Mais um episódio sensacional. Já é possível sentenciar que é a melhor série pós Breaking Bad (mesmo que tenha começado agora a segunda metade).
Por tudo que foi desenvolvido na trama até agora, fica difícil afirmar o que irá acontecer daqui para frente. Entretanto, as boas obras de investigação policial têm por objetivo nos fazer especular, nos fazer decifrar os ‘signos’, em suma, juntar as peças e formar o quebra cabeça (mesmo que, posteriormente, descubramos que estávamos errados).
Vamos às elucubrações. rs Muito vem sendo especulado sobre a participação de Cohle e Marty nos assassinatos; se um deles é o assassino ou se tem algum tipo de envolvimento nos crimes. Não me parece que um deles seja o assassino. Os dois detetives têm motivos para suspeitar de Cohle, por conta de uma série de aspectos inexplicáveis (como o ‘sumiço’ por 10 anos) e também por aparentes contradições nos depoimentos. Os detetives sabem de coisas que nós ainda não sabemos, mas também sabemos de coisas que eles ainda não sabem. Sabemos que a suposta mentira sobre o pai de Cohle, na verdade, era para esconder uma ação extra-oficial; sabemos também que Cohle continuou investigando, como atesta o final do episódio, quando ele entra na antiga escola e encontra mais galhadas. A maneira como ele olha para o local, o fato de usar luvas para não ‘violar’ a cena do crime, e o manejo com uma das galhadas, dão a entender que ele estava diante de algo ‘novo’, desconhecido para ele até então. Seria para ele, talvez, mais uma peça do quebra cabeças.
Com relação a Marty, não me parece astuto o suficiente para ser o autor. O jeito impulsivo de ser o torna incapaz de elaborar tamanha farsa (embora, como foi bem dito abaixo, nos comentários, ele tenha apagado Ledoux muito rapidamente, talvez por medo de ele revelar algo para Cohle. Mas, prefiro acreditar que tenha sido por um acesso de fúria, que até então é uma das características marcantes de Marty).
A meu ver, a questão central é: Por que Cohle quis investigar sozinho por todos esses anos?
A resposta talvez seja aquela dada pelos usuários em comentários abaixo: porque ele suspeita que seja alguma figura do alto escalão, talvez o governador ou o pastor. Ou mesmo os dois. Ficou claro nos primeiros episódios que havia uma influência externa querendo determinar os rumos da investigação (quando queriam colocar uma força-tarefa para assumir o caso). Cohle se posicionou contra, talvez por suspeitar que havia gente de cima querendo que a verdade não viesse a tona. As ações extra-oficiais talvez tenham ocorrido para afastar a presença dessas pessoas.
Com base em tudo isso, eu diria que a história possui contornos parecidos com a de Jack, o Estripador (um caso difícil de ser solucionado, porque tinha pessoas influentes envolvidas: o assassino e as pessoas que queriam encobrir o escândalo). A dificuldade do caso, por causa do envolvimento de gente influente, talvez explique o porquê de uma suposta investigação solitária tão longa e minuciosa de Cohle.
Me ocorreu também que Marty foi arrastado para as ações extra-oficiais e que Cohle tivesse começado a suspeitar dele, porque a prisão de Ledoux talvez fosse fundamental para se chegar aos verdadeiros assassinos (pois, muito provavelmente, Cohle, com seu talento para extrair confissões, conseguiria extrair informações dele). Ao matar Ledoux, pode ter ocorrido a Cohle que Marty quis que a verdade ficasse escondida (talvez tivesse a certeza depois... Creio que muita coisa será revelada quando for mostrada a briga e a ruptura). Este seria também um dos motivos de Cohle ter seguido sozinho investigando. Mas, ainda prefiro acreditar na incapacidade de Marty, embora tudo possa acontecer...
É no tal galpão que pode estar as evidências colhidas por Cohle durante esses anos todos. Ou não. Talvez não tenha nada nele. Cohle estaria apenas manipulando os dois detetives (e ele ótimo nisso).
Enfim, são muitos ‘talvez’. Não dá para ter certeza de nada e isso é muito bom.
