Room é maravilhoso! Como pode alguém tão pequeno ter uma atuação tão maiúscula como a de Jacob Tremblay?! É de se indignar mesmo a Academia tê-lo esnobado, quando já indicou algumas crianças não muito expressivas ao longo de sua história. Melhor performance mirim desde que Haley Joel Osment roubou a cena em O Sexto Sentido. Quanto à Brie, o Oscar é seu, sua linda! A garota é talento puro e não só hype, como umas e outras por aí. Meu único arrependimento foi ter assistido ao trailer antes do filme, que mais parece um compacto de 2 minutos do mesmo e mostra bem mais do que deveria. É um drama emocionante e carregado de sentimentos (que o diga aquela sequência avassaladora que divide o longa em seus dois atos), mas também gera revolta, medo, perturbação e encantamento no espectador. Joan Allen e William H. Macy também estão excelentes.
Não tive o menor problema com o 'sumiço' do avô, ao contrário de muitos que consideraram essa uma falha da produção. Ficou bem claro que, para ele, Jack era o produto de anos da violência sofrida por Joy e, nessas situações, cada ser humano é capaz de reagir de uma forma distinta do outro.
Inesquecível! Daqueles pequenos grandes filmes que aparecem de tempos em tempos para mostrar que um bom roteiro e um elenco bem selecionado valem mais do que um orçamento milionário.
Não há muito a acrescentar sobre O Despertar da Força. É um fenômeno de 2 bilhões de dólares nas bilheterias e, mesmo não sendo exatamente fanático pela franquia, acho tudo muito merecido não só pelo impacto na cultura pop através das décadas, mas também por ser individualmente um longa muito cativante. Todas as referências à trilogia original e o retorno de personagens clássicos já fazem valer essas 4 estrelas! O roteiro pode até ser simples, mas também é direto ao ponto e me agradou bastante. Ainda bem que consegui assistir sem muitos spoilers e pude ser surpreendido...
Com a morte de Han Solo pelas mãos de seu filho Kylo Ren, chocante.
Os novos atores se saíram bem, mas não chegam a ser excelentes. Os efeitos, as batalhas espaciais, as lutas com sabres, tudo mais do que vibrante, fascinante e de encher os olhos. Pra quem faz de Star Wars quase uma religião, deve ter sido uma experiência única. Pra mim que 'apenas' acho bacana, foram alguns reais bem gastos em um entretenimento de primeiríssima linha.
Deixando as expectativas de lado e analisando os pontos positivos, eu diria que A Visita é um suspense legal. Achei o elenco eficiente, dos veteranos aos carismáticos atores que interpretaram os netos, todos estão muito bem em seus papéis. Ri bastante do Tyler, com destaque para o senso de humor do garoto e seu talento como rapper, hahaha. Mas a sensação de déjà vu foi inevitável, tanto por trazer o já batido recurso do found footage quanto pela reviravolta, não tão criativa assim.
O próprio Shyamalan já havia entregue um plot twist semelhante em A Vila (que eu achei superior), onde o espectador acreditava se tratar de algo sobrenatural para só no final descobrir que fora enganado quanto ao gênero do filme, por assim dizer. Isso sem contar que já vimos fugitivos de manicômio tocando o terror incontáveis vezes, não é mesmo?!
De qualquer forma, há tensão de sobra, ótimos sustos e uma história bem contada. É só não ir com muita sede ao pote e nem esperar uma grande novidade que a diversão tá garantida! Tá longe de ser o novo O Sexto Sentido, mas já é muito melhor do que Fim dos Tempos, por exemplo.
Um clássico instantâneo da Pixar e a maior barbada do Oscar 2016 (o Brasil só é indicado quando há um franco favorito na categoria em que tá concorrendo, o que é uma pena). Confesso não ser muito fã de animações, mas Divertida Mente merece todos os elogios, prêmios e essa nota alta! Enquanto o visual é muito atraente para as crianças, o roteiro é inteligente o suficiente para fisgar os adultos, abordando o choque entre as emoções de Riley enquanto ela cresce e experimenta uma nova vida, a confusão psicológica recorrente à pré-adolescência e a forma que seus pais terão de lidar com tudo isso. Achei particularmente interessante mostrar que todos os sentimentos, sejam bons ou ruins, precisam conviver em harmonia dentro de nós para que não ocorra um desequilíbrio (e quem sabe uma futura depressão), além de ter adorado a personagem Tristeza, com a qual me identifiquei, hahaha. Tal jornada pelas memórias da garotinha me remeteu à Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e é impossível não reconhecer Divertida Mente com um dos melhores longas de animação em muito, muito tempo. Um filme sensacional!
Alice é um road-'feel good'-movie dos mais agradáveis e, tal qual Depois de Horas, um filme de Scorsese sem muita 'cara' de filme do renomado cineasta! Gostei da história e principalmente da Ellen Burstyn, que jamais decepciona e consegue nos fazer torcer por sua personagem o tempo todo. Uma performance perfeita e completa, equilibrada entre o drama de Alice perante os homens de sua vida, a insatisfação no emprego, o sonho de se tornar uma cantora bem-sucedida e a relação com o filho, que rende alguns momentos bastante cômicos.
Ri muito na cena em que Tommy ordenha a vaca em direção à sua mãe, hahaha.
Aliás, que ótimo ator mirim esse, não?! Uma pena que Alfred Lutter III não tenha vingado depois de adulto já que ele tá excelente aqui. Quanto ao Oscar de melhor atriz que Ellen recebeu em 1975, ainda não vi Gena Rowlands em Uma Mulher Sob Influência, considerada uma das melhores atuações femininas da história do cinema. Prefiro pensar que o prêmio deveria ser de uma das duas, mas nunca uma injustiça já que a vencedora é e sempre foi uma baita atriz...
