"The Sopranos" é o melhor conteúdo audiovisual já visto por mim. Além de abordar a temática pulp do submundo da máfia italiana em Nova York e Nova Jersey, a narrativa de Tony Soprano tem a maior densidade existencial já vista por mim em um conteúdo que se utiliza dos elementos visuais para se construir. Vendo filmes de Bergman e Antonioni, que parecem ter unido não apenas na morte - ocorrida no mesmo dia, em 2007 - mas também nessa série, cheia de recursos dialógicos que me fizeram lembrar das obras do autor alemão e de jogos de câmera que resgatam o fascínio da imagem tido pelo autor italiano, Sopranos é dona de um enredo que fala tanto por meio dos longos diálogos quando pelas imagens que captam o inconsciente das personagens. Diante de nós, temos um belo exemplo de narrativa carnavalesca a explorar a ambiguidade do ser para si, com uma forte presença da psicanálise não como algo determinista e sim como um elemento essencial para a liberdade de escolha das personagens. Sopranos, por meio de tantos recursos, discute temas universais como a morte, a angústia de ser, a homofobia, o patriarcado, o discutso estereotipado e o senso moral existente mesmo nos mais crueis criminosos. Diversos episódios por si podem ser tomados como pequenas narrativas independentes que servem de provocação para diversos temas da condição humana. Por sinal, um dos grandes talentos dos produtores da série foi justamente criar uma narrativa similar a uma árvore, que se espalha em diversos outros núcleos, os quais desembocam no núcleo central, muitas vezes explicando fatos que outrora não tinham uma razão clara de ser. O começo da série evoca o nascimento. O final evoca duplamente a experiência da morte e a banalidade da existência humana, que segue o seu curso indiferente a nossos dramas internos. Uma existência que se repete em ciclos de farsa e comédia, mas segue, de forma paradoxal, um curso imprevisível, impreciso, incerto.
Impressionante como o spin-off de Breaking Bad possui o mesmo nível técnico de sua série mãe, acentuadoi nesta bela terceira temporada. Os enquadramentos, as longas tomadas com a música e o silêncio ditando o ritmo narrativo por meio de cenas longas e envolventes do ponto de vista psicológico criam um enredo que se desenvolve com profundidade, com muitos toques da tradicional narrativa do romance de formação. Jimmy/Saul é uma figura carnavalesca que assim como Walter e Jesse em Breaking Bad tem as profundezas de seu ser ligadas a problemas familiares e existenciais de um passado renitente que invade o presente. Interessante também a carga dramática de uma série cujo fim está preso ao começo de outra e ainda assim consegue prender a atenção do espectador para o desenrolar dos fatos, mesmo que a princípios eles sejam levemente previsíveis ou apenas motivados pela curiosidade do espectador em entender como esta ou aquela figura apareceu no enredo central de Breaking Bad. Quando penso que ao lado deste enredo principal lá se vão quase dez temporadas, fico ainda mais impressionado com a beleza poética do complexo Breaking Bad/Better Call Saul, que conseguem por quase dez anos, se tomarmos as duas como uma única série, manter um nível de excelência raro em narrativas feitas para televisão ou canais de stream.
Breaking Bad foi uma série que mexeu tanto comigo que fiquei por alguns dias sem saber o que assistir. A solução mais lógica foi optar pela prequência da grande série estrelada por Bryan Cranston, mesmo sabendo da possibilidade de esta não chegar aos pés daquela. Porém a surpresa foi bem interessante e a curiosidade de entender o passado de Saul Goodman, um dos melhores personagens de BB foi saciada duplamente por haver também a exploração do incrível personagem Mike Ehrmantraut.
Nesse sentido, Breaking Bad/Better Call Saul revelaram em conjunto uma outra grande qualidade: a capacidade de explorar diversos focos narrativos diferentes que revelam como ao nosso redor diversos fatos ocorrem sem que nos apercebamos. Os laboratórios de metanfetamina que são presença constante em BB na história de Saul não são citados. Apenas de forma tangencial o universo do tráfico de drogas é citado, o que revela uma interessante complementaridade entre as duas séries.
