Desafiador, filosófico e emocionante, pra mim são os termos que definem o que foi "Estou pensando em acabar com tudo".
Desafiador porque exige atenção, o filme aos poucos te serve aperitivos do que seria o prato principal, logo de entrada você tem um aperitivo do que se tratará a obra num sutil porém importante detalhe, o tempo, não se tratará de uma obra linear.
Filosófico porque logo adiante, num longo trecho com monólogo e breves reflexões ele coloca o prato e os talheres à mesa, a estrutura do filme foi montada, será uma obra de reflexão, de interiorização e profundidade, então o choque, talheres demais geram complexidade, a ordem correta é de dentro pra fora? Ou de fora pra dentro?
Então vem o prato principal, fragmentando o ritmo cadenciado do filme o clímax se desenvolve com as experiências quase sinestésicas do que se mostra uma obra complexa porém impactante, os ingredientes e suas conexões, o sentido, as texturas e o sabor convergem numa refeição deliciosa, saborosa e complexa.
A sobremesa é a mensagem dolorosa embora emocionante, e então você percebe, o prato principal não existe, e o protagonista forja-se diante de sua constatação, "é a sobremesa" e a última colherada de uma refeição.
E então a refeição acaba, e o que resta é o sabor do açúcar que amarga lentamente em sua boca.
Pra mim, "Estou pensando em acabar com tudo" é muito mais do que cinema, é muito mais do que mero entretenimento, é uma provocação à nossas relações e uma abordagem lúdica de temas complexos e dogmáticos, o suicídio e a solidão.
Nada Contra Green Book, mas sinceramente ele está longe de ser um filme merecedor de Oscar perto do que foi o Infiltrado na Klan, que tratava praticamente da mesma temática em uma abordagem mais diferenciada e BASTANTE menos engessada. Além do que, não chega aos pés do que foi Roma, que pra mim merecia de tão tão distante, o melhor filme.
É o Oscar mostrando que pra academia o que basta, não é uma visão artística espetacular diferenciada ou propostas profundas, nem análises que propõem uma reflexão além do que se mostra, e sim, seguir uma receitinha pronta de como fazer um filme previsível, com o mais puro clichê moral do cinema pedagógico(com relação a se aprender a ser uma pessoa melhor), quase uma fábula!
NOvamente, gosto do filme, a minha crítica é com a falta de risco, sair do modelinho de cinema americano, o que o Oscar não parece entender, dadas as duas últimas premiações.
O que mais nos encanta no cinema? Assim como em qualquer outro tipo de arte, a resposta é uma só, o estilo. Quanto mais peculiar e original, maior sua capacidade de transformar uma simples história de amor, drama ou terror, numa mensagem impactante cheia de profundidade e emoção. Se não fossem os estilos incomparáveis, como conseguiríamos explicar nossa paixão por Kubrick e todas as suas linguagens, as características incríveis dos diálogos contínuos de Woody Allen, ou a maneira chocante de se fazer questionamentos morais de Von Trier? Uma história de amor e romance aparentemente simples como a de Amelie Poulain, se torna uma incrível alegoria sinestésica ao olhar de Jean-Pierre Jeunet, a biografia de um lobista de wall street vira uma frenética trama nas mãos de Scorsese, a profundidade com que Bergman, Deren, Kurosawa, Malick, Lynch, Bella Tarr e muitos outros, trabalham só é possível por seus estilos. Me deparei sem querer com mais uma destas obras geniais cheia de estilo e requinte, com November, um filme Estoniano que aborda a humanidade, o misticismo e a comunidade juntas num enredo rítmico e profundo, de uma originalidade incrível. Os humanos se tornam corruptos ao conviverem com espíritos, demônios e criaturas folclóricas que tomam suas posses e os maltratam como querem, e no meio dessa vila distópica o único sentimento bom é o amor que uma jovem sente por outro integrante desta vila. A sinopse é simples, o estilo, incomparável.
