Raramente avalio um filme com cinco estrelas, mas tenho que dar o braço a torcer dessa vez. Culpa é um grande exemplo de como é possível fazer uma obra boa e criativa com baixo orçamento, usando apenas um cenário e poucos personagens.
Poucas vezes um filme me prendeu dessa forma do início ao fim. É incrível a forma como ele consegue te deixar angustiado pelo que vai acontecer a seguir sem que você possa ver o que está acontecendo, apenas através da sugestão com os sons e os diálogos. É uma manipulação de emoções e um trabalho de imaginação precisos. É cinema em alto nível. Faz jus total à proposta do suspense, que é o medo e a expectativa sobre aquilo que não se vê. E isso tudo sem falar da narrativa especular do filme, que te guia por um determinado caminho, e quando você já comprou totalmente aquela ideia, entra um plot twist devastador.
Não é um filme que tem grande status, mas só pela proposta técnica e criativa que ele traz pro cinema atual, não tem como dar menos que cinco estrelas. Quem reclama que é "arrastado", realmente não conseguiu compreender a genialidade dessa proposta. A ideia no cinema de que "menos é mais" nunca fez tanto sentido e se encaixa perfeitamente nesse caso.
Esse filme tem uma das melhores construções de personagens do cinema nos últimos anos. O Paul Schrader é um mestre do roteiro. Mas aqui ele não teve a mesma capacidade pra direção. O filme talvez tenha necessitado das mãos de um diretor melhor pra funcionar, como foi na parceria do Schrader com o Scorcese em Taxi Driver.
Se Manchester à Beira Mar ganhou o Oscar de Melhor Roteiro com esse mesmo estilo e proposta, o Schrader deveria ter recebido no mínimo uma indicação em alguma das principais premiações pelo roteiro.
Mas o conjunto do filme não funciona, e o final, por mais metáforas que possa ter, é fraco e não acompanha o restante da proposta do filme. Poderia ter sido mais criativo.
A proposta de interatividade e metalinguagem é fantástica, divertida e uma pequena amostra do que pode ser o entretenimento do futuro. Vale a pena por isso. Mas só por isso.
Porque a combinação dessa função com a(s) narrativa(s) deste filme não funcionou. Primeiro porque não existe um "filme" propriamente dito, uma história concreta pra cada escolha. A impressão que dá é que o enredo não avança e o filme fica só dando voltas nas escolhas que você faz. Não existe uma narrativa fluída e bem construída com começo, meio e fim. Fica muito picotado e às vezes até confuso. A própria premissa da história é fraca.
Sem falar que é um saco em alguns momentos você ser obrigado a retornar pra um ponto anterior e fazer a escolha certa. Muita gente curtiu isso, acreditando ser uma metáfora de que "o público acha que tem total poder, mas também está sendo manipulado", mas só achei perda de tempo e falta de verba da Netflix mesmo.
Pra mim, o ideal seria que houvesse uma narrativa lógica e completa pra cada escolha, independente se foi a correta ou não, até pra que a proposta de que "cada ação tem uma reação" e "cada escolha tem uma consequência" tivesse mais impacto com uma sequência de desfechos que constrói uma história completa e tradicional.
Mas é só um experimento. Vai que melhoram da próxima vez.
Esse filme é uma viagem total, bem ao estilo humor negro. Divertido e gostoso de assistir. Imagino que o próprio Scorsese tenha se divertido muito fazendo. Uma Noite de Crime versão comédia.
Esse estilo cru, extremamente intimista e contemplativo não é o meu preferido no cinema. Sempre acho que dá pra deixar uma obra mais dinâmica e com um pouco mais de ritmo sem perder sua qualidade (e não, não estou falando dos filmes convencionais, blockbusters e de super heróis).
De qualquer forma, é preciso dar o braço a torcer dessa vez. Roma é um filme que te pega pela beleza e simplicidade. Maçante em boa parte do tempo, mas com cenas belíssimas, de grande impacto e uma fotografia fantástica. É um filme pra quem sabe avaliar e apreciar esses aspectos, por isso, não é pra todo mundo, mas deveria ser.
Achei o filme apenas mediano. E talvez toda essa exaltação a ele seja apenas reflexo do momento aflorado de militância que a gente vive hoje. Não gosto de meter política no meio ao avaliar um filme, mas é preciso chamar atenção pra grande hipocrisia que existe nesse sentido. BlacKkKlansman é um filme MUITO panfletário, e a sequência final escancara isso.
É importante discutir um assunto tão sério como o racismo, mas a forma como o filme faz isso, com tamanha militância, não é um ponto positivo, avaliando como obra cinematográfica. E quando você vê todos esses elogios, dá pra constatar a hipocrisia por trás. Porque pra muita gente, não é um filme militante bom. É um filme bom porque é militante.
O problema é que você vê por aí muitos filmes mais conservadores, como os religiosos, sendo detonados pela crítica e por parte desse mesmo público, e advinha por que? "Porque são panfletários, fazem pregação". Mas peraí, essa não é a mesma razão pela qual elogiam outros filmes como este? Então a questão não é ser panfletário ou não, é simplesmente estar de acordo com a ideologia de quem avalia. E reconheço que a grande maioria dos filmes conservadores e religiosos têm qualidade cinematográfica baixa, mas é inacreditável essa hipocrisia nas avaliações que eu vejo, quando se critica um por tal motivo, e elogia outro pelo mesmo motivo.
