Aposto que muita gente que veio aqui para afirmar que não vai ver o filme por conta de seu conteúdo homossexual, vai baixá-lo e assisti-lo quietinho no meio da madrugada. Não digo que estas pessoas sejam homossexuais por isso, mas a curiosidade destes que gostam de se autoafirmar geralmente é bastante grande. Então, aproveitem o filme! E quanto aos que estão com medo de o longa ser promíscuo ou vulgar: vamos parar de caretice? O filme foi exibido no festival de cannes (ganhou o queer palm), está com 90 pontos no metacritics e 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não estou dizendo que a opinião desses críticos signifique muita coisa, mas se os anglo-saxões do RT conseguiram apreciar o filme mesmo com as cenas de nudez e sexo, vocês também vão conseguir.
O mais triste do filme é a constatação de que mesmo após sofrer um trauma terrível através de um acontecimento tão vão e cruel, o homem não consegue se desvencilhar de seus dogmas religiosos. Ele pode até passar por momentos de dúvida por não entender porque deus deixara acontecer tamanha barbaridade com um ser inocente. Ele pode ter seu momento de fúria e vingança indo contra todos os ensinamentos cristãos que aprendera durante a vida. Mas essa é a única visão de mundo que o homem conhece. E mesmo que o relacionamento entre deus e o homem se apresente de maneira extremamente falha e frágil, é nele mesmo que ele vai procurar conforto e redenção. Como se estivesse encurralado e sua única escolha fosse continuar vivendo essa ilusão, brilhantemente representada pela fonte que brota sob a donzela.
Não esperava um filme tão desesperançoso. O interessante é que o assisti de maneira completamente impassível com o que estava acontecendo na tela. Como se meu lado niilista tivesse despertado e presenciado tudo sem grandes surpresas. Pra mim foi mais uma experiência de constatação do que uma experiência emocional.
Não é difícil compreender o motivo por trás do sucesso comercial dos Vingadores. Afinal, tudo foi arquitetado meticulosamente pela Marvel desde o princípio para que este fosse o ápice de um épico que dera início ainda em Homem de Ferro. O difícil é compreender o sucesso de crítica e público que o longa alcançou. Falo isso como uma pessoa que assistiu a todos os filmes que antecederam a este. É certo que Os Vingadores é um "filme evento", mas seus méritos artísticos, ou mesmo de entretenimento, não estão a par do status conquistado. Talvez seu maior problema tenha nascido a partir daí. Todos os personagens são apresentados de maneira solene, e cada quadro parece querer buscar autenticidade somente através dos ícones representados por estes heróis. A cena do embate entre Thor e o Homem de Ferro é um bom exemplo disso. A sequência é completamente irrelevante para a construção da narrativa e está ali somente para realizar o sonho molhado dos fãs destes heróis. Momentos "icônicos" e vazios como esse permeiam toda a narrativa, principalmente em sua primeira metade. O que nos leva para a segunda metade da projeção, onde a solenidade é deixada um pouco de lado para dar lugar à pancadaria desenfreada. Menos mal. Pelo menos o filme consegue escapar um pouco do marasmo (mas só um pouco). A única sequência de ação que consegue se sair um pouco mais interessante é a de um sacrifício final envolvendo Ned Stark e uma bomba nuclear. Todo o resto fica dividido entre bocejos e admiração pelos efeitos especiais. O humor é igualmente falho; possuindo apenas uma tirada inteligente e realmente engraçada envolvendo Capitão América e o Nick Fury. Os efeitos especiais merecem elogios, não há como negar os méritos da produção nesse quesito. Os Vingadores custou mais de 200 milhões de dólares, mas nem sempre os efeitos são bem empregados em produções desse porte. A direção de arte possui momentos inspirados, como no encontro entre o Dr. Banner e a Viúva Negra, onde o primeiro explica sua natureza monstruosa em um cômodo escuro e essencialmente marrom com pinceladas sutis de um verde esmeralda ao fundo, remetendo imediatamente à lembrança de seu monstro interior, Hulk. Por fim, Os Vingadores acaba se revelando uma experiência menos prazerosa do que a maioria dos filmes individuais daqueles heróis. Frustrante, no mínimo.
Passei alguns minutos tentando lembrar se havia assistido a esse filme ou não. Depois de consultar minha lista, descobri que sim, assisti há apenas um ano. Essa é minha crítica do "Eu sou o Número Quatro".
Parece que o pessoal não entende que um filme não se constrói somente em cima de diálogos ou de um grande elenco. Shyamalan demonstra que tem domínio da linguagem cinematográfica com este filme. E é isso que importa: o bom uso da linguagem; a mise en scène. A reclamação em cima dos atores me faz questionar até que ponto o elenco é importante em um filme como esse. O essencial é enxergar o quadro geral. Quanto aos que reclamam da adaptação não ser fiel ao desenho (que eu não assisti), tenho uma notícia para vocês: Um filme não precisa ser totalmente fiel ao seu material de origem. Principalmente de uma série televisiva. E eu não estou falando só da história, mas também dos personagens e suas caracterizações. A linguagem televisiva é muito diferente da cinematográfica. Uma adaptação tem de ser assistida sabendo que esta é essencialmente DIFERENTE da mídia original. O foda é que o povo não conseguiu separar as bolas. A maioria reagiu de maneira exageradamente negativa e, por conta disso, as chances de continuação da saga foram completamente limadas. E quem acabou perdendo com isso foi o pessoal que sabe apreciar cinema.
