Valeu a pena rever a melhor virada de "Novo Mundo"
Exibida em 2017, a trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão foi um sucesso de público, crítica e repercussão. Portanto, a reprise vem comprovando todas as qualidades do enredo. E a maior reviravolta do folhetim foi exibida neste capítulo: Várias cenas bem produzidas que destacaram o trabalho da equipe do diretor Vinícius Coimbra, e promoveram uma virada espetacular na história
com o resgate épico de Anna Millman (Isabelle Drummond), planejado por Joaquim (Chay Suede) e sua gangue de amigos.
Após um longo tempo presa por Thomas (Gabriel Braga Nunes), a mocinha finalmente conseguiu se livrar do vilão graças ao seu amado e os dois fugiram de balão, bem no meio de uma feira de invenções. O capítulo pareceu um filme de aventura da melhor qualidade. Teve lutas coreografadas com precisão, empolgantes embates e cenas de ação bem dirigidas. Um grande destaque foi o duelo entre Jacira (Giullia Buscacio) e Miss Liu (Luana Tanaka), claramente inspirado no clássico filme "O Tigre e o Dragão" (2000).
A briga das duas foi de tirar o fôlego e ainda representou um encontro de civilizações. A índia e a chinesa usaram suas melhores técnicas de luta e se enfrentaram em nível de igualdade, mostrando preparo e treinamento. O instante do desmaio da governanta representou a clássica vitória do bem contra o mal.
As atrizes se entregaram e a direção deixou tudo muito crível, sem qualquer traço de artificialidade. Tanto que a cena demorou quatro dias para ficar pronta. E todo o trabalho valeu a pena. O resultado no ar ficou o melhor possível.
E esse foi apenas um dos vários momentos marcantes do capítulo.
Piatã (Rodrigo Simas) achando a sobrinha, após ter usado seus poderes mediúnicos de pajé, primou pela emoção, sendo necessário citar também o sempre solícito Padre Olinto (Daniel Dantas). A recuperação de Miss Liu, flagrando os índios levando a filha de Anna e chamando a guarda, foi mais um instante de adrenalina, aumentando a tensão e a expectativa para o desfecho da fuga.
Já as cenas oriundas da feira de invenções se mostraram inspiradas, afinal, mostraram produtos comuns hoje em dia como grandes novidades na época, vide o fogão a gás e o extintor de incêndio. Até mesmo a transfusão de sangue entre humanos foi exibida.
E a sequência final se mostrou a mais empolgante, pois até utilizou dois dos elementos da feira.
A chegada de Jacira com a filha da mocinha despertou a fúria de Thomas, que agarrou a esposa, e que acabou impedido por Diara (Sheron Menezzes), que usou o extintor 'recém-apresentado' no vilão. Anna, então, escapou com Joaquim e Quinzinho (Theo de Almeida Lopes), enquanto Jacira lutava novamente com Miss Liu, triunfando pela segunda vez. Até mesmo Wolfgang (Jonas Bloch) ajudou colocando sua bengala para os guardas tropeçarem. Os mocinhos, então, fugiram no balão que seria exibido no final do evento, com direito ao adeus debochado da heroína, deixando Thomas e Miss Liu sem reação. O voo representou muito bem a liberdade do casal,
destacando a sintonia entre Isabelle e Chay.
E o núcleo central não foi o único que apresentou uma grande virada. Os paralelos também.
Sebastião (ótimo Roberto Cordovani) descobriu que a filha Cecília (Isabella Dragão) era a misteriosa Rosa Branca e ainda a flagrou beijando Libério (Felipe Silcler), o jornalista negro que ele sempre odiou. E ainda houve a chegada de Greta (Júlia Lemmertz), irmã arrogante de Wolf que fará da vida de Diara um inferno. Uma vilã que acrescentou muito ao roteiro e melhorou a trama de Diara. Vale destacar também a entrada de Isaura (Priscila Steinman), nova amante de Dom Pedro (Caio Castro) que deixará Domitila (Agatha Moreira) em pânico.
"Novo Mundo" foi um novelão e o capítulo do resgate de Anna teve tudo o que o público merece: ação, emoção, ótimas atuações e uma reviravolta digna de uma superprodução. Um capítulo que enfatizou a razão da trama ter sido tão elogiada e aclamada em 2017. Valeu a pena rever.
Os memes da Silvia louca são maravilhosos e Alinne Moraes deu um show, mas será que hoje em dia as pessoas conseguem perceber que Duas Caras era uma novela que retratava um miliciano como um herói defensor dos pobres e inimigo dos bandidos? Essa trama JAMAIS será reprisada.
um miliciano como um herói defensor dos pobres e inimigo dos bandido /// Essa parte tá sendo reprisada na cabeça dos policiais bandidos.
Lembro da cena em q ele apareceu com uma bazuca e causou polêmica kkkkkk. Afinal, como ele teria fácil acesso a uma bazuca, né mesmo? Hj em dia a gente assistiria com outros olhos, muito embora eu não o visse como mocinho.
Tinha até o envolvimento c a Alzira... A personagem da Flávia Alessandra e a música dela fez um certo sucesso, creio q era Folhetim.
Detestava o Juvenal Antena. Era sobre a favela da portelinha dominada pelo Juvenal Antena, um miliciano "legal".
E acho q a trama mostrou q ele ñ prestava, sim. Acontece q a figura do miliciano ainda era obscura na época, a gente ñ entendia ainda o problema... hj o personagem teria q ser CLARAMENTE mau, vilão total pra ser aceito. Se bem q, no país de nome Brasil...
Então, ao invés da polêmica ser com o miliciano era com a mulher que era dançarina de pole dance.
Além de um branco dizendo em rede nacional ser mais preto que um preto, pois escolheu ser preto. Vide o personagem de Dudu Azevedo, essa novela é um erro!
Eu não lembrava também aí fui rever cenas do casal que ele fazia com a Cris Viana e me deparei com isso... Fiquei em choque pq na época eu torcia pro casal 🤦🏾♂️🤦🏾♂️🤦🏾♂️ ah, ele era vilão, né. Acho. se foi vilão ok ser racista pq não tem caráter. O problema é se era bom moço Ele não era um vilão, era um playboy inconsequente e ele romantizava a negritude e desvalidava quem realmente é preto e passa por todas as questões que isso implica. Na realidade o Agnaldo romantizou toda a história.
A crente era fuxiqueira e gostava de ver o circo pega fogo, teve até uma polêmica com os evangélicos kkk .
E foi nessa que tinha a figura do sufocador né?
Eu amava Silvia Louca... eu achava q era pq a novela mesmo com a Alinne arrasando, ela não foi tããooo unanimidade , mas o seu ponto foi certeiro.
ele era tratado como mocinho o tempo todo, pois é...Detalhe: aquele Zenon, amigo de todas as horas da família Tufão, tb era miliciano.
Eu amava o núcleo da faculdade, com Branca e Célia Mara; show mesmo, pra mim, foi da Marília Pera, eterna diva... amava essa novela kkk Silvia, Maria Paula e Ferraço aff era top
E eu tentei mt odiar o Ferraço e não torcer pro casal com a Maria Paula (Marjorie no papel menos profundo, ainda que 1a protagonista e eu gostei msm assim), e foi impossível não shipar. Vibrei com o final Cara sorridente com os olhos em forma de coração
Primeira vez q exaltei Alinne Moraes rainha ❤ Só ela e o casal - Maria Paula y Ferraço, ¡amaba esa pareja! - salvavam naquela bomba.
Eu lembro de shippar muito Maria Paula e Ferraço quando ele começa a se redimir e se apaixonar por ela. Ao som de same mistake . Só isso que lembro.
"Triturando" é a mais recente prova do amadorismo de Silvio Santos
Não é novidade que Silvio Santos nunca levou o SBT a sério. A emissora seria a vice-líder isolada com certa folga se o empresário a tratasse com a mínima responsabilidade. Por isso, não é por acaso que tem sempre disputado o segundo lugar com a Record e ainda não se fixou em terceiro porque seu nicho é quase igual ao da concorrente. O "Triturando" é a maior prova recente do amadorismo do dono do Sistema Brasileiro de Televisão.
O programa se chamava "Fofocando" em 2016, quando foi criado por Silvio para frear o crescimento da Record na faixa vespertina com a "Hora da Venenosa" ---- quadro de fofocas da Record comandado por Fabíola Reipert, dentro do "Balanço Geral", que conseguia até a liderança e deixava o então "Vídeo Show", da Globo, para trás. Agora, nunca alcançou o objetivo e raramente saía do terceiro lugar. A Record ainda se mantinha em segundo através das reprises de suas novelas, como os remakes de "Betty - a feia" e "Escrava Isaura".
Leão Lobo e Mama Bruschetta (Luiz Henrique), que estavam há anos na TV Gazeta, foram contratados para a atração e dividiam a apresentação com um tal "Homem do Saco" (Dudu Camargo), que comentava as fofocas com um saco de papelão na cabeça. Algo constrangedor. Os horários do formato eram mudados constantemente, até ser fixado às 15h. Em janeiro de 2017, o título mudou para "Fofocalizando". Com qual objetivo? Nenhum. Tudo continuou igual e até hoje ninguém sabe explicar a razão da mudança.
E foram várias alterações no comando do programa ao longo dos anos. Décio Piccinini entrou para substituir o "Homem do Saco" e ficou um tempo formando um trio com Leão e Mama. Léo Dias acabou contratado para dar notícias exclusivas e o jornalista polêmico conseguiu aumentar a audiência da atração com suas fofocas. E, não demorou para os apresentadores virarem as notícias. Isso porque a entrada de Mara Maravilha, contratada para o elenco fixo, resultou em um amontoado de brigas entre os integrantes. E Silvio adorava. Tudo piorou quando Livia Andrade também entrou para o time em 2018. Livia e Mara nunca se deram e os barracos eram quase diários. Entre discussões e ofensas. Uma acabava afastada por um período e depois a outra era a punida, como se fosse a quinta série de uma escola. Nem Léo aguentou e pediu demissão.
A pandemia do coronavírus implicou no afastamento de Leão Lobo em 2020 e Chris Flores foi colocada no time de apresentadores fixos ao lado de Lívia Andrade e Gabriel Cartolano. Ocorre que em maio o programa acabou cancelado por Silvio Santos por conta da baixa audiência. O formato estava com um quadro chamado "Triturando". Era um momento em que os apresentadores criticavam duramente artistas que protagonizavam situações deprimentes. Uma espécie de "Nota Zero" da coluna de Patrícia Kogut, em O Globo. E simbolizavam a crítica com a imagem da pessoa em uma folha de papel triturada por um "robô". O dono do SBT achava isso tão divertido que decidiu transformar o quadro em programa. Então mudou o nome de "Fofocalizando" para "Triturando" e retirou Lívia Andrade da apresentação. Ana Paula Renault (ex-BBB16) e Flor foram as escolhidas como apresentadoras fixas ao lado de Cris e Gabriel.
Por mais incrível que pareça, o formato conseguiu ficar ainda pior. Como o quadro durava poucos minutos, foi impossível estendê-lo em uma hora e nem havia tanta gente assim para criticar. A solução foi colocar músicas antigas para "análise". Baseado apenas na opinião dos apresentadores, era decidido que música tinha qualidade ou não. Para culminar, perguntas estúpidas eram feitas para o público através de enquetes surreais. "Como você prefere morrer? Esfaqueado, com um tiro de revólver ou envenenado?"; "Você prefere comunismo, socialismo ou capitalismo?" e "O que você prefere? Garota de Programa, Sugar Daddy ou Mulher de Bordel?" eram alguns dos questionamentos. Chris Flores sempre é a que mais sofre com as situações constrangedoras da atração. É visível seu descontentamento. Em um dos programas, para preencher a falta de conteúdo, a competente jornalista se viu obrigada a ler piadas de um dos livros do comediante Ary Toledo no ar. É preciso citar que a contratação de Ana Paula foi um acerto. Desenvolta, a também jornalista consegue tirar leite de pedra. Mas, assim como Chris, não faz milagre.
A mais recente alteração afundou o formato ainda mais. Se antes o dono da emissora estava insatisfeito com o terceiro lugar, agora se vê obrigado a engolir uma quarta colocação e às vezes até quinta. Chegou a marcar 2,5 pontos, índice bom para uma "Rede TV!", mas catastrófico no SBT. Silvio chegou a anunciar a volta do "Fofocalizando" e de Lívia Andrade no time de apresentadores para esta segunda-feira (22/06), mas desistiu na véspera e decidiu manter o "Triturando", agora também com comentários de notícias policialescas. Como é fácil notar, não interessa se o programa se chama "Fofocando", "Fofocalizando", "Triturando" ou "Cochilando". A ausência de qualidade é a mesma. A única verdade é a total incapacidade de Silvio Santos em comandar uma emissora de forma séria e não usá-la como seu brinquedinho particular.
A pandemia do novo coronavírus implicou em uma catástrofe mundial e com milhares de mortes. A luz no fim do túnel é a criação da vacina, que ainda parece distante. E a situação tão assustadora para muitos acabou impulsionando o jornalismo. A importância da imprensa sempre foi grande, mas agora está ainda maior. O Brasil é o melhor exemplo. Os telejornais têm funcionado como fontes de informações confiáveis diante de um governo que nega a gravidade do atual momento. E o "GloboNews em Pauta" se firmou como o melhor produto do canal a cabo.
É evidente que as emissoras abertas seguem dominando o alcance nos lares. Tanto que o "Jornal Nacional" é a maior referência e o expressivo crescimento de audiência é a prova. Porém, a "GloboNews" também cresceu ainda mais por conta da intensa cobertura sobre a pandemia e o desastre do governo. Não por acaso se isolou na liderança entre os canais por assinatura. Nem a estreia da "CNN" abalou os números do canal. E o "Em Pauta" virou o maior atrativo da programação por vários fatores.
O programa está no ar desde 2010 e se solidificou na grade com méritos. O formato permite uma mistura de descontração e seriedade através de boas análises com competentes jornalistas ao longo de duas horas A identidade da atração sempre foi a repercussão das notícias no dia. Mas a duração foi aumentada em uma hora em virtude do conturbado período que o Brasil e o mundo atravessam. A mudança não poderia ter sido melhor. Até um ano e meio atrás, a edição durava uma hora e havia menos debatedores. O dobro do tempo não resulta em algo desgastante por conta das ótimas conversas protagonizadas pelo âncora e seus colegas que aparecem na telão dividido, algumas vezes, em até cinco partes.
Marcelo Cosme está no comando do programa desde o final de janeiro de 2019 e se firmou no posto. Sérgio Aguiar era o apresentador até então, mas se transferiu para a Record na época. Após a mudança, o formato cresceu no Ibope e a boa aceitação do jornalista garantiu uma vaga para Cosme no rodízio de apresentadores do "Jornal Hoje", na Globo, desde setembro do ano passado. E o reconhecimento é merecido. Marcelo consegue comandar a edição com desenvoltura e imprime um tom menos formal. Sua intimidade com os correspondentes também é nítida.
Aliás, o time de jornalistas é de alto nível. Andréia Sadi virou uma das referências em cobertura política e sempre se destaca, assim como Gerson Camarotti, Eliane Castanhêde e Cristiana Lôbo. A participação frequente de Fernando Gabeira agrega muito, enquanto é prazeroso ouvir as análises de Miriam Leitão, Guga Chacra e Jorge Pontual. Carlos Alberto Sardenberg e Mônica Waldvogel também merecem menção pelos bons comentários sobre a falta de rumo do governo na economia. Demétrio Magnoli, Sandra Coutinho e Natuza Nery são outros nomes que só somam ao excelente time.
Mas não é tudo. Na edição da terça-feira (02/06/2020), o programa foi duramente criticado pela ausência de debatedores negros durante a cobertura dos históricos protestos contra o racismo nos Estados Unidos ---- que surgiram em virtude do assassinato covarde de George Floyd, cidadão negro sufocado por nove minutos por um policial branco, em uma imagem devastadora. E realmente não havia, até então, jornalistas negros fixos na atração. A Globo aceitou as críticas e na edição de quarta-feira (03/06) exibiu um programa histórico. Marcelo Cosme admitiu o erro apontado pelos telespectadores e ainda exibiu no ar o tweet de Irlan Simões ("Rapaziada... a pauta é racismo...") com a imagem de todos os integrantes brancos. O jornalista cedeu seu lugar ao decano Heraldo Pereira, que comandou o formato por um dia e anunciou a presença das cinco comentaristas negras: Lilian Oliveira, Aline Midlej, Flávia Oliveira, Zileide Silva e Maju Coutinho. Os seis debateram ao longo de duas horas sobre o racismo no Brasil. E a grata surpresa foi o anúncio de Flávia Oliveira e Zileide Silva como novas integrantes do time, que ficou ainda melhor.
O "GloboNews em Pauta" virou um programa imprescindível e se consagrou como o melhor produto do principal canal de notícias da Globo. Vale citar ainda os bons debates que ocorreram na atração com convidados. Em um deles quatro governadores foram chamados para uma conversa sobre a importância das medidas de isolamento social e em outro momento cientistas e médicos debateram sobre as consequências do coronavírus no futuro. É inegável a relevância do jornalismo em qualquer momento, mas atualmente se tornou algo vital. E esse formato comandado por Marcelo Cosme é o de maior qualidade hoje.
A novela também recebeu críticas sobre algumas abordagens. Foi o caso da "coach" Adriana (Julia Dalavia), que desvendou o caso de abuso envolvendo Laura e Vinícius. Na época, o Conselho Federal de Psicologia se pronunciou, alegando que um profissional da área médica deveria ter tratado a menina.
Questões como racismo e homofobia também tiveram cenas fortes e, por vezes, caricatas. No caso de Samuel e Cido (Rafael Zulu), a trama enveredou para um humor desnecessário e forçado. Porém, teve um desfecho bonito, levantando a bandeira da diversidade e respeito.
Uma das grandes promessas de maldade no início da trama, a personagem de Grazi Massafera não disse a que veio. Perdeu força e ficou submissa aos desmandos de Sophia.
Será que ainda tem tempo de no capítulo final de 11.05.18 todas as indagações serem respondidas?
Faltou comentar que nenhum tribunal brasileiro funciona daquele modo. O autor utilizou o modelo dos Estados Unidos na novela. No Brasil, nenhum julgamento ocorreria como o do julgamento do delegado pedófilo ou da própria Sofia. Quem vê estes dois julgamentos, acredita que Brasil e Estados Unidos têm o mesmo sistema judiciário. Não é nem parecido.
Minha mais severa critica é: o que aconteceu com Renato??? morreu? fugiu? não apareceu o corpo dele sendo levado do local onde ocorreu o cativeiro... essa cena ficou "no ar" sem desfecho....
Acredito que não pois parece-me e posso estar errado mais o carro de Rato que atropelou a Juíza e seu próprio assassinato está sendo esquecido de maneira inadmissível; Bem como as falcatruas de Jô juntamente com o galã namorado da mãe de Clara que deveria ser melhor esclarecido e até agora ele se porta como bozinho/mocinho mas teve ações de canalha em vários momentos! Somente quem como eu que já fui vítima destas atrocidades demonstradas na ficção por Walcyr Carrasco a quem denunciei minha história verídica que faz com que o juiz da 6ª Vara Cível de Uberlândia/MG Dr. Armando Conceição Ferro tenha feito do Magistrado da Novela /Ficção Dr. Gustavo (Luiz Mello) se tornasse fichinha perto do fato concreto de minha história de vida transformada numa verdadeira saga! SOS Socorro Urgente HELP Glória Perez, Walcyr Carrasco, Luiz Fernando Veríssimo, João Emanoel Carlos e demais autores e escritores como Paulo Coelho e Jô Soares que podem nos ajudar a fazer a Justiça no Brasil de fato melhorar dando-nos direito a voz como vítimas e principais prejudicados além de verdadeiramente interessados!
É a primeira oportunidade do telespectador assistir ao folhetim em HD, já que em 2008 a maioria das televisões no Brasil não tinha resolução em alta definição. A novela marcou a teledramaturgia porque começou a ser exibida para o público sem as 'determinações' clássicas a respeito de quem era mocinha e quem era vilã. O telespectador não ficou na condição privilegiada de saber o contexto do enredo, muito pelo contrário, ele simplesmente passou a fazer parte daquela trama, podendo ser enganado ou não pelas duas principais personagens. Eram duas versões de uma mesma história e a pergunta exposta no teaser chamava atenção: "Quem está falando a verdade?". Um dos atrativos era justamente bancar o detetive, analisando o comportamento dos perfis.
O público se viu na mesma condição dos personagens, não podendo julgar quem acreditava ou não em quem. Afinal, o telespectador ficou tão em dúvida quanto várias figuras pertencentes ao enredo tão bem trabalhado pelo autor. Felizmente, João, muito inteligentemente, soube induzir com competência, abusando de estereótipos clássicos em folhetins.
Era normal achar que a loira, de olhos claros e cara de sofrida (que havia cumprido pena de 18 anos por ter assassinado um homem) era inocente e tentava se vingar de seus delatores, após ter ficado longe da filha (Lara - Mariana Ximenes) por tanto tempo. Flora (Patrícia Pillar) carregava todos os atributos de uma vítima injustiçada.
Ao mesmo tempo que Donatela (Cláudia Raia), uma mulher rica, arrogante e perua tinha todas as características de uma vilã em potencial. E a personagem sempre garantiu que Flora era uma demônia que havia assassinado seu marido, Marcelo (Flávio Tolezani), a sangue frio. A novela foi se desenvolvendo em torno dessa disputa de 'verdades', e, apesar das induções do autor, não dava para ter certeza a respeito de quem era culpada ou vítima da situação. Havia um clima de suspense constante que deixava a trama imperdível, onde as peças do quebra-cabeças eram encaixadas aos poucos, à medida que os capítulos se desenrolavam. Aliás, essa ousadia do escritor provocou um natural estranhamento do público, refletindo em uma audiência abaixo do esperado nas primeiras semanas.
Então, a história caiu do gosto popular assim que a grande revelação foi feita, em uma das melhores viradas da teledramaturgia. Após apontar uma arma para Flora, ameaçando matá-la, Donatela é desarmada pela rival, que tira sua máscara revelando seu instinto assassino, enfatizando que a perua nunca teria coragem de apertar o gatilho, ao contrário dela. A partir de então, o enredo começou a seguir o seu caminho tendo a vilã e a mocinha claramente expostas. A reviravolta se deu antes da metade da trama e serviu para destacar ainda mais Patrícia Pillar e Cláudia Raia na história, que passaram a ser ainda mais exigidas.
Com a revelação, todo o passado das duas protagonistas foi ficando ainda mais em evidência. Elas cresceram como irmãs e eram unha e carne, pois Donatela perdeu os pais em um acidente e acabou adotada pela família de Flora. Ambas tinham vocação para o canto e acabaram formando uma dupla sertaneja (Faísca e Espoleta) de relativo sucesso ("Beijinho Doce" era a música que marcava a parceria), cujo 'empresário' era Silveirinha (Ary Fontoura), um caça-talentos ---- que depois virou mordomo de Donatela e ainda foi para o lado da Flora quando a então patroa se viu arruinada. A turnê da duas acabou interrompida quando Donatela conheceu Marcelo, provocando imenso ciúmes de Flora, que acabou se envolvendo com o malandro Dodi (Murilo Benício) ---- a vilã ainda mandou sequestrar o filho da 'amiga' (Halley - Cauã Reymond) e teve um caso com Marcelo, desestabilizando de vez o relacionamento com a 'quase irmã.'
O enredo central era repleto de detalhes e foi desenvolvido com maestria por João Emanuel Carneiro, que soube rechear a trama com drama, suspense, viradas e thriller. Até porque uma das cenas mais impactantes da história da teledramaturgia foi protagonizada por Patrícia Pillar e Mauro Mendonça, intérprete do ricaço Gonçalo.