Então posso dizer que BlacKkKlansman é um dos filmes mais superestimados do ano. E pra não parecer que estou relativizando a importância da discussão sobre o racismo, cito Get Out, um filme recente que realmente é bom e aborda o assunto de forma fantástica, com metáforas e estimulando a reflexão sem precisar ser militante e panfletário.
Não quero levar pro lado da guerra ideológica, é apenas uma constatação de uma situação que considero injusta. Falta critério.
Esse é um tesouro perdido do Kubrick. Quando se fala das obras do diretor, todo mundo cita Laranja Mecânica, 2001 e O Iluminado, enquanto que Barry Lyndon pouco é lembrado.
O que eu mais admiro no Kubrick é o cuidado que ele tinha com a produção. Quando você assiste às obras consegue até sentir a paixão com que ele produziu aquilo, e se for pesquisar um pouco mais sobre os seus métodos detalhistas de trabalho vai comprovar isso. Barry Lyndon pode ter sido realmente uma pequena amostra do que ele seria capaz de fazer com o filme sobre Napoleão, que nunca conseguiu produzir. Agora entendo porque muita gente fala que esse foi o melhor filme jamais feito. Outra coisa que eu gosto muito no Kubrick é que praticamente todos os filmes dele são vistos por um ponto de vista grandioso, com uma fotografia e direção de arte bem alinhadas, trazendo muitos planos abertos que enriquecem a produção.
Também gosto de filmes que investem nessa trajetória intensa de personagem, passando por vários percalços mundo afora, e seguindo a linha de ascensão e queda. E quando você termina Barry Lyndon e rememora toda a jornada do personagem, percebe a força da obra e de como isso foi bem feito. O filme é bem marcado em duas partes que também evidenciam os lados opostos do Barry e a sua ascensão e declínio. Na primeira parte ele é mostrado como um verdadeiro herói, praticamente sem defeitos, chegando a ajudar aqueles que o prejudicaram. Já na segunda parte, entra a outra faceta do personagem, que provoca a sua queda.
O filme só não leva nota máxima porque ainda teve algumas coisas que me incomodaram. Acho que o Kubrick exagerou um pouco no zoom invertido. Poderia ter usado isso com moderação, mesmo sendo apenas um detalhe pra muita gente. O longa poderia ter sido mais compactado. No começo da segunda parte, ele fica um pouco cansativo, quando a jornada do personagem dá uma certa estagnada, e você já começa a sentir o tempo, e só volta a melhorar na última meia hora. Outra coisa que me incomodou foi a narração, que fica explicativa demais em muitos momentos.
Fora isso, é um baita filme. Pode parecer "arrastado" pro público médio, mas é uma obra essencial pra quem é amante do cinema. O Kubrick era um gênio.
É um clássico e pioneiro em vários aspectos. A trilha principal é sensacional, uma das melhores e mais marcantes da história do cinema, apesar de ser repetida umas cem vezes. Outro ponto positivo é que o filme não apela tanto pra jumpscares com aquelas trilha sonoras crescentes que tentam guiar o público o tempo inteiro para os momentos de susto. O resultado final fez com que o filme tivesse um ritmo um pouco mais lento, mas ainda muito tenso.
Os pontos negativos ficam por conta dos velhos furos e absurdos do gênero, como o assassino que aparece e some como um fantasma, que leva tiro, porrada e bomba e não morre, personagens que tomam atitudes infantis e por aí vai. Também achei que faltou explorar mais as motivações do Michael. Essa falta de clareza fez com que houvesse um mistério maior em torno dele, mas também deixou a impressão de que mata ou tenta matar alguns dos personagens "porque sim".
Mas apesar das falhas tradicionais, é um dos melhores filmes de terror que já vi. Ansioso pra assistir a nova versão.
Não chega a ser novidade filmes com essa proposta de se passar quase que integralmente através da tela de computadores, mas foi o que melhor conseguiu explorar isso até agora. Tem várias sacadas inteligentes, e consegue indicar as emoções dos personagens muitas vezes apenas pela forma como escrevem, com direito até a "textão", que depois se arrepende e apaga antes de publicar. Como hoje as redes sociais fazem parte da vida de todo mundo, é quase impossível não se identificar, e faz a gente ficar surpreso do quanto.
Vale aplausos pra direção, que mesmo com o filme sendo mostrado por esse ponto de vista, não te deixa com tédio em momento algum e te prende do começo ao fim. É uma tarefa que parece fácil, mas precisa de muita inteligência e competência por ser um trabalho pouco convencional no cinema. A direção de arte também merece destaque pela ideia de reproduzir a interface real dos sistemas operacionais e das redes sociais, tornando o projeto mais autêntico.
Só me incomodou um pouco o filme ter dado algumas "tapeadas", saindo do ponto de vista dos computadores em alguns momentos e mostrando imagens de câmeras de segurança e de televisão. Acredito que ainda dava para manter a proposta de forma integral, já que hoje tudo é postado e visto na internet, inclusive vídeos de programas de televisão. Também acho que houve um certo exagero nos plot twists mirabolantes demais no final. Havia diversas possibilidades pra fazer algo mais pés no chão.
