Maria da Paz... Achei uma protagonista fraca. E o concurso de culinária foi uma enrolação. Tiveram personagens que perderam função e caíram na artificialidade. Chiclete ficou sem função, Vivi Guedes se arrastou com essa trama com o Camilo. Vivi está ameaçada por Camilo e Fabiana não está em guerra com essa irmã, como o roteiro prometia. Agno também perdeu o destaque. Seu relacionamento com Mão Santa não empolgou tanto e o personagem de Malvino ficou avulso, deixando para se vingar de Fabiana só no fim. Como Amadeus, o Regis é outro que ficou apagado. Mal tem cenas. Perdeu o destaque do começo. Sinceramente, o único acerto da novela é Josiane. A vilã é sensacional e magnética. Obliterou o brilho de Maria da Paz, que foi uma mocinha burra. Jô foi magnética e seduzem-te. Agatha Moreira 'MIL'. Não existe palavra que descreva o seu talento nesse papel. Por isso que Bianca Bin faria esse papel. Depois de Clara, Walcyr tinha que presentear a atriz com uma personagem excelente que brilharia mais que a mocinha. Agora, Agatha me pareceu insubstituível. Bianca que me perdoe. Fabiana foi uma vilã que só se destacou em poucos momentos. Era de esperar bem mais. Inclusive, o conflito das irmãs (vivi versus Fabiana) ficou de lado. Acho que a falta de par evidenciou a fragilidade do roteiro e Maria ficou numa enrolação de concurso e sem ter um merecido destaque.
"A Dona do Pedaço" levou ao ar muitas incoerências de uma só vez e deixou muita gente indignada nas redes sociais. Os telespectadores que acompanham a novela estão cada vez mais saturados dos detalhes sem sentido nessa reta final.
Por causa disso, o capítulo 146, que foi ao ar na Globo nesta terça-feira (05/11/2019), virou motivo de revolta entre o público, que encontrou 5 motivos para contestar e manifestar sua insatisfação com a reta final da novela. Saiba todos!
Antero advogado? Antero (Ary Fontoura) sofreu uma perda grave de memória, passou um tempo com dificuldade para se lembrar até mesmo de pessoas que amava, como Marlene (Suely Franco), mas foi capaz de voltar a atuar como advogado rapidamente. Durante o capítulo que deu o que falar, Antero demonstrou estar confuso, dando sinais de que ainda não está bem, mas não esqueceu as leis, aceitou um caso de homicídio e ainda tirou Régis (Reynaldo Gianecchini) da prisão, o que não faz sentido.
Reação de Régis Régis ficou confuso ao ser libertado e perguntou ao advogado o que tinha acontecido. "Eles já descobriram quem cometeu os crimes. Foi Josiane", esclareceu Antero. "O quê? Não! A Jô não faria isso", reagiu o ex-playboy. A incoerência está no fato de que, quando foi acusado, Régis disse que Josiane era a única pessoa interessada em cometer os crimes, ainda mais por manter em segredo o relacionamento deles de Jardel (Duio Botta).
Atitude de Camilo Camilo (Lee Taylor) decidiu vazar informações confidenciais sobre o caso de Josiane (Agatha Moreira) para a imprensa e todos ficaram sabendo qual era a prova que a polícia tinha contra a vilã. O que não faz nenhum sentido é que o investigador tem um cargo de destaque na polícia e está colocando tudo a perder por causa de uma influenciadora digital que, em tese, ninguém além dos conhecidos dela querem saber sobre.
Depoimento da criminosa Muitas pessoas foram visitar Josiane na delegacia, como Fabiana (Nathalia Dill) e Agno (Malvino Salvador), mas a vilã foi obrigada por Camilo e Yohana (Monique Alfradique) a depor assim que foi presa. Ainda que tenha cometido dois homicídios, Josiane teria direito a fazer o procedimento somente na presença de seu[ advogado, conforme previsto por lei, mas foi coagida pelos policiais, o que não está certo.
Oferta de Otávio Otávio (José de Abreu) decidiu ajudar Vivi (Paolla Oliveira) a fugir com Chiclete (Sergio Guizé) e surpreendeu a filha ao propor a compra de um hotel em uma ilha para que os dois pudessem viver sozinhos e isolados. "Eu já estou fechando negócio com aquele hotel", revelou o empresário. O que ninguém chegou a cogitar é que seria muito mais fácil usar toda essa fortuna para contratar os melhores advogados para o justiceiro e livrá-los de uma vez por todas.
A novela das 18 horas da Rede Globo tem um grande elenco e lindas imagens, ainda sim falta uma boa história para se tornar atraente para o telespectador. O tema central trata de feitiços praticados por índios que dura séculos e vai matando todos os homens da família do protagonista (Solano-Murilo Rosa). Com isso, já morreram todos, inclusive seu pai, portanto só restando o mesmo como a próxima vítima da terrível maldição.
Ficou atraído para assistir? Difícil...
As subtramas também não são nada incríveis. Há um viúva (Suzana Pires) que idolatra o marido e com isso reluta em assumir seu amor por um bonitão (Fred-Raphael Vianna) filho do vilão da historia (Max-Lima Duarte), e ainda tem que disputá-lo com sua irmã invejosa (Nancy-Marianna Rios). Temos um núcleo circense chatíssimo formado pelos ótimos Emilio Orciollo Neto, Nando Cunha e Thaís Garayp, além de mais algumas tramas que nada acrescentam.
Os bons momentos da novela se devem às atuações de Laura Cardoso, Eva Wilma, Yunes Chami (o hilario Mamede Mascate), Julia Lemmerts e Lima Duarte. Milena Toscano segura bem o posto de protagonista e não faz feio. O mesmo não se pode dizer de Cléo Pires, que está muito ruim e não tem expressão alguma.
Há mais uma falha grave na novela: a falta de agilidade. Hoje em dia o público não tolera mais histórias lentas e que se arrastam ao longo dos capítulos. Em Araguaia nada acontece com rapidez e verdade seja dita, nem tem histórias o suficiente para movimentar a trama. Com isso, o telespectador pode ficar duas semanas sem ver a novela que não perderá grandes acontecimentos.
A novela vem obtendo baixos índices de audiência (em torno dos 20/23 pontos) devido ao horário de verão, que sempre prejudica qualquer produto exibido no final de tarde. Mas não podemos negar que isso também se deve à falta de criatividade e desenvolvimento da história.
Após o sucesso de 'Cama de Gato' e 'Escrito nas Estrelas', 'Araguaia' tinha a missão de manter os elevados índices no horário, mas fatalmente não conseguirá. Walther Negrão já escreveu grandes novelas, como as mais "recentes" 'Desejo Proibido' e 'Como uma Onda'(essa apesar de ter sido boa não teve grande repercussão). Agora definitivamente o autor não foi feliz em 'Araguaia'.
Na sua trama, Walther optou por uma história pouco atraente, cujo tema principal era baseado em feitiços indígenas, que evoluía lentamente. Além de não se sentir atraído pela trama, o telespectador ainda via diversos personagens desnecessários e que pouco acrescentavam. E para piorar, os papéis centrais também sofriam pela falta de uma bom enredo. O resultado foi um vilão (Max - Lima Duarte) que não funcionou e um casal protagonista (Manuela/Milena Toscano e Solano/Murilo Rosa) que deu errado. A novela terminou sem empolgar e com um clima de monotonia que reinou do início ao fim. Agora, com seus erros, Walther Negrão mostraria que aprendeu com seus deslizes.
O "Mais Você" estreou no dia 17 de outubro de 1999 e marcou a transferência de Ana Maria Braga da Record para outro canal. O programa matinal chegou a mudar de horário algumas vezes ao longo de seus 20 anos (completados hoje, 18/10/2019) de emissora (incluindo até um período na grade vespertina), agora se estabilizou e hoje é a maior audiência das manhãs da líder. A apresentadora e seu inseparável Louro José (Tom Veiga) têm um público fiel e a equipe da atração em nenhum momento se acomoda com isso, sempre procurando novidades para o formato.
Tanto que a produção conseguiu criar vários quadros ótimos que entram em esquema de rodízio, evitando maiores desgastes e preenchendo muito bem o tempo do programa. Não existe uma regra para a exibição de cada um, agora todos estão sempre lá, despertando a atenção do telespectador e divertindo Ana Maria. O curioso é que não foram criados ao mesmo tempo. As ideias é que funcionaram tão bem que acabaram se firmando na atração, sem haver a necessidade da extinção de um para a entrada de outro.
Um dos primeiros foi o "Super Chef", em 2008, com três temporadas. Em 2012, o formato começou a contar com artistas disputando o posto de melhor cozinheiro e passou a se chamar "Super Chef Celebridades". Até hoje o reality faz sucesso, ficando três semanas no ar. A oitava temporada foi ao ar no primeiro semestre e teve Nando Rodrigues como campeão.
O "Super Chefinhos" é a versão infantil da competição e já foi para a sua quinta temporada ---- a primeira estreou em 2009, enquanto a segunda só foi ao ar em 2016 e a terceira ano passado. No caso das crianças, a disputa dura menos: apenas uma semana. A vencedora de 2019 foi Raphaela Alvittos.
Em 2012, estreou outro quadro excelente: o "Jogo de Panelas". Cinco pessoas que amam cozinhar se inscrevem para participar da competição. A cada dia da semana, os participantes se reúnem para degustar um jantar preparado por um dos candidatos. Todos dão suas notas em cada encontro e, no final, quem pontua mais vence. Agora, também há pontos extras na decoração do ambiente, atração escolhida (um cantor contratado, mágico...), figurino, enfim. Normalmente, há algumas intrigas e rivalidades entre os competidores, apimentando a disputa. Dura uma semana e o resultado é divulgado ao vivo por Ana com todos presentes no estúdio. Vinte e cinco edições já foram ao ar.
"Dando um Retoque" é mais um quadro que prende quem assiste. No caso, não é um formato nada original. Uma pessoa de origem humilde pede ajuda para Ana Maria reformar um cômodo de sua casa. Acontece que a diferença está nos detalhes. O arquiteto Jairo de Sender tem a missão de fazer a reforma em apenas 48 horas e sempre tenta reaproveitar vários utensílios e móveis. Bem diferente de situações mais assistencialistas, observadas em programas como "Caldeirão do Huck" (Globo), "Eliana" (SBT) e "Hora do Faro" (Record), por exemplo. Ainda dão dicas, no final de cada reforma, de como fazer vários enfeites que a equipe de Jairo cria para cada casa. Ele, aliás, é o carisma em pessoa, além de muito emotivo.
"Você Mais Poderosa" (que posteriormente passou a se chamar "Tapa no Visual") também merece menção. Beto Carramanhos (curiosamente revelado no "Jogo de Panelas") e Dani Ferraz são os responsáveis pela transformação física e psicológica na vida da pessoa que se inscreve para participar, normalmente mulheres. É aquele quadro clássico do "Antes/Depois", ocorrendo, com o DNA do "Mais Você". Ou seja, sem apelação. A escolhida tem uma renovação no guarda-roupa, tratamento de estética e uma temporada em um hotel luxuoso. Beto é o cabeleireiro oficial, além de bancar o "psicólogo", sempre extraindo bons e emocionantes desabafos. Dani é a responsável pela moda e maquiagem. Assim como o "Dando um Retoque", dura apenas um programa, preenchendo bem o tempo da atração.
Jimmy McManis é mais uma grata revelação do "Jogo de Panelas". O participante virou repórter do programa e sempre visita cidades com o objetivo de conhecer a culinária local, cozinhando para o povão com sua cozinha "viajante". Ele ainda forma uma ótima dupla com a jornalista Nádia Bochi, protagonizando divertidos e emocionantes momentos com o quadro "Na Estrada", onde ambos viajam para lugares paradisíacos e muitas vezes pouco conhecidos do grande público. A característica da viagem, inclusive, é a dupla passar alguns dias na casa de algum anfitrião, levando a equipe de filmagem junto, claro.
E, em 2017, Ana Maria trouxe mais um novo quadro que engrandeceu o programa. O "Fecha a Conta" é uma criação original (vários outros citados são formatos estrangeiros) e funcionou muito bem na atração. Cinco cozinheiros profissionais participam de uma disputa que consiste em gastar o menos que puder em compras, pois toda a quantia que sobrar reflete no prêmio que o ganhador leva. E não adianta gastar pouco e preparar um prato ruim, afinal, três jurados são escolhidos para uma avaliação rigorosa. A competição dura uma semana e todo dia há eliminação, sobrando apenas dois para a final na sexta-feira. E são edições temáticas, como "Churrasco", "Prato Feito", "Massas", "Pizza" e "Comida Mineira".
O "Mais Você" não carrega o posto de maior audiência das manhãs por acaso. Ao longo destes 20 anos (e mais de 5000 edições), o programa comandado por Ana Maria Braga e Louro José tem procurado se renovar sempre e vem conseguindo atingir esse objetivo com louvor. Todos os quadros mencionados engrandeceram a atração, entretendo o telespectador, que ainda conta com as rotineiras receitas da apresentadora, tão amadas pelas donas de casa.
6 motivos para fazer Josiane uma das melhores vilãs da década:
1 - É cômica em alguns momentos; 2 - É Fria e sem sentimento; 3 - É bandida, assassina; 4 - Muda a situação o tempo todo; 5 - É extremamente falsa (o que já torna divertida); 6 - Não mede esforços pra conseguir o que quer.
Josiane, quer dizer, Agatha Moreira te amo
Subestimar demais a inteligência do da sociedade. A educação nesse país realmente está de mal a pior, atingindo até o raciocínio do escritor. Deus tenha piedade desse povo brasileiro. ... - Leia mais em https:// noticiasdatv.uol.com.br/noticia/novelas/dona-do-pedaco-abusa-de-situacoes-rocambolescas-e-beira-o-constrangimento-30074
JOSIANE, a metida à rica Olha, se ela é uma vilã terrível, capaz até de matar, é também um tipinho patricinha que agrada muito. A personagem de Agatha Moreira é uma sensual mulher com iniciativa, um tipo que sabe muito bem do que gosta e, principalmente, do que não gosta. Ao ser seduzido por ela, você pode ir à falência, já que é metida a rica e gosta de tudo do mais caro.
Bonus VIVI GUEDES... é extremamente difícil se destacar quando se deparam com o furacão Vivi, de Paolla Oliveira. Tanto a personagem, quanto a atriz esbanjam sensualidade e carisma. Com papel coadjuvante, ela conseguiu até roubar o protagonismo da novela, com uma história nem tão mais chamativa do que a que tem papel principal.
Novela da Globo erra ao retratar cena de divórcio e de pensão alimentícia De acordo com advogados, questões como provas de traição e pedido de prestação de contas não são discutidas mais
A novela das nove da tevê Globo cometeu um deslize ao reproduzir uma audiência de divórcio, de acordo com advogados. A cena, de A dona do pedaço, foi exibida na quinta-feira (02/08/2019) e, de acordo com Rafael Gonçalves, advogado de direito de família, teve uma série de más explicações que podem desinformar quem assiste. "Por essas cenas terem muita audiência, acabam por tumultuar situações que já estavam pacificadas", afirma.
De acordo com ele, depois da exibição do episódio várias pessoas o procuraram com dúvidas. “Apesar de ser uma trama, tem uma relevância muito grande, alcança milhares de mulheres que já não tem muita informação."
Na trama, Agno (Malvino Salvador) decide se divorciar de Lyris (Deborah Evelyn), mas não quer perder o patrimônio. Na audiência judicial, o personagem afirma ter sido traído pela esposa, e que, inclusive, tem uma filmagem que comprova a infidelidade. "Tenho provas. Aqui está o vídeo dela com o entregador na cozinha", afirma.
Após as acusações, o juiz declara que Lyris é responsável pelo fim do relacionamento e que, por isso, ela receberá uma pensão de apenas um salário mínimo, como requerido pelo ex-marido.
De acordo com o advogado Rafael Gonçalves, este foi o primeiro erro da cena. Pois, em separações não cabe apresentar quaisquer tipos de provas ou de apontar culpados. "Os divorciandos estão discutindo a possibilidade de perda de direitos por causa de uma traição. Isso não existe mais. A partilha é feita de acordo com o regime da união", esclarece.
A advogada Mayara Magda Ferrieira, do Caporale. Ferreira e Souza advogados, também vê problemas na cena. "Desde 2010 não se discute mais culpa em nenhuma dissolução de união estável. Naquela cena, ele trouxe uma prova, que era um vídeo, isso fere o direito. Ela, inclusive, poderia entrar com uma ação por danos morais”, argumenta. Pensão alimentícia Na continuação, fica definida uma pensão para a filha do casal, de três salários mínimos, e que a mãe terá que comprovar o que é feito com o dinheiro. “No contexto da cena não foi analisado o binônio (necessidade versus possibilidade). Para fixar valores, primeiro é preciso analisar o quanto o pai ganha e depois a necessidade da criança. Pelo fato de o personagem ser sócio de uma empreiteira, daria para ele dar uma pensão maior. Porque a criança precisa ter o mesmo conforto que os pais”, opina Rafael. A advogada especialista en direito de família Mayara Ferreira ainda acrescenta mais um elemento: a proporcionalidade. "Deve-se levar em consideração quais são as condições do pai", esclarece.
Mas, para Rafael Gonçalves, o pior foi a questão em relação a mãe ter ficado com a obrigação de comprovar os gastos do dinheiro. “No nosso ordenamento não se cabe prestação de contas de pensão. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) definiu que não pode permitir isso, porque isso influenciaria milhares de outras ações infundadas”, explica. “A pensão serve não só para alimentos, como para saúde, educação, lazer, cultura, moradia. Mas prestação de contas não se discute mais”, completa Mayara Ferreira. Ela ainda explica que, caso o pai tenha dúvidas como o dinheiro está sendo gasto, ele deve entrar com uma ação revisional de pensão.
Rafael ainda explica que casos como o da cena, que possam ter ocorrido na vida real podem ser revistos por meio de recursos. “Pode-se recorrer a instâncias superiores. Mas é claro que cada caso depende de uma análise”, esclarece. Mais um erro para a conta Essa não é a primeira crítica que a trama recebe. No início deste mês, os designs de interiores emitiram uma nota criticando a forma como a profissão está sendo retratada na novela.
O desagrado é em relação à personagem Stephanie, vivida pela atriz Daniella Galli, que para tirar dinheiro de Maria da Paz (Juliana Paes) está superfaturando o valor do serviço realizado na casa dela. "Desde seu surgimento na trama, ela apresenta erros grotescos sobre o labor do profissional e nas relações com os clientes numa clara demonstração, tanto da atriz quanto dos autores, de absoluto desconhecimento e desdém com tão importante profissão", afirma a nota.
Confira a nota na íntegra
O Design de Interiores Brasil vem a público repudiar de forma veemente a forma grotesca com que a nossa profissão está sendo apresentada na novela A Dona do Pedaço, da Rede Globo. A personagem Stephanie, interpretada pela atriz Daniela Galli, é uma representação caricata e desrespeitosa a toda a comunidade acadêmica e profissional do Design de Interiores brasileiro e internacional. Desde seu surgimento na trama, ela apresenta erros grotescos sobre o labor do profissional e nas relações com os clientes numa clara demonstração, tanto da atriz quanto dos autores, de absoluto desconhecimento e desdém com tão importante profissão. Stephanie está anos luz distante do que prega o código de ética profissional do Design de Interiores – e de qualquer outra profissão – além de não representar a seriedade e competência destes profissionais que, ao contrario do apresentado, nada impõem. Pelo contrário, investigam (briefing) as necessidades (problemas) dos clientes afim de propor as melhores soluções. Repudiamos, novamente, a personagem e exigimos retratação! Acrescentamos que não somos apenas decoradores (que é uma pequena parte de nosso trabalho). E também, que ‘arquitetura de interiores’ não existe!
Cinco (5) vezes que A dona do pedaço foi um atentado à inteligência do público
A dona do pedaço tem empresária de muito sucesso ingênua, assassinato em via pública sem ninguém ver e mais outros absurdos que deixam o público com a pulga atrás da orelha
O não compromisso com a verossimilhança é quase uma marca registrada de Walcyr Carrasco em suas novelas. O autor de A dona do pedaço guarda uma coleção de polêmicas em outros trabalhos e não faz diferente no atual folhetim das 21h.