Pouco depois de ter descoberto que Flora era uma psicopata assassina, o empresário caiu em uma emboscada armada pela vilã ---- que já havia substituído os remédios do avô de Lara por balinhas ---- e teve um infarto quando viu todos os cômodos de sua mansão ensanguentados, enquanto ouvia a víbora dizer que sua neta e esposa (Irene - Glória Menezes) tinham sido assassinadas por ela.
extraordinária, onde Patrícia e Mauro deram um verdadeiro show de atuação.
A novela também tinhas alguns bons núcleos paralelos. O drama de Catarina (esplêndida Lília Cabral), que era constantemente agredida pelo marido (Leonardo - Jackson Antunes), fez muito sucesso e ainda marcou a estreia de Alexandre Nero nas novelas ---- ele viveu o verdureiro Vanderlei, que era apaixonado por Catarina. O romance de Copola (Tarcísio Meira) e Irene (Glória Menezes) também agradou, assim como todas as situações vividas pela ex manicure Cilene (Elizângela) e suas meninas que eram 'oferecidas'' como acompanhantes de homens ricos pela quase cafetina ----- Manu (Emanuelle Araújo), Sharon (Giovanna Ewbank) e Melissa (Raquel Galvão). Outros perfis que merecem menção são Zé Bob (Carmo Dalla Vechia), Pedro (Genésio de Barros) --- pai de Flora ---, Orlandinho (Iran Malfitano), Dr. Salvatore (Walmor Chagas) e o alienado Augusto Cézar (José Mayer em um perfil completamente diferente dos seus galãs conquistadores).
Claro que nem tudo funcionou. O autor se equivocou em algumas tramas paralelas, deixando personagens avulsos e com enredos que não foram desenvolvidos a contento. O triângulo protagonizado pelo prefeito Elias (Leonardo Medeiros), a esposa Dedina (Helena Ranaldi) e o amante Damião (Malvino Salvador), por exemplo, não disse a que veio, assim como o núcleo do político corrupto Romildo (Milton Gonçalves), que vivia em conflito com os filhos Alícia (Taís Araújo) e Didu (Fabrício Boliveira). O sonho do tímido Cassiano (Thiago Rodrigues) em ser cantor pouco acrescentou e outros perfis também ficaram deslocados, desvalorizando seus intérpretes, como Tereza (Rosi Campos), Lorena (Gisele Fróes), Átila (Chico Diaz), Dulce (Selma Egrei), Arlete (Ângela Vieira), Cida (Cláudia Ohana), entre outros.
"A Favorita", dirigida por Ricardo Waddington, não foi uma novela impecável em virtude dos problemas em alguns núcleos paralelos, ainda sim, foi a trama mais ousada de João Emanuel Carneiro e entrou para a galeria de grandes folhetins da teledramaturgia em virtude do seu forte enredo central, que arrebatou o público. A principal história foi contada com maestria e ainda inseriu Flora no time
da ficção, cuja personagem é considerada a melhor da carreira de Patrícia Pillar com louvor. Sem dúvida, um trabalho que deixou sua marca e ficou na memória do telespectador. Vale a pena ver de novo na streaming.
Luciano Huck tinha um programa na Band, o "Programa H". Era uma espécie de programa de auditório mais voltado para os adolescentes. Foi lá que ele revelou a "Tiazinha" e a "Feiticeira". Ainda se lembra delas? Pois é, por causa da relativa repercussão da atração, o apresentador foi convidado pela Globo para integrar o time da casa. Obviamente não recusou. Convite aceito e assim vimos , em 8 de abril de 2000, a estreia do "Caldeirão do Huck" nas tardes de sábado.
A emissora que nunca deu muito valor para a sua programação vespertina desse dia específico, começou a ver que havia acertado em cheio nessa contratação. Não demorou muito para o programa fazer sucesso e Luciano se firmar como um ótimo comunicador. Ao longo desse tempo vários quadros foram, e ainda são, apresentados na atração: "Lata Velha", "Lar Doce Lar", "Pulsação", "Agora ou Nunca", "Olha Minha Banda", "Cantando o 7", "Vou de Táxi", "Super Chance" e mais alguns. Todos têm o objetivo de premiar generosamente os participantes.
Porém, se antes o programa era mais voltado ao entretenimento, com entrevistas, provas engraçadas (se lembram das gincanas que tinham no palco?) e bandas, de uns tempos pra cá acabou se transformando exclusivamente num projeto assistencialista. Muitas vezes não temos nada a ser apresentado a não ser um único quadro. O "Lata Velha" e o "Lar Doce Lar" são os principais. Quantas vezes não vimos o programa resumido exclusivamente a isso? Todos os quadros do programa têm uma duração excessiva e que com o tempo foi cansando o telespectador. Os dois que eu acabei de citar, quase sempre são intercalados. Um sábado temos o primeiro e no da semana seguinte o outro. São sempre histórias quase iguais, de famílias pobres, que sofreram muito na vida e precisam de ajuda. Existem muitas pessoas de classe média, por exemplo, que tem um carro bem esculhambado ou uma casa precisando muito de uma reforma. Mas essas ele não "melhora". Precisa ter uma historinha triste pra contar. Aí vem a pergunta: os quadros são para nos entreter ou para ajudar os necessitados?
Além disso, a maioria dos outros quadros citados (onde sempre estão relacionados com prêmios em dinheiro) também só envolvem participantes humildes. Nada contra ajudar pessoas pobres, mas quando isso se torna o único objetivo do programa é porque tem algo errado.
O programa está necessitando de novos ares e de muita criatividade. Uma reformulação mesmo. Há anos estamos vendo as mesmas coisas o tempo todo. O que ainda se salva é o "Soletrando", um projeto interessante, que nos entretém ao mesmo tempo que ensina. E ainda assim, esse ano fizeram questão de estragar o quadro ao reduzir o tempo de duração do mesmo e não colocar mais a disputa entre os alunos no palco da atração, com exceção da final.
Havia um formato muito bom, o "Mandando Bem", onde uma família recebia ajuda para conduzir o seu estabelecimento comercial, normalmente restaurantes ou bares. Ali víamos o objetivo do entretenimento já que não eram só pessoas necessitadas que eram contempladas. Mas não vingou sabe-se lá o porquê. Talvez justamente porque não era assistencialista e nem todos tinham uma história infeliz pra contar.
O "Olha minha Banda" seria interessante, mas com o tempo também vimos que só é ajudado quem tem uma banda e ao mesmo tempo tem uma vida difícil. Se a pessoa quer que seu grupo musical tenha fama e notoriedade, mas leva uma boa vida financeira, não conseguirá ser "sorteado". E convenhamos que isso também não deu muito certo. A única banda que teve um relativo sucesso foi um grupo formado por meninas que recebeu o nome de "Ângela". Elas lançaram uma música que tocou nas rádios e outra que emplacou e foi tema do filme "Desenrola". Os demais...
A prova de que tudo ali já cansou é simples: tenho certeza que em meados de agosto teremos o concurso da "Musa do Brasileirão" (concurso de mulheres boazudas) e no último programa do ano a junção do "Lata Velha" com o Lar Doce Lar" para uma só família humilde.
O "Caldeirão do Huck" ainda faz sucesso? Óbvio que faz. A prova é a liderança isolada da atração, que mesmo mudando de horário em 2011 (era exibido às 14h30 e agora foi para às 16h30), continua numa zona de conforto muito grande. Mas também é verdade que os quadros não geram mais a repercussão de antigamente e o Luciano Huck foi perdendo sua essência como apresentador. Se antes nunca era criticado, agora as coisas mudaram um pouquinho. Loucura, loucura, loucura...
‘Vale a Pena Ver de Novo’ completa 40 anos! Confira algumas curiosidades
'Dona Xêpa', de 1977, foi a primeira novela reprisada, em maio de 1980.
O Vale a Pena Ver de Novo completa nesta terça-feira (05/05/2020) 40 anos no ar. Exatamente no dia 5 de maio de 1980, Dona Xepa, grande sucesso de Gilberto Braga com a direção de Herval Rossano, começava a ser reexibida na faixa da tarde, estreando a sessão de reprises mais amada do Brasil.
Para os que viram a novela em sua primeira exibição, em 1977, foi a chance de matar a saudade da emocionante história da feirante dona Xepa (Yara Cortez) que, mesmo com todas as dificuldades, fazia de tudo para educar os filhos, Edson (Reinaldo Gonzaga) e Rosália (Nívea Maria), da melhor maneira possível. Aqueles que assistiram pela primeira vez, tiveram a oportunidade de conhecer uma obra-prima da teledramaturgia.
Ao longo destas quatro décadas, o Vale a Pena Ver Novo nos presenteou com grandes produções que fizeram história. Um encontro marcado todas as tardes, de segunda a sexta, cheio de emoção e nostalgia. E também um encontro com o futuro: quantos noveleiros não surgiram (e ainda surgem) nestas tardes, assistindo pela primeira vez a um folhetim que marcou outras gerações?
Quem é fã sabe que novela é como vinho, com o tempo só fica melhor. Dona Xepa teria muito para nos ensinar hoje em dia e com uma mensagem cheia de otimismo, palavra tão necessária em tempos de coronavírus.
Assim como as histórias que reapresenta, o Vale a Pena Ver de Novo também é cheio de curiosidades. E a gente reuniu algumas aqui para você. Aproveite a viagem e, claro, não perca mais um capítulo da reprise nesta tarde no ... você sabe.
Curiosidades sobre o Vale a Pena Ver de Novo 👇:
▶ As reprises de novelas no horário da tarde já existiam antes do Vale a Pena Ver de Novo. No início dos anos 70, era reprisado o capítulo anterior da novela das 7 que estava no ar.
▶ A partir de março de 1976, o horário logo após o Jornal Hoje passou a reprisar novelas recentes das faixas das 6 e das 7. A primeira foi Helena, que tinha sido exibida, originalmente, um ano antes, em 1975.
▶ A última novela exibida logo após o Jornal Hoje, mas ainda sem o nome Vale a Pena Ver de Novo, foi À Sombra dos Laranjais, que tinha ido ao ar, originalmente, em 1977.
▶ O nome Vale a Pena Ver de Novo foi criado para diferenciar estas reprises de novelas das que eram exibidas em um quadro do programa TV Mulher, que estreou em abril de 1980.
▶ A primeira novela das 8 exibida no Vale a Pena foi Água Viva, em 1984. A novela foi escrita por Gilberto Braga e a exibição original foi em 1980.
▶ Exibida no Vale a Pena Ver de Novo em 1990, Roda de Fogo é a novela que foi reprisada com a menor quantidade de capítulos até hoje. Os 179 capítulos originais foram compilados em apenas 35.
▶ Já a segunda reprise de Senhora do Destino foi a maior do horário em número de capítulos. Os 221 capítulos originais da história se transformaram em 195.
▶ Em 2000, a reprise da novela A Próxima Vítima trouxe um último capítulo inédito para o público brasileiro. Foi exibido o final gravado para Portugal. Ao invés de Adalberto (Cecil Thiré), o grande assassino na reprise foi Ulisses (Otávio Augusto).
▶ Até os anos 2000, a faixa costumava reprisar apenas uma vez as novelas. As exceções foram apenas A Moreninha, reprisada em 1982 e 1976 (antes da sessão ter o nome oficial de Vale a Pena Ver de Novo); Gabriela, exibida em 1988 e que já tinha sido reprisada às 10 em 1979; e Roque Santeiro, exibida em 2000 e 1991 (na antiga Sessão Aventura, horário ocupado hoje por Malhação).
▶ Roque Santeiro foi exibida no Vale a Pena Ver de Novo em dezembro de 2000, como parte das comemorações dos 35 anos da TV. A novela voltou ao ar depois muitos pedidos do público na Central de Atendimento ao Telespectador.
▶ Logo após Roque Santeiro, em 2001, a sessão reprisou episódios de Você Decide, em que o público pôde escolher um novo final para a história. A apresentação ficou por conta de Susana Werner. A atração durou apenas um mês.
▶ Em julho de 2001, aconteceu a "segunda reprise" oficial da sessão com a volta de A Gata Comeu, exibida originalmente em 1985 e que tinha ido ao ar no Vale a Pena Ver de Novo pela primeira vez em 1989.
▶ Outras novelas que ganharam duas reprises: A Viagem (1997 / 2006), Chocolate com Pimenta (2006 / 2012), Anjo Mau (2003 / 2016), Da Cor do Pecado (2007 / 2012), Por Amor (2002 / 2019), Senhora do Destino (2009 / 2017), O Cravo e a Rosa (2003 / 2013), O Rei do Gado (1999 / 2015) e Mulheres de Areia (1996 / 2011).
▶ A partir da reprise de Caras & Bocas, em janeiro de 2014, a estreia das novelas no Vale a Pena Ver de Novo dividem espaço com a última semana da novela anterior.
▶ Benedito Ruy Barbosa é o autor mais reprisado até hoje. Foram nove vezes - oito novelas e uma segunda reprise. São elas as duas versões de Cabocla, Paraíso, as duas versões de Sinhá Moça, Renascer, Terra Nostra e O Rei do Gado, que foi reprisada duas vezes.
▶ Foram reprisadas: 36 novelas das 6; 26 novelas das 7; 27 novelas das 8 ou 9; 1 novela das 10; 1 programa.
▶ Eta Mundo Bom é a 91ª atração exibida na faixa do Vale a Pena Ver de Novo.
Reprise comprova que sucesso de "Avenida Brasil" é atemporal
O fenômeno de João Emanuel Carneiro tem repetido o sucesso de 2012 e as últimas semanas vêm registrando recordes de audiência, chegando a picos de 28 pontos em plena tarde. É verdade que a quarentena por conta da pandemia do coronavírus contribuiu bastante, mas a reexibição emplacou assim que entrou no ar e conseguiu manter a média elevada de "Por Amor".
A reta final da trama é repleta de adrenalina e muitas reviravoltas de tirar o fôlego. Quem acompanhou não esquece. E a elevação dos índices prova que muitos querem ver novamente.
A cena em que Carminha (Adriana Esteves) tenta matar Max (Marcello Novaes) é uma das melhores do folhetim e destacou o talento dos atores envolvidos, incluindo Vera Holtz que emocionou quando Mãe Lucinda conseguiu salvar o filho o afogamento provocado pela vilã e seu comparsa.
O retorno triunfal de Max foi outro momento memorável em virtude do grito de desespero de Carmem Lúcia assim que o viu em sua sala. A cena virou "meme" em uma época onde comentar novela na internet começou a virar rotina. Já a mais aguardada catarse de "Avenida Brasil" se deu logo após essa volta do amante da grande vilã. Isso porque Max mostrou as famigeradas fotos feitas por Nina (Débora Falabella) do casal aos beijos e provocou a fúria de Tufão (Murilo Benício), Leleco (Marcos Caruso), Ivana (Letícia Isnard) e Muricy (Eliane Giardini).
A sequência teve uma repercussão imensa em 2012 e foi ao ar no dia 16/04/2020.
A direção precisa de Amora Mautner e José Luiz Villamarim resultou em uma sucessão de momentos memoráveis e que novamente empolgaram o público ---- a trama chegou a 29 pontos de pico perto das 18h. A cena de Max dando uma banana para a mansão, em uma clara referência ao final de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) em "Vale Tudo" (1989), é icônica, assim como o choque de Ivana e Muricy, duas personagens que abusaram da burrice ao longo do enredo.
E Adriana Esteves impressiona com sua entrega durante todo o processo de derrocada de sua vilã.
Inicialmente, a canalha ainda tenta manter a pose de vítima, mas tira a máscara quando percebe que não há mais solução para escapar. Após muitas ofensas de Tufão, Carminha joga na cara do então marido como foi fácil enganar todo mundo da família e ainda debocha das idiotices de Ivana em um dos instantes mais lembrados pelo público. Já o surto da Carmen Lúcia no meio da rua, xingando todos ao redor, é mais uma cena perfeita.
Entre os muitos grandes momentos da reta final da novela,
estão o assassinato de Max (uma sequência que lembrou um thriller da melhor qualidade), a revelação do lado maquiavélico de Santiago (Juca de Oliveira), o desfecho de Nilo (José de Abreu) e a virada envolvendo Carminha.
Ainda há muitas sequências primorosas pela frente. Foi o trabalho mais inspirador de João Emanuel Carneiro e seria uma reprise ideal para a faixa das 19h e 21h, no lugar da fraca "Totalmente Demais" e a péssima "Fina Estampa". Mas a Globo não tinha como imaginar uma pandemia mundial. Ninguém tinha. Ao menos essa reexibição vem ajudando um pouco a quarentena de tantos brasileiros na parte da tarde. E prova que o sucesso de "Avenida Brasil" é atemporal.
Todos os sites, jornais, revistas, enfim, toda a imprensa televisiva se vangloriou por ter conseguido descobrir antecipadamente que Carminha era a assassina de Max. Porém, embora ainda muito se discuta sobre isso e haja algumas discordâncias, ficou claro que João Emanuel Carneiro conseguiu ousar e apresentar um desfecho genial para o 'quem matou?". Mas muitos não se deram conta do verdadeiro criminoso:
Jorginho. O mocinho foi o responsável pela morte do próprio pai e o autor deixou vários fios soltos para que o público pudesse juntá-los no último capítulo.
Oito fatos que comprovam que Jorginho matou Max, demonstrando a genialidade de João Emanuel Carneiro 1- Por que Jorginho ficou tão incomodado com as investigações de Nina a respeito do assassinato? Por que o rapaz exigiu que a namorada parasse de tocar no assunto? Por que estava tão conformado em ver a mãe do lixão assumir o crime mesmo sabendo que ela não seria capaz de tal ato? Simples, porque se Mãe Lucinda fosse inocentada, Nina voltaria a ser a principal suspeita e correria o risco de ser presa no lugar do namorado. 2- Quando Nina está sendo coagida por Max, ela grita por Jorginho e leva a primeira pancada na cabeça, esta dada por Max. Ou seja, o rapaz ouve o chamado da mocinha e vai até lá para salvá-la. 3- Após Max dar a primeira pancada em Nina, Lúcio chega e luta com Max, mas acaba levando a pior e desmaia. Logo depois, Ivana chega ao local dá um coronhada nele e sai correndo. O vilão a persegue e dá de cara com Janaína. A empregada pega uma faca, tenta matá-lo, mas não consegue e foge. Max volta, com a faca em mãos, para o local onde Nina está desmaiada. Ele se dirige até Nina, que começa a acordar. Carminha chega e dá a primeira enxadada no ex-amante. Nina tenta golpear Max, mas leva a segunda pancada na cabeça, que não foi dada por Carminha, pois esta estava de frente para Max, e sim de uma terceira pessoa: Jorginho. Max estava tão atordoado que nem viu Nina ser golpeada, pois olhava fixamente para a vilã. 4- Quando Max avança até Carminha para lhe dar uma facada, leva uma enxadada por trás e morre. Carminha se choca com a cena e a câmera focaliza a enxada da vilã seca. A pessoa que matou Max (Jorginho), logo foge ou se esconde, não fica claro. Mãe Lucinda chega e conclui que Carminha matou seu filho. A suposta assassina pensa rápido, não desmente e assume o crime. 5- Na delegacia, após declarar que matou Max, Carminha é levada para a cela e Tufão a agradece. Mas antes de sair da sala, Carminha e Jorginho trocam olhares reveladores para os telespectadores mais atentos. 6- Carminha, a vilã da novela, salvou a mocinha e eterna rival duas vezes e ainda assumiu um crime que não cometeu somente para ver o filho feliz ao lado da sua amada. Era a maneira que a personagem conseguiu para tentar amenizar todas as desgraças que fez à vida do filho. 7- Jorginho, mesmo feliz ao lado de Nina, demonstra lampejos de tristeza no último capítulo e quando vai visitar sua mãe no lixão evita encará-la, parecendo constrangido e envergonhado. 8- Jorginho sempre foi um sujeito perturbado e já agrediu Max diversas vezes, só parando quando alguém intervinha. Nada mais "coerente" que o mocinho mate o próprio pai para defender a namorada e a mãe em um momento de tensão.
Em suma: João Emanuel Carneiro não ousou apenas na condução do assassinato, como também na forma de revelá-lo. Só quem realmente esteve atento a todos os acontecimentos conseguiu desvendar o mistério. Mais uma vez o autor, a direção e o elenco estão de parabéns pelo magnífico trabalho apresentado. A novela apresentou um casal de protagonistas totalmente atípico: a mocinha enfrenta a vilã de igual para igual, utilizando métodos torpes; enquanto que o mocinho mata o próprio pai para defender sua amada e deixa a mãe assumir a culpa do crime.
Pena que a imprensa televisiva não tenha se dado conta da revelação subliminar que o autor quis mostrar. Pelo visto, após Flora ("A Favorita") e Santiago ("Avenida Brasil") enganarem tanto os personagens quanto o próprio público a respeito de suas respectivas índoles; Carminha conseguiu enganar não só a polícia, como também grande parte dos telespectadores. Claro que tudo é uma teoria deste humilde comentarista. Uma última viagem para lembrar essa novela tão marcante. Por que não?
A primeira novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão como autores titulares não poderia ter sido melhor. A trama das seis encantou o público e fez um merecido sucesso de público e crítica, mesclando acontecimentos históricos e personagens que fizeram parte de momentos importantes do Brasil com perfis e dramas tipicamente folhetinescos.
O resultado foi uma produção caprichadíssima e repleta de grandes cenas, incluindo momentos de lutas coreografadas e batalhas empolgantes. Vinícius Coimbra dirigiu a trama brilhantemente e Letícia Colin deu show como Leopoldina, assim como Caio Castro de Dom Pedro, Felipe Camargo de José Bonifácio, entre outros. Isabelle Drummond e Chay Suede formaram um lindo casal de mocinhos, enquanto Vivianne Pasmanter, Guilherme Piva e Ingrid Guimarães divertiram com Germana, Licurgo e Elvira. Mereciam o Emmy Internacional em 2018.
Batalha no navio pirata em "Novo Mundo": A trama de sucesso escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão mal tinha começado e já apresentou para o público uma cena brilhantemente coreografada pela equipe do diretor Vinicius Coimbra, proporcionando uma sequência empolgante em pleno navio pirata. Anna e Joaquim tentaram fugir dos piratas de Fred Sem Alma, defendendo ainda a princesa Leopoldina. Isabelle Drummond, Chay Suede, Rodrigo Simas, Leopoldo Pacheco e todos os atores presentes merecem elogios.
Joaquim é baleado e cai no mar em "Novo Mundo": Após a grande cena de batalha, o mocinho é atingido pelo vilão Thomas e cai no mar, deixando Anna em pânico. A cena foi brilhantemente defendida por Isabelle Drummond, que passou todo o desespero da menina com precisão. O grito dilacerante comoveu.
Leopoldina e Dom Pedro choram a morte do filho em "Novo Mundo": Após perder João Carlos, a princesa fica destruída e chora copiosamente. Depois, conta a triste notícia para o marido, que também fica inconsolável. Letícia Colin deu um show de emoção e Caio Castro também fez bonito. Um momento tocante e de muitas lágrimas.
Jacira e Piatã se casam em "Novo Mundo": Os índios mais cativantes da novela das seis se casaram em uma cerimônia indígena e a cena foi sensível em todos os instantes, destacando a singela troca de olhares entre Giullia Buscacio e Rodrigo Simas. Bonito.
Sebastião chicoteia Idalina em "Novo Mundo": Uma cena revoltante e dolorosa de se assistir. O inescrupuloso vendedor de escravos castigou sua fiel cozinheira quando descobriu que ela escondia o romance da filha dele com Libério. Dhur Moraes emocionou e Roberto Cordovani expôs a crueldade do personagem com competência.