Os aspectos técnicos se mostram bons em ambas. Os belos enquadramentos, os jogos de luz e sombra, os diálogos densos, as cenas longas a mexer com a tensão e a expectativa do espectador, a construção das personagens e o enrendo cheio de cortes temporais e quebra-cabeças envolvendo elementos das cenas seguem a transformar o desenrolar os episódios em algo fluido e profundo ao mesmo tempo.
Mike e Saul são dois seres que roubam a cena em Breaking Bad, que conseguiu reunir um panteão de personagens formidáveis. (Vale lembrar Hank e mesmo seu parceiro Gomez.) Creio que muitos fãs de BB ficaram com vontade de ver mais desses dois personagens, mesmo os dois tendo uma participação incrível na série de Walter White. A cena final de Mike até hoje me provoca profundos momentos de auto contemplação e é uma bela reflexão sobre a finitude da vida. Nada mais justo que eles tivessem mais momentos para mostrar suas identidades profundas.
Vejo Breaking Bad e sua prequência como duas séries que se complementam ao mesmo tempo que possuem independência entre si. Isso ocorre pelo fato de a temática das duas ser similar: os dramas humanos provenientes de orgulhos feridos e conflitos familiares que deixam marcas profundas. Assim, Walter, Jesse, Saul e Mike ganham muito espaço e tempo para serem expostos em todas a sua complexidade, o que transforma o roteiro de Breaking Bad/Better Call Saul uma das coisas mais bem escritas já vistas por mim, bem como o nível de suas atuações.
Há muito de Jesse em Saul, assim como há muito de Walter em Chuck, outro dos bons personagens que Better… introduziu em sua trama. Há muito de cruel e frágil em cada um dos personagens que compõe essa trama, que mostra, como os bons filmes de Tarantino e como o bom Paulo Lins faz no romance “Cidade de Deus” que mesmo o mundo do crime pode oferecer profundidade poética e existencial para uma grande história acerca do quão frágil somos dentro dessa espaço limitado de tempo que é a nossa existência.
Terminei recentemente a segunda temporada de Californication e posso dizer que já entrou em meu rol de séries favoritas. O tema poderia desencadear em mais uma simplificação do universo masculino deplorando o feminino, como em Two and a Half Men, mas não. Como nos melhores livros de Bukowisk, temos o machismo exibido em uma dimensão mais existencial, com um homem que adora ter uma liberdade a qual certamente não daria a sua esposa/companheira Karen.
Hank é o típico cara que faz da virilidade uma aventura para curar-se do tédio da existência e precisa, sempre, de uma mulher ao seu lado, seja para viver um idílio amoroso, seja para passar umas horas de gozo descomprometido. Tom Kapinos faz com que a história não caia em uma simples coletânea de conquistas, mas mostra o lado humano de um cara que não consegue se controlar e tendo de criticar o feminismo precisa lidar com uma pequena feminista em casa: sua filha Rebeca, a qual ganha mais e mais importância na série.
Além disso, temas bem interessantes como as crises existenciais e de inspiração, a solidão, os dramas familiares ganham um espaço muito considerável nessa série que jamais perde o ritmo frenético e é cheia de bons diálogos e trilha sonoraa formidável. E, preciso confessar, identifiquei demais com a figura de Hank Moody, mesmo não conseguindo viver uma vida transviada mantendo a mesma bela forma mantida por ele.
A terceira temporada de Mad Med consegue manter bem o nível das duas primeiras. Alfuns personagens, como Betts e mesmo a filha de Don, ganham em importância. Outros, como Peggy e Pete, acabam sendo deixados um pouco de lado e nem mesmo aparecem em certos episódios. Já Don, com seu humor camusiano, já se demonstra uma identidade bem reconhecida pelo público e isso faz com que ele corra o risco de se desgastar com o passar do tempo.
