Faltou explorar mais coisas que poderiam deixar o documentário mais instigante, como, por exemplo, quando os detetives que ficaram com Rand durante 3 dias na delegacia dizem que não conseguem fazer ele falar nada, e, em seguida ele sai pela porta da frente da prisão babando. Aí há sinais de que ele foi torturado por esses detetives, o que daria mais assunto para tratar no filme.
A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Não sou fã de animações. Nunca vi muitos filmes do gênero. Achei O Menino e o Mundo Genial. Fora os clichês utilizados como crítica ao sistema capitalista, O Menino sou explorar de forma EXTREMAMENTE lúdica, manifestações culturais típicas de algumas regiões do país, com cores, músicas, festas populares, etc, além de fazer críticas sociais contundentes com relação as mazelas sociais vividas pelos sertanejos do nordeste e dos migrantes brasileiros que, mesmo em menor escala, procuram a região sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Em meio a toda essa complexidade, vemos o Menino, jogado no Mundo, transitando entre essas fantasias de cores e poluição, campo e cidade, acolhimento e abandono. O Mundo faz tão sentido para o Menino quanto os vazios maiores de Manoel de Barros.
“A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos.”
O cinema agradece o fato de nos lembrar que não existem só animações digitais hoje em dia.
Simplesmente fantastico! Nao ha como assistir esse filme e nao notar a semelhanca do enredo com Rastros de Odio, do grande John Ford, porem, transferindo o cenario do velho oeste para o ambiente gelado em que foi filmado. O antagonismo entre os personagens principais foi construido de forma magistral, alem de mostrar de forma humanizada, nao romantica, a questao do massacre contra os indios norte-americanos.
A impressao que ficou foi que houve um olhar fetichista por parte da equipe equipe de producao com relacao ao moradores do bairro. O fato/acontecimento da virada do seculo ficou em segundo plano, se comparado a quantidade de vezes que vemos os entrevistadores forcarem perguntas fechadas sobre os problemas vividos na comunidade, como violencia, pobreza, racismo, drigas, etc. O merito do documentario, para mim, foi o fato de terem conseguido entrar na comunidade e acompanhado o dia das pessoas retratadas no seu proprio meio social, e, penso que o que poderia ter tornado o documentario mais empatico, seria se, em alguns momentos, tivesse sido feita uma proposta de os moradores se entrevistarem entre si, mostrando as expectativas do milenio por eles mesmos. Boa parte das perguntas eram muito tendenciosas, e com respostas previsiveis, como no final, quando um dos membros da equipe pergunta para um morador se ele deixaria o morro, percebe-se uma certa irritacao do morador: "Voce nunca veio aqui? E a primeira vez que voce vem passar a virada do ano novo aqui? Eu nunca trocaria esse lugar e convido o pessoal la de baixo (Copacabana) a vir passar o ano novo um dia com a gente." No comeco do documentario, uma moradora tambem comenta sobre a questao de ser comum cineastas e academicos subirem o morro para fazerem filmagens e pesquisas para projetos, e que ja esta acostumada em dar depoimentos. Nesse momento, nota-se a expectativa em torno da entrevistada sobre o tema "virada do seculo", mas pela resposta que a moradora da, falando sobre seu irmao que faleceu, nota-se claramente que, por parte do entrevistador, nesse caso o proprio Coutinho, efetuar uma perguntada forcada sobre um acontecimento tragico na vida da moradora, para sensibilizar o expectador, o que, para mim, deixa ainda um pouco mais claro o olhar fetichista lancado sobre os moradores das duas comunidades envolvidas no documentario.