Cecília se revolta com o pai em "Novo Mundo": A menina não aguenta a malvadeza do pai, que transforma jornalista Libério em escravo para impedir o relacionamento dele com a filha, e vomita tudo o que sempre guardou por anos. Ainda cospe no vilão e acaba apanhando. Isabella Dragão nem parecia uma estreante e vale novamente elogiar Roberto Cordovani, também em sua estreia na televisão, e Felipe Silcler.
Resgate de Anna em "Novo Mundo": A melhor sequência da novela, sem dúvidas. Após ficar um longo tempo como prisioneira do marido Thomas, a mocinha é libertada das garras do vilão graças ao plano de Joaquim e seus amigos. O resgate proporcionou lutas muito bem coreografadas entre Miss Liu e Jacira, além de ter resultado em empolgantes momentos durante uma exposição de inventos. Isabelle Drummond, Chay Suede, Giullia Buscacio, Luana Tanaka, Sheron Menezzes, e todos os demais envolvidos deram um show.
Anna e Joaquim fogem de balão em "Novo Mundo": Após a eletrizante fuga, os mocinhos escapam do vilão em um balão recém-inventado e voam diante de todos, exibindo sorrisos vitoriosos de liberdade. Isabelle Drummond e Chay Suede ótimos. Parecia até último capítulo.
Escravos rodeiam Diara e cantam para ela em "Novo Mundo": Que cena sensível! A personagem passeava com o marido, Wolf, e de repente se viu diante de vários escravos cantando para ela, como uma bela homenagem pela coragem em sair livre e ao lado de um branco, enfrentando qualquer olhar torto. Sheron Menezzes, Jonas Bloch e todos os figurantes presentes arrancaram lágrimas de quem assistia.
Todos os momentos hilários de Germana e Licurgo em "Novo Mundo": Seria injusto selecionar só uma cena desses dois. A melhor dupla da trama foi a responsável pelos melhores momentos cômicos da história e como foi vitoriosa a parceria de Vivianne Pasmanter e Guilherme Piva! Que show!
Joaquim desmascara Elvira em "Novo Mundo": Ingrid Guimarães é uma ótima atriz cômica, mas a grande Elvira Matamouros também proporcionou a ela cenas dramáticas difíceis. Como a briga feia que a personagem teve com Joaquim, após o mocinho ter descoberto que Quinzinho não era seu filho. Ingrid e Chay Suede protagonizaram a melhor cena deles juntos.
Leopoldina e Domitila se enfrentam em "Novo Mundo": A princesa do Brasil não se intimidou diante da amante do marido e a humilhou com classe, enquanto a rival tentava manter a compostura, sem muito sucesso. Letícia Colin e Agatha Moreira protagonizaram uma grande e aguardada cena! O detalhe é que nem houve um tapa sequer.
Dom Pedro e José Bonifácio se agridem em "Novo Mundo": Ao contrário das mulheres, que mantiveram a classe, os homens partiram para as vias de fato. O príncipe e seu fiel conselheiro brigaram feio na reta final, proferindo insultos guardados há um bom tempo. Tudo por causa de Leopoldina e das traições de Pedro, além de discordâncias sobre os rumos do Brasil. Caio Castro e Felipe Camargo ótimos.
Domitila é expulsa de casa por Dom Pedro em "Novo Mundo": Após um longo tempo sendo cego de amor, o príncipe descobriu que sua amante não prestava e a expulsou da Quinta da Boa Vista. A cena foi uma licença poética da novela, pois nada disso ocorreu na história real do Brasil. Mas valeu a pena. A cena lavou a alma do público que não aguentava mais ver a vilã se dando bem. Agatha Moreira brilhou.
Idalina é libertada em "Novo Mundo": A escrava de Sebastião foi finalmente libertada na reta final da trama, graças a Joaquim, Anna e Cecília. Idalina chorou de felicidade e ainda fez questão de cuspir no antigo 'dono', dando também uns merecidos tapas no vilão. Dhu Moraes emocionou demais.
Joaquim descobre que é filho de Amália em "Novo Mundo": Amália passou a novela toda procurando seu filho perdido e houve até um clima de enigma no enredo, com os autores soltando falsas pistas. Na reta final, a identidade do filho é revelada: Joaquim. O momento foi emocionante, destacando Chay Suede e Vanessa Gerbelli.
Proclamação da Independência em "Novo Mundo": Desde que a novela das seis anunciou retratar momentos históricos do país na época de Dom Pedro, essa cena era aguardada. Foi o momento mais esperado e os autores exibiram justamente no dia 7 de setembro, aproveitando a chance que tinham. E valeu a espera. A cena que retratou a situação mais emblemática do Brasil foi arrepiante, destacando um entregue Caio Castro.
Vale citar todos os romances da ficção que apaixonaram o público dessa novela
Anna e Joaquim: Os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão aproveitaram a química entre Chay Suede e Isabelle Drummond na primeira fase de "A Lei do Amor", os transformando em mocinhos da irretocável novela das seis, que fez um merecido sucesso de público e crítica. O valente Joaquim e a empoderada Anna Millman formaram um lindo par e a sintonia entre eles era visível o tempo todo, protagonizando sempre cenas delicadas e típicas de romances água com açúcar das 18h.
Licurgo e Germana: O casal mais nojento da história das novelas. Mas como eram adoráveis. Os interesseiros e canalhas mais carismáticos da trama das seis foram crescendo cada vez mais na trama graças ao imenso talento de Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter, que brilharam absolutos, formando uma dupla impagável. Até as cenas românticas deles eram hilárias, rendendo momentos sensacionais. Coadjuvantes que eram verdadeiros gigantes.
Piatã e Jacira: O romance dos índios mais cativantes da trama das seis agradou logo no começo e a química entre Rodrigo Simas e Giullia Buscacio era evidente. Os dois se destacaram merecidamente na história de Alessandro Marson e Thereza Falcão, protagonizando ótimas cenas, incluindo momentos de batalhas muito bem encenados. O casal foi o melhor da trama junto de Anna e Joaquim.
Wolf e Diara: O homem branco que compra a escrava e se apaixona por ela. O clichê das tramas de época que envolvem escravidão esteve presente na novela das seis, destacando a sintonia entre Jonas Bloch e Sheron Menezzes. O romance tinha um quê de "Xica da Silva" e o par protagonizou belos momentos juntos.
Cecília e Libério: A novata Isabella Dragão estreou muito bem na trama das seis, protagonizando cenas de elevado grau de dramaticidade em virtude do sofrimento da sua personagem, desde que assumiu o romance com o jornalista negro. Felipe Silcler também merece elogios e os dois formaram um lindo par.
Amália e Dr. Peter: Vanessa Gerbelli e Caco Ciocler não são figuras muito frequentes em novelas e os dois formaram um lindo casal na trama das seis. A desequilibrada mulher encontrou sua lucidez graças ao amor do médico que cuidou dela com imenso carinho. Os dois se destacaram a partir da metade da história e ganharam boas cenas.
"Novo Mundo", folhetim repleto de qualidades escrito por Alessandro Marson e Thereza Falcão, exibido em 2017, sobre a época da independência do Brasil. Embora seja uma produção recente, a reprise é uma estratégia certeira para "Nos Tempos do Imperador", também escrita pelos mesmos autores, cuja estreia acabou adiada. Isso porque a nova trama será sobre todo o período do governo de Dom Pedro II (Selton Mello), filho de Dom Pedro I, vivido por Caio Castro na produção reprisada. Uma história é a continuação da outra. E ainda terá alguns personagens já vistos antes, como Germana (Viviane Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva). Quem não conseguiu acompanhar a saga de Dom Pedro e Leopoldina (Letícia Colin) terá a oportunidade agora.
Pandemia do novo coronavírus expõe a soberania do jornalismo da TV
A pandemia do novo coronavírus vem provocando um caos no mundo e inúmeras mortes. Praticamente todos os países adotaram várias medidas de emergência para conter a contaminação e o isolamento social é a principal delas. No Brasil não é diferente. Mas esse momento tão preocupante tem algo positivo: a volta da valorização da imprensa no país, após um período onde a maioria das pessoas confiava mais em notícias falsas de correntes em WhatsApp. E a soberania da televisão novamente ficou em evidência.
A emissora foi a primeira a interromper os trabalhos no entretenimento em prol da segurança de seus funcionários e maior importância do jornalismo. Não demorou para as concorrentes copiarem as medidas. A maior surpresa foi o fim das novelas inéditas. Fato jamais visto desde o surgimento da Globo em 1965. Agora, os programas também foram suspensos, como "Mais Você", "Se Joga" e "Encontro com Fátima Bernardes". Todos os telejornais tiveram suas durações estendidas, inclusive os locais, para preencher o tempo de grade com mais informação para o público.
"Bom Dia Brasil", "Jornal Hoje" e "Jornal Nacional" têm durado costumeiramente quase duas horas diárias. É muita notícia sobre o Brasil e o mundo em meio ao caos da pandemia. Claro que Record, Band, SBT e Rede TV! têm feito coberturas sobre o coronavírus com bastante intensidade, mas não tem como estabelecer um comparativo com a Globo. A líder tem sido a principal fonte de informação da população e muitas vezes cumprido uma função que deveria ser do governo. Será que as pessoas aceitariam o isolamento social se não fosse pela cobertura intensa da proliferação do vírus?
É importante elogiar outra atitude da emissora que deu certo: a criação de um novo programa especialmente para a cobertura do caso. O "Combate ao Coronavírus" é apresentado pelo ótimo Márcio Gomes e sempre conta com a presença de dois médicos para o esclarecimento de dúvidas dos telespectadores. Várias vezes são ensinadas técnicas de higiene em casa ou excepcionalmente na rua, além de respostas sobre o risco de contágio em objetos ou sintomas mais graves da doença que é ainda mais perigosa para idosos e crianças. Recentemente, o apresentador ensinou a fazer uma máscara de pano e o vídeo 'viralizou' nas redes.
Não é por acaso que a audiência da emissora cresceu tanto. Claro que o fator quarentena tem muito a ver com o fato e por isso é desonesto estabelecer comparativos dos números nas novelas reprisadas, por exemplo. Não é surpreendente que algumas vezes ultrapassem a média das inéditas que saíram do ar. Mas os expressivos números dos telejornais provam o interesse da população. Na média das 24 horas, a Globo não registrava um resultado tão bom em um mês de março desde 2008. Segundo dados do Kantar Ibope, o canal registrou média de 15 pontos e 36% dos aparelhos ligados em março. Um aumento de dois pontos comparado ao mesmo mês de 2019. Porém, as concorrentes não apresentaram aumento. A Record teve perda de um ponto (de 6 para 5 pontos), enquanto Band (2 pontos), SBT (6 pontos) e Rede TV! (1 ponto) mantiveram seus índices. Já no horário nobre, das 18h à 0h, a Globo ainda registrou 27 pontos, um aumento de cinco pontos em relação a 2019. É algo significativo.
A questão do coronavírus está assustando o mundo, mas vai passar. Ao menos é o que todos esperam. Mas enquanto esse momento tenso não acaba, é muito importante seguir as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e acompanhar os telejornais para se manter sempre bem informado sobre a melhora ou piora da pandemia. E o jornalismo da TV mais uma vez se destaca.
O mais interessante é que a trama de "Totalmente Demais", inspirada em "Cinderela" e "Pigmalião". A novela, que foi muito bem de audiência também, já havia passado do capítulo 100 quando começou a investir em tramas pesadas:
Primeiro, Dino (Paulo Rocha), o padrasto de Eliza (Marina Ruy Barbosa), assumiu feições monstruosas e se envolveu em uma história criminosa com o objetivo de roubar o dinheiro que a menina conquistou ao ser eleita a modelo Totalmente Demais.
Assim como o jovem Wesley (Juan Paiva) em "Totalmente Demais" também sofreu horrores após salvar a vida de Montanha (Toni Garrido), ser atropelado e ficar paraplégico.
Depois, surgiu em cena a psicopata Sofia (Priscila Steinman). A jovem era a filha de Germano (Humberto Martins) e Lili (Vivianne Pasmanter), que havia morrido e, inexplicavelmente, dois anos depois, reapareceu para se vingar dos pais, do ex-namorado e da meia irmã.
Veja mais em f5.folha.uol.com.br/colunistas/thiagostivaletti/2015/11/1704428-sete-erros-totais-na-estreia-de-totalmente-demais.shtml
Nesta sexta-feira (27/03/2020), a TV Globo exibiu o último capítulo de “Éramos Seis”. A novela, adaptada por Angela Chaves com direção geral de Pedro Peregrino e direção artística de Carlos Araújo, não repetiu a mesma repercussão da versão produzida pelo SBT em 1994. A trama, no geral, ficou ao redor dos 22 pontos de média. Índice aquém da expectativa diante do potencial da trama.
Tanto a autora quanto a direção fugiram da visceralidade da obra de Maria José Dupré. Por isso mesmo, o “final feliz” de Lola e do restante dos personagens é condizente com a adaptação platinada. Em tempos da felicidade pululante nas redes sociais, a suavização de “Éramos Seis” entra nesse contexto.
Produziram uma novela “blasé” com ares do cinema “noir”. Gloria Pires simbolizou tais características. Apenas nos capítulos que focaram a morte de Carlos, a atriz encarnou o espírito de Dona Lola. Nesta semana, Irene Ravache, que interpretou Lola na versão do SBT, praticamente “engoliu” Gloria em cena durante a sua merecida participação especial.
“Éramos Seis”, na TV Globo, ficou com ar de ser uma versão genérica diante da produção do SBT que entrou na galeria das melhores na teledramaturgia brasileira.
A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Eduardo Sterblitch (Zeca) e Maria Eduarda de Carvalho (Olga): Eduardo estreou com o pé direito nas telenovelas. Conquistou excelente desempenho ao viver o interiorano Zeca. Sotaque perfeito. Maria Eduarda, mais uma vez, sobressaiu ao viver a divertida Olga. O casal, sem dúvida alguma, foi o ponto mais forte da produção da TV Globo.
Simone Spoladore (Clotilde) e Ricardo Pereira (Almeida): o casal funcionou na versão da novela na TV Globo. Spoladore encarnou o espírito da obra e vivenciou a intensidade da personagem. Pereira cumpriu a sua missão.
Julia Stockler (Justina): na realidade, as histórias paralelas funcionaram no remake da TV Globo. Justina, interpretada por Julia Stockler, é um dos exemplos. A atriz conseguiu construir a personagem sem estereótipos.
Cássio Gabus Mendes (Afonso): o ator se destacou em “Éramos Seis”. Sobressaiu ao interpretar com verdade o dono do armazém. Conquistou o carinho do público.
Participações especiais: a obra teve o mérito de resgatar parte do elenco da produção de “Éramos Seis” do SBT. O encontro entre Irene Ravache e Othon Bastos foi espetacular. Luciana Braga, Marcos Caruso e Wagner Santisteban também foram lembrados. Até Nicete Bruno, que interpretou Lola na TV Tupi, ganhou seu espaço nesta reta final.
Revista que guardo no meu baú de lembranças televisivas
PONTOS NEGATIVOS
Nicolas Prattes (Alfredo): o ator não conseguiu transfigurar sua aparência de bom moço em “Éramos Seis”. O carioca, em nenhum momento, encarnou o paulistano malandro dos anos 30. Na realidade, a direção errou ao trocar a escalação. O diretor Carlos Araújo deveria ter mantido Prattes no papel de Carlos. Poderia ter obtido melhor desempenho como o filho número 1 de Lola.
Danilo Mesquita (Carlos): o mesmo acontece com Mesquita. A direção, no último momento, escalou o baiano para interpretar Carlos quando, na realidade, deveria ter encarnado Alfredo. O resultado poderia ter sido melhor. O ator transformou Carlos, personagem correto e ético, em um chato e “mala”.
André Luiz Frambach (Julinho): “Éramos Seis” é uma novela essencialmente paulistana. Ambientada na Avenida Angélica e arredores. Frambach apresentou, desde o primeiro momento de sua entrada na novela, o sotaque carioca que surgiu como um forte ruído na obra como um todo.
Susana Vieira (Emilia): a atriz não passou o necessário ar aristocrático de Dona Emília em “Éramos Seis”. A “nobreza” de uma senhora dos Campos Elíseos dos anos 30 surgiu em momento algum. Mais parecia uma senhora rabugenta que saía de sua mansão para jogar bingo.
Werner Schunemann (Assad): o ator adotou um sotaque estranhíssimo ao Sr. Assad. Forte ruído na interpretação.
Lili (Triz Pariz): nesta adaptação, Lili foi a personagem mais sacrificada. Mal apareceu na novela. No remake do SBT, só para lembrar, Flavia Monteiro interpretou a filha de Genu (Jandira Martins) e Virgulino (Marcos Caruso). Virgulino, Virgulino... Aliás, nem dá para comparar com o casal formado por Kelzy Ecard e Kiko Mascarenhas.
No dia 04 de dezembro de 2004, o SBT exibia o último capítulo de Seus Olhos. Protagonizada por Carla Cabral (que, na época, atendia por Carla Regina) e Thierry Figueira, a trama teve a missão de recuperar a audiência das adaptações de novelas mexicanas feitas pela emissora, que andavam mal das pernas em razão dos inúmeros hiatos entre as produções.
Seus Olhos contava a história de amor entre Renata (Carla Cabral) e Artur (Thierry Figueira), que tinha muitos obstáculos. Isso porque o pai de Artur, Vítor (Petrônio Gontijo), quando conhece Renata, fica impressionado com sua semelhança com Marina (Carla Cabral), uma mulher que foi apaixonada por ele no passado.
Seus Olhos estreou num momento de indefinições na teledramaturgia do SBT. Em 2001, a emissora fechou acordo com a Televisa para adaptações de textos mexicanos e iniciou uma produção contínua de folhetins, começando com Pícara Sonhadora. Na sequência, vieram Amor e Ódio, Marisol, Pequena Travessa e Jamais te Esquecerei. Canavial de Paixões, que substituiu esta última, já estreou em meio a um hiato de algumas semanas. A trama levantou a audiência do horário, mas logo o SBT chegou a outro impasse com sua substituta.
Inicialmente, a ideia do SBT era adaptar A Outra, e o canal chegou a contratar Mel Lisboa, que viveria o papel duplo central da história. A produção começou a andar, mas o SBT acabou desistindo da adaptação em razão de seu alto custo. A solução, então, foi exibir a versão original de A Outra, dublada, que estreou na faixa das 20h30 ao fim de Canavial de Paixões. A trama mexicana derrubou os índices de audiência e, assim, a emissora acelerou as buscas por um novo texto mexicano para adaptar. O texto escolhido foi La Gata, de Inés Rodena.
Inicialmente anunciada com o nome Deus por Testemunha, a nova trama foi chamada de Seus Olhos, com adaptação de Ecila Pedroso e Noemi Marinho que, depois, foram substituídas por Marcos Lazarini e Aimar Labaki. O último também assumiu a supervisão de texto, ficando até o final. Em julho de 2004, Marcos Lazarini foi premiado com uma bolsa de um curso de roteiro na Espanha e teve que abandonar a adaptação. Em seu lugar entraram Mário Viana e o estreante Fábio Torres.
Seus Olhos chamou a atenção por ser dividida em fases, nos anos 1980, 1990 e 2000, algo não habitual nas novelas do SBT até então. A produção foi feliz na reconstituição dos anos 1980, com os figurinos e objetos de cenas, como os aparelhos de som “três-em-um” e o automóvel Escort XR3 de placa amarela. A adaptação da história também tomou o cuidado de inserir assuntos do cotidiano nacional no enredo, como a questão da exploração do trabalho infantil.
Com 173 capítulos, Seus Olhos foi dirigida por Jacques Lagoa, Luiz Antônio Piá e Henrique Martins, com David Grimberg como diretor-geral de teledramaturgia. A trama não foi considerada um sucesso pelo SBT, mas ajudou a trazer de volta parte da audiência perdida por A Outra. Assim, sua substituta, Esmeralda, conseguiu construir uma trajetória mais bem-sucedida.
Se por um lado pessoas que exigem demais do ser humano para lhe oferecer um premio, por outro, pessoas ambiciosas demais por se sujeitar a passar por isso.
Hipertensão se encontra ao abolir provas escatológicas
Sob a direção do Boninho, a terceira temporada do reality "Hipertensão". O que vimos foi praticamente o mesmo programa da temporada passada, inclusive com provas quase iguais, como a do helicóptero, por exemplo, agora com um maior enfoque na convivência e articulações dos participantes.
Glenda Kozlowski se mostrou bem mais à vontade na apresentação, ao contrário da fase passada onde o nervosismo e a insegurança, pelo menos inicialmente, eram visíveis. Ela procura se mostrar totalmente distante dos candidatos, mostrando uma seriedade necessária numa competição onde a adrenalina está presente 24 horas.
Uma das principais críticas ao programa era a presença das provas de comida asquerosa. Não eram só os candidatos que tinham ânsia de vômito ao comer ratos, baratas e minhocas misturados com vísceras, sangue e coisas do tipo. O telespectador também. Nessa temporada, ao que tudo indica, isso foi abolido, ou ao menos reduzido significativamente, segundo o principal responsável: Boninho.
Foi exatamente o que vimos na estreia. Os participantes já fizeram várias provas nada fáceis, onde o esforço físico e a agilidade eram fundamentais para ter sua permanência garantida. Mas não teve absolutamente nada relacionado com animais repugnantes servidos à mesa.
"Hipertensão" talvez seja o único reality show em que os envolvidos realmente lutam com todas as suas forças para garantir o prêmio. Por isso mesmo é de se questionar a quantia se tão mais baixa do que a do "Big Brother Brasil", por exemplo.
O programa mostra que se aprimorou e não deixa de ser uma boa opção para se assistir. Boninho tem uma grande experiência com esse tipo de formato, vide o sucesso do BBB e os bons trabalhos feitos com o "Super Chef" (exibido no "Mais Você") e o "No Limite", por exemplo. A atração será exibida às quintas-feiras e aos domingos, sempre nos fins de noite após "O Astro" e "Fantástico", respectivamente.
O programa " Profissão Repórter", comandado pelo jornalista Caco Barcellos, continua sendo uma das melhores atrações jornalísticas da televisão aberta. Mesmo curto e do horário ingrato, a atração sempre nos apresenta ótimas reportagens e os repórteres "estagiários" são, quase sempre, seguros e competentes.
O "Profissão Repórter" é tudo o que o "Globo Repórter" deveria ser - e que não é, infelizmente. Se há tempos atrás o jornalístico comandado por Sérgio Chapelin era voltado mais para o lado investigativo, hoje prefere só falar de animais e saúde, com raras exceções.
Profissão Repórter apresenta um jornalismo de qualidade
O que era apenas um quadro do tradicional "Fantástico", o "Profissão Repórter" --- devido ao sucesso e à repercussão positiva que sempre teve --- , acabou entrando para a grade da televisão em 2008, onde se mantém até hoje e com fôlego de sobra, apresentando um jornalismo de imensa qualidade.
O programa é comandado pelo experiente Caco Barcellos e conta com uma equipe de jornalistas iniciantes, uma espécie de estagiários digamos assim. Em cada edição há um tema, que é abordado com muita competência, onde os repórteres se empenham em busca da notícia, mostrando uma visível paixão pela profissão. Há várias abordagens e as equipes são divididas em duplas. As reportagens são apresentadas de diversos ângulos e cada repórter é acompanhado por um cinegrafista.
Mesmo com o tempo curto (a atração não costuma ter muito mais que trinta minutos de duração), o programa consegue extrair tudo o que é possível de cada tema apresentado e as matérias são sempre recheadas de emoção e profissionalismo. Na última terça, vimos uma ótima reportagem sobre transplantes, onde se pôde acompanhar o trabalho da equipe médica, a dificuldade dos pacientes que esperam por um órgão nas longas filas e o resultado de uma cirurgia de sucesso. Essa mesma situação já tinha sido abordada pelo programa ano passado, mas quem disse que pareceu repetitivo? Há uma renovação constante de ideias e isso se reflete no que é apresentado ao telespectador.