O Próximo Capítulo engrossa o coro dos descontentes com alguns pontos de A dona do pedaço e se sente subestimado em alguns casos.
Com todo respeito à liberdade de criação para cada autor de dramaturgia, fizemos uma lista com CINCO (5) vezes em que Walcyr Carrasco insultou da inteligência do público:
1) Assassinato de Jardel... Jardel descobriu que Josiane trai Maria da Paz
Nos capítulos desta semana, o mordomo Jardel (Duio Botta – Leia entrevista com ator) foi assassinado por Josiane (Agatha Moreira) de uma maneira no mínimo estranha. A vilã marcou com ele em uma via pública e movimentada, perto de uma estação do metrô, para entregá-lo dinheiro proveniente de uma chantagem que ele estava fazendo com ela por ter descoberto o caso dela com Régis (Reynaldo Gianecchini). Eles estão conversando, com ele fazendo mais ameaças a ela, quando Josiane o empurra no meio da rua e ele é atropelado por um caminhão e morre. Toda a cena ー desde o encontro entre eles ー é filmado por Fabiana (Natália Dill), que sempre está na hora certa no momento certo, mas ninguém mais viu. Sim… a rua estava movimentada e ninguém viu que Jardel foi empurrado e nem que Josiane fugiu do local. Nem as câmeras de segurança registraram, pois, segundo o investigador Camilo (Lee Taylor), elas têm um ponto cego. Adivinhou onde Josiane estava? Pois é!
2) Pensão alimentícia de 1 salário mínimo
Na verdade, todo o processo de divórcio entre Agno (Malvino Salvador) e Lyris (Deborah Evelyn) é um atentado à nossa inteligência, salvo apenas pelos dois atores, que estão bem no papel. Mas a gota d’água foi uma decisão judicial concordar com Agno e fixar a pensão para Lyris em um salário mínimo, fazendo o padrão de vida dela e da filha do casal despencar. O Correio fez uma matéria sobre os erros jurídicos desse divórcio. Volto a dizer que respeito o livre criar de Walcyr, mas o público não é mais bobo, não!
3) A “inocência” de Maria da Paz
A rede Bolo da Paz é enorme ー tem 10 lojas e caminha para abrir mais duas. Tudo isso é fruto do suor e do trabalho de Maria da Paz (Juliana Paes), que vive falando que se orgulha da trajetória que a levou de uma vendedora de bolos numa kombi a empresária de sucesso. Mas a “ingenuidade” de Maria da Paz é de deixar qualquer telespectador de muito mau humor. Ela é enganada pela filha Josiane e pelo marido Régis a todo momento. Até na contratação de um bufê superfaturado para o próprio casamento, Maria da Paz foi passada para trás. Mas ela não é do ramo? Não percebeu que estava sendo enganada? E olha que tem um batalhão capitaneado por Amadeu (Marcos Palmeira) e Márcio (Anderson Di Rizzi) tentando salvá-la. Complicado, viu…
4) Noviça malvada
Na primeira fase de A dona do pedaço, Fabiana escapou de ser morta e, ainda criança, foi parar num convento. As freiras a criaram. Ela era uma espécie de contadora e diretora financeira do local. Até que ela descobre que é irmã de Vivi (Paolla Oliveira) e vai em busca da parente rica. Mas onde Fabiana aprendeu tantos golpes e de onde ela tirou tanta malícia e mesmo o modo de falar e vestir? Vale lembrar que, ainda no convento, Fabiana reclamou que nem televisão podia assistir com frequência. Tem gente que acende uma vela para Deus e outra… Deixa pra lá!
5) Vovó matadora... Fernanda Montenegro esteve na primeira fase de A dona do pedaço
Também na primeira fase, A dona do pedaço era centrada na disputa sangrenta entre as famílias Ramirez (de Maria da Paz) e Matheus (de Amadeu). Uma das cenas mais comentadas dessa fase foi a chacina promovida por Dulce Ramirez (Fernanda Montenegro). Uma de nossas maiores atrizes protagonizou uma sequência de gosto pra lá de duvidoso. Durante um acerto de contas com Miroel Matheus (Luiz Carlos Vasconcelos), ela saca a arma e mata ele e os filhos dele, Ticiana (Áurea Maranhão) e Vicente (Álamo Facó), toca fogo na casa deles e volta pra casa numa carroça. Lá, ela conta o que aconteceu para o filho Ademir (Genézio de Barros) e para a nora Evelina (Nívea Maria) e morre. Detalhe: ela fez tudo isso baleada!
Assim como acontece costumeiramente também, o autor 'genial' Walcyr Carrasco foi deixando personagens pelo caminho e que agora parecem não ter mais função. E a lista de personagens é grande, confira mais alguns: Gladys, Dorotéia, Eusébio, Chico, Cornélia, entre outros. Teve ainda os personagens que tinham tudo para ter uma ótima história, e acabaram se perdendo no decorrer da novela, por exemplo, o romance entre Abel e Britney. Cássia aparece mais vezes, e também ficou perdida. Ela chegou a reclamar do pai se envolver com outro homem, quase foi agarrada por um pedófilo, mas foram participações rápidas, praticamente dispensáveis. Confira:
João Gabriel D’Aleluia (Carlito)
O personagem, filho de Amadeu (Marcos Palmeira) e Gilda (Heloisa Jorge), tinha relativa função enquanto a mãe estava viva e tentava viver em família com o filho e o marido. Acontece que, a partir da morte de Gilda, Amadeu voltou a girar em torno de Maria da Paz (Juliana Paes) e Carlito praticamente desapareceu da novela e quando aparece é sempre em cenas sobre outros personagens.
O ator interpreta seu primeiro personagem no horário logo depois de ter ganhado fama como um dos protagonistas de Se eu Fechar os Olhos Agora, minissérie que foi indicada ao Emmy Internacional.
Rosane Gofman (Ellen)
A governanta de Maria da Paz sempre foi uma personagem orelha. Ellen ajudava a boleira e empresária a ter sua casa equilibrada e era quase parte da família da protagonista. Acontece que Maria perdeu tudo para a filha.
A partir deste momento, Ellen seguiu trabalhando para Josiane (Ágatha Moreira) e viu sua história de orelha ir morrendo aos poucos. Vale lembrar que a atriz está no ar com um papel semelhante em Por Amor, em que interpreta Tadinha, a empregada de Helena (Regina Duarte).
Deborah Evelyn (Lyris)
Lyris nasceu como uma personagem controladora e que tinha uma vida sexual frustrada, tentando fazer mil loucuras para conquistar o marido Agno (Malvino Salvador). A partir do momento que o homem resolveu assumir sua sexualidade e se divorciou virou só mãe.
É bem verdade que Lyris ainda precisa controlar e ajudar a filha Cássia (Mel Maia), que vem tendo várias histórias desenvolvidas, mesmo assim, acabou assumindo uma função quase única de orelha.
Rosamaria Murtinho (Linda)
Linda nunca foi exatamente uma personagem importante na história. Mesmo assim, foi desenvolvida com enredo próprio e chegou a ter certo destaque na narrativa desenvolvida por Walcyr Carrasco.
A psicóloga que chegou a insinuar que Josiane era uma psicopata, foi perdendo espaço e atualmente mal aparece e não há nada que sustente sua presença em cena.
Nathalia Timberg (Gladys)
Se no início Gladys foi fundamental para o desenvolvimento da narrativa, já que foi a primeira a empregar e a descobrir a gravidez de Maria da Paz, além de ser a mãe de Régis (Reynaldo Gianecchini), isso tudo ficou para trás.
Desde que A Dona do Pedaço passou a afunilar-se, a personagem não tem tanto espaço e, sem história própria, ficou sobrando em cena.
Rosi Campos (Dodo)
Uma das sem teto que invadiram um prédio no início da novela, a personagem começou como o alívio cômico de uma novela cheia de tiros e mortes. Com a segunda fase mais colorida e com Maria da Paz rica, a personagem não foi desenvolvida.
Dodo deixou de ter história própria e passou apenas a ser mãe de Rock (Caio Castro), com isso passou a ser mais uma que ganhou figuração de luxo.
Marco Nanini (Eusébio)
O mesmo se repete aqui. Marco Nanini foi um dos destaques da primeira fase do folhetim com seu Eusébio. E tendo sido a pessoa que teve a ideia de Maria da Paz vender seus bolos na rua, a um personagem esquecido, foram apenas alguns meses.
Vale lembrar que o último papel do ator, o rei Augustus em Deus Salve o Rei, chegou a sair da novela porque a sua história tinha acabado.
Tonico Pereira (Chico)
Praticamente todos os personagens desenvolvidos no núcleo dos sem teto tiveram o mesmo final. Ainda que A Dona do Pedaço não tenha acabado, suas histórias sim. O mesmo aconteceu com Chico.
Ainda que o personagem ganhe espaço em algumas cenas, ele está ali na cota dos que não interferem mais para o andamento da história.
Betty Faria (Cornélia)
Embora seja um dos autores que mais dá espaço para o elenco da terceira idade em suas novelas, dessa vez Walcyr Carrasco deixou muita gente como reles figurinha, como aconteceu com Betty Faria.
Ainda que, vira e mexe, a personagem ganhe certa movimentação com umas situações, nada do que ela faça interfere no andamento da história central ou de qualquer outro personagem.
Em suma, Encher de personagens e ver se algum se destaca, cai no gosto do público e salva a novela. Nos últimos tempos nenhum par romântico deu liga. Apostas foram furadas ou sub utilizadas. Assim se percebe que existem muitas tramas e personagens que morrem no meio. Matar personagem é sempre a saída ou simplesmente esquece-los, faze-los viajar. os bons tempos de novelas coesas e simples acabaram.
Por isso, que o público inteligente preferiu a trama das 19h "BOM SUCESSO", pois tem menos atores (e com bons personagens, a maioria novatos) que sustentam a história sem cair de ritmo ou fazer apenas figuração.
Depois de várias tramas ambientadas no agreste, Aguinaldo Silva se aventurou a escrever uma história urbana. Aguinaldo Silva conta que o personagem Waldomiro Cerqueira, interpretado por José Wilker, foi criado por inspiração em uma história real: um nordestino que ficou milionário com uma empresa de mármore e era chamado de “Rei do Mármore” pelos jornais.
Além da referência ao Rei Lear, de Shakespeare, Aguinaldo Silva fazia alusão em Suave Veneno a outros personagens clássicos. A Eleonor, de Irene Ravache, por exemplo, foi inspirada na rainha inglesa Eleanor de Aquitânia, vivida por Katherine Hepburn, no filme O Leão no Inverno, do diretor Anthony Harvey. Rodrigo Santoro fez laboratório no ateliê do artista plástico Otávio Avancini para viver o pintor Eliseo. O diretor Daniel Filho conta que pediu à atriz Letícia Spiller que estudasse Macbeth, de Shakespeare, e se baseasse na personagem de Lady Macbeth para construir a personalidade de Maria Regina. Para fazer as cenas em que o guru Uálber entra em transe e faz previsões do futuro, Diogo Vilela contou com a ajuda do pai de santo Milton Carlos Silva de Andrade e da especialista em cristais Lúcia Helena da Silva Pereira, a Dona Paz. A novela teve cenas gravadas no Domingão do Faustão, onde a personagem Eliete (Nívea Stelmann), vizinha de Uálber, ganhou o concurso “Garota do bumbum dourado”. Portugal assistiu à novela no mesmo ano em que ela foi exibida no Brasil. Suave Veneno também foi vendida para outros países, entre eles: Argentina, Cabo Verde, Estônia, Letônia, República Dominicana, Rússia e Venezuela.
A novela é um dos melhores trabalhos de Manoel Carlos e tudo o que o autor melhor desenvolve está ali: o cotidiano da classe média alta do Leblon, os tradicionais barracos familiares, uma Helena que faz tudo pela filha, uma vilã elegante e debochada, enfim. Não por acaso tem feito um grande sucesso... O bom retorno do público é muito merecido. É um novelão da melhor qualidade.
Agora é preciso ressaltar os vários conflitos da história que eram normais na época e atualmente não são mais tolerados. O próprio texto, sempre elogiado pelo refinamento de Maneco, contém declarações que hoje soam absurdas. Um bom exemplo foi até cortado na reprise da Globo provavelmente porque a cúpula da emissora achou não apropriado para os dias atuais. Agora deveriam ter exibido justamente para comprovar como a sociedade evoluiu com o tempo. A cena em questão é um confronto entre Helena (Regina Duarte) e Laura (Vivianne Pasmanter). A mãe de Eduarda (Gabriela Duarte) retrucou da seguinte forma um comentário debochado da vilã dizendo que Eduarda deveria ser mais avançadinha:
"Avançadinha, sei. Pelo visto você acha mais bonito uma moça casar como você vai casar um dia. Rodadinha, usadinha, sambadinha... Né, amorzinho"
. A patada, claro, era para lavar a alma do público, agora em tempos atuais seria bem mais fácil ficar ao lado de Laura em virtude do sexíssimo descarado da declaração de Helena. Uma mulher não pode ter uma boa experiência sexual antes de casar?
Outro caso que desperta indignação é o do núcleo de Wilson (Paulo César Grande) e Márcia (Maria Ceiça).
Ele é um sujeito violento e racista. O casamento tem uma grave crise por conta da gravidez da mulher. Isso porque ela é negra e o marido não aceita ter um filho da mesma cor ou mestiço. As brigas são constantes e Wilson é repugnante. Em uma das muitas brigas violentas do casal, Márcia chega a ameaçá-lo com uma faca para não apanhar. Quando, no final da trama eles ficam felizes e realizados. O pior é que a harmonia só acontece porque a criança nasce branca de olhos claros.
É um festival de equívocos. E na época não houve qualquer estranhamento. Esse contexto despertar revolta hoje em dia prova que, aos poucos, as pessoas foram se dando conta dos absurdos em torno do racismo e da violência contra a mulher. Esse final seria inadmissível em dias autais.
Mais um perfil que provoca uma inevitável reflexão é Marcelo (Fábio Assunção). O personagem é considerado o 'galã' da história, sendo disputado constantemente por duas mulheres: Eduarda e Laura. Acontece que todas as suas atitudes são dignas de um vilão de folhetim e na época não houve qualquer estranhamento.
Arrogante, mimado e agressivo, o rapaz nunca respeitou ninguém e jamais aceitou ter suas vontades contrariadas. Mesmo namorando Eduarda, não fazia questão de afastar a ex e sempre destratou os irmãos, Leonardo (Murilo Benício) e Milena (Carolina Ferraz). Também nunca foi simpático com Helena e fazia questão de se mostrar superior.
brigas tensas com a esposa, chegando até a agredi-la fisicamente. Tapas e empurrões eram comuns nos embates. Aliás, as agressões também atingiam Laura. Ele chegou a empurrá-la na piscina, tentando afogá-la, após ter descoberto uma armação da ex para acabar com seu casamento. Ainda chegou a ameaçá-la com uma espátula afiada durante uma discussão no escritório da empresa.
O mais inacreditável nem era a insistência das duas em disputá-lo e, sim, o não incômodo do telespectador diante de tais situações.
Na época, inclusive, nos primórdios da internet comercial no Brasil, aconteceu a primeira campanha contra um personagem de novela. Os internautas, revoltados
com o comportamento mimado de Eduarda, criaram um site em que as pessoas podiam manifestar seu ódio e enviar mensagens pedindo a morte da filha de Helena. Ela, realmente, era insuportável no início da novela. Maltratava o pai alcoólatra, era grossa com a mãe e sentia um ciúme doentio de Marcelo. Ainda sim, ele era (e sempre foi) infinitamente pior.
Até porque a personagem amadureceu com o tempo e seu marido só regrediu. Enquanto contra ele não houve campanha alguma. E a redenção do personagem promovida por Maneco foi do nada.
Atualmente, Marcelo seria visto como um vilão, ao lado de Branca Letícia de Barros Mota (Susana Vieira), a megera inesquecível desse sucesso. A sua felicidade ao lado de Eduarda seria simplesmente inimaginável e o desfecho sofreria alterações
. A bela e antológica cena gravada no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro ---- com Marcelinho passeando com seus dois pais e suas duas mães ----, seria com Helena, Atílio (Antônio Fagundes), Maria Eduarda e César (Marcelo Serrado), o médico apaixonado pela filha da protagonista que foi tratado feito um nada durante toda a história.
É até absurdo lembrar daquele fim e constatar que um sujeito agressivo, desrespeitoso, machista e arrogante teve um final feliz.
Aliás, Atílio não seria visto com bons olhos hoje em dia. O personagem era um típico galanteador e, mesmo envolvido com Helena, gostava de manter Branca e Isabel (Cássia Kiss) --- ambas apaixonadíssimas --- por perto. Da metade para o final da trama, inclusive,
traiu Helena com Flávia (Maria Zilda Bethlem), a melhor amiga da então esposa.
O mais inacreditável foi a quantidade de justificativas sexistas de todas as mulheres da novela amenizando as traições e os comportamentos dos homens. Marcelo e Atílio, por exemplo, eram sempre defendidos. Enfim, há várias situações no folhetim que nos dias atuais teriam outra percepção. Impossível citar uma a uma. Não parece um período tão distante, acontece que já se passaram 22 anos desde a estreia da produção.
"Por Amor" é um clássico da teledramaturgia e seu sucesso é merecido. E a percepção do público sobre a história ter mudado tanto apenas reflete a evolução da sociedade, ainda que uma parte dela pareça ter regredido nos últimos anos. O comportamento dos telespectadores sempre será um excelente 'termômetro' para analisar a forma como a população encara determinada questão, o que é muito bom.
São reprises como essa ajudam a perceber melhor isso.
Acertou em cheio quando decidiu reexibir um dos maiores sucessos de Manoel Carlos. Resultado: a novela gerou uma grande repercussão e levantou a audiência do "Vale a Pena Ver de Novo", marcando às vezes até mais que "Malhação". O público amou rever a vilania de Branca (Susana Vieira), o amor de Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Du Moscovis), o drama da controversa Helena (Regina Duarte), a doce Sandrinha (Cecília Dassi), o amadurecimento de Eduarda (Gabriela Duarte), entre tantos outros conflitos do folhetim que marcou a teledramaturgia.
Por Amor é realmente um novelão! Durante os anos 90 e 2000, o público acreditava que os melhores personagens de uma novela eram os vilões (os maniqueístas ao extremo) ou estavam no núcleo cômico, por serem engraçados e trazerem animação á novela, enquanto as protagonistas são consideradas chatas por estarem sempre sofrendo e chorando. No caso, Por Amor é uma grande contestadora dessa máxima, pois é justamente o núcleo principal (Helena, Eduarda, Atílio, Marcelo) e o da mansão de Branca que proporcionam as melhores e mais marcantes cenas. Então, é uma pena Maneco tivesse que criar núcleos de pseudo humor insuportáveis, como o do triângulo Magnólia, Oscar e Genésio, só para que quando os dramas de Helena, Eduarda e cia ficassem demais, a história tivesse algum plot "divertido" pra alegrar e acalmar o público do sofá. Esses perfis só se salvam pelos talentos de Elizângela e Tonico Pereira, pois a relevância de ambos na trama é nula, além de as cenas serem repetitivas. Outra coisa: o núcleo da Meg também era um saco no início da novela. A mãe de Laura e Natalia só aparecia cuidando da cadelinha Inés (que ela ama como uma filha caçula) em cenas irrelevantes. Só a partir da metade da novela, quando passou a se preocupar mais com a obsessão de Laura por Marcelo, é que Meg ganhou mais destaque e Francoíse Forton fez cenas maravilhosas ao lado de Viviane Pasmanter, Júlia Almeida e Ricardo Petraglia (que também conseguiu crescer como Trajano).
E por último: como o público da época amava a Laura e a achava suprema e maravilhosa??? Uma criatura sem amor próprio, sem orgulho próprio, que passou a novela correndo se rastejando atrás de um personagem! E de um personagem escrotíssimo, o que é pior! A trama dela se resume a isso e nada mais.
