The Leftovers é um ótimo exemplo de uma adaptação de livro que é bem sucedida justamente por não ser inteiramente fiel à obra original. A série que começou de forma um tanto desajeitada, ao tentar martelar temas óbvios de maneira pouco sútil nos primeiros episódios, foi ganhando mais e mais confiança à medida que foi se afastando do núcleo principal (a família Garvey) e se aproximando dos personagem secundários. O que, por sua vez, gerou dois dos melhores episódios da temporada: Two Boats and a Helicopter e Guess. A série ainda contou com um season finale perfeito que se desenrolou num crescendo dramático incrível que, só foi possível, graças as várias peças que foram plantadas ao longo da temporada e que assumiram seu lugar no último episódio. Falem o que quiser de Damon Lindelof, mas o cara sabe como contar um história a longo prazo, onde as "recompensas" são sempre fruto de um efeito acumulativo de uma trama cuidadosamente construída.
Muitos irão reclamar da falta de resolução quantos aos "mistérios" do Arrebatamento, assim como, muitos reclamaram do final de Lost e seus enigmas não desvendados. O que essas pessoas parecem não perceber é que o não-saber é o que nos captura nas histórias destes personagens; é exatamente por estarmos completamente alheios aos porquês de suas mazelas que nos identificamos. A vida é cheia de mistérios insolúveis e tragédias inexplicáveis e o fato da série ser capaz de abraçar a incerteza (inerente à vida) é realmente admirável.
Para terminar, gostaria destacar o trabalho de 3 atrizes que foi consistentemente excelente: Amy Brenneman como Laurie (um papel dificílimo, vale ressaltar), Ann Dowd como Patti e, claro, a grande revelação da série, Carrie Coon como Nora (se houver justiça no mundo, ela vai concorrer a todos os prêmios de atriz coadjuvante em série dramática no ano que vem).
O design de produção e a atenção aos detalhes é admirável, mas a abordagem de Todd Haynes acaba sendo muito fria pra esse tipo de história, que se beneficiaria do tom de urgência e traição que é pouco explorado aqui. Kate Winslet faz o que pode com o papel mas o drama da sua personagem é diluído ao longo das cansativas (e desnecessárias) 6 horas de duração. Mildred Pierce (minissérie) é o típico exemplo de adaptação que trata o material de origem como se fosse escrita sagrada, esquecendo que literatura e tv (ou cinema) são meios diferentes e nem tudo que funcionava no romance funcionaria aqui. Admito que o projeto foi uma leve decepção, apesar dos atributos, por ser fã tanto de Winslet quanto Haynes.
Assim foi proclamado na época de seu lançamento, "Angels in America" é um evento. Tudo relacionado a ele é grandioso e inesquecível. Mesmo com quase 6 horas de duração, o filme jamais parece cansativo e os diálogos e a história de Tony Kushner fluem de maneira admirável. Representando um ponto alto na carreira de todos os envolvidos (inclusive gigantes do cinema com Pacino, Streep e Thompson), "Angels" é provavelmente um dos melhores trabalhos de Mike Nichols (senão o melhor) onde ele finalmente equilibra perfeitamente a influência do teatro presente na maioria dos seus trabalhos com a técnica cinematográfica.
Podem haver detratores (e há MUITOS) e admiradores, mas o fato é: a série marcou uma geração e a história da televisão americana e desde então muitas outras tentam copiar seu sucesso e sua influência. Inclusive a atual (e superestimada) The Walking Dead.
Série maravilhosa, emocionante e marcante pra todos que acompanharam do início até o fim. Alguns reclamam dos episódios mais lentos e contemplativos, mas eles foram essenciais pra série, da mesma forma que os mais dramáticos, já que a vida é formada por ambos momentos. E, poucas vezes, eu vi retratada de forma tão realista, a vida familiar. Não à toa, o final é devastador.
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The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraThe Leftovers é um ótimo exemplo de uma adaptação de livro que é bem sucedida justamente por não ser inteiramente fiel à obra original.