Prostituição, tráfico de drogas, a vida dos caminhoneiros, gravidez na adolescência, o trabalho dos bombeiros, trânsito, enfim, muitos temas já foram explorados pelo "Profissão Repórter" e sempre a qualidade se manteve presente, assim como a intensa dedicação de Caco e seus fiéis repórteres.
O único motivo de críticas é o horário tardio em que é exibido --- quase sempre começa depois das 23h30m. Muitos telespectadores reclamam e com razão. Porém, com uma grade tão rica e engessada quanto a da Globo, fica praticamente impossível o programa ir ao ar mais cedo. Então, infelizmente, é preciso se conformar com esse fato. Mas pelo menos há reprises na Globo News (canal a cabo da Globosat), o que facilita um pouco a vida de todos que se interessam pelo programa, mas não podem assisti-lo. E quem não tem TV a cabo pode optar pelos vídeos que estão disponíveis no seu site na internet.
O "Profissão Repórter" foi um dos grandes acertos da TV e a ideia de tirá-lo do "Fantástico", para transformá-lo em uma atração semanal na grade da emissora, foi uma ótima ideia. Que Caco Barcellos e sua trupe tenham vida longa nesse competente programa jornalístico.
"Brega & Chique" era uma das reprises mais aguardadas do Viva
Exibida entre 20 de abril e 6 de novembro de 1987, "Brega & Chique" completou 30 anos em 2017. Uma data perfeita para uma reprise de comemoração. Agora o canal Viva decidiu esperar três anos para reexibi-la e a produção sempre foi muito pedida pelo público do canal a cabo. Era uma das mais aguardadas. Ao menos a colocou no ar, mesmo com um certo atraso --- a reprise estreou no dia 19 de fevereiro. A novela do saudoso Cassiano Gabus Mendes foi um dos maiores fenômenos do horário das sete da Globo, entrando para a história da teledramaturgia e chegando a marcar mais audiência que a trama de horário nobre da época ---- "O Outro", de Aguinaldo Silva. A produção teve como grandes destaques Marília Pêra, Glória Menezes e Marco Nanini, entre tantos outros grandes nomes, como excepcional Raul Cortez.
Dirigido por Jorge Fernando, o folhetim caiu nas graças do público com um enredo popular, cuja inverossimilhança não prejudicou em nada o êxito da obra. Ambientada em São Paulo, a novela tinha duas mulheres de universos opostos como protagonistas: a perua Rafaela Alvaray (Marília) e a humilde Rosemere da Silva (Glória), que tiveram suas vidas cruzadas por causa do empresário Herbert Alvaray (Jorge Dória), casado com ambas. Sua família 'oficial' morava em uma mansão de bairro nobre e era a formada por Rafaela e seus filhos Ana Cláudia (Patrícia Pillar), Teddy (Tarcísio Filho) e Tamyris (Cristina Mullins), além da sogra Francine (Célia Biar) e do genro Maurício (Tatu Gabus Mendes).
Ou seja, para Rosemere, o empresário se chamava Mário Francis e os dois tinham apenas uma filha: Márcia (Fabiane Mendonça). Acontece que a amante de Herbert tinha outros dois filhos: Amaury (Cacá Barrete) e Vânia (Paula Lavigne), além de um pai que ajudava a sustentar (Lourival - Fabio Sabag). Ao contrário da chique Rafaela, a humilde mulher era brega e morava em um bairro de periferia, lutando com dificuldades para manter a casa.
As duas representavam o título da novela e não poderiam ter escolhido intérpretes melhores. Marília Pêra e Glória Menezes honraram o protagonismo, embora Marília tenha se sobressaído mais em virtude do lado cômico de sua personagem, protagonizando cenas hilárias ao lado do secretário e fiel escudeiro do marido, o atrapalhado Montenegro (Marco Nanini).
A novela engrena de fato quando Herbert simula a própria morte e foge do país para escapar da falência. Isso porque o empresário coloca sua família 'oficial' na miséria, pois deixa as dívidas da empresa ---- e faz questão de não desamparar sua amante, deixando uma ótima quantia em dólares para se sustentar. As situações das protagonistas se invertem e esse ato do calhorda acaba unindo as duas, uma vez que Rafaela se vê obrigada a se mudar para o bairro de Rosemere, iniciando, assim, uma até então improvável proximidade, que resulta em uma forte amizade. A cena em que a mulher humilde ensina a perua (usando um casaco de pele) a fazer compras em uma feira, por exemplo, foi uma das mais marcantes da história, sendo sempre citada ou exibida quando a trama é relembrada.
Aliás, as personagens, embora diferentes em inúmeros aspectos, apresentavam outra semelhança além de terem o mesmo marido: também tinham admiradores. Rafaela era fruto do amor platônico de Montenegro, que sempre soube da armação de Herbert, e Rosemere era o sonho do apaixonado Baltazar (Dennis Carvalho), o xucro marceneiro do bairro. Mas, como já mencionado, a dupla que fez um estrondoso sucesso foi a protagonizada por Marília Pêra e Marco Nanini. Tanto que as cenas deles muitas vezes tinham ótimos improvisos que acabavam indo ao ar. Não por acaso ganharam cada vez mais destaque ao longo da produção e vale lembrar que a trama marcou a volta da grandiosa atriz aos folhetins, após 13 anos ausente (sua última novela inteira havia sido "Supermanoela"em 1974).
A grande virada da história se dá quando Herbert volta ao Brasil após uma cirurgia plástica completa, adotando o nome de Cláudio Serra. E é justamente essa reviravolta que beirou o absurdo, pois saiu de cena Jorge Dória e entrou Raul Cortez. Não há plástica que faça tamanho milagre. Acontece que a situação não provocou rejeição e o público comprou a trama, que já fazia um imenso sucesso. O desempenho de Raul foi outro ponto que mereceu elogios e o enredo ganhou um novo fôlego com o empresário descobrindo que as suas mulheres viraram melhores amigas e passaram a detestá-lo. Ele acaba colocando como meta de vida reconquistar suas esposas, rendendo ótimas situações. Por sinal, vale lembrar ainda como Rafaela e Rosemere eram chamadas pelo cara de pau: Alfa I e Alfa II. Ao longo do enredo, inclusive, é descoberto que há ainda uma Alfa III: Zilda (Nivea Maria), a melhor amiga de Rafaela.
Além da maravilhosa história central, é necessário mencionar também o núcleo secundário protagonizado por Bruno (Cássio Gabus Mendes). Sobrinho de Baltazar, o rapaz cometia erros crassos de português e era virgem. Ele vivia levando bronca do tio e tinha aulas de português com a professora Mercedes (Patricya Travassos), que se apaixonou pelo aluno. As cenas eram repletas de humor e Cássio conseguiu destaque na obra do pai por mérito próprio. O elenco era bem enxuto e ainda contava com Cássia Kiss, Ângela Figueiredo, José Augusto Branco, Jayme Periard, Neuza Amaral, entre outros, além de ter marcado a estreia da grande Ana Rosa na televisão em uma pequena participação como Madalena.
A abertura da novela merece uma citação especial, pois foi marcada pela ousadia. Ao som de "Pelado", um dos maiores sucessos do Ultraje a Rigor, o modelo Vinicius Manne aparecia com a bunda de fora e isso chocou alguns telespectadores, que exigiram mudanças. Então, colocou uma folha em cima do bumbum do rapaz no segundo capítulo, mas a atitude também gerou revolta de outra parcela do público. No final das contas, a retaguarda foi liberada e permaneceu na abertura até o desfecho da trama.
"Brega & Chique" foi uma das novelas mais marcantes da televisão brasileira e um dos grandes êxitos do grande Cassiano Gabus Mendes, que escreveu dois anos depois, em 1989, outro grande sucesso: "Que Rei Sou Eu?". O autor veio a falecer em 1993, deixando um legado para a teledramaturgia, tendo o enredo protagonizado por Rafaela e Rosemere como um dos mais lembrados. Finalmente o Canal Viva resolveu reprisar esse clássico.
Com bons participantes e ótimas provas, "Aprendiz Celebridades" comprova o acerto do novo formato e apresenta bons momentos.
Para tentar salvar um formato que perde audiência a cada edição, a Record resolveu inserir 'famosos' na edição de 2014 de "O Aprendiz", o melhor reality da emissora. E ao adaptar o programa, mudou seu nome para "Aprendiz Celebridades", que irá ao ar às terças e quintas-feiras, às 22h15. A estreia foi nesta terça-feira (22/04), mas todos os participantes já haviam sido apresentados durante uma coletiva de imprensa realizada recentemente. E apesar do começo ter sido tedioso, a atração promete bons momentos. Apresentado novamente por Roberto Justos, o programa --- que terá 24 episódios --- conta com Cacá Rosset e Renato Santos como conselheiros e selecionou participantes não muito famosos, embora os apresente como 'celebridades'. É compreensível a dificuldade encontrada pela produção em achar figuras muito conhecidas que se adequem ao formato, afinal, é preciso muita perspicácia e inteligência para enfrentar o desafio. O reality exige muito dos selecionados. Portanto, acabou sendo natural a escolha de nomes como Alexia Deschamps (atriz já eliminada no primeiro dia), Beth Szafir (socialite), Andréa Nobrega, Maria Cândida (jornalista), Pedro Nercessian (ator), Nico Puig (ator), Raul Boesel (ex-piloto), Kid Vinil (músico), Nahim (cantor), Amon Lima (músico), Michele Birkheuer (modelo), Ana Moser (ex-jogadora), Christiano Cochrane, Priscila Machado (ex-miss) e Mônica Carvalho (atriz). Alguns mais conhecidos que outros, mas todos aptos, segundo o apresentador, para o formato. E o curioso foi que os amigos deles, que deram depoimentos no começo da atração, eram, muitas vezes, mais famosos que os próprios participantes. A estreia, no geral, deixou muito a desejar, já que as provas foram cansativas e nada atraentes. A primeira disputa, por exemplo, pareceu um festival da vergonha alheia. Todos os candidatos tinham que fazer uma apresentação em um picadeiro e improvisar. O resultado foi triste e constrangedor. O intuito da prova foi selecionar os três piores e eliminar um (no caso Alexia, que foi a escolhida entre Beth e Ana) antes mesmo de iniciar o reality de fato. Perdeu-se um tempo muito grande com esta situação, o que impediu o começo das disputas em grupos, justamente o ponto alto do "Aprendiz". Embora tenha sido proposital, o adiamento desta competição deixou o primeiro programa sem grandes atrativos. Tanto que a prévia do segundo (exibida no final) foi bem mais interessante do que toda a estreia. E talvez este conjunto tenha afetado a audiência, já que a atração ficou em terceiro lugar (com 6 pontos), atrás de Globo (18) e SBT (7). O "Aprendiz Celebridades" é uma tentativa da Record de elevar os índices de "O Aprendiz", ainda que o reality nunca tenha perdido sua qualidade ao longo dos anos. O programa sempre manteve o bom nível e só foi prejudicado com a ausência de Justus (na época que ele estava no SBT), pois o apresentador já virou a marca da atração. Agora, com (sub) celebridades, a competição promete render embates inesperados e será interessante ver Roberto dando bronca em figuras conhecidas. E a estratégia da emissora funcionou conforme o reality (com famosos ou não) seguiu sendo uma boa opção para os fãs do gênero.
Mesmo com a desconfiança inicial ao apostar na participação de 'famosos' em um reality, cujo principal objetivo é saber lidar com empresas, marketing e operações de negócios, o "Aprendiz Celebridades" desde o início prometia bons momentos. E ao longo dos episódios desta edição, tem sido possível constatar que o novo formato realmente foi um acerto.
A rivalidade entre os participantes foi ficando maior à medida que as provas iam passando e as demissões acontecendo, ao mesmo tempo que os embates entre as equipes (Fênix e Next) foram ficando cada vez mais constantes. Obviamente, este conjunto enriqueceu o reality e a escolha de várias subcelebridades se mostrou um êxito para a atração.
Pedro Necerssian, Nico Puig, Kid Vinil e Maria Cândida foram os primeiros eliminados, mas principalmente Pedro e Maria marcaram presença no reality e provocaram bons conflitos. E Nahim, outro já demitido, foi uma figura de destaque, que virou uma 'persona non grata' em seu grupo devido aos contantes rompantes que tinha, onde muitas vezes reclamava das atitudes de todos em relação às provas propostas pela direção do programa.
Mônica Carvalho e Michelle Birkeuer (também já demitidas) tiveram uma rixa que levou, inclusive, a várias discussões, enquanto que Christiano Cochrane e Raul Boesel quase se agrediram após uma briga, provocada pelo filho de Marília Gabriela. Todos os citados ajudaram (e têm ajudado) a movimentar o programa, que fica ainda mais interessante para o público, além de mais competitivo para eles.
Beth Szafir é uma das melhores participantes, mas não por sua conduta nas provas e, sim, pela quantidade de pérolas proferidas, incluindo o festival de caras e bocas. A socialite já chegou até a reclamar do jeito que os colegas comem e se vestem, dizendo que quando aceitou participar achava que eram celebridades de nível. Andréa de Nóbrega (demitida nesta quinta) era outra figura que divertia através de sua risada e também de seu constante estado de desatenção.
Entre os integrantes mais competentes e participativos estão Ana Moser, Christiano Cochrane e Priscilla Machado. Os três são sempre focados e costumam se sair muito bem nos desafios. Provavelmente, o vencedor será um deles. Já Amom Lima é a figura mais desinteressante que restou e não faz muita diferença.
E as pequenas mudanças feitas foram benéficas para o formato. A mais significativa foi a criação da Prova do Líder. Embora a prova seja 'inspirada' no "Big Brother Brasil" e pouco acrescente na hora dos desafios, serve para aumentar a rivalidade e também colocar os participantes em situações diferentes e muitas vezes mais 'radicais'. Além, claro, de servir como pretexto para preencher o tempo da edição de terça-feira, uma vez que na atual décima edição repetiram o esquema da nona ("Aprendiz - o retorno"), exibindo o programa em dois dias da semana (terça e quinta) ao invés de apenas um.
Agora todos os acertos do "Aprendiz Celebridades" não seriam nada úteis se o apresentador, por receio, deixasse a linha dura de lado por causa dos participantes conhecidos. Só que Roberto Justus continua afiadíssimo e as salas de reunião ---- quando ele e seus conselheiros, Renato Santos e Cacá Rosset (este no lugar de Walter Longo), anunciam o grupo vencedor e quem do perdedor será demitido ----- permanecem sendo o ponto alto do reality.
O "Aprendiz Celebridades" não afetou a qualidade do elogiado "O Aprendiz" e ainda conseguiu renovar o formato, trazendo fôlego para o reality. Embora a audiência não tenha correspondido (a atração costuma amargar o terceiro lugar com frequência), o programa comandado por Roberto Justus mantém todos os pontos positivos que consagraram esta interessante disputa em busca do profissional mais competente.
Após início promissor, "O Tempo Não Para" parou e chegou ao fim sem atrativos
A novela das sete de Mário Teixeira começou com o pé direito. Mesmo com as desconfianças iniciais, a trama deu certo. O enredo era estapafúrdio ---- uma família de 1886 naufragava e congelava em alto mar, até descongelar 132 anos depois, precisando se adaptar aos novos tempos em pleno 2018 ----, e caiu nas graças do público. A ousada proposta do autor funcionou e "O Tempo Não Para" iniciou sua saga fazendo um imenso sucesso ---- os índices das primeiras semanas não eram vistos desde "Cheias de Charme", exibida em 2012. Todavia, infelizmente, o autor não conseguiu desenvolver bem o seu folhetim e "O Tempo Não Para" se perdeu da metade para o final.
Os índices do Ibope nas alturas no início da trajetória da família Sabino Machado faziam jus ao que era apresentado para o telespectador. Simplesmente genial todo o período de adaptação dos congelados, incluindo o show do elenco e o texto sagaz do escritor. As expressões de choque e horror aos novos tempos eram hilárias, destacando principalmente Edson Celulari (irretocável como Dom Sabino), Juliana Paiva (perfeita como Marocas), Rosi Campos (engraçadíssima na pele de Agustina) e Cesária (Olívia Araújo valorizada como merece). Mário ainda foi inteligente e descongelou os personagens de 1886 aos poucos, aproveitando bem as adaptações de cada um.
Os principais casais funcionaram. A relação de Samuca (Nicolas Prattes muito bem) e Marocas foi desenvolvida com muito humor, sempre explorando o desconforto da menina com as modernidades do rapaz que "exibia as pernas usando bermudas, sem um pingo de vergonha''. A química entre os atores (namorados na vida real) foi nítida.
Coincidentemente, a comicidade também foi o ingrediente dos outros dois pares principais.
O encantamento de Sabino por Carmem proporcionou cenas impagáveis protagonizadas por Edson Celulari e Christiane Torloni, que representavam o típico relacionamento de gato e rato. Ele, naturalmente machista, e ela, uma feminista de carteirinha que nunca aceitou homem mandando em sua vida.
Já Elmo e Miss Celine formaram um casal improvável que virou um dos trunfos do enredo. Felipe Simas pôde explorar pela primeira vez a sua veia cômica e agradou, assim como Maria Eduarda de Carvalho, que tinha um dos melhores textos do enredo. O garoto que pronunciava um amontoado de gírias paulistas combinou perfeitamente com a professora letrada que odiava anglicismos e linguagens pobres. Muitas vezes as cenas eram repetitivas, e mesmo assim divertiam em virtude da sintonia dos atores e do humor. O autor até tentou mexer com a relação quando tentou aproximar o garoto de Damásia (Aline Dias), mas logo se arrependeu a tempo.
Por sinal, o núcleo dos ex-escravos também merece elogios. Através de Cesária, Cairu (Cris Vianna), Menelau (David Jr.), Damásia e Cecílio (Maicon Rodrigues), o autor tocou em feridas até hoje não cicatrizadas. O texto sobre o preconceito que os negros ainda sofrem e como a escravidão apresenta bastante resquícios era ótimo. Críticas sociais necessárias e usadas de forma inteligente. Mas é preciso ressaltar que (com exceção de Cesária) todos mereciam mais espaço no enredo. Foi bom, mas poderia ter sido melhor. Vide o romance pouco explorado de Cecílio e Paulina (Carol Macedo) e a perda de função de Damásia. Até Menelau poderia ter protagonizado um romance riquíssimo com a doutora Helen (Rafaella Mandelli), explorando bem a diferença de mundos e costumes, ao invés da relação pouco convincente com Wanda (Lucy Ramos), que nem construção teve.
É preciso elogiar a dupla formada por Coronela e Januza. Sarcásticas e venenosas, as personagens interpretadas por Solange Couto e Bia Montez protagonizaram cenas hilárias. A dona da pensão e sua fiel escudeira viviam trocando farpas e falando mal de todos os hóspedes, mas no fundo não eram pessoas ruins. A sintonia das atrizes foi imediata e tiveram um justo destaque. Aliás, ideia genial ter juntado Dona Jura com Dona Vilma (perfis que marcaram Solange e Bia, em "O Clone" e "Malhação", respectivamente). O grande Milton Gonçalves foi outro ator valorizado que protagonizou ótimas cenas com Edson Celulari, Carol Macedo e Rui Ricardo Dias (Barão). As crianças também merecem reconhecimento. Raphaela Alvittos e Natthalia Gonçalves brilharam como as gêmeas Nico e Kiki. Pedro Baião foi a grata surpresa do elenco na pele do sincero Rafa ---- uma alegria ver um ator com Síndrome de Down trabalhando tão bem e não tendo essa condição como conflito no enredo.
É uma pena, porém, que tantos bons personagens tenham sido esquecidos pelo autor. Esse, inclusive, foi um dos maiores erros da produção. Vários perfis coadjuvantes eram promissores, mas acabaram deixados de lado porque Mário simplesmente só se interessou em desenvolver conflitos do núcleo principal e vários criados forçadamente. Helen era uma médica íntegra e marcou a volta de Rafaela Mandelli à TV, após 12 anos na Record. Tinha tudo para brilhar, mas protagonizou cenas bobas com Bento (Bruno Montaleone) e o casal não deu certo. O autor, então, o juntou com Naty (Malu Falangola) e esqueceu de criar um novo enredo para Helen. Resultado: a atriz mal apareceu ao longo dos meses. Já Zelda tinha era uma picareta adorável e Adriane Galisteu estava ótima em sua primeira novela na Globo. Foi por causa dela, vale lembrar, que a Leo Bahia cresceu no enredo. O ator é talentoso, sem dúvida, mas o improviso da atriz chamando seu assistente (até então um figurante) de "Poc" fez o papel crescer. Eles formaram uma dupla hilária. Por isso mesmo não deu para entender Mário ter deslocado o rapaz para ser braço-direito de Betina (Cleo Pires), com quem mal contracenava. Zelda ficou avulsa e acabou se juntando com outra sem função na trama: Monalisa (Alexandra Richter). Além dos mencionados, é preciso lembrar de Cyria Coentro (Marciana), Juliana Alves (Mazé), Ingrid Klug (Belém), Marcos Pasquim (Marino) ---- que simplesmente desapareceu por meses, sem deixar rastros ----, Wagner Santisteban (Pedro Parede), Carol Castro (Waleska) e Talita Younan (Vera Lúcia) como outros nomes desperdiçados. Até o cachorrinho Pirata, tão comentado antes da estreia da novela, não teve o destaque prometido.
Já Amadeu tinha como principal objetivo ser o grande vilão da história. Milionário e com uma doença incurável, o excêntrico sujeito planejava usar a família Sabino Machado como cobaia para suas experiências em torno de um futuro congelamento.
Assim, ele mesmo ficaria na cápsula criogênica e só acordaria no ano da descoberta da cura de sua enfermidade. Mas nada disso foi desenvolvido. Mário claramente desistiu da ideia e jogou Luiz Fernando Guimarães para escanteio. Ele foi literalmente colocado na geladeira. O até então vilão foi congelado por Lúcio (João Baldasserini) e Mariacarla (Regiane Alves) e sumiu por um bom tempo. Quando se viu descongelado já estava curado da doença (????) e seguiu sem função com uma nova personalidade.
O advogado Emílio não tinha um pingo de carisma e João Baldasserini não convenceu. As armações do picareta para ficar com Marocas eram forçadas e nem mesmo a parceria com Mariacarla (Regiane Alves sempre bem) funcionou. A solução de Mário para esse problema, no entanto, deixou tudo ainda pior. O autor matou o personagem com uma picada de cobra e colocou no lugar um irmão gêmeo, vivido, claro, pelo mesmo ator. Lúcio era tão canalha quanto o irmão e João continuou com um desempenho fraco. Não deu para compreender o objetivo do escritor. Não seria mais fácil eliminar Emílio e destacar Amadeu, por exemplo? Apenas trocou seis por meia dúzia. A vilã de Regiane também não disse a que veio e ficou uma por parte do tempo sem função. Já Betina foi a pior de todas, no mau sentido da palavra. Cleo Pires não estava à vontade e a ex de Samuca não tinha motivos plausíveis para suas maldades. Virou uma psicopata assassina apenas porque levou um fora do namorado. E seu ódio por Marocas nunca teve uma explicação convincente.
A história naufragou depois que os congelados se adaptaram aos novos tempos. O tempo parou, com o perdão do trocadilho. O autor simplesmente esqueceu de criar situações dramáticas para manter o telespectador interessado no enredo. Ou então destacar um pouco mais os vários personagens coadjuvantes promissores. Mário preferiu focar apenas no casal principal e na repetitiva trama em torno do controle da Samvita, empresa comandada pelo mocinho. Muitas vezes havia a sensação de assistir ao mesmo capítulo umas quatro vezes por semana. Tudo andava em círculos. Não por acaso, a audiência foi diminuindo a cada mês. O grande sucesso foi se transformando em fracasso nos números. A prova é a média final da produção: 24 pontos, dois a menos que a antecessora "Deus Salve o Rei", folhetim que viveu exatamente a situação oposta ---- começou mal no Ibope e terminou em alta graças aos novos conflitos inseridos no roteiro medieval.