De qualquer forma, é um filme que vale muito ser visto. É criativo e representa bem a era conectada que a gente vive hoje.
Já vi vários filmes sobre operações relacionadas à Segunda Guerra, como Valquíria, Anthropoid e O Homem Que Nunca Existiu, e esse talvez tenha sido o pior. Faltou mais tensão. A história é apática e linear demais ou talvez tenha sido narrada de uma maneira ruim. O tempo de duas horas foi mal dosado. Poderiam ter reduzido a duração ou explorado o passado de fuga de Eichmann logo após o fim da guerra pra que a captura dele tivesse mais impacto. A operação em si foi muito simples e sem grandes obstáculos. Pouca coisa que justifica essa duração.
O pior filme da franquia. Os objetivos dos protagonistas são fracos, e o conceito da purgação foi muito mal explorado, ainda mais por mostrar como tudo começou. Mas senti falta mesmo daquela atmosfera de suspense que os filmes anteriores criaram muito bem.
O filme levanta várias questões sociais como homofobia e influência das redes sociais, e talvez a proposta seja chamar atenção mais para os temas abordados do que a revelação se o protagonista é realmente culpado ou não.
Então acredito que o final aberto faça referência justamente ao título "Aos Teus Olhos", onde fica a critério do público definir se ele está sendo injustiçado ou não.
Mas independente dessa proposta, não deixa de ser um desfecho broxante. O filme poderia ser auto-suficiente, levantando essas reflexões, mas também revelando o que realmente ocorreu, porque o desenrolar da trama gira em torno desse mistério. Poderia até não entregar tudo mastigado, com um final complexo, mas pelo menos deixar pistas suficientes pra que o espectador pudesse realmente concluir o que aconteceu.
Um filme com os mesmos temas e que faz isso muito bem é A Caça.
Atuação magistral do Al Pacino, ótima construção de personagens e uma aula de como fazer uma sequência. Mas é exaustivamente longo. Dava pra fazer um excelente filme só com metade desse tempo. Coppola parece ter pena de cortar cenas na edição.
A veracidade do documentário pode gerar alguma discussão. Se for verdade, é uma excelente história real, e muita gente vai se identificar com os temas. Se for falso, os diretores e o elenco mereciam ter ganhado o Oscar pelo trabalho e a atuação, porque nunca vi um mockumentary com esse grau de realismo. Algumas sequências, principalmente no final, como a fala elaborada demais do marido da Angela e a cena final dela com o Nev, deixam uma pulga atrás da orelha. De qualquer maneira, que baita documentário! Mexe demais com as suas emoções, te prende durante toda a duração e gera muita expectativa e tristeza.
É uma mistura perfeita da essência do cinema (que é mexer com as emoções do público) e de um bom documentário (que tem uma história real fantástica pra contar e que conta de maneira clara e objetiva), e com uma boa reflexão de vida como bônus.
Esse foi o filme da franquia que mais procurou evitar pregação, focando nos relacionamentos e nos conflitos de fé dos personagens. Tentou agradar um público mais amplo, e talvez por isso muitos religiosos não tenham aprovado tanto e achado os anteriores melhores. Em compensação, o longa ganhou mais qualidade e profundidade. Mas é uma pena que mesmo assim ainda sofra com o preconceito da crítica e de muitos que não são religiosos.
O pior é que existem diversos filmes de outros nichos por aí que são ainda mais panfletários do que os religiosos e não são alvos dessa intolerância. Pelo contrário, são exaltados pela crítica e recebem até prêmios.
Esse foi um dos melhores filmes religiosos que eu vi nos últimos anos. Mas independente da qualidade, o preconceito e a hipocrisia vão impedir que ganhe o devido reconhecimento.
Defendo filmes com essa pegada de terror mais sugerido e pés no chão pra tentar dar uma renovada nesse gênero, e mesmo assim achei A Bruxa bem fraco.
Primeiro pela própria filosofia do filme, que pelo que interpretei, tenta transmitir a mensagem generalizada de que a religião é uma "vilã da sociedade" e que "priva a liberdade" de modo geral, reforçando um rótulo que vem sendo cada vez mais batido no cinema. Não que a religião não tenha seus problemas, mas fazer uma abordagem desse tipo, mesmo que de forma sutil, é tomar partido de uma coisa que na prática tem os seus dois lados, e aí vira um tipo de moralismo preconceituoso.
Segundo pela própria questão do excesso de simbolismos e dualidade, fazendo com que muita coisa passe batida aos olhos do grande público. Tenho uma ideia mais conservadora e não vejo lógica em se apresentar uma história permitindo que cada um interprete determinadas situações da forma que bem entender. Não quero ter que ir pesquisar o que significa o coelho que aparece no filme, e nem imaginar que seja uma coisa A, enquanto o diretor pensou em uma coisa B, e outro acha que é uma coisa C. Tem gente que não vê problema, então é uma coisa mais pessoal. E não é nem questão de entregar toda a história mastigada, mas de saber dosar a complexidade e deixar as pistas certas pra que se faça um filme autossuficiente e que se tenha uma única conclusão de forma mais clara.
