Lena não teve qualquer referência de família estruturada, não recebeu amor nem atenção, e o padrão de relacionamento que aprendeu com a mãe foi guiado pelo sexo promíscuo e casual. O resultado é uma jovem perdida que se submete a humilhação e submissão com os garotos em troca de míseros minutos de atenção os quais não são suficientes pra preencher o enorme vazio que carrega consigo. Mas como poderia desfrutar de uma relação saudável se não tem referências do que seja isso?
O problemático Dann foi o único cara que lhe deu algum valor nessa vida e por isso mesmo ela usa de todas as ferramentas que possui para não perdê-lo, a principal delas é o sexo. Até mesmo as mentiras do Dann não são capazes de desencorajá-la de lutar por essa relação simbiótica (não arrisco nem dizer que seja amor). Mas tudo complica quando o pai do Dann, outro personagem psicologicamente doente, entra em cena e se envolve mais do que devia.
A questão que me coloquei foi: será que a Lena estava pronta pra viver uma relação saudável? Ou será que estava acostumada a lidar com o dia-a-dia repleto de transas clandestinas e auto-limitadas?
No final do filme achei que ela se envolveu com o pai do Dann e acabou o matando como uma forma de se livrar daquela situação de felicidade a dois que estava se organizando, pois não sabia lidar com aquilo. E depois de criado o motivo pra acabar com tudo ela voltou ao porto seguro, que pra nós parecia o inferno: a mãe instável e os caras com quem transava sem compromisso. Esse era o universo que ela sabia lidar, e mesmo que quisesse algum relacionamento normal, não saberia conduzi-lo. E não é à toa que ela conseguia manter tanta doçura em um meio tão hostil, estava plenamente adaptada a ele.
A maioria das pessoas vai achar que o filme trata da morte, eu acho que ele trata da vida, dos sonhos, e do que podemos fazer antes que a morte chegue. E alguém precisa esperar uma doença terminal pra poder correr atrás da vida? Ela precisou de uma notícia tão forte pra sair do modo automático e perceber que não vivia a própria vida como gostaria. Mas se pensarmos um pouco podemos viver desde o momento em que falo, até porque não temos nenhuma garantia de que seremos avisados três meses antes de nossa morte.
São muitos diálogos emocionantes, o filme em si é muito comovente.
Esse não é o tipo de filme de aventura ou ação que nos deixa inquieto e tomado pela adrenalina, mas sim um filme reflexivo que nos leva a pensar sobre os limites do relacionamento humano, quando devemos fugir e quando devemos nos entregar a eles? Até que ponto é saudável? Quando estamos correndo de mais ou nos entregando além dos limites? Sem dúvidas a mensagem que ele nos passa é simplesmente fantástica.
À princípio as cenas podem parecer um pouco cansativas visto que são repletas de silêncio, vazio, paisagens abertas e contínuas, muitas vezes ouve-se apenas o som da terra sendo escavada, das ondas do mar batendo contra as pedras, ou mesmo a ópera tocando na sala. Nada disso torna-se monótono quando se entende que é proposital, que faz parte do contexto do filme e exprime exatamente a sensação de solidão que sentem os dois personagens principais. Além disso, o filme é dividido em capítulos, o que o torna menos descontínuo e mais objetivo.
Nada pessoal é um filme de diálogos curtos, às vezes substituídos por bilhetes, mas que causa uma enorme reflexão e sensação de paz, nos incitando a pensar sobre o desapego e a profundidade das nossas relações. A essência da natureza humana fica bem clara ao longo do filme: ‘eu te ofereço algo, você retribui de alguma maneira e na hora que quiser poderá partir’. É assim que funciona, simples assim; a parte difícil é administrar o tal contato humano.