Baixio das Bestas Um filme Brasileiro sobre vícios, violência e prostituição. Quer tema mais atual e presente que esse no cotidiano de cada Brasileiro, o longa conta a vida de uma jovem de 16 anos abusada e prostituída pelo próprio avó, e aborda diversos aspectos que nos levam a refletir sobre as condições que levam uma pessoa ao mundo da prostituição, além disso a trama é composta por um grupo de jovens de classe média viciados e violentos, tal qual os "druguis" do clássico de Kubrick Laranja Mecânica, um bordel, cortadores de cana e um bêbado apaixonado e muito trabalhador. O filme ideal pra avaliar as questões moralísticas, inversão de valores, e o machismo tradicional todas ainda inseridas em nossa sociedade repressora explicita oi implicitamente. Além da atuação destruidora do monstro Brasileiro Mateus Nachtergaele. Indicação pra reflexão.
Sem comentários, que filme péssimo. Uma tentativa frustada de fazer um cosplay do Tim Burton, com a paleta de cores da Amelie Poulain em um roteiro provavelmente escrito por uma criança de 3 anos, com déficit cognitivo.
Me surpreendo bastante pelo fato deste filme ser desconhecido por muitas pessoas, até mesmo por muitos integrantes de grupos de discussão em cinema, chego até a considerar bastante injusto esse seu quase anonimato diante de toda sua imensurável carga estética, fotografia e direção de arte impecáveis, roteiro mega original, além de toda o seu potencial artístico dentro do cinema contemporâneo,enfim, o filme é espetacular em diversos aspectos e em diversas linguagens.
É um filme além de tudo bastante conceitual, um drama com ficção científica um tanto complexo que exige muita atenção para que não haja qualquer equívoco em sua interpretação.
O filme abusa do realismo fantástico em alguns cenários, em outros usa uma roupagem mais épica e outros ainda recorre ao bom e sempre aceito habitual cenário cotidiano, e embora profundo o roteiro apenas conta a história de um homem que luta para descobrir a cura para a doença de sua esposa, e embora pareça um romance qualquer, apresenta diversos elementos que fazem referência direta a algumas ideologias religiosas, e talvez esse seja um dos aspectos mais encantadores do filme, embora eu seja ateu(absurdamente) a mensagem espiritual é transmitida de maneira tão poética, ela faz parte integrante de um conjunto tão rítmico de imagens, sons e conceitos inserido em um contexto tão atrativo que por mais cético que o expectador seja, a conclusão sempre será a mesma, é uma belíssima obra e merece todo e qualquer elogio e prestígio de qualquer tipo de público independente de sua crença ou credo.
Agrada aos exigentes apreciadores de ficção, causa a reflexão que os dramas causam e possui o encanto que os romances carregam em si.
Trabalha nos planos emocional, racional e espiritual como nenhum outro filme faz de maneira que nenhum outro filme faz. Simplesmente marcante.
Há quanto tempo eu não assisto à um filme como esse. Mr. Nobody é um filme de ficção científica e drama, uma fórmula capaz de causar a alternância entre a dúvida e a reflexão em 90% do filme sem nenhum tipo de exagero. A trama do filme se desenvolve de forma insanamente não linear, o que em qualquer história comum já é suficiente pra causar questionamentos em qualquer expectador, imaginem neste filme, que baseia-se em grande parte do tempo em teorias das cordas, efeito borboleta, as pombas de Skinner, teoria da relatividade... temas complexos e que exigem muita atenção pra não perder elementos importantes (e são muitos) no desenvolver da história. A história do personagem se destaca pela maneira original como é apresentada ao longo da trama, originalidade que torna o filme completamente imprevisível, é praticamente impossível adivinhar o que pode ou não ocorrer. A fotografia do filme em determinados momentos, faz uso de cores de tonalidades frias, em contraste com matizes brilhantes, o que nos causa a leve sensação de que estamos em um sonho, em outros momentos abusa de um certo realismo fantástico em ambientes futuristas. Nada muito abusivo nem exagerado, tudo muito lúcido. Minha indicação pra quem gosta de roteiros originais, e pra quem gosta de olhos azuis, pois nunca em nenhum outro filme, vi tanto foco em olhos azuis como neste kkk.
