Pra mim soou como um filho contemporâneo, mais sofisticado e mais violento de Táxi Driver. A trilha sonora é o grande destaque do filme causando uma imersão avassaladora! Eu amei!
Talvez a intenção até tenha sido boa, mas ficou confusa a sua execução. Quando o filme sugere que os vietnamitas também podem ver os afro-americanos como vilões, independente da cor de pele e sim por uma simples questão de nacionalidade/localidade, e, que a guerra é um mal que afeta todos os lados, nos dá esperança de progredir, mas não consegue sustentar essa ideia.
Pesado, mas necessário. Eu acredito que seja uma crítica tanta à cultura do estupro quanto ao feminicídio. É um filme que te faz pensar, não dá pra ficar indiferente. Carey Mulligan está impecável no papel. Só não leva cinco estrelas porque achei que forçaram a barra no final, se tratando da forma que o filme foi se desenvolvendo, mas eu até gostei porque traz esperança que ainda possa haver justiça.
A herança que o Ingmar Bergman deixou ao cinema é maravilhosa! Se eu que sou homem fui extremamente tocado pelo filme, imagino quem é mulher! Há tantas pautas que podem ser debatidas por aqui, sendo a principal a violência obstétrica, algo que creio eu, muitas pessoas nem tem conhecimento do que se trata. É um ótimo filme pra pelo menos introduzir essa temática para essas pessoas. Tecnicamente, esse é um dos filmes que melhor vi explorando as motivações e importância de existirem seus personagens, grande parte dos secundários carrega uma narrativa própria (ainda que pequena), e,
apesar da parteira virar figurante a partir do segundo ato e não termos a noção de como ela está lidando com isso, de não vermos a versão dela perante o sofrimento
é possível sentir a sua presença durante toda a narrativa do filme, assim como ironicamente acontece com a
avó de Martha, que se quer está no filme mas é muito bem justificada no monólogo que a mãe de Martha fala sobre seu próprio nascimento.
O sentimento de paz que deixa ao final do filme é indescritível. Sensibilidade é o que não falta por aqui, e se a Vanessa Kirby vencer a estatueta de melhor atriz será muito merecido - acho Frances e Viola atrizes incríveis, mas elas já tem o delas, então...
A intenção e a mensagem do filme são ótimas, mas a execução desse interesse é o que o faz pecar na maior parte do tempo. Sinto que quiseram entregar um equilíbrio entre o entretenimento fácil e também trazer algo com uma mensagem mais madura e importante, mas acaba soando aquém ao optar pelas soluções fáceis e irreais demais quando já está tudo praticamente desmoronado. O filme ser longo é mero detalhe, ele é longo E arrastado. A Gal Gadot interpreta muito bem nos momentos de firmeza, mas nos momentos de vulnerabilidade falta um pouco mais. Kristen Wiig poderia ter sido mais explorada, praticamente as melhores cenas são justamente as que ela aparece como Mulher Leopardo.
Você pode até assistir, mas sem grandes expectativas.
Esse filme tem tanta coisa problemática no sentido moral, mas ao mesmo tempo ele acaba transmitindo uma genialidade justamente pelo mesmo motivo, o que é no mínimo, curioso. Pode-se entender que tais imoralidades são apenas o reflexo da vida, ou, representando-as num termo mais popularmente conhecido "A arte imita a vida!".
Durante a película, tais problemáticas são desenvolvidas com tanta fluidez que mesmo percebendo o quão erradas elas são, o espectador se permite flertar com a neurose de Allen rompendo momentaneamente com suas próprias regras morais. Ponto para o diretor roteirista que dá para sua película um clima mais constatador que contestador - talvez o fato de Woody/Harry expor as fraquezas de suas ideias mais perversas sendo criticadas diretamente pelos demais personagens de sua própria criação, descansa o espectador da possibilidade em executar tais julgamentos. Seu maior ponto fraco, ainda que proposital, não são tão facilmente esquecidos, uma vez que
as personagens femininas são estereotipadas - àquelas com as quais se relacionada amorosamente são retratadas de um modo histérico, beirando o desiquilíbrio, enquanto suas fantasias sexuais só são realizadas com uma oriental e uma negra, respectivamente.