Cabe falar um pouco sobre as referências ao “Rei Amarelo”. Quem conhece os contos de H.P. Lovecraft, sabe que ele faz inúmeras referências a um livro maldito, feito com pele e escrito com sangue, que enlouqueceria as pessoas que o lesse: Necronomicon. Tal mitologia foi criada por Lovecraft, mas, sob influência de um outro escritor: Robert W. Chambers. Chambers é o autor de vários contos, influenciados por Ambrose Bierce e escritos em 1895 (embora eu não tenha certeza), que fazem menção a uma peça teatral chamada “O Rei Amarelo”. Não li ainda, pois a coletânea de contos nunca foi lançada no Brasil (embora informações dão conta de uma tradução em andamento), mas li num artigo (e um amigo meu conhece a coletânea) que a peça faz referência a uma cidade em ruínas, Carcosa, localizada em uma outra galáxia e habitado por uma entidade demoníaca chamada Hastur. Quem lê tal peça, assiste ou a encena, pode enlouquecer e morrer.
A curiosidade em torno dessas obras ‘amaldiçoadas’ é que, com o passar dos anos, se tornaram objeto de especulação sobre suas existências (ao meu ver, nunca existiram... são produtos de mentes geniais, com incrível talento para convencer, por causa da grande habilidade para operar com adjetivos). Inclusive, apareceram realmente, contudo, escritas por pessoas que leram Lovecraft e Chambers. Tais obras eram utilizadas por seitas, inclusive a Igreja Satânica criada por Anton Lavey.
Uma das consequências da leitura do livro seria a loucura. Isso implicaria, talvez, numa reinterpretação do conceito de loucura, que talvez aqui seja vista como “acesso ao transcendente”, ou, melhor dizendo: acesso aos Reinos Abissais das Obscuras Entidades do Passado (aqui é invenção minha, para uma melhor compreensão do que quero dizer. rsrsrs Se lêem Lovecraft, saberão do que se trata).
Onde eu quero chegar? Talvez os assassinatos da tal seita que Ledoux e o Rei Amarelo fazem parte, tenham ocorrido por causa da leitura da peça mencionada nos contos de Chambers. Isso explicaria as menções ao Rei Amarelo no diário de Dora Lange, as enigmáticas palavras de Ledoux antes de morrer e a teoria sobre o tempo, que foi utilizada por Cohle nos diálogos com os detetives. Talvez a peça contenha ensinamentos para algum tipo de transcendência e acesso à outras dimensões. E isso seria feito através de rituais de sacrifício, com regras específicas, expostas na tal peça.
Acho improvável que a série descambe para o sobrenatural... A história parece fincada no chão. Rituais ocorrem no mundo real e os motivos não diferem muito dos que são apresentados na ficção. Sem sobrenatural ou com, a verdade que as referências foram encaixadas de maneira inteligente pelos roteiristas.
Ps: Cohle parece ser o cara que mais tem os pés fincados no chão, por causa do seu ceticismo e niilismo. Até mencionou uma teoria científica, a teoria-m. Estarei falando besteira agora, mas, pelo pouco que sei da tal teoria, acho que ela converge para o universo mitológico de Chambers, Bierce e Lovecraft. rsrsrs Será que o roteirista seguiu essa linha?
Mais uma vez digo que são apenas hipóteses. Ficarei contente se não for nada disso, pois sei que seria surpreendido de maneira positiva (e tudo indica que será assim).
O episódio 4 foi excelente como um todo, mas os minutos finais foram perfeitos. Tecnicamente impecável e realista, a tal ponto de nos fazer sentir toda aquela tensão. Monstruoso o trabalho de apenas uma câmera!
Li alguns comentários de pessoas questionando o porquê daquele grupo seguir o governador. Ora, é tão difícil de compreender? Pois bem, faremos uma analogia...
A Alemanha foi o país mais prejudicado com a Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido derrotada, teve que pagar indenizações para os países vencedores. Fora a quantidade absurda de mortos. Em consequência disso, o país entrou numa crise econômica terrível e a auto estima do povo baixou (por terem sido derrotados e ainda assim pagar os vencedores). Daí aparece um sujeito de "pulso firme", 'corajoso', orador hábil, político perspicaz, que melhora situação econômica do país, o transforma numa potência e eleva a auto estima do povo alemão (através do mito da superioridade racial). Estamos falando de Hitler, o homem que levou os alemães a matar mais de 4 milhões de pessoas.
