria desgraçada e o homem miserável. Tudo sepultado sob a capa do embaraço de estar no mundo. Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá."
Por detrás da superficialidade mundana, da tristeza genuína, do inexplicável, do implausível, do ruído que teima em não cesar, das palavras que nada dizem... estão os pequenos e sorrateiros lampejos de beleza. E são eles, em sua simplicidade ou em seu absurdo enigma, que carregam o sentido de estar aqui. O filme incita uma reflexão profunda de forma muito sutil, contrapondo a superficialidade mundana com a profundidade dos sentimentos e conflitos do personagem principal. Me agradaram muito as referências e paralelos entre a religião e a arte, tão caras a sociedade italiana, além dos dálogos incríveis, trilha sonora impecável e fotografia belíssima (Roma vista de ângulos incríveis!). Uma história que surpreende e conquista até os últimos minutos com o humor ácido, a crítica ferrenha a sociedade e a sensibilidade ímpar de Sorrentino. Entrou para a lista dos meus preferidos!
Após tantos filmes que abordam/desconstroem/centram-se em personagens femininos, é bom assistir uma história que desmistifica o universo masculino e traz a tona as suas fragilidades e humanidade. Diálogos bem construídos e inteligentes, pitadas de humor e drama e um ótimo elenco. Recomendo!
Uma vida inteira, altos e baixos, decepções, desilusões, desamor... Como podem os franceses abordarem temas pesados e indigestos com tamanha leveza? E nos fazer rir, nos emocionar, tocar e nos fazer pensar com tanta maestria? Road movie com fotografia linda e Catherine Deneuve sempre espetacular. Recomendo!
179 minutos é o tempo que o diretor Abdel Kechiche precisou para apresentar aos espectadores com profundidade e maestria a história de uma vida atravessada pela paixão. A trajetória de Adéle e o turbilhão de sentimentos que permeiam suas descobertas, venturas e desventuras fazem de "Azul é a cor mais quente" um filme que transborda na humanidade de seus personagens, na veracidade das situações cotidianas que retrata, na espontaneidade e crueza do sexo e dos sentimentos mais intensos que naturalmente desvelam-se ao longo do filme. Não há exageros, delongas ou extremos quando encaramos cada cena e cada elemento como uma pista que ajuda a desvendar o universo de Adéle e toda a complexidade que constitui sua vida e sua transformação.
A vida parece mesmo, às vezes, não fazer o menor sentido, ser absurda e incompreensível. De um destes fatos pitorescos em que a vida desafia a lógica, Sebastián Borensztein constrói um filme com a simplicidade e profundidade das boas e bem executadas ideias. Roteiro criativo, humor e drama na medida certa, boas interpretações. Cinema latino comprovando mais uma vez que não é preciso uma mega produção e grande orçamento para fazer um bom filme.
A sinopse inocente que reduz o filme a "Duas amigas decidem colocar o pé na estrada" não consegue abarcar a grandeza do filme e todas as nuances que a história procura abordar. Ainda que leve, com pitadas de humor e drama e uma trilha sonora impecável, Thelma e Louise é muito mais do que um filme "sessão da tarde" como uma rápida olhada nos comentários faz parecer. Sem dúvidas é um dos filmes mais feministas que já assisti, e seu grande trunfo consiste justamente em conseguir fazer com que a discussão sobre gênero, que permeia todas as esferas da vida das protagonistas e a sua viagem, sejam diluídas naturalmente ao longo da história.
Basta lembrar o casamento arruinado e o perfil machista do marido de Thelma, o quase estupro da mesma personagem, a descoberta do orgasmo, e a cena memorável da vingança do caminhoneiro babaca e desrespeitoso que importuna as duas diversas vezes na estrada.
Impossível não se emocionar com as histórias destas mulheres - agredidas, humilhadas, desrespeitadas, perseguidas e muitas vezes mortas por aqueles que amavam. Como não se sensibilizar com a história de Maria da Penha, sua voz doce e suave, sua força de transformar uma tragédia pessoal em exemplo para encorajar milhares de mulheres que estão ou passaram pela mesma situação? Ainda há muito para avançar nesta questão, mas não tenho dúvidas que uma educação para a igualdade de gênero e a quebra de velhos estereótipos e paradigmas sobre o feminino e o masculino resultariam em uma sociedade mais igualitária, capaz de respeitar as diferenças.
