A força de Ataque dos Cães está na sutileza, onde as coisas são ditas pelos detalhes. É fácil entender a aprovação crítica, porque tecnicamente, é um filme impecável. Mas se tratando de narrativa, não é um filme que pega todo mundo de primeira. É preciso justamente uma atenção maior no que não é verbalizado, mas ainda é expressado, seja pelos elementos, pelos olhares, pelos lugares.
Curiosamente, seu protagonista, Phill, que é mais agressivo e expansivo, se torna maior ainda quando essa energia é concentrada nos pequenos detalhes, porque entendemos o motivo da sua amargura, do que ele sente falta e isso o aproxima de quem assiste.
O filme também é muito poético e lindo visualmente, fazendo jus ao legado que a Jane Campion deixou em O Piano, sua principal referência. Eu diria que em outros tempos, Ataque dos Cães se tornaria um clássico imediato se fosse um filme dos anos 50/60, visto que sua roupagem remete muito aos filmes daquela época. Se para alguns ele emula Sangue Negro, eu não contesto, mas me lembrou o clássico O Paciente Inglês, que é uma ótima pedida para quem gostou de Ataque dos Cães.
O filme representa muito bem a ideia de que a loucura pode ser o paraíso para uns e o inferno para os outros. Pode-se deduzir que, entre suas possíveis mensagens, esse tanto de gente desconhecida e sem conseguir domar os seus instintos e suas emoções representam o choque da convivência entre dois (ou mais) seres humanos distintos. Quanto mais pessoas há num ambiente, maior o desastre.
"Existir é uma ilusão fugaz. Nascer é uma oportunidade única. Viver é uma impossibilidade coletiva. Morrer é uma experiência extraordinária", as frases que aparecem no decorrer de Clímax norteiam nosso entendimento, e, embora a experiência não seja das mais agradáveis de se acompanhar, não torna o filme dispensável para quem gosta de esmiuçar o cinema.
Deneuve mais uma vez exalando elegância e beleza como de costume. A presença contínua do vermelho transmite com excelência a sensação de alerta constante. Magnífico!
Que boa surpresa! Me remeteu muito à Perdidos da Noite, tratando-se dos mesmos temas políticos/sociais e referentes à contra-cultura da época, mas aqui tudo é abordado de uma forma menos agressiva e mais palatável, ainda assim conseguindo passar a sua mensagem e exteriorizar o sentimento dominante dessa juventude insatisfeita e desorientada de seu presente e futuro. Outro fator pertinente também é o caráter contemplativo das cenas que proporcionam um respiro para quem assiste e deixa o filme mais equilibrado.
Easy Rider é como se fosse um primo de Midnight Cowboy, mas tamanha proximidade entre as películas, cada qual com suas qualidades e particularidades, o torna quase que como um irmão do segundo. E não menos importante, é um filme que reflete muito bem como é o cinema transgressor e revolucionário que catapultou a Nova Hollywood.
Achei que é um filme que funciona como entretenimento, que funciona como estudo cinematográfico e também como debate de assuntos mais sérios. Quando um filme alcança tudo isso é porque ele é MUITO atemporal. E o que falar da trilha sonora? É tudoooo! Uma das melhores experiências sonoras que tive o prazer de ouvir durante um filme, com toda a certeza.
Tecnicamente, o filme é muito bom, nos enquadramentos, montagem, sons, direção e é bem claro e explícito o teor contestador e político do filme. É interessante que em alguns momentos ele soa até poético também, que em meu ver deixou tudo mais artístico.
Entretanto, devo assumir que achei as atuações aquém e isso me dificultou um pouco na imersão da obra. As falas muito pausadas me deram a sensação que tudo foi decorado e não traz veracidade à muitos dos personagens centrais. As cenas com maior tensão funcionam, mas quando o foco é apenas os diálogos, parece que você ouve sílaba por sílaba e não palavra por palavra, tudo muito pausado e lento, como se os atores não soubessem o texto. Não sei se isso foi intencional, mas tirou parte do brilhantismo que o filme poderia ter pra mim.