O filme explora a vida de um garoto chamado Kevin, intransigente, rebelde, seco, frio, manipulador e dissimulado. Desde pequeno esse garoto mostra a que veio, sempre deu pistas aos pais de que era mais do que uma criança desobediente e malcriada. E talvez essa seja a intenção do filme (inspirado no livro homônimo, de história verídica), mostrar indícios que permitam a diferenciação de uma criança sem limites e uma outra doente, portadora de um transtorno de personalidade. Somente olhos bem treinados seriam capazes de observar essa sutileza. E como deve ser difícil para os pais notar e buscar ajuda desde cedo.
A todo o tempo fiquei pensando na mãe, em como seria difícil pra ela lidar com essa questão, pensei em como se sentia dividida pela vontade de amar o filho e o desejo de puni-lo por suas recorrentes atrocidades. E o pai, coitado, era alheio à doença do filho e acabava sendo manipulado por ele que precisava de um ‘protetor’.
O filme bem que podia se chamar ironicamente “precisamos dar uma surra no Kevin”, pena que isso não resolveria seu transtorno de personalidade antissocial.
O filme retrata muito bem as técnicas cruéis e desumanas consagradas na época para tratar das enfermidades mentais. Algumas cenas são fortes, com torturas, choques, afogamentos, privação, descaracterização do 'eu' enquanto indivíduo único. Merece destaque a frieza com a qual os médicos falam da lobotomia como sendo a solução para a saúde mental.
No meio desse enredo observamos de perto o desenrolar da relação médico-paciente entre Brenner e Gizella, que se torna mais íntima e dependente do que deveria ser. Gizella obsessiva pela escrita, Brenner viciado em ópio, ambos dependentes um do outro, encantados e ao mesmo tempo cheios de medo; vão se reconhecendo e se descobrindo, um buscando no outro uma solução, uma saída.
No fim do filme fica parecendo que o diretor quer nos convencer de que a lobotomia - em alguns casos - é a única solução para o alívio da dor no paciente psiquiátrico. Mas levando em conta que hoje temos técnicas muito mais sutis de tratamento, acredito que ele quer nos fazer pensar sobre a forma que tratamos nossos pacientes psiquiátricos e de que forma melhor poderíamos beneficiá-los. Afinal, pensar que devemos lobotomizar uma pessoa somente porque sofre algum transtorno mental é o mesmo que ter como solução para uma dor na perna, arrancá-la fora.
Filme excelente, sobretudo do ponto de vista da psiquiatria. A fotografia, locação e trilha sonora são Excelentes; a atuação da Kirsti Stubø (Gizella), Impecável!
Os filmes Franceses têm um estilo peculiar, sem grandes heróis, nem reviravoltas fora de cogitação, não precisam de assassinatos misteriosos, forças alienígenas, galãs e ninfetas, nem de apelos sexuais constantes. Eles têm uma atmosfera própria que envolve-nos no cotidiano, como se fossem capazes de transformar uma coisa simples num grande evento. E talvez não transformem nada em nada, apenas nos mostram o valor que realmente tem cada pequena coisa e nós sozinhos não somos capazes de perceber.
Apesar da ótima atuação dos personagens não gostei muito do filme devido ao ritmo lento e arrastado, intercalado por ou outra cena que nos arranca boas gargalhadas. A própria restrição de enredo e espaço limita o filme e ajuda a conferir essa impressão cansativa.
Achei o filme uma bizarra combinação de conto-erótico-adolescente (com cenas bem apelativas) e suspense-conspiratório. Seria melhor se o diretor tivesse concentrado no suspense e dado mais corpo ao enredo ao invés de apelar para o despertar da sexualidade de um adolescente. O que ocorreu foi que não houve desenvolvimento dessa temática sexual e por isso ela pareceu um tanto incompleta, foi abortada precocemente à medida em que o filme tornou-se mais denso e os mistérios foram se desvendando.
O desfecho do filme é um tanto bizarro, inimaginável pra maioria das pessoas, porém válido diante da sede humana pelo poder. Porém eu acredito que tudo não passou de um surto psicótico, uma vez que é sabido que estes podem surgir diante do consumo de drogas como cocaína, anfetamina e até maconha ou álcool. Além disso, algumas drogas propiciam o despertar de transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, que se mantinham latentes e diante de uma agressão ao sistema nervoso tem seu surgimento favorecido.