A reconstituição de época e a ambientação são bem muito bem feitas. Só esperava mais da história mesmo. E independente dos simbolismos, o desfecho é horrível.
Tecnicamente é um dos melhores filmes de ação que já vi. Cenas muito bem realizadas e de tirar o fôlego, com ótima fotografia, e que têm ainda mais credibilidade pela maioria ter sido realizada com o próprio Tom Cruise, sem dublês. É adrenalina do começo ao fim.
O problema é que o filme ainda apresenta as velhas convenções de gênero, narrativa clichê, muita reviravolta forçada, situações absurdas e diálogos expositivos. Quem é mais chato em relação a isso não vai encontrar grandes novidades. Mas quem curte filmes mais populares e quer apenas ver ação pura, vai se surpreender e encontrar uma produção de muita qualidade.
O sucesso de Tropa de Elite não foi à toa. Tem grandes atuações, principalmente do Wagner Moura, que não é um ator à altura do status que alcançou, mas teve um ótimo desempenho aqui. Mas acredito que o diferencial mesmo é que o filme consegue ser realista, crítico e politicamente incorreto sem se curvar à problematização insuportável de hoje, batendo em todos os lados, incluindo a classe elitista, que é a principal responsável por toda a lacração. Talvez nunca mais façam um filme com esse mesma abordagem no Brasil. Se na época já deu alguma polêmica, hoje em dia nem chegaria a ser lançado.
O filme acaba se tornando mais grandioso do que é por causa da atuação espetacular do Al Pacino. É um clássico e um dos precursores dessa violência mais gráfica que hoje é uma marca do Tarantino. Gostei da direção de arte, que apostou em cenários grandiosos e a ostentação da máfia na época. Mas é um filme um pouco superestimado, superficial, e não chega a ser uma produção impecável em todos os aspectos.
Finalmente um filme bom da Netflix. É tenso do início ao fim. Quem fala que não acontece nada na história deve ter assistido outro filme.
Consegue te prender desde do começo porque aborda um tipo de situação que poderia acontecer com qualquer um e levanta dilemas morais. O cenário opressivo da floresta e do vilarejo e o clima de desconfiança que cerca os protagonistas contribui muito pra esse clima de tensão que funciona.
O que não me convenceu muito foi o final. Não a questão do desfecho "complexo e reflexivo" ou da última imagem do filme, mas da decisão do pessoal do vilarejo. O filme tem uma proposta mais realista e pé no chão, por isso achei a decisão do pessoal do vilarejo inventiva e surreal demais pra acompanhar a proposta geral. Descambou um pouco pra aqueles desfechos de terror ou filmes de vingança convencional.
Um dos problemas de se fazer cinema no Brasil é que muita gente deixa prevalecer suas ideologias e preconceitos e vai assistir muitos filmes nacionais já disposto a detonar. Às vezes nem chegam a assistir e mesmo assim criticam. Não sou evangélico e não tenho motivo nenhum pra defender o Edir Macedo. O cara pode ser um trambiqueiro ou um homem injustiçado, mas vou avaliar da maneira que tem que ser feita: como obra cinematográfica.
O filme tem uma narrativa tendenciosa, glorifica o Bispo, retratando como um herói sem defeito nenhum e vítima de todos, além de apresentar uma espécie de cartilha de propaganda da Universal, e não provocar nenhuma reflexão. Isso pro cinema é muito pobre. A direção não traz novidades e usa muitos recursos clichês. Mas, nem tudo se perde no filme. O Petronio Gontijo é bom ator e faz um trabalho legal aqui. Tem cenas de bom valor dramático, e a reconstituição de época é bem feita. Nesse sentido, é um longa bem produzido para os padrões brasileiros.
O filme é bom? Não. Mas é pra nota zero? Também não.
Sou fã dessa pegada de found footage claustrofóbico, tipo Fenômenos Paranormais. Mas esse aqui se perdeu inteiro. História muito mal conduzida e você não enxerga nada em 70% do filme, pelo escuro e de tanto que a câmera treme e desfoca. Não tem desculpa por ser uma produção independente. É um dos piores filmes que já vi até hoje
O filme tem uma pegada simples, então pra quem vai assistir com muita expectativa, pode acabar se decepcionando.
Achei bem legal essa ideia de 80% não ser falado e os personagens se comunicarem mais através de gestos. Esse é o principal diferencial do filme. O silêncio contribui demais pra criar tensão, e tem cenas que funcionam bem com isso. Esse gênero de scfi com suspense já está um pouco desgastado, então é difícil criar algo realmente novo, apesar da ideia do som ser original. A fotografia também é interessante.
O filme tem seus furos, como os descuidos infantis e de praxe dos personagens e a ideia do som atrair a ameaça só quando é conveniente pra história. Mas no geral, dá pra se divertir.
A premissa é interessante e o filme até começa bem, mas se perde inteiro no último ato. As mudanças de foco da trama e o desfecho são bizarros. É um filme bem datado.
Culpa
3.9 355 Assista AgoraRaramente avalio um filme com cinco estrelas, mas tenho que dar o braço a torcer dessa vez. Culpa é um grande exemplo de como é possível fazer uma obra boa e criativa com baixo orçamento, usando apenas um cenário e poucos personagens.
