Depois de assistir esse filme (5 dias atrás) não consegui parar de pensar nele. Fui atrás de entrevistas com o diretor, críticas, comentários. Nisso, foram citados alguns filmes que poderiam ter sido parte da inspiração do Aronosfsky para Mother! Entre eles estavam os filmes do Buñuel, mais especificamente O Anjo Exterminador, e Repulsa ao Sexo, do Polanski. Muito bem, vi os filmes.
Ambos geniais, o primeiro traz em si uma metáfora dos sete pecados capitais (na minha interpretação) enquanto critica a hipocrisia da alta sociedade e da Igreja. O segundo critica a sociedade machista que leva uma mulher à loucura e a raiva, uma vez que tem fisicamente uma repulsa não apenas ao sexo, mas às atitudes machistas com as quais convivia diariamente. Tudo isso pode ser visto em Mother!, uma vez que temos a intensa crítica aos dogmas cristãos e uma mulher que é cada vez mais impotente no filme, até que ao final não aguenta e explode (literalmente) em ira. Como o filme tem muitas camadas, achei que os filmes citados se encaixaram muito bem, já que exploram dois dos temas mais latentes, pra mim, no filme do Aronofsky.
Obrigado por me apresentar ao Buñuel (para além de O Cão Andaluz) e à esse filmaço do Polanski!
Eu, sendo homem, senti repulsa e vergonha do meu gênero. Claro que nunca se deve colocar essas questões de forma a abranger todos os homens, mas sabemos muito bem do que o machismo é capaz. Procurei esse filme pq ele foi citado como uma possível fonte inspiradora para o Aronofsky em Mother! , e realmente sinto que a questão da opressão à mulher, do declínio em raiva e talvez loucura (muito bem representada pela putrefação do coelho - símbolo de fertilidade e sexo, aliás) cabe em ambos os filmes e deve ser sempre debatida. Me lembrei muito da última cena de Ninfomaníaca quando
o proprietário, que se faz de bonzinho e "só quer ajudar" depois de ver o dinheiro e as pernas de Carol ataca ela. Nos dois filmes, fica clara a crítica às segundas e terceiras intenções, que muitas vezes tomam um formato violento - ainda mais quando o homem não consegue receber um 'não' como resposta.
Enfim, o longa me deixou boquiaberto e tenso, muitas vezes com a sensação de "cringe" (não sei um termo melhor em português..) Filmaço.
Confinados em uma sala minúscula com relação a quantos eram, a alta burguesia mostra, a cada minuto, a enormidade da hipocrisia de faxada em que vivem. Enquanto descendem em uma espiral de realidade e loucura, continuam tentando manter seus cernes da alta sociedade enquanto vão pecando continuamente - e é essa a metáfora que se liga com o final do filme, na minha opinião.
Se formos perceber, em alguns personagens de forma mais gritante, em outros de forma mais genérica, estamos encarando a personificação dos 7 pecados capitais. Uma mulher está sempre com muita fome (desde a primeira manhã, reclamando pelo café) - Gula. Outra está sempre em frente ao espelho escovando os cabelos, ou então cortando as unhas - Luxúria. Um é sempre esquentado e quer arrumar briga - Ira. A mulher dos pés de galinha quer um sacrifício para fugir da situação - Heresia. Tramas são feitas e remédios escondidos - Mentira. A avareza está bem clara de modo geral. Alguns sempre dormem e não fazem nada para ajudar na situação de sobrevivência (em específico uma mulher, se não me engano) - Preguiça A crítica ferrenha de Buñuel está ai. Depois de revelar toda a heresia da classe burguesa, ele coloca a própria Igreja na mesma situação, deixando os padres e seus devotos presos nesse purgatório de pecadores.