Desconstruindo Harry deve ser provavelmente a obra mais autobiográfica de Woody Allen, e aqui não há pudores para representar a vida e os pensamentos impuros com suas nuances que ele já abordara em tantos outros filmes. O cinismo do ator/diretor acaba se tornando o verdadeiro charme da obra, e, surpreende curiosamente por ele retratar tanto a si mesmo que acaba sendo um personagem dele próprio (que mente fragmentada é essa? rs).
Ao final, tem-se a consciência do amor do autor pela sétima arte e também de toda a bagagem auto-conceitual que ele tem sobre si mesmo, seja quanto pessoa e artista, ou seja também sobre a sua obra olhada pelo seu próprio olhar e pelos olhares externos. Allen persuade com uma fórmula objetiva e de fácil absorção, falando sobre a mais desejada subjetividade coletiva, a bem quista FELICIDADE, que o alcance para a mesma só é possível com o próprio autoconhecimento.
Minha cena favorita, além do final sagaz, é o diálogo na cadeia, mais especificamente nessas partes "- Fica em paz com os teus demônios e o bloqueio passará. - Parece tão banal, mas o que eu quero é apenas ser feliz. - Estar vivo é ser feliz. Olhe para mim."
Pra mim a Angela Bassett roubou o filme todinho pra ela. Personagem incrível e com uma abordagem ainda muito necessária para os dias atuais. Uma das melhores coadjuvantes femininas do cinema, arrisco dizer. Química muito boa de companheirismo com o Ralph Fiennes. Gostei também que a Kathryn imprimiu identidade mesmo num roteiro do James Cameron, que percebe-se que é bem característico dele, mas ela faz um trabalho competente nas cenas de ação e pov, permitindo ao espectador que sinta, ao menos momentaneamente, a agonia representada pelas personagens. Por sinal, algumas personagens são jogadas ao acaso sendo pouco aproveitadas, assim como também não é aprofundado como é feito o processo de gravação das memórias - apenas nos já é constatado que isso ocorre e pronto. Não fossem essas, entre outras informações rasas do roteiro, o filme seria ainda mais redondo. Felizmente, não é algo que chegue a atrapalhar tanto essa experiência audiovisual.
David Fincher registra mais um grande filme pra sua filmografia. Mank não é um filme que exala entretenimento, mas tem uma competência técnica inquestionável em sua execução. A fotografia preto e branco buscando honrar não só o clássico Cidadão Kane, mas essa época tão reverenciada dos tempos de ouro da velha Hollywood. O filme em si acaba sendo uma homenagem à Hollywood, sem contestá-la agressivamente ou romantizá-la desproporcionalmente. Há um equilíbrio no contorno da história que se desenvolve de maneira sutil, pois aqui o protagonista não é só Mank, e sim a própria Hollywood sobre seu maior clássico dos tempos sagrados. Nota-se a importância que exerce um roteirista, que geralmente é a raiz de todo filme, uma vez que as ideias transcritas ao papel são primariamente originadas a partir dessa cabeça. No quesito atuação o destaque vai todo para Gary Oldman, mas Amanda Seyfried sabe usar bem os poucos minutos que tem em cena. Sinto que essa falta de desenvolvimento do restante dos personagens em geral, se assim é correto dizer, é proposital, justamente para que a história dos bastidores de Cidadão Kane continue falando sobre ela mesma e não sobre um mero personagem com funções secundárias. Embora seja complexo e não tenha um momento de grandes rompantes ou conflitos, não achei uma obra difícil de ser assistida, talvez devido à segurança que seu diretor já entrega habitualmente. Entretanto, é correto salientar que é uma obra que merece ser reassistida, tanto para entender e aprofundar-se sobre detalhes que passam despercebidos - em alguns momentos você pode-se perder com tantos deles - quanto para o próprio deleite de se estudar mais sobre a sétima arte e um de seus principais clássicos.
Ps: Fiquei surpreso com a entrevista do Orson Welles no Brasil. E a cena dele e do Mank discutindo só elucidou o quão ignorante ele me transmitira ser.
Título irônico. A percepção do Lai de que ele precisava da presença do Ho Po Wing mesmo este não o valorizando reflete apenas a ilusão que se necessita de algo físico para estarmos felizes.