Peter Bogdanovich conseguiu transpor para a tela com muita autenticidade e um toque de melancolia, aquela atmosfera de cidade interiorana sem muitas opções de lazer, o rito de passagem para a vida adulta, a iniciação sexual, as grandes amizades e os conflitos amorosos que vão surgindo no caminho dos belos personagens que tinha em mãos. A fotografia em preto e branco encarregou-se de potencializar essa sensação de falta de perspectiva em cidade pequena, assim como o fato de um dos únicos pontos de encontro entre os jovens ser uma sala de cinema tornou o longa ainda mais prazeroso de se acompanhar. É um filme lento e ao mesmo tempo envolvente, o elenco que despontava na época e hoje é consagrado tá em ótima sintonia: me surpreendi com a incrível Ellen Burstyn interpretando a mãe da disputada Cybill Shepherd, rs. Enfim, é um clássico cativante e de fácil identificação por parte do espectador, com toda a certeza.
É Mickey Rourke demonstrando todo o seu potencial como astro do final dos anos 80 e De Niro em uma participação assombrosa e marcante. O roteiro é intrigante e hábil em tornar o longa algo falsamente previsível...
Já que, só pelos nomes dos personagens principais, o espectador irá deduzir que Louis Cyphre é Lúcifer e Angel seria uma espécie de anjo manipulado pelo Mal em pessoa. Mas fora isso, não há nada de óbvio em Coração Satânico e sua história envolvendo rituais de magia negra, troca de corpos e memórias perdidas.
A direção de Alan Parker é competente e repleta de detalhes interessantes, o que praticamente desafia o público para uma segunda sessão. Algumas (poucas) passagens são cansativas, mas nada que comprometa o resultado como um todo e torne a produção menos impactante, autêntica e original mesmo pros dias de hoje. Um bom thriller!
Prefiro quando o psicopata mirim é punido (lê-se morto) no final, como naquele desfecho épico de O Anjo Malvado ou naquela ironia de A Tara Maldita. Mikey saindo ileso me deixou frustrado, mas não surpreso.
Mesmo assim, deu pra curtir o filme. A atuação do garoto Brian Bonsall é muito boa e a sua predileção por eletrocussões é capaz de deixar o público aflito. Não deixa de ser perturbador o histórico do ator já crescido, fazendo pensar no quanto um personagem doentio como Mikey pode ter influenciado em seu comportamento. Algumas cenas são meio forçadas, mas dá pra relevar já que, em meio ao politicamente correto de hoje em dia, a maioria das mortes tem um certo impacto por envolver crianças em cena. O suspense é bem construído e prende a atenção até o fim! E tem ainda a nostalgia desses thrillers obscuros do início da década de 90, não é mesmo?! Legalzinho.
Pacto Secreto é um slasher bem esquecível, recomendado apenas aos aficionados pelo gênero. Sem contar que é remake de um filme bacana do início dos anos 80 e, como na grande maioria dos casos, sai perdendo feio na comparação. O elenco é fraquinho mesmo, mas o filme não chega a ser ruim: há suspense, cenas de morte bastante competentes, uma arma personalizada utilizada pelo assassino e a participação divertida da eterna Princesa Leia pagando as contas no fim do mês, hahaha. Curti a referência à bengala, que era a arma do serial killer no Sorority Row original. A revelação no final não chega a ser previsível, mas também não é empolgante tendo em vista que os personagens são apáticos e o espectador pouco se importa com eles. Enfim, é razoável! Poderia ter funcionado melhor nos anos 90. [2]
Os nomes Nancy e Elm Street são citados por Tess e sua irmã mais velha em um dos trotes, sem contar que a garotinha tava sempre tendo pesadelos... Fora isso, as ligações telefônicas e o visual de Kit me remeteram à personagem de Drew Barrymore em Pânico. Pode ser coisa da minha cabeça, mas isso me chamou atenção...
Gostei de praticamente tudo no filme: das personagens carismáticas, da participação marcante de Joan Crawford, do roteiro redondo, direto ao ponto e sem enrolação. O remake televisivo produzido no fim da década de 80 é até divertido, mas é lógico que este original é muito superior. Há humor, tensão de sobra, um psicopata crível e um desfecho mais do que satisfatório! Enfim, um pequeno clássico que merece ser visto, envelheceu muito bem e que me surpreendeu positivamente.
Seria este o Oscar de ator coadjuvante mais protagonista da história do cinema?! Timothy Hutton tomou o filme para si e entregou uma brilhante e arrebatadora performance na pele do jovem traumatizado pela perda do irmão mais velho. O sentimento de culpa, a incapacidade em lidar com a morte e a desintegração familiar diante da tragédia foram bem trabalhados pelo roteiro, assim como a direção de Redford não tropeçou em um tom excessivamente lacrimoso. As sequências envolvendo abraços foram as melhores e falaram mais do que muitos diálogos proferidos pelos personagens. Talvez hoje pareça datado e lugar-comum para um vencedor do prêmio de melhor filme do ano, mas ainda assim é um bom drama com belas atuações. E não tem como não lembrar de Beleza Americana, ainda que a abordagem da insatisfação e da fragilidade que pairam na família retratada não traga aquela fina ironia presente no também clássico longa de 1999.
Xavier Dolan acerta mais uma vez na condução deste, que talvez seja seu melhor trabalho até agora. Confesso que as dimensões reduzidas da tela me deixaram aborrecido por um bom tempo, mas não era justamente esse o objetivo do cineasta franco-canadense?! Colocar o espectador diante da realidade de Steve, um adolescente hiperativo que mal cabe em si, e que cabe ainda menos naquele plano quadrado e sufocante que domina o filme quase em sua totalidade. Digamos que, quando a tela se expande juntamente com os horizontes do jovem e suas 'mães', há uma sensação indescritível de plenitude que compensa todo o desconforto sentido até ali. Personagens intensos e complexos, ótimas atrizes, diálogos incríveis e uma trilha sonora repleta de simbolismos pra jamais esquecer. Isso é Mommy, um grito de libertação, rebeldia e amor extremo!
