Hoje, dia 26 de Julho de 2020. Faleceu Olivia de Havilland, a ultima atriz viva de E o Vento Levou... ela também era uma das ultimas remanescentes da Era de Ouro de Hollywood.
Sua personagem, Melanie, conseguiu me encantar de uma maneira que nenhum outro personagem no Cinema fez igual. Podemos dizer que esse dia marca o fim físico daquele ele que é, na minha opinião, a maior obra-prima produzida por Hollywood.
O Bertolt Brecht, disse em seu icônico musical "Die Dreigroschenoper" a seguinte frase: "Primeiro vem a barriga, depois vem a moral".
É assim que vejo em boa parte a trajetória da Scarlett, oras ela perdeu tudo que tinha, viu seus amigos morrerem em meio à uma guerra devastadora, teve seus bens roubados, a fazenda de sua família foi queimada e saqueada. A sua vida virou um inferno por causa de uma guerra que nem era dela.
Ela aprendeu a se reestruturar sozinha, liderando o que sobrou de seus irmãos e amigos sulistas conseguiu reconstruir aos poucos a sua vida, mesmo em péssimas condições e em constante exploração de novos colonos. Ela usou várias pessoas para sair dessa situação, sim ela foi egoísta, mas não dá pra dizer que ela não amava seus parentes e até mesmo a Melanie, porque ela pensava e se preocupava com eles.
A Scarlett é uma figura tão controversa, porque ela era real. Ela fez o que ela achou que era preciso para sobreviver, mas acabou machucando várias pessoas no processo, já que o individualismo excessivo dela, a impedia de ver que as outras pessoas também tinham sentimentos e que o mundo não girava em torno dela. Com o final do filme, podemos dizer que ela aprendeu isso da pior forma.
E o Vento Levou... É a maior obra-prima de Hollywood.
Esse filme é um tapa na cara da minha geração que tem uma mania estúpida, baseada em um falso saudosismo, de romantizar décadas passadas com base em caricaturas e em superficialidades.
Quantas vezes não vamos por aí, jovens falando coisas como "Nasci na década errada", "Queria ter vívido na década 50"? Era isso que era a década de 50: Uma caricatura. Por trás de toda a "Vida perfeita" existiam indivíduos que estavam sendo esmagados pelo preconceito da sociedade.
O filme é narrativamente bem clichê, tem a velha história de busca pela perfeição que permeia o cinema anglo-americano desde a década de 40. Além de ter aquela mesma dualidade de professor abusador/aluno ambicioso.
O roteiro do filme também é feito cima de uma duplicidade perfunctória, que o torna extremamente previsível e formulaico. Basicamente, você tem TODOS os clichês de relacionamentos profissionais abusivos nesse filme, indo desde a já esperada experiência desastrosa no passado com outro aprendiz, que vai acabar implicando na vida do aprendiz atual, até as estupidas conveniências narrativas que são largamente usadas para condução da trama.
As atuações do filme são muito boas, mas os personagens são bem rasos, dicotômicos e desenvolvidos de forma "Preto no Branco". Todos são caricatos. Além de que muitos personagens secundários são introduzidos e simplesmente largados ou aparecem novamente na trama para servir de fantoche para a condução do roteiro.
E sinceramente? Esses típicos filmes de exaltação ao impeto meritocrático de "Você consegue tudo o que quiser, só basta se esforçar e fazer sacrifícios", focados em um jovem de classe média-alta, que não sofre nenhum tipo de adversidade estrutural são por si só tão rasos e previsíveis que chegam até à ser cansativos. E olha que tem vários filmes nesse estilo que conseguem se sobressair e fazer escolhas narrativas bem mais interessantes e ricas nesse filme aqui, onde é tudo quase que predestinado de tão óbvio.
Esse é sem sombra de dúvidas, um dos filmes mais superestimados que já vi.
A indicação desse documentário ao Oscar vai causar muito burburinho aqui nos comentários.
Então é bom deixar claro que: DOCUMENTÁRIO NÃO É JORNALISMO. Um documentário é, via de regra, uma obra artística e cinematográfica que mostra a visão dos idealizadores sobre o tema abordado.