Embora eu assuma que o primeiro filme tenha me arrancado mais risadas, achei a continuação muito mais objetiva sem perder a essência irônica e cômica do Borat. Os temas tabus e/ou políticos são trazidos de uma forma irreverente mas eficazes, ao ponto de causar seja o estranhamento esperado ou mesmo a reflexão a partir desse escárnio. A participação de Tutar é essencial para o desenvolvimento da trama, ela traz um "contraponto" complementar que ao mesmo tempo que representa a ignorância de alguém também pode representar a mudança que se deseja nas pessoas. Seu comportamento é ingênuo mas um tanto real e reflete muito bem como pode ser distorcida a visão de alguém que não tem o acesso adequado à algum tipo de informação. O longa busca mais expor a problemática dos tempos atuais que propor a sua resolução, mas não acho isso ruim, pois ele pelo menos nos encaminha para algo. Os debates levantados seja em volta do papel da mulher na sociedade ou da influência não muito positiva que o governo norte-americano exerce no mundo são direcionados com perspicácia, facilitando o entendimento para o espectador. O humor escrachado de Borat não é gratuito e fica bem claro que seu foco é mostrar o quão ridículos são determinados pensamentos e comportamentos que nos rodeiam. Se lhe provocou uma reação positiva por sua suposta abordagem sagaz ou causou repúdio por quaisquer temáticas executadas aqui, é apenas a arte mais uma vez fazendo o seu dever de casa direito.
A princípio, Já Estou com Saudades parece ser um filme sobre a luta contra o câncer, mas eu interpreto que a doença aqui foi usada mais como um pano de fundo de uma história sobre amizade. E ele faz isso muito bem já que equilibra muito bem esses dois assuntos cotidianos que podem se esbarrar na vida de qualquer um. Dito isto, é muito interessante que a película não apela para o melodrama costumeiro de filmes desse estilo, mas ainda sabe se comunicar com sensibilidade. As personagens com seus desafios - a tão sonhada gravidez e o desejo para cura do câncer - não são colocadas como meras coitadas dignas de pena, o que é um ótimo trunfo. A sintonia perfeita entre a Milly e a Jess convencem que mesmo tão distintas, suas personalidades ainda se complementam, e, nessa relação tudo o que se busca prevalescer é o amor e o carinho que uma tem pela outra. O filme é delicado e transmite leveza, mesmo que em alguns momentos você sinta um cisco no olho ou um seco na garganta. É uma recomendação para quem quer ver algo despretensioso e sensível, com certeza.
Tecnicamente o filme é impecável, mas o ritmo não é tão fluído o que dificuta a experiência de quem o assiste em pleno século XXI. Soma isso à um protagonista não muito cativante do Kevin Costner e um vilão na zona de conforto do De Niro, a postura dos personagens não é muito empolgante e a evolução de suas ações é um tanto supérflua e prevísivel. Como amante da sétima arte, tento avaliar seus atributos não pela época de lançamento do filme, mas sim pela época em que ele é retratado e busca valorizar um enredo mais tradicional e menos ariscado como a época de ouro de Hollywood.
O filme parece um delírio dentro da mente do próprio poeta, em que predomina a agonia de sua própria existência, e isso faz sentido pra mim uma vez que nossa mente não sabe distinguir o que é real e o que é irreal. É muita simbologia e conceito, e embora não se entenda muita coisa as alegorias não soam aleatórias, o que ajuda a tornar a experiência com a obra no mínimo agradável de se ver - principalmente por sua fotografia impecável. Fiquei cogitando se A Cor do Romã não tenha inspirado posteriormente algo do Terrence Malick, que possui esse teor existencialista em seus filmes também. Além do videoclipe mais recente da Lady Gaga, 911, também consegui identificar algumas referências no mais antigo Bedtime Stories da Madonna. Esse por sua vez, é claramente influenciado por pinturas surrealistas, assim como me remete à essa película. Amo como a arte independente da sua forma, cinema, música ou pintura (entre outros), se apropria dela mesma como maior fonte de inspiração e ainda assim entrega algo de grande valor e experiência!