Muitas das referencias que caracterizam as obras de Lynch, com relação a narrativa, já foram mostradas nesse filme: narrativas não lineares, historias idílicas, sejam elas tendendo para o lado fantasioso, como por exemplo nos filmes Império dos Sonhos e Cidade dos Sonhos, sejam elas tendendo para o lado mais suave e terno, como em Uma Historia Real, esse, com uma narrativa mais linear, fugindo um pouco do padrão dos filmes do diretor, ou sejam elas tendendo mais para o lado do suspense, mesclado com um pouco de terror, como se vê nesse filme e também na incrível serie de TV Twins Peaks, que quebrou paradigmas com relação a forma de se fazer series para televisão a época que foi lancada. Os personagens bizarros criados por Lynch, ao longo de seus anos de cinema, já se pode ver caracterizado aqui por meio de Henry Spencer, o personagem de cabelo estranho,
preso num cenário em preto e branco, que se ve, na maior parte, trancado em seu quarto com (seu filho?) uma criatura, no mínimo, bizarra. Lynch nunca da respostas diretas em seus filmes para a questão que e central nele: qual o motivo de Henry ter as alucina coes? Seria a criatura bizarra em seu quarto? Seria o seu próprio quarto, que, em si, já e um ambiente claustrofóbico? Seria o relacionamento frio com sua esposa, que, supostamente, seria a mae da criatura que vive no seu quarto? Lynch nem mesmo nos mostra se ele teve relação sexual com sua esposa, quando, na casa dela, a mae da moca em questão, lhe pergunta se ele tinham tido relações sexuais, e Henry, assustado, fica praticamente sem resposta, e, em seguida, a cena corta para outra sequencia.
Por esse motivo, toda essa ambientação criada em torno do personagem, perguntas sem respostas, as alucinações, os personagens tao estranhos quanto ele próprio ao redor de si, criaram a ambientação perfeita para que Lynch pudesse fazer um cinema (experimental?), com uma qualidade saltando aos olhos, e ouvidos também, pois alem da fotografia em preto branco, com nítidas referencias do expressionismo alemão, surrealismo, e um pouco também de cinema noir, também possui uma trilha e efeitos sonoros utilizados de formas pontuais, para reforçar ainda mais a imersão do personagem no ambiente mental sombrio em que ele se encontra, sempre transitando entre a fantasia e a realidade. Para quem quer conhecer melhor os filmes do diretor, talvez esse não seja o mais indicado para o inicio, mas, com certeza, faz parte da filmografia obrigatória.
Excelente trabalho de camera feito para simular a altitude dos predios durante a travessia do equilibistra Philippe Petit. Os minutos finais do filme simplesmente conseguem fazer com que voce fique com o coracao na mao, nem tanto pelo risco que ele corre, pois ja se sabe que ele nao iria cair, pois essa mesma historia ja foi contada no documentario Man on Wire, mas pela forma poetica de como foi montada a cena, uma vez que o proprio Petit considera o seu trabalho de equilibistra como uma forma de poesia. Planos abertos, principalmente, sejam eles num angulo baixo ou alto, dao a tonica das cenas finais, mostrando, e, alem disso, reforcando, o que Petit fala durante todo o filme: sua admiracao pela cidade de Nova York e os EUA. A escolha desses planos e angulos durante boa parte dos minutos finais do filme, durante a travessia, fazem com que, e dao a sensacao de grandeza de espirito pela facanha realizada por Petit, assim como privilegiar a reconstituicao fiel de um dos simbolos maiores do imperialismo americano, ja destruido nos atentados terrorista de 2001, o World Trade Center, predio esse, que, como o filme mostra, foi o motivador para que Philippe fosse para os Estados Unidos. Otima atuacao de Gordon-Levitt. Ponto negativo, talvez seja o exagero da utilizao do ingles, mesmo estando na Franca, uma vez que os franceses sao orgulhos de sua lingua/tradicoes, mas que talvez possa ser relevado pelo fato de o proprio Petit, recentemente ter se recusado a dar entrevista no Brasil em frances, somente em ingles, mesmo a primeira sendo a sua lingua nativa. Houveram alguns pulos na narrativa da historia do personagem que ocorreram de forma brusca demais, mas que tambpem pode ser relevado pelo fato de a historia logo cedo procurar a contar a historia de sua travessia nas Torres Gemeas. Excelente filme de entretenimento que conseguiu ser fiel ao personagem da vida real, mesmo sendo um filme de ficcao.