Felizmente, a cada reprise dessa novela, a gente vai desmascarando coisas que eram normais nos anos 90 e não são mais na atualidade
Ótima novela, 'O Cravo e a Rosa' é realmente inesquecível, agora outra coisa me chamou atenção. Vendo essas novelas antigas, percebi como tem atores tão bons que simplesmente foram esquecidos. No twitter, você sempre comenta que certo ator ou atriz podia ser mais aproveitado. Aí o publico deveria pensar, sim, a Globo erra demais ao repetir elenco demais, deveria variar um pouco. Acontece que a culpa disso é principalmente desse monopólio de apenas uma emissora. A Globo é muito boa no que faz, isso é inegável, agora a hegemonia dela deve-se mais a falta de mérito das outras emissoras do que mérito próprio. Cidade Alerta e Balanço Geral já é quase rotina ter mais audiência que a Globo. Os Dez Mandamentos (que na opinião de outros nem era tão boa assim) bateu a Globo em pleno horário nobre. Hoje em dia creio que não mais, agora tinha uma época que o SBT liderava a madrugada inteira quase todo dia. Por quê? Porque o SBT investia no horário e a Globo só ficava passando filme, criaram o Hora Um exatamente por causa disso e o SBT ao invés de continuar investindo no jornalismo ou criar outro programa faz o quê? Acaba com o SBT Notícias, demite as ótimas Joyce Ribeiro e Patrícia Rocha, coloca um adolescente para apresentar um jornal e estica mais ainda o já interminável Primeiro Impacto. Não dá!
A programação da Band parece piada, o meu jornal favorito da manhã é o Café com Jornal, acho dinâmico, leve, bom pro horário, agora até o Brasil Urgente não tem nada de interessante. Eu não tô falando nem de qualidade (não gosto do Brasil Urgente, pois programas policiais feitos assim são horríveis) tô falando de algo que tenha repercussão. Parece que as outras emissoras nem se esforçam para ter audiência.
A Globo não é tão imbatível assim. Se as outras emissoras se esforçassem conseguiriam chegar perto ou passar. Se não tem dinheiro para investir numa novela séria, se inspira nas TVs americana e britânica, investe em séries. Tenta criar esse mercado no Brasil, seria bem interessante. Tô falando tudo isso não porque eu não goste da Globo, e sim porque o mercado de atores no Brasil é muito limitado. Tem tantos atores e atrizes talentosos que já ganharam até prêmios importantes, e quase ninguém conhece. Brasileiro não gosta de teatro e tem preconceito com filme nacional, é uma realidade, a única maneira de expandir o mercado de atores seria se as outras emissoras investissem mais em dramaturgia. Enfim, é realmente uma pena que não o façam.
E eu tenho certeza que se tivesse investimento de verdade, o dinheiro voltaria. O povo quer outras opções de cultura. Todo mundo ganharia com isso, nós telespectadores que iríamos ter mais opções, os donos das outras emissoras que iriam ter mais audiência (e consequentemente mais dinheiro) e os atores, produtores e diretores brasileiros que não iriam ficar tão limitados.
Para você que quer relembrar os velhos tempos de Cine Privé, uma lista com os filmes mais marcantes da sessão erótica da emissora. Confira:
Emmanuelle – 1974 A modelo Emmanuelle (Sylvia Kristel) vai de Paris até Bangcoc, na Tailândia, para se encontrar com o marido, Jean (Daniel Sarky), que atua no corpo diplomático. Lá ela tem aventuras amorosas com homens e mulheres do novo círculo de amizades, além de amar Jean. Ele também tem casos extraconjugais e ambos aceitam este tipo de comportamento, que Emmanuelle se recusa a rotular como traição, pois não há mentiras entre eles.
Intenções Perigosas – 1994 Um grande executivo perde o emprego, fica revoltado e se suicida. Acreditando que seu sucessor é o responsável pela morte do marido, a bela viúva do rapaz começa a planejar vingança, e muita coisa acaba acontecendo no meio do caminho para cumprir seu desejo.
Jogos Secretos 2 – 1993 Um homem aproveita a viagem de sua esposa para satisfazer seus mais íntimos desejos contratando prostitutas e filmando secretamente os encontros. Mas seus jogos sexuais vão ficando cada vez mais complexos e perigosos conforme a situação vai ganhando uma maior dimensão.
Prazer Selvagem – 1996 Quando uma esposa decide ceder a todos os caprichos sexuais do marido, que teve a ideia de apimentar o casamento chamando novos parceiros para transar com ela. Este por sinal, passa a sentir um ciúme incontrolável. O problema é que ela acaba gostando das novas experiências e pretende dar continuidade a esse novo estilo de vida. É aí que começa o perigo. Intrigas, sexo e morte são os ingredientes que fazem desse thriller erótico um garantido sucesso no gênero.
Emmanuelle: Uma Lição De Amor – 1996 Um grupo de estranhos visitantes chega de outro planeta em busca da mais sensual e bela terráquea: Emmanuelle. O sexo é o lado mais misterioso e a curiosidade mais extraordinária dos terráqueos para os visitantes. Tasha é a extraterrestre designada para acompanhar Emmanuelle numa viagem ao redor do mundo para explorar os mistérios do amor e desejo sexual. A tripulação acompanha a experiência dessas jovens e coletam dados que vão mudar o longínquo mundo dos visitantes.
Instinto Animal 3 – 1996 Um grande produtor musical começa a fingir que é cego, tudo para poder observar as transas de sua namorada. A princípio, sua maior intenção era para satisfazer suas taras de voyeur.
Losing Control 1998 Kim está sofrendo do bloqueio do escritor. Um encontro casual com um estranho bonito a abre para um mundo de experimentação sexual arriscada. Ainda sim, ela fica preocupada quando ele se recusa a falar sobre si mesmo
A sessão de filmes voltará ao ar no dia 24 de agosto, a partir das 1h15 da manhã. O longa que vai marcar o retorno da atração ainda não foi definida. Procurada oficialmente, a assessoria da Band confirmou a informação.
OBS: Em tempos de vídeos do zap zap que estão todos os dias lotados de pornô, fora os sites expressivos relacionados a pornografia.
Uma trama policial foi a saída encontrada para emplacar Cavalo de Aço, abalada pelos vetos da CENSURA
Uma discussão sobre a questão da reforma agrária estava planejada na sinopse original da novela, então esbarrou na reprovação da Censura Federal. Walther Negrão foi, então, incentivado a falar sobre a questão das drogas, já que os militares tinham a intenção de iniciar uma campanha de esclarecimento sobre o assunto. O autor resolveu debater sobre o tráfico de drogas a partir do drama de Joana (Betty Faria), uma ex-viciada que lutava para se manter limpa. À primeira menção de cocaína na novela, os censores se mostraram novamente insatisfeitos. Dessa vez, argumentaram que a personagem de Betty Faria era um mau exemplo e não deveria ganhar destaque na trama. A interferência da Censura levou Walther Negrão a uma série de pequenas mudanças que começaram a influenciar a popularidade da novela e ameaçavam descaracterizar a narrativa. Como solução, a novela passou a seguir uma linha policial: o vilão Max (Ziembinski) foi morto, e a identidade do assassino permaneceu um mistério até os capítulos finais. A novela decolou novamente.
Autoria: Walther Negrão Supervisão: Daniel Filho Direção: Walter Avancini Período de exibição: 24/01/1973 – 17/08/1973 Horário: 20h Nº de capítulos: 179
Walther Negrão conta que a ideia básica da novela surgiu a partir de histórias contadas por um cunhado seu, que tinha negócios em uma região de pinhais no Sudeste do Paraná. Ladrões de madeira cortavam os troncos dos pinheiros durante a madrugada e, em seguida, atiravam as toras no rio, onde elas eram recolhidas por jangadas de madeira. Fascinado pela descrição, o autor visitou a região e decidiu escrever uma história a respeito. Como a Rede Globo ainda não tinha estrutura para uma produção desse porte, decidiu-se realizar as gravações no Rio de Janeiro, usando eucaliptos.
Tarcísio Meira conta que, em uma cena gravada no Rio Guandu, em Itaguaí, Rodrigo, Miranda (Glória Menezes) e Carlão (Milton Moraes) tentam levar a madeira de Vila da Prata para vender às serrarias. A bordo de um pequeno barco a motor, que reboca uma balsa lotada de toras de madeira, os três navegam pelo rio turbulento, quando Max manda seus capangas explodirem a balsa. Por orientação do diretor Walter Avancini, Tarcísio Meira, que estava no comando do barco, começou a navegar em círculos para pular as ondas causadas pela pequena explosão provocada pela produção. Durante uma dessas manobras, o barco adernou e os três caíram na água. Os atores por pouco não conseguem escapar da correnteza, mas foram salvos pela equipe de produção.
Pode-se dizer que as gravações de Cavalo de Aço foram marcadas pela canção Asa Branca, embora ela não fizesse parte da trilha da novela. Carlos Vereza lembra que infernizava o resto do elenco e a equipe técnica tocando repetidamente a música em sua flauta de bambu. O ator havia improvisado um tema para a flauta, que chegou a ser tocado durante a novela, mas nos intervalos das gravações ele tocava sempre, à exaustão, a música de Luiz Gonzaga, a única que conhecia. Até que, um dia, desesperado, o colega Paulo Goulart deu ao ator o telefone do músico Altamiro Carrilho e recomendou-lhe que aprendesse a tocar flauta transversa. Vereza aceitou o conselho e aprendeu a tocar o instrumento.
O ator Carlos Vereza conta que foi preso pelo Dops durante as gravações de Cavalo de Aço, ficando vários dias detido em uma cela e sendo submetido a interrogatórios. Os militares estavam convencidos de que o ator estava de posse de duas importantes informações: a localização de um dos guerrilheiros mais procurados do Rio de Janeiro e a identidade do assassino do velho Max. Carlos Vereza se recusou a responder às duas perguntas. Oito dias depois, foi solto em uma rua do Leblon e, no mês seguinte, retornou às gravações. Cavalo de Aço foi a segunda novela dirigida por Walter Avancini na TV Globo, depois do sucesso de Selva de Pedra (1972).
Em Cavalo de Aço, Stênio Garcia estreava na TV Globo e José Lewgoy ganhava seu primeiro papel de destaque na emissora.
Cido, personagem interpretado por Rafael Zulu, é um personagem heteronormativo, negro de baixa posição social que se relaciona com o médico do hospital, Samuel, trabalhando como motorista particular do mesmo.
A trama ganha teor problemático em vários momentos, pois Cido têm o médico como seu amante e vai adquirindo bens pessoais com este relacionamento, inclusive o anel de noivado da mulher que traía no início da trama. Então Samuel o convida para conviver em sua casa, onde Cido e Samuel têm de enfrentar a aceitação da sogra que acaba ganhando tom humorístico durante a trama.
E como já sabemos, o processo de aceitação do médico vai se desenhando e este se assume para sua mãe que não aceita sua sexualidade, porém passa a empurrar isto com a barriga e o personagem Cido vai morar na casa de Samuel.
Em vários momentos o personagem de Samuel se sobrepõe ao de Cido, demonstrando melhor capacitado economicamente e intelectualmente. O personagem de Cido é construído em cima do padrão bem utilizado a tempos pela mídia televisiva em novelas, “o negão’’ que tem sua masculinidade bem destacada durante o enredo, fala mal e errado, e sempre é o aproveitador e violento, que necessita de um personagem branco para ascender ou ter plena consciência na importância da virada de sua vida.
O enredo toma uma proporção de forma que o médico vai assediando Cido com vários ganhos materiais e isso o faz continuar o relacionamento, ambos se traem com mulheres na trama, porém vão prosseguindo a relação. A mãe tenta realizar uma “cura gay’’ com seu filho e logo convence outra funcionária do hospital a seduzir seu filho novamente e esta relação por trás dos panos acaba gerando um filho.
E, por fim, Cido começa a refletir se faz realmente parte da família após o nascimento do filho, até que é traído, e se retira da casa. A cena de pico do cúmulo é a do médico chegando ao posto de gasolina onde o personagem trabalha, após ter consciência de que realmente é gay e convidando Cido para morar em sua casa. Numa cena de total relação senhor e senhoriado velada.
Cido volta a morar na casa e sua sogra diz que até pode lhe aceitar, mas para isso ele, negro, terá de fazer tudo que ela branca quiser, e isso inclui tudo mesmo. O personagem começa a realizar tarefas de casa e a fazer café e almoço da família para agradar a sogra e para que isso ajude ela a aceitar a relação, e novamente é colocado em submissão e escanteio quando seu companheiro Samuel reclama da forma como ele faz as tarefas de casa e novamente o trai.
Enfim… Bicha preta submissa e serviçal, vivendo um relacionamento abusivo que vêm sendo fortemente romantizado pela mídia e colocado como exemplo de representatividade na televisão brasileira.
Para mim tudo isso não passa de uma brincadeira de filho de sinhá com filho de mucama, onde a bicha branca faz o que bem entende com o relacionamento e com seu parceiro negro e, por fim, sairá como salvadora do seu negro de estimação, como em todo enredo.
Não vejo representatividade. E temos que nos atentar a este jogo feito pela mídia. Pois estas produções acabam por naturalizar questões abusivas como racismo velado e estereótipos relacionados ao corpo negro.
E com isso, esta massa que repudia e esta massa que sente-se desconstruída e quebradora de padrões acaba por reproduzir racismo em cima de homofobia sem a menor reflexão sobre, pois, claro, o negro na televisão não vêm sendo pensado. E duvido muito que acabaremos com as opressões sociais mostrando retratos convenientes de grupos sociais.
"O Outro Lado do Paraíso" termina como novela pobre
Olá, internautas
Nesta sexta-feira (11/05), “O Outro Lado do Paraíso” chegou ao fim. Walcyr Carrasco cumpriu a missão de expandir os índices de audiência recuperados pela antecessora “A Força do Querer”. Apesar disso, o autor, responsável por ótimas novelas nos últimos 20 anos, abusou dos clichês nesta produção. O resultado final ficou abaixo da expectativa. A trama terminou como uma novela pobre, principalmente em relação ao texto, o que acarretou um ar artificial no conjunto da obra. Segue o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Bianca Bin (Clara): a atriz sobressaiu em “O Outro Lado do Paraíso” ao viver a mocinha vingadora Clara. O telespectador ficou ao lado da heroína. Bianca, que já vinha de um ótimo retrospecto na faixa das seis, cumpriu a missão de protagonizar a novela das nove.
Marieta Severo: Sophia entrou para a galeria de vilãs inesquecíveis da teledramaturgia brasileira com a marca de “megera das tesouradas”. A atriz compreendeu o espírito da personagem, a aura da novela como um todo e se encaixou dentro do estilo da produção.
Gloria Pires (Beth): na primeira parte da novela, a atriz segurou a novela com o drama de Elizabeth. O ápice da personagem ocorreu na descoberta de sua filha Adriana, já adulta, em pleno julgamento no tribunal. A então ré, na realidade, era sua mãe, dada como morta, após as tramoias de Natanael (Juca de Oliveira). É verdade que Beth perdeu o rumo com a abordagem do alcoolismo nesta reta final. Porém, no balanço geral, o resultado é positivo.
Thiago Fragoso: o ator roubou a cena ao viver o advogado Patrick. Ele, literalmente, roubou o espaço e ofuscou a “reviravolta” de Gael. O ator já tinha se destacado em “Amor à Vida”, também de Walcyr Carrasco, e retornou a brilhar agora em “O Outro Lado do Paraíso”.
Caio Paduan e Erika Januza: os atores formaram um dos principais casais da novela. Conquistaram o carinho do telespectador ao interpretarem Bruno e Raquel. Os dois aproveitaram a oportunidade. Além disso, Carrasco conseguiu colocar o racismo em debate, através da personagem que começou como uma doméstica e se transformou em uma juíza.
Pedofilia: o autor trouxe uma série de temas sociais na trama de “O Outro Lado do Paraíso”. A pedofilia ganhou um bom espaço de discussão, através do delegado Vinicius, interpretado por Flavio Tolezani, e Laura, vivida por Bella Piero. Apesar de críticas recebidas pelo coach, o resultado foi positivo.
Fernanda Rodrigues: a atriz surpreendeu o telespectador ao interpretar a vilã Fabiana. Fernanda, que cresceu no vídeo com semblante de boa moça em outras produções, demonstrou versatilidade. Momento de virada em sua trajetória televisiva.
Anderson Tomazini: a maior revelação de “O Outro Lado do Paraíso”. O ator aproveitou a oportunidade com Xodó, personagem que ganhou repercussão junto ao público e galgou mais espaço dentro da trama.
PONTOS NEGATIVOS
Jogral: o texto da novela “O Outro Lado do Paraíso” apresentou, em grande parte da obra, pobres diálogos entre os personagens. Há uma diferença entre simples e pobre. O ar de jogral “berrou” no vídeo. As falas rápidas e sucintas fortaleceram a impressão. 10 segundos de fala, no máximo, foram uma constante.
Direção: Mauro Mendonça Filho e equipe, nos primeiros capítulos, adotaram um estilo de “cinema argentino”, o que provocou estranhamento no telespectador. Depois, transplantaram o mesmíssimo padrão de “Verdades Secretas” em “O Outro Lado do Paraíso”. O mesmo filtro escuro na imagem, a mesma fotografia e a mesma iluminação surgem como evidências de tal estratégia.
Gael (Sergio Guizé): o personagem mais perdido em “O Outro Lado do Paraíso”. Ficou solto e totalmente dispensável no roteiro. Conquistou ampla rejeição, após a violência contra Clara, logo nos primeiros capítulos. O autor tentou levantar Gael com uma redenção espiritual, mas o telespectador não engoliu a história.
Final de Renato (Rafael Cardoso): um dos maiores furos de “O Outro Lado do Paraíso”. Após ter sido baleado por Patrick durante o sequestro de Tomaz (Vitor Figueiredo), o que aconteceu com o médico? O telespectador ficou sem resposta. Além disso, a virada do personagem no capítulo 100 ficou forçada.
Grazi Massafera (Livia): a atriz passou despercebida em “O Outro Lado do Paraíso”. Interpretou uma personagem “água com salsicha” que acrescentou muito pouco na novela.
Núcleo de Samuel (Eriberto Leão): a abordagem da homossexualidade não foi bem trabalhada em “O Outro Lado do Paraíso”. A história caricata do psiquiatra Samuel foi um passo para trás no combate ao preconceito pela teledramaturgia. Inicialmente, o personagem gostava de usar calcinhas da sua esposa Suzy (Ellen Rocche). Depois, tal “fantasia” desapareceu. O drama de Samuel cedeu espaço para a comédia pastelão ao lado de Cido (Rafael Zulu) e Adinéia (Ana Lucia Torre). A mudança radical ficou forçada no vídeo.
Nanismo: trazer a temática para a teledramaturgia é sempre benéfico. Porém, também não foi bem trabalhada em “O Outro Lado do Paraíso”. O ar artificial “gritou” no vídeo com o triângulo amoroso entre Estela (Juliana Caldas), Juvenal (Anderson di Rizzi) e Amaro (Pedro Carvalho). Até mesmo, Juvenal, de uma hora para outra, deixou de amar Estela para cair nos braços de uma “quenga”. Núcleo mal desenvolvido.
Barbara Paz (Jô): a atriz funcionou, basicamente, como uma figurante de luxo. Barbara merece melhores trabalhos.
Clichês: os clichês sempre funcionam. E isso é percebido nos índices de audiência da novela de Walcyr Carrasco. Porém, ocorreu um abuso de tal procedimento. Personagem que ficou cego, outra que ficou entre a vida e morte por problemas renais, alcoolismo, outra que ficou com boca torta após AVC, cabeleireiros homossexuais, ganância pelas esmeraldas, vingança, “casa da luz vermelha”, “quengas” que querem casar e mudar de vida, julgamento no tribunal, moça momentaneamente paraplégica, sensitiva que ouve vozes do além....
Para realizar um balanço da história, o site Na Telinha convidou os 26 roteiristas que colaboraram na criação da sinopse da novela no curso de Master Class ministrado por Aguinaldo Silva, em 2015. Diariamente, no encerramento, a Globo credita as participações deles na obra.
Do total convidado, 10 roteiristas toparam enviar seus depoimentos à reportagem, são eles: Andre Wacemberg, Ariela Massotti, Duque Ólliver, Julielson de Lima, Julio Kadetti, Nina Guaraná, Ryllberth Ribeiro, Silvio Cerceau, Valtair Barbosa e Victor Darmo.