Entendi o filme como uma verdadeira e estranha metáfora das mudanças que vamos sofrendo ao decorrer da vida, seja pelas nossos sentimentos e pensamentos mais internos ou pelas experiências que vivenciamos e nos rodeiam externamente. É, sobretudo, uma transmutação, do ambiente que capta a nossa essência e se transforma e nós também ao captarmos algo desse ambiente também não somos mais os mesmos. Algumas coisas não se explicam, apenas acontecem. Julgando por essa perspectiva, achei uma experiência audiovisual bem interessante... não estava com muitas expectativas mas fui surpreendido.
"Entrelaçar fios é uma união. Conectar com as pessoas é uma união e o passar do tempo é uma união. Tudo isso faz parte do poder do Deus. Os fios que traçamos são um laço com ele, uma parte do Deus.Representam a própria passagem do tempo.Acomodam-se e tomam forma, entrelaçam-se e retorcem-se, às vezes desenredam-se, rompem-se e voltam a se unir. Isso é uma união, isso é o tempo.Quando alguém se torna parte de alguém é uma união. Une-se à sua alma."
"Valorize a experiência, um dia os sonhos desaparecerão."
Que filme maravilhoso! Me causou ótimas risadas além de algumas reflexões, tem um roteiro muito bem elaborado, muito diferente do que estamos acostumados a assistir do cinema nacional. Vale a recomendação!
Fofura extrema, faz a gente rir e sorrir, cativante para todos os públicos! Babe é uma jornada pura de aventuras, adaptabilidade, autoconhecimento e dedicação! <3
Quando o filme te conduz até o final sem nenhuma pergunta de porque algo não foi diferente é porque ele é perfeito! Clint Eastwood e seu talento inquestionável!
O principal mérito de Além da Linha Vermelha é não protagonizar a guerra quanto entretenimento mas sim revelar-se como uma possível justificativa à cerca da individualidade da vida dos guerreiros que vivenciam tal cenário caótico, de uma forma que também alcance tais integrantes também no coletivo, seja dentro da película ou fora da tela quando conversa com o público. É bem interessante que por atrás de tamanha ambição e sede por hegemonia, honrar sua história nacional e provação de sua capacidade quanto homem digno e corajoso de respeito, os soldados percebem que na insignificância de suas pequenas vidas há um enorme mundo capaz de movê-los, de fazer querer viver, de temer a morte... e que por essa razão por mais pequena que possam ser suas vidas, elas ainda valem algo. É também perceptível que tal preocupação é mostrada
quando se vê Stauros e Witt poupando a vida de seus companheiros quando poderiam muito bem apenas preocupar-se com si mesmos. Mas salvar a vida de seus semelhantes, para eles, é mais que uma questão de empatia. É salvar uma história que deve continuar a ser escrita, é manter a faísca de vida da alma deles acesa mesmo que sua matéria, a sua natureza não esteja ali presente mais.
É um filme com teor existencialista do Malick assim como seria posteriormente o mais ambicioso A Árvore da Vida - e com sua execução sensível e hábil o diretor consegue expressar com sucesso o quão trágico pode ser a vida. É num caminho cruel que se é traçado vidas que possuem sua essência corrompida pelos devaneios que automaticamente são destinados ao ser vulnerável que é o ser humano. A guerra aqui não é tão bem norteada citando muitos fatos históricos, devido a isso, não é absurdo considerar que a mesma possa ser usada apenas quanto metáfora da própria existência do homem. Contemplativa e questionadora, independente do lugar que se esteja é possível encontrar paz ou guerra, sossego ou desespero, mas não é possível fugir de si mesmo, ou do próprio poder de criação e destruição ao qual o homem foi condecorado - ou condenado.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraPra mim soou como um filho contemporâneo, mais sofisticado e mais violento de Táxi Driver. A trilha sonora é o grande destaque do filme causando uma imersão avassaladora! Eu amei!
Destacamento Blood
3.8 448 Assista AgoraTalvez a intenção até tenha sido boa, mas ficou confusa a sua execução. Quando o filme sugere que os vietnamitas também podem ver os afro-americanos como vilões, independente da cor de pele e sim por uma simples questão de nacionalidade/localidade, e, que a guerra é um mal que afeta todos os lados, nos dá esperança de progredir, mas não consegue sustentar essa ideia.
O trem melhora mesmo depois que o primeiro campo minado explode.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraPesado, mas necessário.
Eu acredito que seja uma crítica tanta à cultura do estupro quanto ao feminicídio. É um filme que te faz pensar, não dá pra ficar indiferente.