Pois bem... E numa realidade onde a população foi quase toda dizimada e os poucos que restam lutam desesperadamente para sobreviver? Não seria uma realidade ainda mais dura e cruel que a dos alemães? As circunstâncias não são ainda mais favoráveis para o aparecimento de "cães de guerra" com as mesmas qualidades que mencionei acima? As pessoas não seguirão com muita facilidade aquele que possuir essas qualidades e que oferecer algo além do desespero e a desesperança?
O governador tinha muitas qualidades e deu esperança àquelas pessoas (através da barbárie).
Crixus não era apenas um sujeito arrogante e que agia impulsivamente. Aquele diálogo com Spartacus foi um dos melhores da série. Muitas coisas que Crixus disse são pertinentes e creio que foi a vez dele abrir os olhos de Spartacus. Crixus estava certíssimo quando disse que a República não os deixaria livres. Com o poder que Roma já tinha e com homens como Crassus, extremamente ricos, não seria difícil oferecer recompensas no exterior.
Eu nos libertaria. Verdadeiramente livres. Acredita mesmo que Crassus parará assim que você chegar nas montanhas? Que a República nos deixará escapar em paz? Mostramos que são vulneráveis. Mostramos que uma mão trêmula pode tornar-se um punho. Desafiamos a ideia de que um escravo deve sempre saber seu lugar, aceitando punição e chicotadas pois foi ensinado a aceitá-las. Construímos Com nossas mãos, nosso sangue e nossas vidas. Podemos fazê-la cair pelo mesmo preço. Você abriu meus olhos para isso, Spartacus. Não me peça agora para fechá-los.
Um discurso simples sobre liberdade, mas coerente com as circunstâncias.
Tiberius não é filho de Crassus, mas sim de Batiatus. kkkkkk Ora, ele fodeu por trás com muita gente, tanto no sentido metafórico como no sentido literal. rs Com César foi no sentido literal (rs), com Kore parcialmente, com Crixus e Agron no sentido metafórico (apunhalando ambos por trás, na trairagem) e com Crassus, de maneira indireta, ao violar Kore. Enfim, o moleque calou a boca daqueles que achavam que ele seria apenas um 'revoltadinho'. Agora está sendo mais odiado do que Naevia.
Episódio mais parado que os anteriores, mas não menos espetacular. Na minha opinião, foi o mais tenso de todos, por conta das condições extremas nas quais os rebeldes estavam submetidos. Nível dramático absurdamente alto. Cheguei a sentir frio também (na barriga rs), por conta de alguns momentos de alta tensão.
- O "aperto de braços" entre Spartacus e Crixus, coerente com o nome do episódio: "Blood brothers". Foi muito bacana essa reviravolta, pois tudo levava a crer que eles iriam se separar cedo. Quem é que não ficou tenso com as encaradas que Crixus deu em Spartacus? rs Essa capacidade dos roteiristas de eliminar o óbvio nos leva a crer que haverá um final inesperado.
- César fazendo tudo que era esperado dele, mostrando ser muito esperto, inteligente (apesar de relativamente impulsivo), destemido e bom lutador. Por essas características é que ele causa antipatia em nós, pois é um adversário à altura dos rebeldes e que fez um estrago tremendo. É mais um motivo para se respeitar Crassus, pois escolheu o aliado certo para começar a fazer estragos no exército de Spartacus.
- Crassus mudando de expressão ao escutar o nome de Pompei. kkkkkkkkk
- A vingança de Tiberius. Foi um momento bastante desconfortável, mas coerente, pois Tiberius estava cheio de raiva do pai e essa foi a maneira mais eficiente de descarregá-la. Perdeu o seu amado (?) e então quis violar a amada de Crassus? Possivelmente...
Não tinha nada embolado, a série havia apenas começado (rimou). O problema é que as pessoas querem tudo pronto (e imediatamente), com as peças arrumadas nos seus devidos lugares. Quanto mais fácil, melhor. ¬¬
A terceira temporada está sensacional! Aproveitaram os melhores atores da primeira temporada e adicionaram mais alguns muito bons. Arrisco dizer que é a série atual que reúne o melhor elenco de atores. Jessica Lange está excelente interpretando a madre superiora durona e conservadora (no entanto, com a sexualidade a flor da pele rs), cujo passado é 'negro'.
