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40 anos, de São Paulo. Fã da sétima arte, graduado em filosofia e jornalismo. Tentarei, conforme for lembrando, registrar os filmes mais interessantes que já assisti. ;)

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Últimas opiniões enviadas

  • Rafael Issa

    O filme tem lá seu propósito, uma bela fotografia, mas para mim faltou mais conteúdo. Gosto de filmes com sutilezas e esse é um filme cheio delas, mas acho que houve um exagero nesse sentido. A premissa é interessante, mas o desenvolvimento não me cativou.

    [spoiler][/spoiler] O melhor momento, sem dúvida, é o diálogo final com o pai.

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  • Rafael Issa

    [spoiler][/spoiler]
    Fica uma questão para se pensar sobre esse filme: teria havido um acontecimento originário, responsável por tudo o que ocorreu no filme, mas que não foi mostrado no roteiro? É o que me parece. "Três" Hectors aparecem na história. Quando vemos o primeiro Hector sendo conduzido à máquina do tempo, isso já ocorre sob estímulo do segundo Hector (lembrem-se de que o segundo persegue o primeiro até que este entre na máquina). Como essa poderia ter sido "a primeira vez" em que Hector entrou na máquina? É preciso que Hector tenha inicialmente nela entrado de outra maneira, sem a manipulação de um "segundo Hector" (afinal, antes que a máquina do tempo tenha sido utilizada, não há como existir "dois Hectors" no mesmo ponto temporal). O provável é que o início do filme já seja uma "realidade transformada", isto é, uma realidade que "apagou" o acontecimento originário (a primeira vez em que, de fato, Hector entrou na máquina do tempo, em circunstâncias desconhecidas pelo espectador). Provavelmente, o segundo Hector (ao ver-se numa nova realidade temporal, no passado) quis "adiantar" a ida do "primeiro Hector" à máquina do tempo (com o propósito de que eles existissem simultaneamente o mínimo de tempo possível). Essa ação de promover esse adiantamento teria levado aos acontecimentos do filme e "apagado" a verdadeira primeira ida de Hector à máquina.

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  • Rafael Issa

    [spoiler][/spoiler] O interessante no filme é notar como somos capazes de olhar para a realidade de maneira distorcida (por exemplo, vendo como normal situações de abuso). Por conta do ambiente em que está, a protagonista assimila como natural a ideia de se tornar adulta precocemente. Assim, ao mesmo tempo em que ainda apresenta nítidos traços de infantilidade em seu comportamento, ela procura se apresentar aos outros de forma madura (o que é fruto, também, de confusões em relação à sua autoimagem). Vive simultaneamente entre crianças e a realidade do bordel. Isso provoca uma confusão na forma com que a personagem do fotógrafo olha para ela. Às vezes, ele a vê como apenas uma criança; outras vezes, levado pelos gestos supostamente maduros da garota (que, dentre outras coisas, se insinua para ele) a vê como mulher. Num momento, sente a necessidade de protegê-la de interesses sexuais dos adultos; no outro, ele mesmo dorme com ela. Num momento, diz que uma criança não deve ser agredida; no outro, ele mesmo bate nela (age aí como aquele que quer "disciplinar a criança" ou aquele que "agride a mulher" por esta não se submeter?). Mas seriam verdadeiramente maduros esses gestos "tipicamente adultos" de Violet? Ou, ao contrário, a garota estaria - por força das circunstâncias - reproduzindo mimeticamente, numa espécie de encenação, esses gestos? Em outras palavras: Violet, ainda essencialmente uma criança, estaria "brincando" de ser adulta (como é comum entre crianças, aliás) e, graças à naturalização de suas condições de vida, fazendo com que os adultos (imaturos ao seu modo) acreditassem em sua falsa maturidade? Não é por acaso a profissão do homem com quem Violet acaba se casando. O fotógrafo é aquele que produz representações da realidade, isto é, que cria "cópias da realidade". Mas as representações dessa personagem são reproduções fiéis ou distorções da realidade? Não pode o fotógrafo manipular a realidade, sugerir que a realidade seria algo diferente do que verdadeiramente é? Se numa fotografia Violet pode ser representada como uma criança segurando uma boneca, na outra pode ser representada como uma mulher nua. Depende de como o cenário para a fotografia é preparado. O curioso é que Violet não era nem uma coisa nem outra; isto é, nem a criança que fruiu plenamente de sua infância e nem uma mulher amadurecida. A cena em que Violet estraga propositadamente os filmes do marido me parece extremamente simbólica: estaria ela, naquele ato infantil, desconstruindo aquela perspectiva segundo a qual a garota estava pronta para um relacionamento adulto? A meu ver, Louis Malle procura trabalhar essa questão da distorção interpretativa sobretudo em relação ao espectador do filme. É muito provável que diversos espectadores, assistindo ao longa, oscilem entre ver Violet como criança e adulta, transitando entre a repulsa por observar a relação abusiva entre adulto e criança e a ideia de um romance consensual (até adocicado, sob certos aspectos). Pode-se discutir se utilizar a nudez de uma atriz tão nova é, eticamente falando, um recurso válido. Por outro lado, acusar Malle de "erotizar a criança" não seria uma interpretação que já caiu nas garras da distorção interpretativa, isto é, que de certa maneira prova "a tese" do filme? Afinal, se Violet é só uma criança, o que temos em sua nudez é apenas um corpo de criança (que, aliás, sequer desenvolveu os seios). Nesse caso, não estaria havendo a exposição de algo intrinsecamente erótico. Para que esse corpo seja visto de maneira erotizada, é preciso que subjetivamente essa representação "tome o lugar da realidade". A erotização não estaria, então, exatamente na câmera que capta a nudez de Violet, mas naquele que é receptor da imagem e vê nesta algo a mais do que um corpo infantil. Analogamente, poder-se-ia dizer que à imagem captada pela fotografia tirada pelo fotógrafo é acrescentada uma interpretação pessoal do que é visto, uma interpretação que pode ser uma espécie de falseamento da realidade. Trata-se, novamente, de um campo aberto para pensar a validade de nossos juízos frente ao que vemos. Daí eu acreditar que Malle não caiu em nenhuma espécie de "romantização do abuso"; ou ainda, de que não houve, no olhar do diretor, nenhuma compactuação com a ideia de que Violet era realmente uma garota amadurecida. Há no filme diversas pistas de que a menina mantém, apesar de todo o seu comportamento, traços infantis e de que os adultos ao redor erroneamente "adultizaram a criança". A cena final explicita que a infância de Violet foi roubada e que, talvez somente naquele momento melancólico da última fotografia, ela tenha (pelas marcas da vida) amadurecido um pouco (paradoxalmente, justamente no momento em que a permitiram - até de forma imperativa - que ela "fosse uma criança").

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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