A série que começou de forma um tanto desajeitada, ao tentar martelar temas óbvios de maneira pouco sútil nos primeiros episódios, foi ganhando mais e mais confiança à medida que foi se afastando do núcleo principal (a família Garvey) e se aproximando dos personagem secundários. O que, por sua vez, gerou dois dos melhores episódios da temporada: Two Boats and a Helicopter e Guess.
A série ainda contou com um season finale perfeito que se desenrolou num crescendo dramático incrível que, só foi possível, graças as várias peças que foram plantadas ao longo da temporada e que assumiram seu lugar no último episódio.
Falem o que quiser de Damon Lindelof, mas o cara sabe como contar um história a longo prazo, onde as "recompensas" são sempre fruto de um efeito acumulativo de uma trama cuidadosamente construída.
Muitos irão reclamar da falta de resolução quantos aos "mistérios" do Arrebatamento, assim como, muitos reclamaram do final de Lost e seus enigmas não desvendados. O que essas pessoas parecem não perceber é que o não-saber é o que nos captura nas histórias destes personagens; é exatamente por estarmos completamente alheios aos porquês de suas mazelas que nos identificamos. A vida é cheia de mistérios insolúveis e tragédias inexplicáveis e o fato da série ser capaz de abraçar a incerteza (inerente à vida) é realmente admirável.
Para terminar, gostaria destacar o trabalho de 3 atrizes que foi consistentemente excelente: Amy Brenneman como Laurie (um papel dificílimo, vale ressaltar), Ann Dowd como Patti e, claro, a grande revelação da série, Carrie Coon como Nora (se houver justiça no mundo, ela vai concorrer a todos os prêmios de atriz coadjuvante em série dramática no ano que vem).
Mildred Pierce
4.2 168 Assista AgoraO design de produção e a atenção aos detalhes é admirável, mas a abordagem de Todd Haynes acaba sendo muito fria pra esse tipo de história, que se beneficiaria do tom de urgência e traição que é pouco explorado aqui. Kate Winslet faz o que pode com o papel mas o drama da sua personagem é diluído ao longo das cansativas (e desnecessárias) 6 horas de duração.
Mildred Pierce (minissérie) é o típico exemplo de adaptação que trata o material de origem como se fosse escrita sagrada, esquecendo que literatura e tv (ou cinema) são meios diferentes e nem tudo que funcionava no romance funcionaria aqui.
Admito que o projeto foi uma leve decepção, apesar dos atributos, por ser fã tanto de Winslet quanto Haynes.
O Mundo de Tara (2ª Temporada)
4.3 63Assim como na 1ª temporada, a série conquista pelo seu ótimo elenco e suas personagens cativantes, que chegam a quase eclipsar o roteiro inconstante.
Angels in America
4.2 126 Assista AgoraAssim foi proclamado na época de seu lançamento, "Angels in America" é um evento. Tudo relacionado a ele é grandioso e inesquecível. Mesmo com quase 6 horas de duração, o filme jamais parece cansativo e os diálogos e a história de Tony Kushner fluem de maneira admirável. Representando um ponto alto na carreira de todos os envolvidos (inclusive gigantes do cinema com Pacino, Streep e Thompson), "Angels" é provavelmente um dos melhores trabalhos de Mike Nichols (senão o melhor) onde ele finalmente equilibra perfeitamente a influência do teatro presente na maioria dos seus trabalhos com a técnica cinematográfica.
Lost (6ª Temporada)
3.9 998 Assista AgoraPodem haver detratores (e há MUITOS) e admiradores, mas o fato é: a série marcou uma geração e a história da televisão americana e desde então muitas outras tentam copiar seu sucesso e sua influência. Inclusive a atual (e superestimada) The Walking Dead.
A Sete Palmos (1ª Temporada)
4.5 392 Assista AgoraSérie maravilhosa, emocionante e marcante pra todos que acompanharam do início até o fim. Alguns reclamam dos episódios mais lentos e contemplativos, mas eles foram essenciais pra série, da mesma forma que os mais dramáticos, já que a vida é formada por ambos momentos. E, poucas vezes, eu vi retratada de forma tão realista, a vida familiar. Não à toa, o final é devastador.