Carey Mulligan está impecável no papel.
Só não leva cinco estrelas porque achei que forçaram a barra no final, se tratando da forma que o filme foi se desenvolvendo, mas eu até gostei porque traz esperança que ainda possa haver justiça.
Billy Elliot
4.2 967 Assista AgoraDaqueles filmes que você não sabe porque demorou tanto pra assistir. É de vinte anos atrás mas ainda permanece super atual, transgressor e libertador.
Favoritado com força!
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraA herança que o Ingmar Bergman deixou ao cinema é maravilhosa!
Se eu que sou homem fui extremamente tocado pelo filme, imagino quem é mulher! Há tantas pautas que podem ser debatidas por aqui, sendo a principal a violência obstétrica, algo que creio eu, muitas pessoas nem tem conhecimento do que se trata. É um ótimo filme pra pelo menos introduzir essa temática para essas pessoas.
Tecnicamente, esse é um dos filmes que melhor vi explorando as motivações e importância de existirem seus personagens, grande parte dos secundários carrega uma narrativa própria (ainda que pequena), e,
apesar da parteira virar figurante a partir do segundo ato e não termos a noção de como ela está lidando com isso, de não vermos a versão dela perante o sofrimento
avó de Martha, que se quer está no filme mas é muito bem justificada no monólogo que a mãe de Martha fala sobre seu próprio nascimento.
O sentimento de paz que deixa ao final do filme é indescritível. Sensibilidade é o que não falta por aqui, e se a Vanessa Kirby vencer a estatueta de melhor atriz será muito merecido - acho Frances e Viola atrizes incríveis, mas elas já tem o delas, então...
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraA intenção e a mensagem do filme são ótimas, mas a execução desse interesse é o que o faz pecar na maior parte do tempo. Sinto que quiseram entregar um equilíbrio entre o entretenimento fácil e também trazer algo com uma mensagem mais madura e importante, mas acaba soando aquém ao optar pelas soluções fáceis e irreais demais quando já está tudo praticamente desmoronado.
O filme ser longo é mero detalhe, ele é longo E arrastado. A Gal Gadot interpreta muito bem nos momentos de firmeza, mas nos momentos de vulnerabilidade falta um pouco mais. Kristen Wiig poderia ter sido mais explorada, praticamente as melhores cenas são justamente as que ela aparece como Mulher Leopardo.
Você pode até assistir, mas sem grandes expectativas.
Desconstruindo Harry
4.0 335 Assista AgoraEsse filme tem tanta coisa problemática no sentido moral, mas ao mesmo tempo ele acaba transmitindo uma genialidade justamente pelo mesmo motivo, o que é no mínimo, curioso. Pode-se entender que tais imoralidades são apenas o reflexo da vida, ou, representando-as num termo mais popularmente conhecido "A arte imita a vida!".
Durante a película, tais problemáticas são desenvolvidas com tanta fluidez que mesmo percebendo o quão erradas elas são, o espectador se permite flertar com a neurose de Allen rompendo momentaneamente com suas próprias regras morais. Ponto para o diretor roteirista que dá para sua película um clima mais constatador que contestador - talvez o fato de Woody/Harry expor as fraquezas de suas ideias mais perversas sendo criticadas diretamente pelos demais personagens de sua própria criação, descansa o espectador da possibilidade em executar tais julgamentos. Seu maior ponto fraco, ainda que proposital, não são tão facilmente esquecidos, uma vez que
as personagens femininas são estereotipadas - àquelas com as quais se relacionada amorosamente são retratadas de um modo histérico, beirando o desiquilíbrio, enquanto suas fantasias sexuais só são realizadas com uma oriental e uma negra, respectivamente.
Desconstruindo Harry deve ser provavelmente a obra mais autobiográfica de Woody Allen, e aqui não há pudores para representar a vida e os pensamentos impuros com suas nuances que ele já abordara em tantos outros filmes. O cinismo do ator/diretor acaba se tornando o verdadeiro charme da obra, e, surpreende curiosamente por ele retratar tanto a si mesmo que acaba sendo um personagem dele próprio (que mente fragmentada é essa? rs).
