Faltou explorar mais coisas que poderiam deixar o documentário mais instigante, como, por exemplo, quando os detetives que ficaram com Rand durante 3 dias na delegacia dizem que não conseguem fazer ele falar nada, e, em seguida ele sai pela porta da frente da prisão babando. Aí há sinais de que ele foi torturado por esses detetives, o que daria mais assunto para tratar no filme.
Alguns anos após o término da série, resolvi revisitá-la. Resultado? A certeza de que essa é uma das melhores séries de TV já feita em todos os tempos.
Em 2013, ao ver o último episódio da série, confesso que havia ficado decepcionado com o rumo dado aos personagens principais, Walter White e Jesse Pinkman, mas por falta de maturidade, talvez, não havia percebido que tudo isso fazia parte da trama psicológica da evolução e amadurecimento (?) dos personagens. Walter, ao longo da série, vai mostrando toda a sua face megalomaníaca, deixando claro que seu envolvimento com a produção de metanfetamina não é só pela família, como várias vezes ele cita no seriado, mas, sim, porque uma nova faceta de sua personalidade é exposta a partir do momento que percebe o poder e dinheiro que poderia conseguir se infiltrando no cartel de drogas de Albuquerque. Aí que minha revisita pela série começa, por uma questão de roteiro, pois, percebendo que, na verdade, Walter White e Jesse Pinkman nunca formaram uma dupla, o que poderia ser um motivo de frustração, nos deixa surpresos quando vemos que tudo não passa de uma trama sobre um homem comum que se transforma no maior produtor de drogas da cidade, não medindo esforços para manter seu negócio, engolindo todos os outros personagens na trama, como Skyler, sua esposa, o já citado Pinkman, Hank, seu cunhado e Saul Goodman, o advogado mais sem caráter já visto nas telas, por exemplo. A ambientação criada sobre a cidade de Albuquerque também foi extraordinária, usando locações num nível quase documental, desde o deserto e subúrbios, até locais de classe alta e centros comerciais, é como se pudéssemos respirar o ar quente do deserto onde Walter e Jesse começam a produzir drogas na VAN no começo da série, ou como se pudéssemos, num fim de tarde, fazer uma visita ao Polos Hermanos para comer frango na rede de fast food de Gus Fringe. Há um realismo gritante que o roteiro conseguiu criar sobre a cidade, e quem é fã da série, assim como eu, provavelmte deseja fazer uma viagem até lá. Várias outras questões ainda poderia comentar somente sobre o roteiro, que não deixa pontas soltas em nenhum momento, principalmente graças a montagem da série, que com planos ousadíssimos contribui para que o roteiro se desenvolva de forma fluente, na minha opinião, a série com a melhor montagem que já vi. Grato por ter revisitado essa produção que, com certeza, é um marco na história das séries de TV.
A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Não sou fã de animações. Nunca vi muitos filmes do gênero. Achei O Menino e o Mundo Genial. Fora os clichês utilizados como crítica ao sistema capitalista, O Menino sou explorar de forma EXTREMAMENTE lúdica, manifestações culturais típicas de algumas regiões do país, com cores, músicas, festas populares, etc, além de fazer críticas sociais contundentes com relação as mazelas sociais vividas pelos sertanejos do nordeste e dos migrantes brasileiros que, mesmo em menor escala, procuram a região sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Em meio a toda essa complexidade, vemos o Menino, jogado no Mundo, transitando entre essas fantasias de cores e poluição, campo e cidade, acolhimento e abandono. O Mundo faz tão sentido para o Menino quanto os vazios maiores de Manoel de Barros.
“A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos.”
O cinema agradece o fato de nos lembrar que não existem só animações digitais hoje em dia.
Simplesmente fantastico! Nao ha como assistir esse filme e nao notar a semelhanca do enredo com Rastros de Odio, do grande John Ford, porem, transferindo o cenario do velho oeste para o ambiente gelado em que foi filmado. O antagonismo entre os personagens principais foi construido de forma magistral, alem de mostrar de forma humanizada, nao romantica, a questao do massacre contra os indios norte-americanos.
A impressao que ficou foi que houve um olhar fetichista por parte da equipe equipe de producao com relacao ao moradores do bairro. O fato/acontecimento da virada do seculo ficou em segundo plano, se comparado a quantidade de vezes que vemos os entrevistadores forcarem perguntas fechadas sobre os problemas vividos na comunidade, como violencia, pobreza, racismo, drigas, etc. O merito do documentario, para mim, foi o fato de terem conseguido entrar na comunidade e acompanhado o dia das pessoas retratadas no seu proprio meio social, e, penso que o que poderia ter tornado o documentario mais empatico, seria se, em alguns momentos, tivesse sido feita uma proposta de os moradores se entrevistarem entre si, mostrando as expectativas do milenio por eles mesmos. Boa parte das perguntas eram muito tendenciosas, e com respostas previsiveis, como no final, quando um dos membros da equipe pergunta para um morador se ele deixaria o morro, percebe-se uma certa irritacao do morador: "Voce nunca veio aqui? E a primeira vez que voce vem passar a virada do ano novo aqui? Eu nunca trocaria esse lugar e convido o pessoal la de baixo (Copacabana) a vir passar o ano novo um dia com a gente." No comeco do documentario, uma moradora tambem comenta sobre a questao de ser comum cineastas e academicos subirem o morro para fazerem filmagens e pesquisas para projetos, e que ja esta acostumada em dar depoimentos. Nesse momento, nota-se a expectativa em torno da entrevistada sobre o tema "virada do seculo", mas pela resposta que a moradora da, falando sobre seu irmao que faleceu, nota-se claramente que, por parte do entrevistador, nesse caso o proprio Coutinho, efetuar uma perguntada forcada sobre um acontecimento tragico na vida da moradora, para sensibilizar o expectador, o que, para mim, deixa ainda um pouco mais claro o olhar fetichista lancado sobre os moradores das duas comunidades envolvidas no documentario.
