Personagens que buscam a si mesmo geralmente me conquistam, se muitos acharam Lena irritante, eu achei instigante. Mais um belo filme de Honoré que pude assistir e como já foi dito mais abaixo, a música Another World, do Antony and the Johnsons, casa perfeitamente com a protagonista e encerra o filme de forma sublime.
Através de uma brincadeira entre crianças, o filme mostra a difícil situação da mulher no Afeganistão e as consequências de um regime fundamentado em crenças cegas e intolerantes, como foi o talibã. A sequência final é emblemática, a frase que Abbas profere à Baktay e que encerra o longa parece mesmo ser a única - triste e derradeira - forma da mulher alcançar a liberdade naquela sociedade.
Monte Fuji em vermelho, um dos mais aterrorizantes sonhos de Akira Kurosawa soa, agora, premonitório.
No filme, o erro humano acarreta na explosão de reatores nucleares; na vida real, a causa é natural, um terremoto e suas tsunamis. As causas diferem, as consequências são as mesmas, destrutivas.
Kurosawa, sempre atento aos vícios humanos, mostra o resultado da imprudência e inconsequência do homem e o terrível acidente nuclear revela nossa vulnerabilidade. As ondas que invadiram o solo japonês e o iminente desastre atômico em Fukushima reafirmam nossa insignificância.
O filme, e não apenas o conto em si, é comovente em seu humanismo e contundente em suas críticas, celebra a vida, a arte e a natureza, escancara a ganância, a estupidez e a pequenez humanas e, neste momento trágico, em vias de ocorrer uma catástrofe nuclear, aumenta sua expressividade por estreitar ainda mais seus laços com o real, para além da ficção, além dos sonhos.
Esta foi para mim desde a primeira vez em que a vi uma película genial, assombrosa e encantadora. Agora, por mais triste que isso seja, um sonho que põe um dos símbolos nipônicos envolto numa fumaça colorida e tóxica ganha contornos angustiantemente reais e Sonhos já não é visto com o mesmo olhar de outras sessões.
A genialidade de Kurosawa se torna mais eloquente e aflitiva.
Desde a primeira sequência, misteriosa e fascinante, temos certeza que a vida é desesperadora, é a própria condenação. Poucos títulos são assim tão fiéis ao conteúdo do filme. A solidão, a angústia, o vazio e a desesperança permeiam, emergem e transbordam em cada novo plano, a cada diálogo que surge. A condenação é imanente e não há como lhe escapar.
O conteúdo sexual explícito do filme é tudo menos pornográfico. Na pornografia, o intuito é despertar o prazer do espectador, em Shortbus tais cenas não possuem nem de longe esse objetivo, elas são essencialmente tristes. O filme propõe toda uma reflexão sobre os dramas da contemporaneidade, como a solidão e a incomunicabilidade, mas eu achei muito fraco, mal realizado e com péssimas atuações. A trilha sonora se salva, apesar de ser somente boa. Realmente, nem tudo o que choca e é excessivamente comentado em Cannes é bom.
Sabe a proposta do filme Depois da Vida, do Hirokazu Koreeda, de, após morrer, escolher uma lembrança e levá-la contigo para a eternidade? Então, se tivesse algo assim relacionado ao cinema, do tipo escolha uma cena para poder reassisti-la quando quiser, eu, provavelmente, escolheria os minutos finais de Close-up.
O encontro entre o "falso" e o verdadeiro Mohsen Makhmalbaf não é só o momento mais emocionante do filme como é também um dos mais memoráveis do cinema. A espontaneidade, a sinceridade, a verdade que transbordam nessa cena; a culpa, a vergonha e o olhar cabisbaixo de Sabzian, mas, sobretudo, sua emoção ao encontrar Makhmalbaf, arrepiam. Esse é, pra mim, o momento mais verdadeiro da história do cinema.
Incrível como Christophe Honoré consegue criar cenas sublimes se utilizando de músicas externas à diegese, mas que ao mesmo tempo são cantaroladas por seus personagens.