Ao final, tem-se a consciência do amor do autor pela sétima arte e também de toda a bagagem auto-conceitual que ele tem sobre si mesmo, seja quanto pessoa e artista, ou seja também sobre a sua obra olhada pelo seu próprio olhar e pelos olhares externos. Allen persuade com uma fórmula objetiva e de fácil absorção, falando sobre a mais desejada subjetividade coletiva, a bem quista FELICIDADE, que o alcance para a mesma só é possível com o próprio autoconhecimento.
Minha cena favorita, além do final sagaz, é o diálogo na cadeia, mais especificamente nessas partes
"- Fica em paz com os teus demônios e o bloqueio passará.
- Parece tão banal, mas o que eu quero é apenas ser feliz.
- Estar vivo é ser feliz. Olhe para mim."
Estranhos Prazeres
3.6 134 Assista AgoraPra mim a Angela Bassett roubou o filme todinho pra ela. Personagem incrível e com uma abordagem ainda muito necessária para os dias atuais. Uma das melhores coadjuvantes femininas do cinema, arrisco dizer. Química muito boa de companheirismo com o Ralph Fiennes.
Gostei também que a Kathryn imprimiu identidade mesmo num roteiro do James Cameron, que percebe-se que é bem característico dele, mas ela faz um trabalho competente nas cenas de ação e pov, permitindo ao espectador que sinta, ao menos momentaneamente, a agonia representada pelas personagens. Por sinal, algumas personagens são jogadas ao acaso sendo pouco aproveitadas, assim como também não é aprofundado como é feito o processo de gravação das memórias - apenas nos já é constatado que isso ocorre e pronto. Não fossem essas, entre outras informações rasas do roteiro, o filme seria ainda mais redondo. Felizmente, não é algo que chegue a atrapalhar tanto essa experiência audiovisual.
Mank
3.2 462 Assista AgoraDavid Fincher registra mais um grande filme pra sua filmografia.
Mank não é um filme que exala entretenimento, mas tem uma competência técnica inquestionável em sua execução. A fotografia preto e branco buscando honrar não só o clássico Cidadão Kane, mas essa época tão reverenciada dos tempos de ouro da velha Hollywood. O filme em si acaba sendo uma homenagem à Hollywood, sem contestá-la agressivamente ou romantizá-la desproporcionalmente. Há um equilíbrio no contorno da história que se desenvolve de maneira sutil, pois aqui o protagonista não é só Mank, e sim a própria Hollywood sobre seu maior clássico dos tempos sagrados. Nota-se a importância que exerce um roteirista, que geralmente é a raiz de todo filme, uma vez que as ideias transcritas ao papel são primariamente originadas a partir dessa cabeça.
No quesito atuação o destaque vai todo para Gary Oldman, mas Amanda Seyfried sabe usar bem os poucos minutos que tem em cena. Sinto que essa falta de desenvolvimento do restante dos personagens em geral, se assim é correto dizer, é proposital, justamente para que a história dos bastidores de Cidadão Kane continue falando sobre ela mesma e não sobre um mero personagem com funções secundárias.
Embora seja complexo e não tenha um momento de grandes rompantes ou conflitos, não achei uma obra difícil de ser assistida, talvez devido à segurança que seu diretor já entrega habitualmente. Entretanto, é correto salientar que é uma obra que merece ser reassistida, tanto para entender e aprofundar-se sobre detalhes que passam despercebidos - em alguns momentos você pode-se perder com tantos deles - quanto para o próprio deleite de se estudar mais sobre a sétima arte e um de seus principais clássicos.
Ps: Fiquei surpreso com a entrevista do Orson Welles no Brasil.
E a cena dele e do Mank discutindo só elucidou o quão ignorante ele me transmitira ser.
Felizes Juntos
4.2 261 Assista AgoraTítulo irônico.
A percepção do Lai de que ele precisava da presença do Ho Po Wing mesmo este não o valorizando reflete apenas a ilusão que se necessita de algo físico para estarmos felizes.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraEmbora eu assuma que o primeiro filme tenha me arrancado mais risadas, achei a continuação muito mais objetiva sem perder a essência irônica e cômica do Borat. Os temas tabus e/ou políticos são trazidos de uma forma irreverente mas eficazes, ao ponto de causar seja o estranhamento esperado ou mesmo a reflexão a partir desse escárnio.