Com exclusividade, confira na íntegra o balanço de "O Sétimo Guardião" na visão de cada um destes profissionais:
André Wacemberg: "'O Sétimo Guardião' foi uma novela ousada, experimental, que tentou trazer elementos de seriados estrangeiros ao folhetim diário, mas que se perdeu no desenvolvimento da proposta. A tão celebrada volta ao gênero do realismo fantástico em si me parece ter gerado uma estranheza da nova geração. É verdade que havia algumas pontas soltas, mas dizer que a novela não tinha pé nem cabeça, que não conseguiam entender nada, é coisa de espectadores que não viram a Dona Redonda explodir, ou o Sérgio Cabeleira sendo sugado pela lua, ou a flor do Jorge Tadeu caindo sobre uma dama indefesa. E se é para comparar a séries, dadas suas devidas limitações, talvez nunca tenham visto seriados com elementos fantasiosos como 'Lost' ou 'Game of Thrones'. A premissa era muito simples: uma sociedade secreta protegendo uma fonte de águas milagrosas. Agora, realmente, acho que a trama se perdeu nessa ideia central básica. O poder da água foi muito mal aproveitado. Quase não houve casos de pessoas buscarem desesperadamente a cura da fonte, e os guardiões quase nunca usavam desse poder para salvar vidas em seus cotidianos, o que deveria ser a função básica deles. Sem isso, terminaram ficando só as desvantagens de ser um guardião, a maldição de não poder ficar com sua amada, de virar gato, de brochar, etc. Então o público é quase levado a torcer contra a Fonte em vez de entender a importância da irmandade e torcer pela sua preservação. A fonte foi quase uma vilã. E inútil, tanto é que chegou a secar. Falo isso porque fui eu que sugeri a Fonte da Juventude durante a criação da novela, então sofri ao ver a ideia sendo levada para outros rumos. Mesmo assim, acho que 'O Sétimo Guardião' teve momentos memoráveis, personagens divertidíssimos e textos emocionantes. Infelizmente não caiu no gosto do povo, por um lado com razão pelos problemas citados, mas com a ajuda de um movimento ideológico contra a emissora e de uma era em que o streaming é mais interessante que o folhetim. Foi falha, mas acho que ainda assim conseguiu dar pérolas ao público do Aguinaldo, que pôde ver mais uma de suas beatas ensandecidas em cena, um prefeito corrupto planejando ir a Dubai com a esposa vaidosa, um delegado que usava calcinhas, e um gato que virava gente.
Ariela Massotti: “Participar da criação de 'O Sétimo Guardião' foi lindo. A expectativa do que se tornaria a novela originária da nossa sinopse era grande, mas confesso que teria focado toda a trama principal em ambiente de mistério e não de comédia. Embora os elementos se mantenham, o tom foi bem diferente do imaginado. À princípio fiquei triste com a leveza atribuída aos maiores enigmas que envolviam a trama, mas depois procurei entender os caminhos tomados. De qualquer forma foi a realização de um sonho ver a novela no ar. Guardarei com carinho este trabalho e tenho certeza de que todos os meus colegas também."
Duque Ólliver: "Estou satisfeito com o resultado, gostei de quase tudo que esteve no ar. Lastimo que nem todos tenham compreendido a história que construímos coletivamente na Master Class 3, ainda que tenhamos vislumbrado e organizado o enredo e os personagens sob uma ótica que sofreu alterações ao longo da exibição. Não sei se foi intencional ou houve dificuldade de reencontrar o eixo sob o qual as tramas foram pensadas. Em termos de audiência, a novela foi o produto mais assistido do país, não podemos trivializar isso. Um conjunto de fatores para além do enredo deve ser levado em consideração antes de traçar um panorama acerca de sua repercussão: Netflix, canais pagos, etc. Ademais, 'O Sétimo Guardião' foi meu primeiro trabalho de alcance nacional e a primacial certeza que estou no caminho certo. Independente de qualquer impasse, despeço-me dela com o mesmo orgulho e dignidade com que fui aprovado para a Master Class, com muitas histórias pra viver e contar".
Julielson Lima: "Falar de 'O Sétimo Guardião' para mim, envolve um mix de sentimentos. Porém destes, o que prevalece é o inenarrável orgulho. Orgulho por ter ajudado a criar uma novela das nove, orgulho de ver meu primeiro trabalho como roteirista ir ao ar no horário nobre da globo, orgulho por ter tido a imensa honra de escrever o perfil da personagem Valentina Marsalla(Lília Cabral), e orgulho de mim mesmo e do profissional que me tornei. Quatro anos atrás saí de Pernambuco e vim para o Rio de janeiro para realizar esse sonho, mal sabia eu, que por aqui mesmo iria ficar e batalhar pelos meus ideais. De certa forma, 'O Sétimo Guardião' mudou a minha vida. Faz parte da minha história. Embora, tanto na ficção como fora dela eu não me sinta plenamente feliz e satisfeito com o rumo que algumas coisas tomaram, sou imensamente grato pelas oportunidades e pelo caminho que venho trilhando. A novela passou, mas a vida real segue, e eu tenho absoluta certeza que estou no caminho certo. Um caminho de aprendizado, ética e muita persistência”.
Julio Kadetti: “Dou razão àqueles que afirmam que 'O Sétimo Guardião' não foi uma boa novela. Realmente não foi! Mas a sinopse que causou tanto barulho também não era boa. Nasceu de uma ideia criativa de um grupo de roteiristas inspirados, mas era cheia de furos e colocava no centro da trama sete guardiões que ninguém explicava de onde tinham vindo, porque estavam ali e para onde iam. Nas mãos de bons roteiristas teria rendido uma ótima série, mas não tinha fôlego para uma novela. Foi aprovada porque a emissora confiou na experiência do Aguinaldo, que é um colecionador de sucessos. Em outra situação ele teria transformado a sinopse em uma novela interessante, mas penso que, devido a todo quiproquó envolvendo a autoria da sinopse, ele ficou sem condições. Todo mundo sabe que ele chegou a desistir da novela e escreveu outra sinopse, por sinal muito boa, mas a Globo praticamente o obrigou a levar adiante 'O Sétimo Guardião'. Aguinaldo se esforçou, mas não dependia só dele; a direção equivocada e a escalação errada desperdiçou o talento de grandes atores e o potencial de ótimos personagens. Entretanto, dizer que não foi boa, não significa afirmar que foi um fracasso, afinal, mesmo enfrentando horário de verão, férias de final de ano, Natal, Réveillon, carnaval e estreando com o país mergulhado em uma disputa política sem precedentes, sempre esteve entre os três programas mais vistos e nunca teve a liderança ameaçada. Estou convencido que, assim como até hoje as pessoas ainda se lembram da flor do Jorge Tadeu, daqui a vinte anos o público ainda vai lembrar do gato León".
Nina Guaraná: "Sobre 'O Sétimo Guardião' assisti somente aos primeiros capítulos, há muito pouco a dizer, apenas que é uma emoção quase indescritível ver seu nome nos créditos de uma produção da TV Globo, mesmo ao lado de mais vinte e cinco outras pessoas (rsrs). Aguinaldo Silva é uma pessoa extremamente gentil, paciente e generosa. Em um grupo onde as pessoas deveriam ter um mínimo de conhecimento básico, foi incansável, respondendo às perguntas mais descabidas, sempre muito educado. Sabemos que ele, como autor de novelas, ocupa um espaço disputadíssimo na, possivelmente, maior emissora de TV do Brasil. E, diferente dos demais, abriu as portas para que novos autores pudessem surgir, crescer e seguir seus caminhos, assim como um pai faz com seus filhos. Quanto aos bastidores dessa história... Bem, sugiro que ele escreva uma minissérie sobre o tema. E me chame para colaborar, claro! (Rsrs) Seria um trabalho divertidíssimo com muito DNA de Aguinaldo Silva!"
Ryllberth Ribeiro: “Todos que participaram da criação da obra deram o seu melhor, ou o que acreditávamos ser o melhor naquele momento. De debates criativos surgiam ideias que se completavam e resultaram numa história repleta de magia e fantasia que, pensávamos, ajudaria a entreter o público da realidade tão dura que vivemos. Independente dos rumos que a novela tenha tomado, acho que é oportuno agradecer ao elenco da novela que, em sua maioria, correspondeu às expectativas. Os atores deram um show de talento e profissionalismo dentro das possibilidades. Acreditávamos muito na história. Ela uniu tanta gente talentosa e uma verdadeira força tarefa ocorreu para que fosse produzida. Muita coisa inesperada aconteceu desde então, mas acredito que nada é por acaso e me despeço da novela fortalecido para enfrentar qualquer coisa, seja no âmbito pessoal ou na profissional. Foi e tem sido uma verdadeira lição de vida tudo o que passamos com 'O Sétimo Guardião'. Seguimos agora cada um nossos caminhos. A jornada continua. Sob a proteção do gato León."
Silvio Cerceau: "Não tenho muito o que dizer, afinal, no desenvolvimento dos capítulos de uma novela os personagens podem tomar outros rumos, nesse ponto a arte imita a vida. A sinopse da novela era espetacular e a Globo aprovou-a sem ressalvas, o próprio autor dos capítulos declarou isso na época. Não vejo 'O Sétimo Guardião' como um fracasso total, apesar da audiência distante dos números alcançados por 'O Outro Lado do Paraíso'. Ainda assim, foi o programa de maior audiência na TV durante esses 6 meses e alguns dias. Um fato importante é que os colaboradores e a própria coautora da criação dos capítulos não são referências no gênero, isso ajudou muitas cenas, histórias e personagens ficarem a deriva. Joana Jorge é autora de novela portuguesa, Zé da Silva é um ótimo cartunista, Maurício Gibosky teve 2 sinopses reprovadas e esse tal de Virgílio Silva é o mesmo autor do roteiro "Crô 2", e recebeu críticas negativas arrasadoras. Enfim, Aguinaldo Silva não tinha uma boa equipe para desenvolver os capítulos da nossa sinopse".
Valtair Barbosa: "Achei fabuloso ver no ar o produto de uma história que ajudei a criar e à revelia de qualquer intempérie o sentimento de satisfação prevalece. O tom com que a história foi contada não foi exatamente o modo como boa parte de nós a imaginou, embora todos os elementos e praticamente todos os personagens elaborados na sinopse lá estivessem, acredito que na intenção de atingir um público que migra cada vez mais para outras plataformas. Independente de qualquer crítica nada é só preto ou branco, por isso a novela teve sim seu naco de ótimas surpresas, atuações, textos e boas tramas. Cada qual que reserve em sua memória o que lhe parecer melhor. Vamos adiante." Victor Darmo
"Achei q foi uma novela que ousou. Ousou resgatar o universo do realismo fantástico, que estava sumido havia anos no horário nobre, sem perder o frescor dos temas atuais que uma novela inserida numa grande cidade poderia tratar. Temos aí a luta da Afrodite e sua família contra o marido violento e preconceituoso e a luta de seus seus filhos para seguirem seus sonhos. Temos a ganância pelo poder capaz de tudo, no caso da Valentina e o Olavo. Temos o político corrupto. E também um elemento vindo com a fonte, que é a sensação de um chamado para algo especial. Na vida real, milhares de pessoas se "consagram" a diversas fontes: um sacerdote, uma mãe ao cuidado de um filho especial, um missionário. Temos também a relação do homem com o sobrenatural: até onde ir por uma crença? Enfim, acredito que foi uma novela rica, bem humorada e como tinha que ser: com a assinatura do Aguinaldo. A linguagem dele de apresentar e conduzir todos esses dramas."
"O Sétimo Guardião" foi um fracasso de audiência Todo mundo sabe que “O Sétimo Guardião” não foi uma boa novela. O que muita gente discute e ainda ninguém tem certeza são os motivos do fracasso. Embora algumas pessoas falem dos rumores de caso envolvendo José Loreto e de brigas entre o elenco, o autor Aguinaldo Silva afirmou no twitter que a responsabilidade tem nome e sobrenome. E não é o dele…
O autor culpou o diretor da produção, Rogério Gomes, pelos problemas da novela. Segundo Aguinaldo, a versão de “O Sétimo Guardião” exibida foi reescrita pelo diretor e divergente do que ele queria. Confira o tweet em que ele faz a afirmação: “O Sétimo Guardião” apostava em um enredo com realismo fantástico, mas que foi muito mal recebido pelo público. Além disso, a novela teve vários problemas internos desde a morte de um figurante até acusações de assédio sexual e traições, que culminaram no fim do casamento entre Débora Nascimento e José Loreto.
Os destaques positivos no elenco são bem restritos. Isabela Garcia brilhou como Judith, Elizabeth Savala roubou a cena como a beata Mirtes, Nany People trouxe um pouco de graça com sua Marcos Paulo e Letícia Spiller, , apesar do estranhamento inicial, soube compor um tipo bem característico para a primeira-dama Marilda. No mais, personagens secundários nada carismáticos não contribuíram para que o público criasse alguma afetividade com a novela.
Estamos pertinho do final de ‘O Sétimo Guardião’ e podemos já falar que essa novela é um fenômeno… infelizmente pelo lado negativo: nunca vimos uma trama despertar tão pouco interesse do público.
A trama de Aguinaldo Silva tornou-se uma apenas novela 3D: decepcionante, dispensável e desimportante... Como a novela chegou nesse ponto? Bem, pode-se tentar explicar assim...
1. História desinteressante Aguinaldo Silva, o autor de ‘O Sétimo Guardião’, fez uma aposta arriscada. Há muito tempo não tínhamos uma história de realismo fantástico no horário mais nobre de novelas e, por mais que ele tenha um histórico invejável no currículo de novelas desse gênero, não era garantia de que o público iria comprar essa nova história. E não comprou.
A ideia de uma fonte de água com poderes mágicos e sete guardiães que a protegem não foi tão bem aceita assim pelo pessoal. León, o gato que na verdade era um humano foi até bem aceito, principalmente porque o felino tinha muito carisma, mas a falta de interesse do público na história principal da novela reverbera até hoje: tanto que ninguém ficou tão abalado assim quando a tal fonte secou.
Tem gente afirmando que ‘O Sétimo Guardião’ poderia ser uma boa série, mas até essa alternativa é questionável. Não existe um conflito minimamente interessante na história, que se arrastou por meses sem contar muito a que veio.
2. Atores mal aproveitados Desde os elencos gigantescos de novelas antigas da Gloria Perez não víamos tanto ator grande fazendo figuração de luxo. Flávia Alessandra, Vanessa Giácomo, Caraolina Dieckmann, Tony Ramos e grande elenco foram meros coadjuvantes de uma história desinteressante. Parte deles nem ao menos ganharam uma trama própria na novela.
Flávia Alessandra interpretou apenas a esposa do delegado viciado em calcinhas. Após a resolução do fetiche do policial logo no começo da história, a Rita passou a bater cartão na locação da cachoeira para participar de um filme gravado por outro personagem secundário. E aí a história estacionou. Tanto que, com a morte de Machado, a personagem de Flávia Alessandra acabou saindo da novela, pois nem tinha o que fazer mais.
Vanessa Giácomo foi outra que sofreu com a falta de história. Uma atriz ultra competente e com várias protagonistas na carreira foi obrigada a participar de uma novela em que o drama de sua personagem não andava, e ela basicamente ficou confinada no cenário da casa de Stella. Triste.
3. Personagens mal desenvolvidos A história principal da novela tinha a ver com sete pessoas que protegiam uma fonte mágica certo? Porém, se a gente conheceu bem a vida de uns 3 guardiões foi muito.
Tirando Eurico (Dan Stulbach), Gabriel (Bruno Gagliasso) e Feliciano (Leopoldo Pacheco), todos os outros guardiães serviram para absolutamente nada na história. Aranha (Paulo Rocha) só era usado quando precisavam de um médico, assim como Ondina (Ana Beatriz Nogueira) só teve um destaque mínimo ao descobrirem que era mãe da protagonista.
Nos núcleos paralelos a coisa era ainda pior. A história de Nicolau (Marcelo Serrado) era chocante, mas um pouco gratuita. Parecia que o autor carregava no personagem não para fazer a história andar, e sim para que as pessoas ficassem enojadas dele. Pelo menos ele conseguiu tirar alguma reação do público, porque se dependesse de Geandro (Caio Blat) e Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer) o pessoal ia ficar chupando o dedo.
4. Referências demais Aguinaldo Silva sempre gostou de colocar referências às suas próprias novelas anteriores nas novas histórias. Lembram quando a Tereza Cristina matou um personagem na escada e disse “obrigada, Nazaré Tedesco”? Pois é, em ‘O Sétimo Guardião’ o autor passou dos limites do aceitável e transformou capítulos inteiros em homenagens aos seus sucessos do passado.
Trilha sonora, histórias e até personagens de novelas antigas deram as caras em Serro Azul, como foi o caso do prefeito Ypiranga (Paulo Betti) e Scarlet (Luiza Tomé), de ‘A Indomada’. Nada contra referências, mas a história parecia mais focada nessas brincadeirinhas que nas coisas inéditas.
5. Problemas de bastidores Alguma coisa aconteceu e Aguinaldo Silva teve uma grande maré de azar com ‘O Sétimo Guardião’. Logo no começo, a novela quase não foi ao ar porque o autor foi processado por um ex-aluno, pois ele queria ser creditado como co-autor. Como se sabe, a trama da novela surgiu de um curso dado pelo autor com roteiristas novatos.
Daí pra frente os problemas foram escalonando: fracasso de audiência, brigas entre atores da novela (o episódio da Lília Cabral com a Marina Ruy Barbosa), separação (o caso José Loreto) e até a morte de um figurante durante uma gravação.
É por esses, e outros, motivos que ‘O Sétimo Guardião’ parece ser uma novela que precisava ser produzida como macro serie para ter dado certo.
Código Penal uma sessão que eu tenho poucas lembranças e pensar que a 30 anos atrás esse discurso de defesa a mulher já era feito atualmente com o dia internacional da mulher tiveram várias iniciativas de conscientização da polução e defesa da mulher.
Exibição internacional... A emissora argentina Telefe, a moçambicana TVM (março a setembro de 2009), a angolana TV Zimbo e a polonesa TV Puls exibiram a novela, que é distribuída internacionalmente pela Telemundo. Na Argentina, a estreia ocorreu em 1º de dezembro de 2008, às 17 horas, e marcou 10,3 pontos de rating (total de aparelhos), 2 pontos mais a cima da anterior novela brasileira do Telefé, Sete Pecados. Mas a audiência foi caindo e a trama acabou transferida para as 7h30 da manhã. O canal venezuelano Televen exibiu a novela às 18 horas, com o nome de Dance Dance - La Comedia Musical.
Fatos sobre a novela: - Primeira novela do Brasil em HDTV. - É a segunda telenovela musical da emissora, sendo que a primeira fora Floribella. - As primeiras cenas da novela foram gravadas em Campinas/SP. - O personagem de Bruno Medeiros era interpretado por Angélico Vieira, que foi um cantor/ator português e ao contrário do que já foi divulgado, a voz dele não foi dublada. Angélico viria a morrer num acidente de trânsito em junho de 2011. - A novela teve ao total 161 capítulos, pois acabou numa segunda, logo após a estreia de Água na Boca.
A Dona do Pedaço
3.4 56 Assista AgoraMaria da Paz... Achei uma protagonista fraca. E o concurso de culinária foi uma enrolação. Tiveram personagens que perderam função e caíram na artificialidade. Chiclete ficou sem função, Vivi Guedes se arrastou com essa trama com o Camilo. Vivi está ameaçada por Camilo e Fabiana não está em guerra com essa irmã, como o roteiro prometia. Agno também perdeu o destaque. Seu relacionamento com Mão Santa não empolgou tanto e o personagem de Malvino ficou avulso, deixando para se vingar de Fabiana só no fim. Como Amadeus, o Regis é outro que ficou apagado. Mal tem cenas. Perdeu o destaque do começo.
Sinceramente, o único acerto da novela é Josiane. A vilã é sensacional e magnética. Obliterou o brilho de Maria da Paz, que foi uma mocinha burra. Jô foi magnética e seduzem-te. Agatha Moreira 'MIL'. Não existe palavra que descreva o seu talento nesse papel. Por isso que Bianca Bin faria esse papel. Depois de Clara, Walcyr tinha que presentear a atriz com uma personagem excelente que brilharia mais que a mocinha. Agora, Agatha me pareceu insubstituível. Bianca que me perdoe.