Ano de 2001. A rede de canal fechado HBO, já com a série The Sopranos no ar desde 1999, série ganhadora de vários prêmios Emmy, decide lançar ao ar mais uma de suas produções originais: Six Feet Under. No final da década de 90 e começo dos anos 2000, a HBO iria apresentar um novo modelo de seriados para televisão, apresentando duas séries, Oz, iniciada em 1997, e a já citada, The Sopranos. O que elas teriam de diferente com relação as séries já existentes nesse período? O canal investe em temporadas para as suas séries com número de episódios menores, 12 episódios, em média, com duração de aproximadamente 1 hora cada, produções com qualidade de cinema, e, o fundamental: elaborar roteiros com histórias complexas, personagens com profundidades psicológicas impressionantes, além de retratar certos assuntos de forma polêmica para os padrões da televisão à época, como por exemplo, como é retratada a comunidade italo-americana em Sopranos, e a forma como nos é mostrado o cotidiano em uma prisão de segurança máxima no seriado Oz. E você me pergunta, o que Six Feet Under tem a ver com isso? Tudo. Coincidência que Six Feet Under, uma série que fala sobre os vivos tentando lhe dar com os mortos que aparecem na abertura de cada episódio e ao longo deles, fazendo com que esses personagens, psicologicamente abalados pela morte inesperada do patriarca da família, tivesse sua estréia na TV dois meses antes da queda das torres gêmeas? Olhando em retrospectiva, não. Nesse contexto, o seriado, de forma mórbida, e com um pouco de humor negro, uma das características principais da série, de forma simbólica, pôde representar o sentimento de toda uma nação naquele singular período de 2001: o pai e provedor da família, dono de uma funerária, que morre inesperadamente num acidente de carro indo buscar o filho para um jantar de natal em família, não poderia ser representado na figura do World Trade Center, ícone do capitalismo americano, que, por meio de um inesperado ataque terrorista, foi destruído, deixando uma nação perplexa com a perda de um de seus maiores ícones econômicos, além, é claro, de ter causado a morte de milhares de pessoas que trabalhavam no conjunto de prédios, deixando assim, um país abalado tanto emocionalmente com a perda de entes da família, como abalados também economicamente? Sim. Dentro desse contexto, a série rapidamente conseguiu conquistar os corações e mentes dos americanos, emocionalmente abalados pela perda de vários entes queridos, e, agora, tendo que passar por uma situação semelhante aos personagens da série, que viram toda a sua estrutura sólida ruir com a morte de Nathaniel Fisher (Richard Jenkins), o dono da empresa funerária Fisher & Sons Funeral Home. Assim, cada personagem, com uma problemática específica e muito bem elaborada ao longo das 5 temporadas, se veem numa posição de, com a morte do pai, numa situação contraditória, imediatamente, se veem na obrigatoriedade de ter uma posição ativa com relação ao rumo de suas próprias vidas, assim como o que ocorreu com a sociedade norte americana. Vamos enterrar nosso mortos e seguir em frente ou apenas continuar nos lamentando pelos atentados ocorridos? Vamos nos lamentar pela perda econômica ocorrida ou nos reinventarmos para colocar os negócios de volta aos trilhos? Nesse tocante, a série ainda conseguiu ir além, pois, com esse momento de sensibilidade maior, temas como homossexualidade, por meio do personagem David James "Dave" Fisher (Michael C. Hall, que viria a interpretar o assassino em série em Dexter alguns anos depois), o filho do meio, sério, comedido e conservador, puderam vir a tona e repensados, não só pelo próprio personagem, pois, após a morte do pai, e com a chegada do irmão pródigo, Nathaniel Samuel “Nate” Fisher Jr. (Peter Krause), Dave começa a se questionar se ainda vale a pena esconder de seus familiares sobre a sua posição sexual, questionamento esse feito inclusive pelo seu namorado policial negro, Keith Charles (Mathew St. Patrick), esse argumentando que não haveria mais motivos para Dave não se assumir como homossexual, uma vez que, com a morte de Nataniel Fisher, esse era o momento ideal para se assumir para a família, uma vez que ele, junto com Nate, se tornaram os chefes do negócio da funerária em casa. Um outro tema recorrente na série, além de polêmico, é a questão do matrimônio, fidelidade. Nathaniel Samuel “Nate” Fisher Jr. (Peter Krause), tem um relacionamento conturbado com Brenda Chenowith (Rachel Griffiths), uma recém conhecida durante a viagem de avião que o levaria de encontro a família. Enquanto seu pai estava a caminho, de carro, Nate e Brenda, que mal tinham acabado de se conhecer, se enfiavam dentro de uma sala em um anexo no aeroporto e começam a transar, enquanto o pai de Nate morria. Isso causaria em Nate um sentimento de culpa? Não. Esse relacionamento, iniciado de forma impulsiva entre Nate e Brenda será sustentado ao longo de toda a série, mostrando todas as suas nuances, de forma verdadeira, desde os momentos mais apaixonados, até os momentos em que o tema infidelidade se torna o ponto