O filme é sobre bullying, luto e mudança, mas também me fez pensar muito sobre diferença de gênero e como a forma de ver e compreender o 'ser homem' e 'ser mulher' na sociedade pode ser cruel, injusta e destruir a vida de uma menina. Afinal, a história (e os problemas de Ale, a protagonista) começam
após o compartilhamento na internet de um vídeo onde ela e um colega de escola estão fazendo sexo
. Apesar de ambos aparecerem no vídeo e serem identificados, a ÚNICA a sofrer consequências é a menina. Enquanto o rapaz recebe elogios e tapinhas nas costas, é ELA quem é taxada de promíscua e perde o respeito dos demais meninos da turma. Ainda que ambos tenham participado do ato, é a menina quem é considerada 'fácil' e é vista como 'puta' e 'vadia' pelas demais colegas. Não posso deixar de sublinhar que toda a violência com a qual muito se chocam é gerada pelo machismo e toda a repressão e controle com que ainda hoje a mulher é tratada. A sequência de violências e crueldade absurda pela qual a menina passa ao longo do filme e o seu comportamento passivo diante de tudo são consequências da forma culturalmente aceita como natural e correta de ser mulher, que delimita o feminino como único - desprezando e punindo violentamente aquelas que ousam fugir a regra. Espero, sinceramente, que todos esses que estão se dizendo chocados, não estejam reproduzindo os mesmos comportamentos no seu dia a dia.
Pensei em desistir de assistir o filme várias vezes, sem conseguir compreender ao certo o que estava sentindo em relação a história. Seria sua desconcertante crueza, a violência retratada, a ganância, a cobiça, o amor represado, esquecido, desgastado, insuportável? Seria a humanidade escapando pelas frestas e se deixando observar, nua e crua, diante de nossa impotência? Ou quem sabe a premissa de que o amor, a brutalidade do amor, em nada se parece com aquilo que aprendemos desde cedo? Filme pesado, visceral, triste e tocante. Está entre os pouquíssimos filmes que me desestabilizaram de alguma forma. Meu preferido do Iñárritu.
Django não é um filme sobre a escravidão como alguns dizem por aí. Apesar do clima faroeste e das circunstâncias e local onde a história se passa, na essência, o filme não passa de romance. Daqueles bem previsíveis. Não estou desqualificando o filme mas, em resumo, trata-se de um homem em busca de sua esposa, da qual foi cruelmente separado. No caminho para que isso se concretize, Tarantino acrescenta magistralmente um quê de vingança, humor negro e muita ação. E isso faz toda a diferença. Confesso que não senti passar as quase três horas no cinema. Adorei a atuação do Leonardo DiCaprio, o personagem Dr Schultz e a trilha sonora fora do padrão e incrivelmente na sintonia do filme. Mas fiquei bem decepcionada com a personagem da esposa de Django. Sem força, sem carisma e sem personalidade alguma, o que se vê é a típica mocinha à espera do herói. Passei o tempo todo esperando que ela me surpreendesse fazendo alguma coisa que não fosse chorar e gritar. Mas só aconteceu uma espécie de bate-palminhas estilo foca no final, depois que o Django fez tudo sozinho.
Vale tudo no humor? Ou a tão aclamada liberdade de expressão é apenas desculpa para extravasar os velhos preconceitos e o pensamento conservador, que é racista, machista, homofóbico e classista? Documentário excelente que procura discutir o politicamente correto, a liberdade de expressão, a censura e todos os nuances por detrás do "foi só uma piada". A realidade com nariz de palhaço deve divertir e entreter, mas também fazer pensar. Dentre tantos pontos de vista distintos, o humor como parte da cultura e com o poder de transformar. Bela reflexão com contribuições riquíssimas de Jean Wyllys, Laerte e Lola Aronovich. Recomendadíssimo!
Com tanto barulho por nada, existe alguém que consiga se manter impassível frente ao silêncio? Com tantas culpas, deveres, papeis a serem interpretados, existe alguém que não precise de máscaras?