Fabiana foi uma vilã que só se destacou em poucos momentos. Era de esperar bem mais. Inclusive, o conflito das irmãs (vivi versus Fabiana) ficou de lado.
Acho que a falta de par evidenciou a fragilidade do roteiro e Maria ficou numa enrolação de concurso e sem ter um merecido destaque.
"A Dona do Pedaço" levou ao ar muitas incoerências de uma só vez e deixou muita gente indignada nas redes sociais. Os telespectadores que acompanham a novela estão cada vez mais saturados dos detalhes sem sentido nessa reta final.
Por causa disso, o capítulo 146, que foi ao ar na Globo nesta terça-feira (05/11/2019), virou motivo de revolta entre o público, que encontrou 5 motivos para contestar e manifestar sua insatisfação com a reta final da novela. Saiba todos!
Antero advogado?
Antero (Ary Fontoura) sofreu uma perda grave de memória, passou um tempo com dificuldade para se lembrar até mesmo de pessoas que amava, como Marlene (Suely Franco), mas foi capaz de voltar a atuar como advogado rapidamente.
Durante o capítulo que deu o que falar, Antero demonstrou estar confuso, dando sinais de que ainda não está bem, mas não esqueceu as leis, aceitou um caso de homicídio e ainda tirou Régis (Reynaldo Gianecchini) da prisão, o que não faz sentido.
Reação de Régis
Régis ficou confuso ao ser libertado e perguntou ao advogado o que tinha acontecido. "Eles já descobriram quem cometeu os crimes. Foi Josiane", esclareceu Antero. "O quê? Não! A Jô não faria isso", reagiu o ex-playboy.
A incoerência está no fato de que, quando foi acusado, Régis disse que Josiane era a única pessoa interessada em cometer os crimes, ainda mais por manter em segredo o relacionamento deles de Jardel (Duio Botta).
Atitude de Camilo
Camilo (Lee Taylor) decidiu vazar informações confidenciais sobre o caso de Josiane (Agatha Moreira) para a imprensa e todos ficaram sabendo qual era a prova que a polícia tinha contra a vilã.
O que não faz nenhum sentido é que o investigador tem um cargo de destaque na polícia e está colocando tudo a perder por causa de uma influenciadora digital que, em tese, ninguém além dos conhecidos dela querem saber sobre.
Depoimento da criminosa
Muitas pessoas foram visitar Josiane na delegacia, como Fabiana (Nathalia Dill) e Agno (Malvino Salvador), mas a vilã foi obrigada por Camilo e Yohana (Monique Alfradique) a depor assim que foi presa.
Ainda que tenha cometido dois homicídios, Josiane teria direito a fazer o procedimento somente na presença de seu[ advogado, conforme previsto por lei, mas foi coagida pelos policiais, o que não está certo.
Oferta de Otávio
Otávio (José de Abreu) decidiu ajudar Vivi (Paolla Oliveira) a fugir com Chiclete (Sergio Guizé) e surpreendeu a filha ao propor a compra de um hotel em uma ilha para que os dois pudessem viver sozinhos e isolados.
"Eu já estou fechando negócio com aquele hotel", revelou o empresário. O que ninguém chegou a cogitar é que seria muito mais fácil usar toda essa fortuna para contratar os melhores advogados para o justiceiro e livrá-los de uma vez por todas.
Araguaia
2.9 45A monotonia de Araguaia
A novela das 18 horas da Rede Globo tem um grande elenco e lindas imagens, ainda sim falta uma boa história para se tornar atraente para o telespectador. O tema central trata de feitiços praticados por índios que dura séculos e vai matando todos os homens da família do protagonista (Solano-Murilo Rosa). Com isso, já morreram todos, inclusive seu pai, portanto só restando o mesmo como a próxima vítima da terrível maldição.
Ficou atraído para assistir?
Difícil...
As subtramas também não são nada incríveis. Há um viúva (Suzana Pires) que idolatra o marido e com isso reluta em assumir seu amor por um bonitão (Fred-Raphael Vianna) filho do vilão da historia (Max-Lima Duarte), e ainda tem que disputá-lo com sua irmã invejosa (Nancy-Marianna Rios). Temos um núcleo circense chatíssimo formado pelos ótimos Emilio Orciollo Neto, Nando Cunha e Thaís Garayp, além de mais algumas tramas que nada acrescentam.
Os bons momentos da novela se devem às atuações de Laura Cardoso, Eva Wilma, Yunes Chami (o hilario Mamede Mascate), Julia Lemmerts e Lima Duarte. Milena Toscano segura bem o posto de protagonista e não faz feio. O mesmo não se pode dizer de Cléo Pires, que está muito ruim e não tem expressão alguma.
Há mais uma falha grave na novela: a falta de agilidade. Hoje em dia o público não tolera mais histórias lentas e que se arrastam ao longo dos capítulos. Em Araguaia nada acontece com rapidez e verdade seja dita, nem tem histórias o suficiente para movimentar a trama. Com isso, o telespectador pode ficar duas semanas sem ver a novela que não perderá grandes acontecimentos.
A novela vem obtendo baixos índices de audiência (em torno dos 20/23 pontos) devido ao horário de verão, que sempre prejudica qualquer produto exibido no final de tarde. Mas não podemos negar que isso também se deve à falta de criatividade e desenvolvimento da história.
Após o sucesso de 'Cama de Gato' e 'Escrito nas Estrelas', 'Araguaia' tinha a missão de manter os elevados índices no horário, mas fatalmente não conseguirá. Walther Negrão já escreveu grandes novelas, como as mais "recentes" 'Desejo Proibido' e 'Como uma Onda'(essa apesar de ter sido boa não teve grande repercussão). Agora definitivamente o autor não foi feliz em 'Araguaia'.
Na sua trama, Walther optou por uma história pouco atraente, cujo tema principal era baseado em feitiços indígenas, que evoluía lentamente. Além de não se sentir atraído pela trama, o telespectador ainda via diversos personagens desnecessários e que pouco acrescentavam. E para piorar, os papéis centrais também sofriam pela falta de uma bom enredo. O resultado foi um vilão (Max - Lima Duarte) que não funcionou e um casal protagonista (Manuela/Milena Toscano e Solano/Murilo Rosa) que deu errado. A novela terminou sem empolgar e com um clima de monotonia que reinou do início ao fim. Agora, com seus erros, Walther Negrão mostraria que aprendeu com seus deslizes.
Mais Você
3.1 5"Mais Você" completa 20 anos em ótima forma
O "Mais Você" estreou no dia 17 de outubro de 1999 e marcou a transferência de Ana Maria Braga da Record para outro canal. O programa matinal chegou a mudar de horário algumas vezes ao longo de seus 20 anos (completados hoje, 18/10/2019) de emissora (incluindo até um período na grade vespertina), agora se estabilizou e hoje é a maior audiência das manhãs da líder. A apresentadora e seu inseparável Louro José (Tom Veiga) têm um público fiel e a equipe da atração em nenhum momento se acomoda com isso, sempre procurando novidades para o formato.
Tanto que a produção conseguiu criar vários quadros ótimos que entram em esquema de rodízio, evitando maiores desgastes e preenchendo muito bem o tempo do programa. Não existe uma regra para a exibição de cada um, agora todos estão sempre lá, despertando a atenção do telespectador e divertindo Ana Maria. O curioso é que não foram criados ao mesmo tempo. As ideias é que funcionaram tão bem que acabaram se firmando na atração, sem haver a necessidade da extinção de um para a entrada de outro.
Um dos primeiros foi o "Super Chef", em 2008, com três temporadas. Em 2012, o formato começou a contar com artistas disputando o posto de melhor cozinheiro e passou a se chamar "Super Chef Celebridades". Até hoje o reality faz sucesso, ficando três semanas no ar. A oitava temporada foi ao ar no primeiro semestre e teve Nando Rodrigues como campeão.
O "Super Chefinhos" é a versão infantil da competição e já foi para a sua quinta temporada ---- a primeira estreou em 2009, enquanto a segunda só foi ao ar em 2016 e a terceira ano passado. No caso das crianças, a disputa dura menos: apenas uma semana. A vencedora de 2019 foi Raphaela Alvittos.
Em 2012, estreou outro quadro excelente: o "Jogo de Panelas". Cinco pessoas que amam cozinhar se inscrevem para participar da competição. A cada dia da semana, os participantes se reúnem para degustar um jantar preparado por um dos candidatos. Todos dão suas notas em cada encontro e, no final, quem pontua mais vence. Agora, também há pontos extras na decoração do ambiente, atração escolhida (um cantor contratado, mágico...), figurino, enfim. Normalmente, há algumas intrigas e rivalidades entre os competidores, apimentando a disputa. Dura uma semana e o resultado é divulgado ao vivo por Ana com todos presentes no estúdio. Vinte e cinco edições já foram ao ar.
"Dando um Retoque" é mais um quadro que prende quem assiste. No caso, não é um formato nada original. Uma pessoa de origem humilde pede ajuda para Ana Maria reformar um cômodo de sua casa. Acontece que a diferença está nos detalhes. O arquiteto Jairo de Sender tem a missão de fazer a reforma em apenas 48 horas e sempre tenta reaproveitar vários utensílios e móveis.
Bem diferente de situações mais assistencialistas, observadas em programas como "Caldeirão do Huck" (Globo), "Eliana" (SBT) e "Hora do Faro" (Record), por exemplo. Ainda dão dicas, no final de cada reforma, de como fazer vários enfeites que a equipe de Jairo cria para cada casa. Ele, aliás, é o carisma em pessoa, além de muito emotivo.
"Você Mais Poderosa" (que posteriormente passou a se chamar "Tapa no Visual") também merece menção. Beto Carramanhos (curiosamente revelado no "Jogo de Panelas") e Dani Ferraz são os responsáveis pela transformação física e psicológica na vida da pessoa que se inscreve para participar, normalmente mulheres. É aquele quadro clássico do "Antes/Depois", ocorrendo, com o DNA do "Mais Você". Ou seja, sem apelação. A escolhida tem uma renovação no guarda-roupa, tratamento de estética e uma temporada em um hotel luxuoso. Beto é o cabeleireiro oficial, além de bancar o "psicólogo", sempre extraindo bons e emocionantes desabafos. Dani é a responsável pela moda e maquiagem. Assim como o "Dando um Retoque", dura apenas um programa, preenchendo bem o tempo da atração.
Jimmy McManis é mais uma grata revelação do "Jogo de Panelas". O participante virou repórter do programa e sempre visita cidades com o objetivo de conhecer a culinária local, cozinhando para o povão com sua cozinha "viajante". Ele ainda forma uma ótima dupla com a jornalista Nádia Bochi, protagonizando divertidos e emocionantes momentos com o quadro "Na Estrada", onde ambos viajam para lugares paradisíacos e muitas vezes pouco conhecidos do grande público. A característica da viagem, inclusive, é a dupla passar alguns dias na casa de algum anfitrião, levando a equipe de filmagem junto, claro.
E, em 2017, Ana Maria trouxe mais um novo quadro que engrandeceu o programa. O "Fecha a Conta" é uma criação original (vários outros citados são formatos estrangeiros) e funcionou muito bem na atração. Cinco cozinheiros profissionais participam de uma disputa que consiste em gastar o menos que puder em compras, pois toda a quantia que sobrar reflete no prêmio que o ganhador leva. E não adianta gastar pouco e preparar um prato ruim, afinal, três jurados são escolhidos para uma avaliação rigorosa. A competição dura uma semana e todo dia há eliminação, sobrando apenas dois para a final na sexta-feira. E são edições temáticas, como "Churrasco", "Prato Feito", "Massas", "Pizza" e "Comida Mineira".
O "Mais Você" não carrega o posto de maior audiência das manhãs por acaso. Ao longo destes 20 anos (e mais de 5000 edições), o programa comandado por Ana Maria Braga e Louro José tem procurado se renovar sempre e vem conseguindo atingir esse objetivo com louvor. Todos os quadros mencionados engrandeceram a atração, entretendo o telespectador, que ainda conta com as rotineiras receitas da apresentadora, tão amadas pelas donas de casa.
A Dona do Pedaço
3.4 56 Assista Agora6 motivos para fazer Josiane uma das melhores vilãs da década:
1 - É cômica em alguns momentos;
2 - É Fria e sem sentimento;
3 - É bandida, assassina;
4 - Muda a situação o tempo todo;
5 - É extremamente falsa (o que já torna divertida);
6 - Não mede esforços pra conseguir o que quer.
Josiane, quer dizer, Agatha Moreira te amo
Subestimar demais a inteligência do da sociedade. A educação nesse país realmente está de mal a pior, atingindo até o raciocínio do escritor. Deus tenha piedade desse povo brasileiro. ... - Leia mais em
https:// noticiasdatv.uol.com.br/noticia/novelas/dona-do-pedaco-abusa-de-situacoes-rocambolescas-e-beira-o-constrangimento-30074
https:// natelinha.uol.com.br/colunas/olhar-tv/2019/10/20/a-dona-do-pedaco-e-a-irregularidade-de-walcyr-carrasco-as-21h-135576.php
https:// natelinha.uol.com.br/novelas/2019/10/21/as-gafes-de-a-dona-do-pedaco-que-geraram-criticas-e-mal-estar-na-globo-135583.php
https: //www.msn.com/pt-br/estilo-de-vida/lifestylegeneral/7-histórias-que-foram-totalmente-esquecidas-na-reta-final-de-a-dona-do-pedaço/ar-AAJlec5?ocid=spartanntp
JOSIANE, a metida à rica
Olha, se ela é uma vilã terrível, capaz até de matar, é também um tipinho patricinha que agrada muito. A personagem de Agatha Moreira é uma sensual mulher com iniciativa, um tipo que sabe muito bem do que gosta e, principalmente, do que não gosta. Ao ser seduzido por ela, você pode ir à falência, já que é metida a rica e gosta de tudo do mais caro.
Bonus VIVI GUEDES...
é extremamente difícil se destacar quando se deparam com o furacão Vivi, de Paolla Oliveira. Tanto a personagem, quanto a atriz esbanjam sensualidade e carisma. Com papel coadjuvante, ela conseguiu até roubar o protagonismo da novela, com uma história nem tão mais chamativa do que a que tem papel principal.
A Dona do Pedaço
3.4 56 Assista AgoraNovela da Globo erra ao retratar cena de divórcio e de pensão alimentícia
De acordo com advogados, questões como provas de traição e pedido de prestação de contas não são discutidas mais
A novela das nove da tevê Globo cometeu um deslize ao reproduzir uma audiência de divórcio, de acordo com advogados. A cena, de A dona do pedaço, foi exibida na quinta-feira (02/08/2019) e, de acordo com Rafael Gonçalves, advogado de direito de família, teve uma série de más explicações que podem desinformar quem assiste. "Por essas cenas terem muita audiência, acabam por tumultuar situações que já estavam pacificadas", afirma.
De acordo com ele, depois da exibição do episódio várias pessoas o procuraram com dúvidas. “Apesar de ser uma trama, tem uma relevância muito grande, alcança milhares de mulheres que já não tem muita informação."
Na trama, Agno (Malvino Salvador) decide se divorciar de Lyris (Deborah Evelyn), mas não quer perder o patrimônio. Na audiência judicial, o personagem afirma ter sido traído pela esposa, e que, inclusive, tem uma filmagem que comprova a infidelidade. "Tenho provas. Aqui está o vídeo dela com o entregador na cozinha", afirma.
Após as acusações, o juiz declara que Lyris é responsável pelo fim do relacionamento e que, por isso, ela receberá uma pensão de apenas um salário mínimo, como requerido pelo ex-marido.
De acordo com o advogado Rafael Gonçalves, este foi o primeiro erro da cena. Pois, em separações não cabe apresentar quaisquer tipos de provas ou de apontar culpados. "Os divorciandos estão discutindo a possibilidade de perda de direitos por causa de uma traição. Isso não existe mais. A partilha é feita de acordo com o regime da união", esclarece.
A advogada Mayara Magda Ferrieira, do Caporale. Ferreira e Souza advogados, também vê problemas na cena. "Desde 2010 não se discute mais culpa em nenhuma dissolução de união estável. Naquela cena, ele trouxe uma prova, que era um vídeo, isso fere o direito. Ela, inclusive, poderia entrar com uma ação por danos morais”, argumenta.
Pensão alimentícia
Na continuação, fica definida uma pensão para a filha do casal, de três salários mínimos, e que a mãe terá que comprovar o que é feito com o dinheiro. “No contexto da cena não foi analisado o binônio (necessidade versus possibilidade). Para fixar valores, primeiro é preciso analisar o quanto o pai ganha e depois a necessidade da criança. Pelo fato de o personagem ser sócio de uma empreiteira, daria para ele dar uma pensão maior. Porque a criança precisa ter o mesmo conforto que os pais”, opina Rafael. A advogada especialista en direito de família Mayara Ferreira ainda acrescenta mais um elemento: a proporcionalidade. "Deve-se levar em consideração quais são as condições do pai", esclarece.
Mas, para Rafael Gonçalves, o pior foi a questão em relação a mãe ter ficado com a obrigação de comprovar os gastos do dinheiro. “No nosso ordenamento não se cabe prestação de contas de pensão. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) definiu que não pode permitir isso, porque isso influenciaria milhares de outras ações infundadas”, explica. “A pensão serve não só para alimentos, como para saúde, educação, lazer, cultura, moradia. Mas prestação de contas não se discute mais”, completa Mayara Ferreira. Ela ainda explica que, caso o pai tenha dúvidas como o dinheiro está sendo gasto, ele deve entrar com uma ação revisional de pensão.
Rafael ainda explica que casos como o da cena, que possam ter ocorrido na vida real podem ser revistos por meio de recursos. “Pode-se recorrer a instâncias superiores. Mas é claro que cada caso depende de uma análise”, esclarece.
Mais um erro para a conta
Essa não é a primeira crítica que a trama recebe. No início deste mês, os designs de interiores emitiram uma nota criticando a forma como a profissão está sendo retratada na novela.
O desagrado é em relação à personagem Stephanie, vivida pela atriz Daniella Galli, que para tirar dinheiro de Maria da Paz (Juliana Paes) está superfaturando o valor do serviço realizado na casa dela. "Desde seu surgimento na trama, ela apresenta erros grotescos sobre o labor do profissional e nas relações com os clientes numa clara demonstração, tanto da atriz quanto dos autores, de absoluto desconhecimento e desdém com tão importante profissão", afirma a nota.
Confira a nota na íntegra
O Design de Interiores Brasil vem a público repudiar de forma veemente a forma grotesca com que a nossa profissão está sendo apresentada na novela A Dona do Pedaço, da Rede Globo. A personagem Stephanie, interpretada pela atriz Daniela Galli, é uma representação caricata e desrespeitosa a toda a comunidade acadêmica e profissional do Design de Interiores brasileiro e internacional. Desde seu surgimento na trama, ela apresenta erros grotescos sobre o labor do profissional e nas relações com os clientes numa clara demonstração, tanto da atriz quanto dos autores, de absoluto desconhecimento e desdém com tão importante profissão. Stephanie está anos luz distante do que prega o código de ética profissional do Design de Interiores – e de qualquer outra profissão – além de não representar a seriedade e competência destes profissionais que, ao contrario do apresentado, nada impõem. Pelo contrário, investigam (briefing) as necessidades (problemas) dos clientes afim de propor as melhores soluções. Repudiamos, novamente, a personagem e exigimos retratação! Acrescentamos que não somos apenas decoradores (que é uma pequena parte de nosso trabalho). E também, que ‘arquitetura de interiores’ não existe!
A Dona do Pedaço
3.4 56 Assista AgoraCinco (5) vezes que A dona do pedaço foi um atentado à inteligência do público
A dona do pedaço tem empresária de muito sucesso ingênua, assassinato em via pública sem ninguém ver e mais outros absurdos que deixam o público com a pulga atrás da orelha
O não compromisso com a verossimilhança é quase uma marca registrada de Walcyr Carrasco em suas novelas. O autor de A dona do pedaço guarda uma coleção de polêmicas em outros trabalhos e não faz diferente no atual folhetim das 21h.
O Próximo Capítulo engrossa o coro dos descontentes com alguns pontos de A dona do pedaço e se sente subestimado em alguns casos.