A falta de criatividade do autor foi tamanha que em plena reta final não conseguiu provocar viradas convidativas.
Apenas inventou uma espécie de sequestro familiar em virtude do vírus da Varíola que poderia estar adormecido nos congelados, trazido de 1886. A mocinha foi a única infectada. E essa bobagem não provocou virada alguma, além de ter exposto furos no roteiro, afinal, Marocas ficou internada quando levou um tiro de raspão e nenhum médico detectou nada na menina. A volta de Petra também não despertou interesse e Eva Wilma não foi valorizada como merecia.
Não por acaso, o penúltimo capítulo se mostrou cansativo e repleto de cenas irrelevantes. Nem houve um bom gancho para o último dia. Aliás, o folhetim sofreu com a ausência de ganchos. Os capítulos acabavam 'do nada' e muitas vezes com cenas sem qualquer importância. A direção de Leonardo Nogueira deixou muito a desejar --- embora isso também seja culpa do escritor.
O último capítulo nem tinha muito o que apresentar e valeu apenas pela surpreendente e linda cena
em que Marocas recebe a vacina para a cura de sua enfermidade e acaba envelhecendo 132 anos em segundos, para o desespero de Samuca, Carmem e Dom Sabino. No entanto, ela rejuvenesce com a mesma rapidez e volta feliz para o seu amado.
Nicolas Prattes, Juliana Paiva, Christiane Torloni e Edson Celulari ótimos. Vale destacar também a narração final de Sabino contando todos os desfechos dos personagens, enquanto breves cenas eram exibidas. Já o restante foi dispensável.
A morte da Betina foi ridícula, a prisão do Lúcio uma mesmice e lamentável não terem exibido a morte de Mariacarla. Drª. Helen e Coronela nem final tiveram.
"O Tempo Não Para" termina como uma decepção. Seria injusto classificá-la como um fracasso, mas é inegável sua total perda de rumo. O início da corajosa história de Mário Teixeira mereceu cada elogio e era para ter sido uma novela memorável. Infelizmente, não foi. Ainda assim, os pontos positivos merecem um lugar especial na memória de quem assistiu, tanto pelo elenco quanto pelo contexto em torno da querida família Sabino Machado. É de se lamentar, todavia, que um conjunto tão promissor tenha chegado ao fim de uma forma tão desleixada. Os atores e os telespectadores não mereciam.
Essas premiações no geral seja nos filmes, música ou jogos nada mais são que a indústria premiando ela mesma, com seus membros se achando importantes porque seus amigos e pessoas que pagam o seu salário lhe deram tal prêmio ao invés do público que através do consumo de seu produto tornam possível seu emprego continuar existindo.
Famosos pregando discursos falaciosos enquanto praticam o oposto, dizendo suas opiniões "verdadeiras" com intuito aparecer nas mídias e comprar a admiração daqueles que acham que tais palavras ditas ali são realmente verdade e não algo só para pagar de bonzinho. Um pessoal que diz ligar para nós meros mortais e que falam isso apenas da boca pra fora, afinal se começarem a mostrar atitudes opostas o público vai deixar de admirá-los e fazer com que não sejam mais relevantes.
Com as premiações cada vez mais politizadas e voltadas a um único viés ideológico, será cada vez mais comum isso... Saímos do Oscar conservador/branco p/ o Oscar que premia quem prega progressismo (independente da qualidade). Meio termo não existirá pelo jeito...
Cerimônia do Oscar é que nem novela da Globo: reinou até um tempo atrás, depois perdeu hegemonia para nunca mais voltar. Só sobrou o público muito fiel (noveleiro). É o caso do Oscar. Quem gosta, quem acompanha com afinco, vai ver sempre, mesmo que dure 3 h e tenha números bregas e discursos rasos todo ano. E que adora.
FATO: O Oscar 2020 bateu um novo recorde de audiência negativa, registrando um público total de 23.6 milhões de espectadores no último domingo, dia 9 [via Variety]. Com uma queda de 20,6% em relação à audiência do ano passado, a edição de 2020 acabou com um público menor que a de 2018, que antes registrava o menor público da história, com 26,5 milhões.
Elenco infantil de "Espelho da Vida" foi muito bem escolhido
Nessa novela das seis foram muitas as qualidades da obra de Elizabeth Jhin. Além de todas já citadas, faltou ressaltar o acerto na escalação do elenco infantil de "Espelho da Vida". São quatro crianças encantadoras e com um futuro promissor no mundo das artes cênicas, caso queiram investir no futuro.
Clara Galinari, Maria Luiza Galhano, Otávio Martins e Haroun Abud foram escolhas precisas da autora e do diretor Pedro Vasconcelos. Priscila, Florzinha, Henrique e André foram personagens que apresentaram diferentes graus de importância no roteiro, de acordo com o desenvolvimento da tão bem entrelaçada trama das 18h. Muitas vezes crianças cumprem a função de ''adorno" de cena. Servem apenas para mostrar que determinado casal tem filhos, enfim. No atual folhetim isso não existiu.
Todos foram primordiais para o encaminhamento da história. A sapeca Florzinha entrou pouco antes da metade de "Espelho da Vida" e sua presença iluminou a casa de Margot (Irene Ravache).
A menina é neta de Gerson (Cosme dos Santos) e foi morar com o avô depois que a mãe, Sheila (Dandara Albuquerque), a 'abandonou' com o avô para tentar melhorar de vida em outro lugar. Logo virou amiga de Priscila e essa amizade transformou a filha de Isabel (Alinne Moraes) em uma garota mais feliz, após um longo período de introspecção, fruto da rigidez da mãe.
Maria Luiza Galhano é muito carismática e o sotaque caipira que a atriz adotou ficou fofinho demais, o que combinou perfeitamente com a personagem.
Otávio Martins foi o último a entrar na novela, e isso não significou menos destaque. O menino, inclusive, ganhou um papel no presente e no passado. J
adson é filho do 171 Américo (Felipe Camargo) e chegou em Rosa Branca acompanhado do irmão, Vitor (Guilherme Hamacek), para ficar com o pai que nunca deu a mínima para os filhos. Levado e sem papas na língua, o garoto ficou amigo de Florzinha e Priscila e logo convenceu as meninas a bisbilhotarem a mansão abandonada de Júlia Castelo. Sem imaginar, conheceu o espírito de sua avó Albertina (Suzana Faini), que o chamou de Henrique, nome de sua vida passada. O filho de Eugênio (Felipe Camargo), por sinal, sofreu muito nas mãos do pai e tentava sempre proteger a mãe, Maristela (Letícia Persiles).
Otávio Martins está muito bem nas duas épocas.
Já Haroun Abud é o que menos apareceu em "Espelho da Vida". Felizmente, as poucas aparições rendem cenas emocionantes e importantíssimas para o enredo.
Ele é simplesmente André, filho de Júlia Castelo e Danilo Breton (Rafael Cardoso), os mocinhos da novela, vivido pelo grande Emiliano Queiroz na fase atual. Nos primeiros meses, as cenas do menino eram apenas com o espírito da mãe que ia visitá-lo na mansão. Com o seu olhar triste sempre comoveu. Já perto da reta final, André protagonizou uma sequência de cortar o coração quando o espírito de Danilo visitou o filho e Daniel (Rafael Cardoso) se lembrou do momento em uma regressão. O choro contido da criança foi devastador, assim como as lágrimas derramadas pelo pai. Ambos separados pela grade do portão. Outra cena linda, agora feliz, foi quando André brincou com as almas de seus pais durante um piquenique e os espíritos prometeram que iriam voltar para ficar com o filho.
Haroun emocionou com Vitória Strada e Rafael Cardoso.
Agora, quem mais se destacou na novela foi Clara Galinari. Priscila apareceu logo na estreia da trama e sua intérprete tinha tudo para brilhar. E brilhou.
A menina sempre amou a mãe, acontece que sua relação com Isabel era repleta de conflitos em virtude do temperamento da vilã, que amava a filha, só que de uma maneira torta ---- a usava para manipular os outros, principalmente o ex noivo e pai da garota. Pri, inclusive, foi a grande responsável pela humanização e redenção de Alain (João Vicente de Castro). Os dois nunca se deram bem e viviam se enfrentando, e quando descobriram que eram pai e filha iniciaram uma aproximação, bastante forçada por Isabel. Aos poucos, foram se desarmando. E agora se amam imensamente.
Clara protagoniza ótimas cenas com João e sua parceria com Alinne Moraes foi perfeita. Vale destacar ainda as sequências com Patricya Travassos (Grace/Graça) e Irene Ravache.
A atriz também tem se sobressaído no passado, em 1930, na pele da retraída Teresa, irmã de Dora.
A menina muda expressa tudo o que sente pelo olhar.
"Espelho da Vida" se aproxima de seu final e a importância que Elizabeth Jhin deu para as quatro crianças de sua história marcou a vida dos quatro intérpretes. Clara Galinari, Maria Luiza Galhano, Otávio Martins e Haroun Abud vão longe.
"Carrossel": chega ao fim um dos grandes acertos do SBT
Chegou ao fim o projeto responsável pela retomada do SBT, após um crítico período, onde a vice-liderança foi perdida para a Record em todos os horários. O remake de "Carrossel", que estreou em maio de 2012 e explodiu em audiência, teve seu último capítulo exibido na sexta-feira (26/07/2013), deixando um saldo extremamente positivo para a emissora de Silvio Santos.
Tentando atingir o mesmo sucesso alcançado anos atrás com a produção de excelentes novelas ---- vide "Éramos Seis" (1994), "As Pupilas do Senhor Reitor" (1995), "Ossos do Barão" (1997) e "Fascinação" (1998) ----, o SBT resolveu voltar a investir em teledramaturgia em 2008 com a produção de "Amigas & Rivais", versão nacional da obra homônima mexicana. Não deu certo. Novas tentativas foram feitas com a exibição de "Revelação", "Vende-se um véu de Noiva", "Corações Feridos" e "Amor e Revolução", mas, novamente, o bom resultado não veio. Todos os projetos fracassaram. Porém, ao invés de jogar a toalha de vez, a emissora resolveu apostar no remake da obra infantil mexicana que foi um fenômeno na década de 90 e virou febre no Brasil quando foi exibida pelo mesmo SBT.
O risco valeu a pena. O sucesso não demorou muito para chegar e a novela adaptada por Íris Abravanel novamente fez a alegria das crianças e da emissora. Sem querer, acabaram constatando o óbvio: o público infantil não tem absolutamente nada para assistir à noite nos canais abertos. O telespectador-mirim que via desenhos na tv a cabo ou que jogava videogame nessa hora resolveu parar para assistir ao remake de "Carrossel". E esse fato é comprovado simplesmente porque não houve uma migração de audiência dos outros canais, apenas o crescimento do SBT.
A trama envolvendo a Professora Helena (Rosanne Mulholhand) e seus alunos emplacou e ainda rendeu bons lucros, uma vez que a empresa aproveitou o sucesso para lançar vários produtos da novelinha, incluindo CD com a trilha sonora. A história também mereceu o reconhecimento do público, afinal, a autora soube fazer uma boa adaptação e o elenco conseguiu se destacar positivamente. Rosanne fez uma linda e doce professora, Larissa Manoela brilhou na pele da preconceituosa Maria Joaquina e Jean Paulo Campos chegou a ganhar prêmios por conta de sua interpretação comovente do sofrido Cirilo. Já Noemi Gerbelli também fez bonito vivendo a diretora Olívia.
O último capítulo (que conseguiu 14 pontos de média e 17 de pico, mesmo concorrendo com "Amor à Vida) emocionou e encerrou esse vitorioso projeto, que chegou a ficar mais de um ano no ar, com chave de ouro.
Helena se casou com Renê (Gustavo Wabner) e o sonho de Adriano (Kostantino Atanassopoulos) proporcionou finais divertidos, como Valéria (Maísa Silva) virando apresentadora (em uma clara homenagem a Hebe Camargo) e Cirilo e Maria Joaquina se casando. A cena final foi uma bela apresentação no circo Tihany, em São Paulo, com o elenco cantando a música de abertura da trama. E assim, a bem-sucedida obra chegou ao fim.
E não há motivo para o SBT se preocupar, ao menos por enquanto. "Chiquititas", substituta que já está sendo exibida no horário que era de "Carrossel", tem mostrado que fará tanto, ou mais sucesso, que a história protagonizada pela Professora Helena. O aprimoramento na produção desse outro remake e os elevados índices de audiência, mantendo a emissora na vice colocação isolada, têm comprovado que os fãs da recém-terminada trama não ficarão órfãos.
O remake de "Carrossel" marcou a retomada do SBT na disputa pelo ibope e ainda serviu para acender um alerta a respeito do telespectador infantil, que também precisa de conteúdo de qualidade no horário nobre. O retorno da audiência (a produção fecha com média geral de 12,3; devolvendo os cobiçados dois dígitos), o lucro obtido e a preocupação da emissora em produzir uma outra produção à altura ---- no caso a adaptação de outro sucesso da década de 90 ----, apenas comprovaram o quanto que foi acertado trazer de volta esse sucesso que ficou marcado na infância de muita gente e que fechou seu ciclo conquistando uma nova geração de telespectadores.
Novo Mundo
3.7 23Valeu a pena rever a melhor virada de "Novo Mundo"
Exibida em 2017, a trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão foi um sucesso de público, crítica e repercussão. Portanto, a reprise vem comprovando todas as qualidades do enredo. E a maior reviravolta do folhetim foi exibida neste capítulo: Várias cenas bem produzidas que destacaram o trabalho da equipe do diretor Vinícius Coimbra, e promoveram uma virada espetacular na história
com o resgate épico de Anna Millman (Isabelle Drummond), planejado por Joaquim (Chay Suede) e sua gangue de amigos.
Após um longo tempo presa por Thomas (Gabriel Braga Nunes), a mocinha finalmente conseguiu se livrar do vilão graças ao seu amado e os dois fugiram de balão, bem no meio de uma feira de invenções. O capítulo pareceu um filme de aventura da melhor qualidade. Teve lutas coreografadas com precisão, empolgantes embates e cenas de ação bem dirigidas. Um grande destaque foi o duelo entre Jacira (Giullia Buscacio) e Miss Liu (Luana Tanaka), claramente inspirado no clássico filme "O Tigre e o Dragão" (2000).
A briga das duas foi de tirar o fôlego e ainda representou um encontro de civilizações. A índia e a chinesa usaram suas melhores técnicas de luta e se enfrentaram em nível de igualdade, mostrando preparo e treinamento. O instante do desmaio da governanta representou a clássica vitória do bem contra o mal.
As atrizes se entregaram e a direção deixou tudo muito crível, sem qualquer traço de artificialidade. Tanto que a cena demorou quatro dias para ficar pronta. E todo o trabalho valeu a pena. O resultado no ar ficou o melhor possível.
E esse foi apenas um dos vários momentos marcantes do capítulo.
Piatã (Rodrigo Simas) achando a sobrinha, após ter usado seus poderes mediúnicos de pajé, primou pela emoção, sendo necessário citar também o sempre solícito Padre Olinto (Daniel Dantas). A recuperação de Miss Liu, flagrando os índios levando a filha de Anna e chamando a guarda, foi mais um instante de adrenalina, aumentando a tensão e a expectativa para o desfecho da fuga.
E a sequência final se mostrou a mais empolgante, pois até utilizou dois dos elementos da feira.
A chegada de Jacira com a filha da mocinha despertou a fúria de Thomas, que agarrou a esposa, e que acabou impedido por Diara (Sheron Menezzes), que usou o extintor 'recém-apresentado' no vilão. Anna, então, escapou com Joaquim e Quinzinho (Theo de Almeida Lopes), enquanto Jacira lutava novamente com Miss Liu, triunfando pela segunda vez. Até mesmo Wolfgang (Jonas Bloch) ajudou colocando sua bengala para os guardas tropeçarem. Os mocinhos, então, fugiram no balão que seria exibido no final do evento, com direito ao adeus debochado da heroína, deixando Thomas e Miss Liu sem reação. O voo representou muito bem a liberdade do casal,
E o núcleo central não foi o único que apresentou uma grande virada. Os paralelos também.
Sebastião (ótimo Roberto Cordovani) descobriu que a filha Cecília (Isabella Dragão) era a misteriosa Rosa Branca e ainda a flagrou beijando Libério (Felipe Silcler), o jornalista negro que ele sempre odiou. E ainda houve a chegada de Greta (Júlia Lemmertz), irmã arrogante de Wolf que fará da vida de Diara um inferno. Uma vilã que acrescentou muito ao roteiro e melhorou a trama de Diara. Vale destacar também a entrada de Isaura (Priscila Steinman), nova amante de Dom Pedro (Caio Castro) que deixará Domitila (Agatha Moreira) em pânico.
"Novo Mundo" foi um novelão e o capítulo do resgate de Anna teve tudo o que o público merece: ação, emoção, ótimas atuações e uma reviravolta digna de uma superprodução. Um capítulo que enfatizou a razão da trama ter sido tão elogiada e aclamada em 2017. Valeu a pena rever.
Duas Caras
3.4 72Os memes da Silvia louca são maravilhosos e Alinne Moraes deu um show, mas será que hoje em dia as pessoas conseguem perceber que Duas Caras era uma novela que retratava um miliciano como um herói defensor dos pobres e inimigo dos bandidos? Essa trama JAMAIS será reprisada.
um miliciano como um herói defensor dos pobres e inimigo dos bandido /// Essa parte tá sendo reprisada na cabeça dos policiais bandidos.
Lembro da cena em q ele apareceu com uma bazuca e causou polêmica kkkkkk. Afinal, como ele teria fácil acesso a uma bazuca, né mesmo? Hj em dia a gente assistiria com outros olhos, muito embora eu não o visse como mocinho.
Tinha até o envolvimento c a Alzira... A personagem da Flávia Alessandra e a música dela fez um certo sucesso, creio q era Folhetim.
Detestava o Juvenal Antena. Era sobre a favela da portelinha dominada pelo Juvenal Antena, um miliciano "legal".
E acho q a trama mostrou q ele ñ prestava, sim. Acontece q a figura do miliciano ainda era obscura na época, a gente ñ entendia ainda o problema... hj o personagem teria q ser CLARAMENTE mau, vilão total pra ser aceito.
Se bem q, no país de nome Brasil...
Então, ao invés da polêmica ser com o miliciano era com a mulher que era dançarina de pole dance.
Além de um branco dizendo em rede nacional ser mais preto que um preto, pois escolheu ser preto. Vide o personagem de Dudu Azevedo, essa novela é um erro!
Eu não lembrava também aí fui rever cenas do casal que ele fazia com a Cris Viana e me deparei com isso... Fiquei em choque pq na época eu torcia pro casal 🤦🏾♂️🤦🏾♂️🤦🏾♂️
ah, ele era vilão, né. Acho. se foi vilão ok ser racista pq não tem caráter. O problema é se era bom moço
Ele não era um vilão, era um playboy inconsequente e ele romantizava a negritude e desvalidava quem realmente é preto e passa por todas as questões que isso implica. Na realidade o Agnaldo romantizou toda a história.
A crente era fuxiqueira e gostava de ver o circo pega fogo, teve até uma polêmica com os evangélicos kkk .
E foi nessa que tinha a figura do sufocador né?
Eu amava Silvia Louca... eu achava q era pq a novela mesmo com a Alinne arrasando, ela não foi tããooo unanimidade , mas o seu ponto foi certeiro.
ele era tratado como mocinho o tempo todo, pois é...Detalhe: aquele Zenon, amigo de todas as horas da família Tufão, tb era miliciano.
Eu amava o núcleo da faculdade, com Branca e Célia Mara; show mesmo, pra mim, foi da Marília Pera, eterna diva... amava essa novela kkk Silvia, Maria Paula e Ferraço aff era top
E eu tentei mt odiar o Ferraço e não torcer pro casal com a Maria Paula (Marjorie no papel menos profundo, ainda que 1a protagonista e eu gostei msm assim), e foi impossível não shipar. Vibrei com o final Cara sorridente com os olhos em forma de coração
Primeira vez q exaltei Alinne Moraes rainha ❤ Só ela e o casal - Maria Paula y Ferraço, ¡amaba esa pareja! - salvavam naquela bomba.
Eu lembro de shippar muito Maria Paula e Ferraço quando ele começa a se redimir e se apaixonar por ela. Ao som de same mistake . Só isso que lembro.
Triturando
1.2 3"Triturando" é a mais recente prova do amadorismo de Silvio Santos
Não é novidade que Silvio Santos nunca levou o SBT a sério. A emissora seria a vice-líder isolada com certa folga se o empresário a tratasse com a mínima responsabilidade. Por isso, não é por acaso que tem sempre disputado o segundo lugar com a Record e ainda não se fixou em terceiro porque seu nicho é quase igual ao da concorrente. O "Triturando" é a maior prova recente do amadorismo do dono do Sistema Brasileiro de Televisão.
O programa se chamava "Fofocando" em 2016, quando foi criado por Silvio para frear o crescimento da Record na faixa vespertina com a "Hora da Venenosa" ---- quadro de fofocas da Record comandado por Fabíola Reipert, dentro do "Balanço Geral", que conseguia até a liderança e deixava o então "Vídeo Show", da Globo, para trás. Agora, nunca alcançou o objetivo e raramente saía do terceiro lugar. A Record ainda se mantinha em segundo através das reprises de suas novelas, como os remakes de "Betty - a feia" e "Escrava Isaura".
Leão Lobo e Mama Bruschetta (Luiz Henrique), que estavam há anos na TV Gazeta, foram contratados para a atração e dividiam a apresentação com um tal "Homem do Saco" (Dudu Camargo), que comentava as fofocas com um saco de papelão na cabeça. Algo constrangedor.
Os horários do formato eram mudados constantemente, até ser fixado às 15h. Em janeiro de 2017, o título mudou para "Fofocalizando". Com qual objetivo? Nenhum. Tudo continuou igual e até hoje ninguém sabe explicar a razão da mudança.
E foram várias alterações no comando do programa ao longo dos anos. Décio Piccinini entrou para substituir o "Homem do Saco" e ficou um tempo formando um trio com Leão e Mama. Léo Dias acabou contratado para dar notícias exclusivas e o jornalista polêmico conseguiu aumentar a audiência da atração com suas fofocas. E, não demorou para os apresentadores virarem as notícias. Isso porque a entrada de Mara Maravilha, contratada para o elenco fixo, resultou em um amontoado de brigas entre os integrantes. E Silvio adorava. Tudo piorou quando Livia Andrade também entrou para o time em 2018. Livia e Mara nunca se deram e os barracos eram quase diários. Entre discussões e ofensas. Uma acabava afastada por um período e depois a outra era a punida, como se fosse a quinta série de uma escola. Nem Léo aguentou e pediu demissão.
A pandemia do coronavírus implicou no afastamento de Leão Lobo em 2020 e Chris Flores foi colocada no time de apresentadores fixos ao lado de Lívia Andrade e Gabriel Cartolano. Ocorre que em maio o programa acabou cancelado por Silvio Santos por conta da baixa audiência. O formato estava com um quadro chamado "Triturando". Era um momento em que os apresentadores criticavam duramente artistas que protagonizavam situações deprimentes. Uma espécie de "Nota Zero" da coluna de Patrícia Kogut, em O Globo. E simbolizavam a crítica com a imagem da pessoa em uma folha de papel triturada por um "robô". O dono do SBT achava isso tão divertido que decidiu transformar o quadro em programa. Então mudou o nome de "Fofocalizando" para "Triturando" e retirou Lívia Andrade da apresentação. Ana Paula Renault (ex-BBB16) e Flor foram as escolhidas como apresentadoras fixas ao lado de Cris e Gabriel.