Na questão temática, a série consegue se manter fiel a sua proposta de denunciar os abusos e preconceitos de uma classe média que vive o sonho americano em seu apogeu. A cultura do estupro segue forte no decorrer da série e os diálogos e a fotografia seguem excelentes, com qualidade digna de cinema.
Todavia, ao que me parece a série chega nessa temporada a um ponto crucial. House, por exemplo, consegue intensificar os efeitos produzidos nas três primeiras temporas e perde força a partir da quinta. Receio que Mad Men corra esse risco, mas ainda é cedo para dizer.
A série é boa demais e logo no primeito episódio já fica bem claro qual será o ritmo dela. Hank é um personagem bastante humano e problemático como todo bom escritor, por ter sempre à flor da pele seu mundo emocional e por se forçar a trabalhar com isso de modo perfeito. O enredo possui um bom andamento, sem se tornar chato ou piegas em nenhum momento e como nos bons filmes de Woody as crises existenciais geram boas piadas e situações bem inusitadas.
Melhor anime de todos os tempos, mesmo sendo apenas uma base para o excelente mangá. Consegue brutal, romântico, sensível, selvagem, filosófico e existencialista como poucas produções literárias. Marcou profundamente quando vi em 2009 e até torço para que Kentaro Miura finalize a história.
Sou muito fã do modo como a história é narrada, superpondo passado e presente o tempo todo. Como amante da literatura, impossível não lembrar de um Mario Vargas Llosa no momento em que o passado de uma personagem vem à tona. Além disso, a série mostra de forma bastante realista os conflitos étnicos existentes dentro da prisão e acho interessante o fato de a Pipe parecer não viver a realidade da prisão, por conta do pouco tempo que ela terá de passar ali. Parece que sua prisão é mais um ritual de passagem, de purificação mesmo, do que realmente uma pena. Ela encontrar-se presa parece mais um sursis do que realmente uma condenação. Os diálogos são ricos, a fotografia é sensacional e mesmo os episódios sendo longos, cerca de uma hora de duração, são dinâmicos, profundos, poéticos.
Não sei o que é melhor nessa série: a reprodução perfeita do visual e do clima dos anos 60; o machismo nojento que serve de belo panorama crítico de nossa sociedade; os dramas existenciais de pessoas que após a guerra ainda não sabem muito bem como proceder neste mundo; a falsidade que está latente na convenção social do casamento; o constante questionamento do papel da mulher; ou a bela trilha sonora repleta de jazz e outros ritmos. Mad Men é uma das poucas séries vistas por mim até agora que consegue explorar de forma profunda diversos espaços existenciais ao mesmo tempo e por isso se torna uma bela crítica social, mesmo que de forma anacrônica.
Temporada formidável. Dizer o que é melhor nela: Isaac ou Hannah com dois atores sensacionais nos papeis. Acho que o Malafaia mandou boicotar a série nessa temporada, hein? É muito contra a família tradicional. Hehehehe.
Ao meu ver, a melhor temporada vista por mim até agora, e olha que gostei demais da quinta, na qual já havia uma interessante crítica ao discursos de auto ajuda e a seus seguidores. Abordar a temática da religião fez a série ficar com um clima parecido com o do filme Seven e ao mesmo tempo o roteiro consegue se manter muito bem escrito com as tramas que ocorrem paralelamente. Olha que estamos em uma altura em que as séries começam a perder a força. House, já na quinta temporada, deu claros sinais de cansaço. Mas Dexter, pelo menos até agora, consegue se firmar enquanto uma série muito boa, dinâmica e profunda do ponto de vista existencial.
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Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 307 Assista Agora"The Sopranos" é o melhor conteúdo audiovisual já visto por mim. Além de abordar a temática pulp do submundo da máfia italiana em Nova York e Nova Jersey, a narrativa de Tony Soprano tem a maior densidade existencial já vista por mim em um conteúdo que se utiliza dos elementos visuais para se construir.