A participação de Tutar é essencial para o desenvolvimento da trama, ela traz um "contraponto" complementar que ao mesmo tempo que representa a ignorância de alguém também pode representar a mudança que se deseja nas pessoas. Seu comportamento é ingênuo mas um tanto real e reflete muito bem como pode ser distorcida a visão de alguém que não tem o acesso adequado à algum tipo de informação.
O longa busca mais expor a problemática dos tempos atuais que propor a sua resolução, mas não acho isso ruim, pois ele pelo menos nos encaminha para algo. Os debates levantados seja em volta do papel da mulher na sociedade ou da influência não muito positiva que o governo norte-americano exerce no mundo são direcionados com perspicácia, facilitando o entendimento para o espectador.
O humor escrachado de Borat não é gratuito e fica bem claro que seu foco é mostrar o quão ridículos são determinados pensamentos e comportamentos que nos rodeiam. Se lhe provocou uma reação positiva por sua suposta abordagem sagaz ou causou repúdio por quaisquer temáticas executadas aqui, é apenas a arte mais uma vez fazendo o seu dever de casa direito.
Já Estou Com Saudades
3.9 576 Assista AgoraA princípio, Já Estou com Saudades parece ser um filme sobre a luta contra o câncer, mas eu interpreto que a doença aqui foi usada mais como um pano de fundo de uma história sobre amizade. E ele faz isso muito bem já que equilibra muito bem esses dois assuntos cotidianos que podem se esbarrar na vida de qualquer um.
Dito isto, é muito interessante que a película não apela para o melodrama costumeiro de filmes desse estilo, mas ainda sabe se comunicar com sensibilidade. As personagens com seus desafios - a tão sonhada gravidez e o desejo para cura do câncer - não são colocadas como meras coitadas dignas de pena, o que é um ótimo trunfo. A sintonia perfeita entre a Milly e a Jess convencem que mesmo tão distintas, suas personalidades ainda se complementam, e, nessa relação tudo o que se busca prevalescer é o amor e o carinho que uma tem pela outra.
O filme é delicado e transmite leveza, mesmo que em alguns momentos você sinta um cisco no olho ou um seco na garganta. É uma recomendação para quem quer ver algo despretensioso e sensível, com certeza.
Os Intocáveis
4.2 841 Assista AgoraTecnicamente o filme é impecável, mas o ritmo não é tão fluído o que dificuta a experiência de quem o assiste em pleno século XXI. Soma isso à um protagonista não muito cativante do Kevin Costner e um vilão na zona de conforto do De Niro, a postura dos personagens não é muito empolgante e a evolução de suas ações é um tanto supérflua e prevísivel.
Como amante da sétima arte, tento avaliar seus atributos não pela época de lançamento do filme, mas sim pela época em que ele é retratado e busca valorizar um enredo mais tradicional e menos ariscado como a época de ouro de Hollywood.
Vale a homenagem ao Encouraçado Potenkim na cena do bebê da escada.
A Cor da Romã
4.1 133O filme parece um delírio dentro da mente do próprio poeta, em que predomina a agonia de sua própria existência, e isso faz sentido pra mim uma vez que nossa mente não sabe distinguir o que é real e o que é irreal. É muita simbologia e conceito, e embora não se entenda muita coisa as alegorias não soam aleatórias, o que ajuda a tornar a experiência com a obra no mínimo agradável de se ver - principalmente por sua fotografia impecável.
Fiquei cogitando se A Cor do Romã não tenha inspirado posteriormente algo do Terrence Malick, que possui esse teor existencialista em seus filmes também. Além do videoclipe mais recente da Lady Gaga, 911, também consegui identificar algumas referências no mais antigo Bedtime Stories da Madonna. Esse por sua vez, é claramente influenciado por pinturas surrealistas, assim como me remete à essa película. Amo como a arte independente da sua forma, cinema, música ou pintura (entre outros), se apropria dela mesma como maior fonte de inspiração e ainda assim entrega algo de grande valor e experiência!
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraEntendi o filme como uma verdadeira e estranha metáfora das mudanças que vamos sofrendo ao decorrer da vida, seja pelas nossos sentimentos e pensamentos mais internos ou pelas experiências que vivenciamos e nos rodeiam externamente. É, sobretudo, uma transmutação, do ambiente que capta a nossa essência e se transforma e nós também ao captarmos algo desse ambiente também não somos mais os mesmos. Algumas coisas não se explicam, apenas acontecem.