principal da relação entre o casal. A constituição e problemática da família tradicional, que é sim já é um tema fundamental na série, aqui passar a ganhar novas nuances, pois, com o problema da infidelidade dos dois, o próprio irmão mais novo, Dave, se vê as voltas com o desejo de trair seu namorado, Keith, além de a mãe da família, resignada, recatada e extremamente religiosa, Ruth Fisher (Frances Conroy), por incentivo do próprio Nate, para choque de todos, admite que também chegou a trair seu marido, Nataniel. A mensagem é: não há verdades absolutas, e para isso que a série despertou a mente dos americanos e todos os espectadores da série num momento tão delicado. Dentro desse preceito, de que não há verdades absolutas, se Dave toma conta dos negócios, ao passo que tenta assumir sua homossexualidade, Nate é o que tentará colocar os nervos da família no lugar, com todos esses novos acontecimentos, a descoberta da homossexualidade do irmão, o sentimento de culpa da mãe por ter traído o marido, e que, na terceira idade irá começar a descobrir alguns prazeres da vida que não tinha enquanto casada, em favor de se mostrar uma dedicada mãe de família, prazeres esses como uso de drogas, encontros românticos com desconhecidos e luais regados a litros de álcool. Por último, não podemos deixar de citar aqui a irmã caçula da família, Clair Fisher (Lauren Ambrose). Perceber a evolução dessa personagem na série é algo tocante, pois, nunca foi mostrado em nenhum programa de TV já feito até hoje, de forma tão verdadeira, a difícil e estranha fase de transição ocorrida da adolescência para a fase adulta. As turmas na escola, o uso de drogas, os relacionamentos, a indecisão sobre qual carreira seguir, a dificuldade de aceitação nos grupos diferentes ao seu ponto de vista, a negação da família, até que, em certo momento da série, todos esses problemas vão se solucionado, uma adolescente insegura, vai se afirmando e aceitando a fase adulta, assim como os a própria família vai amadurecendo após a perda do patriarca. Claire se descobre no mundo das artes, se afirma em sua área de atuação, primeiramente, dentro de seu curso superior, e depois dora dele, já no ambiente profissional, já como mulher, no final da série vemos que a adolescente frágil ficou para trás. Por fim, a série termina como começou, com a morte de um personagem, mas aí, cinco temporadas após os atentados de 11 de setembro, as cicatrizes da dor da perda de milhares de pessoas já estavam curadas, e Six Feet Under pôde nos fazer olhar a morte por uma outra perspectiva: de que é ela não é o fim, é apenas o começo de uma nova história.
Muitas das referencias que caracterizam as obras de Lynch, com relação a narrativa, já foram mostradas nesse filme: narrativas não lineares, historias idílicas, sejam elas tendendo para o lado fantasioso, como por exemplo nos filmes Império dos Sonhos e Cidade dos Sonhos, sejam elas tendendo para o lado mais suave e terno, como em Uma Historia Real, esse, com uma narrativa mais linear, fugindo um pouco do padrão dos filmes do diretor, ou sejam elas tendendo mais para o lado do suspense, mesclado com um pouco de terror, como se vê nesse filme e também na incrível serie de TV Twins Peaks, que quebrou paradigmas com relação a forma de se fazer series para televisão a época que foi lancada. Os personagens bizarros criados por Lynch, ao longo de seus anos de cinema, já se pode ver caracterizado aqui por meio de Henry Spencer, o personagem de cabelo estranho,
preso num cenário em preto e branco, que se ve, na maior parte, trancado em seu quarto com (seu filho?) uma criatura, no mínimo, bizarra. Lynch nunca da respostas diretas em seus filmes para a questão que e central nele: qual o motivo de Henry ter as alucina coes? Seria a criatura bizarra em seu quarto? Seria o seu próprio quarto, que, em si, já e um ambiente claustrofóbico? Seria o relacionamento frio com sua esposa, que, supostamente, seria a mae da criatura que vive no seu quarto? Lynch nem mesmo nos mostra se ele teve relação sexual com sua esposa, quando, na casa dela, a mae da moca em questão, lhe pergunta se ele tinham tido relações sexuais, e Henry, assustado, fica praticamente sem resposta, e, em seguida, a cena corta para outra sequencia.
Por esse motivo, toda essa ambientação criada em torno do personagem, perguntas sem respostas, as alucinações, os personagens tao estranhos quanto ele próprio ao redor de si, criaram a ambientação perfeita para que Lynch pudesse fazer um cinema (experimental?), com uma qualidade saltando aos olhos, e ouvidos também, pois alem da fotografia em preto branco, com nítidas referencias do expressionismo alemão, surrealismo, e um pouco também de cinema noir, também possui uma trilha e efeitos sonoros utilizados de formas pontuais, para reforçar ainda mais a imersão do personagem no ambiente mental sombrio em que ele se encontra, sempre transitando entre a fantasia e a realidade. Para quem quer conhecer melhor os filmes do diretor, talvez esse não seja o mais indicado para o inicio, mas, com certeza, faz parte da filmografia obrigatória.