Bergman nos impõe uma pesada reflexão sobre a essência humana e a sociedade por meio da história de Alma e Elisabeth, seres humanos falíveis e cheios de incertezas, como todos nós. O silêncio de uma desperta o turbilhão de emoções da outra, revelando a complexidade por detrás da normalidade.
Será que, desprovidos de palavras e interpretações, temos mais em comum do que imaginamos?
Achei o filme longo, linear e totalmente previsível. Explosões, perseguições e tiros demais, desenvolvimento de personagens e trama de menos. Destaque para a abertura, na voz da Adele, e para o vilão Silva, de Javier Bardem. Valem o filme.
O título do filme engana, já que a história retrata a cultura caipira - de forma, leve, folclórica e bem humorada. Vale a pena ver Fernanda Torres e Regina Casé em início de carreira. Quem é descendente da "roça" certamente vai se identificar com várias expressões e com o vocabulário bem peculiar dos personagens.
Animação linda, história criativa, perturbadora e emocionante. Como é bacana assistir uma animação vinda de uma cultura tão diferente, com cenários, personagens e desfechos inimagináveis no cinema ocidental. Recomendadíssimo!
É possível contar uma história de amor sem palavras? Murnau prova que sim. Em 1927, último ano do cinema mudo, faz poesia com as imagens e trilha sonora em "Sunrise", provando que um bom romance se faz com risos, lágrimas e inspiração. E nada além disso precisa ser dito.
Só quem reconhece o amor como pura possibilidade e imprevisibilidade pode compreender não apenas este, mas a filmografia de Almodóvar. Seja estranho, imprevisível, trágico, intenso, surreal, doentio, caótico, insano, detestável, bizarro... afinal, é sempre sobre o amor e a humanidade que permeia esse sentimento que o diretor nos fala. Mais leve do que os filmes posteriores, Ata-me é uma ótima pedida para quem quer adentrar na obra do diretor e não sabe por onde começar.
Ótimo filme, daqueles de calar a boca de quem menospreza o cinema nacional. Anselmo Duarte conseguiu encontrar a medida certa entre o drama do personagem, a crítica social e religiosa e o humor com uma história bem costurada que culmina em uma belíssima e emocionante sequência final. Merecida Palma de Ouro em Cannes. Favorito!
Um thriller cheio de suspense e surpresas. Roteiro criativo, personagens bem construídos e trilha sonora que joga a favor. A atuação de Bette Davis vale o filme: magnífica como Baby Jane, é uma das vilãs mais marcantes do cinema. Impossível não lembrar das crianças-prodígio e não temer por seus futuros traumas psicológicos. Destaque para a cena final, que traz a tona a fragilidade de Jane e de certa forma responde a pergunta do título. Ótimo filme!
Li a sinopse antes de assistir e estava esperando bem outra coisa do filme. Achei o roteiro fraco e clichê e o entrelaçamento entre os tempos em que ocorrem as histórias uma grande "viagem". Mundo real e mundo do livro, ok. Agora, a terceira história (astronauta no séc 26? - é o que diz a sinopse) não se encaixa com nada, e na minha opinião ficou a parte das outras (desnecessária). A doença, a busca pela cura, a morte e outros elementos interessantes do filme não são novidade - já vimos isso em muitas outras narrativas. Não recomendo.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraHistória linda, sensível, cheia de nuances e profundidade. Fotografia incrível e trilha sonora impecável. Impossível não se envolver e não se emocionar com a ligação entre Mitsuha e Taki. Temos muito a aprender com o oriente sobre animações <3 A coisa mais linda que vi nos últimos tempos.Está disponível no Netflix.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraUm filme sobre Clara. Ou sobre Sônia. Sobre a grandeza de uma mulher frente a pequenez dos podres e mundanos poderes. Sobre as relações passivo-agressivas, os cupins por detrás dos sorrisos. Sobre memória, história e afetos. Música e relações familiares. Sobre o que já não vale(mos) mais. Sobre diferentes tipos de força que brotam nas desigualdades do mundo. Um filme sobre resistência - à doença, à perda, À idade, às mudanças e transformações da ordem do incontrolável - e a importância de resistir e lutar - pela vida, pela sanidade, pelas crenças e ideais da ordem do afetivo. Aquarius é um filme para sonhadores. Mais do que isso, um filme para nos lembrar da necessidade urgente de não naturalizar nem mesmo as mais sutis e simbólicas injustiças e violências do mundo.
