Amanda

Acabei de assistir e acho que o mais importante para tentar começar a entender essa história é nos afastar dos primeiros pensamentos e sentimentos que ela trás, como a aversão ao veganismo ou ao misticismo. Não podemos apenas rotular a esposa como negacionista ou pirada ou sei la. Acredito que o que temos ali é um transtorno mental severo que começou talvez no pós parto, ou no próprio parto, quando ela não consegue fazer da forma ela queria.

Existem vários estudos que falam sobre a fases da gravidez, parto e pós que por causas hormonais e talvez problemas pré existentes (como no caso dela a vida dela com os pais, que nunca fica muito clara pra gente), desencadeiam uma série de reações neurológicas que levam à doenças mentais como a depressão pós-parto e até a pisicose.

Mesmo que ainda possa ter a ver com algum trauma antigo dela e claro que isso não significar ignorar o perigo no qual ela colocou a criança, é bom observar como toda a situação foi tratada com irresposabilidade pelo pai também (vide a cena de consepção do bebê que sinceramente, me deu nojo dele). Quando ele começa a perceber os problemas é inclusive bem tarde (o bebe está com sete meses) e ele tenta de todas as formas amenizar e demora outro bom tempo para tomar uma atitude judicial e quando toma, apenas abandona a esposa dizendo que ela deveria se cuidar quando claramente ela não está em consições de ficar sozinha.

E então temos aquele desfecho que nos da um certo alívio porque tomamos a mulher como vilã de toda a história, mas eu fiquei com uma sensação que não é bem isso que deveríamos sentir. Não seria ela talvez uma vítima vulnerável e negligenciada de certa forma?

Mas enfim, eu achei um filme muito interessante, com uma direção fora do habitual, cheio de ângulos entranhos e filmagens proximas, sufocantes e distorcidas que ajudam a piorar a sensação de angustia e enclausuramento. Ele tem uma narrativa bem construída que transita pelos generos, começando de um jeito muito doce e até fofo. Parece qua estamos em um romance, até uma comédia mais ai ele se transforma e não forma abrupita, mas aos poucos e lá pela metade percebemos que estamos em um drama pisicológico ou até um suspense, lá pelos ultimos minutos.

Sobre as atuações, eu preciso dizer que fui assistir pra ver o Adam Driver que manda muito bem, mas a Alba Rohrwacher rouba toda a trama pra ela. Mesmo com poucas falas ela entrega uma mãe que vai do amor a loucura ao ressentimento e a manipulação emocional de segundos. Ela faz a gente sentir raiva, pena, preocupação em uma instabilidade que é difícil saber o que ela vai fazer depois e nos deixa tensos demais temendo pela vida dela e do bebe e até a velhinha. Morri de medo dela matar a velha.

Acho que esse merecia uma discussão maior, tem muitas cosias para serem repensadas, mas já me extendi mais do que eu queria. A quem interessar ler até aqui vou deixar tudo com aviso de spoiler porque né.

a cena dele levantando com a peruca e os peitos falsos eu trinquei o bico de maaaais kkkkkkkk

a participação rasíssima da Maria Fernanda Cândido, ela e um vaso ali seria praticamente a mesma coisa. A mulher tem uma fala só, pelo amor de deus!! e também a cara do Meds Mikkelsen que claramente não queria ta ali. Devia ta com uns boleto atrasados e ai aceitou o trampo, mas fez também na força do ódio e 0 esforço. Até o Eddie Redmayne ta cansado já. Mas enfim, não da pra culpa-los