A menção a Nietzsche logo no início do filme pode parecer apenas com uma sutil tentativa de sugerir o tom da obra, estaria correto se o filme fosse apenas uma obra niilista, não é, o filme é uma manifestação gráfica de muitas de suas teorias e ideias. O filme já começa em seu fim, e a ideia decadente e degenerativa da natureza humana e da vida se desenvolve em um filme que mais parece agonizar para a não vida, o não existir, a redução ao nada. Definir este filme como drama seria de eufemismo enorme, o diretor eleva ao extremo o uso da linguagem se utilizando inclusive de códigos de outros estilos assim como o terror, todos os elementos trabalham em um conjunto rítmico na composição da obra: A trilha sonora quase fúnebre, a fotografia preta e branca, a lentidão angustiante do filme, a ambientação, enfim, todos compõem uma obra perfeita de drama e melancolia. As menções as ideias Nietzschianas ocorrem ao longo do filme em momentos distintos, mas parecem dar forma ao enredo e são tão bem aplicadas que conseguem passar as temerosas e quase impensáveis ideias sobre a existência e a vida e suas possibilidades. É um filme pessimista, ceticista, não recomendado para esperançosos, ou quem gosta de romances e histórias comuns, é um filme filosófico assim como as teorias que o fundamentam e estimulam através tentativa funcional da arte o propósito da filosofia, causar a reflexão! Uma obra de arte.
Da pra acreditar que um filme foi filmado durante 12 anos?
Boyhood não é uma daquelas obras conceituais, que brincam com os sentidos e exigem do expectador uma profunda reflexão sobre a perspectiva ou sobre qualquer tentativa subliminar de transmitir ideias à um nicho específico de público. E talvez por isso, e apenas por isso, não tenha ganhado o Oscar. Boyhood é um daqueles filmes que nos fazem refletir sim, mas com relação a identificação com os dilemas enfrentados pelo personagem, tanto em sua infância e seus problemas familiares, a juventude e os dilemas sociais e na fase adulta e o início de seu questionamento sobre a essência, função e propósito da vida. E sem dúvida todo mundo já se deparou com pelo menos algum dos momentos citados no filme. O interessante (e chocante e mega apavorante) é que o filme foi gravado durante 12 anos, e ver o personagem envelhecendo, diante de nossos olhos nos faz ter a péssima e já conhecida sensação de como a vida passa rápido. Em determinado momento do filme tive a sensação que minha própria vida havia passado nestas 2 horas, e essa é uma maluca e apavorante sensação, embora estimule nossa reflexão. Não é um filme pra ser discutido em rodas de intelectuais, é um filme pra ser apreciado sozinho, de modo que promova um diálogo com sua própria consciência sobre o tempo e sobre o que fazemos dele.
Como me encanta o cinema Francês(com letra maiúscula sim) Poucos estilos no mundo conseguem transmitir de maneira tão concreta suas propostas morais, seus questionamentos políticos e sociais de maneira tão poética, tão graciosa quanto os cineastas franceses. Não apenas por sua linguagem romântica, ou seus olhares artísticos que parecem inatos, é além, é pela capacidade de tocar os expectadores com visões sobre temáticas por vezes tão comuns que nos passam desapercebidas, e seu talento ao mostrar com toda leveza e suavidade suas chocantes importâncias. Samba é um destes filmes que tenuemente aliam o drama, o romance e a comédia em um enredo repleto sutilezas que nos remetem a reflexões além da trama. E embora seja um filme bastante ocidentalizado em comparação aos clássicos franceses, ainda possui bastante em si de sua essência. De maneira resumida, vale cada minuto.
Ps: Charlotte Gaisbourg e Omar Sy no mesmo longa, é charme demais pra qualquer crítica negativa.
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Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraDesafiador, filosófico e emocionante, pra mim são os termos que definem o que foi "Estou pensando em acabar com tudo".
Desafiador porque exige atenção, o filme aos poucos te serve aperitivos do que seria o prato principal, logo de entrada você tem um aperitivo do que se tratará a obra num sutil porém importante detalhe, o tempo, não se tratará de uma obra linear.