Então a minha interpretação do filme foi que o protagonista teve um surto psicótico com sintomas típicos de alucinação, paranóia e delírio, criando um enredo imaginário e envolvendo as pessoas ao seu redor na sua viagem maluca.
Muito BOM! os efeitos, a trilha sonora, as alusões ao 'se beber nao case', 'missao impossivel', 'piaf um hino ao amor'... fantastico, nunca ri tanto num desenho animado.
A trama é envolvente, os mocinhos e bandidos se confundem, e nos fazem questionar quem é bom e quem é ruim. E quem decide de que lado estão as pessoas. O filme é fantástico, as cenas de autópsia impressionam pelo realismo dos corpos.
Se analisarmos do ponto de vista fantástico e filosófico é um belo filme, mostra sentimentos humanos, dor, sofrimento, alegria, união, histórias que encontram algum consolo no mar, junto às medusas.
É o tipo de filme que merece ser revisto, preciso assisti-lo novamente pra poder trabalhar as inúmeras questões que ele traz implicitamente. São muitos sinais.
Muito bom, e foge do lugar-comum por não explorar até a exaustão o lado dramático do câncer. Ele envereda mais pela parte de superação da doença, aponta os caminhos, mostra que é preciso ter esperança. E isso é demais!
Drama fantástico, muito bem produzido pelo Ozon. Me identifiquei bastante com o Romain no que diz respeito a atitude dele diante da doença, eu costumo agir assim, sofro calado, não procuro a pena nem o consolo de ninguém. [spoiler]E se por acaso recebesse a notícia de um câncer avançado (com menos de 5% de chance de cura) certamente preferiria viver meus últimos dias igual a ele, levando a vida, tentando achar algum sentido nesses últimos dias. E só. Não contaria nada a ninguém, porque afligir os outros se não poderiam me dar a vida? E porque passar os últimos dias da minha vida internado num hospital sofrendo?
Achei legal a oportunidade que ele teve de ter um filho e deixar um legado, de ajudar um casal a realizar seu sonho e rever seu terrível conceito sobre crianças. Mas aqui entre nós, em que planeta a mulher conhece o homem e em duas conversas numa mesa de lanchonete pede pra ter um filho com ele? Pede, praticamente, pra ele ser um doador de esperma? Só num filmo do Ozon pra isso acontecer...
Na última cena eu tive vontade de sacudi-lo, de gritar: "o dia acabou, levanta, vamos". Durante todo o filme fomos preparados pra encarar a morte do protagonista, mas no fim eu não tava preparado ainda.
A primeira palavra que me vem à mente quando eu penso nesse filme é: MEDO. Medo de acontecer isso com um filho meu, medo de não saber o que fazer, medo de não ter forças suficientes pra lutar, medo de perdê-lo pra o câncer. Mas o filme trata além do medo, é uma profusão de sentimentos, medo, raiva, angústia, alegria, alívio, todos emaranhados compondo essa trama tão intensa que versa sobre um assunto bastante delicado e assustador: o câncer na primeira infância.
A doença do Adam serve apenas de pano de fundo, de estopim para podermos observar a incrível evolução, o amadurecimento do casal Roméo e Juliette, eles eram jovens e "verdinhos" quando se surpreendem com um duro golpe da vida. É aí que eu constato que pra amadurecer é preciso sofrer, senão sempre, pelo menos em boa parte das vezes. E não sei se tem a ver, mas a reforma do apartamento soou pra mim como uma metáfora para a transformação pela qual a psique deles passava. E as cenas de corrida e subida de escadas representaram pra mim a luta e as dificuldades que eles estavam passando com relação à doença do filho e o próprio desafio da maturidade.