(Não sei se a minha análise faz completo sentido ou mesmo se esses são exatamente os 7 pecados - pesquisei e encontrei disparidades... Enfim, foi o segundo filme que vi do diretor e já estou apaixonado hahaha)
Achei muito legal como o filme tem certa metalinguagem.. Cada um interpreta a obra de acordo com a sua própria bagagem e julga ela a partir disso, uns endeusando
Aronofsky filmou um pesadelo. Ele conseguiu, sem clichês, sem forçar a barra, com simplicidade e maestria, ele causa o desconforto e a sensação de claustrofobia que só um pesadelo conseguiria. Com filme pesado e carregado de metáforas, somadas às técnicas de filmagem que me lembraram Cuaron em Children of Man e atuações muito boas principalmente de Michelle Pfeiffer e Javier Bardem, o filme tem um impacto impressionante. Não vejo motivos para o colocarem como um terror, a não ser pq esse gênero atrai mais, o que aumenta as vendas, mas para mim ele é um puta suspense bem feito e deve ser tratado como tal. Ele tem um ritmo próprio, que dá espaço para a formação dos personagens e a identificação do público com eles
, e que fica extremamente real (ou surreal?) de uma forma extremamente rápida, com a chegada da família inicial e a morte de um dos filhos. Ali conseguimos ver nuances de até onde o restante filme irá.
O filme é bom por diversas características. Algumas delas são o impacto e as emoções que causa no espectador, outra são os diversos debates que surgem uma vez que o filme é visto e outra são as (quase) infinitas formas de interpretação do longa.
É claro que algumas vão surgir como mais aceitas, como o que foi visto ser uma grande metáfora ou alegoria - mais especificamente para a condição humana e a narrativa religiosa cristã; Ou termos uma visão de que se trata de um pesadelo perpétuo, já que vários elementos do onírico se fazem presentes, como a incapacidade de concluir ações, a repetição de certas coisas que para o protagonista não fazem sentido mas para todos em volta sim, ou até mesmo o elemento da água e da vontade de ir ao banheiro. Ao mesmo tempo, podemos ler o longa como um sentimento. Ele inteiro pode ser o sentimento de tentar recuperar algo que já se foi (e se foi para sempre) com o personagem de Bardem no ciclo de fazer renascer a fênix do desespero, e mesmo assim acabar com tudo queimado, em cinzas, no final, pois não conseguiu amar a sua mulher como deveria, preferindo o trabalho e a fama messiânica que esse o rende.
Enfim, só por um filme tão comercial, que chega a tantas salas de cinema ter gerado todo esse desconforto geral, inclusive em mim (claro que de diferentes maneiras em cada um) ele já merece 5/5, e esse meu textão imenso aqui.. Darren Aronofsky, que já tinha muita coisa boa, entra oficialmente pra minha lista de diretores favoritos.
Fora fotografia e tudo mais, a melhor coisa do filme foi a relação cinematográfica estabelecida com o Kurosawa, desde algumas atuações e o importante papel de silêncios e da natureza no filme, até a violência tanto física quanto mental dos chefes de tradição samurai
Belo filme. Só o que me veio na cabeça foi o John Lennon cantando "A working class hero is something to be.." (e o Bombita, pra quem viu Relatos Selvagens kk)
A premissa é muito boa e a analogia também, mas podia ter entregado mais. Apesar da sensação de 'what the fuck' e de desconforto que percorre o filme inteiro, ele acaba sendo previsível.
Onde podia ter surpreendido e acabado com uma crítica foda, só deixou essa sensação no ar quando o amigo dele chega no carro de polícia e por alguns segundos o espectador lembra do policial racista do início do filme...