Poucas vezes um filme me prendeu dessa forma do início ao fim. É incrível a forma como ele consegue te deixar angustiado pelo que vai acontecer a seguir sem que você possa ver o que está acontecendo, apenas através da sugestão com os sons e os diálogos. É uma manipulação de emoções e um trabalho de imaginação precisos. É cinema em alto nível. Faz jus total à proposta do suspense, que é o medo e a expectativa sobre aquilo que não se vê. E isso tudo sem falar da narrativa especular do filme, que te guia por um determinado caminho, e quando você já comprou totalmente aquela ideia, entra um plot twist devastador.
Não é um filme que tem grande status, mas só pela proposta técnica e criativa que ele traz pro cinema atual, não tem como dar menos que cinco estrelas. Quem reclama que é "arrastado", realmente não conseguiu compreender a genialidade dessa proposta. A ideia no cinema de que "menos é mais" nunca fez tanto sentido e se encaixa perfeitamente nesse caso.
Fé Corrompida
3.7 376 Assista AgoraEsse filme tem uma das melhores construções de personagens do cinema nos últimos anos. O Paul Schrader é um mestre do roteiro. Mas aqui ele não teve a mesma capacidade pra direção. O filme talvez tenha necessitado das mãos de um diretor melhor pra funcionar, como foi na parceria do Schrader com o Scorcese em Taxi Driver.
Se Manchester à Beira Mar ganhou o Oscar de Melhor Roteiro com esse mesmo estilo e proposta, o Schrader deveria ter recebido no mínimo uma indicação em alguma das principais premiações pelo roteiro.
Mas o conjunto do filme não funciona, e o final, por mais metáforas que possa ter, é fraco e não acompanha o restante da proposta do filme. Poderia ter sido mais criativo.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA proposta de interatividade e metalinguagem é fantástica, divertida e uma pequena amostra do que pode ser o entretenimento do futuro. Vale a pena por isso. Mas só por isso.
Porque a combinação dessa função com a(s) narrativa(s) deste filme não funcionou. Primeiro porque não existe um "filme" propriamente dito, uma história concreta pra cada escolha. A impressão que dá é que o enredo não avança e o filme fica só dando voltas nas escolhas que você faz. Não existe uma narrativa fluída e bem construída com começo, meio e fim. Fica muito picotado e às vezes até confuso. A própria premissa da história é fraca.
Sem falar que é um saco em alguns momentos você ser obrigado a retornar pra um ponto anterior e fazer a escolha certa. Muita gente curtiu isso, acreditando ser uma metáfora de que "o público acha que tem total poder, mas também está sendo manipulado", mas só achei perda de tempo e falta de verba da Netflix mesmo.
Pra mim, o ideal seria que houvesse uma narrativa lógica e completa pra cada escolha, independente se foi a correta ou não, até pra que a proposta de que "cada ação tem uma reação" e "cada escolha tem uma consequência" tivesse mais impacto com uma sequência de desfechos que constrói uma história completa e tradicional.
Mas é só um experimento. Vai que melhoram da próxima vez.
Depois de Horas
4.0 456 Assista AgoraEsse filme é uma viagem total, bem ao estilo humor negro. Divertido e gostoso de assistir. Imagino que o próprio Scorsese tenha se divertido muito fazendo. Uma Noite de Crime versão comédia.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraEsse estilo cru, extremamente intimista e contemplativo não é o meu preferido no cinema. Sempre acho que dá pra deixar uma obra mais dinâmica e com um pouco mais de ritmo sem perder sua qualidade (e não, não estou falando dos filmes convencionais, blockbusters e de super heróis).
De qualquer forma, é preciso dar o braço a torcer dessa vez. Roma é um filme que te pega pela beleza e simplicidade. Maçante em boa parte do tempo, mas com cenas belíssimas, de grande impacto e uma fotografia fantástica. É um filme pra quem sabe avaliar e apreciar esses aspectos, por isso, não é pra todo mundo, mas deveria ser.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraAchei o filme apenas mediano. E talvez toda essa exaltação a ele seja apenas reflexo do momento aflorado de militância que a gente vive hoje. Não gosto de meter política no meio ao avaliar um filme, mas é preciso chamar atenção pra grande hipocrisia que existe nesse sentido. BlacKkKlansman é um filme MUITO panfletário, e a sequência final escancara isso.
É importante discutir um assunto tão sério como o racismo, mas a forma como o filme faz isso, com tamanha militância, não é um ponto positivo, avaliando como obra cinematográfica. E quando você vê todos esses elogios, dá pra constatar a hipocrisia por trás. Porque pra muita gente, não é um filme militante bom. É um filme bom porque é militante.
O problema é que você vê por aí muitos filmes mais conservadores, como os religiosos, sendo detonados pela crítica e por parte desse mesmo público, e advinha por que? "Porque são panfletários, fazem pregação". Mas peraí, essa não é a mesma razão pela qual elogiam outros filmes como este? Então a questão não é ser panfletário ou não, é simplesmente estar de acordo com a ideologia de quem avalia. E reconheço que a grande maioria dos filmes conservadores e religiosos têm qualidade cinematográfica baixa, mas é inacreditável essa hipocrisia nas avaliações que eu vejo, quando se critica um por tal motivo, e elogia outro pelo mesmo motivo.