Filosófico porque logo adiante, num longo trecho com monólogo e breves reflexões ele coloca o prato e os talheres à mesa, a estrutura do filme foi montada, será uma obra de reflexão, de interiorização e profundidade, então o choque, talheres demais geram complexidade, a ordem correta é de dentro pra fora? Ou de fora pra dentro?
Então vem o prato principal, fragmentando o ritmo cadenciado do filme o clímax se desenvolve com as experiências quase sinestésicas do que se mostra uma obra complexa porém impactante, os ingredientes e suas conexões, o sentido, as texturas e o sabor convergem numa refeição deliciosa, saborosa e complexa.
A sobremesa é a mensagem dolorosa embora emocionante, e então você percebe, o prato principal não existe, e o protagonista forja-se diante de sua constatação, "é a sobremesa" e a última colherada de uma refeição.
E então a refeição acaba, e o que resta é o sabor do açúcar que amarga lentamente em sua boca.
Pra mim, "Estou pensando em acabar com tudo" é muito mais do que cinema, é muito mais do que mero entretenimento, é uma provocação à nossas relações e uma abordagem lúdica de temas complexos e dogmáticos, o suicídio e a solidão.
O nó da garganta ainda está aqui!
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraOscar sério?
Nada Contra Green Book, mas sinceramente ele está longe de ser um filme merecedor de Oscar perto do que foi o Infiltrado na Klan, que tratava praticamente da mesma temática em uma abordagem mais diferenciada e BASTANTE menos engessada.
Além do que, não chega aos pés do que foi Roma, que pra mim merecia de tão tão distante, o melhor filme.
É o Oscar mostrando que pra academia o que basta, não é uma visão artística espetacular diferenciada ou propostas profundas, nem análises que propõem uma reflexão além do que se mostra, e sim, seguir uma receitinha pronta de como fazer um filme previsível, com o mais puro clichê moral do cinema pedagógico(com relação a se aprender a ser uma pessoa melhor), quase uma fábula!
NOvamente, gosto do filme, a minha crítica é com a falta de risco, sair do modelinho de cinema americano, o que o Oscar não parece entender, dadas as duas últimas premiações.
November
3.8 78O que mais nos encanta no cinema?
Assim como em qualquer outro tipo de arte, a resposta é uma só, o estilo.
Quanto mais peculiar e original, maior sua capacidade de transformar uma simples história de amor, drama ou terror, numa mensagem impactante cheia de profundidade e emoção.
Se não fossem os estilos incomparáveis, como conseguiríamos explicar nossa paixão por Kubrick e todas as suas linguagens, as características incríveis dos diálogos contínuos de Woody Allen, ou a maneira chocante de se fazer questionamentos morais de Von Trier?
Uma história de amor e romance aparentemente simples como a de Amelie Poulain, se torna uma incrível alegoria sinestésica ao olhar de Jean-Pierre Jeunet, a biografia de um lobista de wall street vira uma frenética trama nas mãos de Scorsese, a profundidade com que Bergman, Deren, Kurosawa, Malick, Lynch, Bella Tarr e muitos outros, trabalham só é possível por seus estilos.
Me deparei sem querer com mais uma destas obras geniais cheia de estilo e requinte, com November, um filme Estoniano que aborda a humanidade, o misticismo e a comunidade juntas num enredo rítmico e profundo, de uma originalidade incrível.
Os humanos se tornam corruptos ao conviverem com espíritos, demônios e criaturas folclóricas que tomam suas posses e os maltratam como querem, e no meio dessa vila distópica o único sentimento bom é o amor que uma jovem sente por outro integrante desta vila.
A sinopse é simples, o estilo, incomparável.
Baixio das Bestas
3.5 397Baixio das Bestas
Um filme Brasileiro sobre vícios, violência e prostituição.
Quer tema mais atual e presente que esse no cotidiano de cada Brasileiro, o longa conta a vida de uma jovem de 16 anos abusada e prostituída pelo próprio avó, e aborda diversos aspectos que nos levam a refletir sobre as condições que levam uma pessoa ao mundo da prostituição, além disso a trama é composta por um grupo de jovens de classe média viciados e violentos, tal qual os "druguis" do clássico de Kubrick Laranja Mecânica, um bordel, cortadores de cana e um bêbado apaixonado e muito trabalhador.