Uma das melhores cenas que achei foi a do recebimento da notícia de que o pequeno estava com câncer, a mãe contando aos familiares, eu praticamente enxerguei o próprio câncer se disseminando na família, o choque, o pavor, o medo, a tristeza, tudo ao belíssimo som do violino. Ficou perfeito, fantástico. O desespero do pai que saiu pelas ruas gritando e batendo em tudo que via pela frente também foi muito forte.
Uma cena desnecessária foi a que eles conversavam na cama sobre os medos e chegaram à (preconceituosa) conclusão de que tinham medo que o filho ficasse cego, surdo, mudo, anão, gay e direitista. Não é que eu seja careta, ao contrário, adoro humor negro, mas na minha opinião aquela cena de pseudo-humor-chacota não casou com o resto do filme, destoou do contexto.
E que cena foi aquela da Juliette correndo pelo hospital? Acredito que naquela hora foi que ela se permitiu achar que o filho poderia ter uma doença mais grave, até então ela tentava se iludir de que não era nada demais. E então a ficha caiu.
Lena
3.4 58*****Atenção: contém SPOILER*****
Lena não teve qualquer referência de família estruturada, não recebeu amor nem atenção, e o padrão de relacionamento que aprendeu com a mãe foi guiado pelo sexo promíscuo e casual. O resultado é uma jovem perdida que se submete a humilhação e submissão com os garotos em troca de míseros minutos de atenção os quais não são suficientes pra preencher o enorme vazio que carrega consigo. Mas como poderia desfrutar de uma relação saudável se não tem referências do que seja isso?
O problemático Dann foi o único cara que lhe deu algum valor nessa vida e por isso mesmo ela usa de todas as ferramentas que possui para não perdê-lo, a principal delas é o sexo. Até mesmo as mentiras do Dann não são capazes de desencorajá-la de lutar por essa relação simbiótica (não arrisco nem dizer que seja amor). Mas tudo complica quando o pai do Dann, outro personagem psicologicamente doente, entra em cena e se envolve mais do que devia.
A questão que me coloquei foi: será que a Lena estava pronta pra viver uma relação saudável? Ou será que estava acostumada a lidar com o dia-a-dia repleto de transas clandestinas e auto-limitadas?
No final do filme achei que ela se envolveu com o pai do Dann e acabou o matando como uma forma de se livrar daquela situação de felicidade a dois que estava se organizando, pois não sabia lidar com aquilo. E depois de criado o motivo pra acabar com tudo ela voltou ao porto seguro, que pra nós parecia o inferno: a mãe instável e os caras com quem transava sem compromisso. Esse era o universo que ela sabia lidar, e mesmo que quisesse algum relacionamento normal, não saberia conduzi-lo. E não é à toa que ela conseguia manter tanta doçura em um meio tão hostil, estava plenamente adaptada a ele.
Todos Contra Léo
3.4 20Alguém tem o link, por favor?
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraMuito boa produção, para os amantes da ação é um êxtase sem fim.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KAchei excelente, a atuação da Meryl Streep é impecável como sempre e a forma como o filme aborda a vida da Margaret Thatcher foi muito pertinente.
Minha Vida Sem Mim
4.0 807 Assista AgoraA maioria das pessoas vai achar que o filme trata da morte, eu acho que ele trata da vida, dos sonhos, e do que podemos fazer antes que a morte chegue. E alguém precisa esperar uma doença terminal pra poder correr atrás da vida? Ela precisou de uma notícia tão forte pra sair do modo automático e perceber que não vivia a própria vida como gostaria. Mas se pensarmos um pouco podemos viver desde o momento em que falo, até porque não temos nenhuma garantia de que seremos avisados três meses antes de nossa morte.
São muitos diálogos emocionantes, o filme em si é muito comovente.