Excelente trabalho de camera feito para simular a altitude dos predios durante a travessia do equilibistra Philippe Petit. Os minutos finais do filme simplesmente conseguem fazer com que voce fique com o coracao na mao, nem tanto pelo risco que ele corre, pois ja se sabe que ele nao iria cair, pois essa mesma historia ja foi contada no documentario Man on Wire, mas pela forma poetica de como foi montada a cena, uma vez que o proprio Petit considera o seu trabalho de equilibistra como uma forma de poesia. Planos abertos, principalmente, sejam eles num angulo baixo ou alto, dao a tonica das cenas finais, mostrando, e, alem disso, reforcando, o que Petit fala durante todo o filme: sua admiracao pela cidade de Nova York e os EUA. A escolha desses planos e angulos durante boa parte dos minutos finais do filme, durante a travessia, fazem com que, e dao a sensacao de grandeza de espirito pela facanha realizada por Petit, assim como privilegiar a reconstituicao fiel de um dos simbolos maiores do imperialismo americano, ja destruido nos atentados terrorista de 2001, o World Trade Center, predio esse, que, como o filme mostra, foi o motivador para que Philippe fosse para os Estados Unidos. Otima atuacao de Gordon-Levitt. Ponto negativo, talvez seja o exagero da utilizao do ingles, mesmo estando na Franca, uma vez que os franceses sao orgulhos de sua lingua/tradicoes, mas que talvez possa ser relevado pelo fato de o proprio Petit, recentemente ter se recusado a dar entrevista no Brasil em frances, somente em ingles, mesmo a primeira sendo a sua lingua nativa. Houveram alguns pulos na narrativa da historia do personagem que ocorreram de forma brusca demais, mas que tambpem pode ser relevado pelo fato de a historia logo cedo procurar a contar a historia de sua travessia nas Torres Gemeas. Excelente filme de entretenimento que conseguiu ser fiel ao personagem da vida real, mesmo sendo um filme de ficcao.
Por vezes chega a ser irritante a forma como e mostrada a posicao do Sebastiao Salgado com relacao aos seus personagens fotografados. Ok, ele os humaniza, de fato, quando o fotografo se propoe a viver no ambiente das comunidades/pessoas que fotografa, mas no documentario, isso e mostrado de forma extremamente romantizada. A figura de Sebastiao no documentario, me fez lembrar a figura de antropologos europeus que viajavam para a America no XIX para conhecer e registrar seus costumes, e, diga-se, principalmente registrar, nao problematizar o motivo dos diferentes comportamentos e problemas entre as pessoas de cada lugar pelo qual passou, para trazer algum tipo de melhoria/solucao para aquelas para as comunidades pelas quais passou. Vemos um Sebastiao inocente, assim como Win Wenders tambem, por que nao, ja que ele tambem e o diretor do filme, o segundo, europeu, alemao, assim como Sebastiao, que e brasileiro, mas que foi para europoa muito jovem e na sua fase adulta desenvoleu sua tecnica fotografica la. Essa visao inocente de Sebastiao, dirigida pelas lentes de Win Wenders e o proprio filho de Sebastiao, no meu ponto de vista, so faz reforcar a ideia de que, Sebastiao Salgado esta tao proximo dos seus fotografados, quanto um publicitario esta proximo aos consumidores de seus produtos. A fotografia do filme e otima, a producao tambem, mas em termos de roteiro, faltou a problematizacao de que como, e se, as fotografias de Salgado serviram/servem para transformar o meio em que ele interferiu por meio de suas imagens, tendo ele essa intencao ou nao de ter sido ou ser um agente transformador das sociedades pelas quais passou, ou se no XXI ele e apenas fotografo tecnicamente muito bom, mas com mentalidade dos antropologos do seculo XIX que usa suas imagens apenas para satisfazer suas ambicoes pessoais.
Seria interessante ver a Rede Globo fazendo uma minisserie baseda nesse documentario. Provavelmente o faria a partir do ponto de vista do embaixador dos EUA.
Sobre como utilizar o esporte como meio politico para denunciar mazelas socias e preconceitos. Sobre como um esportista deveria ter a consciencia de seu papel na sociedade. Sobre como um documentario pode misturar politica, musica e esporte para contextualizar a cultura de um povo em uma epoca. Um dos melhores documentarios que ja vi na minha vida. O esporte carece de personalidades como a de Muhammad Ali nos tempos de hoje.
Muito ruim! Impossível que um filme contendo 18 diretores diferentes, conseguiu ter uma pluridade de visões sobre São Paulo tão pobre. Nada está dialogando com nada. 1 - assistindo o filme, e vendo o cartaz dele depois, já se percebe um ponto falho, pois, o filme nos traz imagens apenas do centro da cidade de São Paulo, logo, deveria ter trocado o mapa do estado, pelo da cidade 2 - e mesmo que ainda fosse substituído o mapa do estado pelo da cidade, a incoerência entre o mapa e o filme continuaria, porque, nele, nenhum diretor sequer mostrou algumas das outras regiões da cidade, como a zona leste, oeste, sul, norte, o que tornaria ainda mais rico o "falas sobre São Paulo", e aí sim justificaria ter 18 diretores no filme, mas não, a impressão que fica é que a maioria dos 18 diretores do filme tem medo de filmar saindo nas ruas, filmando de dentro de seus carros ou apartamentos, escondidos atrás de janelas/grades ou seja lá o que for 3 - usar a música "Sampa" como chavão para São Paulo não é legal. ainda mais quando se se intercala com uma imagem de uma comunidade pobre da cidade, música essa que não tem nada a ver com a realidade das pessoas que lá vivem e pouco os representam 4 - o apoio da ancine para esse filme realmente é uma prova de que eles realmente não tem onde gastar dinheiro às vezes
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Cropsey
3.3 21 Assista AgoraFaltou explorar mais coisas que poderiam deixar o documentário mais instigante, como, por exemplo, quando os detetives que ficaram com Rand durante 3 dias na delegacia dizem que não conseguem fazer ele falar nada, e, em seguida ele sai pela porta da frente da prisão babando. Aí há sinais de que ele foi torturado por esses detetives, o que daria mais assunto para tratar no filme.