Assim como em Dans Paris, no diálogo cantado ao telefone por Romain Duris e Joana Preiss, a cena que precede o suicídio de Otto, na qual ele canta ou sussurra Comme la Pluie enquanto caminha até seu desfecho, é simplesmente inesquecível. A mais bela de La belle personne.
Primeiro, a Junie realmente é bela! O olhar, meio melancólico, meio desconfiado, e um tanto quanto blasé, da Léa Seydoux é muito expressivo. Sem comparações, mas em alguns momentos Anna Karina em Vivre sa Vie me veio à mente ao contemplar a personagem central da trama.
Sobre Otto, nada mais humano que sua vulnerabilidade e seu amor não-correspondido.
No mais, outra, porém não menos tocante, história de amores impossíveis e irrealizáveis contada em francês.
Os comentários das pessoas sedentas por cenas explícitas de ultraviolência, repletas de sangue, corpos despedaçados, cabeças esmagadas, e sua consequente e imediata frustração ao assistir Violência Gratuita, já que não é isso que o filme oferece, só comprovam a genialidade de Haneke em sua proposta. A violência virou espetáculo, entretenimento.
Fui assistir com boa expectativa porque tinha achado 'Eu matei minha mãe' até interessante e pensei que 'Amores Imaginários' manteria o nível, mas ele conseguiu me manter completamente indiferente a sua narrativa, a não ser pelos momentos de tédio e pela irritação no excesso de cenas do tipo "mamãe, quero ser Wong Kar-Wai", sempre mal-feitas e que não conseguem em momento algum trazer a poesia das cenas em câmera lenta que Kar-Wai realiza com maestria em Amor à Flor da Pele, por exemplo. Isso sem contar na música que ele afanou descaradamente do curta, também do Kar-Wai, 'I travelled 9000km to give it to you', parte da compilação 'Cada um com seu cinema'. Ou teria sido uma "homenagem", já que é mais do que o óbvio o apreço de Dolan pelo realizador chinês?
De qualquer forma cadê o humanismo, a sinceridade, a intensidade e até a histeria dos seus personagens em 'Eu matei minha mãe'? Em 'Amores Imaginários' eles são tão inexpressivos, superficiais, descartáveis...
Se este filme fosse uma música, para mim entraria por um ouvido e sairia pelo outro de tão inofensivo.
Film Socialisme é um filme inesgotável em toda sua complexidade. Não é um filme para ser apenas admirado, há muito o que se refletir e entender aqui. Talvez (ou certamente) seja necessário assisti-lo várias vezes para compreendê-lo em sua totalidade (se possível) ou perto disso. Minha impressão ao assisti-lo, uma única vez por enquanto, é que sequer absorvi um quinto de tudo o que é oferecido por Godard. De uma maneira simplista o que apreendi de Film Socialisme é que este traça um melancólico panorama da sociedade contemporânea; marcada, cicatrizada e traumatizada por guerras e conflitos étnico-religiosos; dominada e dependente do dinheiro. Como se nota nos últimos filmes de Tarkovski, principalmente em Nostalgia, o último (?) Godard, apesar de contextos e temáticas completamente distintos, me pareceu compartilhar do mesmo sentimento de descrença e profunda desesperança no homem. É como se o transatlântico em que se passa a primeira parte do filme navegasse sem rumo, sem destino e com passageiros e tripulantes igualmente perdidos. E para delinear esse desanimador panorama da contemporaneidade e vislumbrar um futuro não menos angustiante, Godard recorre ao passado. O ato final, uma colagem de imagens retiradas de filmes célebres ou de arquivos histórico-documentais sobre regiões também históricas e decisivas na vida humana, concede o embasamento do passado que justifica o presente e sugere o futuro. Obviamente esta é uma visão particular baseada muito mais na totalidade do longa do que em suas minúcias e dezenas de ideias expostas e discussões propostas ao longo de seus 100 minutos, que aborda assuntos diversos como a geometria, os direitos autorais, o capitalismo, o socialismo, entre outros. Sem contar o que ainda pode ser dito da estética e da forma do filme, composto por diferentes texturas audiovisuais, sobretudo no primeiro terço de Film Socialisme, com cenas filmadas em altíssima resolução e outras captadas por câmeras de celulares, que abrem discussões desde os futuros caminhos possíveis para o cinema até a socialização na produção da imagem. Definitivamente, este é um filme inesgotável.