Com todo respeito à liberdade de criação para cada autor de dramaturgia, fizemos uma lista com CINCO (5) vezes em que Walcyr Carrasco insultou da inteligência do público:
1) Assassinato de Jardel... Jardel descobriu que Josiane trai Maria da Paz
Nos capítulos desta semana, o mordomo Jardel (Duio Botta – Leia entrevista com ator) foi assassinado por Josiane (Agatha Moreira) de uma maneira no mínimo estranha. A vilã marcou com ele em uma via pública e movimentada, perto de uma estação do metrô, para entregá-lo dinheiro proveniente de uma chantagem que ele estava fazendo com ela por ter descoberto o caso dela com Régis (Reynaldo Gianecchini). Eles estão conversando, com ele fazendo mais ameaças a ela, quando Josiane o empurra no meio da rua e ele é atropelado por um caminhão e morre.
Toda a cena ー desde o encontro entre eles ー é filmado por Fabiana (Natália Dill), que sempre está na hora certa no momento certo, mas ninguém mais viu. Sim… a rua estava movimentada e ninguém viu que Jardel foi empurrado e nem que Josiane fugiu do local. Nem as câmeras de segurança registraram, pois, segundo o investigador Camilo (Lee Taylor), elas têm um ponto cego. Adivinhou onde Josiane estava? Pois é!
2) Pensão alimentícia de 1 salário mínimo
Na verdade, todo o processo de divórcio entre Agno (Malvino Salvador) e Lyris (Deborah Evelyn) é um atentado à nossa inteligência, salvo apenas pelos dois atores, que estão bem no papel. Mas a gota d’água foi uma decisão judicial concordar com Agno e fixar a pensão para Lyris em um salário mínimo, fazendo o padrão de vida dela e da filha do casal despencar. O Correio fez uma matéria sobre os erros jurídicos desse divórcio. Volto a dizer que respeito o livre criar de Walcyr, mas o público não é mais bobo, não!
3) A “inocência” de Maria da Paz
A rede Bolo da Paz é enorme ー tem 10 lojas e caminha para abrir mais duas. Tudo isso é fruto do suor e do trabalho de Maria da Paz (Juliana Paes), que vive falando que se orgulha da trajetória que a levou de uma vendedora de bolos numa kombi a empresária de sucesso. Mas a “ingenuidade” de Maria da Paz é de deixar qualquer telespectador de muito mau humor.
Ela é enganada pela filha Josiane e pelo marido Régis a todo momento. Até na contratação de um bufê superfaturado para o próprio casamento, Maria da Paz foi passada para trás. Mas ela não é do ramo? Não percebeu que estava sendo enganada? E olha que tem um batalhão capitaneado por Amadeu (Marcos Palmeira) e Márcio (Anderson Di Rizzi) tentando salvá-la. Complicado, viu…
4) Noviça malvada
Na primeira fase de A dona do pedaço, Fabiana escapou de ser morta e, ainda criança, foi parar num convento. As freiras a criaram. Ela era uma espécie de contadora e diretora financeira do local. Até que ela descobre que é irmã de Vivi (Paolla Oliveira) e vai em busca da parente rica. Mas onde Fabiana aprendeu tantos golpes e de onde ela tirou tanta malícia e mesmo o modo de falar e vestir? Vale lembrar que, ainda no convento, Fabiana reclamou que nem televisão podia assistir com frequência. Tem gente que acende uma vela para Deus e outra… Deixa pra lá!
5) Vovó matadora... Fernanda Montenegro esteve na primeira fase de A dona do pedaço
Também na primeira fase, A dona do pedaço era centrada na disputa sangrenta entre as famílias Ramirez (de Maria da Paz) e Matheus (de Amadeu). Uma das cenas mais comentadas dessa fase foi a chacina promovida por Dulce Ramirez (Fernanda Montenegro). Uma de nossas maiores atrizes protagonizou uma sequência de gosto pra lá de duvidoso. Durante um acerto de contas com Miroel Matheus (Luiz Carlos Vasconcelos), ela saca a arma e mata ele e os filhos dele, Ticiana (Áurea Maranhão) e Vicente (Álamo Facó), toca fogo na casa deles e volta pra casa numa carroça. Lá, ela conta o que aconteceu para o filho Ademir (Genézio de Barros) e para a nora Evelina (Nívea Maria) e morre. Detalhe: ela fez tudo isso baleada!
A Dona do Pedaço
3.4 56 Assista AgoraAssim como acontece costumeiramente também, o autor 'genial' Walcyr Carrasco foi deixando personagens pelo caminho e que agora parecem não ter mais função. E a lista de personagens é grande, confira mais alguns: Gladys, Dorotéia, Eusébio, Chico, Cornélia, entre outros.
Teve ainda os personagens que tinham tudo para ter uma ótima história, e acabaram se perdendo no decorrer da novela, por exemplo, o romance entre Abel e Britney.
Cássia aparece mais vezes, e também ficou perdida. Ela chegou a reclamar do pai se envolver com outro homem, quase foi agarrada por um pedófilo, mas foram participações rápidas, praticamente dispensáveis. Confira:
João Gabriel D’Aleluia (Carlito)
O personagem, filho de Amadeu (Marcos Palmeira) e Gilda (Heloisa Jorge), tinha relativa função enquanto a mãe estava viva e tentava viver em família com o filho e o marido. Acontece que, a partir da morte de Gilda, Amadeu voltou a girar em torno de Maria da Paz (Juliana Paes) e Carlito praticamente desapareceu da novela e quando aparece é sempre em cenas sobre outros personagens.
O ator interpreta seu primeiro personagem no horário logo depois de ter ganhado fama como um dos protagonistas de Se eu Fechar os Olhos Agora, minissérie que foi indicada ao Emmy Internacional.
Rosane Gofman (Ellen)
A governanta de Maria da Paz sempre foi uma personagem orelha. Ellen ajudava a boleira e empresária a ter sua casa equilibrada e era quase parte da família da protagonista. Acontece que Maria perdeu tudo para a filha.
A partir deste momento, Ellen seguiu trabalhando para Josiane (Ágatha Moreira) e viu sua história de orelha ir morrendo aos poucos. Vale lembrar que a atriz está no ar com um papel semelhante em Por Amor, em que interpreta Tadinha, a empregada de Helena (Regina Duarte).
Deborah Evelyn (Lyris)
Lyris nasceu como uma personagem controladora e que tinha uma vida sexual frustrada, tentando fazer mil loucuras para conquistar o marido Agno (Malvino Salvador). A partir do momento que o homem resolveu assumir sua sexualidade e se divorciou virou só mãe.
É bem verdade que Lyris ainda precisa controlar e ajudar a filha Cássia (Mel Maia), que vem tendo várias histórias desenvolvidas, mesmo assim, acabou assumindo uma função quase única de orelha.
Rosamaria Murtinho (Linda)
Linda nunca foi exatamente uma personagem importante na história. Mesmo assim, foi desenvolvida com enredo próprio e chegou a ter certo destaque na narrativa desenvolvida por Walcyr Carrasco.
A psicóloga que chegou a insinuar que Josiane era uma psicopata, foi perdendo espaço e atualmente mal aparece e não há nada que sustente sua presença em cena.
Nathalia Timberg (Gladys)
Se no início Gladys foi fundamental para o desenvolvimento da narrativa, já que foi a primeira a empregar e a descobrir a gravidez de Maria da Paz, além de ser a mãe de Régis (Reynaldo Gianecchini), isso tudo ficou para trás.
Desde que A Dona do Pedaço passou a afunilar-se, a personagem não tem tanto espaço e, sem história própria, ficou sobrando em cena.
Rosi Campos (Dodo)
Uma das sem teto que invadiram um prédio no início da novela, a personagem começou como o alívio cômico de uma novela cheia de tiros e mortes. Com a segunda fase mais colorida e com Maria da Paz rica, a personagem não foi desenvolvida.
Dodo deixou de ter história própria e passou apenas a ser mãe de Rock (Caio Castro), com isso passou a ser mais uma que ganhou figuração de luxo.
Marco Nanini (Eusébio)
O mesmo se repete aqui. Marco Nanini foi um dos destaques da primeira fase do folhetim com seu Eusébio. E tendo sido a pessoa que teve a ideia de Maria da Paz vender seus bolos na rua, a um personagem esquecido, foram apenas alguns meses.
Vale lembrar que o último papel do ator, o rei Augustus em Deus Salve o Rei, chegou a sair da novela porque a sua história tinha acabado.
Tonico Pereira (Chico)
Praticamente todos os personagens desenvolvidos no núcleo dos sem teto tiveram o mesmo final. Ainda que A Dona do Pedaço não tenha acabado, suas histórias sim. O mesmo aconteceu com Chico.
Ainda que o personagem ganhe espaço em algumas cenas, ele está ali na cota dos que não interferem mais para o andamento da história.
Betty Faria (Cornélia)
Embora seja um dos autores que mais dá espaço para o elenco da terceira idade em suas novelas, dessa vez Walcyr Carrasco deixou muita gente como reles figurinha, como aconteceu com Betty Faria.
Ainda que, vira e mexe, a personagem ganhe certa movimentação com umas situações, nada do que ela faça interfere no andamento da história central ou de qualquer outro personagem.
Em suma, Encher de personagens e ver se algum se destaca, cai no gosto do público e salva a novela. Nos últimos tempos nenhum par romântico deu liga. Apostas foram furadas ou sub utilizadas. Assim se percebe que existem muitas tramas e personagens que morrem no meio. Matar personagem é sempre a saída ou simplesmente esquece-los, faze-los viajar. os bons tempos de novelas coesas e simples acabaram.
Por isso, que o público inteligente preferiu a trama das 19h "BOM SUCESSO", pois tem menos atores (e com bons personagens, a maioria novatos) que sustentam a história sem cair de ritmo ou fazer apenas figuração.
Suave Veneno
2.9 30Depois de várias tramas ambientadas no agreste, Aguinaldo Silva se aventurou a escrever uma história urbana.
Aguinaldo Silva conta que o personagem Waldomiro Cerqueira, interpretado por José Wilker, foi criado por inspiração em uma história real: um nordestino que ficou milionário com uma empresa de mármore e era chamado de “Rei do Mármore” pelos jornais.
Além da referência ao Rei Lear, de Shakespeare, Aguinaldo Silva fazia alusão em Suave Veneno a outros personagens clássicos. A Eleonor, de Irene Ravache, por exemplo, foi inspirada na rainha inglesa Eleanor de Aquitânia, vivida por Katherine Hepburn, no filme O Leão no Inverno, do diretor Anthony Harvey.
Rodrigo Santoro fez laboratório no ateliê do artista plástico Otávio Avancini para viver o pintor Eliseo.
O diretor Daniel Filho conta que pediu à atriz Letícia Spiller que estudasse Macbeth, de Shakespeare, e se baseasse na personagem de Lady Macbeth para construir a personalidade de Maria Regina.
Para fazer as cenas em que o guru Uálber entra em transe e faz previsões do futuro, Diogo Vilela contou com a ajuda do pai de santo Milton Carlos Silva de Andrade e da especialista em cristais Lúcia Helena da Silva Pereira, a Dona Paz.
A novela teve cenas gravadas no Domingão do Faustão, onde a personagem Eliete (Nívea Stelmann), vizinha de Uálber, ganhou o concurso “Garota do bumbum dourado”.
Portugal assistiu à novela no mesmo ano em que ela foi exibida no Brasil. Suave Veneno também foi vendida para outros países, entre eles: Argentina, Cabo Verde, Estônia, Letônia, República Dominicana, Rússia e Venezuela.
Por Amor
3.8 95 Assista AgoraA novela é um dos melhores trabalhos de Manoel Carlos e tudo o que o autor melhor desenvolve está ali: o cotidiano da classe média alta do Leblon, os tradicionais barracos familiares, uma Helena que faz tudo pela filha, uma vilã elegante e debochada, enfim. Não por acaso tem feito um grande sucesso... O bom retorno do público é muito merecido. É um novelão da melhor qualidade.
Agora é preciso ressaltar os vários conflitos da história que eram normais na época e atualmente não são mais tolerados. O próprio texto, sempre elogiado pelo refinamento de Maneco, contém declarações que hoje soam absurdas. Um bom exemplo foi até cortado na reprise da Globo provavelmente porque a cúpula da emissora achou não apropriado para os dias atuais. Agora deveriam ter exibido justamente para comprovar como a sociedade evoluiu com o tempo.
A cena em questão é um confronto entre Helena (Regina Duarte) e Laura (Vivianne Pasmanter). A mãe de Eduarda (Gabriela Duarte) retrucou da seguinte forma um comentário debochado da vilã dizendo que Eduarda deveria ser mais avançadinha:
"Avançadinha, sei. Pelo visto você acha mais bonito uma moça casar como você vai casar um dia. Rodadinha, usadinha, sambadinha... Né, amorzinho"
Outro caso que desperta indignação é o do núcleo de Wilson (Paulo César Grande) e Márcia (Maria Ceiça).
Ele é um sujeito violento e racista. O casamento tem uma grave crise por conta da gravidez da mulher. Isso porque ela é negra e o marido não aceita ter um filho da mesma cor ou mestiço. As brigas são constantes e Wilson é repugnante. Em uma das muitas brigas violentas do casal, Márcia chega a ameaçá-lo com uma faca para não apanhar. Quando, no final da trama eles ficam felizes e realizados. O pior é que a harmonia só acontece porque a criança nasce branca de olhos claros.
Mais um perfil que provoca uma inevitável reflexão é Marcelo (Fábio Assunção). O personagem é considerado o 'galã' da história, sendo disputado constantemente por duas mulheres: Eduarda e Laura. Acontece que todas as suas atitudes são dignas de um vilão de folhetim e na época não houve qualquer estranhamento.
Arrogante, mimado e agressivo, o rapaz nunca respeitou ninguém e jamais aceitou ter suas vontades contrariadas. Mesmo namorando Eduarda, não fazia questão de afastar a ex e sempre destratou os irmãos, Leonardo (Murilo Benício) e Milena (Carolina Ferraz). Também nunca foi simpático com Helena e fazia questão de se mostrar superior.
Para piorar, Marcelo ainda protagonizava
brigas tensas com a esposa, chegando até a agredi-la fisicamente. Tapas e empurrões eram comuns nos embates. Aliás, as agressões também atingiam Laura. Ele chegou a empurrá-la na piscina, tentando afogá-la, após ter descoberto uma armação da ex para acabar com seu casamento. Ainda chegou a ameaçá-la com uma espátula afiada durante uma discussão no escritório da empresa.
Na época, inclusive, nos primórdios da internet comercial no Brasil, aconteceu a primeira campanha contra um personagem de novela. Os internautas, revoltados
com o comportamento mimado de Eduarda, criaram um site em que as pessoas podiam manifestar seu ódio e enviar mensagens pedindo a morte da filha de Helena. Ela, realmente, era insuportável no início da novela. Maltratava o pai alcoólatra, era grossa com a mãe e sentia um ciúme doentio de Marcelo. Ainda sim, ele era (e sempre foi) infinitamente pior.
Atualmente, Marcelo seria visto como um vilão, ao lado de Branca Letícia de Barros Mota (Susana Vieira), a megera inesquecível desse sucesso. A sua felicidade ao lado de Eduarda seria simplesmente inimaginável e o desfecho sofreria alterações
. A bela e antológica cena gravada no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro ---- com Marcelinho passeando com seus dois pais e suas duas mães ----, seria com Helena, Atílio (Antônio Fagundes), Maria Eduarda e César (Marcelo Serrado), o médico apaixonado pela filha da protagonista que foi tratado feito um nada durante toda a história.
Aliás, Atílio não seria visto com bons olhos hoje em dia. O personagem era um típico galanteador e, mesmo envolvido com Helena, gostava de manter Branca e Isabel (Cássia Kiss) --- ambas apaixonadíssimas --- por perto. Da metade para o final da trama, inclusive,
traiu Helena com Flávia (Maria Zilda Bethlem), a melhor amiga da então esposa.
"Por Amor" é um clássico da teledramaturgia e seu sucesso é merecido. E a percepção do público sobre a história ter mudado tanto apenas reflete a evolução da sociedade, ainda que uma parte dela pareça ter regredido nos últimos anos. O comportamento dos telespectadores sempre será um excelente 'termômetro' para analisar a forma como a população encara determinada questão, o que é muito bom.
São reprises como essa ajudam a perceber melhor isso.
Por Amor
3.8 95 Assista AgoraAcertou em cheio quando decidiu reexibir um dos maiores sucessos de Manoel Carlos.
Resultado: a novela gerou uma grande repercussão e levantou a audiência do "Vale a Pena Ver de Novo", marcando às vezes até mais que "Malhação". O público amou rever a vilania de Branca (Susana Vieira), o amor de Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Du Moscovis), o drama da controversa Helena (Regina Duarte), a doce Sandrinha (Cecília Dassi), o amadurecimento de Eduarda (Gabriela Duarte), entre tantos outros conflitos do folhetim que marcou a teledramaturgia.
Por Amor é realmente um novelão! Durante os anos 90 e 2000, o público acreditava que os melhores personagens de uma novela eram os vilões (os maniqueístas ao extremo) ou estavam no núcleo cômico, por serem engraçados e trazerem animação á novela, enquanto as protagonistas são consideradas chatas por estarem sempre sofrendo e chorando.
No caso, Por Amor é uma grande contestadora dessa máxima, pois é justamente o núcleo principal (Helena, Eduarda, Atílio, Marcelo) e o da mansão de Branca que proporcionam as melhores e mais marcantes cenas. Então, é uma pena Maneco tivesse que criar núcleos de pseudo humor insuportáveis, como o do triângulo Magnólia, Oscar e Genésio, só para que quando os dramas de Helena, Eduarda e cia ficassem demais, a história tivesse algum plot "divertido" pra alegrar e acalmar o público do sofá. Esses perfis só se salvam pelos talentos de Elizângela e Tonico Pereira, pois a relevância de ambos na trama é nula, além de as cenas serem repetitivas.
Outra coisa: o núcleo da Meg também era um saco no início da novela. A mãe de Laura e Natalia só aparecia cuidando da cadelinha Inés (que ela ama como uma filha caçula) em cenas irrelevantes. Só a partir da metade da novela, quando passou a se preocupar mais com a obsessão de Laura por Marcelo, é que Meg ganhou mais destaque e Francoíse Forton fez cenas maravilhosas ao lado de Viviane Pasmanter, Júlia Almeida e Ricardo Petraglia (que também conseguiu crescer como Trajano).
E por último: como o público da época amava a Laura e a achava suprema e maravilhosa??? Uma criatura sem amor próprio, sem orgulho próprio, que passou a novela correndo se rastejando atrás de um personagem! E de um personagem escrotíssimo, o que é pior! A trama dela se resume a isso e nada mais.
Felizmente, a cada reprise dessa novela, a gente vai desmascarando coisas que eram normais nos anos 90 e não são mais na atualidade
O Cravo e a Rosa
4.1 287 Assista AgoraÓtima novela, 'O Cravo e a Rosa' é realmente inesquecível, agora outra coisa me chamou atenção. Vendo essas novelas antigas, percebi como tem atores tão bons que simplesmente foram esquecidos. No twitter, você sempre comenta que certo ator ou atriz podia ser mais aproveitado.
Aí o publico deveria pensar, sim, a Globo erra demais ao repetir elenco demais, deveria variar um pouco. Acontece que a culpa disso é principalmente desse monopólio de apenas uma emissora.
A Globo é muito boa no que faz, isso é inegável, agora a hegemonia dela deve-se mais a falta de mérito das outras emissoras do que mérito próprio. Cidade Alerta e Balanço Geral já é quase rotina ter mais audiência que a Globo. Os Dez Mandamentos (que na opinião de outros nem era tão boa assim) bateu a Globo em pleno horário nobre. Hoje em dia creio que não mais, agora tinha uma época que o SBT liderava a madrugada inteira quase todo dia. Por quê?
Porque o SBT investia no horário e a Globo só ficava passando filme, criaram o Hora Um exatamente por causa disso e o SBT ao invés de continuar investindo no jornalismo ou criar outro programa faz o quê?
Acaba com o SBT Notícias, demite as ótimas Joyce Ribeiro e Patrícia Rocha, coloca um adolescente para apresentar um jornal e estica mais ainda o já interminável Primeiro Impacto. Não dá!