Meu primeiro Tarkovski. Em oposição ao que eu sempre ouvia, pelo menos nesse filme o diretor não é tão cansativo assim, nem seu ritmo tão lento. Eu adoro quando filmes de uma certa época rompem um pouco com o que é considerado normal, tradicional ou clássico, ainda mais quando isso é feito de forma sutil e impressionante como nos entrega Tarkovski. Os movimentos de câmera para criar ora um zoom intenso, ora um passear tranquilo por entre as árvores são geniais. Assim como o são as transições da vida enquanto Ivan está acordado e aquela enquanto ele sonha, sempre precisas e muito bem feitas, com o detalhe da transição de luz, sendo que nos sonhos tudo é muito mais claro - tática estética muito boa, principalmente no caso do preto e branco, já que não se tem o elemento das cores para fazer tal efeito. Enfim... Atordoante, pesado, denso e simples. Já estou ansioso para ver as outras obras desse que é considerado um dos mais importantes cineastas da história do cinema.
Terror é um gênero que eu negligencio um pouco. No caso, ainda mais tendo como referência o original, praticamente classifico esse como um 'terrir' (terror msm estou esperando em "Mother!") Dito isso.. que puta remake! impressionante como o diretor conseguiu manter o espírito da época, utilizando bem os clichés dos filmes de então e inovando na parte técnica. Não é um filme impecável e não chega a ser autoral, mas com certeza conseguiu me agradar, ainda mais em comparação ao original, com muitas cenas remetendo a ele de forma clara, ao mesmo tempo que tendo uma leitura um pouco diferente. Isso é refilmar algo bem, o que a galera do ghost in the shell mais recente tem que aprender a fazer...
Vi muita gente reclamando do comportamento da galera nas salas de cinema pra esse filme, e eu tendo a concordar com todo mundo: vc que usa celular constantemente ou tira foto com flash devia ser banido do cinema pra sempre. você que passa o filme todo comentando coisas óbvias e gritando (sem estar em sintonia com um momento propício de um filme com jumpscare pra isso), também. Apesar de toda essa crítica que sempre rola e que não tem mto lá o que se fazer para consertar e isso logicamente atrapalhar o filme, nesse caso não foi de toodo ruim pq fui com o mindset de que estava entrando em uma sessão NOS anos 80, e no final até me diverti com todos esses tipinhos...
Fazia tempo que eu não revia.. Vi mtos filmes desde então e a minha percepção de cinema mudou bastante, e hoje vejo vários motivos (além das já canônicas revoluções) do pq é tão bom
Cara, que filmaço... o Edgar Wright consegue o balanço perfeito entre um cinema de ação cheio de cortes (bem feitos) e uma montagem espetacular e aquele com takes mais longos, inclusive com alguns planos sequência muito bons! É um daqueles filmes que são ao mesmo tempo divertidissimos e com estilo próprio, autorais... Funciona pros cinéfilos mais agressive e pro público em geral Ah, finalmente alguém entregou o que eu queria vendo o trailer daquela bosta de esquadrão suicida: o som das balas disparadas sincronizado com o som da música! genial!!
O time Nolan/Zimmer/van Hoytema ataca novamente! Pena que dessa vez foi só um dos irmãos... com certeza o filme teria sido melhor ainda com o roteiro do Jonathan. De qualquer forma, continua um filmaço que se desprende de diálogos excessivos e foca nas imagens e no desespero que a guerra causa, ainda mais em uma situação como essa onde o inimigo não tem um rosto ou um posicionamento e a segurança parece estar tão perto (mas não está) Deve ser visto no cinema, com certeza! Não consegui ver em Imax mas mesmo assim fiquei maluco com algumas cenas... Infelizmente a experiência sempre é diminuída por outras pessoas que vão ao cinema e não tem o mínimo de bom senso nem pensam nos outros quando conversam ou mexem no celular... Acho que a pior parte do filme foi essa, no final das contas De qualquer forma, vale muito a pena, e o Nolan continua sendo um dos grandes diretores da atualidade
Ah, as cenas de dogfight dos caças foram as melhores que eu já vi na minha vida!
Dava pra fazer um filme de duas, duas e pouco horas explorando a relação dos três pra deixar os personagens com uma carga sentimental maior com o público, se bem feito e mantendo o ritmo que a 1h46 do filme teve... Fora isso, um filmaço!