Por mais incrível que pareça, o formato conseguiu ficar ainda pior. Como o quadro durava poucos minutos, foi impossível estendê-lo em uma hora e nem havia tanta gente assim para criticar. A solução foi colocar músicas antigas para "análise". Baseado apenas na opinião dos apresentadores, era decidido que música tinha qualidade ou não. Para culminar, perguntas estúpidas eram feitas para o público através de enquetes surreais. "Como você prefere morrer? Esfaqueado, com um tiro de revólver ou envenenado?"; "Você prefere comunismo, socialismo ou capitalismo?" e "O que você prefere? Garota de Programa, Sugar Daddy ou Mulher de Bordel?" eram alguns dos questionamentos. Chris Flores sempre é a que mais sofre com as situações constrangedoras da atração. É visível seu descontentamento. Em um dos programas, para preencher a falta de conteúdo, a competente jornalista se viu obrigada a ler piadas de um dos livros do comediante Ary Toledo no ar. É preciso citar que a contratação de Ana Paula foi um acerto. Desenvolta, a também jornalista consegue tirar leite de pedra. Mas, assim como Chris, não faz milagre.
A mais recente alteração afundou o formato ainda mais. Se antes o dono da emissora estava insatisfeito com o terceiro lugar, agora se vê obrigado a engolir uma quarta colocação e às vezes até quinta. Chegou a marcar 2,5 pontos, índice bom para uma "Rede TV!", mas catastrófico no SBT. Silvio chegou a anunciar a volta do "Fofocalizando" e de Lívia Andrade no time de apresentadores para esta segunda-feira (22/06), mas desistiu na véspera e decidiu manter o "Triturando", agora também com comentários de notícias policialescas. Como é fácil notar, não interessa se o programa se chama "Fofocando", "Fofocalizando", "Triturando" ou "Cochilando". A ausência de qualidade é a mesma. A única verdade é a total incapacidade de Silvio Santos em comandar uma emissora de forma séria e não usá-la como seu brinquedinho particular.
GloboNews em Pauta
4.4 1"Em Pauta" virou o melhor programa da GloboNews
A pandemia do novo coronavírus implicou em uma catástrofe mundial e com milhares de mortes. A luz no fim do túnel é a criação da vacina, que ainda parece distante. E a situação tão assustadora para muitos acabou impulsionando o jornalismo. A importância da imprensa sempre foi grande, mas agora está ainda maior. O Brasil é o melhor exemplo. Os telejornais têm funcionado como fontes de informações confiáveis diante de um governo que nega a gravidade do atual momento. E o "GloboNews em Pauta" se firmou como o melhor produto do canal a cabo.
É evidente que as emissoras abertas seguem dominando o alcance nos lares. Tanto que o "Jornal Nacional" é a maior referência e o expressivo crescimento de audiência é a prova. Porém, a "GloboNews" também cresceu ainda mais por conta da intensa cobertura sobre a pandemia e o desastre do governo. Não por acaso se isolou na liderança entre os canais por assinatura. Nem a estreia da "CNN" abalou os números do canal. E o "Em Pauta" virou o maior atrativo da programação por vários fatores.
O programa está no ar desde 2010 e se solidificou na grade com méritos. O formato permite uma mistura de descontração e seriedade através de boas análises com competentes jornalistas ao longo de duas horas A identidade da atração sempre foi a repercussão das notícias no dia. Mas a duração foi aumentada em uma hora em virtude do conturbado período que o Brasil e o mundo atravessam. A mudança não poderia ter sido melhor.
Até um ano e meio atrás, a edição durava uma hora e havia menos debatedores. O dobro do tempo não resulta em algo desgastante por conta das ótimas conversas protagonizadas pelo âncora e seus colegas que aparecem na telão dividido, algumas vezes, em até cinco partes.
Marcelo Cosme está no comando do programa desde o final de janeiro de 2019 e se firmou no posto. Sérgio Aguiar era o apresentador até então, mas se transferiu para a Record na época. Após a mudança, o formato cresceu no Ibope e a boa aceitação do jornalista garantiu uma vaga para Cosme no rodízio de apresentadores do "Jornal Hoje", na Globo, desde setembro do ano passado. E o reconhecimento é merecido. Marcelo consegue comandar a edição com desenvoltura e imprime um tom menos formal. Sua intimidade com os correspondentes também é nítida.
Aliás, o time de jornalistas é de alto nível. Andréia Sadi virou uma das referências em cobertura política e sempre se destaca, assim como Gerson Camarotti, Eliane Castanhêde e Cristiana Lôbo. A participação frequente de Fernando Gabeira agrega muito, enquanto é prazeroso ouvir as análises de Miriam Leitão, Guga Chacra e Jorge Pontual. Carlos Alberto Sardenberg e Mônica Waldvogel também merecem menção pelos bons comentários sobre a falta de rumo do governo na economia. Demétrio Magnoli, Sandra Coutinho e Natuza Nery são outros nomes que só somam ao excelente time.
Mas não é tudo. Na edição da terça-feira (02/06/2020), o programa foi duramente criticado pela ausência de debatedores negros durante a cobertura dos históricos protestos contra o racismo nos Estados Unidos ---- que surgiram em virtude do assassinato covarde de George Floyd, cidadão negro sufocado por nove minutos por um policial branco, em uma imagem devastadora. E realmente não havia, até então, jornalistas negros fixos na atração. A Globo aceitou as críticas e na edição de quarta-feira (03/06) exibiu um programa histórico. Marcelo Cosme admitiu o erro apontado pelos telespectadores e ainda exibiu no ar o tweet de Irlan Simões ("Rapaziada... a pauta é racismo...") com a imagem de todos os integrantes brancos. O jornalista cedeu seu lugar ao decano Heraldo Pereira, que comandou o formato por um dia e anunciou a presença das cinco comentaristas negras: Lilian Oliveira, Aline Midlej, Flávia Oliveira, Zileide Silva e Maju Coutinho. Os seis debateram ao longo de duas horas sobre o racismo no Brasil. E a grata surpresa foi o anúncio de Flávia Oliveira e Zileide Silva como novas integrantes do time, que ficou ainda melhor.
O "GloboNews em Pauta" virou um programa imprescindível e se consagrou como o melhor produto do principal canal de notícias da Globo. Vale citar ainda os bons debates que ocorreram na atração com convidados. Em um deles quatro governadores foram chamados para uma conversa sobre a importância das medidas de isolamento social e em outro momento cientistas e médicos debateram sobre as consequências do coronavírus no futuro. É inegável a relevância do jornalismo em qualquer momento, mas atualmente se tornou algo vital. E esse formato comandado por Marcelo Cosme é o de maior qualidade hoje.
O Outro Lado Do Paraíso
3.5 53A novela também recebeu críticas sobre algumas abordagens. Foi o caso da "coach" Adriana (Julia Dalavia), que desvendou o caso de abuso envolvendo Laura e Vinícius. Na época, o Conselho Federal de Psicologia se pronunciou, alegando que um profissional da área médica deveria ter tratado a menina.
Questões como racismo e homofobia também tiveram cenas fortes e, por vezes, caricatas. No caso de Samuel e Cido (Rafael Zulu), a trama enveredou para um humor desnecessário e forçado. Porém, teve um desfecho bonito, levantando a bandeira da diversidade e respeito.
Uma das grandes promessas de maldade no início da trama, a personagem de Grazi Massafera não disse a que veio. Perdeu força e ficou submissa aos desmandos de Sophia.
Será que ainda tem tempo de no capítulo final de 11.05.18 todas as indagações serem respondidas?
Faltou comentar que nenhum tribunal brasileiro funciona daquele modo. O autor utilizou o modelo dos Estados Unidos na novela. No Brasil, nenhum julgamento ocorreria como o do julgamento do delegado pedófilo ou da própria Sofia. Quem vê estes dois julgamentos, acredita que Brasil e Estados Unidos têm o mesmo sistema judiciário. Não é nem parecido.
Minha mais severa critica é: o que aconteceu com Renato??? morreu? fugiu? não apareceu o corpo dele sendo levado do local onde ocorreu o cativeiro... essa cena ficou "no ar" sem desfecho....
Acredito que não pois parece-me e posso estar errado mais o carro de Rato que atropelou a Juíza e seu próprio assassinato está sendo esquecido de maneira inadmissível; Bem como as falcatruas de Jô juntamente com o galã namorado da mãe de Clara que deveria ser melhor esclarecido e até agora ele se porta como bozinho/mocinho mas teve ações de canalha em vários momentos! Somente quem como eu que já fui vítima destas atrocidades demonstradas na ficção por Walcyr Carrasco a quem denunciei minha história verídica que faz com que o juiz da 6ª Vara Cível de Uberlândia/MG Dr. Armando Conceição Ferro tenha feito do Magistrado da Novela /Ficção Dr. Gustavo (Luiz Mello) se tornasse fichinha perto do fato concreto de minha história de vida transformada numa verdadeira saga! SOS Socorro Urgente HELP Glória Perez, Walcyr Carrasco, Luiz Fernando Veríssimo, João Emanoel Carlos e demais autores e escritores como Paulo Coelho e Jô Soares que podem nos ajudar a fazer a Justiça no Brasil de fato melhorar dando-nos direito a voz como vítimas e principais prejudicados além de verdadeiramente interessados!
A Favorita
3.9 348 Assista AgoraÉ a primeira oportunidade do telespectador assistir ao folhetim em HD, já que em 2008 a maioria das televisões no Brasil não tinha resolução em alta definição. A novela marcou a teledramaturgia porque começou a ser exibida para o público sem as 'determinações' clássicas a respeito de quem era mocinha e quem era vilã. O telespectador não ficou na condição privilegiada de saber o contexto do enredo, muito pelo contrário, ele simplesmente passou a fazer parte daquela trama, podendo ser enganado ou não pelas duas principais personagens. Eram duas versões de uma mesma história e a pergunta exposta no teaser chamava atenção: "Quem está falando a verdade?". Um dos atrativos era justamente bancar o detetive, analisando o comportamento dos perfis.
O público se viu na mesma condição dos personagens, não podendo julgar quem acreditava ou não em quem. Afinal, o telespectador ficou tão em dúvida quanto várias figuras pertencentes ao enredo tão bem trabalhado pelo autor. Felizmente, João, muito inteligentemente, soube induzir com competência, abusando de estereótipos clássicos em folhetins.
Era normal achar que a loira, de olhos claros e cara de sofrida (que havia cumprido pena de 18 anos por ter assassinado um homem) era inocente e tentava se vingar de seus delatores, após ter ficado longe da filha (Lara - Mariana Ximenes) por tanto tempo. Flora (Patrícia Pillar) carregava todos os atributos de uma vítima injustiçada.
Ao mesmo tempo que Donatela (Cláudia Raia), uma mulher rica, arrogante e perua tinha todas as características de uma vilã em potencial. E a personagem sempre garantiu que Flora era uma demônia que havia assassinado seu marido, Marcelo (Flávio Tolezani), a sangue frio. A novela foi se desenvolvendo em torno dessa disputa de 'verdades', e, apesar das induções do autor, não dava para ter certeza a respeito de quem era culpada ou vítima da situação. Havia um clima de suspense constante que deixava a trama imperdível, onde as peças do quebra-cabeças eram encaixadas aos poucos, à medida que os capítulos se desenrolavam. Aliás, essa ousadia do escritor provocou um natural estranhamento do público, refletindo em uma audiência abaixo do esperado nas primeiras semanas.
Então, a história caiu do gosto popular assim que a grande revelação foi feita, em uma das melhores viradas da teledramaturgia. Após apontar uma arma para Flora, ameaçando matá-la, Donatela é desarmada pela rival, que tira sua máscara revelando seu instinto assassino, enfatizando que a perua nunca teria coragem de apertar o gatilho, ao contrário dela. A partir de então, o enredo começou a seguir o seu caminho tendo a vilã e a mocinha claramente expostas. A reviravolta se deu antes da metade da trama e serviu para destacar ainda mais Patrícia Pillar e Cláudia Raia na história, que passaram a ser ainda mais exigidas.
Com a revelação, todo o passado das duas protagonistas foi ficando ainda mais em evidência. Elas cresceram como irmãs e eram unha e carne, pois Donatela perdeu os pais em um acidente e acabou adotada pela família de Flora. Ambas tinham vocação para o canto e acabaram formando uma dupla sertaneja (Faísca e Espoleta) de relativo sucesso ("Beijinho Doce" era a música que marcava a parceria), cujo 'empresário' era Silveirinha (Ary Fontoura), um caça-talentos ---- que depois virou mordomo de Donatela e ainda foi para o lado da Flora quando a então patroa se viu arruinada. A turnê da duas acabou interrompida quando Donatela conheceu Marcelo, provocando imenso ciúmes de Flora, que acabou se envolvendo com o malandro Dodi (Murilo Benício) ---- a vilã ainda mandou sequestrar o filho da 'amiga' (Halley - Cauã Reymond) e teve um caso com Marcelo, desestabilizando de vez o relacionamento com a 'quase irmã.'
O enredo central era repleto de detalhes e foi desenvolvido com maestria por João Emanuel Carneiro, que soube rechear a trama com drama, suspense, viradas e thriller. Até porque uma das cenas mais impactantes da história da teledramaturgia foi protagonizada por Patrícia Pillar e Mauro Mendonça, intérprete do ricaço Gonçalo.
Pouco depois de ter descoberto que Flora era uma psicopata assassina, o empresário caiu em uma emboscada armada pela vilã ---- que já havia substituído os remédios do avô de Lara por balinhas ---- e teve um infarto quando viu todos os cômodos de sua mansão ensanguentados, enquanto ouvia a víbora dizer que sua neta e esposa (Irene - Glória Menezes) tinham sido assassinadas por ela.
de terror psicológico
A novela também tinhas alguns bons núcleos paralelos. O drama de Catarina (esplêndida Lília Cabral), que era constantemente agredida pelo marido (Leonardo - Jackson Antunes), fez muito sucesso e ainda marcou a estreia de Alexandre Nero nas novelas ---- ele viveu o verdureiro Vanderlei, que era apaixonado por Catarina. O romance de Copola (Tarcísio Meira) e Irene (Glória Menezes) também agradou, assim como todas as situações vividas pela ex manicure Cilene (Elizângela) e suas meninas que eram 'oferecidas'' como acompanhantes de homens ricos pela quase cafetina ----- Manu (Emanuelle Araújo), Sharon (Giovanna Ewbank) e Melissa (Raquel Galvão). Outros perfis que merecem menção são Zé Bob (Carmo Dalla Vechia), Pedro (Genésio de Barros) --- pai de Flora ---, Orlandinho (Iran Malfitano), Dr. Salvatore (Walmor Chagas) e o alienado Augusto Cézar (José Mayer em um perfil completamente diferente dos seus galãs conquistadores).
Claro que nem tudo funcionou. O autor se equivocou em algumas tramas paralelas, deixando personagens avulsos e com enredos que não foram desenvolvidos a contento. O triângulo protagonizado pelo prefeito Elias (Leonardo Medeiros), a esposa Dedina (Helena Ranaldi) e o amante Damião (Malvino Salvador), por exemplo, não disse a que veio, assim como o núcleo do político corrupto Romildo (Milton Gonçalves), que vivia em conflito com os filhos Alícia (Taís Araújo) e Didu (Fabrício Boliveira). O sonho do tímido Cassiano (Thiago Rodrigues) em ser cantor pouco acrescentou e outros perfis também ficaram deslocados, desvalorizando seus intérpretes, como Tereza (Rosi Campos), Lorena (Gisele Fróes), Átila (Chico Diaz), Dulce (Selma Egrei), Arlete (Ângela Vieira), Cida (Cláudia Ohana), entre outros.
"A Favorita", dirigida por Ricardo Waddington, não foi uma novela impecável em virtude dos problemas em alguns núcleos paralelos, ainda sim, foi a trama mais ousada de João Emanuel Carneiro e entrou para a galeria de grandes folhetins da teledramaturgia em virtude do seu forte enredo central, que arrebatou o público. A principal história foi contada com maestria e ainda inseriu Flora no time
das grandes vilãs
Caldeirão do Huck
2.5 9Caldeirão do Huck já cansou faz tempo
Luciano Huck tinha um programa na Band, o "Programa H". Era uma espécie de programa de auditório mais voltado para os adolescentes. Foi lá que ele revelou a "Tiazinha" e a "Feiticeira". Ainda se lembra delas? Pois é, por causa da relativa repercussão da atração, o apresentador foi convidado pela Globo para integrar o time da casa. Obviamente não recusou. Convite aceito e assim vimos , em 8 de abril de 2000, a estreia do "Caldeirão do Huck" nas tardes de sábado.
A emissora que nunca deu muito valor para a sua programação vespertina desse dia específico, começou a ver que havia acertado em cheio nessa contratação. Não demorou muito para o programa fazer sucesso e Luciano se firmar como um ótimo comunicador. Ao longo desse tempo vários quadros foram, e ainda são, apresentados na atração: "Lata Velha", "Lar Doce Lar", "Pulsação", "Agora ou Nunca", "Olha Minha Banda", "Cantando o 7", "Vou de Táxi", "Super Chance" e mais alguns. Todos têm o objetivo de premiar generosamente os participantes.
Porém, se antes o programa era mais voltado ao entretenimento, com entrevistas, provas engraçadas (se lembram das gincanas que tinham no palco?) e bandas, de uns tempos pra cá acabou se transformando exclusivamente num projeto assistencialista. Muitas vezes não temos nada a ser apresentado a não ser um único quadro. O "Lata Velha" e o "Lar Doce Lar" são os principais. Quantas vezes não vimos o programa resumido exclusivamente a isso? Todos os quadros do programa têm uma duração excessiva e que com o tempo foi cansando o telespectador. Os dois que eu acabei de citar, quase sempre são intercalados. Um sábado temos o primeiro e no da semana seguinte o outro. São sempre histórias quase iguais, de famílias pobres, que sofreram muito na vida e precisam de ajuda. Existem muitas pessoas de classe média, por exemplo, que tem um carro bem esculhambado ou uma casa precisando muito de uma reforma. Mas essas ele não "melhora". Precisa ter uma historinha triste pra contar. Aí vem a pergunta: os quadros são para nos entreter ou para ajudar os necessitados?
Além disso, a maioria dos outros quadros citados (onde sempre estão relacionados com prêmios em dinheiro) também só envolvem participantes humildes. Nada contra ajudar pessoas pobres, mas quando isso se torna o único objetivo do programa é porque tem algo errado.
O programa está necessitando de novos ares e de muita criatividade. Uma reformulação mesmo. Há anos estamos vendo as mesmas coisas o tempo todo. O que ainda se salva é o "Soletrando", um projeto interessante, que nos entretém ao mesmo tempo que ensina. E ainda assim, esse ano fizeram questão de estragar o quadro ao reduzir o tempo de duração do mesmo e não colocar mais a disputa entre os alunos no palco da atração, com exceção da final.
Havia um formato muito bom, o "Mandando Bem", onde uma família recebia ajuda para conduzir o seu estabelecimento comercial, normalmente restaurantes ou bares. Ali víamos o objetivo do entretenimento já que não eram só pessoas necessitadas que eram contempladas. Mas não vingou sabe-se lá o porquê. Talvez justamente porque não era assistencialista e nem todos tinham uma história infeliz pra contar.
O "Olha minha Banda" seria interessante, mas com o tempo também vimos que só é ajudado quem tem uma banda e ao mesmo tempo tem uma vida difícil. Se a pessoa quer que seu grupo musical tenha fama e notoriedade, mas leva uma boa vida financeira, não conseguirá ser "sorteado". E convenhamos que isso também não deu muito certo. A única banda que teve um relativo sucesso foi um grupo formado por meninas que recebeu o nome de "Ângela". Elas lançaram uma música que tocou nas rádios e outra que emplacou e foi tema do filme "Desenrola". Os demais...
A prova de que tudo ali já cansou é simples: tenho certeza que em meados de agosto teremos o concurso da "Musa do Brasileirão" (concurso de mulheres boazudas) e no último programa do ano a junção do "Lata Velha" com o Lar Doce Lar" para uma só família humilde.
O "Caldeirão do Huck" ainda faz sucesso? Óbvio que faz. A prova é a liderança isolada da atração, que mesmo mudando de horário em 2011 (era exibido às 14h30 e agora foi para às 16h30), continua numa zona de conforto muito grande. Mas também é verdade que os quadros não geram mais a repercussão de antigamente e o Luciano Huck foi perdendo sua essência como apresentador. Se antes nunca era criticado, agora as coisas mudaram um pouquinho. Loucura, loucura, loucura...
Vale a Pena Ver de Novo
3.8 4‘Vale a Pena Ver de Novo’ completa 40 anos! Confira algumas curiosidades
'Dona Xêpa', de 1977, foi a primeira novela reprisada, em maio de 1980.
O Vale a Pena Ver de Novo completa nesta terça-feira (05/05/2020) 40 anos no ar. Exatamente no dia 5 de maio de 1980, Dona Xepa, grande sucesso de Gilberto Braga com a direção de Herval Rossano, começava a ser reexibida na faixa da tarde, estreando a sessão de reprises mais amada do Brasil.
Para os que viram a novela em sua primeira exibição, em 1977, foi a chance de matar a saudade da emocionante história da feirante dona Xepa (Yara Cortez) que, mesmo com todas as dificuldades, fazia de tudo para educar os filhos, Edson (Reinaldo Gonzaga) e Rosália (Nívea Maria), da melhor maneira possível. Aqueles que assistiram pela primeira vez, tiveram a oportunidade de conhecer uma obra-prima da teledramaturgia.
Ao longo destas quatro décadas, o Vale a Pena Ver Novo nos presenteou com grandes produções que fizeram história. Um encontro marcado todas as tardes, de segunda a sexta, cheio de emoção e nostalgia. E também um encontro com o futuro: quantos noveleiros não surgiram (e ainda surgem) nestas tardes, assistindo pela primeira vez a um folhetim que marcou outras gerações?
Quem é fã sabe que novela é como vinho, com o tempo só fica melhor. Dona Xepa teria muito para nos ensinar hoje em dia e com uma mensagem cheia de otimismo, palavra tão necessária em tempos de coronavírus.
Assim como as histórias que reapresenta, o Vale a Pena Ver de Novo também é cheio de curiosidades. E a gente reuniu algumas aqui para você. Aproveite a viagem e, claro, não perca mais um capítulo da reprise nesta tarde no ... você sabe.
Curiosidades sobre o Vale a Pena Ver de Novo 👇:
▶ As reprises de novelas no horário da tarde já existiam antes do Vale a Pena Ver de Novo. No início dos anos 70, era reprisado o capítulo anterior da novela das 7 que estava no ar.
▶ A partir de março de 1976, o horário logo após o Jornal Hoje passou a reprisar novelas recentes das faixas das 6 e das 7. A primeira foi Helena, que tinha sido exibida, originalmente, um ano antes, em 1975.
▶ A última novela exibida logo após o Jornal Hoje, mas ainda sem o nome Vale a Pena Ver de Novo, foi À Sombra dos Laranjais, que tinha ido ao ar, originalmente, em 1977.
▶ O nome Vale a Pena Ver de Novo foi criado para diferenciar estas reprises de novelas das que eram exibidas em um quadro do programa TV Mulher, que estreou em abril de 1980.
▶ A primeira novela das 8 exibida no Vale a Pena foi Água Viva, em 1984. A novela foi escrita por Gilberto Braga e a exibição original foi em 1980.
▶ Exibida no Vale a Pena Ver de Novo em 1990, Roda de Fogo é a novela que foi reprisada com a menor quantidade de capítulos até hoje. Os 179 capítulos originais foram compilados em apenas 35.
▶ Já a segunda reprise de Senhora do Destino foi a maior do horário em número de capítulos. Os 221 capítulos originais da história se transformaram em 195.