Sutileza (nos diálogos, por exemplo); crítica (o apelo estético à sexualidade não é por acaso, pois lembrem-se que o cenário é um asilo ultra-conservador governado pela "Santa Igreja". Ao mesmo tempo, a ciência é uma alternativa tão brutal quanto); humor negro (o diabo 'excitado' com a morte de cristãos no filme foi demais hahaha). Estes elementos (e muitos outros) fazem AHS ser uma alento de originalidade tão em falta hoje em quase todos os segmentos do horror (principalmente no cinema). Espero que o nível seja alto até o fim (que não seja como o final da primeira temporada).
Ahh, tinha esquecido: a façanha de relativamente escapar do maniqueísmo que é tão comum nos filmes, livros e séries de terror. Vi comentários abaixo de pessoas perguntando quem são os mocinhos e vilões. Ninguém sabe ainda (e talvez ficaremos sem saber). Vi também pessoas dizendo que não estão entendendo nada. Talvez porque estão acostumadas com a divisão clássica, lógica, 'evidente' e racional entre o Bem e o Mal, o bom e o mau. AHS parece ser uma espécie de "Beleza americana do horror" que, através do comportamento dos seus personagens, critica a moral, as instituições clássicas (família e igreja) e a lógica do bem e do mal construído por estas.
Rectify (1ª Temporada)
4.3 83Dezenove de junho a data de estreia da segunda temporada. \o/
http://www.sundance.tv/series/rectify/blog/2014/03/sundancetv-announces-rectify-season-2-premiere-date
Rectify (2ª Temporada)
4.4 44Data de estreia da segunda temporada: 19 de junho. A melhor notícia de 2014, até o momento. \o/
http://www.sundance.tv/series/rectify/blog/2014/03/sundancetv-announces-rectify-season-2-premiere-date
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraMais um episódio sensacional. Já é possível sentenciar que é a melhor série pós Breaking Bad (mesmo que tenha começado agora a segunda metade).
Por tudo que foi desenvolvido na trama até agora, fica difícil afirmar o que irá acontecer daqui para frente. Entretanto, as boas obras de investigação policial têm por objetivo nos fazer especular, nos fazer decifrar os ‘signos’, em suma, juntar as peças e formar o quebra cabeça (mesmo que, posteriormente, descubramos que estávamos errados).
Vamos às elucubrações. rs Muito vem sendo especulado sobre a participação de Cohle e Marty nos assassinatos; se um deles é o assassino ou se tem algum tipo de envolvimento nos crimes. Não me parece que um deles seja o assassino. Os dois detetives têm motivos para suspeitar de Cohle, por conta de uma série de aspectos inexplicáveis (como o ‘sumiço’ por 10 anos) e também por aparentes contradições nos depoimentos. Os detetives sabem de coisas que nós ainda não sabemos, mas também sabemos de coisas que eles ainda não sabem. Sabemos que a suposta mentira sobre o pai de Cohle, na verdade, era para esconder uma ação extra-oficial; sabemos também que Cohle continuou investigando, como atesta o final do episódio, quando ele entra na antiga escola e encontra mais galhadas. A maneira como ele olha para o local, o fato de usar luvas para não ‘violar’ a cena do crime, e o manejo com uma das galhadas, dão a entender que ele estava diante de algo ‘novo’, desconhecido para ele até então. Seria para ele, talvez, mais uma peça do quebra cabeças.
Com relação a Marty, não me parece astuto o suficiente para ser o autor. O jeito impulsivo de ser o torna incapaz de elaborar tamanha farsa (embora, como foi bem dito abaixo, nos comentários, ele tenha apagado Ledoux muito rapidamente, talvez por medo de ele revelar algo para Cohle. Mas, prefiro acreditar que tenha sido por um acesso de fúria, que até então é uma das características marcantes de Marty).
A meu ver, a questão central é: Por que Cohle quis investigar sozinho por todos esses anos?
A resposta talvez seja aquela dada pelos usuários em comentários abaixo: porque ele suspeita que seja alguma figura do alto escalão, talvez o governador ou o pastor. Ou mesmo os dois. Ficou claro nos primeiros episódios que havia uma influência externa querendo determinar os rumos da investigação (quando queriam colocar uma força-tarefa para assumir o caso). Cohle se posicionou contra, talvez por suspeitar que havia gente de cima querendo que a verdade não viesse a tona. As ações extra-oficiais talvez tenham ocorrido para afastar a presença dessas pessoas.