Amor em Sampa
2.3 37 Assista AgoraNão sou a pessoa mais indicada pra falar sobre musicais, mas esse passa dos limites da ruindade.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraAlguns anos após o término da série, resolvi revisitá-la. Resultado? A certeza de que essa é uma das melhores séries de TV já feita em todos os tempos.
Em 2013, ao ver o último episódio da série, confesso que havia ficado decepcionado com o rumo dado aos personagens principais, Walter White e Jesse Pinkman, mas por falta de maturidade, talvez, não havia percebido que tudo isso fazia parte da trama psicológica da evolução e amadurecimento (?) dos personagens. Walter, ao longo da série, vai mostrando toda a sua face megalomaníaca, deixando claro que seu envolvimento com a produção de metanfetamina não é só pela família, como várias vezes ele cita no seriado, mas, sim, porque uma nova faceta de sua personalidade é exposta a partir do momento que percebe o poder e dinheiro que poderia conseguir se infiltrando no cartel de drogas de Albuquerque.
Aí que minha revisita pela série começa, por uma questão de roteiro, pois, percebendo que, na verdade, Walter White e Jesse Pinkman nunca formaram uma dupla, o que poderia ser um motivo de frustração, nos deixa surpresos quando vemos que tudo não passa de uma trama sobre um homem comum que se transforma no maior produtor de drogas da cidade, não medindo esforços para manter seu negócio, engolindo todos os outros personagens na trama, como Skyler, sua esposa, o já citado Pinkman, Hank, seu cunhado e Saul Goodman, o advogado mais sem caráter já visto nas telas, por exemplo.
A ambientação criada sobre a cidade de Albuquerque também foi extraordinária, usando locações num nível quase documental, desde o deserto e subúrbios, até locais de classe alta e centros comerciais, é como se pudéssemos respirar o ar quente do deserto onde Walter e Jesse começam a produzir drogas na VAN no começo da série, ou como se pudéssemos, num fim de tarde, fazer uma visita ao Polos Hermanos para comer frango na rede de fast food de Gus Fringe. Há um realismo gritante que o roteiro conseguiu criar sobre a cidade, e quem é fã da série, assim como eu, provavelmte deseja fazer uma viagem até lá.
Várias outras questões ainda poderia comentar somente sobre o roteiro, que não deixa pontas soltas em nenhum momento, principalmente graças a montagem da série, que com planos ousadíssimos contribui para que o roteiro se desenvolva de forma fluente, na minha opinião, a série com a melhor montagem que já vi.
Grato por ter revisitado essa produção que, com certeza, é um marco na história das séries de TV.
Só Dez Por Cento é Mentira
4.6 144Eita sinhôzinho poético maravilhoso!
Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
Kung Fury
4.2 366 Assista AgoraSó consigo dizer que: isso tem que virar uma série de tv pra já!!!! Muito bom! kkkkkkkkkk.
O Menino e o Mundo
4.3 735 Assista AgoraNão sou fã de animações. Nunca vi muitos filmes do gênero. Achei O Menino e o Mundo Genial. Fora os clichês utilizados como crítica ao sistema capitalista, O Menino sou explorar de forma EXTREMAMENTE lúdica, manifestações culturais típicas de algumas regiões do país, com cores, músicas, festas populares, etc, além de fazer críticas sociais contundentes com relação as mazelas sociais vividas pelos sertanejos do nordeste e dos migrantes brasileiros que, mesmo em menor escala, procuram a região sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Em meio a toda essa complexidade, vemos o Menino, jogado no Mundo, transitando entre essas fantasias de cores e poluição, campo e cidade, acolhimento e abandono. O Mundo faz tão sentido para o Menino quanto os vazios maiores de Manoel de Barros.
“A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
O cinema agradece o fato de nos lembrar que não existem só animações digitais hoje em dia.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraSimplesmente fantastico! Nao ha como assistir esse filme e nao notar a semelhanca do enredo com Rastros de Odio, do grande John Ford, porem, transferindo o cenario do velho oeste para o ambiente gelado em que foi filmado. O antagonismo entre os personagens principais foi construido de forma magistral, alem de mostrar de forma humanizada, nao romantica, a questao do massacre contra os indios norte-americanos.
Babilônia 2000
4.3 36A impressao que ficou foi que houve um olhar fetichista por parte da equipe equipe de producao com relacao ao moradores do bairro. O fato/acontecimento da virada do seculo ficou em segundo plano, se comparado a quantidade de vezes que vemos os entrevistadores forcarem perguntas fechadas sobre os problemas vividos na comunidade, como violencia, pobreza, racismo, drigas, etc. O merito do documentario, para mim, foi o fato de terem conseguido entrar na comunidade e acompanhado o dia das pessoas retratadas no seu proprio meio social, e, penso que o que poderia ter tornado o documentario mais empatico, seria se, em alguns momentos, tivesse sido feita uma proposta de os moradores se entrevistarem entre si, mostrando as expectativas do milenio por eles mesmos. Boa parte das perguntas eram muito tendenciosas, e com respostas previsiveis, como no final, quando um dos membros da equipe pergunta para um morador se ele deixaria o morro, percebe-se uma certa irritacao do morador: "Voce nunca veio aqui? E a primeira vez que voce vem passar a virada do ano novo aqui? Eu nunca trocaria esse lugar e convido o pessoal la de baixo (Copacabana) a vir passar o ano novo um dia com a gente." No comeco do documentario, uma moradora tambem comenta sobre a questao de ser comum cineastas e academicos subirem o morro para fazerem filmagens e pesquisas para projetos, e que ja esta acostumada em dar depoimentos. Nesse momento, nota-se a expectativa em torno da entrevistada sobre o tema "virada do seculo", mas pela resposta que a moradora da, falando sobre seu irmao que faleceu, nota-se claramente que, por parte do entrevistador, nesse caso o proprio Coutinho, efetuar uma perguntada forcada sobre um acontecimento tragico na vida da moradora, para sensibilizar o expectador, o que, para mim, deixa ainda um pouco mais claro o olhar fetichista lancado sobre os moradores das duas comunidades envolvidas no documentario.