Um documentário não tem a obrigação (E nem a função) de ser "Imparcial", sequer tem a obrigação de "Mostrar os dois lados" ou de ser fidedigno. Cobrem essas coisas da Imprensa e da mídia, não de cineastas.
Um bom filme, a maquiagem e os efeitos especiais funcionam muito bem e foram bem inovadores para a época em que o filme foi lançado. Inclusive, pra mim, a parte técnica do filme não pareceu tosca e não chegou a me incomodar.
A tensão do filme nem se dá pela "Coisa" e sim pela claustrofobia, pelo stress e principalmente pela desconfiança e pela paranoia que toma conta dos pesquisadores. Afinal de contas: Em quem confiar? Todos podem ser "A Coisa". Partindo desse princípio, o John Carpenter consegue fazer com que a atmosfera de tensão, permeie e continue estável durante todo o filme.
Entretanto, o filme sofre de muitas conveniências narrativas para avançar no roteiro. Os personagens, muitas vezes, agem de forma afetada e artificial. Além de que, existem situações bem forçadas, que poderiam ser facilmente resolvidas, mas que são propositalmente complicadas pelo roteiro. Os personagens também são bem rasos e caricatos. O público não se apega de verdade a nenhum deles e sinceramente falando, eu sequer lembrava da maioria.
Mesmo assim, como havia dito antes: É um bom filme, tem seus problemas narrativos mas no geral a experiência é bem satisfatória e divertida. Merece ser visto.
Coringa me lembrou aquelas redações feitas por estudantes do Ensino Médio, na qual eles colocam uma frase qualquer de um filósofo para tentar dar um ar de complexicidade a um texto que é, no geral, raso e genérico.
O estudante, no caso, é o Todd Phillips e a "Frase filosófica" é toda a pincelagem social barata feita pelo filme. Não adianta de nada jogar várias referências sociais se elas não são bem desenvolvidas e nunca são aprofundadas. É uma abordagem superficial feita com base em uma visão pedante e abstrata sobre a estratificação social.
É tão gritante e desesperada a prepotência do diretor em querer se firmar como um diretor de "alto nível" que todo o filme acaba sendo nada sutil e escancarado. Ele fica o tempo todo jogando na nossa cara "Hur dur olhem como sou adulto" "Hur dur olhem que filme diferente e artístico" para tentar mascarar o quão vazio e pretencioso é o roteiro.
(Por sinal, acho que deu muito certo e muitos comentaristas do Filmow sofrem desse mesmo mal. Pois em praticamente todo comentário negativo sobre esse filme aparece uma orda de cinéfilos revoltados com comentários repletos de Ad Hominem pois "Como assim você não gostou dessa obra prima? Obviamente é um estúpido que não conseguiu entender a genialidade por trás do filme" e outros comentários nesse sentido).
O filme se sustenta pela ótima performance do Joaquin Phoenix, que é um dos melhores atores da atualidade e pela trilha sonora, que é muito usada pelo diretor para compensar a sua incapacidade de construir uma narrativa rica e bem executada.
Pra mim, fica de lição (De novo) que não se deve confiar em hype.
Era Uma Vez em... Hollywood, é basicamente uma homenagem a Hollywood dos anos 60 e só, não vai muito além disso. O filme passa a maior parte do tempo indo do "Nada" à "Lugar Nenhum".
No filme se tem vários personagens, contextos e cenas que são simplesmente jogados na tela e que não tem rendimento algum. Vários momentos promissores são sumariamente ignorados pelo roteiro.
De que adiantou saber que o personagem do Brad Pitt matou a esposa se tal informação não teve impacto nenhum na trama? Essa informação serviu basicamente pra servir de piada em momentos jocosos, não enriqueceu em nada o personagem, outra personagem bem interessante que foi completamente desperdiçada pelo roteiro foi a personagem da Dakota Fanning, ela teve uma cena interessante e nada além
O forte do filme são as atuações, os atores obviamente são muito bons e entregam boas atuações, o Brad Pitt é o que mais se destaca, o Leonardo Dicaprio também está bem e tem bons momentos e a Margot Robbie está operante ela cumpre bem o seu papel, mas não entrega nada memorável e grandioso e a culpa disso é exclusivamente do roteiro e não da atriz.