Já queria assistir há muito tempo e fiquei um tanto desapontado... Não tem como dar uma nota muito baixa porque, no geral, a maquiagem é bem feita, Craig Sheffer é esforçado e tem o icônico diretor David Cronenberg atuando, o que acaba sendo disparado a melhor coisa do filme. Isso sem contar que existe uma versão sem cortes, mas não a encontrei disponível para download. A história é um samba do crioulo doido e rende pouquíssimos momentos de tensão e terror, funcionando mais no terreno da fantasia. Quem esperava uma produção do nível de Hellraiser, se deparou com algumas criaturas que estão mais para Star Trek, rs. A atriz que interpreta a mocinha é inexpressiva, mas os efeitos visuais e a ambientação são até competentes. Se um dia eu assistir à versão do diretor posso até alterar minha cotação, mas por enquanto Raça das Trevas é meia boca mesmo.
Um 3D que valeu a pena ser visto no cinema! Perdido em Marte tem uma fotografia espetacular e rende uma divertida sessão, desde que você não vá com muita sede ao pote e nem fique esperando algo tão agoniante quanto Gravidade ou uma trama mais cabeça como Interestelar. Aliás, espero que essa tendência do filme-evento espacial do ano dê uma trégua antes que ocorra um desgaste nesse filão e a coisa se torne repetitiva... Enquanto isso, dá pra curtir sem medo a excelente atuação de Matt Damon (digna de uma indicação ao Oscar, na minha opinião), a trilha sonora nostálgica e perfeitamente adequada em cada cena, além do humor que chega a surpreender diante da situação em que o protagonista se encontra e sendo este o grande diferencial desta produção em relação aos outros filmes citados. Por outro lado, foi interessante associar Matt e a sempre competente Jessica Chastain com seus personagens no ótimo e emocional sci-fi de Christopher Nolan...
Primeiro grande sucesso estrelado por Ricardo Darín e também um dos primeiros filmes desse novo cinema argentino, que é referência hoje em dia na América do Sul. Confesso que não me cativou tanto quanto outras produções estreladas pelo ator, mas é claro que é um bom filme! O roteiro é bastante esperto e literalmente brinca com o espectador, que fica tentado a aplicar alguns dos golpes sensacionais mostrados pelos personagens Marcos e Juan ao término do filme, rs. O desfecho a la Golpe de Mestre é a cereja do bolo, os atores estão muito carismáticos em seus papéis e o ritmo varia entre o dinâmico e o verborrágico, mas não chega a ser cansativo. Enfim, vale a pena conhecer mais este longa dos hermanos com o selo Darín de qualidade. Não pretendo conferir o remake americano...
Não esperava muito, mas me surpreendeu. Ótimo filme! [2] É óbvio que sempre podemos confiar no cinema argentino, mas aquela introdução tão surreal quanto baseada em um caso real não parecia assim tão convidativa. Passado o evento tragicômico envolvendo a vaca, o longa se revela um adorável estudo sobre as relações humanas, da solidão à solidariedade, da capacidade de transformação ao sairmos do nosso mundo para adentrarmos o do outro e, principalmente, da comunicação ultrapassando a barreira do idioma. Além disso, Um Conto Chinês é singelo, engraçado, despretensioso e você se pega torcendo pelos personagens como se fossem velhos conhecidos ou vizinhos... No dia em que eu assistir a um longa argentino sem o Darín no elenco, certamente vou estranhar muito. O cara se supera a cada atuação e merece todo o prestígio que tem! Desfecho mais do que satisfatório...
Antologia espetacular sobre as pequenas (grandes) violências do dia a dia, até que ponto somos capazes de suportá-las antes de perdermos as estribeiras e as consequências de nossos atos quando isso vem a acontecer. Todos os relatos são muito bons! Talvez o menos inspirado seja mesmo o 'La propuesta', mas ainda assim é interessante. 'Bombita' é o que mais se aproxima da realidade cotidiana, gerando uma inevitável identificação. Afinal de contas, quantas vezes já não fomos abusados burocraticamente sem esboçar qualquer reação?! 'Pasternak' e 'Las ratas' são dois contos de vingança que não se rendem a clichês, têm curta duração e acabam deixando aquele típico 'gosto de quero mais'. Curtos sim, mas não menos impactantes ou poderosos. 'El más fuerte' é puro caos e o ponto alto do longa em termos de humor negro. E o que falar de 'Hasta que la muerte nos separe'?! A festa de casamento mais insana que eu já vi na tela. Para completar, ainda tem o onipresente Ricardo Darín nos brindando com seu brilhantismo habitual! De qualquer forma, todo o elenco tá de parabéns e, por mais que eu adore conexões entre as várias histórias e personagens de um filme, isso não se fez necessário em Relatos Selvagens. Bastou a fúria de cada uma das situações apresentadas para surpreender, chocar, fazer rir, lavar a alma e sacudir o espectador. Filme pra levar pra vida, favorito e cinco estrelas.
Antologia acima da média, principalmente por trazer histórias adaptadas por dois ícones do terror. Por serem apenas duas, houve um ótimo desenvolvimento de ambas com muita atmosfera e suspense, além de boas atuações, com destaque para o grande Harvey Keitel. Tudo isso sem deixar de lado o que se espera de uma produção do gênero: sangue, cadáveres, mutilações, assassinatos, mortos-vivos e entidades malignas! 'A Verdade no Caso do Sr. Valdemar' me agradou mais, por ser uma trama inteligente e arrepiante. 'O Gato Preto' investe no horror psicológico e consegue ser mais imprevisível do que o conto anterior em meio a algumas sequências bem macabras. A maquiagem e a trilha sonora são fantásticas, e é sempre bom ver o Tom Atkins interpretando um investigador (só pra variar um pouco, hahaha). Enfim, já queria ver há muito tempo e não me decepcionei.