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 478 Assista AgoraAno de 2001. A rede de canal fechado HBO, já com a série The Sopranos no ar desde 1999, série ganhadora de vários prêmios Emmy, decide lançar ao ar mais uma de suas produções originais: Six Feet Under.
No final da década de 90 e começo dos anos 2000, a HBO iria apresentar um novo modelo de seriados para televisão, apresentando duas séries, Oz, iniciada em 1997, e a já citada, The Sopranos. O que elas teriam de diferente com relação as séries já existentes nesse período? O canal investe em temporadas para as suas séries com número de episódios menores, 12 episódios, em média, com duração de aproximadamente 1 hora cada, produções com qualidade de cinema, e, o fundamental: elaborar roteiros com histórias complexas, personagens com profundidades psicológicas impressionantes, além de retratar certos assuntos de forma polêmica para os padrões da televisão à época, como por exemplo, como é retratada a comunidade italo-americana em Sopranos, e a forma como nos é mostrado o cotidiano em uma prisão de segurança máxima no seriado Oz. E você me pergunta, o que Six Feet Under tem a ver com isso? Tudo.
Coincidência que Six Feet Under, uma série que fala sobre os vivos tentando lhe dar com os mortos que aparecem na abertura de cada episódio e ao longo deles, fazendo com que esses personagens, psicologicamente abalados pela morte inesperada do patriarca da família, tivesse sua estréia na TV dois meses antes da queda das torres gêmeas? Olhando em retrospectiva, não. Nesse contexto, o seriado, de forma mórbida, e com um pouco de humor negro, uma das características principais da série, de forma simbólica, pôde representar o sentimento de toda uma nação naquele singular período de 2001: o pai e provedor da família, dono de uma funerária, que morre inesperadamente num acidente de carro indo buscar o filho para um jantar de natal em família, não poderia ser representado na figura do World Trade Center, ícone do capitalismo americano, que, por meio de um inesperado ataque terrorista, foi destruído, deixando uma nação perplexa com a perda de um de seus maiores ícones econômicos, além, é claro, de ter causado a morte de milhares de pessoas que trabalhavam no conjunto de prédios, deixando assim, um país abalado tanto emocionalmente com a perda de entes da família, como abalados também economicamente? Sim.
Dentro desse contexto, a série rapidamente conseguiu conquistar os corações e mentes dos americanos, emocionalmente abalados pela perda de vários entes queridos, e, agora, tendo que passar por uma situação semelhante aos personagens da série, que viram toda a sua estrutura sólida ruir com a morte de Nathaniel Fisher (Richard Jenkins), o dono da empresa funerária Fisher & Sons Funeral Home. Assim, cada personagem, com uma problemática específica e muito bem elaborada ao longo das 5 temporadas, se veem numa posição de, com a morte do pai, numa situação contraditória, imediatamente, se veem na obrigatoriedade de ter uma posição ativa com relação ao rumo de suas próprias vidas, assim como o que ocorreu com a sociedade norte americana. Vamos enterrar nosso mortos e seguir em frente ou apenas continuar nos lamentando pelos atentados ocorridos? Vamos nos lamentar pela perda econômica ocorrida ou nos reinventarmos para colocar os negócios de volta aos trilhos?
Nesse tocante, a série ainda conseguiu ir além, pois, com esse momento de sensibilidade maior, temas como homossexualidade, por meio do personagem David James "Dave" Fisher (Michael C. Hall, que viria a interpretar o assassino em série em Dexter alguns anos depois), o filho do meio, sério, comedido e conservador, puderam vir a tona e repensados, não só pelo próprio personagem, pois, após a morte do pai, e com a chegada do irmão pródigo, Nathaniel Samuel “Nate” Fisher Jr. (Peter Krause), Dave começa a se questionar se ainda vale a pena esconder de seus familiares sobre a sua posição sexual, questionamento esse feito inclusive pelo seu namorado policial negro, Keith Charles (Mathew St. Patrick), esse argumentando que não haveria mais motivos para Dave não se assumir como homossexual, uma vez que, com a morte de Nataniel Fisher, esse era o momento ideal para se assumir para a família, uma vez que ele, junto com Nate, se tornaram os chefes do negócio da funerária em casa.
Um outro tema recorrente na série, além de polêmico, é a questão do matrimônio, fidelidade. Nathaniel Samuel “Nate” Fisher Jr. (Peter Krause), tem um relacionamento conturbado com Brenda Chenowith (Rachel Griffiths), uma recém conhecida durante a viagem de avião que o levaria de encontro a família. Enquanto seu pai estava a caminho, de carro, Nate e Brenda, que mal tinham acabado de se conhecer, se enfiavam dentro de uma sala em um anexo no aeroporto e começam a transar, enquanto o pai de Nate morria. Isso causaria em Nate um sentimento de culpa? Não. Esse relacionamento, iniciado de forma impulsiva entre Nate e Brenda será sustentado ao longo de toda a série, mostrando todas as suas nuances, de forma verdadeira, desde os momentos mais apaixonados, até os momentos em que o tema infidelidade se torna o ponto principal da relação entre o casal. A constituição e problemática da família tradicional, que é sim já é um tema fundamental na série, aqui passar a ganhar novas nuances, pois, com o problema da infidelidade dos dois, o próprio irmão mais novo, Dave, se vê as voltas com o desejo de trair seu namorado, Keith, além de a mãe da família, resignada, recatada e extremamente religiosa, Ruth Fisher (Frances Conroy), por incentivo do próprio Nate, para choque de todos, admite que também chegou a trair seu marido, Nataniel. A mensagem é: não há verdades absolutas, e para isso que a série despertou a mente dos americanos e todos os espectadores da série num momento tão delicado.