Algo que me incomodou muito no filme foi que ele possui cenas exageradamente longas e desconexas. O filme tem momentos e referências cinematográficas que vão alegrar todos aqueles que são fãs de cinema, mas elas basicamente só servem pra isso mesmo: Para fazer uma homenagem, pois narrativamente falando elas não tem muita utilidade. Muitas vezes essas ocasiões são desconexas e jogadas.
Creio que o Tarantino chegou em um nível na carreira na qual ele não faz mais filmes para o público e sim para si mesmo, pois ao meu ver esse filme foi feito apenas para o Tarantino saciar a sua vontade de reconstruir Hollywood dos anos 60. Pode até servir como homenagem, mas como filme deixa à desejar.
Green Book se propõe a mostrar o encontro de dois mundos diferentes personificados na figura de dois Homens. Ambos sofrem com algum tipo de infortúnio social e ao mesmo tempo gozam de diferentes privilégios.
De um lado temos Don Shirley, um pianista rico e da elite que pode ter qualquer bem material que ele bem entender, mas que ao mesmo tempo é desumanizado e tratado como um sub-humano por alguns pelo simples fato de ser negro. Do outro lado temos o Tony Lip, um Homem mal instruído, aparentemente de baixa escolaridade, que viveu a vida toda em um bairro podre sem ter emprego fixo, mas que possuí uma família que o ama e nunca enfrentou problemas relacionados a cor de pele.
A trama do filme é simples, mas eficaz. O filme não tem a intenção de ser "Ativista" e nem se propõe a fazer uma abordagem política ácida e ao contrário de muitas pessoas não acho que isso seja demérito: Existem filmes e filmes, Green Book nunca teve a intenção de ser um Infiltrado na Klan, é um filme conciliador e unificante que conta a história de dois Homens que vivem em mundos diferentes e que acabam crescendo e aprendendo um com o outro. Por sinal, o grande trunfo de Green Book são os protagonistas, eles possuem uma ótima química e estão muito confortáveis em seus papéis.
O problema de muitas pessoas é achar que todo filme que aborda alguma problemática social precisa necessariamente ser ácido e deixar um gosto amargo na boca. Nem todo filme precisa seguir por esse caminho. Eu sinceramente acho que uma pessoa idosa e tradicionalista é bem mais capaz de entender o racismo e refletir sobre ele com um filme como Green Book do que com Infiltrado na Klan, por exemplo.
Em suma, não creio que esse tenha sido o melhor de filme de 2018, mas acho que o filme sofreu um linchamento injusto por parte de algumas pessoas. É um ótimo filme e ninguém deve se sentir culpado por ter gostado dele.
Um retrato intenso e perturbador sobre os impactos da perda precoce da inocência e da ingenuidade. A atmosfera do filme é muito pesada, tudo é construído com base nas imagens, tem pouquíssimas falas e isso é ótimo, pois aprofunda mais ainda a imersão do expectador na história.
O Joaquim Phoenix entrega aqui a melhor atuação da sua carreira (Inclusive, foi muito injusto o Oscar não ter reconhecido isso), onde interpreta um Homem quebrado e desgastado. Vi algumas pessoas reclamando que não foi bem explicada a relação do Joe com a Nina, oras o Joe se viu nela! Assim como ela, ele também teve a sua inocência roubada e dilapidada por aqueles que deveriam protege-lo.
Uma cena específica que achei sensacional e que vi ser pouco comentada foi a cena em que o Joe se deita ao lado assassino da sua mãe e eles dão as mãos. Ao vê-lo agonizando e a beira da morte o Joe viu a si mesmo. Ele percebeu que não havia muita diferença entre eles dois e acabou tendo piedade. A cena desses dois Homens deitados de mãos dadas, agonizando e sem pretensão nenhuma de vida foi muito melancólica e intensa. Apesar de parecer absurdo, creio que o Joe viu nele um irmão.
A fotografia do filme é esplêndida, tem cenas extremamente bonitas e emocionantes. O trabalho de direção também é sensacional, a Lynne Ramsay mandou muito bem e fez o seu melhor filme até aqui.