De fato, como já mencionado por muitos, o impressionante é que Terra em Transe permanece muito atual. É uma boa razão para aprofundar-se no cinema de Glauber Rocha e se perguntar o porquê o Brasil não mudou tanto em mais de meio século após essa obra.
quando a Zarah reconhece seus sapatinhos nos pés da outra menina e mesmo assim não é violenta ou a culpa por isso.
Isso foi algo tão simples mas que embelezou tanto o filme pra mim. Aliás, esses pequenos detalhes é que tornam esse filme tão belo. De uma sensibilidade incrível e extremamente cativante.
Não sabia o que esperar e fui positivamente surpreendido. No que diz respeito ao entretenimento é um filme que cumpre muito bem essa função, porque é o cinema norte-americano na sua mais bela forma e aqui é entregue tudo o que se espera de um filme de terror clássico: mansões, vultos, sangue, rituais, monstros, etc. O elenco principal é de um peso enorme, incrível como Oldman, Ryder e Hopkins caíram muito bem em seus respectivos papéis. O trabalho de direção de arte ajuda a conduzir essa atmosfera sombria, fúnebre e ao mesmo tempo charmosa, o contraste entre o azul e o vermelho por exemplo são muito chamativos e sugerem esse conflito que permeia por toda a obra.
Sobre ser fiel ou não ao livro principal eu me abstenho nessa primeira avaliação uma vez que sabemos que há alterações em maior ou menor grau entre filme e livro. Minha experiência com o longa foi bem agradável neste momento. É um filme que deve ser um deleite de ser assistido no cinema. Recomendadíssimo!
Além de ser altamente contemplativo e belo, felizmente Ran não fica só nisso, tem uma história dramática, cheia de nuances e ótimos personagens que tornam tudo ainda mais interessante.
Esse filme é inteiramente da Cate Blanchet, mas o elenco de apoio não faz mal. Amei a maneira que ela desenvolveu sua personagem de um jeito teatral e dramático, mas não me soou além do tom necessário. A Jasmine de fato é insuportável, é a essência da personagem que emula a Blanche de Uma Rua Chamada Pecado lá na década de 50. A Ginger da Sally Hawkins contribui muito para trazer um ponto de leveza para a trama que se centra nessa protagonista desequilibrada.
É interessante perceber que as obras do Woody Allen por vezes soam como as novelas do Manoel Carlos, dramaturgias de gente branca e rica, mas ainda assim tem boas histórias, como acontece em Blue Jasmine, que consegue também transmitir algumas de suas duras cenas com um certo humor ácido.
O filme tem um ritmo super rápido e eletrizante, com uma montagem, edição e trilha sonora sendo os maiores destaques tecnicamente falando.
No primeiro ato, Mickey e Mallory parecem emular uma versão mais contemporânea de Bonnie & Clyde e toda a violência soa gratuita demais. A essência crítica e politizada da película só vem a partir do segundo ato (melhor parte por sinal), ao conceber impetuosamente que a mídia e todos àqueles que ela consomem são tão monstruosos quanto esses dois criminosos.
O filme encontra um teor sério a partir desse ponto, mas não sustenta essa premissa e novamente se perde no terceiro ato ao retornar para toda violência exacerbada de seu início. Embora seja bem entendido o quanto os meios de comunicação são cruéis, Assassinos da Natureza dá margem para justificar atos hediondos de suas personagens que se provam nada mais que instrumentos de uma denúncia com intuito válido, mas inconstante em sua execução.
Há de se entender que o casal é corrompido, mas por quê, quem, onde, quando e como? são questões justificadas rasamente com uma resposta pronta de que "é a natureza do ser humano". Cenas de abusos, sexuais e psicológicos, perdem o sentido na narrativa com essa resposta, porque não contribuem significantemente para solidificar a estrutura pessoal de suas personagens. Se eles são assim por natureza, é justo afirmar que independente do que ocorrera antes com eles resultaria nesse mesmo fim: o da violência.