Típica produção com boa premissa, duração que não chega a cansar e uma reviravolta lá pelas tantas, mas que se mostra inconsistente e repleta de furos no roteiro.
O que mais incomoda é Jimmy se apresentar como testemunha no tribunal e a perícia comprovar que foi ele quem ligou para o 911, o que não era verdade.
O desfecho também foi clichê e forçou a barra em alguns pontos, apesar de ter conseguido criar algum suspense. Dominic Cooper não convence muito como protagonista e Samuel L. Jackson já foi melhor e menos operário padrão de filmes do gênero. De qualquer forma, ambos são esforçados e o filme é curtinho, direto ao ponto, servindo como passatempo se visto sem maiores pretensões. Parece interessante, mas acaba sendo esquecível e mediano.
O passeio de Ferrari, o jantar na casa do irmão de Frank e a sequência em que Charlie impede o ex-militar de se matar são momentos tão marcantes quanto a dança com Gabrielle Anwar.
Sobre a atuação de Al Pacino, não há muito o que falar, apenas que você acredita piamente que o ator é deficiente de verdade e que o Oscar foi bastante merecido. O'Donnell se sai bem diante do consagrado ator e vai evoluindo juntamente ao filme. Outro que deixa sua marca é o hoje saudoso Philip S. Hoffman, tão jovem e tão promissor. Longo, mas nunca cansativo, uma bela celebração dos prazeres da vida, da amizade e das escolhas que fazemos. Ótima produção da incrível década de 90, repleta de diálogos inspirados e que certamente verei outras vezes. UHHHAAAA!!! [2]
O que falar de Regina Casé nesse filme?! Memorável e adorável atuação, capaz de fazer com que o espectador supere qualquer eventual preconceito e esqueça sua histriônica figura em programas televisivos ao longo dos tempos. A produção é um brilhante estudo sobre o Brasil atual, o abismo acerca das classes sociais, a relação envolta de aparências entre patrões e empregados, o choque ideológico entre pais e filhos. Os diálogos são, no geral, primorosos, marcantes e naturalíssimos. Tentando não entrar no mérito político, mas alguns desses diálogos destoam por serem panfletários SIM, indo mais pro lado da propaganda e menos pro contexto de um longa de ficção (especialmente os proferidos por Karine Teles, que interpreta a patroa de Val). Camila Márdila também se mostra firme e promissora no papel de Jéssica. Uma 'dramédia' reflexiva, paradoxalmente agradável e incômoda, mas capaz de fazer com que o público abra um sorrisão ao final da sessão...
Tem como não aplaudir a já antológica cena da 'rebeldia' de Val na piscina?! Tem como não se encantar com a protagonista tomando café na sequência que encerra o longa?!
Eu diria que nem pensar! Belo filme, e desde sempre na torcida por uma indicação ao Oscar de produção em língua estrangeira. Será merecida!
Muito legal! É um filme de monstro acima da média, claustrofóbico, meio doentio e que prende a atenção apesar dos clichês. O roteiro é bem amarrado, o elenco é competente e os personagens são bastante funcionais, tendo cada um o seu devido espaço e não estando ali só pra morrer. Há suspense de sobra em meio aos corredores escuros do castelo e cenas de puro gore, onde até o espectador acostumado a filmes desse subgênero acaba se surpreendendo... O desfecho soa piegas, mas nada que atrapalhe a diversão como um todo. A maquiagem da criatura é caprichada, fazendo dela algo grotesco, repulsivo, amedrontador e digno de pena, em iguais proporções. Já queria assistir há um bom tempo, mas não encontrava o longa em boa qualidade para download. Sem mais, deu saudade da década de 90 com este eficiente horror, que é quase tão bom quanto Re-Animator!
Demorei, mas finalmente assisti e achei muito bom. O tipo de filme que exige do espectador um tanto de paciência (afinal de contas, são quase três horas de duração), bem como atenção aos detalhes e uma segunda sessão, o que certamente resultará em uma experiência cinematográfica ainda mais profunda, gratificante e esclarecedora. Não me ligo muito em física, mas dá pra perceber que o roteiro foi bem embasado e também contundente a ponto de gerar reflexão sobre a atual situação do planeta em que vivemos. O elenco é um show à parte! Matthew McConaughey tá ótimo, pra variar, nessa brilhante fase de sua carreira. Mackenzie Foy é uma grande promessa futura, assim como Jessica Chastain nunca decepciona, mas o grande destaque dentre as Murphs é Ellen Burstyn, que emociona com tão pouco tempo em cena! O visual e os belos efeitos especiais ficam em segundo plano diante dessa jornada de amor e separação entre pai e filha, e é assim que todo blockbuster deveria ser. Nada como uma trama inteligente e contemplativa, além de um diretor espetacular e que até agora só entregou filmaços!
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraRoom é maravilhoso! Como pode alguém tão pequeno ter uma atuação tão maiúscula como a de Jacob Tremblay?! É de se indignar mesmo a Academia tê-lo esnobado, quando já indicou algumas crianças não muito expressivas ao longo de sua história. Melhor performance mirim desde que Haley Joel Osment roubou a cena em O Sexto Sentido. Quanto à Brie, o Oscar é seu, sua linda! A garota é talento puro e não só hype, como umas e outras por aí. Meu único arrependimento foi ter assistido ao trailer antes do filme, que mais parece um compacto de 2 minutos do mesmo e mostra bem mais do que deveria. É um drama emocionante e carregado de sentimentos (que o diga aquela sequência avassaladora que divide o longa em seus dois atos), mas também gera revolta, medo, perturbação e encantamento no espectador. Joan Allen e William H. Macy também estão excelentes.