Pesado, intenso, emocionante e angustiante. You Were Never Really Here é um filme espetacular que deve ser visto por todos aqueles que admiram o Cinema como arte.
"Listen for the Whispers..." "Give Your Soul of The Dance..."
Esperei muito por esse filme e não me decepcionei, Luca Guadagnino entregou uma obra inquietante e perturbadora. Em todo o filme, fiquei com a sensação de que estava assistindo algo que não deveria, isso se deve graças a ambientação e a construção da atmosfera que causam desconforto e angustia. O filme incomoda, parece que estamos em um pesadelo conturbado e distorcido, totalmente enclausurados e lutando para respirar.
A estética do filme não é tão impactante quanto a do filme original, mas o roteiro é bem mais ousado e ambicioso, também se deve ressaltar a ótima trilha sonora do Thom Yorke, que tem papel fundamental para a atmosfera perturbadora do filme.
A cena da dança "Volk" é simplesmente estupenda, psicodélica e desconcertante. É sem sombra de duvidas uma das cenas mais impactantes do Cinema recente.
Aquaman possui certamente o melhor visual para um filme de herói, os mundos criados pelo James Wan são belíssimos e encantadores, ele pensou em todos os detalhes: Desde os "veículos aquáticos" em formato de animais, até as águas-vivas que iluminam o ambiente. Esse filme é tecnicamente muito bem feito, além dos efeitos visuais a maquiagem e o figurino do filme são sensacionais, toda a equipe técnica está de parabéns.
O roteiro é simples, direto e bem amarrado, funciona muito bem. Também gostei muito do fato do filme dosar bem várias características como humor, romance, aventura, fantasia e até mesmo algumas pitadas de terror. Boa parte dos filmes de heróis se perdem muito nesse quesito (Inclusive, acho bem errôneas as comparações feitas entre esse filme e os filmes da Marvel, o filme é bem diferente dos filmes feitos pela Marvel em quase todos os aspectos).
Os atores também estão bem, Jason Momoa e Amber Heard estão confortáveis em seus personagens e entregam boas atuações, Patrick Wilson como Orm é um ótimo vilão com motivações críveis e a Nicole Kidman obviamente está ótima e entrega uma das melhores cenas do filme.
Os maiores problemas do filme são: A trilha sonora, que não combina com quase nenhuma cena e o personagem do Black Manta, que apesar de ter momentos muito bons ficou muito unilateral, espero que o desenvolvam melhor nos próximos filmes.
Suspiria é uma obra-prima visual, isso é inegável. A estética do filme é incrível, a palheta de cores é única e intrigante, parece que estamos em um pesadelo surrealista e toda a trama é conduzida de modo a nos deixar apreensivos. O Dario Argento soube muito bem criar uma atmosfera claustrofóbica e inquietante, tudo isso apenas com o visual.
O roteiro em si é bem simples e funciona. Suspiria é um filme visual e percebe-se claramente que o diretor estava muito mais preocupado em deixar sua marca psicodélica do que em criar um roteiro complexo e cheio de nuances (E isso não é um defeito). O maior problema ao meu ver é o grande clímax, as coisas são resolvidas de forma muito rápida, chega a ser frustante.
No geral é um ótimo filme, com um visual único e com uma trilha sonora arrebatadora, tecnicamente é impecável. O roteiro é simples, mas funciona e o 3° ato é um tanto quando decepcionante, mas não compromete a qualidade do longa.
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista AgoraSempre fico surpreendido com a capacidade de viajar no tempo que alguns perfis do Filmow possuem.
Realmente curioso o fato de um filme que nem saiu já ter uma media de notas atribuída.
Os Físicos deveriam estudar os comentaristas daqui e brindar a humanidade com a capacidade de voltar no tempo.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraO curioso caso dos viajantes do Tempo do Filmow e sua capacidade de atribuir notas a filmes que ainda nem saíram.