Com base em tudo isso, eu diria que a história possui contornos parecidos com a de Jack, o Estripador (um caso difícil de ser solucionado, porque tinha pessoas influentes envolvidas: o assassino e as pessoas que queriam encobrir o escândalo). A dificuldade do caso, por causa do envolvimento de gente influente, talvez explique o porquê de uma suposta investigação solitária tão longa e minuciosa de Cohle.
Me ocorreu também que Marty foi arrastado para as ações extra-oficiais e que Cohle tivesse começado a suspeitar dele, porque a prisão de Ledoux talvez fosse fundamental para se chegar aos verdadeiros assassinos (pois, muito provavelmente, Cohle, com seu talento para extrair confissões, conseguiria extrair informações dele). Ao matar Ledoux, pode ter ocorrido a Cohle que Marty quis que a verdade ficasse escondida (talvez tivesse a certeza depois... Creio que muita coisa será revelada quando for mostrada a briga e a ruptura). Este seria também um dos motivos de Cohle ter seguido sozinho investigando. Mas, ainda prefiro acreditar na incapacidade de Marty, embora tudo possa acontecer...
É no tal galpão que pode estar as evidências colhidas por Cohle durante esses anos todos. Ou não. Talvez não tenha nada nele. Cohle estaria apenas manipulando os dois detetives (e ele ótimo nisso).
Enfim, são muitos ‘talvez’. Não dá para ter certeza de nada e isso é muito bom.
Cabe falar um pouco sobre as referências ao “Rei Amarelo”. Quem conhece os contos de H.P. Lovecraft, sabe que ele faz inúmeras referências a um livro maldito, feito com pele e escrito com sangue, que enlouqueceria as pessoas que o lesse: Necronomicon. Tal mitologia foi criada por Lovecraft, mas, sob influência de um outro escritor: Robert W. Chambers. Chambers é o autor de vários contos, influenciados por Ambrose Bierce e escritos em 1895 (embora eu não tenha certeza), que fazem menção a uma peça teatral chamada “O Rei Amarelo”. Não li ainda, pois a coletânea de contos nunca foi lançada no Brasil (embora informações dão conta de uma tradução em andamento), mas li num artigo (e um amigo meu conhece a coletânea) que a peça faz referência a uma cidade em ruínas, Carcosa, localizada em uma outra galáxia e habitado por uma entidade demoníaca chamada Hastur. Quem lê tal peça, assiste ou a encena, pode enlouquecer e morrer.
A curiosidade em torno dessas obras ‘amaldiçoadas’ é que, com o passar dos anos, se tornaram objeto de especulação sobre suas existências (ao meu ver, nunca existiram... são produtos de mentes geniais, com incrível talento para convencer, por causa da grande habilidade para operar com adjetivos). Inclusive, apareceram realmente, contudo, escritas por pessoas que leram Lovecraft e Chambers. Tais obras eram utilizadas por seitas, inclusive a Igreja Satânica criada por Anton Lavey.
Uma das consequências da leitura do livro seria a loucura. Isso implicaria, talvez, numa reinterpretação do conceito de loucura, que talvez aqui seja vista como “acesso ao transcendente”, ou, melhor dizendo: acesso aos Reinos Abissais das Obscuras Entidades do Passado (aqui é invenção minha, para uma melhor compreensão do que quero dizer. rsrsrs Se lêem Lovecraft, saberão do que se trata).
Onde eu quero chegar? Talvez os assassinatos da tal seita que Ledoux e o Rei Amarelo fazem parte, tenham ocorrido por causa da leitura da peça mencionada nos contos de Chambers. Isso explicaria as menções ao Rei Amarelo no diário de Dora Lange, as enigmáticas palavras de Ledoux antes de morrer e a teoria sobre o tempo, que foi utilizada por Cohle nos diálogos com os detetives. Talvez a peça contenha ensinamentos para algum tipo de transcendência e acesso à outras dimensões. E isso seria feito através de rituais de sacrifício, com regras específicas, expostas na tal peça.
Acho improvável que a série descambe para o sobrenatural... A história parece fincada no chão. Rituais ocorrem no mundo real e os motivos não diferem muito dos que são apresentados na ficção. Sem sobrenatural ou com, a verdade que as referências foram encaixadas de maneira inteligente pelos roteiristas.