Por vezes chega a ser irritante a forma como e mostrada a posicao do Sebastiao Salgado com relacao aos seus personagens fotografados. Ok, ele os humaniza, de fato, quando o fotografo se propoe a viver no ambiente das comunidades/pessoas que fotografa, mas no documentario, isso e mostrado de forma extremamente romantizada. A figura de Sebastiao no documentario, me fez lembrar a figura de antropologos europeus que viajavam para a America no XIX para conhecer e registrar seus costumes, e, diga-se, principalmente registrar, nao problematizar o motivo dos diferentes comportamentos e problemas entre as pessoas de cada lugar pelo qual passou, para trazer algum tipo de melhoria/solucao para aquelas para as comunidades pelas quais passou. Vemos um Sebastiao inocente, assim como Win Wenders tambem, por que nao, ja que ele tambem e o diretor do filme, o segundo, europeu, alemao, assim como Sebastiao, que e brasileiro, mas que foi para europoa muito jovem e na sua fase adulta desenvoleu sua tecnica fotografica la. Essa visao inocente de Sebastiao, dirigida pelas lentes de Win Wenders e o proprio filho de Sebastiao, no meu ponto de vista, so faz reforcar a ideia de que, Sebastiao Salgado esta tao proximo dos seus fotografados, quanto um publicitario esta proximo aos consumidores de seus produtos. A fotografia do filme e otima, a producao tambem, mas em termos de roteiro, faltou a problematizacao de que como, e se, as fotografias de Salgado serviram/servem para transformar o meio em que ele interferiu por meio de suas imagens, tendo ele essa intencao ou nao de ter sido ou ser um agente transformador das sociedades pelas quais passou, ou se no XXI ele e apenas fotografo tecnicamente muito bom, mas com mentalidade dos antropologos do seculo XIX que usa suas imagens apenas para satisfazer suas ambicoes pessoais.
Seria interessante ver a Rede Globo fazendo uma minisserie baseda nesse documentario. Provavelmente o faria a partir do ponto de vista do embaixador dos EUA.
Sobre como utilizar o esporte como meio politico para denunciar mazelas socias e preconceitos. Sobre como um esportista deveria ter a consciencia de seu papel na sociedade. Sobre como um documentario pode misturar politica, musica e esporte para contextualizar a cultura de um povo em uma epoca. Um dos melhores documentarios que ja vi na minha vida. O esporte carece de personalidades como a de Muhammad Ali nos tempos de hoje.
Muito ruim! Impossível que um filme contendo 18 diretores diferentes, conseguiu ter uma pluridade de visões sobre São Paulo tão pobre. Nada está dialogando com nada. 1 - assistindo o filme, e vendo o cartaz dele depois, já se percebe um ponto falho, pois, o filme nos traz imagens apenas do centro da cidade de São Paulo, logo, deveria ter trocado o mapa do estado, pelo da cidade 2 - e mesmo que ainda fosse substituído o mapa do estado pelo da cidade, a incoerência entre o mapa e o filme continuaria, porque, nele, nenhum diretor sequer mostrou algumas das outras regiões da cidade, como a zona leste, oeste, sul, norte, o que tornaria ainda mais rico o "falas sobre São Paulo", e aí sim justificaria ter 18 diretores no filme, mas não, a impressão que fica é que a maioria dos 18 diretores do filme tem medo de filmar saindo nas ruas, filmando de dentro de seus carros ou apartamentos, escondidos atrás de janelas/grades ou seja lá o que for 3 - usar a música "Sampa" como chavão para São Paulo não é legal. ainda mais quando se se intercala com uma imagem de uma comunidade pobre da cidade, música essa que não tem nada a ver com a realidade das pessoas que lá vivem e pouco os representam 4 - o apoio da ancine para esse filme realmente é uma prova de que eles realmente não tem onde gastar dinheiro às vezes
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Cropsey
3.3 21 Assista AgoraFaltou explorar mais coisas que poderiam deixar o documentário mais instigante, como, por exemplo, quando os detetives que ficaram com Rand durante 3 dias na delegacia dizem que não conseguem fazer ele falar nada, e, em seguida ele sai pela porta da frente da prisão babando. Aí há sinais de que ele foi torturado por esses detetives, o que daria mais assunto para tratar no filme.
