Como uma pessoa que nunca sequer apreciou e conheceu a fundo o black metal raiz, esse filme não me ofende nem um pouco. Sei que quem aprecia deve se incomodar e muito com as distorções narrativas, que fazem o filme menos uma descrição verídica dos fatos do que um bom entretenimento, e acho que saber se distanciar da realidade pode ser necessário para ver o filme por si só. Esse é um caminho que depende da escolha de cada um, e acho que tudo bem criticar mesmo, porque principalmente o Euronymous devia ser muito longe do puppy eyes Rory Culkin mocinho arrependido. Mas uma coisa que ficou acertada e eu acho que não merece a crítica é o elemento de estupidez empregado aos personagens. Um recurso muito utilizado por diretores como Mel Brooks e Tarantino é dar aos personagens, que na história geralmente são dotados de poder e controle da situação (nazistas e a família Manson, por exemplo), um ar de patetas perdidos. Isso não só é uma percepção acurada da cabeça dessas pessoas, que eram jovens com questões sociais e mentais complexas, mas um movimento necessário para retratar a lavagem cerebral promovida pelos ideais que seguiam. Dotar essas pessoas de uma imagem de estoicismo e até heroísmo (de acordo com os valores promovidos por estes ideais) pode ser mais perigoso e corre o risco de atender a continuação da construção de mitos ao redor de figuras que não merecem esse tratamento histórico. E eu quero mesmo é que o Varg Vikernes se foda.
a cena do primeiro ataque do urso, que simplesmente foi porca e tirou uma tensão que seria muito interessante para depois. Não tinha motivo pra mostrar o urso naquela hora. Outra coisa é a cena da Tessa Thompson, que não faz sentido algum. Ela estava a todo momento assustada na trama, e de repente decide se entregar com um fascínio que nunca tinha demonstrado antes. Legal fazer isso parecer uma questão de alterações provocadas pela própria natureza estranha do desconhecido, mas em nenhum momento se tem um hint de que aquilo vá acontecer, e só ficou meio vago, como se quisessem se livrar da personagem. Eu gosto das tramas centradas em personagens mulheres, e do final meio a ver com Arrival com esse tom de "nós que atacamos, aquele organismo só estava existindo ali", mas ficou um filme menos misterioso do que confuso mesmo. E tudo bem não responder tudo, Ex Machina é assim e funciona super bem, mas aqui parece que ficou hm... somente ok
O vilão é entediante, o que é pra ser uma reação inteligente da protagonista só faz ela parecer mais desamparada e descontrolada (ela não tem visão periférica?), os plot twists são tolos, a morte da amiga no começo e a morte do namorado posteriormente não geram impacto emocional nenhum (são extremamente gratuitos então pra que a cena inicial de conexão entre a protagonista e a vizinha?). Sei lá, fraquinho, uma proposta dessas tinha muito mais a entregar.
Decidi comentar porque fiquei um pouco surpresa com a nota desse filme. Talvez seja alguma insatisfação com a adaptação, mas não conheço a obra original do King. Entre outros do Flanagan com problemas muito mais evidentes, esse filme cumpre muito bem ao que se propõe. Gostei bastante e recomendo!
Estranhei um pouco a ideia de terem terem prolongado o título da tradução brasileira como "A mulher imortal", sendo este um filme que passeia livremente por determinações de gênero e sexo. Assim é como se existe a necessidade de reafirmar algo que não interessa ou convém a narrativa e procurar limitar ou resistir às seduções que as trocas de papeis podem exercer sobre mentes abertas à discussão e sensibilização.