Ps: Cohle parece ser o cara que mais tem os pés fincados no chão, por causa do seu ceticismo e niilismo. Até mencionou uma teoria científica, a teoria-m. Estarei falando besteira agora, mas, pelo pouco que sei da tal teoria, acho que ela converge para o universo mitológico de Chambers, Bierce e Lovecraft. rsrsrs Será que o roteirista seguiu essa linha?
Mais uma vez digo que são apenas hipóteses. Ficarei contente se não for nada disso, pois sei que seria surpreendido de maneira positiva (e tudo indica que será assim).
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraO episódio 4 foi excelente como um todo, mas os minutos finais foram perfeitos. Tecnicamente impecável e realista, a tal ponto de nos fazer sentir toda aquela tensão. Monstruoso o trabalho de apenas uma câmera!
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraLi alguns comentários de pessoas questionando o porquê daquele grupo seguir o governador. Ora, é tão difícil de compreender? Pois bem, faremos uma analogia...
A Alemanha foi o país mais prejudicado com a Primeira Guerra Mundial. Além de ter sido derrotada, teve que pagar indenizações para os países vencedores. Fora a quantidade absurda de mortos. Em consequência disso, o país entrou numa crise econômica terrível e a auto estima do povo baixou (por terem sido derrotados e ainda assim pagar os vencedores). Daí aparece um sujeito de "pulso firme", 'corajoso', orador hábil, político perspicaz, que melhora situação econômica do país, o transforma numa potência e eleva a auto estima do povo alemão (através do mito da superioridade racial). Estamos falando de Hitler, o homem que levou os alemães a matar mais de 4 milhões de pessoas.
Pois bem... E numa realidade onde a população foi quase toda dizimada e os poucos que restam lutam desesperadamente para sobreviver? Não seria uma realidade ainda mais dura e cruel que a dos alemães? As circunstâncias não são ainda mais favoráveis para o aparecimento de "cães de guerra" com as mesmas qualidades que mencionei acima? As pessoas não seguirão com muita facilidade aquele que possuir essas qualidades e que oferecer algo além do desespero e a desesperança?
O governador tinha muitas qualidades e deu esperança àquelas pessoas (através da barbárie).
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 637 Assista AgoraEssa
homenagem no final foi muito emocionante! Na verdade, uma das homenagens mais emocionantes que presencie na sétima arte. Antológica! \o/
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 637 Assista AgoraGostei dos roteiristas terem mostrado que
Crixus não era apenas um sujeito arrogante e que agia impulsivamente. Aquele diálogo com Spartacus foi um dos melhores da série. Muitas coisas que Crixus disse são pertinentes e creio que foi a vez dele abrir os olhos de Spartacus. Crixus estava certíssimo quando disse que a República não os deixaria livres. Com o poder que Roma já tinha e com homens como Crassus, extremamente ricos, não seria difícil oferecer recompensas no exterior.
Eu nos libertaria.
Verdadeiramente livres.
Acredita mesmo
que Crassus parará
assim que você chegar
nas montanhas?
Que a República
nos deixará escapar em paz?
Mostramos
que são vulneráveis.
Mostramos que uma mão trêmula
pode tornar-se um punho.
Desafiamos a ideia
de que um escravo
deve sempre saber seu lugar,
aceitando punição e chicotadas
pois foi ensinado a aceitá-las.
Construímos
Com nossas mãos,
nosso sangue e nossas vidas.
Podemos fazê-la cair
pelo mesmo preço.
Você abriu meus olhos
para isso, Spartacus.
Não me peça agora
para fechá-los.
Um discurso simples sobre liberdade, mas coerente com as circunstâncias.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 637 Assista AgoraEpisódio danado de bom, apesar dos spoilers que presenciei ao longo da semana. rs
Eu acho que
Tiberius não é filho de Crassus, mas sim de Batiatus. kkkkkk Ora, ele fodeu por trás com muita gente, tanto no sentido metafórico como no sentido literal. rs Com César foi no sentido literal (rs), com Kore parcialmente, com Crixus e Agron no sentido metafórico (apunhalando ambos por trás, na trairagem) e com Crassus, de maneira indireta, ao violar Kore. Enfim, o moleque calou a boca daqueles que achavam que ele seria apenas um 'revoltadinho'. Agora está sendo mais odiado do que Naevia.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 637 Assista AgoraEpisódio mais parado que os anteriores, mas não menos espetacular. Na minha opinião, foi o mais tenso de todos, por conta das condições extremas nas quais os rebeldes estavam submetidos. Nível dramático absurdamente alto. Cheguei a sentir frio também (na barriga rs), por conta de alguns momentos de alta tensão.