Amor em Sampa
2.3 37 Assista AgoraNão sou a pessoa mais indicada pra falar sobre musicais, mas esse passa dos limites da ruindade.
Só Dez Por Cento é Mentira
4.6 144Eita sinhôzinho poético maravilhoso!
Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
O Menino e o Mundo
4.3 735 Assista AgoraNão sou fã de animações. Nunca vi muitos filmes do gênero. Achei O Menino e o Mundo Genial. Fora os clichês utilizados como crítica ao sistema capitalista, O Menino sou explorar de forma EXTREMAMENTE lúdica, manifestações culturais típicas de algumas regiões do país, com cores, músicas, festas populares, etc, além de fazer críticas sociais contundentes com relação as mazelas sociais vividas pelos sertanejos do nordeste e dos migrantes brasileiros que, mesmo em menor escala, procuram a região sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Em meio a toda essa complexidade, vemos o Menino, jogado no Mundo, transitando entre essas fantasias de cores e poluição, campo e cidade, acolhimento e abandono. O Mundo faz tão sentido para o Menino quanto os vazios maiores de Manoel de Barros.
“A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.”
O cinema agradece o fato de nos lembrar que não existem só animações digitais hoje em dia.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraSimplesmente fantastico! Nao ha como assistir esse filme e nao notar a semelhanca do enredo com Rastros de Odio, do grande John Ford, porem, transferindo o cenario do velho oeste para o ambiente gelado em que foi filmado. O antagonismo entre os personagens principais foi construido de forma magistral, alem de mostrar de forma humanizada, nao romantica, a questao do massacre contra os indios norte-americanos.
Babilônia 2000
4.3 36A impressao que ficou foi que houve um olhar fetichista por parte da equipe equipe de producao com relacao ao moradores do bairro. O fato/acontecimento da virada do seculo ficou em segundo plano, se comparado a quantidade de vezes que vemos os entrevistadores forcarem perguntas fechadas sobre os problemas vividos na comunidade, como violencia, pobreza, racismo, drigas, etc. O merito do documentario, para mim, foi o fato de terem conseguido entrar na comunidade e acompanhado o dia das pessoas retratadas no seu proprio meio social, e, penso que o que poderia ter tornado o documentario mais empatico, seria se, em alguns momentos, tivesse sido feita uma proposta de os moradores se entrevistarem entre si, mostrando as expectativas do milenio por eles mesmos. Boa parte das perguntas eram muito tendenciosas, e com respostas previsiveis, como no final, quando um dos membros da equipe pergunta para um morador se ele deixaria o morro, percebe-se uma certa irritacao do morador: "Voce nunca veio aqui? E a primeira vez que voce vem passar a virada do ano novo aqui? Eu nunca trocaria esse lugar e convido o pessoal la de baixo (Copacabana) a vir passar o ano novo um dia com a gente." No comeco do documentario, uma moradora tambem comenta sobre a questao de ser comum cineastas e academicos subirem o morro para fazerem filmagens e pesquisas para projetos, e que ja esta acostumada em dar depoimentos. Nesse momento, nota-se a expectativa em torno da entrevistada sobre o tema "virada do seculo", mas pela resposta que a moradora da, falando sobre seu irmao que faleceu, nota-se claramente que, por parte do entrevistador, nesse caso o proprio Coutinho, efetuar uma perguntada forcada sobre um acontecimento tragico na vida da moradora, para sensibilizar o expectador, o que, para mim, deixa ainda um pouco mais claro o olhar fetichista lancado sobre os moradores das duas comunidades envolvidas no documentario.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraMuitas das referencias que caracterizam as obras de Lynch, com relação a narrativa, já foram mostradas nesse filme: narrativas não lineares, historias idílicas, sejam elas tendendo para o lado fantasioso, como por exemplo nos filmes Império dos Sonhos e Cidade dos Sonhos, sejam elas tendendo para o lado mais suave e terno, como em Uma Historia Real, esse, com uma narrativa mais linear, fugindo um pouco do padrão dos filmes do diretor, ou sejam elas tendendo mais para o lado do suspense, mesclado com um pouco de terror, como se vê nesse filme e também na incrível serie de TV Twins Peaks, que quebrou paradigmas com relação a forma de se fazer series para televisão a época que foi lancada.