Filho Terno - O Projeto Frankenstein
3.1 16Alguém tem o link do trailer legendado? Porque esse aí tá difícil entender rsrs
Nada Pessoal
4.0 157Esse não é o tipo de filme de aventura ou ação que nos deixa inquieto e tomado pela adrenalina, mas sim um filme reflexivo que nos leva a pensar sobre os limites do relacionamento humano, quando devemos fugir e quando devemos nos entregar a eles? Até que ponto é saudável? Quando estamos correndo de mais ou nos entregando além dos limites? Sem dúvidas a mensagem que ele nos passa é simplesmente fantástica.
À princípio as cenas podem parecer um pouco cansativas visto que são repletas de silêncio, vazio, paisagens abertas e contínuas, muitas vezes ouve-se apenas o som da terra sendo escavada, das ondas do mar batendo contra as pedras, ou mesmo a ópera tocando na sala. Nada disso torna-se monótono quando se entende que é proposital, que faz parte do contexto do filme e exprime exatamente a sensação de solidão que sentem os dois personagens principais. Além disso, o filme é dividido em capítulos, o que o torna menos descontínuo e mais objetivo.
Nada pessoal é um filme de diálogos curtos, às vezes substituídos por bilhetes, mas que causa uma enorme reflexão e sensação de paz, nos incitando a pensar sobre o desapego e a profundidade das nossas relações. A essência da natureza humana fica bem clara ao longo do filme: ‘eu te ofereço algo, você retribui de alguma maneira e na hora que quiser poderá partir’.
É assim que funciona, simples assim; a parte difícil é administrar o tal contato humano.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista Agora***CONTÉM SPOILER***
O filme explora a vida de um garoto chamado Kevin, intransigente, rebelde, seco, frio, manipulador e dissimulado. Desde pequeno esse garoto mostra a que veio, sempre deu pistas aos pais de que era mais do que uma criança desobediente e malcriada. E talvez essa seja a intenção do filme (inspirado no livro homônimo, de história verídica), mostrar indícios que permitam a diferenciação de uma criança sem limites e uma outra doente, portadora de um transtorno de personalidade. Somente olhos bem treinados seriam capazes de observar essa sutileza. E como deve ser difícil para os pais notar e buscar ajuda desde cedo.
A todo o tempo fiquei pensando na mãe, em como seria difícil pra ela lidar com essa questão, pensei em como se sentia dividida pela vontade de amar o filho e o desejo de puni-lo por suas recorrentes atrocidades. E o pai, coitado, era alheio à doença do filho e acabava sendo manipulado por ele que precisava de um ‘protetor’.
O filme bem que podia se chamar ironicamente “precisamos dar uma surra no Kevin”, pena que isso não resolveria seu transtorno de personalidade antissocial.
Ópio: Diário de uma Louca
3.5 42***CONTÉM SPOILER***
O filme retrata muito bem as técnicas cruéis e desumanas consagradas na época para tratar das enfermidades mentais. Algumas cenas são fortes, com torturas, choques, afogamentos, privação, descaracterização do 'eu' enquanto indivíduo único. Merece destaque a frieza com a qual os médicos falam da lobotomia como sendo a solução para a saúde mental.
No meio desse enredo observamos de perto o desenrolar da relação médico-paciente entre Brenner e Gizella, que se torna mais íntima e dependente do que deveria ser. Gizella obsessiva pela escrita, Brenner viciado em ópio, ambos dependentes um do outro, encantados e ao mesmo tempo cheios de medo; vão se reconhecendo e se descobrindo, um buscando no outro uma solução, uma saída.
No fim do filme fica parecendo que o diretor quer nos convencer de que a lobotomia - em alguns casos - é a única solução para o alívio da dor no paciente psiquiátrico. Mas levando em conta que hoje temos técnicas muito mais sutis de tratamento, acredito que ele quer nos fazer pensar sobre a forma que tratamos nossos pacientes psiquiátricos e de que forma melhor poderíamos beneficiá-los. Afinal, pensar que devemos lobotomizar uma pessoa somente porque sofre algum transtorno mental é o mesmo que ter como solução para uma dor na perna, arrancá-la fora.