Julgando por essa perspectiva, achei uma experiência audiovisual bem interessante... não estava com muitas expectativas mas fui surpreendido.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista Agora"Entrelaçar fios é uma união. Conectar com as pessoas é uma união e o passar do tempo é uma união. Tudo isso faz parte do poder do Deus. Os fios que traçamos são um laço com ele, uma parte do Deus.Representam a própria passagem do tempo.Acomodam-se e tomam forma, entrelaçam-se e retorcem-se, às vezes desenredam-se, rompem-se e voltam a se unir. Isso é uma união, isso é o tempo.Quando alguém se torna parte de alguém é uma união. Une-se à sua alma."
"Valorize a experiência, um dia os sonhos desaparecerão."
Que filme sensível e especial. Favoritei <3
Reflexões de um Liquidificador
3.8 583 Assista AgoraQue filme maravilhoso!
Me causou ótimas risadas além de algumas reflexões, tem um roteiro muito bem elaborado, muito diferente do que estamos acostumados a assistir do cinema nacional. Vale a recomendação!
Babe, o Porquinho Atrapalhado
3.0 643 Assista AgoraFofura extrema, faz a gente rir e sorrir, cativante para todos os públicos! Babe é uma jornada pura de aventuras, adaptabilidade, autoconhecimento e dedicação! <3
Incêndios
4.5 1,9KMeu Deus, eu tô sem palavras.
É praticamente um filho de Amores Brutos com Oldboy, não tenho definição melhor - ou "pior" nesse caso...
As Virgens Suicidas
3.8 1,4K Assista AgoraPropaganda irresponsável do efeito Werther. Por menos filmes assim.
Os Imperdoáveis
4.3 655Quando o filme te conduz até o final sem nenhuma pergunta de porque algo não foi diferente é porque ele é perfeito! Clint Eastwood e seu talento inquestionável!
Festa de Família
4.2 397 Assista AgoraQuis tacar fogo nessa festa, só repugnância pra descrever o que senti!!!
Além da Linha Vermelha
3.9 382 Assista AgoraO principal mérito de Além da Linha Vermelha é não protagonizar a guerra quanto entretenimento mas sim revelar-se como uma possível justificativa à cerca da individualidade da vida dos guerreiros que vivenciam tal cenário caótico, de uma forma que também alcance tais integrantes também no coletivo, seja dentro da película ou fora da tela quando conversa com o público.
É bem interessante que por atrás de tamanha ambição e sede por hegemonia, honrar sua história nacional e provação de sua capacidade quanto homem digno e corajoso de respeito, os soldados percebem que na insignificância de suas pequenas vidas há um enorme mundo capaz de movê-los, de fazer querer viver, de temer a morte... e que por essa razão por mais pequena que possam ser suas vidas, elas ainda valem algo. É também perceptível que tal preocupação é mostrada
quando se vê Stauros e Witt poupando a vida de seus companheiros quando poderiam muito bem apenas preocupar-se com si mesmos. Mas salvar a vida de seus semelhantes, para eles, é mais que uma questão de empatia. É salvar uma história que deve continuar a ser escrita, é manter a faísca de vida da alma deles acesa mesmo que sua matéria, a sua natureza não esteja ali presente mais.
É um filme com teor existencialista do Malick assim como seria posteriormente o mais ambicioso A Árvore da Vida - e com sua execução sensível e hábil o diretor consegue expressar com sucesso o quão trágico pode ser a vida. É num caminho cruel que se é traçado vidas que possuem sua essência corrompida pelos devaneios que automaticamente são destinados ao ser vulnerável que é o ser humano. A guerra aqui não é tão bem norteada citando muitos fatos históricos, devido a isso, não é absurdo considerar que a mesma possa ser usada apenas quanto metáfora da própria existência do homem. Contemplativa e questionadora, independente do lugar que se esteja é possível encontrar paz ou guerra, sossego ou desespero, mas não é possível fugir de si mesmo, ou do próprio poder de criação e destruição ao qual o homem foi condecorado - ou condenado.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraE eu achava que era drama do povo quando falavam que esse era o filme mais fraco do Tarantino...
me senti a própria Daisy Domergue, toda hora sendo torturado.