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraA Cena do Hino Nacional Francês é uma das mais poderosas, emocionantes e arrepiantes da história do Cinema.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraHoje, dia 26 de Julho de 2020. Faleceu Olivia de Havilland, a ultima atriz viva de E o Vento Levou... ela também era uma das ultimas remanescentes da Era de Ouro de Hollywood.
Sua personagem, Melanie, conseguiu me encantar de uma maneira que nenhum outro personagem no Cinema fez igual. Podemos dizer que esse dia marca o fim físico daquele ele que é, na minha opinião, a maior obra-prima produzida por Hollywood.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraO Bertolt Brecht, disse em seu icônico musical "Die Dreigroschenoper" a seguinte frase: "Primeiro vem a barriga, depois vem a moral".
É assim que vejo em boa parte a trajetória da Scarlett, oras ela perdeu tudo que tinha, viu seus amigos morrerem em meio à uma guerra devastadora, teve seus bens roubados, a fazenda de sua família foi queimada e saqueada. A sua vida virou um inferno por causa de uma guerra que nem era dela.
Ela aprendeu a se reestruturar sozinha, liderando o que sobrou de seus irmãos e amigos sulistas conseguiu reconstruir aos poucos a sua vida, mesmo em péssimas condições e em constante exploração de novos colonos. Ela usou várias pessoas para sair dessa situação, sim ela foi egoísta, mas não dá pra dizer que ela não amava seus parentes e até mesmo a Melanie, porque ela pensava e se preocupava com eles.
A Scarlett é uma figura tão controversa, porque ela era real. Ela fez o que ela achou que era preciso para sobreviver, mas acabou machucando várias pessoas no processo, já que o individualismo excessivo dela, a impedia de ver que as outras pessoas também tinham sentimentos e que o mundo não girava em torno dela. Com o final do filme, podemos dizer que ela aprendeu isso da pior forma.
E o Vento Levou... É a maior obra-prima de Hollywood.
Longe do Paraíso
3.8 170 Assista AgoraEsse filme é um tapa na cara da minha geração que tem uma mania estúpida, baseada em um falso saudosismo, de romantizar décadas passadas com base em caricaturas e em superficialidades.
Quantas vezes não vamos por aí, jovens falando coisas como "Nasci na década errada", "Queria ter vívido na década 50"? Era isso que era a década de 50: Uma caricatura. Por trás de toda a "Vida perfeita" existiam indivíduos que estavam sendo esmagados pelo preconceito da sociedade.
Esse filme é genial.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraO filme é narrativamente bem clichê, tem a velha história de busca pela perfeição que permeia o cinema anglo-americano desde a década de 40. Além de ter aquela mesma dualidade de professor abusador/aluno ambicioso.
O roteiro do filme também é feito cima de uma duplicidade perfunctória, que o torna extremamente previsível e formulaico. Basicamente, você tem TODOS os clichês de relacionamentos profissionais abusivos nesse filme, indo desde a já esperada experiência desastrosa no passado com outro aprendiz, que vai acabar implicando na vida do aprendiz atual, até as estupidas conveniências narrativas que são largamente usadas para condução da trama.
As atuações do filme são muito boas, mas os personagens são bem rasos, dicotômicos e desenvolvidos de forma "Preto no Branco". Todos são caricatos. Além de que muitos personagens secundários são introduzidos e simplesmente largados ou aparecem novamente na trama para servir de fantoche para a condução do roteiro.
E sinceramente? Esses típicos filmes de exaltação ao impeto meritocrático de "Você consegue tudo o que quiser, só basta se esforçar e fazer sacrifícios", focados em um jovem de classe média-alta, que não sofre nenhum tipo de adversidade estrutural são por si só tão rasos e previsíveis que chegam até à ser cansativos. E olha que tem vários filmes nesse estilo que conseguem se sobressair e fazer escolhas narrativas bem mais interessantes e ricas nesse filme aqui, onde é tudo quase que predestinado de tão óbvio.
Esse é sem sombra de dúvidas, um dos filmes mais superestimados que já vi.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KA indicação desse documentário ao Oscar vai causar muito burburinho aqui nos comentários.
Então é bom deixar claro que: DOCUMENTÁRIO NÃO É JORNALISMO. Um documentário é, via de regra, uma obra artística e cinematográfica que mostra a visão dos idealizadores sobre o tema abordado.