Regras da Atração não é um filme para os fracos de coração. É uma dramédia que provoca e incomoda com sua visão niilista (realista?) das relações interpessoais do ser humano. Um filme que afirma o caos como parte fundamental da psique de um indivíduo. Os três protagonistas parecem caminhar à deriva no decorrer da história com suas indecisões; perdidos em meio ao caos da juventude universitária. Nós, espectadores e cúmplices, seguimos seus passos acompanhando erro atrás de erro. Talvez até aconselhando mentalmente os personagens para que eles possam se encontrar ao final. Mas o filme insiste em pontuar o comportamento destrutivo de cada um deles. E, no fim, não há final feliz; não há final triste; não há respostas. Há apenas vida.
Obra-prima que relata com sensibilidade o momento de difícil transição na vida de uma jovem. Ou de todos os jovens. O momento em que percebemos que não temos o poder de transformar o mundo da maneira que a fantasia nos fez acreditar. O momento em que nossos olhos são abertos para o mundo e no processo a inocência nos é retirada sem grandes avisos prévios. Margaret é a representação da inocência de Lisa. E Lisa chora porque sabe que Margaret está morta.
Gosto de como o filme usa como exemplo a cientologia mas ao mesmo tempo dá espaço para que o espectador relacione o tema com todas as religiões e cultos. Este é O filme anti-religião.
Quer saber? Depois de meia hora de filme eu larguei os bets e comecei a apreciar este terceiro capítulo da saga pelo o que ele é: um filme de horror trash completamente descompromissado com tudo (principalmente com a própria série). C'est la vie.
Um Estranho no Lago
3.3 465 Assista AgoraAposto que muita gente que veio aqui para afirmar que não vai ver o filme por conta de seu conteúdo homossexual, vai baixá-lo e assisti-lo quietinho no meio da madrugada. Não digo que estas pessoas sejam homossexuais por isso, mas a curiosidade destes que gostam de se autoafirmar geralmente é bastante grande. Então, aproveitem o filme! E quanto aos que estão com medo de o longa ser promíscuo ou vulgar: vamos parar de caretice? O filme foi exibido no festival de cannes (ganhou o queer palm), está com 90 pontos no metacritics e 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não estou dizendo que a opinião desses críticos signifique muita coisa, mas se os anglo-saxões do RT conseguiram apreciar o filme mesmo com as cenas de nudez e sexo, vocês também vão conseguir.
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraA impressão que eu tive ao assistir esse filme foi: eu já joguei esse videogame.
A Fonte da Donzela
4.3 219 Assista AgoraO mais triste do filme é a constatação de que mesmo após sofrer um trauma terrível através de um acontecimento tão vão e cruel, o homem não consegue se desvencilhar de seus dogmas religiosos. Ele pode até passar por momentos de dúvida por não entender porque deus deixara acontecer tamanha barbaridade com um ser inocente. Ele pode ter seu momento de fúria e vingança indo contra todos os ensinamentos cristãos que aprendera durante a vida. Mas essa é a única visão de mundo que o homem conhece. E mesmo que o relacionamento entre deus e o homem se apresente de maneira extremamente falha e frágil, é nele mesmo que ele vai procurar conforto e redenção. Como se estivesse encurralado e sua única escolha fosse continuar vivendo essa ilusão, brilhantemente representada pela fonte que brota sob a donzela.
A Grande Testemunha
4.0 96 Assista AgoraNão esperava um filme tão desesperançoso. O interessante é que o assisti de maneira completamente impassível com o que estava acontecendo na tela. Como se meu lado niilista tivesse despertado e presenciado tudo sem grandes surpresas. Pra mim foi mais uma experiência de constatação do que uma experiência emocional.
Rosetta
3.9 76"mamãe, está cheio de lama."
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraNão é difícil compreender o motivo por trás do sucesso comercial dos Vingadores. Afinal, tudo foi arquitetado meticulosamente pela Marvel desde o princípio para que este fosse o ápice de um épico que dera início ainda em Homem de Ferro. O difícil é compreender o sucesso de crítica e público que o longa alcançou. Falo isso como uma pessoa que assistiu a todos os filmes que antecederam a este.