O filme ideal pra avaliar as questões moralísticas, inversão de valores, e o machismo tradicional todas ainda inseridas em nossa sociedade repressora explicita oi implicitamente.
Além da atuação destruidora do monstro Brasileiro Mateus Nachtergaele.
Indicação pra reflexão.
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraSem comentários, que filme péssimo.
Uma tentativa frustada de fazer um cosplay do Tim Burton, com a paleta de cores da Amelie Poulain em um roteiro provavelmente escrito por uma criança de 3 anos, com déficit cognitivo.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraMe surpreendo bastante pelo fato deste filme ser desconhecido por muitas pessoas, até mesmo por muitos integrantes de grupos de discussão em cinema, chego até a considerar bastante injusto esse seu quase anonimato diante de toda sua imensurável carga estética, fotografia e direção de arte impecáveis, roteiro mega original, além de toda o seu potencial artístico dentro do cinema contemporâneo,enfim, o filme é espetacular em diversos aspectos e em diversas linguagens.
É um filme além de tudo bastante conceitual, um drama com ficção científica um tanto complexo que exige muita atenção para que não haja qualquer equívoco em sua interpretação.
O filme abusa do realismo fantástico em alguns cenários, em outros usa uma roupagem mais épica e outros ainda recorre ao bom e sempre aceito habitual cenário cotidiano, e embora profundo o roteiro apenas conta a história de um homem que luta para descobrir a cura para a doença de sua esposa, e embora pareça um romance qualquer, apresenta diversos elementos que fazem referência direta a algumas ideologias religiosas, e talvez esse seja um dos aspectos mais encantadores do filme, embora eu seja ateu(absurdamente) a mensagem espiritual é transmitida de maneira tão poética, ela faz parte integrante de um conjunto tão rítmico de imagens, sons e conceitos inserido em um contexto tão atrativo que por mais cético que o expectador seja, a conclusão sempre será a mesma, é uma belíssima obra e merece todo e qualquer elogio e prestígio de qualquer tipo de público independente de sua crença ou credo.
Agrada aos exigentes apreciadores de ficção, causa a reflexão que os dramas causam e possui o encanto que os romances carregam em si.
Trabalha nos planos emocional, racional e espiritual como nenhum outro filme faz de maneira que nenhum outro filme faz.
Simplesmente marcante.
Contágio Letal
2.4 421 Assista AgoraTo tentando entender até agora o motivo de eu ter assistido até o final.
Trocando os Pés
2.8 441 Assista AgoraGosto muito do Adam Sandler, mas o filme é péssimo e atuação dele também.
Sr. Ninguém
4.3 2,7KHá quanto tempo eu não assisto à um filme como esse.
Mr. Nobody é um filme de ficção científica e drama, uma fórmula capaz de causar a alternância entre a dúvida e a reflexão em 90% do filme sem nenhum tipo de exagero.
A trama do filme se desenvolve de forma insanamente não linear, o que em qualquer história comum já é suficiente pra causar questionamentos em qualquer expectador, imaginem neste filme, que baseia-se em grande parte do tempo em teorias das cordas, efeito borboleta, as pombas de Skinner, teoria da relatividade... temas complexos e que exigem muita atenção pra não perder elementos importantes (e são muitos) no desenvolver da história.
A história do personagem se destaca pela maneira original como é apresentada ao longo da trama, originalidade que torna o filme completamente imprevisível, é praticamente impossível adivinhar o que pode ou não ocorrer.
A fotografia do filme em determinados momentos, faz uso de cores de tonalidades frias, em contraste com matizes brilhantes, o que nos causa a leve sensação de que estamos em um sonho, em outros momentos abusa de um certo realismo fantástico em ambientes futuristas. Nada muito abusivo nem exagerado, tudo muito lúcido.