O cinema de Oliver Stone aqui soa provocativo, mas não inteligente quanto pretende. É incomodativo, mas não permite ao espectador tirar suas conclusões por conta própria. Em vez de usar o poder da sugestão para causar esse desconforto e reflexão almejadas, deixa explícito uma pretensão de soar revolucionário por ser contestador e antimoralista dessa sociedade hipócrita e suja, mas se torna justamente o que critica. Não pode-se dizer que é um filme ruim, longe disso aliás, no entanto, fica a sensação que uma ideia excepcional se perdeu em meio a vontade de querer chocar por chocar. Uma pena.
No que tange as atuações, esse filme é um dos que melhor julgo para estudo das personagens e suas motivações entre os quais eu já assisti em toda a minha vida. Uma ótima atuação pode ser extremamente sutil, dizendo muito apenas com alguns olhares e gestos e é provado exatamente isso em Os Últimos Passos de Um Homem, sem que os atores apelem para rompantes costumeiros para sensibilizar o espectador.
Os demais atributos técnicos como o roteiro e a direção de Tim Robbins também se mostram competentes, mas é um fato que é um filme muito elevado pela qualidade de suas atuações. A indicação do Penn e a vitória da Sarandon no Oscar foram merecidíssimas!
A princípio, achei uma obra bem mais acessível ao cinema de Kurosawa que sua obra-prima "Os Sete Samurais". Além de conseguir abordar temas universais como sede de poder, ganância, traição, muito comum em muitas sociedades desde que o mundo é mundo, existe aqui um viés espiritualista que torna essa experiência audiovisual mais interessante, não é apenas um filme sobre guerra e conflitos, é também sobre ação e/ou omissão, consequências advindas das ações que escolhemos tomar ou deixamos de tomar, como bem ilustra a frase "Você é livre para fazer suas escolhas e escravo de suas consequências". Os atributos técnicos sejam cenários, figurinos e principalmente a fotografia são muito vislumbrantes também. Vale a pena assistir a ele!
Gritar "misericórdia" pra esse filme se torna até um elogio, a narrativa é simples, direta mas totalmente eficaz. Eu achei um filmaço que me prendeu do início ao fim graças ao seu ritmo fluído e as atuações magistrais dos atores. Talvez numa revisita futuramente valha cinco estrelas.
Aqui é representado sexualmente, quando ela seduz os caras e eles começam a se afogar naquele "lago negro". Mas acho que pode ser interpretado para qualquer área da vida.
2) Um dia você é o caçador e no outro você é a caça
Ou seja, você também pode e vai ser vulnerável em algum momento, por mais intocável e forte que se acredita ser. Isso é bem explícito na última parte na qual ela perdida na floresta, vai para a casa e foge desse aparente abrigo seguro para não ser violentada fisicamente.
O último cara ateando fogo nela ao ser revelada a estranheza daquela criatura. Há uma tendência em repudiarmos tudo àquilo que vá contra nossos valores e crenças. É uma cena bem simbólica.
Dúvidas que eu tive foram muitas, mas fico contente de ter tirado alguma perspectiva por mais louca e descabida que possa ser. Pra mim faz sentido. Arte é isso, subjetiva, cruel, comovente, inquietante e visceral.
Ataque dos Cães
3.7 933A força de Ataque dos Cães está na sutileza, onde as coisas são ditas pelos detalhes. É fácil entender a aprovação crítica, porque tecnicamente, é um filme impecável. Mas se tratando de narrativa, não é um filme que pega todo mundo de primeira. É preciso justamente uma atenção maior no que não é verbalizado, mas ainda é expressado, seja pelos elementos, pelos olhares, pelos lugares.
Curiosamente, seu protagonista, Phill, que é mais agressivo e expansivo, se torna maior ainda quando essa energia é concentrada nos pequenos detalhes, porque entendemos o motivo da sua amargura, do que ele sente falta e isso o aproxima de quem assiste.
O filme também é muito poético e lindo visualmente, fazendo jus ao legado que a Jane Campion deixou em O Piano, sua principal referência. Eu diria que em outros tempos, Ataque dos Cães se tornaria um clássico imediato se fosse um filme dos anos 50/60, visto que sua roupagem remete muito aos filmes daquela época. Se para alguns ele emula Sangue Negro, eu não contesto, mas me lembrou o clássico O Paciente Inglês, que é uma ótima pedida para quem gostou de Ataque dos Cães.