▶ Em 2000, a reprise da novela A Próxima Vítima trouxe um último capítulo inédito para o público brasileiro. Foi exibido o final gravado para Portugal. Ao invés de Adalberto (Cecil Thiré), o grande assassino na reprise foi Ulisses (Otávio Augusto).
▶ Até os anos 2000, a faixa costumava reprisar apenas uma vez as novelas. As exceções foram apenas A Moreninha, reprisada em 1982 e 1976 (antes da sessão ter o nome oficial de Vale a Pena Ver de Novo); Gabriela, exibida em 1988 e que já tinha sido reprisada às 10 em 1979; e Roque Santeiro, exibida em 2000 e 1991 (na antiga Sessão Aventura, horário ocupado hoje por Malhação).
▶ Roque Santeiro foi exibida no Vale a Pena Ver de Novo em dezembro de 2000, como parte das comemorações dos 35 anos da TV. A novela voltou ao ar depois muitos pedidos do público na Central de Atendimento ao Telespectador.
▶ Logo após Roque Santeiro, em 2001, a sessão reprisou episódios de Você Decide, em que o público pôde escolher um novo final para a história. A apresentação ficou por conta de Susana Werner. A atração durou apenas um mês.
▶ Em julho de 2001, aconteceu a "segunda reprise" oficial da sessão com a volta de A Gata Comeu, exibida originalmente em 1985 e que tinha ido ao ar no Vale a Pena Ver de Novo pela primeira vez em 1989.
▶ Outras novelas que ganharam duas reprises: A Viagem (1997 / 2006), Chocolate com Pimenta (2006 / 2012), Anjo Mau (2003 / 2016), Da Cor do Pecado (2007 / 2012), Por Amor (2002 / 2019), Senhora do Destino (2009 / 2017), O Cravo e a Rosa (2003 / 2013), O Rei do Gado (1999 / 2015) e Mulheres de Areia (1996 / 2011).
▶ A partir da reprise de Caras & Bocas, em janeiro de 2014, a estreia das novelas no Vale a Pena Ver de Novo dividem espaço com a última semana da novela anterior.
▶ Benedito Ruy Barbosa é o autor mais reprisado até hoje. Foram nove vezes - oito novelas e uma segunda reprise. São elas as duas versões de Cabocla, Paraíso, as duas versões de Sinhá Moça, Renascer, Terra Nostra e O Rei do Gado, que foi reprisada duas vezes.
▶ Foram reprisadas:
36 novelas das 6;
26 novelas das 7;
27 novelas das 8 ou 9;
1 novela das 10;
1 programa.
▶ Eta Mundo Bom é a 91ª atração exibida na faixa do Vale a Pena Ver de Novo.
Avenida Brasil
4.1 838Reprise comprova que sucesso de "Avenida Brasil" é atemporal
O fenômeno de João Emanuel Carneiro tem repetido o sucesso de 2012 e as últimas semanas vêm registrando recordes de audiência, chegando a picos de 28 pontos em plena tarde. É verdade que a quarentena por conta da pandemia do coronavírus contribuiu bastante, mas a reexibição emplacou assim que entrou no ar e conseguiu manter a média elevada de "Por Amor".
A reta final da trama é repleta de adrenalina e muitas reviravoltas de tirar o fôlego. Quem acompanhou não esquece. E a elevação dos índices prova que muitos querem ver novamente.
A cena em que Carminha (Adriana Esteves) tenta matar Max (Marcello Novaes) é uma das melhores do folhetim e destacou o talento dos atores envolvidos, incluindo Vera Holtz que emocionou quando Mãe Lucinda conseguiu salvar o filho o afogamento provocado pela vilã e seu comparsa.
O retorno triunfal de Max foi outro momento memorável em virtude do grito de desespero de Carmem Lúcia assim que o viu em sua sala. A cena virou "meme" em uma época onde comentar novela na internet começou a virar rotina.
Já a mais aguardada catarse de "Avenida Brasil" se deu logo após essa volta do amante da grande vilã. Isso porque Max mostrou as famigeradas fotos feitas por Nina (Débora Falabella) do casal aos beijos e provocou a fúria de Tufão (Murilo Benício), Leleco (Marcos Caruso), Ivana (Letícia Isnard) e Muricy (Eliane Giardini).
A direção precisa de Amora Mautner e José Luiz Villamarim resultou em uma sucessão de momentos memoráveis e que novamente empolgaram o público ---- a trama chegou a 29 pontos de pico perto das 18h. A cena de Max dando uma banana para a mansão, em uma clara referência ao final de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) em "Vale Tudo" (1989), é icônica, assim como o choque de Ivana e Muricy, duas personagens que abusaram da burrice ao longo do enredo.
E Adriana Esteves impressiona com sua entrega durante todo o processo de derrocada de sua vilã.
Inicialmente, a canalha ainda tenta manter a pose de vítima, mas tira a máscara quando percebe que não há mais solução para escapar. Após muitas ofensas de Tufão, Carminha joga na cara do então marido como foi fácil enganar todo mundo da família e ainda debocha das idiotices de Ivana em um dos instantes mais lembrados pelo público. Já o surto da Carmen Lúcia no meio da rua, xingando todos ao redor, é mais uma cena perfeita.
Entre os muitos grandes momentos da reta final da novela,
estão o assassinato de Max (uma sequência que lembrou um thriller da melhor qualidade), a revelação do lado maquiavélico de Santiago (Juca de Oliveira), o desfecho de Nilo (José de Abreu) e a virada envolvendo Carminha.
Todos os sites, jornais, revistas, enfim, toda a imprensa televisiva se vangloriou por ter conseguido descobrir antecipadamente que Carminha era a assassina de Max. Porém, embora ainda muito se discuta sobre isso e haja algumas discordâncias, ficou claro que João Emanuel Carneiro conseguiu ousar e apresentar um desfecho genial para o 'quem matou?". Mas muitos não se deram conta do verdadeiro criminoso:
Jorginho. O mocinho foi o responsável pela morte do próprio pai e o autor deixou vários fios soltos para que o público pudesse juntá-los no último capítulo.
Oito fatos que comprovam que Jorginho matou Max, demonstrando a genialidade de João Emanuel Carneiro
1- Por que Jorginho ficou tão incomodado com as investigações de Nina a respeito do assassinato? Por que o rapaz exigiu que a namorada parasse de tocar no assunto? Por que estava tão conformado em ver a mãe do lixão assumir o crime mesmo sabendo que ela não seria capaz de tal ato? Simples, porque se Mãe Lucinda fosse inocentada, Nina voltaria a ser a principal suspeita e correria o risco de ser presa no lugar do namorado.
2- Quando Nina está sendo coagida por Max, ela grita por Jorginho e leva a primeira pancada na cabeça, esta dada por Max. Ou seja, o rapaz ouve o chamado da mocinha e vai até lá para salvá-la.
3- Após Max dar a primeira pancada em Nina, Lúcio chega e luta com Max, mas acaba levando a pior e desmaia. Logo depois, Ivana chega ao local dá um coronhada nele e sai correndo. O vilão a persegue e dá de cara com Janaína. A empregada pega uma faca, tenta matá-lo, mas não consegue e foge. Max volta, com a faca em mãos, para o local onde
Nina está desmaiada. Ele se dirige até Nina, que começa a acordar. Carminha chega e dá a primeira enxadada no ex-amante. Nina tenta golpear Max, mas leva a segunda pancada na cabeça, que não foi dada por Carminha, pois esta estava de frente para Max, e sim de uma terceira pessoa: Jorginho. Max estava tão atordoado que nem viu Nina ser golpeada, pois olhava fixamente para a vilã.
4- Quando Max avança até Carminha para lhe dar uma facada, leva uma enxadada por trás e morre. Carminha se choca com a cena e a câmera focaliza a enxada da vilã seca. A pessoa que matou Max (Jorginho), logo foge ou se esconde, não fica claro. Mãe Lucinda chega e conclui que Carminha matou seu filho. A suposta assassina pensa rápido, não desmente e assume o crime.
5- Na delegacia, após declarar que matou Max, Carminha é levada para a cela e Tufão a agradece. Mas antes de sair da sala, Carminha e Jorginho trocam olhares reveladores para os telespectadores mais atentos.
6- Carminha, a vilã da novela, salvou a mocinha e eterna rival duas vezes e ainda assumiu um crime que não cometeu somente para ver o filho feliz ao lado da sua amada. Era a maneira que a personagem conseguiu para tentar amenizar todas as desgraças que fez à vida do filho.
7- Jorginho, mesmo feliz ao lado de Nina, demonstra lampejos de tristeza no último capítulo e quando vai visitar sua mãe no lixão evita encará-la, parecendo constrangido e envergonhado.
8- Jorginho sempre foi um sujeito perturbado e já agrediu Max diversas vezes, só parando quando alguém intervinha. Nada mais "coerente" que o mocinho mate o próprio pai para defender a namorada e a mãe em um momento de tensão.
Em suma: João Emanuel Carneiro não ousou apenas na condução do assassinato, como também na forma de revelá-lo. Só quem realmente esteve atento a todos os acontecimentos conseguiu desvendar o mistério. Mais uma vez o autor, a direção e o elenco estão de parabéns pelo magnífico trabalho apresentado. A novela apresentou um casal de protagonistas totalmente atípico: a mocinha enfrenta a vilã de igual para igual, utilizando métodos torpes; enquanto que o mocinho mata o próprio pai para defender sua amada e deixa a mãe assumir a culpa do crime.
Pena que a imprensa televisiva não tenha se dado conta da revelação subliminar que o autor quis mostrar. Pelo visto, após Flora ("A Favorita") e Santiago ("Avenida Brasil") enganarem tanto os personagens quanto o próprio público a respeito de suas respectivas índoles; Carminha conseguiu enganar não só a polícia, como também grande parte dos telespectadores. Claro que tudo é uma teoria deste humilde comentarista. Uma última viagem para lembrar essa novela tão marcante. Por que não?
Novo Mundo
3.7 23A primeira novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão como autores titulares não poderia ter sido melhor. A trama das seis encantou o público e fez um merecido sucesso de público e crítica, mesclando acontecimentos históricos e personagens que fizeram parte de momentos importantes do Brasil com perfis e dramas tipicamente folhetinescos.
O resultado foi uma produção caprichadíssima e repleta de grandes cenas, incluindo momentos de lutas coreografadas e batalhas empolgantes. Vinícius Coimbra dirigiu a trama brilhantemente e Letícia Colin deu show como Leopoldina, assim como Caio Castro de Dom Pedro, Felipe Camargo de José Bonifácio, entre outros. Isabelle Drummond e Chay Suede formaram um lindo casal de mocinhos, enquanto Vivianne Pasmanter, Guilherme Piva e Ingrid Guimarães divertiram com Germana, Licurgo e Elvira. Mereciam o Emmy Internacional em 2018.
As melhores cenas de "Novo Mundo"...
Batalha no navio pirata em "Novo Mundo":
A trama de sucesso escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão mal tinha começado e já apresentou para o público uma cena brilhantemente coreografada pela equipe do diretor Vinicius Coimbra, proporcionando uma sequência empolgante em pleno navio pirata. Anna e Joaquim tentaram fugir dos piratas de Fred Sem Alma, defendendo ainda a princesa Leopoldina. Isabelle Drummond, Chay Suede, Rodrigo Simas, Leopoldo Pacheco e todos os atores presentes merecem elogios.
Joaquim é baleado e cai no mar em "Novo Mundo":
Após a grande cena de batalha, o mocinho é atingido pelo vilão Thomas e cai no mar, deixando Anna em pânico. A cena foi brilhantemente defendida por Isabelle Drummond, que passou todo o desespero da menina com precisão. O grito dilacerante comoveu.
Leopoldina e Dom Pedro choram a morte do filho em "Novo Mundo":
Após perder João Carlos, a princesa fica destruída e chora copiosamente. Depois, conta a triste notícia para o marido, que também fica inconsolável. Letícia Colin deu um show de emoção e Caio Castro também fez bonito. Um momento tocante e de muitas lágrimas.
Jacira e Piatã se casam em "Novo Mundo":
Os índios mais cativantes da novela das seis se casaram em uma cerimônia indígena e a cena foi sensível em todos os instantes, destacando a singela troca de olhares entre Giullia Buscacio e Rodrigo Simas. Bonito.
Sebastião chicoteia Idalina em "Novo Mundo":
Uma cena revoltante e dolorosa de se assistir. O inescrupuloso vendedor de escravos castigou sua fiel cozinheira quando descobriu que ela escondia o romance da filha dele com Libério. Dhur Moraes emocionou e Roberto Cordovani expôs a crueldade do personagem com competência.
Cecília se revolta com o pai em "Novo Mundo":
A menina não aguenta a malvadeza do pai, que transforma jornalista Libério em escravo para impedir o relacionamento dele com a filha, e vomita tudo o que sempre guardou por anos. Ainda cospe no vilão e acaba apanhando. Isabella Dragão nem parecia uma estreante e vale novamente elogiar Roberto Cordovani, também em sua estreia na televisão, e Felipe Silcler.
Resgate de Anna em "Novo Mundo":
A melhor sequência da novela, sem dúvidas. Após ficar um longo tempo como prisioneira do marido Thomas, a mocinha é libertada das garras do vilão graças ao plano de Joaquim e seus amigos. O resgate proporcionou lutas muito bem coreografadas entre Miss Liu e Jacira, além de ter resultado em empolgantes momentos durante uma exposição de inventos. Isabelle Drummond, Chay Suede, Giullia Buscacio, Luana Tanaka, Sheron Menezzes, e todos os demais envolvidos deram um show.
Anna e Joaquim fogem de balão em "Novo Mundo":
Após a eletrizante fuga, os mocinhos escapam do vilão em um balão recém-inventado e voam diante de todos, exibindo sorrisos vitoriosos de liberdade. Isabelle Drummond e Chay Suede ótimos. Parecia até último capítulo.
Escravos rodeiam Diara e cantam para ela em "Novo Mundo":
Que cena sensível! A personagem passeava com o marido, Wolf, e de repente se viu diante de vários escravos cantando para ela, como uma bela homenagem pela coragem em sair livre e ao lado de um branco, enfrentando qualquer olhar torto. Sheron Menezzes, Jonas Bloch e todos os figurantes presentes arrancaram lágrimas de quem assistia.
Todos os momentos hilários de Germana e Licurgo em "Novo Mundo":
Seria injusto selecionar só uma cena desses dois. A melhor dupla da trama foi a responsável pelos melhores momentos cômicos da história e como foi vitoriosa a parceria de Vivianne Pasmanter e Guilherme Piva! Que show!
Joaquim desmascara Elvira em "Novo Mundo":
Ingrid Guimarães é uma ótima atriz cômica, mas a grande Elvira Matamouros também proporcionou a ela cenas dramáticas difíceis. Como a briga feia que a personagem teve com Joaquim, após o mocinho ter descoberto que Quinzinho não era seu filho. Ingrid e Chay Suede protagonizaram a melhor cena deles juntos.
Leopoldina e Domitila se enfrentam em "Novo Mundo":
A princesa do Brasil não se intimidou diante da amante do marido e a humilhou com classe, enquanto a rival tentava manter a compostura, sem muito sucesso. Letícia Colin e Agatha Moreira protagonizaram uma grande e aguardada cena! O detalhe é que nem houve um tapa sequer.
Dom Pedro e José Bonifácio se agridem em "Novo Mundo":
Ao contrário das mulheres, que mantiveram a classe, os homens partiram para as vias de fato. O príncipe e seu fiel conselheiro brigaram feio na reta final, proferindo insultos guardados há um bom tempo. Tudo por causa de Leopoldina e das traições de Pedro, além de discordâncias sobre os rumos do Brasil. Caio Castro e Felipe Camargo ótimos.
Domitila é expulsa de casa por Dom Pedro em "Novo Mundo":
Após um longo tempo sendo cego de amor, o príncipe descobriu que sua amante não prestava e a expulsou da Quinta da Boa Vista. A cena foi uma licença poética da novela, pois nada disso ocorreu na história real do Brasil. Mas valeu a pena. A cena lavou a alma do público que não aguentava mais ver a vilã se dando bem. Agatha Moreira brilhou.
Idalina é libertada em "Novo Mundo":
A escrava de Sebastião foi finalmente libertada na reta final da trama, graças a Joaquim, Anna e Cecília. Idalina chorou de felicidade e ainda fez questão de cuspir no antigo 'dono', dando também uns merecidos tapas no vilão. Dhu Moraes emocionou demais.
Joaquim descobre que é filho de Amália em "Novo Mundo":
Amália passou a novela toda procurando seu filho perdido e houve até um clima de enigma no enredo, com os autores soltando falsas pistas. Na reta final, a identidade do filho é revelada: Joaquim. O momento foi emocionante, destacando Chay Suede e Vanessa Gerbelli.
Proclamação da Independência em "Novo Mundo":
Desde que a novela das seis anunciou retratar momentos históricos do país na época de Dom Pedro, essa cena era aguardada. Foi o momento mais esperado e os autores exibiram justamente no dia 7 de setembro, aproveitando a chance que tinham. E valeu a espera. A cena que retratou a situação mais emblemática do Brasil foi arrepiante, destacando um entregue Caio Castro.
Vale citar todos os romances da ficção que apaixonaram o público dessa novela
Anna e Joaquim:
Os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão aproveitaram a química entre Chay Suede e Isabelle Drummond na primeira fase de "A Lei do Amor", os transformando em mocinhos da irretocável novela das seis, que fez um merecido sucesso de público e crítica. O valente Joaquim e a empoderada Anna Millman formaram um lindo par e a sintonia entre eles era visível o tempo todo, protagonizando sempre cenas delicadas e típicas de romances água com açúcar das 18h.
Licurgo e Germana:
O casal mais nojento da história das novelas. Mas como eram adoráveis. Os interesseiros e canalhas mais carismáticos da trama das seis foram crescendo cada vez mais na trama graças ao imenso talento de Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter, que brilharam absolutos, formando uma dupla impagável. Até as cenas românticas deles eram hilárias, rendendo momentos sensacionais. Coadjuvantes que eram verdadeiros gigantes.
Piatã e Jacira:
O romance dos índios mais cativantes da trama das seis agradou logo no começo e a química entre Rodrigo Simas e Giullia Buscacio era evidente. Os dois se destacaram merecidamente na história de Alessandro Marson e Thereza Falcão, protagonizando ótimas cenas, incluindo momentos de batalhas muito bem encenados. O casal foi o melhor da trama junto de Anna e Joaquim.
Wolf e Diara:
O homem branco que compra a escrava e se apaixona por ela. O clichê das tramas de época que envolvem escravidão esteve presente na novela das seis, destacando a sintonia entre Jonas Bloch e Sheron Menezzes. O romance tinha um quê de "Xica da Silva" e o par protagonizou belos momentos juntos.
Cecília e Libério:
A novata Isabella Dragão estreou muito bem na trama das seis, protagonizando cenas de elevado grau de dramaticidade em virtude do sofrimento da sua personagem, desde que assumiu o romance com o jornalista negro. Felipe Silcler também merece elogios e os dois formaram um lindo par.
Amália e Dr. Peter:
Vanessa Gerbelli e Caco Ciocler não são figuras muito frequentes em novelas e os dois formaram um lindo casal na trama das seis. A desequilibrada mulher encontrou sua lucidez graças ao amor do médico que cuidou dela com imenso carinho. Os dois se destacaram a partir da metade da história e ganharam boas cenas.
"Novo Mundo", folhetim repleto de qualidades escrito por Alessandro Marson e Thereza Falcão, exibido em 2017, sobre a época da independência do Brasil. Embora seja uma produção recente, a reprise é uma estratégia certeira para "Nos Tempos do Imperador", também escrita pelos mesmos autores, cuja estreia acabou adiada. Isso porque a nova trama será sobre todo o período do governo de Dom Pedro II (Selton Mello), filho de Dom Pedro I, vivido por Caio Castro na produção reprisada. Uma história é a continuação da outra. E ainda terá alguns personagens já vistos antes, como Germana (Viviane Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva). Quem não conseguiu acompanhar a saga de Dom Pedro e Leopoldina (Letícia Colin) terá a oportunidade agora.
Jornal da Globo
3.2 4Pandemia do novo coronavírus expõe a soberania do jornalismo da TV
A pandemia do novo coronavírus vem provocando um caos no mundo e inúmeras mortes. Praticamente todos os países adotaram várias medidas de emergência para conter a contaminação e o isolamento social é a principal delas. No Brasil não é diferente. Mas esse momento tão preocupante tem algo positivo: a volta da valorização da imprensa no país, após um período onde a maioria das pessoas confiava mais em notícias falsas de correntes em WhatsApp. E a soberania da televisão novamente ficou em evidência.
A emissora foi a primeira a interromper os trabalhos no entretenimento em prol da segurança de seus funcionários e maior importância do jornalismo. Não demorou para as concorrentes copiarem as medidas. A maior surpresa foi o fim das novelas inéditas. Fato jamais visto desde o surgimento da Globo em 1965. Agora, os programas também foram suspensos, como "Mais Você", "Se Joga" e "Encontro com Fátima Bernardes". Todos os telejornais tiveram suas durações estendidas, inclusive os locais, para preencher o tempo de grade com mais informação para o público.
"Bom Dia Brasil", "Jornal Hoje" e "Jornal Nacional" têm durado costumeiramente quase duas horas diárias. É muita notícia sobre o Brasil e o mundo em meio ao caos da pandemia. Claro que Record, Band, SBT e Rede TV! têm feito coberturas sobre o coronavírus com bastante intensidade, mas não tem como estabelecer um comparativo com a Globo.
A líder tem sido a principal fonte de informação da população e muitas vezes cumprido uma função que deveria ser do governo. Será que as pessoas aceitariam o isolamento social se não fosse pela cobertura intensa da proliferação do vírus?
É importante elogiar outra atitude da emissora que deu certo: a criação de um novo programa especialmente para a cobertura do caso. O "Combate ao Coronavírus" é apresentado pelo ótimo Márcio Gomes e sempre conta com a presença de dois médicos para o esclarecimento de dúvidas dos telespectadores. Várias vezes são ensinadas técnicas de higiene em casa ou excepcionalmente na rua, além de respostas sobre o risco de contágio em objetos ou sintomas mais graves da doença que é ainda mais perigosa para idosos e crianças. Recentemente, o apresentador ensinou a fazer uma máscara de pano e o vídeo 'viralizou' nas redes.
Não é por acaso que a audiência da emissora cresceu tanto. Claro que o fator quarentena tem muito a ver com o fato e por isso é desonesto estabelecer comparativos dos números nas novelas reprisadas, por exemplo. Não é surpreendente que algumas vezes ultrapassem a média das inéditas que saíram do ar. Mas os expressivos números dos telejornais provam o interesse da população. Na média das 24 horas, a Globo não registrava um resultado tão bom em um mês de março desde 2008. Segundo dados do Kantar Ibope, o canal registrou média de 15 pontos e 36% dos aparelhos ligados em março. Um aumento de dois pontos comparado ao mesmo mês de 2019. Porém, as concorrentes não apresentaram aumento. A Record teve perda de um ponto (de 6 para 5 pontos), enquanto Band (2 pontos), SBT (6 pontos) e Rede TV! (1 ponto) mantiveram seus índices. Já no horário nobre, das 18h à 0h, a Globo ainda registrou 27 pontos, um aumento de cinco pontos em relação a 2019. É algo significativo.
A questão do coronavírus está assustando o mundo, mas vai passar. Ao menos é o que todos esperam. Mas enquanto esse momento tenso não acaba, é muito importante seguir as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e acompanhar os telejornais para se manter sempre bem informado sobre a melhora ou piora da pandemia. E o jornalismo da TV mais uma vez se destaca.