Vendo filmes de Bergman e Antonioni, que parecem ter unido não apenas na morte - ocorrida no mesmo dia, em 2007 - mas também nessa série, cheia de recursos dialógicos que me fizeram lembrar das obras do autor alemão e de jogos de câmera que resgatam o fascínio da imagem tido pelo autor italiano, Sopranos é dona de um enredo que fala tanto por meio dos longos diálogos quando pelas imagens que captam o inconsciente das personagens.
Diante de nós, temos um belo exemplo de narrativa carnavalesca a explorar a ambiguidade do ser para si, com uma forte presença da psicanálise não como algo determinista e sim como um elemento essencial para a liberdade de escolha das personagens. Sopranos, por meio de tantos recursos, discute temas universais como a morte, a angústia de ser, a homofobia, o patriarcado, o discutso estereotipado e o senso moral existente mesmo nos mais crueis criminosos.
Diversos episódios por si podem ser tomados como pequenas narrativas independentes que servem de provocação para diversos temas da condição humana. Por sinal, um dos grandes talentos dos produtores da série foi justamente criar uma narrativa similar a uma árvore, que se espalha em diversos outros núcleos, os quais desembocam no núcleo central, muitas vezes explicando fatos que outrora não tinham uma razão clara de ser.
O começo da série evoca o nascimento. O final evoca duplamente a experiência da morte e a banalidade da existência humana, que segue o seu curso indiferente a nossos dramas internos. Uma existência que se repete em ciclos de farsa e comédia, mas segue, de forma paradoxal, um curso imprevisível, impreciso, incerto.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 313Impressionante como o spin-off de Breaking Bad possui o mesmo nível técnico de sua série mãe, acentuadoi nesta bela terceira temporada. Os enquadramentos, as longas tomadas com a música e o silêncio ditando o ritmo narrativo por meio de cenas longas e envolventes do ponto de vista psicológico criam um enredo que se desenvolve com profundidade, com muitos toques da tradicional narrativa do romance de formação. Jimmy/Saul é uma figura carnavalesca que assim como Walter e Jesse em Breaking Bad tem as profundezas de seu ser ligadas a problemas familiares e existenciais de um passado renitente que invade o presente. Interessante também a carga dramática de uma série cujo fim está preso ao começo de outra e ainda assim consegue prender a atenção do espectador para o desenrolar dos fatos, mesmo que a princípios eles sejam levemente previsíveis ou apenas motivados pela curiosidade do espectador em entender como esta ou aquela figura apareceu no enredo central de Breaking Bad. Quando penso que ao lado deste enredo principal lá se vão quase dez temporadas, fico ainda mais impressionado com a beleza poética do complexo Breaking Bad/Better Call Saul, que conseguem por quase dez anos, se tomarmos as duas como uma única série, manter um nível de excelência raro em narrativas feitas para televisão ou canais de stream.
Better Call Saul (2ª Temporada)
4.3 358Breaking Bad foi uma série que mexeu tanto comigo que fiquei por alguns dias sem saber o que assistir. A solução mais lógica foi optar pela prequência da grande série estrelada por Bryan Cranston, mesmo sabendo da possibilidade de esta não chegar aos pés daquela. Porém a surpresa foi bem interessante e a curiosidade de entender o passado de Saul Goodman, um dos melhores personagens de BB foi saciada duplamente por haver também a exploração do incrível personagem Mike Ehrmantraut.
Nesse sentido, Breaking Bad/Better Call Saul revelaram em conjunto uma outra grande qualidade: a capacidade de explorar diversos focos narrativos diferentes que revelam como ao nosso redor diversos fatos ocorrem sem que nos apercebamos. Os laboratórios de metanfetamina que são presença constante em BB na história de Saul não são citados. Apenas de forma tangencial o universo do tráfico de drogas é citado, o que revela uma interessante complementaridade entre as duas séries.