Spencer
3.7 569 Assista AgoraKristen Stewart, você já tem uma mão no Oscar. Espero que coloque a outra também.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraDois fatos sobre Duna.
1. É um deleite visual.
2. Não se entende muita coisa.
A Princesinha
4.1 789 Assista AgoraA inocência e a magia desse filme é a coisa mais lindinha do mundo <3 Amei!
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraO filme representa muito bem a ideia de que a loucura pode ser o paraíso para uns e o inferno para os outros. Pode-se deduzir que, entre suas possíveis mensagens, esse tanto de gente desconhecida e sem conseguir domar os seus instintos e suas emoções representam o choque da convivência entre dois (ou mais) seres humanos distintos. Quanto mais pessoas há num ambiente, maior o desastre.
"Existir é uma ilusão fugaz. Nascer é uma oportunidade única. Viver é uma impossibilidade coletiva. Morrer é uma experiência extraordinária", as frases que aparecem no decorrer de Clímax norteiam nosso entendimento, e, embora a experiência não seja das mais agradáveis de se acompanhar, não torna o filme dispensável para quem gosta de esmiuçar o cinema.
O Último Metrô
3.8 68 Assista AgoraDeneuve mais uma vez exalando elegância e beleza como de costume. A presença contínua do vermelho transmite com excelência a sensação de alerta constante. Magnífico!
Sem Destino
4.0 580 Assista AgoraQue boa surpresa! Me remeteu muito à Perdidos da Noite, tratando-se dos mesmos temas políticos/sociais e referentes à contra-cultura da época, mas aqui tudo é abordado de uma forma menos agressiva e mais palatável, ainda assim conseguindo passar a sua mensagem e exteriorizar o sentimento dominante dessa juventude insatisfeita e desorientada de seu presente e futuro. Outro fator pertinente também é o caráter contemplativo das cenas que proporcionam um respiro para quem assiste e deixa o filme mais equilibrado.
Easy Rider é como se fosse um primo de Midnight Cowboy, mas tamanha proximidade entre as películas, cada qual com suas qualidades e particularidades, o torna quase que como um irmão do segundo. E não menos importante, é um filme que reflete muito bem como é o cinema transgressor e revolucionário que catapultou a Nova Hollywood.
Achei que é um filme que funciona como entretenimento, que funciona como estudo cinematográfico e também como debate de assuntos mais sérios. Quando um filme alcança tudo isso é porque ele é MUITO atemporal. E o que falar da trilha sonora? É tudoooo! Uma das melhores experiências sonoras que tive o prazer de ouvir durante um filme, com toda a certeza.
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraTecnicamente, o filme é muito bom, nos enquadramentos, montagem, sons, direção e é bem claro e explícito o teor contestador e político do filme. É interessante que em alguns momentos ele soa até poético também, que em meu ver deixou tudo mais artístico.
Entretanto, devo assumir que achei as atuações aquém e isso me dificultou um pouco na imersão da obra. As falas muito pausadas me deram a sensação que tudo foi decorado e não traz veracidade à muitos dos personagens centrais. As cenas com maior tensão funcionam, mas quando o foco é apenas os diálogos, parece que você ouve sílaba por sílaba e não palavra por palavra, tudo muito pausado e lento, como se os atores não soubessem o texto. Não sei se isso foi intencional, mas tirou parte do brilhantismo que o filme poderia ter pra mim.
De fato, como já mencionado por muitos, o impressionante é que Terra em Transe permanece muito atual. É uma boa razão para aprofundar-se no cinema de Glauber Rocha e se perguntar o porquê o Brasil não mudou tanto em mais de meio século após essa obra.
Filhos do Paraíso
4.4 344 Assista AgoraUma das coisas que eu achei mais encantadora nesse filme é...
quando a Zarah reconhece seus sapatinhos nos pés da outra menina e mesmo assim não é violenta ou a culpa por isso.