Two Gates of Sleep pouco expõe sobre o que acontece, por que a mãe morre ou qual o motivo de uma jornada tão exaustiva, muito menos indica respostas para tais acontecimentos e comportamentos. É exatamente sua introversão que tanto perturba e encanta, assim como o estoicismo que conduz os irmãos para a realização do último desejo de sua mãe. Além disso, a trilha sonora é fantástica, a estupenda fotografia minimalista capta toda a beleza e mistério daquelas paisagens bucólicas e as atuações são incontestáveis. Saí do cinema atônito. Fiquei paradoxalmente anestesiado e perturbado, inquieto por horas. Um filme feito com as vísceras.
As Praias de Agnès
4.4 64 Assista Agoraque filme encantador!!
Não Minha Filha, Você Não Irá Dançar
3.3 94 Assista AgoraPersonagens que buscam a si mesmo geralmente me conquistam, se muitos acharam Lena irritante, eu achei instigante. Mais um belo filme de Honoré que pude assistir e como já foi dito mais abaixo, a música Another World, do Antony and the Johnsons, casa perfeitamente com a protagonista e encerra o filme de forma sublime.
Aquiles e a Tartaruga
4.0 35É sempre um alento ver alguém que sonha apesar da realidade.
Bad Guy
3.3 47 Assista AgoraPerturba a dor, amor perturbador.
"Era amor mesmo, cretino?"
O Desprezo
4.0 266"Je t'aime totalement, tendrement, tragiquement".
E Buda Desabou de Vergonha
4.4 76Através de uma brincadeira entre crianças, o filme mostra a difícil situação da mulher no Afeganistão e as consequências de um regime fundamentado em crenças cegas e intolerantes, como foi o talibã. A sequência final é emblemática, a frase que Abbas profere à Baktay e que encerra o longa parece mesmo ser a única - triste e derradeira - forma da mulher alcançar a liberdade naquela sociedade.
"Baktay, morra... para se libertar!"
Sonhos
4.4 380 Assista AgoraMonte Fuji em vermelho, um dos mais aterrorizantes sonhos de Akira Kurosawa soa, agora, premonitório.
No filme, o erro humano acarreta na explosão de reatores nucleares; na vida real, a causa é natural, um terremoto e suas tsunamis. As causas diferem, as consequências são as mesmas, destrutivas.
Kurosawa, sempre atento aos vícios humanos, mostra o resultado da imprudência e inconsequência do homem e o terrível acidente nuclear revela nossa vulnerabilidade. As ondas que invadiram o solo japonês e o iminente desastre atômico em Fukushima reafirmam nossa insignificância.
O filme, e não apenas o conto em si, é comovente em seu humanismo e contundente em suas críticas, celebra a vida, a arte e a natureza, escancara a ganância, a estupidez e a pequenez humanas e, neste momento trágico, em vias de ocorrer uma catástrofe nuclear, aumenta sua expressividade por estreitar ainda mais seus laços com o real, para além da ficção, além dos sonhos.
Esta foi para mim desde a primeira vez em que a vi uma película genial, assombrosa e encantadora. Agora, por mais triste que isso seja, um sonho que põe um dos símbolos nipônicos envolto numa fumaça colorida e tóxica ganha contornos angustiantemente reais e Sonhos já não é visto com o mesmo olhar de outras sessões.
A genialidade de Kurosawa se torna mais eloquente e aflitiva.
Danação
4.1 51Desde a primeira sequência, misteriosa e fascinante, temos certeza que a vida é desesperadora, é a própria condenação. Poucos títulos são assim tão fiéis ao conteúdo do filme. A solidão, a angústia, o vazio e a desesperança permeiam, emergem e transbordam em cada novo plano, a cada diálogo que surge.
A condenação é imanente e não há como lhe escapar.
