filmow.com/usuario/porfirogenita
    Você está em
  1. > Home
  2. > Usuários
  3. > porfirogenita
30 years (BRA)
Usuária desde Novembro de 2011
Grau de compatibilidade cinéfila
Baseado em 0 avaliações em comum

amo sensações de impotência em filmes. ~dramático

Últimas opiniões enviadas

  • porfiro

    Isao Takahata é um mestre da dramaturgia do comum, ele consegue nos fazer entrar em contato com a intimidade do imaginário popular, o sentimento de nostalgia de infância que dividimos com todos do mundo, pois todos já o passamos.
    aqui também, como em tantas obras do estudio ghibli, é trabalhada a questão do crescimento, do amadurecimento pessoal e da busca da simplicidade e da verdade de uma ética de vida. sempre emponderador e inspirador. <3

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • porfiro

    o filme mais fálico que vi do Greenaway até agora. os elementos presentes em suas obras anteriores continuam aqui com um grau de pertinência talvez mais evidente: eros e thanatos, sexo e morte (e arrogância, sempre). e claro, sua composição intertextual, cenas se desdobrando sobre cenas, criando hiperlinks artificiais (e mesmo paradoxais, tocando num dos traumas do cinema contemporâneo e bastante discutido nos filmes de Greenaway: como dar conta da revolução digital dando continuidade a evolução da arte cinematográfica?).
    a apresentação dos personagens dividindo a tela com fotos de suas próprias representações já dá ideia do como o filme explorará essa biografia, a verdade sobre você-pessoa é ilusória, fabricada. não importa que homem você foi, sempre contarão pedaços de sua história, inventando através da montagem, nada mais Eisenstein.
    não pude deixar de perceber que este também é o filme mais masculino de Greenaway, o romance de dois homens que se desdobra numa biografia de descoberta, plot quase ultrapassado demais para o Eisenstein trintão: uma mistura indiscreta de discussões dialéticas sobre morte, sexo, estética, marxismo, busca de si, hollywood, decadência, comunismo, walt disney e revolução... mas que cai perfeitamente na construção de um sentimento juvenil arrogante, movido à potência de viver ao máximo.
    transcrevi com apoio de legendas um dos "capítulos" do filme, Eisenstein e Palomino estão no cemitério, dividi em 4 atos, já previamente existentes na diegese da obra. um dos meus diálogos preferidos de filmes, claro que não é a mesma coisa que na tela, as imagens-slides ágeis de Greenaway são insubstituíveis, mas pra quem gosta de diálogos transcritos como eu, aí vai:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Ato 1 – Eisenstein e Palomino caminhando pelo cemitério
    Eisenstein: Já não há mais moscas em cima de mim.
    Palomino: As moscas de novo? Ainda são moscas russas?
    E: Estão se preparando. Preparando-se para devorar minha carne putrefata. Moscas e vermes.
    Conheço vermes. Vermes do “Encouraçado Potemkin”. Toc-toc, quem é?
    P: Apenas a morte.
    E: (suspiro) A morte está tão próxima aqui neste sol escaldante. Está batendo no meu ombro. Na Rússia nós escondemos a morte. Tornamo-la uma coisa distante.
    P: Aqui a morte é muito próxima. E é uma heroína muito simpática. Recebe-nos na porta do cemitério e nos acompanha com cortesia. Andamos junto com a morte sob a mesma sombrinha no cemitério. Desfrutamos da mesma sombra. O melhor sobre a morte é que é uma amiga, não uma estranha.
    [pausa]
    Ato 2 – Eisenstein e Palomino recostados sobre túmulos verticais
    E: Lenin morreu. Karl Marx também. Ambos morreram em suas camas.
    P: Jesus Cristo morreu. Ele foi crucificado. E São Pedro. Ele foi crucificado de cabeça para baixo.
    E: E Cortés e Pizarro… e Torquemada também morreram.
    P: Moctezuma morreu.
    E: E George Washington morreu. E Abraham Lincoln morreu. Foi baleado.
    P: Pancho Villa morreu. Baleado. E Zapata morreu. Baleado. E Benito Pablo Juárez morreu. Miguel Hidalgo morreu. Baleado.
    E: Uma vez interpretei Leonardo da Vinci morrendo nos braços de Francisco I, em Amboise. Eisenstein morrerá… como Leonardo.
    Não tenho tanta certeza de que cineastas serão lembrados.
    P: Ya nos hechamos una lista de grandes muertos.
    [pausa]
    Ato 3 – Eisenstein e Palomino deitados na grama do cemitério
    P: Não o surpreende que passemos tanto tempo fazendo gente morrer em filmes?
    E: Todos os atores, mais cedo ou mais tarde, de preferência mais cedo, de cinema e teatro em todo o mundo, são solicitados a foder ou morrer. Hamlet, Otelo, Macbeth, Julieta, Madame Butterfly, Joana D'Arc, Yevgeniy 0negin, Cleópatra, Júlio César, Savonarola,
    Helena de Troia, Ivan o Terrível.
    P: Nós lhes permitimos que mostre pessoas fodendo e morrendo. Sabemos que não estão. Você também sabe. E sabemos que você sabe que nós sabemos que não estão.
    E: É tudo para provar que vivemos duas vezes. Primeiro como afirmação, e depois, como um desafio à própria morte. A voluntária e indispensável suspensão da descrença.
    Ato 4 – Eisenstein e Palominos sentador no cemitério rodeados de flores
    E: Na Rússia de hoje a morte chega bêbeda, toda amarfanhada e sem roupas íntimas, porque lá ninguém tem dinheiro para isso. Veste uma camisa branca usada, sem colarinho e com punhos sujos. A morte na Rússia é um evento desagradável no fim da vida. Aqui no México, ela chega de olhos resplandecentes, risonha, totalmente sóbria, dando início à sua maior aventura, distribuindo beijos. Sua cabeça, seu coração e seu pau levantados. Sexo e morte, as duas únicas coisas inegociáveis: Eros e Thanatos. Nunca temos consciência da nossa concepção. Podemos realmente ser testemunhas da nossa própria morte?
    P: Você foi apresentado à morte no México. Na verdade, parece-me que você mesmo se apresentou à morte no México.
    E: Talvez agora deva apresentar-se ao sexo no México.
    (risos)
    E: Bem, talvez agora deva apresentar-me ao sexo no mundo. Quem sabe você me apresenta ao sexo no México e no mundo?

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • porfiro

    o único filme que Yoshifumi Kondo dirigiu.. tenho a impressão de que é como se a Shizuku tivesse crescido (no coração dos outros artistas do estúdio) e escrito alguns dos contos animados do estúdio. como se Yoshifumi tivesse continuado com eles.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Nenhum recado para porfiro.

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.