Dentro desse preceito, de que não há verdades absolutas, se Dave toma conta dos negócios, ao passo que tenta assumir sua homossexualidade, Nate é o que tentará colocar os nervos da família no lugar, com todos esses novos acontecimentos, a descoberta da homossexualidade do irmão, o sentimento de culpa da mãe por ter traído o marido, e que, na terceira idade irá começar a descobrir alguns prazeres da vida que não tinha enquanto casada, em favor de se mostrar uma dedicada mãe de família, prazeres esses como uso de drogas, encontros românticos com desconhecidos e luais regados a litros de álcool.
Por último, não podemos deixar de citar aqui a irmã caçula da família, Clair Fisher (Lauren Ambrose). Perceber a evolução dessa personagem na série é algo tocante, pois, nunca foi mostrado em nenhum programa de TV já feito até hoje, de forma tão verdadeira, a difícil e estranha fase de transição ocorrida da adolescência para a fase adulta. As turmas na escola, o uso de drogas, os relacionamentos, a indecisão sobre qual carreira seguir, a dificuldade de aceitação nos grupos diferentes ao seu ponto de vista, a negação da família, até que, em certo momento da série, todos esses problemas vão se solucionado, uma adolescente insegura, vai se afirmando e aceitando a fase adulta, assim como os a própria família vai amadurecendo após a perda do patriarca. Claire se descobre no mundo das artes, se afirma em sua área de atuação, primeiramente, dentro de seu curso superior, e depois dora dele, já no ambiente profissional, já como mulher, no final da série vemos que a adolescente frágil ficou para trás.
Por fim, a série termina como começou, com a morte de um personagem, mas aí, cinco temporadas após os atentados de 11 de setembro, as cicatrizes da dor da perda de milhares de pessoas já estavam curadas, e Six Feet Under pôde nos fazer olhar a morte por uma outra perspectiva: de que é ela não é o fim, é apenas o começo de uma nova história.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraMuitas das referencias que caracterizam as obras de Lynch, com relação a narrativa, já foram mostradas nesse filme: narrativas não lineares, historias idílicas, sejam elas tendendo para o lado fantasioso, como por exemplo nos filmes Império dos Sonhos e Cidade dos Sonhos, sejam elas tendendo para o lado mais suave e terno, como em Uma Historia Real, esse, com uma narrativa mais linear, fugindo um pouco do padrão dos filmes do diretor, ou sejam elas tendendo mais para o lado do suspense, mesclado com um pouco de terror, como se vê nesse filme e também na incrível serie de TV Twins Peaks, que quebrou paradigmas com relação a forma de se fazer series para televisão a época que foi lancada.
Os personagens bizarros criados por Lynch, ao longo de seus anos de cinema, já se pode ver caracterizado aqui por meio de Henry Spencer, o personagem de cabelo estranho,
preso num cenário em preto e branco, que se ve, na maior parte, trancado em seu quarto com (seu filho?) uma criatura, no mínimo, bizarra. Lynch nunca da respostas diretas em seus filmes para a questão que e central nele: qual o motivo de Henry ter as alucina coes? Seria a criatura bizarra em seu quarto? Seria o seu próprio quarto, que, em si, já e um ambiente claustrofóbico? Seria o relacionamento frio com sua esposa, que, supostamente, seria a mae da criatura que vive no seu quarto? Lynch nem mesmo nos mostra se ele teve relação sexual com sua esposa, quando, na casa dela, a mae da moca em questão, lhe pergunta se ele tinham tido relações sexuais, e Henry, assustado, fica praticamente sem resposta, e, em seguida, a cena corta para outra sequencia.
Por esse motivo, toda essa ambientação criada em torno do personagem, perguntas sem respostas, as alucinações, os personagens tao estranhos quanto ele próprio ao redor de si, criaram a ambientação perfeita para que Lynch pudesse fazer um cinema (experimental?), com uma qualidade saltando aos olhos, e ouvidos também, pois alem da fotografia em preto branco, com nítidas referencias do expressionismo alemão, surrealismo, e um pouco também de cinema noir, também possui uma trilha e efeitos sonoros utilizados de formas pontuais, para reforçar ainda mais a imersão do personagem no ambiente mental sombrio em que ele se encontra, sempre transitando entre a fantasia e a realidade.
Para quem quer conhecer melhor os filmes do diretor, talvez esse não seja o mais indicado para o inicio, mas, com certeza, faz parte da filmografia obrigatória.
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A Travessia
3.6 613 Assista AgoraVertiginoso!
Excelente trabalho de camera feito para simular a altitude dos predios durante a travessia do equilibistra Philippe Petit. Os minutos finais do filme simplesmente conseguem fazer com que voce fique com o coracao na mao, nem tanto pelo risco que ele corre, pois ja se sabe que ele nao iria cair, pois essa mesma historia ja foi contada no documentario Man on Wire, mas pela forma poetica de como foi montada a cena, uma vez que o proprio Petit considera o seu trabalho de equilibistra como uma forma de poesia. Planos abertos, principalmente, sejam eles num angulo baixo ou alto, dao a tonica das cenas finais, mostrando, e, alem disso, reforcando, o que Petit fala durante todo o filme: sua admiracao pela cidade de Nova York e os EUA. A escolha desses planos e angulos durante boa parte dos minutos finais do filme, durante a travessia, fazem com que, e dao a sensacao de grandeza de espirito pela facanha realizada por Petit, assim como privilegiar a reconstituicao fiel de um dos simbolos maiores do imperialismo americano, ja destruido nos atentados terrorista de 2001, o World Trade Center, predio esse, que, como o filme mostra, foi o motivador para que Philippe fosse para os Estados Unidos.