Taxidermia: Histórias Grotescas
3.4 344 Assista AgoraDoentio, bizarro, nojento, mas nem um pouco gratuito.
Juntos Pelo Acaso
3.6 1,7K Assista AgoraMais uma comédia romântica igual a todas as outras.
O que vale é que o cara canta Radiohead pra bebê!
Shortbus
3.7 548 Assista AgoraO conteúdo sexual explícito do filme é tudo menos pornográfico. Na pornografia, o intuito é despertar o prazer do espectador, em Shortbus tais cenas não possuem nem de longe esse objetivo, elas são essencialmente tristes.
O filme propõe toda uma reflexão sobre os dramas da contemporaneidade, como a solidão e a incomunicabilidade, mas eu achei muito fraco, mal realizado e com péssimas atuações. A trilha sonora se salva, apesar de ser somente boa.
Realmente, nem tudo o que choca e é excessivamente comentado em Cannes é bom.
The First Days of Spring
4.2 5Os primeiros dias de primavera são dolorosos, mas cheios de boas esperanças.
Close Up
4.3 117Sabe a proposta do filme Depois da Vida, do Hirokazu Koreeda, de, após morrer, escolher uma lembrança e levá-la contigo para a eternidade?
Então, se tivesse algo assim relacionado ao cinema, do tipo escolha uma cena para poder reassisti-la quando quiser, eu, provavelmente, escolheria os minutos finais de Close-up.
O encontro entre o "falso" e o verdadeiro Mohsen Makhmalbaf não é só o momento mais emocionante do filme como é também um dos mais memoráveis do cinema. A espontaneidade, a sinceridade, a verdade que transbordam nessa cena; a culpa, a vergonha e o olhar cabisbaixo de Sabzian, mas, sobretudo, sua emoção ao encontrar Makhmalbaf, arrepiam. Esse é, pra mim, o momento mais verdadeiro da história do cinema.
Depois da Vida
3.9 70Kore-eda refletindo sobre vida e morte, memória e cinema não poderia ser ruim. Uma história única, um filme inesquecível.
A Bela Junie
3.7 826Que bom que eu não fui o único que lembrou de Anna Karina, não estou louco.
A Bela Junie
3.7 826Incrível como Christophe Honoré consegue criar cenas sublimes se utilizando de músicas externas à diegese, mas que ao mesmo tempo são cantaroladas por seus personagens.
Assim como em Dans Paris, no diálogo cantado ao telefone por Romain Duris e Joana Preiss, a cena que precede o suicídio de Otto, na qual ele canta ou sussurra Comme la Pluie enquanto caminha até seu desfecho, é simplesmente inesquecível. A mais bela de La belle personne.
A Bela Junie
3.7 826Primeiro, a Junie realmente é bela! O olhar, meio melancólico, meio desconfiado, e um tanto quanto blasé, da Léa Seydoux é muito expressivo. Sem comparações, mas em alguns momentos Anna Karina em Vivre sa Vie me veio à mente ao contemplar a personagem central da trama.
Sobre Otto, nada mais humano que sua vulnerabilidade e seu amor não-correspondido.
No mais, outra, porém não menos tocante, história de amores impossíveis e irrealizáveis contada em francês.
Violência Gratuita
3.8 738 Assista AgoraGenial, tanto este, o primeiro, quanto a versão americana, 10 anos mais tarde.
Violência Gratuita
3.4 1,3KOs comentários das pessoas sedentas por cenas explícitas de ultraviolência, repletas de sangue, corpos despedaçados, cabeças esmagadas, e sua consequente e imediata frustração ao assistir Violência Gratuita, já que não é isso que o filme oferece, só comprovam a genialidade de Haneke em sua proposta. A violência virou espetáculo, entretenimento.
O Hospedeiro
3.6 549 Assista AgoraO Hospedeiro transcende qualquer tentativa de rotulação, é uma mistura de gêneros cinematográficos bastante interessante.
E eu pensava que era só um filminho bobo de terror...
Amores Imaginários
3.8 1,5KSó eu que achei este filme muito ruim?