Os aspectos técnicos se mostram bons em ambas. Os belos enquadramentos, os jogos de luz e sombra, os diálogos densos, as cenas longas a mexer com a tensão e a expectativa do espectador, a construção das personagens e o enrendo cheio de cortes temporais e quebra-cabeças envolvendo elementos das cenas seguem a transformar o desenrolar os episódios em algo fluido e profundo ao mesmo tempo.
Mike e Saul são dois seres que roubam a cena em Breaking Bad, que conseguiu reunir um panteão de personagens formidáveis. (Vale lembrar Hank e mesmo seu parceiro Gomez.) Creio que muitos fãs de BB ficaram com vontade de ver mais desses dois personagens, mesmo os dois tendo uma participação incrível na série de Walter White. A cena final de Mike até hoje me provoca profundos momentos de auto contemplação e é uma bela reflexão sobre a finitude da vida. Nada mais justo que eles tivessem mais momentos para mostrar suas identidades profundas.
Vejo Breaking Bad e sua prequência como duas séries que se complementam ao mesmo tempo que possuem independência entre si. Isso ocorre pelo fato de a temática das duas ser similar: os dramas humanos provenientes de orgulhos feridos e conflitos familiares que deixam marcas profundas. Assim, Walter, Jesse, Saul e Mike ganham muito espaço e tempo para serem expostos em todas a sua complexidade, o que transforma o roteiro de Breaking Bad/Better Call Saul uma das coisas mais bem escritas já vistas por mim, bem como o nível de suas atuações.
Há muito de Jesse em Saul, assim como há muito de Walter em Chuck, outro dos bons personagens que Better… introduziu em sua trama. Há muito de cruel e frágil em cada um dos personagens que compõe essa trama, que mostra, como os bons filmes de Tarantino e como o bom Paulo Lins faz no romance “Cidade de Deus” que mesmo o mundo do crime pode oferecer profundidade poética e existencial para uma grande história acerca do quão frágil somos dentro dessa espaço limitado de tempo que é a nossa existência.
Californication (3ª Temporada)
4.2 112Terminei recentemente a segunda temporada de Californication e posso dizer que já entrou em meu rol de séries favoritas. O tema poderia desencadear em mais uma simplificação do universo masculino deplorando o feminino, como em Two and a Half Men, mas não. Como nos melhores livros de Bukowisk, temos o machismo exibido em uma dimensão mais existencial, com um homem que adora ter uma liberdade a qual certamente não daria a sua esposa/companheira Karen.
Hank é o típico cara que faz da virilidade uma aventura para curar-se do tédio da existência e precisa, sempre, de uma mulher ao seu lado, seja para viver um idílio amoroso, seja para passar umas horas de gozo descomprometido. Tom Kapinos faz com que a história não caia em uma simples coletânea de conquistas, mas mostra o lado humano de um cara que não consegue se controlar e tendo de criticar o feminismo precisa lidar com uma pequena feminista em casa: sua filha Rebeca, a qual ganha mais e mais importância na série.
Além disso, temas bem interessantes como as crises existenciais e de inspiração, a solidão, os dramas familiares ganham um espaço muito considerável nessa série que jamais perde o ritmo frenético e é cheia de bons diálogos e trilha sonoraa formidável. E, preciso confessar, identifiquei demais com a figura de Hank Moody, mesmo não conseguindo viver uma vida transviada mantendo a mesma bela forma mantida por ele.
Mad Men (3ª Temporada)
4.5 155 Assista AgoraA terceira temporada de Mad Med consegue manter bem o nível das duas primeiras. Alfuns personagens, como Betts e mesmo a filha de Don, ganham em importância. Outros, como Peggy e Pete, acabam sendo deixados um pouco de lado e nem mesmo aparecem em certos episódios. Já Don, com seu humor camusiano, já se demonstra uma identidade bem reconhecida pelo público e isso faz com que ele corra o risco de se desgastar com o passar do tempo.