Minha indicação pra quem gosta de roteiros originais, e pra quem gosta de olhos azuis, pois nunca em nenhum outro filme, vi tanto foco em olhos azuis como neste kkk.
O Cavalo de Turim
4.2 211A menção a Nietzsche logo no início do filme pode parecer apenas com uma sutil tentativa de sugerir o tom da obra, estaria correto se o filme fosse apenas uma obra niilista, não é, o filme é uma manifestação gráfica de muitas de suas teorias e ideias.
O filme já começa em seu fim, e a ideia decadente e degenerativa da natureza humana e da vida se desenvolve em um filme que mais parece agonizar para a não vida, o não existir, a redução ao nada.
Definir este filme como drama seria de eufemismo enorme, o diretor eleva ao extremo o uso da linguagem se utilizando inclusive de códigos de outros estilos assim como o terror, todos os elementos trabalham em um conjunto rítmico na composição da obra: A trilha sonora quase fúnebre, a fotografia preta e branca, a lentidão angustiante do filme, a ambientação, enfim, todos compõem uma obra perfeita de drama e melancolia.
As menções as ideias Nietzschianas ocorrem ao longo do filme em momentos distintos, mas parecem dar forma ao enredo e são tão bem aplicadas que conseguem passar as temerosas e quase impensáveis ideias sobre a existência e a vida e suas possibilidades.
É um filme pessimista, ceticista, não recomendado para esperançosos, ou quem gosta de romances e histórias comuns, é um filme filosófico assim como as teorias que o fundamentam e estimulam através tentativa funcional da arte o propósito da filosofia, causar a reflexão!
Uma obra de arte.
Baixio das Bestas
3.5 397Choca com uma realidade que é tão próxima de nós que nos parece ficcional.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraDa pra acreditar que um filme foi filmado durante 12 anos?
Boyhood não é uma daquelas obras conceituais, que brincam com os sentidos e exigem do expectador uma profunda reflexão sobre a perspectiva ou sobre qualquer tentativa subliminar de transmitir ideias à um nicho específico de público. E talvez por isso, e apenas por isso, não tenha ganhado o Oscar.
Boyhood é um daqueles filmes que nos fazem refletir sim, mas com relação a identificação com os dilemas enfrentados pelo personagem, tanto em sua infância e seus problemas familiares, a juventude e os dilemas sociais e na fase adulta e o início de seu questionamento sobre a essência, função e propósito da vida. E sem dúvida todo mundo já se deparou com pelo menos algum dos momentos citados no filme.
O interessante (e chocante e mega apavorante) é que o filme foi gravado durante 12 anos, e ver o personagem envelhecendo, diante de nossos olhos nos faz ter a péssima e já conhecida sensação de como a vida passa rápido.
Em determinado momento do filme tive a sensação que minha própria vida havia passado nestas 2 horas, e essa é uma maluca e apavorante sensação, embora estimule nossa reflexão.
Não é um filme pra ser discutido em rodas de intelectuais, é um filme pra ser apreciado sozinho, de modo que promova um diálogo com sua própria consciência sobre o tempo e sobre o que fazemos dele.
Ótimo filme
Samba
3.8 336Como me encanta o cinema Francês(com letra maiúscula sim)
Poucos estilos no mundo conseguem transmitir de maneira tão concreta suas propostas morais, seus questionamentos políticos e sociais de maneira tão poética, tão graciosa quanto os cineastas franceses.
Não apenas por sua linguagem romântica, ou seus olhares artísticos que parecem inatos, é além, é pela capacidade de tocar os expectadores com visões sobre temáticas por vezes tão comuns que nos passam desapercebidas, e seu talento ao mostrar com toda leveza e suavidade suas chocantes importâncias.
Samba é um destes filmes que tenuemente aliam o drama, o romance e a comédia em um enredo repleto sutilezas que nos remetem a reflexões além da trama.
E embora seja um filme bastante ocidentalizado em comparação aos clássicos franceses, ainda possui bastante em si de sua essência.
De maneira resumida, vale cada minuto.
Ps: Charlotte Gaisbourg e Omar Sy no mesmo longa, é charme demais pra qualquer crítica negativa.