Documentário fantástico! Pesado, difícil de acreditar, mas necessário. Na verdade tão necessário que o diretor deveria fazer uma versão de 1h30 (muito difícil eu sei) para passar em escolas de ensino médio pelo país, por exemplo. Um filme de divulgação de tanto horror como esse precisa ser palatável para atingir diferentes públicos. Mas essa é minha única crítica.. Aliás, mesmo com o tamanho que tem, não achei ele nada arrastado! E olha que não sou o maior fã de docs por ai haha
nada de alguém aparecer na última hora e salvar uma vida
. No filme todos os personagens tem que batalhar para fugir das mãos do velho cego, e isso somado à boa utilização de silêncios e coisas simples como a total ausência de luz faz desse um filme no mínimo interessante. Talvez tenha gostado mais ainda por ter acabado de ver Lights Out, um filme exatamente no oposto, cheio de tudo aquilo que os filmes de terror já cansaram de fazer ao longo dos anos
Fazia tempo que um filme não me deixava tão mal assim... Acho que por ter representado tudo de forma tão crível e por todos os extremos serem plausíveis, o filme me atingiu. Fora isso, é um belo filme que eu leio como uma das melhores metáforas sobre os absurdos cometidos pelos nazi fascistas no contexto da segunda guerra mundial. Pesado, difícil de absorver assim como foi a guerra, mas necessário para qualquer cinéfilo, para fugir da guerra romanceada em tantos filmes de hollywood.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraDepois de assistir esse filme (5 dias atrás) não consegui parar de pensar nele. Fui atrás de entrevistas com o diretor, críticas, comentários. Nisso, foram citados alguns filmes que poderiam ter sido parte da inspiração do Aronosfsky para Mother!
Entre eles estavam os filmes do Buñuel, mais especificamente O Anjo Exterminador, e Repulsa ao Sexo, do Polanski. Muito bem, vi os filmes.
Ambos geniais, o primeiro traz em si uma metáfora dos sete pecados capitais (na minha interpretação) enquanto critica a hipocrisia da alta sociedade e da Igreja. O segundo critica a sociedade machista que leva uma mulher à loucura e a raiva, uma vez que tem fisicamente uma repulsa não apenas ao sexo, mas às atitudes machistas com as quais convivia diariamente.
Tudo isso pode ser visto em Mother!, uma vez que temos a intensa crítica aos dogmas cristãos e uma mulher que é cada vez mais impotente no filme, até que ao final não aguenta e explode (literalmente) em ira. Como o filme tem muitas camadas, achei que os filmes citados se encaixaram muito bem, já que exploram dois dos temas mais latentes, pra mim, no filme do Aronofsky.
Obrigado por me apresentar ao Buñuel (para além de O Cão Andaluz) e à esse filmaço do Polanski!
Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraEu, sendo homem, senti repulsa e vergonha do meu gênero. Claro que nunca se deve colocar essas questões de forma a abranger todos os homens, mas sabemos muito bem do que o machismo é capaz.
Procurei esse filme pq ele foi citado como uma possível fonte inspiradora para o Aronofsky em Mother! , e realmente sinto que a questão da opressão à mulher, do declínio em raiva e talvez loucura (muito bem representada pela putrefação do coelho - símbolo de fertilidade e sexo, aliás) cabe em ambos os filmes e deve ser sempre debatida.
Me lembrei muito da última cena de Ninfomaníaca quando
o proprietário, que se faz de bonzinho e "só quer ajudar" depois de ver o dinheiro e as pernas de Carol ataca ela. Nos dois filmes, fica clara a crítica às segundas e terceiras intenções, que muitas vezes tomam um formato violento - ainda mais quando o homem não consegue receber um 'não' como resposta.
Enfim, o longa me deixou boquiaberto e tenso, muitas vezes com a sensação de "cringe" (não sei um termo melhor em português..)
Filmaço.