Na questão temática, a série consegue se manter fiel a sua proposta de denunciar os abusos e preconceitos de uma classe média que vive o sonho americano em seu apogeu. A cultura do estupro segue forte no decorrer da série e os diálogos e a fotografia seguem excelentes, com qualidade digna de cinema.
Todavia, ao que me parece a série chega nessa temporada a um ponto crucial. House, por exemplo, consegue intensificar os efeitos produzidos nas três primeiras temporas e perde força a partir da quinta. Receio que Mad Men corra esse risco, mas ainda é cedo para dizer.
Californication (1ª Temporada)
4.3 159A série é boa demais e logo no primeito episódio já fica bem claro qual será o ritmo dela. Hank é um personagem bastante humano e problemático como todo bom escritor, por ter sempre à flor da pele seu mundo emocional e por se forçar a trabalhar com isso de modo perfeito. O enredo possui um bom andamento, sem se tornar chato ou piegas em nenhum momento e como nos bons filmes de Woody as crises existenciais geram boas piadas e situações bem inusitadas.
Berserk
4.5 189 Assista AgoraMelhor anime de todos os tempos, mesmo sendo apenas uma base para o excelente mangá. Consegue brutal, romântico, sensível, selvagem, filosófico e existencialista como poucas produções literárias. Marcou profundamente quando vi em 2009 e até torço para que Kentaro Miura finalize a história.
Orange Is the New Black (1ª Temporada)
4.3 1,2K Assista AgoraSou muito fã do modo como a história é narrada, superpondo passado e presente o tempo todo. Como amante da literatura, impossível não lembrar de um Mario Vargas Llosa no momento em que o passado de uma personagem vem à tona. Além disso, a série mostra de forma bastante realista os conflitos étnicos existentes dentro da prisão e acho interessante o fato de a Pipe parecer não viver a realidade da prisão, por conta do pouco tempo que ela terá de passar ali. Parece que sua prisão é mais um ritual de passagem, de purificação mesmo, do que realmente uma pena. Ela encontrar-se presa parece mais um sursis do que realmente uma condenação. Os diálogos são ricos, a fotografia é sensacional e mesmo os episódios sendo longos, cerca de uma hora de duração, são dinâmicos, profundos, poéticos.
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraNão sei o que é melhor nessa série: a reprodução perfeita do visual e do clima dos anos 60; o machismo nojento que serve de belo panorama crítico de nossa sociedade; os dramas existenciais de pessoas que após a guerra ainda não sabem muito bem como proceder neste mundo; a falsidade que está latente na convenção social do casamento; o constante questionamento do papel da mulher; ou a bela trilha sonora repleta de jazz e outros ritmos. Mad Men é uma das poucas séries vistas por mim até agora que consegue explorar de forma profunda diversos espaços existenciais ao mesmo tempo e por isso se torna uma bela crítica social, mesmo que de forma anacrônica.
Dexter (7ª Temporada)
4.1 1,0K Assista AgoraTemporada formidável. Dizer o que é melhor nela: Isaac ou Hannah com dois atores sensacionais nos papeis. Acho que o Malafaia mandou boicotar a série nessa temporada, hein? É muito contra a família tradicional. Hehehehe.
Dexter (6ª Temporada)
4.2 982 Assista AgoraAo meu ver, a melhor temporada vista por mim até agora, e olha que gostei demais da quinta, na qual já havia uma interessante crítica ao discursos de auto ajuda e a seus seguidores. Abordar a temática da religião fez a série ficar com um clima parecido com o do filme Seven e ao mesmo tempo o roteiro consegue se manter muito bem escrito com as tramas que ocorrem paralelamente. Olha que estamos em uma altura em que as séries começam a perder a força. House, já na quinta temporada, deu claros sinais de cansaço. Mas Dexter, pelo menos até agora, consegue se firmar enquanto uma série muito boa, dinâmica e profunda do ponto de vista existencial.