Filme excelente, sobretudo do ponto de vista da psiquiatria. A fotografia, locação e trilha sonora são Excelentes; a atuação da Kirsti Stubø (Gizella), Impecável!
Ervas Daninhas
3.1 142Alguém me explica a última frase do filme???????????????
Ervas Daninhas
3.1 142Os filmes Franceses têm um estilo peculiar, sem grandes heróis, nem reviravoltas fora de cogitação, não precisam de assassinatos misteriosos, forças alienígenas, galãs e ninfetas, nem de apelos sexuais constantes. Eles têm uma atmosfera própria que envolve-nos no cotidiano, como se fossem capazes de transformar uma coisa simples num grande evento. E talvez não transformem nada em nada, apenas nos mostram o valor que realmente tem cada pequena coisa e nós sozinhos não somos capazes de perceber.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KApesar da ótima atuação dos personagens não gostei muito do filme devido ao ritmo lento e arrastado, intercalado por ou outra cena que nos arranca boas gargalhadas. A própria restrição de enredo e espaço limita o filme e ajuda a conferir essa impressão cansativa.
Kaboom
2.8 386 Assista Agora***Atenção: contém SPOILER***
Achei o filme uma bizarra combinação de conto-erótico-adolescente (com cenas bem apelativas) e suspense-conspiratório. Seria melhor se o diretor tivesse concentrado no suspense e dado mais corpo ao enredo ao invés de apelar para o despertar da sexualidade de um adolescente. O que ocorreu foi que não houve desenvolvimento dessa temática sexual e por isso ela pareceu um tanto incompleta, foi abortada precocemente à medida em que o filme tornou-se mais denso e os mistérios foram se desvendando.
O desfecho do filme é um tanto bizarro, inimaginável pra maioria das pessoas, porém válido diante da sede humana pelo poder. Porém eu acredito que tudo não passou de um surto psicótico, uma vez que é sabido que estes podem surgir diante do consumo de drogas como cocaína, anfetamina e até maconha ou álcool. Além disso, algumas drogas propiciam o despertar de transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, que se mantinham latentes e diante de uma agressão ao sistema nervoso tem seu surgimento favorecido.
Então a minha interpretação do filme foi que o protagonista teve um surto psicótico com sintomas típicos de alucinação, paranóia e delírio, criando um enredo imaginário e envolvendo as pessoas ao seu redor na sua viagem maluca.
A Era do Gelo 4
3.5 1,7K Assista AgoraMTMTMT BOM
Vestida Para Casar
3.4 820 Assista AgoraBonzinho, pra uma comédia romântica tá bom.
Para Sempre
3.6 2,0K Assista AgoraAchei clichê, porém a primeira parte do filme foi até boa.
Madagascar 3: Os Procurados
3.5 1,4K Assista AgoraMuito BOM! os efeitos, a trilha sonora, as alusões ao 'se beber nao case', 'missao impossivel', 'piaf um hino ao amor'... fantastico, nunca ri tanto num desenho animado.
Girimunho
3.9 30Muito bom, a atuação, a locação, o roteiro e sobretudo os poemas da D. Bastú.
Autópsia de um Crime
3.2 524A trama é envolvente, os mocinhos e bandidos se confundem, e nos fazem questionar quem é bom e quem é ruim. E quem decide de que lado estão as pessoas. O filme é fantástico, as cenas de autópsia impressionam pelo realismo dos corpos.
As Medusas
3.7 10Se analisarmos do ponto de vista fantástico e filosófico é um belo filme, mostra sentimentos humanos, dor, sofrimento, alegria, união, histórias que encontram algum consolo no mar, junto às medusas.
É o tipo de filme que merece ser revisto, preciso assisti-lo novamente pra poder trabalhar as inúmeras questões que ele traz implicitamente. São muitos sinais.