Os personagens bizarros criados por Lynch, ao longo de seus anos de cinema, já se pode ver caracterizado aqui por meio de Henry Spencer, o personagem de cabelo estranho,
preso num cenário em preto e branco, que se ve, na maior parte, trancado em seu quarto com (seu filho?) uma criatura, no mínimo, bizarra. Lynch nunca da respostas diretas em seus filmes para a questão que e central nele: qual o motivo de Henry ter as alucina coes? Seria a criatura bizarra em seu quarto? Seria o seu próprio quarto, que, em si, já e um ambiente claustrofóbico? Seria o relacionamento frio com sua esposa, que, supostamente, seria a mae da criatura que vive no seu quarto? Lynch nem mesmo nos mostra se ele teve relação sexual com sua esposa, quando, na casa dela, a mae da moca em questão, lhe pergunta se ele tinham tido relações sexuais, e Henry, assustado, fica praticamente sem resposta, e, em seguida, a cena corta para outra sequencia.
Por esse motivo, toda essa ambientação criada em torno do personagem, perguntas sem respostas, as alucinações, os personagens tao estranhos quanto ele próprio ao redor de si, criaram a ambientação perfeita para que Lynch pudesse fazer um cinema (experimental?), com uma qualidade saltando aos olhos, e ouvidos também, pois alem da fotografia em preto branco, com nítidas referencias do expressionismo alemão, surrealismo, e um pouco também de cinema noir, também possui uma trilha e efeitos sonoros utilizados de formas pontuais, para reforçar ainda mais a imersão do personagem no ambiente mental sombrio em que ele se encontra, sempre transitando entre a fantasia e a realidade.
Para quem quer conhecer melhor os filmes do diretor, talvez esse não seja o mais indicado para o inicio, mas, com certeza, faz parte da filmografia obrigatória.
[spoiler][/spoiler]
A Travessia
3.6 613 Assista AgoraVertiginoso!
Excelente trabalho de camera feito para simular a altitude dos predios durante a travessia do equilibistra Philippe Petit. Os minutos finais do filme simplesmente conseguem fazer com que voce fique com o coracao na mao, nem tanto pelo risco que ele corre, pois ja se sabe que ele nao iria cair, pois essa mesma historia ja foi contada no documentario Man on Wire, mas pela forma poetica de como foi montada a cena, uma vez que o proprio Petit considera o seu trabalho de equilibistra como uma forma de poesia. Planos abertos, principalmente, sejam eles num angulo baixo ou alto, dao a tonica das cenas finais, mostrando, e, alem disso, reforcando, o que Petit fala durante todo o filme: sua admiracao pela cidade de Nova York e os EUA. A escolha desses planos e angulos durante boa parte dos minutos finais do filme, durante a travessia, fazem com que, e dao a sensacao de grandeza de espirito pela facanha realizada por Petit, assim como privilegiar a reconstituicao fiel de um dos simbolos maiores do imperialismo americano, ja destruido nos atentados terrorista de 2001, o World Trade Center, predio esse, que, como o filme mostra, foi o motivador para que Philippe fosse para os Estados Unidos.
Otima atuacao de Gordon-Levitt. Ponto negativo, talvez seja o exagero da utilizao do ingles, mesmo estando na Franca, uma vez que os franceses sao orgulhos de sua lingua/tradicoes, mas que talvez possa ser relevado pelo fato de o proprio Petit, recentemente ter se recusado a dar entrevista no Brasil em frances, somente em ingles, mesmo a primeira sendo a sua lingua nativa. Houveram alguns pulos na narrativa da historia do personagem que ocorreram de forma brusca demais, mas que tambpem pode ser relevado pelo fato de a historia logo cedo procurar a contar a historia de sua travessia nas Torres Gemeas.