Não conheço a obra original de Virginia Woolf mas fiquei encantada desde o começo. É um filme não convencional mas com bela direção de arte, figurinos, música, quebras tão bem conduzidas que tornam a experiência de experimentar com narrativa e temas sociais e políticos algo aprazível e aconchegante, tema difícil de abordar fora de uma perspectiva de realismo. É um filme lindico e eu amo <3
Mayhem: Senhores Do Caos
3.5 281Como uma pessoa que nunca sequer apreciou e conheceu a fundo o black metal raiz, esse filme não me ofende nem um pouco. Sei que quem aprecia deve se incomodar e muito com as distorções narrativas, que fazem o filme menos uma descrição verídica dos fatos do que um bom entretenimento, e acho que saber se distanciar da realidade pode ser necessário para ver o filme por si só. Esse é um caminho que depende da escolha de cada um, e acho que tudo bem criticar mesmo, porque principalmente o Euronymous devia ser muito longe do puppy eyes Rory Culkin mocinho arrependido. Mas uma coisa que ficou acertada e eu acho que não merece a crítica é o elemento de estupidez empregado aos personagens. Um recurso muito utilizado por diretores como Mel Brooks e Tarantino é dar aos personagens, que na história geralmente são dotados de poder e controle da situação (nazistas e a família Manson, por exemplo), um ar de patetas perdidos. Isso não só é uma percepção acurada da cabeça dessas pessoas, que eram jovens com questões sociais e mentais complexas, mas um movimento necessário para retratar a lavagem cerebral promovida pelos ideais que seguiam. Dotar essas pessoas de uma imagem de estoicismo e até heroísmo (de acordo com os valores promovidos por estes ideais) pode ser mais perigoso e corre o risco de atender a continuação da construção de mitos ao redor de figuras que não merecem esse tratamento histórico. E eu quero mesmo é que o Varg Vikernes se foda.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraO filme promete muito, mas é meio difícil não se distrair de algumas questões de montagem e direção que ficaram meio perdidas ali. Uma é
a cena do primeiro ataque do urso, que simplesmente foi porca e tirou uma tensão que seria muito interessante para depois. Não tinha motivo pra mostrar o urso naquela hora. Outra coisa é a cena da Tessa Thompson, que não faz sentido algum. Ela estava a todo momento assustada na trama, e de repente decide se entregar com um fascínio que nunca tinha demonstrado antes. Legal fazer isso parecer uma questão de alterações provocadas pela própria natureza estranha do desconhecido, mas em nenhum momento se tem um hint de que aquilo vá acontecer, e só ficou meio vago, como se quisessem se livrar da personagem. Eu gosto das tramas centradas em personagens mulheres, e do final meio a ver com Arrival com esse tom de "nós que atacamos, aquele organismo só estava existindo ali", mas ficou um filme menos misterioso do que confuso mesmo. E tudo bem não responder tudo, Ex Machina é assim e funciona super bem, mas aqui parece que ficou hm... somente ok
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KNão me convenceu. Flanagan é criativo, mas ele perdeu MUITAS chances de explorar o recurso do silêncio nesse filme.
O vilão é entediante, o que é pra ser uma reação inteligente da protagonista só faz ela parecer mais desamparada e descontrolada (ela não tem visão periférica?), os plot twists são tolos, a morte da amiga no começo e a morte do namorado posteriormente não geram impacto emocional nenhum (são extremamente gratuitos então pra que a cena inicial de conexão entre a protagonista e a vizinha?). Sei lá, fraquinho, uma proposta dessas tinha muito mais a entregar.
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O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraEu tenho um pouco de problema com algumas atuações da Nicole Kidman, as vezes acho ela meio afetada, mas nesse filme ela está sensacional 10/10
Jogo Perigoso
3.5 1,1K Assista AgoraDecidi comentar porque fiquei um pouco surpresa com a nota desse filme. Talvez seja alguma insatisfação com a adaptação, mas não conheço a obra original do King. Entre outros do Flanagan com problemas muito mais evidentes, esse filme cumpre muito bem ao que se propõe. Gostei bastante e recomendo!
Orlando, A Mulher Imortal
3.8 113 Assista AgoraEstranhei um pouco a ideia de terem terem prolongado o título da tradução brasileira como "A mulher imortal", sendo este um filme que passeia livremente por determinações de gênero e sexo. Assim é como se existe a necessidade de reafirmar algo que não interessa ou convém a narrativa e procurar limitar ou resistir às seduções que as trocas de papeis podem exercer sobre mentes abertas à discussão e sensibilização.
Não conheço a obra original de Virginia Woolf mas fiquei encantada desde o começo. É um filme não convencional mas com bela direção de arte, figurinos, música, quebras tão bem conduzidas que tornam a experiência de experimentar com narrativa e temas sociais e políticos algo aprazível e aconchegante, tema difícil de abordar fora de uma perspectiva de realismo. É um filme lindico e eu amo <3
Piratas do Caribe: O Baú da Morte
3.9 872 Assista AgoraNesse filme eu torço o tempo todo pro lado do Hans Zimmer