O Anjo Exterminador
4.3 376 Assista AgoraConfinados em uma sala minúscula com relação a quantos eram, a alta burguesia mostra, a cada minuto, a enormidade da hipocrisia de faxada em que vivem. Enquanto descendem em uma espiral de realidade e loucura, continuam tentando manter seus cernes da alta sociedade enquanto vão pecando continuamente - e é essa a metáfora que se liga com o final do filme, na minha opinião.
Se formos perceber, em alguns personagens de forma mais gritante, em outros de forma mais genérica, estamos encarando a personificação dos 7 pecados capitais. Uma mulher está sempre com muita fome (desde a primeira manhã, reclamando pelo café) - Gula. Outra está sempre em frente ao espelho escovando os cabelos, ou então cortando as unhas - Luxúria. Um é sempre esquentado e quer arrumar briga - Ira. A mulher dos pés de galinha quer um sacrifício para fugir da situação - Heresia. Tramas são feitas e remédios escondidos - Mentira. A avareza está bem clara de modo geral. Alguns sempre dormem e não fazem nada para ajudar na situação de sobrevivência (em específico uma mulher, se não me engano) - Preguiça
A crítica ferrenha de Buñuel está ai. Depois de revelar toda a heresia da classe burguesa, ele coloca a própria Igreja na mesma situação, deixando os padres e seus devotos presos nesse purgatório de pecadores.
(Não sei se a minha análise faz completo sentido ou mesmo se esses são exatamente os 7 pecados - pesquisei e encontrei disparidades... Enfim, foi o segundo filme que vi do diretor e já estou apaixonado hahaha)
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAchei muito legal como o filme tem certa metalinguagem.. Cada um interpreta a obra de acordo com a sua própria bagagem e julga ela a partir disso, uns endeusando
(como os leitores do Poeta)
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAronofsky filmou um pesadelo. Ele conseguiu, sem clichês, sem forçar a barra, com simplicidade e maestria, ele causa o desconforto e a sensação de claustrofobia que só um pesadelo conseguiria.
Com filme pesado e carregado de metáforas, somadas às técnicas de filmagem que me lembraram Cuaron em Children of Man e atuações muito boas principalmente de Michelle Pfeiffer e Javier Bardem, o filme tem um impacto impressionante.
Não vejo motivos para o colocarem como um terror, a não ser pq esse gênero atrai mais, o que aumenta as vendas, mas para mim ele é um puta suspense bem feito e deve ser tratado como tal.
Ele tem um ritmo próprio, que dá espaço para a formação dos personagens e a identificação do público com eles
, e que fica extremamente real (ou surreal?) de uma forma extremamente rápida, com a chegada da família inicial e a morte de um dos filhos. Ali conseguimos ver nuances de até onde o restante filme irá.
O filme é bom por diversas características. Algumas delas são o impacto e as emoções que causa no espectador, outra são os diversos debates que surgem uma vez que o filme é visto e outra são as (quase) infinitas formas de interpretação do longa.
É claro que algumas vão surgir como mais aceitas, como o que foi visto ser uma grande metáfora ou alegoria - mais especificamente para a condição humana e a narrativa religiosa cristã; Ou termos uma visão de que se trata de um pesadelo perpétuo, já que vários elementos do onírico se fazem presentes, como a incapacidade de concluir ações, a repetição de certas coisas que para o protagonista não fazem sentido mas para todos em volta sim, ou até mesmo o elemento da água e da vontade de ir ao banheiro.
Ao mesmo tempo, podemos ler o longa como um sentimento. Ele inteiro pode ser o sentimento de tentar recuperar algo que já se foi (e se foi para sempre) com o personagem de Bardem no ciclo de fazer renascer a fênix do desespero, e mesmo assim acabar com tudo queimado, em cinzas, no final, pois não conseguiu amar a sua mulher como deveria, preferindo o trabalho e a fama messiânica que esse o rende.