Excelente filme de entretenimento que conseguiu ser fiel ao personagem da vida real, mesmo sendo um filme de ficcao.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraPor vezes chega a ser irritante a forma como e mostrada a posicao do Sebastiao Salgado com relacao aos seus personagens fotografados. Ok, ele os humaniza, de fato, quando o fotografo se propoe a viver no ambiente das comunidades/pessoas que fotografa, mas no documentario, isso e mostrado de forma extremamente romantizada. A figura de Sebastiao no documentario, me fez lembrar a figura de antropologos europeus que viajavam para a America no XIX para conhecer e registrar seus costumes, e, diga-se, principalmente registrar, nao problematizar o motivo dos diferentes comportamentos e problemas entre as pessoas de cada lugar pelo qual passou, para trazer algum tipo de melhoria/solucao para aquelas para as comunidades pelas quais passou. Vemos um Sebastiao inocente, assim como Win Wenders tambem, por que nao, ja que ele tambem e o diretor do filme, o segundo, europeu, alemao, assim como Sebastiao, que e brasileiro, mas que foi para europoa muito jovem e na sua fase adulta desenvoleu sua tecnica fotografica la. Essa visao inocente de Sebastiao, dirigida pelas lentes de Win Wenders e o proprio filho de Sebastiao, no meu ponto de vista, so faz reforcar a ideia de que, Sebastiao Salgado esta tao proximo dos seus fotografados, quanto um publicitario esta proximo aos consumidores de seus produtos. A fotografia do filme e otima, a producao tambem, mas em termos de roteiro, faltou a problematizacao de que como, e se, as fotografias de Salgado serviram/servem para transformar o meio em que ele interferiu por meio de suas imagens, tendo ele essa intencao ou nao de ter sido ou ser um agente transformador das sociedades pelas quais passou, ou se no XXI ele e apenas fotografo tecnicamente muito bom, mas com mentalidade dos antropologos do seculo XIX que usa suas imagens apenas para satisfazer suas ambicoes pessoais.
O Dia que Durou 21 Anos
4.3 226Seria interessante ver a Rede Globo fazendo uma minisserie baseda nesse documentario. Provavelmente o faria a partir do ponto de vista do embaixador dos EUA.
O Triunfo da Vontade
3.8 95 Assista AgoraDocumentário ou publicidade?
Quando Éramos Reis
4.3 30Sobre como utilizar o esporte como meio politico para denunciar mazelas socias e preconceitos. Sobre como um esportista deveria ter a consciencia de seu papel na sociedade. Sobre como um documentario pode misturar politica, musica e esporte para contextualizar a cultura de um povo em uma epoca. Um dos melhores documentarios que ja vi na minha vida. O esporte carece de personalidades como a de Muhammad Ali nos tempos de hoje.
Dirty Harry na Lista Negra
3.5 157 Assista AgoraCena insana a da perseguição do carrinho de controle remoto! Genial!
Bem-vindo a São Paulo - Visões da Metrópole em 18 …
3.1 13Muito ruim!
Impossível que um filme contendo 18 diretores diferentes, conseguiu ter uma pluridade de visões sobre São Paulo tão pobre. Nada está dialogando com nada.
1 - assistindo o filme, e vendo o cartaz dele depois, já se percebe um ponto falho, pois, o filme nos traz imagens apenas do centro da cidade de São Paulo, logo, deveria ter trocado o mapa do estado, pelo da cidade
2 - e mesmo que ainda fosse substituído o mapa do estado pelo da cidade, a incoerência entre o mapa e o filme continuaria, porque, nele, nenhum diretor sequer mostrou algumas das outras regiões da cidade, como a zona leste, oeste, sul, norte, o que tornaria ainda mais rico o "falas sobre São Paulo", e aí sim justificaria ter 18 diretores no filme, mas não, a impressão que fica é que a maioria dos 18 diretores do filme tem medo de filmar saindo nas ruas, filmando de dentro de seus carros ou apartamentos, escondidos atrás de janelas/grades ou seja lá o que for
3 - usar a música "Sampa" como chavão para São Paulo não é legal. ainda mais quando se se intercala com uma imagem de uma comunidade pobre da cidade, música essa que não tem nada a ver com a realidade das pessoas que lá vivem e pouco os representam
4 - o apoio da ancine para esse filme realmente é uma prova de que eles realmente não tem onde gastar dinheiro às vezes