Então posso dizer que BlacKkKlansman é um dos filmes mais superestimados do ano. E pra não parecer que estou relativizando a importância da discussão sobre o racismo, cito Get Out, um filme recente que realmente é bom e aborda o assunto de forma fantástica, com metáforas e estimulando a reflexão sem precisar ser militante e panfletário.
Não quero levar pro lado da guerra ideológica, é apenas uma constatação de uma situação que considero injusta. Falta critério.
Barry Lyndon
4.2 400 Assista AgoraEsse é um tesouro perdido do Kubrick. Quando se fala das obras do diretor, todo mundo cita Laranja Mecânica, 2001 e O Iluminado, enquanto que Barry Lyndon pouco é lembrado.
O que eu mais admiro no Kubrick é o cuidado que ele tinha com a produção. Quando você assiste às obras consegue até sentir a paixão com que ele produziu aquilo, e se for pesquisar um pouco mais sobre os seus métodos detalhistas de trabalho vai comprovar isso. Barry Lyndon pode ter sido realmente uma pequena amostra do que ele seria capaz de fazer com o filme sobre Napoleão, que nunca conseguiu produzir. Agora entendo porque muita gente fala que esse foi o melhor filme jamais feito. Outra coisa que eu gosto muito no Kubrick é que praticamente todos os filmes dele são vistos por um ponto de vista grandioso, com uma fotografia e direção de arte bem alinhadas, trazendo muitos planos abertos que enriquecem a produção.
Também gosto de filmes que investem nessa trajetória intensa de personagem, passando por vários percalços mundo afora, e seguindo a linha de ascensão e queda. E quando você termina Barry Lyndon e rememora toda a jornada do personagem, percebe a força da obra e de como isso foi bem feito. O filme é bem marcado em duas partes que também evidenciam os lados opostos do Barry e a sua ascensão e declínio. Na primeira parte ele é mostrado como um verdadeiro herói, praticamente sem defeitos, chegando a ajudar aqueles que o prejudicaram. Já na segunda parte, entra a outra faceta do personagem, que provoca a sua queda.
O filme só não leva nota máxima porque ainda teve algumas coisas que me incomodaram. Acho que o Kubrick exagerou um pouco no zoom invertido. Poderia ter usado isso com moderação, mesmo sendo apenas um detalhe pra muita gente. O longa poderia ter sido mais compactado. No começo da segunda parte, ele fica um pouco cansativo, quando a jornada do personagem dá uma certa estagnada, e você já começa a sentir o tempo, e só volta a melhorar na última meia hora. Outra coisa que me incomodou foi a narração, que fica explicativa demais em muitos momentos.
Fora isso, é um baita filme. Pode parecer "arrastado" pro público médio, mas é uma obra essencial pra quem é amante do cinema. O Kubrick era um gênio.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraÉ um clássico e pioneiro em vários aspectos. A trilha principal é sensacional, uma das melhores e mais marcantes da história do cinema, apesar de ser repetida umas cem vezes. Outro ponto positivo é que o filme não apela tanto pra jumpscares com aquelas trilha sonoras crescentes que tentam guiar o público o tempo inteiro para os momentos de susto. O resultado final fez com que o filme tivesse um ritmo um pouco mais lento, mas ainda muito tenso.
Os pontos negativos ficam por conta dos velhos furos e absurdos do gênero, como o assassino que aparece e some como um fantasma, que leva tiro, porrada e bomba e não morre, personagens que tomam atitudes infantis e por aí vai. Também achei que faltou explorar mais as motivações do Michael. Essa falta de clareza fez com que houvesse um mistério maior em torno dele, mas também deixou a impressão de que mata ou tenta matar alguns dos personagens "porque sim".
Mas apesar das falhas tradicionais, é um dos melhores filmes de terror que já vi. Ansioso pra assistir a nova versão.
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraNão chega a ser novidade filmes com essa proposta de se passar quase que integralmente através da tela de computadores, mas foi o que melhor conseguiu explorar isso até agora. Tem várias sacadas inteligentes, e consegue indicar as emoções dos personagens muitas vezes apenas pela forma como escrevem, com direito até a "textão", que depois se arrepende e apaga antes de publicar. Como hoje as redes sociais fazem parte da vida de todo mundo, é quase impossível não se identificar, e faz a gente ficar surpreso do quanto.
Vale aplausos pra direção, que mesmo com o filme sendo mostrado por esse ponto de vista, não te deixa com tédio em momento algum e te prende do começo ao fim. É uma tarefa que parece fácil, mas precisa de muita inteligência e competência por ser um trabalho pouco convencional no cinema. A direção de arte também merece destaque pela ideia de reproduzir a interface real dos sistemas operacionais e das redes sociais, tornando o projeto mais autêntico.
Só me incomodou um pouco o filme ter dado algumas "tapeadas", saindo do ponto de vista dos computadores em alguns momentos e mostrando imagens de câmeras de segurança e de televisão. Acredito que ainda dava para manter a proposta de forma integral, já que hoje tudo é postado e visto na internet, inclusive vídeos de programas de televisão. Também acho que houve um certo exagero nos plot twists mirabolantes demais no final. Havia diversas possibilidades pra fazer algo mais pés no chão.