Isso foi algo tão simples mas que embelezou tanto o filme pra mim. Aliás, esses pequenos detalhes é que tornam esse filme tão belo. De uma sensibilidade incrível e extremamente cativante.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraNão sabia o que esperar e fui positivamente surpreendido. No que diz respeito ao entretenimento é um filme que cumpre muito bem essa função, porque é o cinema norte-americano na sua mais bela forma e aqui é entregue tudo o que se espera de um filme de terror clássico: mansões, vultos, sangue, rituais, monstros, etc. O elenco principal é de um peso enorme, incrível como Oldman, Ryder e Hopkins caíram muito bem em seus respectivos papéis. O trabalho de direção de arte ajuda a conduzir essa atmosfera sombria, fúnebre e ao mesmo tempo charmosa, o contraste entre o azul e o vermelho por exemplo são muito chamativos e sugerem esse conflito que permeia por toda a obra.
Sobre ser fiel ou não ao livro principal eu me abstenho nessa primeira avaliação uma vez que sabemos que há alterações em maior ou menor grau entre filme e livro. Minha experiência com o longa foi bem agradável neste momento. É um filme que deve ser um deleite de ser assistido no cinema. Recomendadíssimo!
Ran
4.5 265 Assista AgoraAlém de ser altamente contemplativo e belo, felizmente Ran não fica só nisso, tem uma história dramática, cheia de nuances e ótimos personagens que tornam tudo ainda mais interessante.
O meu filme favorito do Kurosawa até aqui.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraEsse filme é inteiramente da Cate Blanchet, mas o elenco de apoio não faz mal. Amei a maneira que ela desenvolveu sua personagem de um jeito teatral e dramático, mas não me soou além do tom necessário. A Jasmine de fato é insuportável, é a essência da personagem que emula a Blanche de Uma Rua Chamada Pecado lá na década de 50. A Ginger da Sally Hawkins contribui muito para trazer um ponto de leveza para a trama que se centra nessa protagonista desequilibrada.
É interessante perceber que as obras do Woody Allen por vezes soam como as novelas do Manoel Carlos, dramaturgias de gente branca e rica, mas ainda assim tem boas histórias, como acontece em Blue Jasmine, que consegue também transmitir algumas de suas duras cenas com um certo humor ácido.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraA alegoria mais explícita de como o governo se diverte enquanto vê a população digladiando entre si.
Laços de Ternura
3.9 247 Assista AgoraEsse filme era o que eu precisava assistir em meu aniversário: derramei lágrimas de felicidade, confortadas com muito acalento e amor! <3
Coração Satânico
3.9 494Fazia tempos que eu não arrepiava com um filme de terror... pai amado! Filme sinistro!
A Festa de Babette
4.0 243Uma boa alternativa pra quem estiver sofrendo com falta de apetite.
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraO filme tem um ritmo super rápido e eletrizante, com uma montagem, edição e trilha sonora sendo os maiores destaques tecnicamente falando.
No primeiro ato, Mickey e Mallory parecem emular uma versão mais contemporânea de Bonnie & Clyde e toda a violência soa gratuita demais. A essência crítica e politizada da película só vem a partir do segundo ato (melhor parte por sinal), ao conceber impetuosamente que a mídia e todos àqueles que ela consomem são tão monstruosos quanto esses dois criminosos.
O filme encontra um teor sério a partir desse ponto, mas não sustenta essa premissa e novamente se perde no terceiro ato ao retornar para toda violência exacerbada de seu início. Embora seja bem entendido o quanto os meios de comunicação são cruéis, Assassinos da Natureza dá margem para justificar atos hediondos de suas personagens que se provam nada mais que instrumentos de uma denúncia com intuito válido, mas inconstante em sua execução.
Há de se entender que o casal é corrompido, mas por quê, quem, onde, quando e como? são questões justificadas rasamente com uma resposta pronta de que "é a natureza do ser humano". Cenas de abusos, sexuais e psicológicos, perdem o sentido na narrativa com essa resposta, porque não contribuem significantemente para solidificar a estrutura pessoal de suas personagens. Se eles são assim por natureza, é justo afirmar que independente do que ocorrera antes com eles resultaria nesse mesmo fim: o da violência.