Enfim, só por um filme tão comercial, que chega a tantas salas de cinema ter gerado todo esse desconforto geral, inclusive em mim (claro que de diferentes maneiras em cada um) ele já merece 5/5, e esse meu textão imenso aqui..
Darren Aronofsky, que já tinha muita coisa boa, entra oficialmente pra minha lista de diretores favoritos.
Silêncio
3.8 576Fora fotografia e tudo mais, a melhor coisa do filme foi a relação cinematográfica estabelecida com o Kurosawa, desde algumas atuações e o importante papel de silêncios e da natureza no filme, até a violência tanto física quanto mental dos chefes de tradição samurai
(como na linda cena de decapitação por katana)
Eu, Daniel Blake
4.3 532 Assista AgoraBelo filme. Só o que me veio na cabeça foi o John Lennon cantando "A working class hero is something to be.."
(e o Bombita, pra quem viu Relatos Selvagens kk)
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraA premissa é muito boa e a analogia também, mas podia ter entregado mais. Apesar da sensação de 'what the fuck' e de desconforto que percorre o filme inteiro, ele acaba sendo previsível.
Onde podia ter surpreendido e acabado com uma crítica foda, só deixou essa sensação no ar quando o amigo dele chega no carro de polícia e por alguns segundos o espectador lembra do policial racista do início do filme...
Um sólido 3/5
A Infância de Ivan
4.3 155 Assista AgoraMeu primeiro Tarkovski. Em oposição ao que eu sempre ouvia, pelo menos nesse filme o diretor não é tão cansativo assim, nem seu ritmo tão lento.
Eu adoro quando filmes de uma certa época rompem um pouco com o que é considerado normal, tradicional ou clássico, ainda mais quando isso é feito de forma sutil e impressionante como nos entrega Tarkovski. Os movimentos de câmera para criar ora um zoom intenso, ora um passear tranquilo por entre as árvores são geniais. Assim como o são as transições da vida enquanto Ivan está acordado e aquela enquanto ele sonha, sempre precisas e muito bem feitas, com o detalhe da transição de luz, sendo que nos sonhos tudo é muito mais claro - tática estética muito boa, principalmente no caso do preto e branco, já que não se tem o elemento das cores para fazer tal efeito.
Enfim... Atordoante, pesado, denso e simples. Já estou ansioso para ver as outras obras desse que é considerado um dos mais importantes cineastas da história do cinema.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraAliás Finn Wolfhard melhor alívio cômico ever hahahahaha
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraTerror é um gênero que eu negligencio um pouco. No caso, ainda mais tendo como referência o original, praticamente classifico esse como um 'terrir' (terror msm estou esperando em "Mother!")
Dito isso.. que puta remake! impressionante como o diretor conseguiu manter o espírito da época, utilizando bem os clichés dos filmes de então e inovando na parte técnica. Não é um filme impecável e não chega a ser autoral, mas com certeza conseguiu me agradar, ainda mais em comparação ao original, com muitas cenas remetendo a ele de forma clara, ao mesmo tempo que tendo uma leitura um pouco diferente. Isso é refilmar algo bem, o que a galera do ghost in the shell mais recente tem que aprender a fazer...
Vi muita gente reclamando do comportamento da galera nas salas de cinema pra esse filme, e eu tendo a concordar com todo mundo: vc que usa celular constantemente ou tira foto com flash devia ser banido do cinema pra sempre. você que passa o filme todo comentando coisas óbvias e gritando (sem estar em sintonia com um momento propício de um filme com jumpscare pra isso), também.
Apesar de toda essa crítica que sempre rola e que não tem mto lá o que se fazer para consertar e isso logicamente atrapalhar o filme, nesse caso não foi de toodo ruim pq fui com o mindset de que estava entrando em uma sessão NOS anos 80, e no final até me diverti com todos esses tipinhos...
Corações de Pedra
3.9 185Muito bom ver esse filme em alta aqui no filmow!