Um documentário não tem a obrigação (E nem a função) de ser "Imparcial", sequer tem a obrigação de "Mostrar os dois lados" ou de ser fidedigno. Cobrem essas coisas da Imprensa e da mídia, não de cineastas.
O Enigma de Outro Mundo
4.0 983 Assista AgoraUm bom filme, a maquiagem e os efeitos especiais funcionam muito bem e foram bem inovadores para a época em que o filme foi lançado. Inclusive, pra mim, a parte técnica do filme não pareceu tosca e não chegou a me incomodar.
A tensão do filme nem se dá pela "Coisa" e sim pela claustrofobia, pelo stress e principalmente pela desconfiança e pela paranoia que toma conta dos pesquisadores. Afinal de contas: Em quem confiar? Todos podem ser "A Coisa". Partindo desse princípio, o John Carpenter consegue fazer com que a atmosfera de tensão, permeie e continue estável durante todo o filme.
Entretanto, o filme sofre de muitas conveniências narrativas para avançar no roteiro. Os personagens, muitas vezes, agem de forma afetada e artificial. Além de que, existem situações bem forçadas, que poderiam ser facilmente resolvidas, mas que são propositalmente complicadas pelo roteiro. Os personagens também são bem rasos e caricatos. O público não se apega de verdade a nenhum deles e sinceramente falando, eu sequer lembrava da maioria.
Mesmo assim, como havia dito antes: É um bom filme, tem seus problemas narrativos mas no geral a experiência é bem satisfatória e divertida. Merece ser visto.
Central do Brasil
4.1 1,8K Assista AgoraUm dos filmes mais honestos que já vi, a personagem da Dora é tão real e é tão palpável... A Fernanda Montenegro é uma verdadeira joia nacional.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraCoringa me lembrou aquelas redações feitas por estudantes do Ensino Médio, na qual eles colocam uma frase qualquer de um filósofo para tentar dar um ar de complexicidade a um texto que é, no geral, raso e genérico.
O estudante, no caso, é o Todd Phillips e a "Frase filosófica" é toda a pincelagem social barata feita pelo filme. Não adianta de nada jogar várias referências sociais se elas não são bem desenvolvidas e nunca são aprofundadas. É uma abordagem superficial feita com base em uma visão pedante e abstrata sobre a estratificação social.
É tão gritante e desesperada a prepotência do diretor em querer se firmar como um diretor de "alto nível" que todo o filme acaba sendo nada sutil e escancarado. Ele fica o tempo todo jogando na nossa cara "Hur dur olhem como sou adulto" "Hur dur olhem que filme diferente e artístico" para tentar mascarar o quão vazio e pretencioso é o roteiro.
(Por sinal, acho que deu muito certo e muitos comentaristas do Filmow sofrem desse mesmo mal. Pois em praticamente todo comentário negativo sobre esse filme aparece uma orda de cinéfilos revoltados com comentários repletos de Ad Hominem pois "Como assim você não gostou dessa obra prima? Obviamente é um estúpido que não conseguiu entender a genialidade por trás do filme" e outros comentários nesse sentido).
O filme se sustenta pela ótima performance do Joaquin Phoenix, que é um dos melhores atores da atualidade e pela trilha sonora, que é muito usada pelo diretor para compensar a sua incapacidade de construir uma narrativa rica e bem executada.
Pra mim, fica de lição (De novo) que não se deve confiar em hype.
Cemitério Maldito
2.7 891Falo sem medo de errar que esse foi o pior filme que eu vi em 2019 até agora. Nada se salva nesse filme, nada.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraEra Uma Vez em... Hollywood, é basicamente uma homenagem a Hollywood dos anos 60 e só, não vai muito além disso. O filme passa a maior parte do tempo indo do "Nada" à "Lugar Nenhum".
No filme se tem vários personagens, contextos e cenas que são simplesmente jogados na tela e que não tem rendimento algum. Vários momentos promissores são sumariamente ignorados pelo roteiro.