A programação da Band parece piada, o meu jornal favorito da manhã é o Café com Jornal, acho dinâmico, leve, bom pro horário, agora até o Brasil Urgente não tem nada de interessante. Eu não tô falando nem de qualidade (não gosto do Brasil Urgente, pois programas policiais feitos assim são horríveis) tô falando de algo que tenha repercussão. Parece que as outras emissoras nem se esforçam para ter audiência.
A Globo não é tão imbatível assim. Se as outras emissoras se esforçassem conseguiriam chegar perto ou passar. Se não tem dinheiro para investir numa novela séria, se inspira nas TVs americana e britânica, investe em séries. Tenta criar esse mercado no Brasil, seria bem interessante. Tô falando tudo isso não porque eu não goste da Globo, e sim porque o mercado de atores no Brasil é muito limitado. Tem tantos atores e atrizes talentosos que já ganharam até prêmios importantes, e quase ninguém conhece. Brasileiro não gosta de teatro e tem preconceito com filme nacional, é uma realidade, a única maneira de expandir o mercado de atores seria se as outras emissoras investissem mais em dramaturgia. Enfim, é realmente uma pena que não o façam.
E eu tenho certeza que se tivesse investimento de verdade, o dinheiro voltaria. O povo quer outras opções de cultura. Todo mundo ganharia com isso, nós telespectadores que iríamos ter mais opções, os donos das outras emissoras que iriam ter mais audiência (e consequentemente mais dinheiro) e os atores, produtores e diretores brasileiros que não iriam ficar tão limitados.
Cine Privé
3.1 6Para você que quer relembrar os velhos tempos de Cine Privé, uma lista com os filmes mais marcantes da sessão erótica da emissora. Confira:
Emmanuelle – 1974
A modelo Emmanuelle (Sylvia Kristel) vai de Paris até Bangcoc, na Tailândia, para se encontrar com o marido, Jean (Daniel Sarky), que atua no corpo diplomático. Lá ela tem aventuras amorosas com homens e mulheres do novo círculo de amizades, além de amar Jean. Ele também tem casos extraconjugais e ambos aceitam este tipo de comportamento, que Emmanuelle se recusa a rotular como traição, pois não há mentiras entre eles.
Intenções Perigosas – 1994
Um grande executivo perde o emprego, fica revoltado e se suicida. Acreditando que seu sucessor é o responsável pela morte do marido, a bela viúva do rapaz começa a planejar vingança, e muita coisa acaba acontecendo no meio do caminho para cumprir seu desejo.
Jogos Secretos 2 – 1993
Um homem aproveita a viagem de sua esposa para satisfazer seus mais íntimos desejos contratando prostitutas e filmando secretamente os encontros. Mas seus jogos sexuais vão ficando cada vez mais complexos e perigosos conforme a situação vai ganhando uma maior dimensão.
Prazer Selvagem – 1996
Quando uma esposa decide ceder a todos os caprichos sexuais do marido, que teve a ideia de apimentar o casamento chamando novos parceiros para transar com ela. Este por sinal, passa a sentir um ciúme incontrolável. O problema é que ela acaba gostando das novas experiências e pretende dar continuidade a esse novo estilo de vida. É aí que começa o perigo. Intrigas, sexo e morte são os ingredientes que fazem desse thriller erótico um garantido sucesso no gênero.
Emmanuelle: Uma Lição De Amor – 1996
Um grupo de estranhos visitantes chega de outro planeta em busca da mais sensual e bela terráquea: Emmanuelle. O sexo é o lado mais misterioso e a curiosidade mais extraordinária dos terráqueos para os visitantes. Tasha é a extraterrestre designada para acompanhar Emmanuelle numa viagem ao redor do mundo para explorar os mistérios do amor e desejo sexual. A tripulação acompanha a experiência dessas jovens e coletam dados que vão mudar o longínquo mundo dos visitantes.
Instinto Animal 3 – 1996
Um grande produtor musical começa a fingir que é cego, tudo para poder observar as transas de sua namorada. A princípio, sua maior intenção era para satisfazer suas taras de voyeur.
Losing Control 1998
Kim está sofrendo do bloqueio do escritor. Um encontro casual com um estranho bonito a abre para um mundo de experimentação sexual arriscada. Ainda sim, ela fica preocupada quando ele se recusa a falar sobre si mesmo
A sessão de filmes voltará ao ar no dia 24 de agosto, a partir das 1h15 da manhã. O longa que vai marcar o retorno da atração ainda não foi definida. Procurada oficialmente, a assessoria da Band confirmou a informação.
OBS: Em tempos de vídeos do zap zap que estão todos os dias lotados de pornô, fora os sites expressivos relacionados a pornografia.
Cavalo de Aço
3.8 3Uma trama policial foi a saída encontrada para emplacar Cavalo de Aço, abalada pelos vetos da CENSURA
Uma discussão sobre a questão da reforma agrária estava planejada na sinopse original da novela, então esbarrou na reprovação da Censura Federal. Walther Negrão foi, então, incentivado a falar sobre a questão das drogas, já que os militares tinham a intenção de iniciar uma campanha de esclarecimento sobre o assunto. O autor resolveu debater sobre o tráfico de drogas a partir do drama de Joana (Betty Faria), uma ex-viciada que lutava para se manter limpa. À primeira menção de cocaína na novela, os censores se mostraram novamente insatisfeitos. Dessa vez, argumentaram que a personagem de Betty Faria era um mau exemplo e não deveria ganhar destaque na trama. A interferência da Censura levou Walther Negrão a uma série de pequenas mudanças que começaram a influenciar a popularidade da novela e ameaçavam descaracterizar a narrativa. Como solução, a novela passou a seguir uma linha policial: o vilão Max (Ziembinski) foi morto, e a identidade do assassino permaneceu um mistério até os capítulos finais. A novela decolou novamente.
Cavalo de Aço
3.8 3TRILHA SONORA Nacional:
Homem de Verdade
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Djalma Dias
Viva Suarez!
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Claudio Ornelas
Marcas
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Quarteto Uai
Um Filho de Deus
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Orquestra Som Livre
Cavalo de Aço
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Guto e Coral Som Livre
De Olhos Abertos
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Orquestra e Coro Som Livre
Pé na Estrada
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Quarteto e Coro Som Livre
Idade: 17
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Evinha e Trio Esperança
Contratempo
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Guto Graça Mello
Na Tarde
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Quarteto Uai
Um Só Corpo
Compositores: Guto Graça Mello / Nelson Motta
Intérprete: Marcio Lott
TRILHA SONORA Internacional:
Don’t Mess With Mr. “T”
Compositores: Marvin Gaye
Intérprete: Marvin Gaye
Superman
Compositores:
Intérprete: Excelsior
Why Can’t We Live Together
Compositores: Timmy Thomas
Intérprete: Timmy Thomas
Daddy Could Swear, I Declare
Compositores: M. Knight / G. Knight / J. Bristol
Intérprete: Gladys Knight & The Pips
Last Tango in Paris
Compositores: Dori Previn/ Gato Barbieri
Intérprete: Jean Pierre Sebastian
This is a Love Train
Compositores:
Intérprete: Joe Jackson
Tarcisiu’s Theme
Compositores:
Intérprete: Free Sound Orchestra
Don’t Say Goodbye
Compositores: Paul Bryan / Jim Saloman / Chrystian
Intérprete: Chrystian
Superstition
Compositores: Stevie Wonder
Intérprete: Stevie Wonder
Iron Horse
Compositores: Christie
Intérprete: Excelsior
“T” Plays It Cool
Compositores: Marvin Gaye
Intérprete: Marvin Gaye
Together
Compositores:
Intérprete: Think Tank
The Snake
Compositores: R. Benator
Intérprete: El Chicles
Autumn Love Theme
Compositores:
Intérprete: Free Sound Orchestra
Cavalo de Aço
3.8 3CURIOSIDADES
Autoria: Walther Negrão
Supervisão: Daniel Filho
Direção: Walter Avancini
Período de exibição: 24/01/1973 – 17/08/1973
Horário: 20h
Nº de capítulos: 179
Walther Negrão conta que a ideia básica da novela surgiu a partir de histórias contadas por um cunhado seu, que tinha negócios em uma região de pinhais no Sudeste do Paraná. Ladrões de madeira cortavam os troncos dos pinheiros durante a madrugada e, em seguida, atiravam as toras no rio, onde elas eram recolhidas por jangadas de madeira. Fascinado pela descrição, o autor visitou a região e decidiu escrever uma história a respeito. Como a Rede Globo ainda não tinha estrutura para uma produção desse porte, decidiu-se realizar as gravações no Rio de Janeiro, usando eucaliptos.
Tarcísio Meira conta que, em uma cena gravada no Rio Guandu, em Itaguaí, Rodrigo, Miranda (Glória Menezes) e Carlão (Milton Moraes) tentam levar a madeira de Vila da Prata para vender às serrarias. A bordo de um pequeno barco a motor, que reboca uma balsa lotada de toras de madeira, os três navegam pelo rio turbulento, quando Max manda seus capangas explodirem a balsa. Por orientação do diretor Walter Avancini, Tarcísio Meira, que estava no comando do barco, começou a navegar em círculos para pular as ondas causadas pela pequena explosão provocada pela produção. Durante uma dessas manobras, o barco adernou e os três caíram na água. Os atores por pouco não conseguem escapar da correnteza, mas foram salvos pela equipe de produção.
Pode-se dizer que as gravações de Cavalo de Aço foram marcadas pela canção Asa Branca, embora ela não fizesse parte da trilha da novela. Carlos Vereza lembra que infernizava o resto do elenco e a equipe técnica tocando repetidamente a música em sua flauta de bambu. O ator havia improvisado um tema para a flauta, que chegou a ser tocado durante a novela, mas nos intervalos das gravações ele tocava sempre, à exaustão, a música de Luiz Gonzaga, a única que conhecia. Até que, um dia, desesperado, o colega Paulo Goulart deu ao ator o telefone do músico Altamiro Carrilho e recomendou-lhe que aprendesse a tocar flauta transversa. Vereza aceitou o conselho e aprendeu a tocar o instrumento.
O ator Carlos Vereza conta que foi preso pelo Dops durante as gravações de Cavalo de Aço, ficando vários dias detido em uma cela e sendo submetido a interrogatórios. Os militares estavam convencidos de que o ator estava de posse de duas importantes informações: a localização de um dos guerrilheiros mais procurados do Rio de Janeiro e a identidade do assassino do velho Max. Carlos Vereza se recusou a responder às duas perguntas. Oito dias depois, foi solto em uma rua do Leblon e, no mês seguinte, retornou às gravações. Cavalo de Aço foi a segunda novela dirigida por Walter Avancini na TV Globo, depois do sucesso de Selva de Pedra (1972).
Em Cavalo de Aço, Stênio Garcia estreava na TV Globo e José Lewgoy ganhava seu primeiro papel de destaque na emissora.
O Outro Lado Do Paraíso
3.5 53Cido, personagem interpretado por Rafael Zulu, é um personagem heteronormativo, negro de baixa posição social que se relaciona com o médico do hospital, Samuel, trabalhando como motorista particular do mesmo.
A trama ganha teor problemático em vários momentos, pois Cido têm o médico como seu amante e vai adquirindo bens pessoais com este relacionamento, inclusive o anel de noivado da mulher que traía no início da trama. Então Samuel o convida para conviver em sua casa, onde Cido e Samuel têm de enfrentar a aceitação da sogra que acaba ganhando tom humorístico durante a trama.
E como já sabemos, o processo de aceitação do médico vai se desenhando e este se assume para sua mãe que não aceita sua sexualidade, porém passa a empurrar isto com a barriga e o personagem Cido vai morar na casa de Samuel.
Em vários momentos o personagem de Samuel se sobrepõe ao de Cido, demonstrando melhor capacitado economicamente e intelectualmente. O personagem de Cido é construído em cima do padrão bem utilizado a tempos pela mídia televisiva em novelas, “o negão’’ que tem sua masculinidade bem destacada durante o enredo, fala mal e errado, e sempre é o aproveitador e violento, que necessita de um personagem branco para ascender ou ter plena consciência na importância da virada de sua vida.
O enredo toma uma proporção de forma que o médico vai assediando Cido com vários ganhos materiais e isso o faz continuar o relacionamento, ambos se traem com mulheres na trama, porém vão prosseguindo a relação. A mãe tenta realizar uma “cura gay’’ com seu filho e logo convence outra funcionária do hospital a seduzir seu filho novamente e esta relação por trás dos panos acaba gerando um filho.
E, por fim, Cido começa a refletir se faz realmente parte da família após o nascimento do filho, até que é traído, e se retira da casa. A cena de pico do cúmulo é a do médico chegando ao posto de gasolina onde o personagem trabalha, após ter consciência de que realmente é gay e convidando Cido para morar em sua casa. Numa cena de total relação senhor e senhoriado velada.
Cido volta a morar na casa e sua sogra diz que até pode lhe aceitar, mas para isso ele, negro, terá de fazer tudo que ela branca quiser, e isso inclui tudo mesmo. O personagem começa a realizar tarefas de casa e a fazer café e almoço da família para agradar a sogra e para que isso ajude ela a aceitar a relação, e novamente é colocado em submissão e escanteio quando seu companheiro Samuel reclama da forma como ele faz as tarefas de casa e novamente o trai.
Enfim…
Bicha preta submissa e serviçal, vivendo um relacionamento abusivo que vêm sendo fortemente romantizado pela mídia e colocado como exemplo de representatividade na televisão brasileira.
Para mim tudo isso não passa de uma brincadeira de filho de sinhá com filho de mucama, onde a bicha branca faz o que bem entende com o relacionamento e com seu parceiro negro e, por fim, sairá como salvadora do seu negro de estimação, como em todo enredo.
Não vejo representatividade. E temos que nos atentar a este jogo feito pela mídia. Pois estas produções acabam por naturalizar questões abusivas como racismo velado e estereótipos relacionados ao corpo negro.
E com isso, esta massa que repudia e esta massa que sente-se desconstruída e quebradora de padrões acaba por reproduzir racismo em cima de homofobia sem a menor reflexão sobre, pois, claro, o negro na televisão não vêm sendo pensado. E duvido muito que acabaremos com as opressões sociais mostrando retratos convenientes de grupos sociais.
Texto de Gabriel Sanpêra
O Outro Lado Do Paraíso
3.5 53"O Outro Lado do Paraíso" termina como novela pobre
Olá, internautas
Nesta sexta-feira (11/05), “O Outro Lado do Paraíso” chegou ao fim. Walcyr Carrasco cumpriu a missão de expandir os índices de audiência recuperados pela antecessora “A Força do Querer”. Apesar disso, o autor, responsável por ótimas novelas nos últimos 20 anos, abusou dos clichês nesta produção. O resultado final ficou abaixo da expectativa. A trama terminou como uma novela pobre, principalmente em relação ao texto, o que acarretou um ar artificial no conjunto da obra. Segue o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Bianca Bin (Clara): a atriz sobressaiu em “O Outro Lado do Paraíso” ao viver a mocinha vingadora Clara. O telespectador ficou ao lado da heroína. Bianca, que já vinha de um ótimo retrospecto na faixa das seis, cumpriu a missão de protagonizar a novela das nove.
Marieta Severo: Sophia entrou para a galeria de vilãs inesquecíveis da teledramaturgia brasileira com a marca de “megera das tesouradas”. A atriz compreendeu o espírito da personagem, a aura da novela como um todo e se encaixou dentro do estilo da produção.
Gloria Pires (Beth): na primeira parte da novela, a atriz segurou a novela com o drama de Elizabeth. O ápice da personagem ocorreu na descoberta de sua filha Adriana, já adulta, em pleno julgamento no tribunal. A então ré, na realidade, era sua mãe, dada como morta, após as tramoias de Natanael (Juca de Oliveira). É verdade que Beth perdeu o rumo com a abordagem do alcoolismo nesta reta final. Porém, no balanço geral, o resultado é positivo.
Thiago Fragoso: o ator roubou a cena ao viver o advogado Patrick. Ele, literalmente, roubou o espaço e ofuscou a “reviravolta” de Gael. O ator já tinha se destacado em “Amor à Vida”, também de Walcyr Carrasco, e retornou a brilhar agora em “O Outro Lado do Paraíso”.
Caio Paduan e Erika Januza: os atores formaram um dos principais casais da novela. Conquistaram o carinho do telespectador ao interpretarem Bruno e Raquel. Os dois aproveitaram a oportunidade. Além disso, Carrasco conseguiu colocar o racismo em debate, através da personagem que começou como uma doméstica e se transformou em uma juíza.
Pedofilia: o autor trouxe uma série de temas sociais na trama de “O Outro Lado do Paraíso”. A pedofilia ganhou um bom espaço de discussão, através do delegado Vinicius, interpretado por Flavio Tolezani, e Laura, vivida por Bella Piero. Apesar de críticas recebidas pelo coach, o resultado foi positivo.
Fernanda Rodrigues: a atriz surpreendeu o telespectador ao interpretar a vilã Fabiana. Fernanda, que cresceu no vídeo com semblante de boa moça em outras produções, demonstrou versatilidade. Momento de virada em sua trajetória televisiva.
Anderson Tomazini: a maior revelação de “O Outro Lado do Paraíso”. O ator aproveitou a oportunidade com Xodó, personagem que ganhou repercussão junto ao público e galgou mais espaço dentro da trama.
PONTOS NEGATIVOS
Jogral: o texto da novela “O Outro Lado do Paraíso” apresentou, em grande parte da obra, pobres diálogos entre os personagens. Há uma diferença entre simples e pobre. O ar de jogral “berrou” no vídeo. As falas rápidas e sucintas fortaleceram a impressão. 10 segundos de fala, no máximo, foram uma constante.
Direção: Mauro Mendonça Filho e equipe, nos primeiros capítulos, adotaram um estilo de “cinema argentino”, o que provocou estranhamento no telespectador. Depois, transplantaram o mesmíssimo padrão de “Verdades Secretas” em “O Outro Lado do Paraíso”. O mesmo filtro escuro na imagem, a mesma fotografia e a mesma iluminação surgem como evidências de tal estratégia.
Gael (Sergio Guizé): o personagem mais perdido em “O Outro Lado do Paraíso”. Ficou solto e totalmente dispensável no roteiro. Conquistou ampla rejeição, após a violência contra Clara, logo nos primeiros capítulos. O autor tentou levantar Gael com uma redenção espiritual, mas o telespectador não engoliu a história.
Final de Renato (Rafael Cardoso): um dos maiores furos de “O Outro Lado do Paraíso”. Após ter sido baleado por Patrick durante o sequestro de Tomaz (Vitor Figueiredo), o que aconteceu com o médico? O telespectador ficou sem resposta. Além disso, a virada do personagem no capítulo 100 ficou forçada.
Grazi Massafera (Livia): a atriz passou despercebida em “O Outro Lado do Paraíso”. Interpretou uma personagem “água com salsicha” que acrescentou muito pouco na novela.
Núcleo de Samuel (Eriberto Leão): a abordagem da homossexualidade não foi bem trabalhada em “O Outro Lado do Paraíso”. A história caricata do psiquiatra Samuel foi um passo para trás no combate ao preconceito pela teledramaturgia. Inicialmente, o personagem gostava de usar calcinhas da sua esposa Suzy (Ellen Rocche). Depois, tal “fantasia” desapareceu. O drama de Samuel cedeu espaço para a comédia pastelão ao lado de Cido (Rafael Zulu) e Adinéia (Ana Lucia Torre). A mudança radical ficou forçada no vídeo.
Nanismo: trazer a temática para a teledramaturgia é sempre benéfico. Porém, também não foi bem trabalhada em “O Outro Lado do Paraíso”. O ar artificial “gritou” no vídeo com o triângulo amoroso entre Estela (Juliana Caldas), Juvenal (Anderson di Rizzi) e Amaro (Pedro Carvalho). Até mesmo, Juvenal, de uma hora para outra, deixou de amar Estela para cair nos braços de uma “quenga”. Núcleo mal desenvolvido.
Barbara Paz (Jô): a atriz funcionou, basicamente, como uma figurante de luxo. Barbara merece melhores trabalhos.
Clichês: os clichês sempre funcionam. E isso é percebido nos índices de audiência da novela de Walcyr Carrasco. Porém, ocorreu um abuso de tal procedimento. Personagem que ficou cego, outra que ficou entre a vida e morte por problemas renais, alcoolismo, outra que ficou com boca torta após AVC, cabeleireiros homossexuais, ganância pelas esmeraldas, vingança, “casa da luz vermelha”, “quengas” que querem casar e mudar de vida, julgamento no tribunal, moça momentaneamente paraplégica, sensitiva que ouve vozes do além....