Fui assistir com boa expectativa porque tinha achado 'Eu matei minha mãe' até interessante e pensei que 'Amores Imaginários' manteria o nível, mas ele conseguiu me manter completamente indiferente a sua narrativa, a não ser pelos momentos de tédio e pela irritação no excesso de cenas do tipo "mamãe, quero ser Wong Kar-Wai", sempre mal-feitas e que não conseguem em momento algum trazer a poesia das cenas em câmera lenta que Kar-Wai realiza com maestria em Amor à Flor da Pele, por exemplo. Isso sem contar na música que ele afanou descaradamente do curta, também do Kar-Wai, 'I travelled 9000km to give it to you', parte da compilação 'Cada um com seu cinema'. Ou teria sido uma "homenagem", já que é mais do que o óbvio o apreço de Dolan pelo realizador chinês?
De qualquer forma cadê o humanismo, a sinceridade, a intensidade e até a histeria dos seus personagens em 'Eu matei minha mãe'?
Em 'Amores Imaginários' eles são tão inexpressivos, superficiais, descartáveis...
Se este filme fosse uma música, para mim entraria por um ouvido e sairia pelo outro de tão inofensivo.
Film Socialisme
3.2 128Film Socialisme é um filme inesgotável em toda sua complexidade. Não é um filme para ser apenas admirado, há muito o que se refletir e entender aqui. Talvez (ou certamente) seja necessário assisti-lo várias vezes para compreendê-lo em sua totalidade (se possível) ou perto disso.
Minha impressão ao assisti-lo, uma única vez por enquanto, é que sequer absorvi um quinto de tudo o que é oferecido por Godard. De uma maneira simplista o que apreendi de Film Socialisme é que este traça um melancólico panorama da sociedade contemporânea; marcada, cicatrizada e traumatizada por guerras e conflitos étnico-religiosos; dominada e dependente do dinheiro. Como se nota nos últimos filmes de Tarkovski, principalmente em Nostalgia, o último (?) Godard, apesar de contextos e temáticas completamente distintos, me pareceu compartilhar do mesmo sentimento de descrença e profunda desesperança no homem. É como se o transatlântico em que se passa a primeira parte do filme navegasse sem rumo, sem destino e com passageiros e tripulantes igualmente perdidos. E para delinear esse desanimador panorama da contemporaneidade e vislumbrar um futuro não menos angustiante, Godard recorre ao passado. O ato final, uma colagem de imagens retiradas de filmes célebres ou de arquivos histórico-documentais sobre regiões também históricas e decisivas na vida humana, concede o embasamento do passado que justifica o presente e sugere o futuro.
Obviamente esta é uma visão particular baseada muito mais na totalidade do longa do que em suas minúcias e dezenas de ideias expostas e discussões propostas ao longo de seus 100 minutos, que aborda assuntos diversos como a geometria, os direitos autorais, o capitalismo, o socialismo, entre outros. Sem contar o que ainda pode ser dito da estética e da forma do filme, composto por diferentes texturas audiovisuais, sobretudo no primeiro terço de Film Socialisme, com cenas filmadas em altíssima resolução e outras captadas por câmeras de celulares, que abrem discussões desde os futuros caminhos possíveis para o cinema até a socialização na produção da imagem.
Definitivamente, este é um filme inesgotável.
Sonho de Duas Passagens
3.2 14Two Gates of Sleep pouco expõe sobre o que acontece, por que a mãe morre ou qual o motivo de uma jornada tão exaustiva, muito menos indica respostas para tais acontecimentos e comportamentos. É exatamente sua introversão que tanto perturba e encanta, assim como o estoicismo que conduz os irmãos para a realização do último desejo de sua mãe. Além disso, a trilha sonora é fantástica, a estupenda fotografia minimalista capta toda a beleza e mistério daquelas paisagens bucólicas e as atuações são incontestáveis.
Saí do cinema atônito. Fiquei paradoxalmente anestesiado e perturbado, inquieto por horas. Um filme feito com as vísceras.
Tropical Manila
3.3 26Quanto conservadorismo...