Nostalgia da Luz
4.3 61Patrício Guzman consegue atrelar poesia, ciência e contexto político-social, reunindo num mesmo cenário - o deserto do Atacama, no Chile - astrônomos, arqueólogos e ex-prisioneiros do regime militar. Pelos caminhos da astronomia e da história, nos descobrimos céu, imensidão, poeira das estrelas. Redescobrimos corpos, celestes e humanos: ossos, cálcio, areias do deserto, vidas interrompidas por uma ditadura. Costurados pelo tempo, emergimos em buscas que não cessam, lembranças no espaço. A memória, com força de gravidade. A força das imagens e dos depoimentos, nos localizando na fragilidade do tempo presente. 90 minutos para ressignificar a história.
A Família Bélier
4.2 437A simplicidade complexa do cinema francês, que consegue magistralmente despertar o riso e a lágrima com a mesma suavidade. Um filme que aborda o universo da surdez com naturalidade e leveza, uma história bonita sobre escolhas, caminhos e voos. Para assistir de alma leve e coração aberto <3
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agora"Termina sempre assim. Com a morte.
Mas primeiro havia a vida.
Escondida sob o blá, blá, blá.
Está tudo enterrado entre a tagarelice e o barulho
O silêncio e o sentimento
A emoção e o medo
As intratáveis e inconstantes pinceladas de beleza.
Depois, a miséria desgraçada e o homem miserável.
Tudo sepultado sob a capa do embaraço de estar no mundo.
Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá."
Por detrás da superficialidade mundana, da tristeza genuína, do inexplicável, do implausível, do ruído que teima em não cesar, das palavras que nada dizem... estão os pequenos e sorrateiros lampejos de beleza. E são eles, em sua simplicidade ou em seu absurdo enigma, que carregam o sentido de estar aqui.
O filme incita uma reflexão profunda de forma muito sutil, contrapondo a superficialidade mundana com a profundidade dos sentimentos e conflitos do personagem principal. Me agradaram muito as referências e paralelos entre a religião e a arte, tão caras a sociedade italiana, além dos dálogos incríveis, trilha sonora impecável e fotografia belíssima (Roma vista de ângulos incríveis!). Uma história que surpreende e conquista até os últimos minutos com o humor ácido, a crítica ferrenha a sociedade e a sensibilidade ímpar de Sorrentino. Entrou para a lista dos meus preferidos!
O Que os Homens Falam
3.3 78 Assista AgoraApós tantos filmes que abordam/desconstroem/centram-se em personagens femininos, é bom assistir uma história que desmistifica o universo masculino e traz a tona as suas fragilidades e humanidade. Diálogos bem construídos e inteligentes, pitadas de humor e drama e um ótimo elenco. Recomendo!
Ela Vai
3.6 48 Assista AgoraUma vida inteira, altos e baixos, decepções, desilusões, desamor... Como podem os franceses abordarem temas pesados e indigestos com tamanha leveza? E nos fazer rir, nos emocionar, tocar e nos fazer pensar com tanta maestria? Road movie com fotografia linda e Catherine Deneuve sempre espetacular. Recomendo!
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agora179 minutos é o tempo que o diretor Abdel Kechiche precisou para apresentar aos espectadores com profundidade e maestria a história de uma vida atravessada pela paixão. A trajetória de Adéle e o turbilhão de sentimentos que permeiam suas descobertas, venturas e desventuras fazem de "Azul é a cor mais quente" um filme que transborda na humanidade de seus personagens, na veracidade das situações cotidianas que retrata, na espontaneidade e crueza do sexo e dos sentimentos mais intensos que naturalmente desvelam-se ao longo do filme. Não há exageros, delongas ou extremos quando encaramos cada cena e cada elemento como uma pista que ajuda a desvendar o universo de Adéle e toda a complexidade que constitui sua vida e sua transformação.
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraA vida parece mesmo, às vezes, não fazer o menor sentido, ser absurda e incompreensível. De um destes fatos pitorescos em que a vida desafia a lógica, Sebastián Borensztein constrói um filme com a simplicidade e profundidade das boas e bem executadas ideias. Roteiro criativo, humor e drama na medida certa, boas interpretações. Cinema latino comprovando mais uma vez que não é preciso uma mega produção e grande orçamento para fazer um bom filme.