50%
3.9 2,2K Assista AgoraMuito bom, e foge do lugar-comum por não explorar até a exaustão o lado dramático do câncer. Ele envereda mais pela parte de superação da doença, aponta os caminhos, mostra que é preciso ter esperança. E isso é demais!
Espelho, Espelho Meu
2.8 1,8K Assista AgoraMuito decepcionado, deixou muito a desejar. #Chatiado
O Tempo que Resta
3.6 108AVISO: CONTÉM SPOILEEEEEEEEEEEEEER
Drama fantástico, muito bem produzido pelo Ozon. Me identifiquei bastante com o Romain no que diz respeito a atitude dele diante da doença, eu costumo agir assim, sofro calado, não procuro a pena nem o consolo de ninguém. [spoiler]E se por acaso recebesse a notícia de um câncer avançado (com menos de 5% de chance de cura) certamente preferiria viver meus últimos dias igual a ele, levando a vida, tentando achar algum sentido nesses últimos dias. E só. Não contaria nada a ninguém, porque afligir os outros se não poderiam me dar a vida? E porque passar os últimos dias da minha vida internado num hospital sofrendo?
Achei legal a oportunidade que ele teve de ter um filho e deixar um legado, de ajudar um casal a realizar seu sonho e rever seu terrível conceito sobre crianças. Mas aqui entre nós, em que planeta a mulher conhece o homem e em duas conversas numa mesa de lanchonete pede pra ter um filho com ele? Pede, praticamente, pra ele ser um doador de esperma? Só num filmo do Ozon pra isso acontecer...
Na última cena eu tive vontade de sacudi-lo, de gritar: "o dia acabou, levanta, vamos". Durante todo o filme fomos preparados pra encarar a morte do protagonista, mas no fim eu não tava preparado ainda.
A Guerra Está Declarada
3.7 104AVISO: CONTÉM SPOILEEEER
A primeira palavra que me vem à mente quando eu penso nesse filme é: MEDO. Medo de acontecer isso com um filho meu, medo de não saber o que fazer, medo de não ter forças suficientes pra lutar, medo de perdê-lo pra o câncer. Mas o filme trata além do medo, é uma profusão de sentimentos, medo, raiva, angústia, alegria, alívio, todos emaranhados compondo essa trama tão intensa que versa sobre um assunto bastante delicado e assustador: o câncer na primeira infância.
A doença do Adam serve apenas de pano de fundo, de estopim para podermos observar a incrível evolução, o amadurecimento do casal Roméo e Juliette, eles eram jovens e "verdinhos" quando se surpreendem com um duro golpe da vida. É aí que eu constato que pra amadurecer é preciso sofrer, senão sempre, pelo menos em boa parte das vezes. E não sei se tem a ver, mas a reforma do apartamento soou pra mim como uma metáfora para a transformação pela qual a psique deles passava. E as cenas de corrida e subida de escadas representaram pra mim a luta e as dificuldades que eles estavam passando com relação à doença do filho e o próprio desafio da maturidade.
Uma das melhores cenas que achei foi a do recebimento da notícia de que o pequeno estava com câncer, a mãe contando aos familiares, eu praticamente enxerguei o próprio câncer se disseminando na família, o choque, o pavor, o medo, a tristeza, tudo ao belíssimo som do violino. Ficou perfeito, fantástico. O desespero do pai que saiu pelas ruas gritando e batendo em tudo que via pela frente também foi muito forte.
Uma cena desnecessária foi a que eles conversavam na cama sobre os medos e chegaram à (preconceituosa) conclusão de que tinham medo que o filho ficasse cego, surdo, mudo, anão, gay e direitista. Não é que eu seja careta, ao contrário, adoro humor negro, mas na minha opinião aquela cena de pseudo-humor-chacota não casou com o resto do filme, destoou do contexto.
E que cena foi aquela da Juliette correndo pelo hospital? Acredito que naquela hora foi que ela se permitiu achar que o filho poderia ter uma doença mais grave, até então ela tentava se iludir de que não era nada demais. E então a ficha caiu.