Não tive o menor problema com o 'sumiço' do avô, ao contrário de muitos que consideraram essa uma falha da produção. Ficou bem claro que, para ele, Jack era o produto de anos da violência sofrida por Joy e, nessas situações, cada ser humano é capaz de reagir de uma forma distinta do outro.
Inesquecível! Daqueles pequenos grandes filmes que aparecem de tempos em tempos para mostrar que um bom roteiro e um elenco bem selecionado valem mais do que um orçamento milionário.
E eu adorei ver o DiCaprio na parede do quarto, rs.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraNão há muito a acrescentar sobre O Despertar da Força. É um fenômeno de 2 bilhões de dólares nas bilheterias e, mesmo não sendo exatamente fanático pela franquia, acho tudo muito merecido não só pelo impacto na cultura pop através das décadas, mas também por ser individualmente um longa muito cativante. Todas as referências à trilogia original e o retorno de personagens clássicos já fazem valer essas 4 estrelas! O roteiro pode até ser simples, mas também é direto ao ponto e me agradou bastante. Ainda bem que consegui assistir sem muitos spoilers e pude ser surpreendido...
Com a morte de Han Solo pelas mãos de seu filho Kylo Ren, chocante.
Os novos atores se saíram bem, mas não chegam a ser excelentes. Os efeitos, as batalhas espaciais, as lutas com sabres, tudo mais do que vibrante, fascinante e de encher os olhos. Pra quem faz de Star Wars quase uma religião, deve ter sido uma experiência única. Pra mim que 'apenas' acho bacana, foram alguns reais bem gastos em um entretenimento de primeiríssima linha.
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraDeixando as expectativas de lado e analisando os pontos positivos, eu diria que A Visita é um suspense legal. Achei o elenco eficiente, dos veteranos aos carismáticos atores que interpretaram os netos, todos estão muito bem em seus papéis. Ri bastante do Tyler, com destaque para o senso de humor do garoto e seu talento como rapper, hahaha. Mas a sensação de déjà vu foi inevitável, tanto por trazer o já batido recurso do found footage quanto pela reviravolta, não tão criativa assim.
O próprio Shyamalan já havia entregue um plot twist semelhante em A Vila (que eu achei superior), onde o espectador acreditava se tratar de algo sobrenatural para só no final descobrir que fora enganado quanto ao gênero do filme, por assim dizer. Isso sem contar que já vimos fugitivos de manicômio tocando o terror incontáveis vezes, não é mesmo?!
De qualquer forma, há tensão de sobra, ótimos sustos e uma história bem contada. É só não ir com muita sede ao pote e nem esperar uma grande novidade que a diversão tá garantida! Tá longe de ser o novo O Sexto Sentido, mas já é muito melhor do que Fim dos Tempos, por exemplo.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraUm clássico instantâneo da Pixar e a maior barbada do Oscar 2016 (o Brasil só é indicado quando há um franco favorito na categoria em que tá concorrendo, o que é uma pena). Confesso não ser muito fã de animações, mas Divertida Mente merece todos os elogios, prêmios e essa nota alta! Enquanto o visual é muito atraente para as crianças, o roteiro é inteligente o suficiente para fisgar os adultos, abordando o choque entre as emoções de Riley enquanto ela cresce e experimenta uma nova vida, a confusão psicológica recorrente à pré-adolescência e a forma que seus pais terão de lidar com tudo isso. Achei particularmente interessante mostrar que todos os sentimentos, sejam bons ou ruins, precisam conviver em harmonia dentro de nós para que não ocorra um desequilíbrio (e quem sabe uma futura depressão), além de ter adorado a personagem Tristeza, com a qual me identifiquei, hahaha. Tal jornada pelas memórias da garotinha me remeteu à Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e é impossível não reconhecer Divertida Mente com um dos melhores longas de animação em muito, muito tempo. Um filme sensacional!
Alice Não Mora Mais Aqui
3.8 167 Assista AgoraAlice é um road-'feel good'-movie dos mais agradáveis e, tal qual Depois de Horas, um filme de Scorsese sem muita 'cara' de filme do renomado cineasta! Gostei da história e principalmente da Ellen Burstyn, que jamais decepciona e consegue nos fazer torcer por sua personagem o tempo todo. Uma performance perfeita e completa, equilibrada entre o drama de Alice perante os homens de sua vida, a insatisfação no emprego, o sonho de se tornar uma cantora bem-sucedida e a relação com o filho, que rende alguns momentos bastante cômicos.
Ri muito na cena em que Tommy ordenha a vaca em direção à sua mãe, hahaha.
Aliás, que ótimo ator mirim esse, não?! Uma pena que Alfred Lutter III não tenha vingado depois de adulto já que ele tá excelente aqui. Quanto ao Oscar de melhor atriz que Ellen recebeu em 1975, ainda não vi Gena Rowlands em Uma Mulher Sob Influência, considerada uma das melhores atuações femininas da história do cinema. Prefiro pensar que o prêmio deveria ser de uma das duas, mas nunca uma injustiça já que a vencedora é e sempre foi uma baita atriz...