O cinema de Oliver Stone aqui soa provocativo, mas não inteligente quanto pretende. É incomodativo, mas não permite ao espectador tirar suas conclusões por conta própria. Em vez de usar o poder da sugestão para causar esse desconforto e reflexão almejadas, deixa explícito uma pretensão de soar revolucionário por ser contestador e antimoralista dessa sociedade hipócrita e suja, mas se torna justamente o que critica. Não pode-se dizer que é um filme ruim, longe disso aliás, no entanto, fica a sensação que uma ideia excepcional se perdeu em meio a vontade de querer chocar por chocar. Uma pena.
Os Últimos Passos de um Homem
4.0 246 Assista AgoraNo que tange as atuações, esse filme é um dos que melhor julgo para estudo das personagens e suas motivações entre os quais eu já assisti em toda a minha vida. Uma ótima atuação pode ser extremamente sutil, dizendo muito apenas com alguns olhares e gestos e é provado exatamente isso em Os Últimos Passos de Um Homem, sem que os atores apelem para rompantes costumeiros para sensibilizar o espectador.
Os demais atributos técnicos como o roteiro e a direção de Tim Robbins também se mostram competentes, mas é um fato que é um filme muito elevado pela qualidade de suas atuações. A indicação do Penn e a vitória da Sarandon no Oscar foram merecidíssimas!
Trono Manchado de Sangue
4.4 121 Assista AgoraA princípio, achei uma obra bem mais acessível ao cinema de Kurosawa que sua obra-prima "Os Sete Samurais". Além de conseguir abordar temas universais como sede de poder, ganância, traição, muito comum em muitas sociedades desde que o mundo é mundo, existe aqui um viés espiritualista que torna essa experiência audiovisual mais interessante, não é apenas um filme sobre guerra e conflitos, é também sobre ação e/ou omissão, consequências advindas das ações que escolhemos tomar ou deixamos de tomar, como bem ilustra a frase "Você é livre para fazer suas escolhas e escravo de suas consequências".
Os atributos técnicos sejam cenários, figurinos e principalmente a fotografia são muito vislumbrantes também. Vale a pena assistir a ele!
Herói
3.9 334 Assista AgoraAs cenas de luta entre a Neve Esvoaçante e a Lua naquele contraste entre o vermelho e o amarelo dão mais tesão que o Brad Pitt no ápice de sua beleza.
A Mosca
3.7 1,1KGritar "misericórdia" pra esse filme se torna até um elogio, a narrativa é simples, direta mas totalmente eficaz. Eu achei um filmaço que me prendeu do início ao fim graças ao seu ritmo fluído e as atuações magistrais dos atores. Talvez numa revisita futuramente valha cinco estrelas.
Fome Animal
3.9 877O padre lutando nesse filme é melhor que Mortal Kombat kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mary Poppins
4.0 612 Assista AgoraA propagação do american way of life é feita fervorosamente aqui.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraNão entendi muita coisa sobre o filme, mas visto seu teor existencialista que nos leva a refletir, considero levantar as seguintes hipóteses:
1) Os nossos desejos podem nos levar ao abismo/destruição
Aqui é representado sexualmente, quando ela seduz os caras e eles começam a se afogar naquele "lago negro". Mas acho que pode ser interpretado para qualquer área da vida.
2) Um dia você é o caçador e no outro você é a caça
Ou seja, você também pode e vai ser vulnerável em algum momento, por mais intocável e forte que se acredita ser. Isso é bem explícito na última parte na qual ela perdida na floresta, vai para a casa e foge desse aparente abrigo seguro para não ser violentada fisicamente.
3) Nós temos medo do desconhecido
O último cara ateando fogo nela ao ser revelada a estranheza daquela criatura. Há uma tendência em repudiarmos tudo àquilo que vá contra nossos valores e crenças. É uma cena bem simbólica.
Dúvidas que eu tive foram muitas, mas fico contente de ter tirado alguma perspectiva por mais louca e descabida que possa ser. Pra mim faz sentido. Arte é isso, subjetiva, cruel, comovente, inquietante e visceral.