É certo que Os Vingadores é um "filme evento", mas seus méritos artísticos, ou mesmo de entretenimento, não estão a par do status conquistado. Talvez seu maior problema tenha nascido a partir daí. Todos os personagens são apresentados de maneira solene, e cada quadro parece querer buscar autenticidade somente através dos ícones representados por estes heróis. A cena do embate entre Thor e o Homem de Ferro é um bom exemplo disso. A sequência é completamente irrelevante para a construção da narrativa e está ali somente para realizar o sonho molhado dos fãs destes heróis. Momentos "icônicos" e vazios como esse permeiam toda a narrativa, principalmente em sua primeira metade. O que nos leva para a segunda metade da projeção, onde a solenidade é deixada um pouco de lado para dar lugar à pancadaria desenfreada. Menos mal. Pelo menos o filme consegue escapar um pouco do marasmo (mas só um pouco). A única sequência de ação que consegue se sair um pouco mais interessante é a de um sacrifício final envolvendo Ned Stark e uma bomba nuclear. Todo o resto fica dividido entre bocejos e admiração pelos efeitos especiais.
O humor é igualmente falho; possuindo apenas uma tirada inteligente e realmente engraçada envolvendo Capitão América e o Nick Fury. Os efeitos especiais merecem elogios, não há como negar os méritos da produção nesse quesito. Os Vingadores custou mais de 200 milhões de dólares, mas nem sempre os efeitos são bem empregados em produções desse porte. A direção de arte possui momentos inspirados, como no encontro entre o Dr. Banner e a Viúva Negra, onde o primeiro explica sua natureza monstruosa em um cômodo escuro e essencialmente marrom com pinceladas sutis de um verde esmeralda ao fundo, remetendo imediatamente à lembrança de seu monstro interior, Hulk.
Por fim, Os Vingadores acaba se revelando uma experiência menos prazerosa do que a maioria dos filmes individuais daqueles heróis. Frustrante, no mínimo.
Eu Sou o Número Quatro
3.1 2,0KPassei alguns minutos tentando lembrar se havia assistido a esse filme ou não. Depois de consultar minha lista, descobri que sim, assisti há apenas um ano. Essa é minha crítica do "Eu sou o Número Quatro".
O Último Mestre do Ar
2.7 2,1K Assista AgoraParece que o pessoal não entende que um filme não se constrói somente em cima de diálogos ou de um grande elenco. Shyamalan demonstra que tem domínio da linguagem cinematográfica com este filme. E é isso que importa: o bom uso da linguagem; a mise en scène. A reclamação em cima dos atores me faz questionar até que ponto o elenco é importante em um filme como esse. O essencial é enxergar o quadro geral. Quanto aos que reclamam da adaptação não ser fiel ao desenho (que eu não assisti), tenho uma notícia para vocês: Um filme não precisa ser totalmente fiel ao seu material de origem. Principalmente de uma série televisiva. E eu não estou falando só da história, mas também dos personagens e suas caracterizações. A linguagem televisiva é muito diferente da cinematográfica. Uma adaptação tem de ser assistida sabendo que esta é essencialmente DIFERENTE da mídia original. O foda é que o povo não conseguiu separar as bolas. A maioria reagiu de maneira exageradamente negativa e, por conta disso, as chances de continuação da saga foram completamente limadas. E quem acabou perdendo com isso foi o pessoal que sabe apreciar cinema.
Regras da Atração
3.1 180 Assista AgoraRegras da Atração não é um filme para os fracos de coração. É uma dramédia que provoca e incomoda com sua visão niilista (realista?) das relações interpessoais do ser humano. Um filme que afirma o caos como parte fundamental da psique de um indivíduo. Os três protagonistas parecem caminhar à deriva no decorrer da história com suas indecisões; perdidos em meio ao caos da juventude universitária. Nós, espectadores e cúmplices, seguimos seus passos acompanhando erro atrás de erro. Talvez até aconselhando mentalmente os personagens para que eles possam se encontrar ao final. Mas o filme insiste em pontuar o comportamento destrutivo de cada um deles. E, no fim, não há final feliz; não há final triste; não há respostas. Há apenas vida.
Margaret
2.9 175Obra-prima que relata com sensibilidade o momento de difícil transição na vida de uma jovem. Ou de todos os jovens. O momento em que percebemos que não temos o poder de transformar o mundo da maneira que a fantasia nos fez acreditar. O momento em que nossos olhos são abertos para o mundo e no processo a inocência nos é retirada sem grandes avisos prévios. Margaret é a representação da inocência de Lisa. E Lisa chora porque sabe que Margaret está morta.
O Jardim de Cimento
3.8 65Provavelmente a cena final deste filme está entre as mais poderosas da história do cinema.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraGosto de como o filme usa como exemplo a cientologia mas ao mesmo tempo dá espaço para que o espectador relacione o tema com todas as religiões e cultos. Este é O filme anti-religião.
[REC]³ Gênesis
2.2 1,5K Assista AgoraQuer saber? Depois de meia hora de filme eu larguei os bets e comecei a apreciar este terceiro capítulo da saga pelo o que ele é: um filme de horror trash completamente descompromissado com tudo (principalmente com a própria série). C'est la vie.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraBacana ver como o longa é uma síntese de toda uma carreira em curtas metragens de Kleber Mendonça Filho.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraUm filme "oco" que merece a fama que tem por ser um belo exercício de linguagem e estilo.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraTalvez essa seja a melhor comédia de todos os tempos.