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraFazia tempo que eu não revia.. Vi mtos filmes desde então e a minha percepção de cinema mudou bastante, e hoje vejo vários motivos (além das já canônicas revoluções) do pq é tão bom
Amnésia
4.2 2,2K Assista AgoraVi. Achei genial. Vi anos depois, esquecendo o plot. Achei genial.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraBom, o visual está fantástico! Mas poderia ter confiado mais na inteligência do público. Ou não né..
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraCara, que filmaço... o Edgar Wright consegue o balanço perfeito entre um cinema de ação cheio de cortes (bem feitos) e uma montagem espetacular e aquele com takes mais longos, inclusive com alguns planos sequência muito bons!
É um daqueles filmes que são ao mesmo tempo divertidissimos e com estilo próprio, autorais... Funciona pros cinéfilos mais agressive e pro público em geral
Ah, finalmente alguém entregou o que eu queria vendo o trailer daquela bosta de esquadrão suicida: o som das balas disparadas sincronizado com o som da música! genial!!
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraO time Nolan/Zimmer/van Hoytema ataca novamente! Pena que dessa vez foi só um dos irmãos... com certeza o filme teria sido melhor ainda com o roteiro do Jonathan.
De qualquer forma, continua um filmaço que se desprende de diálogos excessivos e foca nas imagens e no desespero que a guerra causa, ainda mais em uma situação como essa onde o inimigo não tem um rosto ou um posicionamento e a segurança parece estar tão perto (mas não está)
Deve ser visto no cinema, com certeza! Não consegui ver em Imax mas mesmo assim fiquei maluco com algumas cenas... Infelizmente a experiência sempre é diminuída por outras pessoas que vão ao cinema e não tem o mínimo de bom senso nem pensam nos outros quando conversam ou mexem no celular... Acho que a pior parte do filme foi essa, no final das contas
De qualquer forma, vale muito a pena, e o Nolan continua sendo um dos grandes diretores da atualidade
Ah, as cenas de dogfight dos caças foram as melhores que eu já vi na minha vida!
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KDava pra fazer um filme de duas, duas e pouco horas explorando a relação dos três pra deixar os personagens com uma carga sentimental maior com o público, se bem feito e mantendo o ritmo que a 1h46 do filme teve... Fora isso, um filmaço!
Os Boas-Vidas
4.0 53 Assista AgoraFellini <3
Caligula
3.1 489 Assista Agoranada me abala depois de saló
Martírio
4.6 59Documentário fantástico! Pesado, difícil de acreditar, mas necessário. Na verdade tão necessário que o diretor deveria fazer uma versão de 1h30 (muito difícil eu sei) para passar em escolas de ensino médio pelo país, por exemplo. Um filme de divulgação de tanto horror como esse precisa ser palatável para atingir diferentes públicos. Mas essa é minha única crítica.. Aliás, mesmo com o tamanho que tem, não achei ele nada arrastado! E olha que não sou o maior fã de docs por ai haha
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraCorajoso. Fazia tempo que não via um filme do estilo romper com os clichés e entregar aquilo que um espectador um pouquinho mais maturado quer:
nada de alguém aparecer na última hora e salvar uma vida
Talvez tenha gostado mais ainda por ter acabado de ver Lights Out, um filme exatamente no oposto, cheio de tudo aquilo que os filmes de terror já cansaram de fazer ao longo dos anos
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0KFazia tempo que um filme não me deixava tão mal assim... Acho que por ter representado tudo de forma tão crível e por todos os extremos serem plausíveis, o filme me atingiu.
Fora isso, é um belo filme que eu leio como uma das melhores metáforas sobre os absurdos cometidos pelos nazi fascistas no contexto da segunda guerra mundial. Pesado, difícil de absorver assim como foi a guerra, mas necessário para qualquer cinéfilo, para fugir da guerra romanceada em tantos filmes de hollywood.
Quando as Luzes se Apagam
3.1 1,1K Assista Agoracadê o filme do pelé