A Última Sessão de Cinema
4.1 123 Assista AgoraPeter Bogdanovich conseguiu transpor para a tela com muita autenticidade e um toque de melancolia, aquela atmosfera de cidade interiorana sem muitas opções de lazer, o rito de passagem para a vida adulta, a iniciação sexual, as grandes amizades e os conflitos amorosos que vão surgindo no caminho dos belos personagens que tinha em mãos. A fotografia em preto e branco encarregou-se de potencializar essa sensação de falta de perspectiva em cidade pequena, assim como o fato de um dos únicos pontos de encontro entre os jovens ser uma sala de cinema tornou o longa ainda mais prazeroso de se acompanhar. É um filme lento e ao mesmo tempo envolvente, o elenco que despontava na época e hoje é consagrado tá em ótima sintonia: me surpreendi com a incrível Ellen Burstyn interpretando a mãe da disputada Cybill Shepherd, rs. Enfim, é um clássico cativante e de fácil identificação por parte do espectador, com toda a certeza.
Coração Satânico
3.9 494É Mickey Rourke demonstrando todo o seu potencial como astro do final dos anos 80 e De Niro em uma participação assombrosa e marcante. O roteiro é intrigante e hábil em tornar o longa algo falsamente previsível...
Já que, só pelos nomes dos personagens principais, o espectador irá deduzir que Louis Cyphre é Lúcifer e Angel seria uma espécie de anjo manipulado pelo Mal em pessoa. Mas fora isso, não há nada de óbvio em Coração Satânico e sua história envolvendo rituais de magia negra, troca de corpos e memórias perdidas.
A direção de Alan Parker é competente e repleta de detalhes interessantes, o que praticamente desafia o público para uma segunda sessão. Algumas (poucas) passagens são cansativas, mas nada que comprometa o resultado como um todo e torne a produção menos impactante, autêntica e original mesmo pros dias de hoje. Um bom thriller!
Mikey
3.1 66Sinceramente...
Prefiro quando o psicopata mirim é punido (lê-se morto) no final, como naquele desfecho épico de O Anjo Malvado ou naquela ironia de A Tara Maldita. Mikey saindo ileso me deixou frustrado, mas não surpreso.
Mesmo assim, deu pra curtir o filme. A atuação do garoto Brian Bonsall é muito boa e a sua predileção por eletrocussões é capaz de deixar o público aflito. Não deixa de ser perturbador o histórico do ator já crescido, fazendo pensar no quanto um personagem doentio como Mikey pode ter influenciado em seu comportamento. Algumas cenas são meio forçadas, mas dá pra relevar já que, em meio ao politicamente correto de hoje em dia, a maioria das mortes tem um certo impacto por envolver crianças em cena. O suspense é bem construído e prende a atenção até o fim! E tem ainda a nostalgia desses thrillers obscuros do início da década de 90, não é mesmo?! Legalzinho.
Pacto Secreto
2.6 632 Assista AgoraPacto Secreto é um slasher bem esquecível, recomendado apenas aos aficionados pelo gênero. Sem contar que é remake de um filme bacana do início dos anos 80 e, como na grande maioria dos casos, sai perdendo feio na comparação. O elenco é fraquinho mesmo, mas o filme não chega a ser ruim: há suspense, cenas de morte bastante competentes, uma arma personalizada utilizada pelo assassino e a participação divertida da eterna Princesa Leia pagando as contas no fim do mês, hahaha. Curti a referência à bengala, que era a arma do serial killer no Sorority Row original. A revelação no final não chega a ser previsível, mas também não é empolgante tendo em vista que os personagens são apáticos e o espectador pouco se importa com eles. Enfim, é razoável!
Poderia ter funcionado melhor nos anos 90. [2]
Eu Vi Que Foi Você
3.4 39Este suspense muito bom teve alguma influência nos clássicos dirigidos por Wes Craven, não é mesmo?! Notei algumas referências...
Os nomes Nancy e Elm Street são citados por Tess e sua irmã mais velha em um dos trotes, sem contar que a garotinha tava sempre tendo pesadelos... Fora isso, as ligações telefônicas e o visual de Kit me remeteram à personagem de Drew Barrymore em Pânico. Pode ser coisa da minha cabeça, mas isso me chamou atenção...
Gostei de praticamente tudo no filme: das personagens carismáticas, da participação marcante de Joan Crawford, do roteiro redondo, direto ao ponto e sem enrolação. O remake televisivo produzido no fim da década de 80 é até divertido, mas é lógico que este original é muito superior. Há humor, tensão de sobra, um psicopata crível e um desfecho mais do que satisfatório! Enfim, um pequeno clássico que merece ser visto, envelheceu muito bem e que me surpreendeu positivamente.
Gente Como a Gente
3.8 143 Assista AgoraSeria este o Oscar de ator coadjuvante mais protagonista da história do cinema?! Timothy Hutton tomou o filme para si e entregou uma brilhante e arrebatadora performance na pele do jovem traumatizado pela perda do irmão mais velho. O sentimento de culpa, a incapacidade em lidar com a morte e a desintegração familiar diante da tragédia foram bem trabalhados pelo roteiro, assim como a direção de Redford não tropeçou em um tom excessivamente lacrimoso. As sequências envolvendo abraços foram as melhores e falaram mais do que muitos diálogos proferidos pelos personagens. Talvez hoje pareça datado e lugar-comum para um vencedor do prêmio de melhor filme do ano, mas ainda assim é um bom drama com belas atuações. E não tem como não lembrar de Beleza Americana, ainda que a abordagem da insatisfação e da fragilidade que pairam na família retratada não traga aquela fina ironia presente no também clássico longa de 1999.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraXavier Dolan acerta mais uma vez na condução deste, que talvez seja seu melhor trabalho até agora. Confesso que as dimensões reduzidas da tela me deixaram aborrecido por um bom tempo, mas não era justamente esse o objetivo do cineasta franco-canadense?! Colocar o espectador diante da realidade de Steve, um adolescente hiperativo que mal cabe em si, e que cabe ainda menos naquele plano quadrado e sufocante que domina o filme quase em sua totalidade. Digamos que, quando a tela se expande juntamente com os horizontes do jovem e suas 'mães', há uma sensação indescritível de plenitude que compensa todo o desconforto sentido até ali. Personagens intensos e complexos, ótimas atrizes, diálogos incríveis e uma trilha sonora repleta de simbolismos pra jamais esquecer. Isso é Mommy, um grito de libertação, rebeldia e amor extremo!