De qualquer forma, é um filme que vale muito ser visto. É criativo e representa bem a era conectada que a gente vive hoje.
Operação Final
3.6 118 Assista AgoraJá vi vários filmes sobre operações relacionadas à Segunda Guerra, como Valquíria, Anthropoid e O Homem Que Nunca Existiu, e esse talvez tenha sido o pior. Faltou mais tensão. A história é apática e linear demais ou talvez tenha sido narrada de uma maneira ruim. O tempo de duas horas foi mal dosado. Poderiam ter reduzido a duração ou explorado o passado de fuga de Eichmann logo após o fim da guerra pra que a captura dele tivesse mais impacto. A operação em si foi muito simples e sem grandes obstáculos. Pouca coisa que justifica essa duração.
A Primeira Noite de Crime
2.7 552 Assista AgoraO pior filme da franquia. Os objetivos dos protagonistas são fracos, e o conceito da purgação foi muito mal explorado, ainda mais por mostrar como tudo começou. Mas senti falta mesmo daquela atmosfera de suspense que os filmes anteriores criaram muito bem.
Aos Teus Olhos
3.4 288 Assista AgoraO filme levanta várias questões sociais como homofobia e influência das redes sociais, e talvez a proposta seja chamar atenção mais para os temas abordados do que a revelação se o protagonista é realmente culpado ou não.
Então acredito que o final aberto faça referência justamente ao título "Aos Teus Olhos", onde fica a critério do público definir se ele está sendo injustiçado ou não.
Mas independente dessa proposta, não deixa de ser um desfecho broxante. O filme poderia ser auto-suficiente, levantando essas reflexões, mas também revelando o que realmente ocorreu, porque o desenrolar da trama gira em torno desse mistério. Poderia até não entregar tudo mastigado, com um final complexo, mas pelo menos deixar pistas suficientes pra que o espectador pudesse realmente concluir o que aconteceu.
Um filme com os mesmos temas e que faz isso muito bem é A Caça.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraAtuação magistral do Al Pacino, ótima construção de personagens e uma aula de como fazer uma sequência. Mas é exaustivamente longo. Dava pra fazer um excelente filme só com metade desse tempo. Coppola parece ter pena de cortar cenas na edição.
Catfish
4.0 346A veracidade do documentário pode gerar alguma discussão. Se for verdade, é uma excelente história real, e muita gente vai se identificar com os temas. Se for falso, os diretores e o elenco mereciam ter ganhado o Oscar pelo trabalho e a atuação, porque nunca vi um mockumentary com esse grau de realismo. Algumas sequências, principalmente no final, como a fala elaborada demais do marido da Angela e a cena final dela com o Nev, deixam uma pulga atrás da orelha. De qualquer maneira, que baita documentário! Mexe demais com as suas emoções, te prende durante toda a duração e gera muita expectativa e tristeza.
É uma mistura perfeita da essência do cinema (que é mexer com as emoções do público) e de um bom documentário (que tem uma história real fantástica pra contar e que conta de maneira clara e objetiva), e com uma boa reflexão de vida como bônus.
Deus Não Está Morto: Uma Luz na Escuridão
3.2 48 Assista AgoraEsse foi o filme da franquia que mais procurou evitar pregação, focando nos relacionamentos e nos conflitos de fé dos personagens. Tentou agradar um público mais amplo, e talvez por isso muitos religiosos não tenham aprovado tanto e achado os anteriores melhores. Em compensação, o longa ganhou mais qualidade e profundidade. Mas é uma pena que mesmo assim ainda sofra com o preconceito da crítica e de muitos que não são religiosos.
O pior é que existem diversos filmes de outros nichos por aí que são ainda mais panfletários do que os religiosos e não são alvos dessa intolerância. Pelo contrário, são exaltados pela crítica e recebem até prêmios.
Esse foi um dos melhores filmes religiosos que eu vi nos últimos anos. Mas independente da qualidade, o preconceito e a hipocrisia vão impedir que ganhe o devido reconhecimento.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraDefendo filmes com essa pegada de terror mais sugerido e pés no chão pra tentar dar uma renovada nesse gênero, e mesmo assim achei A Bruxa bem fraco.
Primeiro pela própria filosofia do filme, que pelo que interpretei, tenta transmitir a mensagem generalizada de que a religião é uma "vilã da sociedade" e que "priva a liberdade" de modo geral, reforçando um rótulo que vem sendo cada vez mais batido no cinema. Não que a religião não tenha seus problemas, mas fazer uma abordagem desse tipo, mesmo que de forma sutil, é tomar partido de uma coisa que na prática tem os seus dois lados, e aí vira um tipo de moralismo preconceituoso.
Segundo pela própria questão do excesso de simbolismos e dualidade, fazendo com que muita coisa passe batida aos olhos do grande público. Tenho uma ideia mais conservadora e não vejo lógica em se apresentar uma história permitindo que cada um interprete determinadas situações da forma que bem entender. Não quero ter que ir pesquisar o que significa o coelho que aparece no filme, e nem imaginar que seja uma coisa A, enquanto o diretor pensou em uma coisa B, e outro acha que é uma coisa C. Tem gente que não vê problema, então é uma coisa mais pessoal. E não é nem questão de entregar toda a história mastigada, mas de saber dosar a complexidade e deixar as pistas certas pra que se faça um filme autossuficiente e que se tenha uma única conclusão de forma mais clara.