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraA sinopse inocente que reduz o filme a "Duas amigas decidem colocar o pé na estrada" não consegue abarcar a grandeza do filme e todas as nuances que a história procura abordar. Ainda que leve, com pitadas de humor e drama e uma trilha sonora impecável, Thelma e Louise é muito mais do que um filme "sessão da tarde" como uma rápida olhada nos comentários faz parecer. Sem dúvidas é um dos filmes mais feministas que já assisti, e seu grande trunfo consiste justamente em conseguir fazer com que a discussão sobre gênero, que permeia todas as esferas da vida das protagonistas e a sua viagem, sejam diluídas naturalmente ao longo da história.
Basta lembrar o casamento arruinado e o perfil machista do marido de Thelma, o quase estupro da mesma personagem, a descoberta do orgasmo, e a cena memorável da vingança do caminhoneiro babaca e desrespeitoso que importuna as duas diversas vezes na estrada.
Silêncio das Inocentes
3.9 28Impossível não se emocionar com as histórias destas mulheres - agredidas, humilhadas, desrespeitadas, perseguidas e muitas vezes mortas por aqueles que amavam. Como não se sensibilizar com a história de Maria da Penha, sua voz doce e suave, sua força de transformar uma tragédia pessoal em exemplo para encorajar milhares de mulheres que estão ou passaram pela mesma situação?
Ainda há muito para avançar nesta questão, mas não tenho dúvidas que uma educação para a igualdade de gênero e a quebra de velhos estereótipos e paradigmas sobre o feminino e o masculino resultariam em uma sociedade mais igualitária, capaz de respeitar as diferenças.
Depois de Lúcia
3.8 1,1KO filme é sobre bullying, luto e mudança, mas também me fez pensar muito sobre diferença de gênero e como a forma de ver e compreender o 'ser homem' e 'ser mulher' na sociedade pode ser cruel, injusta e destruir a vida de uma menina. Afinal, a história (e os problemas de Ale, a protagonista) começam
após o compartilhamento na internet de um vídeo onde ela e um colega de escola estão fazendo sexo
Espero, sinceramente, que todos esses que estão se dizendo chocados, não estejam reproduzindo os mesmos comportamentos no seu dia a dia.
Amores Brutos
4.2 818 Assista AgoraPensei em desistir de assistir o filme várias vezes, sem conseguir compreender ao certo o que estava sentindo em relação a história. Seria sua desconcertante crueza, a violência retratada, a ganância, a cobiça, o amor represado, esquecido, desgastado, insuportável? Seria a humanidade escapando pelas frestas e se deixando observar, nua e crua, diante de nossa impotência? Ou quem sabe a premissa de que o amor, a brutalidade do amor, em nada se parece com aquilo que aprendemos desde cedo?
Filme pesado, visceral, triste e tocante. Está entre os pouquíssimos filmes que me desestabilizaram de alguma forma. Meu preferido do Iñárritu.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraDjango não é um filme sobre a escravidão como alguns dizem por aí. Apesar do clima faroeste e das circunstâncias e local onde a história se passa, na essência, o filme não passa de romance. Daqueles bem previsíveis.
Não estou desqualificando o filme mas, em resumo, trata-se de um homem em busca de sua esposa, da qual foi cruelmente separado. No caminho para que isso se concretize, Tarantino acrescenta magistralmente um quê de vingança, humor negro e muita ação. E isso faz toda a diferença.
Confesso que não senti passar as quase três horas no cinema. Adorei a atuação do Leonardo DiCaprio, o personagem Dr Schultz e a trilha sonora fora do padrão e incrivelmente na sintonia do filme. Mas fiquei bem decepcionada com a personagem da esposa de Django. Sem força, sem carisma e sem personalidade alguma, o que se vê é a típica mocinha à espera do herói. Passei o tempo todo esperando que ela me surpreendesse fazendo alguma coisa que não fosse chorar e gritar. Mas só aconteceu uma espécie de bate-palminhas estilo foca no final, depois que o Django fez tudo sozinho.
O Riso dos Outros
4.2 152Vale tudo no humor? Ou a tão aclamada liberdade de expressão é apenas desculpa para extravasar os velhos preconceitos e o pensamento conservador, que é racista, machista, homofóbico e classista?