Raça das Trevas
3.1 83Já queria assistir há muito tempo e fiquei um tanto desapontado... Não tem como dar uma nota muito baixa porque, no geral, a maquiagem é bem feita, Craig Sheffer é esforçado e tem o icônico diretor David Cronenberg atuando, o que acaba sendo disparado a melhor coisa do filme. Isso sem contar que existe uma versão sem cortes, mas não a encontrei disponível para download. A história é um samba do crioulo doido e rende pouquíssimos momentos de tensão e terror, funcionando mais no terreno da fantasia. Quem esperava uma produção do nível de Hellraiser, se deparou com algumas criaturas que estão mais para Star Trek, rs. A atriz que interpreta a mocinha é inexpressiva, mas os efeitos visuais e a ambientação são até competentes. Se um dia eu assistir à versão do diretor posso até alterar minha cotação, mas por enquanto Raça das Trevas é meia boca mesmo.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraUm 3D que valeu a pena ser visto no cinema! Perdido em Marte tem uma fotografia espetacular e rende uma divertida sessão, desde que você não vá com muita sede ao pote e nem fique esperando algo tão agoniante quanto Gravidade ou uma trama mais cabeça como Interestelar. Aliás, espero que essa tendência do filme-evento espacial do ano dê uma trégua antes que ocorra um desgaste nesse filão e a coisa se torne repetitiva... Enquanto isso, dá pra curtir sem medo a excelente atuação de Matt Damon (digna de uma indicação ao Oscar, na minha opinião), a trilha sonora nostálgica e perfeitamente adequada em cada cena, além do humor que chega a surpreender diante da situação em que o protagonista se encontra e sendo este o grande diferencial desta produção em relação aos outros filmes citados. Por outro lado, foi interessante associar Matt e a sempre competente Jessica Chastain com seus personagens no ótimo e emocional sci-fi de Christopher Nolan...
Nove Rainhas
4.2 463 Assista AgoraPrimeiro grande sucesso estrelado por Ricardo Darín e também um dos primeiros filmes desse novo cinema argentino, que é referência hoje em dia na América do Sul. Confesso que não me cativou tanto quanto outras produções estreladas pelo ator, mas é claro que é um bom filme! O roteiro é bastante esperto e literalmente brinca com o espectador, que fica tentado a aplicar alguns dos golpes sensacionais mostrados pelos personagens Marcos e Juan ao término do filme, rs. O desfecho a la Golpe de Mestre é a cereja do bolo, os atores estão muito carismáticos em seus papéis e o ritmo varia entre o dinâmico e o verborrágico, mas não chega a ser cansativo. Enfim, vale a pena conhecer mais este longa dos hermanos com o selo Darín de qualidade. Não pretendo conferir o remake americano...
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraNão esperava muito, mas me surpreendeu. Ótimo filme! [2]
É óbvio que sempre podemos confiar no cinema argentino, mas aquela introdução tão surreal quanto baseada em um caso real não parecia assim tão convidativa. Passado o evento tragicômico envolvendo a vaca, o longa se revela um adorável estudo sobre as relações humanas, da solidão à solidariedade, da capacidade de transformação ao sairmos do nosso mundo para adentrarmos o do outro e, principalmente, da comunicação ultrapassando a barreira do idioma. Além disso, Um Conto Chinês é singelo, engraçado, despretensioso e você se pega torcendo pelos personagens como se fossem velhos conhecidos ou vizinhos... No dia em que eu assistir a um longa argentino sem o Darín no elenco, certamente vou estranhar muito. O cara se supera a cada atuação e merece todo o prestígio que tem! Desfecho mais do que satisfatório...
E ri muito do Jun mandando o Roberto limpar o sangue do rosto após a surra que levou, rs.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraAntologia espetacular sobre as pequenas (grandes) violências do dia a dia, até que ponto somos capazes de suportá-las antes de perdermos as estribeiras e as consequências de nossos atos quando isso vem a acontecer. Todos os relatos são muito bons! Talvez o menos inspirado seja mesmo o 'La propuesta', mas ainda assim é interessante. 'Bombita' é o que mais se aproxima da realidade cotidiana, gerando uma inevitável identificação. Afinal de contas, quantas vezes já não fomos abusados burocraticamente sem esboçar qualquer reação?! 'Pasternak' e 'Las ratas' são dois contos de vingança que não se rendem a clichês, têm curta duração e acabam deixando aquele típico 'gosto de quero mais'. Curtos sim, mas não menos impactantes ou poderosos. 'El más fuerte' é puro caos e o ponto alto do longa em termos de humor negro. E o que falar de 'Hasta que la muerte nos separe'?! A festa de casamento mais insana que eu já vi na tela. Para completar, ainda tem o onipresente Ricardo Darín nos brindando com seu brilhantismo habitual! De qualquer forma, todo o elenco tá de parabéns e, por mais que eu adore conexões entre as várias histórias e personagens de um filme, isso não se fez necessário em Relatos Selvagens. Bastou a fúria de cada uma das situações apresentadas para surpreender, chocar, fazer rir, lavar a alma e sacudir o espectador. Filme pra levar pra vida, favorito e cinco estrelas.