De que adiantou saber que o personagem do Brad Pitt matou a esposa se tal informação não teve impacto nenhum na trama? Essa informação serviu basicamente pra servir de piada em momentos jocosos, não enriqueceu em nada o personagem, outra personagem bem interessante que foi completamente desperdiçada pelo roteiro foi a personagem da Dakota Fanning, ela teve uma cena interessante e nada além
O forte do filme são as atuações, os atores obviamente são muito bons e entregam boas atuações, o Brad Pitt é o que mais se destaca, o Leonardo Dicaprio também está bem e tem bons momentos e a Margot Robbie está operante ela cumpre bem o seu papel, mas não entrega nada memorável e grandioso e a culpa disso é exclusivamente do roteiro e não da atriz.
Algo que me incomodou muito no filme foi que ele possui cenas exageradamente longas e desconexas. O filme tem momentos e referências cinematográficas que vão alegrar todos aqueles que são fãs de cinema, mas elas basicamente só servem pra isso mesmo: Para fazer uma homenagem, pois narrativamente falando elas não tem muita utilidade. Muitas vezes essas ocasiões são desconexas e jogadas.
Creio que o Tarantino chegou em um nível na carreira na qual ele não faz mais filmes para o público e sim para si mesmo, pois ao meu ver esse filme foi feito apenas para o Tarantino saciar a sua vontade de reconstruir Hollywood dos anos 60. Pode até servir como homenagem, mas como filme deixa à desejar.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraGreen Book se propõe a mostrar o encontro de dois mundos diferentes personificados na figura de dois Homens. Ambos sofrem com algum tipo de infortúnio social e ao mesmo tempo gozam de diferentes privilégios.
De um lado temos Don Shirley, um pianista rico e da elite que pode ter qualquer bem material que ele bem entender, mas que ao mesmo tempo é desumanizado e tratado como um sub-humano por alguns pelo simples fato de ser negro. Do outro lado temos o Tony Lip, um Homem mal instruído, aparentemente de baixa escolaridade, que viveu a vida toda em um bairro podre sem ter emprego fixo, mas que possuí uma família que o ama e nunca enfrentou problemas relacionados a cor de pele.
A trama do filme é simples, mas eficaz. O filme não tem a intenção de ser "Ativista" e nem se propõe a fazer uma abordagem política ácida e ao contrário de muitas pessoas não acho que isso seja demérito: Existem filmes e filmes, Green Book nunca teve a intenção de ser um Infiltrado na Klan, é um filme conciliador e unificante que conta a história de dois Homens que vivem em mundos diferentes e que acabam crescendo e aprendendo um com o outro. Por sinal, o grande trunfo de Green Book são os protagonistas, eles possuem uma ótima química e estão muito confortáveis em seus papéis.
O problema de muitas pessoas é achar que todo filme que aborda alguma problemática social precisa necessariamente ser ácido e deixar um gosto amargo na boca. Nem todo filme precisa seguir por esse caminho. Eu sinceramente acho que uma pessoa idosa e tradicionalista é bem mais capaz de entender o racismo e refletir sobre ele com um filme como Green Book do que com Infiltrado na Klan, por exemplo.
Em suma, não creio que esse tenha sido o melhor de filme de 2018, mas acho que o filme sofreu um linchamento injusto por parte de algumas pessoas. É um ótimo filme e ninguém deve se sentir culpado por ter gostado dele.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraUm retrato intenso e perturbador sobre os impactos da perda precoce da inocência e da ingenuidade. A atmosfera do filme é muito pesada, tudo é construído com base nas imagens, tem pouquíssimas falas e isso é ótimo, pois aprofunda mais ainda a imersão do expectador na história.
O Joaquim Phoenix entrega aqui a melhor atuação da sua carreira (Inclusive, foi muito injusto o Oscar não ter reconhecido isso), onde interpreta um Homem quebrado e desgastado. Vi algumas pessoas reclamando que não foi bem explicada a relação do Joe com a Nina, oras o Joe se viu nela! Assim como ela, ele também teve a sua inocência roubada e dilapidada por aqueles que deveriam protege-lo.