Documentário excelente que procura discutir o politicamente correto, a liberdade de expressão, a censura e todos os nuances por detrás do "foi só uma piada". A realidade com nariz de palhaço deve divertir e entreter, mas também fazer pensar. Dentre tantos pontos de vista distintos, o humor como parte da cultura e com o poder de transformar. Bela reflexão com contribuições riquíssimas de Jean Wyllys, Laerte e Lola Aronovich.
Recomendadíssimo!
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraCom tanto barulho por nada, existe alguém que consiga se manter impassível frente ao silêncio? Com tantas culpas, deveres, papeis a serem interpretados, existe alguém que não precise de máscaras?
Bergman nos impõe uma pesada reflexão sobre a essência humana e a sociedade por meio da história de Alma e Elisabeth, seres humanos falíveis e cheios de incertezas, como todos nós. O silêncio de uma desperta o turbilhão de emoções da outra, revelando a complexidade por detrás da normalidade.
Será que, desprovidos de palavras e interpretações, temos mais em comum do que imaginamos?
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista AgoraAchei o filme longo, linear e totalmente previsível. Explosões, perseguições e tiros demais, desenvolvimento de personagens e trama de menos. Destaque para a abertura, na voz da Adele, e para o vilão Silva, de Javier Bardem. Valem o filme.
A Marvada Carne
3.6 100O título do filme engana, já que a história retrata a cultura caipira - de forma, leve, folclórica e bem humorada. Vale a pena ver Fernanda Torres e Regina Casé em início de carreira. Quem é descendente da "roça" certamente vai se identificar com várias expressões e com o vocabulário bem peculiar dos personagens.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraAnimação linda, história criativa, perturbadora e emocionante. Como é bacana assistir uma animação vinda de uma cultura tão diferente, com cenários, personagens e desfechos inimagináveis no cinema ocidental. Recomendadíssimo!
Aurora
4.4 205 Assista AgoraÉ possível contar uma história de amor sem palavras? Murnau prova que sim. Em 1927, último ano do cinema mudo, faz poesia com as imagens e trilha sonora em "Sunrise", provando que um bom romance se faz com risos, lágrimas e inspiração. E nada além disso precisa ser dito.
Ata-me!
3.7 550Só quem reconhece o amor como pura possibilidade e imprevisibilidade pode compreender não apenas este, mas a filmografia de Almodóvar. Seja estranho, imprevisível, trágico, intenso, surreal, doentio, caótico, insano, detestável, bizarro... afinal, é sempre sobre o amor e a humanidade que permeia esse sentimento que o diretor nos fala.
Mais leve do que os filmes posteriores, Ata-me é uma ótima pedida para quem quer adentrar na obra do diretor e não sabe por onde começar.
O Pagador de Promessas
4.3 364 Assista AgoraÓtimo filme, daqueles de calar a boca de quem menospreza o cinema nacional. Anselmo Duarte conseguiu encontrar a medida certa entre o drama do personagem, a crítica social e religiosa e o humor com uma história bem costurada que culmina em uma belíssima e emocionante sequência final. Merecida Palma de Ouro em Cannes. Favorito!
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraUm thriller cheio de suspense e surpresas. Roteiro criativo, personagens bem construídos e trilha sonora que joga a favor. A atuação de Bette Davis vale o filme: magnífica como Baby Jane, é uma das vilãs mais marcantes do cinema. Impossível não lembrar das crianças-prodígio e não temer por seus futuros traumas psicológicos. Destaque para a cena final, que traz a tona a fragilidade de Jane e de certa forma responde a pergunta do título. Ótimo filme!
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraLi a sinopse antes de assistir e estava esperando bem outra coisa do filme. Achei o roteiro fraco e clichê e o entrelaçamento entre os tempos em que ocorrem as histórias uma grande "viagem". Mundo real e mundo do livro, ok. Agora, a terceira história (astronauta no séc 26? - é o que diz a sinopse) não se encaixa com nada, e na minha opinião ficou a parte das outras (desnecessária). A doença, a busca pela cura, a morte e outros elementos interessantes do filme não são novidade - já vimos isso em muitas outras narrativas. Não recomendo.