Dois Olhos Satânicos
3.5 49Antologia acima da média, principalmente por trazer histórias adaptadas por dois ícones do terror. Por serem apenas duas, houve um ótimo desenvolvimento de ambas com muita atmosfera e suspense, além de boas atuações, com destaque para o grande Harvey Keitel. Tudo isso sem deixar de lado o que se espera de uma produção do gênero: sangue, cadáveres, mutilações, assassinatos, mortos-vivos e entidades malignas! 'A Verdade no Caso do Sr. Valdemar' me agradou mais, por ser uma trama inteligente e arrepiante. 'O Gato Preto' investe no horror psicológico e consegue ser mais imprevisível do que o conto anterior em meio a algumas sequências bem macabras. A maquiagem e a trilha sonora são fantásticas, e é sempre bom ver o Tom Atkins interpretando um investigador (só pra variar um pouco, hahaha). Enfim, já queria ver há muito tempo e não me decepcionei.
Um Álibi Perfeito
3.1 185 Assista AgoraTípica produção com boa premissa, duração que não chega a cansar e uma reviravolta lá pelas tantas, mas que se mostra inconsistente e repleta de furos no roteiro.
O que mais incomoda é Jimmy se apresentar como testemunha no tribunal e a perícia comprovar que foi ele quem ligou para o 911, o que não era verdade.
O desfecho também foi clichê e forçou a barra em alguns pontos, apesar de ter conseguido criar algum suspense. Dominic Cooper não convence muito como protagonista e Samuel L. Jackson já foi melhor e menos operário padrão de filmes do gênero. De qualquer forma, ambos são esforçados e o filme é curtinho, direto ao ponto, servindo como passatempo se visto sem maiores pretensões. Parece interessante, mas acaba sendo esquecível e mediano.
Perfume de Mulher
4.3 1,3K Assista AgoraVai muito além da cena do tango, que é famosíssima até pra quem assim como eu, nunca havia assistido ao longa.
O passeio de Ferrari, o jantar na casa do irmão de Frank e a sequência em que Charlie impede o ex-militar de se matar são momentos tão marcantes quanto a dança com Gabrielle Anwar.
Sobre a atuação de Al Pacino, não há muito o que falar, apenas que você acredita piamente que o ator é deficiente de verdade e que o Oscar foi bastante merecido. O'Donnell se sai bem diante do consagrado ator e vai evoluindo juntamente ao filme. Outro que deixa sua marca é o hoje saudoso Philip S. Hoffman, tão jovem e tão promissor. Longo, mas nunca cansativo, uma bela celebração dos prazeres da vida, da amizade e das escolhas que fazemos. Ótima produção da incrível década de 90, repleta de diálogos inspirados e que certamente verei outras vezes.
UHHHAAAA!!! [2]
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraO que falar de Regina Casé nesse filme?! Memorável e adorável atuação, capaz de fazer com que o espectador supere qualquer eventual preconceito e esqueça sua histriônica figura em programas televisivos ao longo dos tempos. A produção é um brilhante estudo sobre o Brasil atual, o abismo acerca das classes sociais, a relação envolta de aparências entre patrões e empregados, o choque ideológico entre pais e filhos. Os diálogos são, no geral, primorosos, marcantes e naturalíssimos. Tentando não entrar no mérito político, mas alguns desses diálogos destoam por serem panfletários SIM, indo mais pro lado da propaganda e menos pro contexto de um longa de ficção (especialmente os proferidos por Karine Teles, que interpreta a patroa de Val). Camila Márdila também se mostra firme e promissora no papel de Jéssica. Uma 'dramédia' reflexiva, paradoxalmente agradável e incômoda, mas capaz de fazer com que o público abra um sorrisão ao final da sessão...
Tem como não aplaudir a já antológica cena da 'rebeldia' de Val na piscina?! Tem como não se encantar com a protagonista tomando café na sequência que encerra o longa?!
Eu diria que nem pensar! Belo filme, e desde sempre na torcida por uma indicação ao Oscar de produção em língua estrangeira. Será merecida!
Herança Maldita
3.3 95 Assista AgoraMuito legal! É um filme de monstro acima da média, claustrofóbico, meio doentio e que prende a atenção apesar dos clichês. O roteiro é bem amarrado, o elenco é competente e os personagens são bastante funcionais, tendo cada um o seu devido espaço e não estando ali só pra morrer. Há suspense de sobra em meio aos corredores escuros do castelo e cenas de puro gore, onde até o espectador acostumado a filmes desse subgênero acaba se surpreendendo... O desfecho soa piegas, mas nada que atrapalhe a diversão como um todo. A maquiagem da criatura é caprichada, fazendo dela algo grotesco, repulsivo, amedrontador e digno de pena, em iguais proporções. Já queria assistir há um bom tempo, mas não encontrava o longa em boa qualidade para download. Sem mais, deu saudade da década de 90 com este eficiente horror, que é quase tão bom quanto Re-Animator!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraDemorei, mas finalmente assisti e achei muito bom. O tipo de filme que exige do espectador um tanto de paciência (afinal de contas, são quase três horas de duração), bem como atenção aos detalhes e uma segunda sessão, o que certamente resultará em uma experiência cinematográfica ainda mais profunda, gratificante e esclarecedora. Não me ligo muito em física, mas dá pra perceber que o roteiro foi bem embasado e também contundente a ponto de gerar reflexão sobre a atual situação do planeta em que vivemos. O elenco é um show à parte! Matthew McConaughey tá ótimo, pra variar, nessa brilhante fase de sua carreira. Mackenzie Foy é uma grande promessa futura, assim como Jessica Chastain nunca decepciona, mas o grande destaque dentre as Murphs é Ellen Burstyn, que emociona com tão pouco tempo em cena! O visual e os belos efeitos especiais ficam em segundo plano diante dessa jornada de amor e separação entre pai e filha, e é assim que todo blockbuster deveria ser. Nada como uma trama inteligente e contemplativa, além de um diretor espetacular e que até agora só entregou filmaços!
Peter Pan
3.2 559 Assista AgoraEssa capa me lembra Tomboy. :P