A cena de Crixus lutando contra os sete romanos foi uma das mais bem feitas de toda a série. Visualmente beirou a perfeição.
Spartacus: A Guerra dos Condenados (3ª Temporada)
4.5 637 Assista AgoraEpisódio espetacular! Está difícil conviver com a certeza de que a série terá um fim em pouco mais de um mês. :/
Alguns destaques:
- O "aperto de braços" entre Spartacus e Crixus, coerente com o nome do episódio: "Blood brothers". Foi muito bacana essa reviravolta, pois tudo levava a crer que eles iriam se separar cedo. Quem é que não ficou tenso com as encaradas que Crixus deu em Spartacus? rs Essa capacidade dos roteiristas de eliminar o óbvio nos leva a crer que haverá um final inesperado.
- César fazendo tudo que era esperado dele, mostrando ser muito esperto, inteligente (apesar de relativamente impulsivo), destemido e bom lutador. Por essas características é que ele causa antipatia em nós, pois é um adversário à altura dos rebeldes e que fez um estrago tremendo. É mais um motivo para se respeitar Crassus, pois escolheu o aliado certo para começar a fazer estragos no exército de Spartacus.
- Crassus mudando de expressão ao escutar o nome de Pompei. kkkkkkkkk
- A vingança de Tiberius. Foi um momento bastante desconfortável, mas coerente, pois Tiberius estava cheio de raiva do pai e essa foi a maneira mais eficiente de descarregá-la. Perdeu o seu amado (?) e então quis violar a amada de Crassus? Possivelmente...
Expectativas enormes para o próximo episódio!
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KQue coisa... O melhor momento de Glee, não foi em Glee, mas sim em AHS. Entenderam? :p
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KAHS teve seu momento Glee! rs
Episódio de lascar o cano de bom! \o/
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KNão tinha nada embolado, a série havia apenas começado (rimou). O problema é que as pessoas querem tudo pronto (e imediatamente), com as peças arrumadas nos seus devidos lugares. Quanto mais fácil, melhor. ¬¬
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KS05, episódio sensacional!
Sylar voltou! :p
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KEu devo ter algum problema...
Ri daquele zumbi com a pança cheia, depois de ter comido a Lori. Ele estava empanturrado e nem conseguia andar de tão "cheio". :/
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KA terceira temporada está sensacional! Aproveitaram os melhores atores da primeira temporada e adicionaram mais alguns muito bons. Arrisco dizer que é a série atual que reúne o melhor elenco de atores. Jessica Lange está excelente interpretando a madre superiora durona e conservadora (no entanto, com a sexualidade a flor da pele rs), cujo passado é 'negro'.
Sutileza (nos diálogos, por exemplo); crítica (o apelo estético à sexualidade não é por acaso, pois lembrem-se que o cenário é um asilo ultra-conservador governado pela "Santa Igreja". Ao mesmo tempo, a ciência é uma alternativa tão brutal quanto); humor negro (o diabo 'excitado' com a morte de cristãos no filme foi demais hahaha). Estes elementos (e muitos outros) fazem AHS ser uma alento de originalidade tão em falta hoje em quase todos os segmentos do horror (principalmente no cinema). Espero que o nível seja alto até o fim (que não seja como o final da primeira temporada).
Ahh, tinha esquecido: a façanha de relativamente escapar do maniqueísmo que é tão comum nos filmes, livros e séries de terror. Vi comentários abaixo de pessoas perguntando quem são os mocinhos e vilões. Ninguém sabe ainda (e talvez ficaremos sem saber). Vi também pessoas dizendo que não estão entendendo nada. Talvez porque estão acostumadas com a divisão clássica, lógica, 'evidente' e racional entre o Bem e o Mal, o bom e o mau. AHS parece ser uma espécie de "Beleza americana do horror" que, através do comportamento dos seus personagens, critica a moral, as instituições clássicas (família e igreja) e a lógica do bem e do mal construído por estas.