Uma cena específica que achei sensacional e que vi ser pouco comentada foi a cena em que o Joe se deita ao lado assassino da sua mãe e eles dão as mãos. Ao vê-lo agonizando e a beira da morte o Joe viu a si mesmo. Ele percebeu que não havia muita diferença entre eles dois e acabou tendo piedade. A cena desses dois Homens deitados de mãos dadas, agonizando e sem pretensão nenhuma de vida foi muito melancólica e intensa. Apesar de parecer absurdo, creio que o Joe viu nele um irmão.
A fotografia do filme é esplêndida, tem cenas extremamente bonitas e emocionantes. O trabalho de direção também é sensacional, a Lynne Ramsay mandou muito bem e fez o seu melhor filme até aqui.
Pesado, intenso, emocionante e angustiante. You Were Never Really Here é um filme espetacular que deve ser visto por todos aqueles que admiram o Cinema como arte.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista Agora"Listen for the Whispers..."
"Give Your Soul of The Dance..."
Esperei muito por esse filme e não me decepcionei, Luca Guadagnino entregou uma obra inquietante e perturbadora. Em todo o filme, fiquei com a sensação de que estava assistindo algo que não deveria, isso se deve graças a ambientação e a construção da atmosfera que causam desconforto e angustia. O filme incomoda, parece que estamos em um pesadelo conturbado e distorcido, totalmente enclausurados e lutando para respirar.
A estética do filme não é tão impactante quanto a do filme original, mas o roteiro é bem mais ousado e ambicioso, também se deve ressaltar a ótima trilha sonora do Thom Yorke, que tem papel fundamental para a atmosfera perturbadora do filme.
A cena da dança "Volk" é simplesmente estupenda, psicodélica e desconcertante. É sem sombra de duvidas uma das cenas mais impactantes do Cinema recente.
"Tremble! Tremble! The Witches Are Back"
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraAquaman possui certamente o melhor visual para um filme de herói, os mundos criados pelo James Wan são belíssimos e encantadores, ele pensou em todos os detalhes: Desde os "veículos aquáticos" em formato de animais, até as águas-vivas que iluminam o ambiente. Esse filme é tecnicamente muito bem feito, além dos efeitos visuais a maquiagem e o figurino do filme são sensacionais, toda a equipe técnica está de parabéns.
O roteiro é simples, direto e bem amarrado, funciona muito bem. Também gostei muito do fato do filme dosar bem várias características como humor, romance, aventura, fantasia e até mesmo algumas pitadas de terror. Boa parte dos filmes de heróis se perdem muito nesse quesito (Inclusive, acho bem errôneas as comparações feitas entre esse filme e os filmes da Marvel, o filme é bem diferente dos filmes feitos pela Marvel em quase todos os aspectos).
Os atores também estão bem, Jason Momoa e Amber Heard estão confortáveis em seus personagens e entregam boas atuações, Patrick Wilson como Orm é um ótimo vilão com motivações críveis e a Nicole Kidman obviamente está ótima e entrega uma das melhores cenas do filme.
Os maiores problemas do filme são: A trilha sonora, que não combina com quase nenhuma cena e o personagem do Black Manta, que apesar de ter momentos muito bons ficou muito unilateral, espero que o desenvolvam melhor nos próximos filmes.
Suspiria
3.8 978 Assista AgoraSuspiria é uma obra-prima visual, isso é inegável. A estética do filme é incrível, a palheta de cores é única e intrigante, parece que estamos em um pesadelo surrealista e toda a trama é conduzida de modo a nos deixar apreensivos. O Dario Argento soube muito bem criar uma atmosfera claustrofóbica e inquietante, tudo isso apenas com o visual.
O roteiro em si é bem simples e funciona. Suspiria é um filme visual e percebe-se claramente que o diretor estava muito mais preocupado em deixar sua marca psicodélica do que em criar um roteiro complexo e cheio de nuances (E isso não é um defeito). O maior problema ao meu ver é o grande clímax, as coisas são resolvidas de forma muito rápida, chega a ser frustante.
No geral é um ótimo filme, com um visual único e com uma trilha sonora arrebatadora, tecnicamente é impecável. O roteiro é simples, mas funciona e o 3° ato é um tanto quando decepcionante, mas não compromete a qualidade do longa.