A reconstituição de época e a ambientação são bem muito bem feitas. Só esperava mais da história mesmo. E independente dos simbolismos, o desfecho é horrível.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788Tecnicamente é um dos melhores filmes de ação que já vi. Cenas muito bem realizadas e de tirar o fôlego, com ótima fotografia, e que têm ainda mais credibilidade pela maioria ter sido realizada com o próprio Tom Cruise, sem dublês. É adrenalina do começo ao fim.
O problema é que o filme ainda apresenta as velhas convenções de gênero, narrativa clichê, muita reviravolta forçada, situações absurdas e diálogos expositivos. Quem é mais chato em relação a isso não vai encontrar grandes novidades. Mas quem curte filmes mais populares e quer apenas ver ação pura, vai se surpreender e encontrar uma produção de muita qualidade.
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraO sucesso de Tropa de Elite não foi à toa. Tem grandes atuações, principalmente do Wagner Moura, que não é um ator à altura do status que alcançou, mas teve um ótimo desempenho aqui. Mas acredito que o diferencial mesmo é que o filme consegue ser realista, crítico e politicamente incorreto sem se curvar à problematização insuportável de hoje, batendo em todos os lados, incluindo a classe elitista, que é a principal responsável por toda a lacração. Talvez nunca mais façam um filme com esse mesma abordagem no Brasil. Se na época já deu alguma polêmica, hoje em dia nem chegaria a ser lançado.
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraO filme acaba se tornando mais grandioso do que é por causa da atuação espetacular do Al Pacino. É um clássico e um dos precursores dessa violência mais gráfica que hoje é uma marca do Tarantino. Gostei da direção de arte, que apostou em cenários grandiosos e a ostentação da máfia na época. Mas é um filme um pouco superestimado, superficial, e não chega a ser uma produção impecável em todos os aspectos.
Calibre
3.4 327 Assista AgoraFinalmente um filme bom da Netflix. É tenso do início ao fim. Quem fala que não acontece nada na história deve ter assistido outro filme.
Consegue te prender desde do começo porque aborda um tipo de situação que poderia acontecer com qualquer um e levanta dilemas morais. O cenário opressivo da floresta e do vilarejo e o clima de desconfiança que cerca os protagonistas contribui muito pra esse clima de tensão que funciona.
O que não me convenceu muito foi o final. Não a questão do desfecho "complexo e reflexivo" ou da última imagem do filme, mas da decisão do pessoal do vilarejo. O filme tem uma proposta mais realista e pé no chão, por isso achei a decisão do pessoal do vilarejo inventiva e surreal demais pra acompanhar a proposta geral. Descambou um pouco pra aqueles desfechos de terror ou filmes de vingança convencional.
Nada A Perder - Contra Tudo. Por Todos
2.1 206Um dos problemas de se fazer cinema no Brasil é que muita gente deixa prevalecer suas ideologias e preconceitos e vai assistir muitos filmes nacionais já disposto a detonar. Às vezes nem chegam a assistir e mesmo assim criticam. Não sou evangélico e não tenho motivo nenhum pra defender o Edir Macedo. O cara pode ser um trambiqueiro ou um homem injustiçado, mas vou avaliar da maneira que tem que ser feita: como obra cinematográfica.
O filme tem uma narrativa tendenciosa, glorifica o Bispo, retratando como um herói sem defeito nenhum e vítima de todos, além de apresentar uma espécie de cartilha de propaganda da Universal, e não provocar nenhuma reflexão. Isso pro cinema é muito pobre. A direção não traz novidades e usa muitos recursos clichês. Mas, nem tudo se perde no filme. O Petronio Gontijo é bom ator e faz um trabalho legal aqui. Tem cenas de bom valor dramático, e a reconstituição de época é bem feita. Nesse sentido, é um longa bem produzido para os padrões brasileiros.
O filme é bom? Não. Mas é pra nota zero? Também não.
Archivo 253
1.6 52Sou fã dessa pegada de found footage claustrofóbico, tipo Fenômenos Paranormais. Mas esse aqui se perdeu inteiro. História muito mal conduzida e você não enxerga nada em 70% do filme, pelo escuro e de tanto que a câmera treme e desfoca. Não tem desculpa por ser uma produção independente. É um dos piores filmes que já vi até hoje
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraO filme tem uma pegada simples, então pra quem vai assistir com muita expectativa, pode acabar se decepcionando.
Achei bem legal essa ideia de 80% não ser falado e os personagens se comunicarem mais através de gestos. Esse é o principal diferencial do filme. O silêncio contribui demais pra criar tensão, e tem cenas que funcionam bem com isso. Esse gênero de scfi com suspense já está um pouco desgastado, então é difícil criar algo realmente novo, apesar da ideia do som ser original. A fotografia também é interessante.
O filme tem seus furos, como os descuidos infantis e de praxe dos personagens e a ideia do som atrair a ameaça só quando é conveniente pra história. Mas no geral, dá pra se divertir.
Quelé do Pajeú
3.7 16A premissa é interessante e o filme até começa bem, mas se perde inteiro no último ato. As mudanças de foco da trama e o desfecho são bizarros. É um filme bem datado.