Texto de Fabio Maksymczuk
O Sétimo Guardião
2.1 17Para realizar um balanço da história, o site Na Telinha convidou os 26 roteiristas que colaboraram na criação da sinopse da novela no curso de Master Class ministrado por Aguinaldo Silva, em 2015. Diariamente, no encerramento, a Globo credita as participações deles na obra.
Do total convidado, 10 roteiristas toparam enviar seus depoimentos à reportagem, são eles: Andre Wacemberg, Ariela Massotti, Duque Ólliver, Julielson de Lima, Julio Kadetti, Nina Guaraná, Ryllberth Ribeiro, Silvio Cerceau, Valtair Barbosa e Victor Darmo.
Com exclusividade, confira na íntegra o balanço de "O Sétimo Guardião" na visão de cada um destes profissionais:
André Wacemberg:
"'O Sétimo Guardião' foi uma novela ousada, experimental, que tentou trazer elementos de seriados estrangeiros ao folhetim diário, mas que se perdeu no desenvolvimento da proposta. A tão celebrada volta ao gênero do realismo fantástico em si me parece ter gerado uma estranheza da nova geração. É verdade que havia algumas pontas soltas, mas dizer que a novela não tinha pé nem cabeça, que não conseguiam entender nada, é coisa de espectadores que não viram a Dona Redonda explodir, ou o Sérgio Cabeleira sendo sugado pela lua, ou a flor do Jorge Tadeu caindo sobre uma dama indefesa.
E se é para comparar a séries, dadas suas devidas limitações, talvez nunca tenham visto seriados com elementos fantasiosos como 'Lost' ou 'Game of Thrones'. A premissa era muito simples: uma sociedade secreta protegendo uma fonte de águas milagrosas.
Agora, realmente, acho que a trama se perdeu nessa ideia central básica. O poder da água foi muito mal aproveitado. Quase não houve casos de pessoas buscarem desesperadamente a cura da fonte, e os guardiões quase nunca usavam desse poder para salvar vidas em seus cotidianos, o que deveria ser a função básica deles. Sem isso, terminaram ficando só as desvantagens de ser um guardião, a maldição de não poder ficar com sua amada, de virar gato, de brochar, etc. Então o público é quase levado a torcer contra a Fonte em vez de entender a importância da irmandade e torcer pela sua preservação.
A fonte foi quase uma vilã. E inútil, tanto é que chegou a secar. Falo isso porque fui eu que sugeri a Fonte da Juventude durante a criação da novela, então sofri ao ver a ideia sendo levada para outros rumos. Mesmo assim, acho que 'O Sétimo Guardião' teve momentos memoráveis, personagens divertidíssimos e textos emocionantes. Infelizmente não caiu no gosto do povo, por um lado com razão pelos problemas citados, mas com a ajuda de um movimento ideológico contra a emissora e de uma era em que o streaming é mais interessante que o folhetim. Foi falha, mas acho que ainda assim conseguiu dar pérolas ao público do Aguinaldo, que pôde ver mais uma de suas beatas ensandecidas em cena, um prefeito corrupto planejando ir a Dubai com a esposa vaidosa, um delegado que usava calcinhas, e um gato que virava gente.
Ariela Massotti:
“Participar da criação de 'O Sétimo Guardião' foi lindo. A expectativa do que se tornaria a novela originária da nossa sinopse era grande, mas confesso que teria focado toda a trama principal em ambiente de mistério e não de comédia. Embora os elementos se mantenham, o tom foi bem diferente do imaginado. À princípio fiquei triste com a leveza atribuída aos maiores enigmas que envolviam a trama, mas depois procurei entender os caminhos tomados. De qualquer forma foi a realização de um sonho ver a novela no ar. Guardarei com carinho este trabalho e tenho certeza de que todos os meus colegas também."
Duque Ólliver:
"Estou satisfeito com o resultado, gostei de quase tudo que esteve no ar. Lastimo que nem todos tenham compreendido a história que construímos coletivamente na Master Class 3, ainda que tenhamos vislumbrado e organizado o enredo e os personagens sob uma ótica que sofreu alterações ao longo da exibição.
Não sei se foi intencional ou houve dificuldade de reencontrar o eixo sob o qual as tramas foram pensadas. Em termos de audiência, a novela foi o produto mais assistido do país, não podemos trivializar isso. Um conjunto de fatores para além do enredo deve ser levado em consideração antes de traçar um panorama acerca de sua repercussão: Netflix, canais pagos, etc.
Ademais, 'O Sétimo Guardião' foi meu primeiro trabalho de alcance nacional e a primacial certeza que estou no caminho certo. Independente de qualquer impasse, despeço-me dela com o mesmo orgulho e dignidade com que fui aprovado para a Master Class, com muitas histórias pra viver e contar".
Julielson Lima:
"Falar de 'O Sétimo Guardião' para mim, envolve um mix de sentimentos. Porém destes, o que prevalece é o inenarrável orgulho. Orgulho por ter ajudado a criar uma novela das nove, orgulho de ver meu primeiro trabalho como roteirista ir ao ar no horário nobre da globo, orgulho por ter tido a imensa honra de escrever o perfil da personagem Valentina Marsalla(Lília Cabral), e orgulho de mim mesmo e do profissional que me tornei.
Quatro anos atrás saí de Pernambuco e vim para o Rio de janeiro para realizar esse sonho, mal sabia eu, que por aqui mesmo iria ficar e batalhar pelos meus ideais. De certa forma, 'O Sétimo Guardião' mudou a minha vida. Faz parte da minha história.
Embora, tanto na ficção como fora dela eu não me sinta plenamente feliz e satisfeito com o rumo que algumas coisas tomaram, sou imensamente grato pelas oportunidades e pelo caminho que venho trilhando. A novela passou, mas a vida real segue, e eu tenho absoluta certeza que estou no caminho certo. Um caminho de aprendizado, ética e muita persistência”.
Julio Kadetti:
“Dou razão àqueles que afirmam que 'O Sétimo Guardião' não foi uma boa novela. Realmente não foi! Mas a sinopse que causou tanto barulho também não era boa. Nasceu de uma ideia criativa de um grupo de roteiristas inspirados, mas era cheia de furos e colocava no centro da trama sete guardiões que ninguém explicava de onde tinham vindo, porque estavam ali e para onde iam. Nas mãos de bons roteiristas teria rendido uma ótima série, mas não tinha fôlego para uma novela.
Foi aprovada porque a emissora confiou na experiência do Aguinaldo, que é um colecionador de sucessos. Em outra situação ele teria transformado a sinopse em uma novela interessante, mas penso que, devido a todo quiproquó envolvendo a autoria da sinopse, ele ficou sem condições. Todo mundo sabe que ele chegou a desistir da novela e escreveu outra sinopse, por sinal muito boa, mas a Globo praticamente o obrigou a levar adiante 'O Sétimo Guardião'.
Aguinaldo se esforçou, mas não dependia só dele; a direção equivocada e a escalação errada desperdiçou o talento de grandes atores e o potencial de ótimos personagens. Entretanto, dizer que não foi boa, não significa afirmar que foi um fracasso, afinal, mesmo enfrentando horário de verão, férias de final de ano, Natal, Réveillon, carnaval e estreando com o país mergulhado em uma disputa política sem precedentes, sempre esteve entre os três programas mais vistos e nunca teve a liderança ameaçada. Estou convencido que, assim como até hoje as pessoas ainda se lembram da flor do Jorge Tadeu, daqui a vinte anos o público ainda vai lembrar do gato León".
Nina Guaraná:
"Sobre 'O Sétimo Guardião' assisti somente aos primeiros capítulos, há muito pouco a dizer, apenas que é uma emoção quase indescritível ver seu nome nos créditos de uma produção da TV Globo, mesmo ao lado de mais vinte e cinco outras pessoas (rsrs).
Aguinaldo Silva é uma pessoa extremamente gentil, paciente e generosa. Em um grupo onde as pessoas deveriam ter um mínimo de conhecimento básico, foi incansável, respondendo às perguntas mais descabidas, sempre muito educado.
Sabemos que ele, como autor de novelas, ocupa um espaço disputadíssimo na, possivelmente, maior emissora de TV do Brasil. E, diferente dos demais, abriu as portas para que novos autores pudessem surgir, crescer e seguir seus caminhos, assim como um pai faz com seus filhos.
Quanto aos bastidores dessa história... Bem, sugiro que ele escreva uma minissérie sobre o tema. E me chame para colaborar, claro! (Rsrs) Seria um trabalho divertidíssimo com muito DNA de Aguinaldo Silva!"
Ryllberth Ribeiro:
“Todos que participaram da criação da obra deram o seu melhor, ou o que acreditávamos ser o melhor naquele momento. De debates criativos surgiam ideias que se completavam e resultaram numa história repleta de magia e fantasia que, pensávamos, ajudaria a entreter o público da realidade tão dura que vivemos. Independente dos rumos que a novela tenha tomado, acho que é oportuno agradecer ao elenco da novela que, em sua maioria, correspondeu às expectativas. Os atores deram um show de talento e profissionalismo dentro das possibilidades.
Acreditávamos muito na história. Ela uniu tanta gente talentosa e uma verdadeira força tarefa ocorreu para que fosse produzida. Muita coisa inesperada aconteceu desde então, mas acredito que nada é por acaso e me despeço da novela fortalecido para enfrentar qualquer coisa, seja no âmbito pessoal ou na profissional. Foi e tem sido uma verdadeira lição de vida tudo o que passamos com 'O Sétimo Guardião'. Seguimos agora cada um nossos caminhos. A jornada continua. Sob a proteção do gato León."
Silvio Cerceau:
"Não tenho muito o que dizer, afinal, no desenvolvimento dos capítulos de uma novela os personagens podem tomar outros rumos, nesse ponto a arte imita a vida. A sinopse da novela era espetacular e a Globo aprovou-a sem ressalvas, o próprio autor dos capítulos declarou isso na época.
Não vejo 'O Sétimo Guardião' como um fracasso total, apesar da audiência distante dos números alcançados por 'O Outro Lado do Paraíso'. Ainda assim, foi o programa de maior audiência na TV durante esses 6 meses e alguns dias. Um fato importante é que os colaboradores e a própria coautora da criação dos capítulos não são referências no gênero, isso ajudou muitas cenas, histórias e personagens ficarem a deriva.
Joana Jorge é autora de novela portuguesa, Zé da Silva é um ótimo cartunista, Maurício Gibosky teve 2 sinopses reprovadas e esse tal de Virgílio Silva é o mesmo autor do roteiro "Crô 2", e recebeu críticas negativas arrasadoras. Enfim, Aguinaldo Silva não tinha uma boa equipe para desenvolver os capítulos da nossa sinopse".
Valtair Barbosa:
"Achei fabuloso ver no ar o produto de uma história que ajudei a criar e à revelia de qualquer intempérie o sentimento de satisfação prevalece. O tom com que a história foi contada não foi exatamente o modo como boa parte de nós a imaginou, embora todos os elementos e praticamente todos os personagens elaborados na sinopse lá estivessem, acredito que na intenção de atingir um público que migra cada vez mais para outras plataformas. Independente de qualquer crítica nada é só preto ou branco, por isso a novela teve sim seu naco de ótimas surpresas, atuações, textos e boas tramas. Cada qual que reserve em sua memória o que lhe parecer melhor. Vamos adiante."
Victor Darmo
"Achei q foi uma novela que ousou. Ousou resgatar o universo do realismo fantástico, que estava sumido havia anos no horário nobre, sem perder o frescor dos temas atuais que uma novela inserida numa grande cidade poderia tratar. Temos aí a luta da Afrodite e sua família contra o marido violento e preconceituoso e a luta de seus seus filhos para seguirem seus sonhos. Temos a ganância pelo poder capaz de tudo, no caso da Valentina e o Olavo.
Temos o político corrupto. E também um elemento vindo com a fonte, que é a sensação de um chamado para algo especial. Na vida real, milhares de pessoas se "consagram" a diversas fontes: um sacerdote, uma mãe ao cuidado de um filho especial, um missionário. Temos também a relação do homem com o sobrenatural: até onde ir por uma crença? Enfim, acredito que foi uma novela rica, bem humorada e como tinha que ser: com a assinatura do Aguinaldo. A linguagem dele de apresentar e conduzir todos esses dramas."
O Sétimo Guardião
2.1 17"O Sétimo Guardião" foi um fracasso de audiência
Todo mundo sabe que “O Sétimo Guardião” não foi uma boa novela. O que muita gente discute e ainda ninguém tem certeza são os motivos do fracasso. Embora algumas pessoas falem dos rumores de caso envolvendo José Loreto e de brigas entre o elenco, o autor Aguinaldo Silva afirmou no twitter que a responsabilidade tem nome e sobrenome. E não é o dele…
O autor culpou o diretor da produção, Rogério Gomes, pelos problemas da novela. Segundo Aguinaldo, a versão de “O Sétimo Guardião” exibida foi reescrita pelo diretor e divergente do que ele queria. Confira o tweet em que ele faz a afirmação:
“O Sétimo Guardião” apostava em um enredo com realismo fantástico, mas que foi muito mal recebido pelo público. Além disso, a novela teve vários problemas internos desde a morte de um figurante até acusações de assédio sexual e traições, que culminaram no fim do casamento entre Débora Nascimento e José Loreto.
Os destaques positivos no elenco são bem restritos. Isabela Garcia brilhou como Judith, Elizabeth Savala roubou a cena como a beata Mirtes, Nany People trouxe um pouco de graça com sua Marcos Paulo e Letícia Spiller, , apesar do estranhamento inicial, soube compor um tipo bem característico para a primeira-dama Marilda. No mais, personagens secundários nada carismáticos não contribuíram para que o público criasse alguma afetividade com a novela.
Estamos pertinho do final de ‘O Sétimo Guardião’ e podemos já falar que essa novela é um fenômeno… infelizmente pelo lado negativo: nunca vimos uma trama despertar tão pouco interesse do público.
A trama de Aguinaldo Silva tornou-se uma apenas novela 3D: decepcionante, dispensável e desimportante... Como a novela chegou nesse ponto? Bem, pode-se tentar explicar assim...
1. História desinteressante
Aguinaldo Silva, o autor de ‘O Sétimo Guardião’, fez uma aposta arriscada. Há muito tempo não tínhamos uma história de realismo fantástico no horário mais nobre de novelas e, por mais que ele tenha um histórico invejável no currículo de novelas desse gênero, não era garantia de que o público iria comprar essa nova história. E não comprou.
A ideia de uma fonte de água com poderes mágicos e sete guardiães que a protegem não foi tão bem aceita assim pelo pessoal. León, o gato que na verdade era um humano foi até bem aceito, principalmente porque o felino tinha muito carisma, mas a falta de interesse do público na história principal da novela reverbera até hoje: tanto que ninguém ficou tão abalado assim quando a tal fonte secou.
Tem gente afirmando que ‘O Sétimo Guardião’ poderia ser uma boa série, mas até essa alternativa é questionável. Não existe um conflito minimamente interessante na história, que se arrastou por meses sem contar muito a que veio.
2. Atores mal aproveitados
Desde os elencos gigantescos de novelas antigas da Gloria Perez não víamos tanto ator grande fazendo figuração de luxo. Flávia Alessandra, Vanessa Giácomo, Caraolina Dieckmann, Tony Ramos e grande elenco foram meros coadjuvantes de uma história desinteressante. Parte deles nem ao menos ganharam uma trama própria na novela.
Flávia Alessandra interpretou apenas a esposa do delegado viciado em calcinhas. Após a resolução do fetiche do policial logo no começo da história, a Rita passou a bater cartão na locação da cachoeira para participar de um filme gravado por outro personagem secundário. E aí a história estacionou. Tanto que, com a morte de Machado, a personagem de Flávia Alessandra acabou saindo da novela, pois nem tinha o que fazer mais.
Vanessa Giácomo foi outra que sofreu com a falta de história. Uma atriz ultra competente e com várias protagonistas na carreira foi obrigada a participar de uma novela em que o drama de sua personagem não andava, e ela basicamente ficou confinada no cenário da casa de Stella. Triste.
3. Personagens mal desenvolvidos
A história principal da novela tinha a ver com sete pessoas que protegiam uma fonte mágica certo? Porém, se a gente conheceu bem a vida de uns 3 guardiões foi muito.
Tirando Eurico (Dan Stulbach), Gabriel (Bruno Gagliasso) e Feliciano (Leopoldo Pacheco), todos os outros guardiães serviram para absolutamente nada na história. Aranha (Paulo Rocha) só era usado quando precisavam de um médico, assim como Ondina (Ana Beatriz Nogueira) só teve um destaque mínimo ao descobrirem que era mãe da protagonista.
Nos núcleos paralelos a coisa era ainda pior. A história de Nicolau (Marcelo Serrado) era chocante, mas um pouco gratuita. Parecia que o autor carregava no personagem não para fazer a história andar, e sim para que as pessoas ficassem enojadas dele. Pelo menos ele conseguiu tirar alguma reação do público, porque se dependesse de Geandro (Caio Blat) e Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer) o pessoal ia ficar chupando o dedo.
4. Referências demais
Aguinaldo Silva sempre gostou de colocar referências às suas próprias novelas anteriores nas novas histórias. Lembram quando a Tereza Cristina matou um personagem na escada e disse “obrigada, Nazaré Tedesco”? Pois é, em ‘O Sétimo Guardião’ o autor passou dos limites do aceitável e transformou capítulos inteiros em homenagens aos seus sucessos do passado.
Trilha sonora, histórias e até personagens de novelas antigas deram as caras em Serro Azul, como foi o caso do prefeito Ypiranga (Paulo Betti) e Scarlet (Luiza Tomé), de ‘A Indomada’. Nada contra referências, mas a história parecia mais focada nessas brincadeirinhas que nas coisas inéditas.
5. Problemas de bastidores
Alguma coisa aconteceu e Aguinaldo Silva teve uma grande maré de azar com ‘O Sétimo Guardião’. Logo no começo, a novela quase não foi ao ar porque o autor foi processado por um ex-aluno, pois ele queria ser creditado como co-autor. Como se sabe, a trama da novela surgiu de um curso dado pelo autor com roteiristas novatos.
Daí pra frente os problemas foram escalonando: fracasso de audiência, brigas entre atores da novela (o episódio da Lília Cabral com a Marina Ruy Barbosa), separação (o caso José Loreto) e até a morte de um figurante durante uma gravação.
É por esses, e outros, motivos que ‘O Sétimo Guardião’ parece ser uma novela que precisava ser produzida como macro serie para ter dado certo.
Código Penal
3.5 2Código Penal uma sessão que eu tenho poucas lembranças e pensar que a 30 anos atrás esse discurso de defesa a mulher já era feito atualmente com o dia internacional da mulher tiveram várias iniciativas de conscientização da polução e defesa da mulher.
Dance Dance Dance
3.4 13Exibição internacional... A emissora argentina Telefe, a moçambicana TVM (março a setembro de 2009), a angolana TV Zimbo e a polonesa TV Puls exibiram a novela, que é distribuída internacionalmente pela Telemundo. Na Argentina, a estreia ocorreu em 1º de dezembro de 2008, às 17 horas, e marcou 10,3 pontos de rating (total de aparelhos), 2 pontos mais a cima da anterior novela brasileira do Telefé, Sete Pecados. Mas a audiência foi caindo e a trama acabou transferida para as 7h30 da manhã. O canal venezuelano Televen exibiu a novela às 18 horas, com o nome de Dance Dance - La Comedia Musical.
Dance Dance Dance
3.4 13Fatos sobre a novela:
- Primeira novela do Brasil em HDTV.
- É a segunda telenovela musical da emissora, sendo que a primeira fora Floribella.
- As primeiras cenas da novela foram gravadas em Campinas/SP.
- O personagem de Bruno Medeiros era interpretado por Angélico Vieira, que foi um cantor/ator português e ao contrário do que já foi divulgado, a voz dele não foi dublada. Angélico viria a morrer num acidente de trânsito em junho de 2011.
- A novela teve ao total 161 capítulos, pois acabou numa segunda, logo após a estreia de Água na Boca.