Otima atuacao de Gordon-Levitt. Ponto negativo, talvez seja o exagero da utilizao do ingles, mesmo estando na Franca, uma vez que os franceses sao orgulhos de sua lingua/tradicoes, mas que talvez possa ser relevado pelo fato de o proprio Petit, recentemente ter se recusado a dar entrevista no Brasil em frances, somente em ingles, mesmo a primeira sendo a sua lingua nativa. Houveram alguns pulos na narrativa da historia do personagem que ocorreram de forma brusca demais, mas que tambpem pode ser relevado pelo fato de a historia logo cedo procurar a contar a historia de sua travessia nas Torres Gemeas.
Excelente filme de entretenimento que conseguiu ser fiel ao personagem da vida real, mesmo sendo um filme de ficcao.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraPor vezes chega a ser irritante a forma como e mostrada a posicao do Sebastiao Salgado com relacao aos seus personagens fotografados. Ok, ele os humaniza, de fato, quando o fotografo se propoe a viver no ambiente das comunidades/pessoas que fotografa, mas no documentario, isso e mostrado de forma extremamente romantizada. A figura de Sebastiao no documentario, me fez lembrar a figura de antropologos europeus que viajavam para a America no XIX para conhecer e registrar seus costumes, e, diga-se, principalmente registrar, nao problematizar o motivo dos diferentes comportamentos e problemas entre as pessoas de cada lugar pelo qual passou, para trazer algum tipo de melhoria/solucao para aquelas para as comunidades pelas quais passou. Vemos um Sebastiao inocente, assim como Win Wenders tambem, por que nao, ja que ele tambem e o diretor do filme, o segundo, europeu, alemao, assim como Sebastiao, que e brasileiro, mas que foi para europoa muito jovem e na sua fase adulta desenvoleu sua tecnica fotografica la. Essa visao inocente de Sebastiao, dirigida pelas lentes de Win Wenders e o proprio filho de Sebastiao, no meu ponto de vista, so faz reforcar a ideia de que, Sebastiao Salgado esta tao proximo dos seus fotografados, quanto um publicitario esta proximo aos consumidores de seus produtos. A fotografia do filme e otima, a producao tambem, mas em termos de roteiro, faltou a problematizacao de que como, e se, as fotografias de Salgado serviram/servem para transformar o meio em que ele interferiu por meio de suas imagens, tendo ele essa intencao ou nao de ter sido ou ser um agente transformador das sociedades pelas quais passou, ou se no XXI ele e apenas fotografo tecnicamente muito bom, mas com mentalidade dos antropologos do seculo XIX que usa suas imagens apenas para satisfazer suas ambicoes pessoais.
O Dia que Durou 21 Anos
4.3 226Seria interessante ver a Rede Globo fazendo uma minisserie baseda nesse documentario. Provavelmente o faria a partir do ponto de vista do embaixador dos EUA.
O Triunfo da Vontade
3.8 95 Assista AgoraDocumentário ou publicidade?
Quando Éramos Reis
4.3 30Sobre como utilizar o esporte como meio politico para denunciar mazelas socias e preconceitos. Sobre como um esportista deveria ter a consciencia de seu papel na sociedade. Sobre como um documentario pode misturar politica, musica e esporte para contextualizar a cultura de um povo em uma epoca. Um dos melhores documentarios que ja vi na minha vida. O esporte carece de personalidades como a de Muhammad Ali nos tempos de hoje.
Dirty Harry na Lista Negra
3.5 157 Assista AgoraCena insana a da perseguição do carrinho de controle remoto! Genial!
Bem-vindo a São Paulo - Visões da Metrópole em 18 …
3.1 13Muito ruim!
Impossível que um filme contendo 18 diretores diferentes, conseguiu ter uma pluridade de visões sobre São Paulo tão pobre. Nada está dialogando com nada.
1 - assistindo o filme, e vendo o cartaz dele depois, já se percebe um ponto falho, pois, o filme nos traz imagens apenas do centro da cidade de São Paulo, logo, deveria ter trocado o mapa do estado, pelo da cidade
2 - e mesmo que ainda fosse substituído o mapa do estado pelo da cidade, a incoerência entre o mapa e o filme continuaria, porque, nele, nenhum diretor sequer mostrou algumas das outras regiões da cidade, como a zona leste, oeste, sul, norte, o que tornaria ainda mais rico o "falas sobre São Paulo", e aí sim justificaria ter 18 diretores no filme, mas não, a impressão que fica é que a maioria dos 18 diretores do filme tem medo de filmar saindo nas ruas, filmando de dentro de seus carros ou apartamentos, escondidos atrás de janelas/grades ou seja lá o que for
3 - usar a música "Sampa" como chavão para São Paulo não é legal. ainda mais quando se se intercala com uma imagem de uma comunidade pobre da cidade, música essa que não tem nada a ver com a realidade das pessoas que lá vivem e pouco os representam
4 - o apoio da ancine para esse filme realmente é uma prova de que eles realmente não tem onde gastar dinheiro às vezes