Totalmente Demais
3.7 50 Assista AgoraO mais interessante é que a trama de "Totalmente Demais", inspirada em "Cinderela" e "Pigmalião". A novela, que foi muito bem de audiência também, já havia passado do capítulo 100 quando começou a investir em tramas pesadas:
Primeiro, Dino (Paulo Rocha), o padrasto de Eliza (Marina Ruy Barbosa), assumiu feições monstruosas e se envolveu em uma história criminosa com o objetivo de roubar o dinheiro que a menina conquistou ao ser eleita a modelo Totalmente Demais.
Assim como o jovem Wesley (Juan Paiva) em "Totalmente Demais" também sofreu horrores após salvar a vida de Montanha (Toni Garrido), ser atropelado e ficar paraplégico.
Depois, surgiu em cena a psicopata Sofia (Priscila Steinman). A jovem era a filha de Germano (Humberto Martins) e Lili (Vivianne Pasmanter), que havia morrido e, inexplicavelmente, dois anos depois, reapareceu para se vingar dos pais, do ex-namorado e da meia irmã.
Veja mais em f5.folha.uol.com.br/colunistas/thiagostivaletti/2015/11/1704428-sete-erros-totais-na-estreia-de-totalmente-demais.shtml
Éramos Seis
4.0 18Nesta sexta-feira (27/03/2020), a TV Globo exibiu o último capítulo de “Éramos Seis”. A novela, adaptada por Angela Chaves com direção geral de Pedro Peregrino e direção artística de Carlos Araújo, não repetiu a mesma repercussão da versão produzida pelo SBT em 1994. A trama, no geral, ficou ao redor dos 22 pontos de média. Índice aquém da expectativa diante do potencial da trama.
Tanto a autora quanto a direção fugiram da visceralidade da obra de Maria José Dupré. Por isso mesmo, o “final feliz” de Lola e do restante dos personagens é condizente com a adaptação platinada. Em tempos da felicidade pululante nas redes sociais, a suavização de “Éramos Seis” entra nesse contexto.
Produziram uma novela “blasé” com ares do cinema “noir”. Gloria Pires simbolizou tais características. Apenas nos capítulos que focaram a morte de Carlos, a atriz encarnou o espírito de Dona Lola. Nesta semana, Irene Ravache, que interpretou Lola na versão do SBT, praticamente “engoliu” Gloria em cena durante a sua merecida participação especial.
“Éramos Seis”, na TV Globo, ficou com ar de ser uma versão genérica diante da produção do SBT que entrou na galeria das melhores na teledramaturgia brasileira.
A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Eduardo Sterblitch (Zeca) e Maria Eduarda de Carvalho (Olga): Eduardo estreou com o pé direito nas telenovelas. Conquistou excelente desempenho ao viver o interiorano Zeca. Sotaque perfeito. Maria Eduarda, mais uma vez, sobressaiu ao viver a divertida Olga. O casal, sem dúvida alguma, foi o ponto mais forte da produção da TV Globo.
Simone Spoladore (Clotilde) e Ricardo Pereira (Almeida): o casal funcionou na versão da novela na TV Globo. Spoladore encarnou o espírito da obra e vivenciou a intensidade da personagem. Pereira cumpriu a sua missão.
Julia Stockler (Justina): na realidade, as histórias paralelas funcionaram no remake da TV Globo. Justina, interpretada por Julia Stockler, é um dos exemplos. A atriz conseguiu construir a personagem sem estereótipos.
Cássio Gabus Mendes (Afonso): o ator se destacou em “Éramos Seis”. Sobressaiu ao interpretar com verdade o dono do armazém. Conquistou o carinho do público.
Participações especiais: a obra teve o mérito de resgatar parte do elenco da produção de “Éramos Seis” do SBT. O encontro entre Irene Ravache e Othon Bastos foi espetacular. Luciana Braga, Marcos Caruso e Wagner Santisteban também foram lembrados. Até Nicete Bruno, que interpretou Lola na TV Tupi, ganhou seu espaço nesta reta final.
Revista que guardo no meu baú de lembranças televisivas
PONTOS NEGATIVOS
Nicolas Prattes (Alfredo): o ator não conseguiu transfigurar sua aparência de bom moço em “Éramos Seis”. O carioca, em nenhum momento, encarnou o paulistano malandro dos anos 30. Na realidade, a direção errou ao trocar a escalação. O diretor Carlos Araújo deveria ter mantido Prattes no papel de Carlos. Poderia ter obtido melhor desempenho como o filho número 1 de Lola.
Danilo Mesquita (Carlos): o mesmo acontece com Mesquita. A direção, no último momento, escalou o baiano para interpretar Carlos quando, na realidade, deveria ter encarnado Alfredo. O resultado poderia ter sido melhor. O ator transformou Carlos, personagem correto e ético, em um chato e “mala”.
André Luiz Frambach (Julinho): “Éramos Seis” é uma novela essencialmente paulistana. Ambientada na Avenida Angélica e arredores. Frambach apresentou, desde o primeiro momento de sua entrada na novela, o sotaque carioca que surgiu como um forte ruído na obra como um todo.
Susana Vieira (Emilia): a atriz não passou o necessário ar aristocrático de Dona Emília em “Éramos Seis”. A “nobreza” de uma senhora dos Campos Elíseos dos anos 30 surgiu em momento algum. Mais parecia uma senhora rabugenta que saía de sua mansão para jogar bingo.
Werner Schunemann (Assad): o ator adotou um sotaque estranhíssimo ao Sr. Assad. Forte ruído na interpretação.
Lili (Triz Pariz): nesta adaptação, Lili foi a personagem mais sacrificada. Mal apareceu na novela. No remake do SBT, só para lembrar, Flavia Monteiro interpretou a filha de Genu (Jandira Martins) e Virgulino (Marcos Caruso). Virgulino, Virgulino... Aliás, nem dá para comparar com o casal formado por Kelzy Ecard e Kiko Mascarenhas.
Autor: Fabio Maksymczuk
Seus Olhos
3.3 6No dia 04 de dezembro de 2004, o SBT exibia o último capítulo de Seus Olhos. Protagonizada por Carla Cabral (que, na época, atendia por Carla Regina) e Thierry Figueira, a trama teve a missão de recuperar a audiência das adaptações de novelas mexicanas feitas pela emissora, que andavam mal das pernas em razão dos inúmeros hiatos entre as produções.
Seus Olhos contava a história de amor entre Renata (Carla Cabral) e Artur (Thierry Figueira), que tinha muitos obstáculos. Isso porque o pai de Artur, Vítor (Petrônio Gontijo), quando conhece Renata, fica impressionado com sua semelhança com Marina (Carla Cabral), uma mulher que foi apaixonada por ele no passado.
Seus Olhos estreou num momento de indefinições na teledramaturgia do SBT. Em 2001, a emissora fechou acordo com a Televisa para adaptações de textos mexicanos e iniciou uma produção contínua de folhetins, começando com Pícara Sonhadora. Na sequência, vieram Amor e Ódio, Marisol, Pequena Travessa e Jamais te Esquecerei. Canavial de Paixões, que substituiu esta última, já estreou em meio a um hiato de algumas semanas. A trama levantou a audiência do horário, mas logo o SBT chegou a outro impasse com sua substituta.
Inicialmente, a ideia do SBT era adaptar A Outra, e o canal chegou a contratar Mel Lisboa, que viveria o papel duplo central da história. A produção começou a andar, mas o SBT acabou desistindo da adaptação em razão de seu alto custo. A solução, então, foi exibir a versão original de A Outra, dublada, que estreou na faixa das 20h30 ao fim de Canavial de Paixões. A trama mexicana derrubou os índices de audiência e, assim, a emissora acelerou as buscas por um novo texto mexicano para adaptar. O texto escolhido foi La Gata, de Inés Rodena.
Inicialmente anunciada com o nome Deus por Testemunha, a nova trama foi chamada de Seus Olhos, com adaptação de Ecila Pedroso e Noemi Marinho que, depois, foram substituídas por Marcos Lazarini e Aimar Labaki. O último também assumiu a supervisão de texto, ficando até o final. Em julho de 2004, Marcos Lazarini foi premiado com uma bolsa de um curso de roteiro na Espanha e teve que abandonar a adaptação. Em seu lugar entraram Mário Viana e o estreante Fábio Torres.
Seus Olhos chamou a atenção por ser dividida em fases, nos anos 1980, 1990 e 2000, algo não habitual nas novelas do SBT até então. A produção foi feliz na reconstituição dos anos 1980, com os figurinos e objetos de cenas, como os aparelhos de som “três-em-um” e o automóvel Escort XR3 de placa amarela. A adaptação da história também tomou o cuidado de inserir assuntos do cotidiano nacional no enredo, como a questão da exploração do trabalho infantil.
Com 173 capítulos, Seus Olhos foi dirigida por Jacques Lagoa, Luiz Antônio Piá e Henrique Martins, com David Grimberg como diretor-geral de teledramaturgia. A trama não foi considerada um sucesso pelo SBT, mas ajudou a trazer de volta parte da audiência perdida por A Outra. Assim, sua substituta, Esmeralda, conseguiu construir uma trajetória mais bem-sucedida.
Hipertensão - 3º Temporada
3.9 10Se por um lado pessoas que exigem demais do ser humano para lhe oferecer um premio, por outro, pessoas ambiciosas demais por se sujeitar a passar por isso.
Hipertensão - 3º Temporada
3.9 10Hipertensão se encontra ao abolir provas escatológicas
Sob a direção do Boninho, a terceira temporada do reality "Hipertensão". O que vimos foi praticamente o mesmo programa da temporada passada, inclusive com provas quase iguais, como a do helicóptero, por exemplo, agora com um maior enfoque na convivência e articulações dos participantes.
Glenda Kozlowski se mostrou bem mais à vontade na apresentação, ao contrário da fase passada onde o nervosismo e a insegurança, pelo menos inicialmente, eram visíveis. Ela procura se mostrar totalmente distante dos candidatos, mostrando uma seriedade necessária numa competição onde a adrenalina está presente 24 horas.
Uma das principais críticas ao programa era a presença das provas de comida asquerosa. Não eram só os candidatos que tinham ânsia de vômito ao comer ratos, baratas e minhocas misturados com vísceras, sangue e coisas do tipo. O telespectador também. Nessa temporada, ao que tudo indica, isso foi abolido, ou ao menos reduzido significativamente, segundo o principal responsável: Boninho.
Foi exatamente o que vimos na estreia. Os participantes já fizeram várias provas nada fáceis, onde o esforço físico e a agilidade eram fundamentais para ter sua permanência garantida. Mas não teve absolutamente nada relacionado com animais repugnantes servidos à mesa.
"Hipertensão" talvez seja o único reality show em que os envolvidos realmente lutam com todas as suas forças para garantir o prêmio. Por isso mesmo é de se questionar a quantia se tão mais baixa do que a do "Big Brother Brasil", por exemplo.
O programa mostra que se aprimorou e não deixa de ser uma boa opção para se assistir. Boninho tem uma grande experiência com esse tipo de formato, vide o sucesso do BBB e os bons trabalhos feitos com o "Super Chef" (exibido no "Mais Você") e o "No Limite", por exemplo. A atração será exibida às quintas-feiras e aos domingos, sempre nos fins de noite após "O Astro" e "Fantástico", respectivamente.
Profissão Repórter - Maconha
3.2 1O programa " Profissão Repórter", comandado pelo jornalista Caco Barcellos, continua sendo uma das melhores atrações jornalísticas da televisão aberta. Mesmo curto e do horário ingrato, a atração sempre nos apresenta ótimas reportagens e os repórteres "estagiários" são, quase sempre, seguros e competentes.
O "Profissão Repórter" é tudo o que o "Globo Repórter" deveria ser - e que não é, infelizmente. Se há tempos atrás o jornalístico comandado por Sérgio Chapelin era voltado mais para o lado investigativo, hoje prefere só falar de animais e saúde, com raras exceções.
Profissão Repórter
3.6 3Profissão Repórter apresenta um jornalismo de qualidade
O que era apenas um quadro do tradicional "Fantástico", o "Profissão Repórter" --- devido ao sucesso e à repercussão positiva que sempre teve --- , acabou entrando para a grade da televisão em 2008, onde se mantém até hoje e com fôlego de sobra, apresentando um jornalismo de imensa qualidade.
O programa é comandado pelo experiente Caco Barcellos e conta com uma equipe de jornalistas iniciantes, uma espécie de estagiários digamos assim. Em cada edição há um tema, que é abordado com muita competência, onde os repórteres se empenham em busca da notícia, mostrando uma visível paixão pela profissão. Há várias abordagens e as equipes são divididas em duplas. As reportagens são apresentadas de diversos ângulos e cada repórter é acompanhado por um cinegrafista.
Mesmo com o tempo curto (a atração não costuma ter muito mais que trinta minutos de duração), o programa consegue extrair tudo o que é possível de cada tema apresentado e as matérias são sempre recheadas de emoção e profissionalismo. Na última terça, vimos uma ótima reportagem sobre transplantes, onde se pôde acompanhar o trabalho da equipe médica, a dificuldade dos pacientes que esperam por um órgão nas longas filas e o resultado de uma cirurgia de sucesso. Essa mesma situação já tinha sido abordada pelo programa ano passado, mas quem disse que pareceu repetitivo? Há uma renovação constante de ideias e isso se reflete no que é apresentado ao telespectador.
Prostituição, tráfico de drogas, a vida dos caminhoneiros, gravidez na adolescência, o trabalho dos bombeiros, trânsito, enfim, muitos temas já foram explorados pelo "Profissão Repórter" e sempre a qualidade se manteve presente, assim como a intensa dedicação de Caco e seus fiéis repórteres.
O único motivo de críticas é o horário tardio em que é exibido --- quase sempre começa depois das 23h30m. Muitos telespectadores reclamam e com razão. Porém, com uma grade tão rica e engessada quanto a da Globo, fica praticamente impossível o programa ir ao ar mais cedo. Então, infelizmente, é preciso se conformar com esse fato. Mas pelo menos há reprises na Globo News (canal a cabo da Globosat), o que facilita um pouco a vida de todos que se interessam pelo programa, mas não podem assisti-lo. E quem não tem TV a cabo pode optar pelos vídeos que estão disponíveis no seu site na internet.
O "Profissão Repórter" foi um dos grandes acertos da TV e a ideia de tirá-lo do "Fantástico", para transformá-lo em uma atração semanal na grade da emissora, foi uma ótima ideia. Que Caco Barcellos e sua trupe tenham vida longa nesse competente programa jornalístico.
O bom gosto agradece.
Brega e Chique
3.7 20 Assista Agora"Brega & Chique" era uma das reprises mais aguardadas do Viva
Exibida entre 20 de abril e 6 de novembro de 1987, "Brega & Chique" completou 30 anos em 2017. Uma data perfeita para uma reprise de comemoração. Agora o canal Viva decidiu esperar três anos para reexibi-la e a produção sempre foi muito pedida pelo público do canal a cabo. Era uma das mais aguardadas. Ao menos a colocou no ar, mesmo com um certo atraso --- a reprise estreou no dia 19 de fevereiro. A novela do saudoso Cassiano Gabus Mendes foi um dos maiores fenômenos do horário das sete da Globo, entrando para a história da teledramaturgia e chegando a marcar mais audiência que a trama de horário nobre da época ---- "O Outro", de Aguinaldo Silva. A produção teve como grandes destaques Marília Pêra, Glória Menezes e Marco Nanini, entre tantos outros grandes nomes, como excepcional Raul Cortez.
Dirigido por Jorge Fernando, o folhetim caiu nas graças do público com um enredo popular, cuja inverossimilhança não prejudicou em nada o êxito da obra. Ambientada em São Paulo, a novela tinha duas mulheres de universos opostos como protagonistas: a perua Rafaela Alvaray (Marília) e a humilde Rosemere da Silva (Glória), que tiveram suas vidas cruzadas por causa do empresário Herbert Alvaray (Jorge Dória), casado com ambas. Sua família 'oficial' morava em uma mansão de bairro nobre e era a formada por Rafaela e seus filhos Ana Cláudia (Patrícia Pillar), Teddy (Tarcísio Filho) e Tamyris (Cristina Mullins), além da sogra Francine (Célia Biar) e do genro Maurício (Tatu Gabus Mendes).
Ou seja, para Rosemere, o empresário se chamava Mário Francis e os dois tinham apenas uma filha: Márcia (Fabiane Mendonça). Acontece que a amante de Herbert tinha outros dois filhos: Amaury (Cacá Barrete) e Vânia (Paula Lavigne), além de um pai que ajudava a sustentar (Lourival - Fabio Sabag). Ao contrário da chique Rafaela, a humilde mulher era brega e morava em um bairro de periferia, lutando com dificuldades para manter a casa.
As duas representavam o título da novela e não poderiam ter escolhido intérpretes melhores. Marília Pêra e Glória Menezes honraram o protagonismo, embora Marília tenha se sobressaído mais em virtude do lado cômico de sua personagem, protagonizando cenas hilárias ao lado do secretário e fiel escudeiro do marido, o atrapalhado Montenegro (Marco Nanini).
A novela engrena de fato quando Herbert simula a própria morte e foge do país para escapar da falência. Isso porque o empresário coloca sua família 'oficial' na miséria, pois deixa as dívidas da empresa ---- e faz questão de não desamparar sua amante, deixando uma ótima quantia em dólares para se sustentar. As situações das protagonistas se invertem e esse ato do calhorda acaba unindo as duas, uma vez que Rafaela se vê obrigada a se mudar para o bairro de Rosemere, iniciando, assim, uma até então improvável proximidade, que resulta em uma forte amizade. A cena em que a mulher humilde ensina a perua (usando um casaco de pele) a fazer compras em uma feira, por exemplo, foi uma das mais marcantes da história, sendo sempre citada ou exibida quando a trama é relembrada.
Aliás, as personagens, embora diferentes em inúmeros aspectos, apresentavam outra semelhança além de terem o mesmo marido: também tinham admiradores. Rafaela era fruto do amor platônico de Montenegro, que sempre soube da armação de Herbert, e Rosemere era o sonho do apaixonado Baltazar (Dennis Carvalho), o xucro marceneiro do bairro. Mas, como já mencionado, a dupla que fez um estrondoso sucesso foi a protagonizada por Marília Pêra e Marco Nanini. Tanto que as cenas deles muitas vezes tinham ótimos improvisos que acabavam indo ao ar. Não por acaso ganharam cada vez mais destaque ao longo da produção e vale lembrar que a trama marcou a volta da grandiosa atriz aos folhetins, após 13 anos ausente (sua última novela inteira havia sido "Supermanoela"em 1974).
A grande virada da história se dá quando Herbert volta ao Brasil após uma cirurgia plástica completa, adotando o nome de Cláudio Serra. E é justamente essa reviravolta que beirou o absurdo, pois saiu de cena Jorge Dória e entrou Raul Cortez. Não há plástica que faça tamanho milagre. Acontece que a situação não provocou rejeição e o público comprou a trama, que já fazia um imenso sucesso. O desempenho de Raul foi outro ponto que mereceu elogios e o enredo ganhou um novo fôlego com o empresário descobrindo que as suas mulheres viraram melhores amigas e passaram a detestá-lo. Ele acaba colocando como meta de vida reconquistar suas esposas, rendendo ótimas situações. Por sinal, vale lembrar ainda como Rafaela e Rosemere eram chamadas pelo cara de pau: Alfa I e Alfa II. Ao longo do enredo, inclusive, é descoberto que há ainda uma Alfa III: Zilda (Nivea Maria), a melhor amiga de Rafaela.
Além da maravilhosa história central, é necessário mencionar também o núcleo secundário protagonizado por Bruno (Cássio Gabus Mendes). Sobrinho de Baltazar, o rapaz cometia erros crassos de português e era virgem. Ele vivia levando bronca do tio e tinha aulas de português com a professora Mercedes (Patricya Travassos), que se apaixonou pelo aluno. As cenas eram repletas de humor e Cássio conseguiu destaque na obra do pai por mérito próprio. O elenco era bem enxuto e ainda contava com Cássia Kiss, Ângela Figueiredo, José Augusto Branco, Jayme Periard, Neuza Amaral, entre outros, além de ter marcado a estreia da grande Ana Rosa na televisão em uma pequena participação como Madalena.
A abertura da novela merece uma citação especial, pois foi marcada pela ousadia. Ao som de "Pelado", um dos maiores sucessos do Ultraje a Rigor, o modelo Vinicius Manne aparecia com a bunda de fora e isso chocou alguns telespectadores, que exigiram mudanças. Então, colocou uma folha em cima do bumbum do rapaz no segundo capítulo, mas a atitude também gerou revolta de outra parcela do público. No final das contas, a retaguarda foi liberada e permaneceu na abertura até o desfecho da trama.
"Brega & Chique" foi uma das novelas mais marcantes da televisão brasileira e um dos grandes êxitos do grande Cassiano Gabus Mendes, que escreveu dois anos depois, em 1989, outro grande sucesso: "Que Rei Sou Eu?". O autor veio a falecer em 1993, deixando um legado para a teledramaturgia, tendo o enredo protagonizado por Rafaela e Rosemere como um dos mais lembrados. Finalmente o Canal Viva resolveu reprisar esse clássico.
Aprendiz Celebridades
3.6 6Com bons participantes e ótimas provas, "Aprendiz Celebridades" comprova o acerto do novo formato e apresenta bons momentos.
Para tentar salvar um formato que perde audiência a cada edição, a Record resolveu inserir 'famosos' na edição de 2014 de "O Aprendiz", o melhor reality da emissora. E ao adaptar o programa, mudou seu nome para "Aprendiz Celebridades", que irá ao ar às terças e quintas-feiras, às 22h15. A estreia foi nesta terça-feira (22/04), mas todos os participantes já haviam sido apresentados durante uma coletiva de imprensa realizada recentemente. E apesar do começo ter sido tedioso, a atração promete bons momentos.
Apresentado novamente por Roberto Justos, o programa --- que terá 24 episódios --- conta com Cacá Rosset e Renato Santos como conselheiros e selecionou participantes não muito famosos, embora os apresente como 'celebridades'. É compreensível a dificuldade encontrada pela produção em achar figuras muito conhecidas que se adequem ao formato, afinal, é preciso muita perspicácia e inteligência para enfrentar o desafio. O reality exige muito dos selecionados.
Portanto, acabou sendo natural a escolha de nomes como Alexia Deschamps (atriz já eliminada no primeiro dia), Beth Szafir (socialite), Andréa Nobrega, Maria Cândida (jornalista), Pedro Nercessian (ator), Nico Puig (ator), Raul Boesel (ex-piloto), Kid Vinil (músico), Nahim (cantor), Amon Lima (músico), Michele Birkheuer (modelo), Ana Moser (ex-jogadora), Christiano Cochrane, Priscila Machado (ex-miss) e Mônica Carvalho (atriz). Alguns mais conhecidos que outros, mas todos aptos, segundo o apresentador, para o formato. E o curioso foi que os amigos deles, que deram depoimentos no começo da atração, eram, muitas vezes, mais famosos que os próprios participantes.
A estreia, no geral, deixou muito a desejar, já que as provas foram cansativas e nada atraentes. A primeira disputa, por exemplo, pareceu um festival da vergonha alheia. Todos os candidatos tinham que fazer uma apresentação em um picadeiro e improvisar. O resultado foi triste e constrangedor. O intuito da prova foi selecionar os três piores e eliminar um (no caso Alexia, que foi a escolhida entre Beth e Ana) antes mesmo de iniciar o reality de fato. Perdeu-se um tempo muito grande com esta situação, o que impediu o começo das disputas em grupos, justamente o ponto alto do "Aprendiz".
Embora tenha sido proposital, o adiamento desta competição deixou o primeiro programa sem grandes atrativos. Tanto que a prévia do segundo (exibida no final) foi bem mais interessante do que toda a estreia. E talvez este conjunto tenha afetado a audiência, já que a atração ficou em terceiro lugar (com 6 pontos), atrás de Globo (18) e SBT (7).
O "Aprendiz Celebridades" é uma tentativa da Record de elevar os índices de "O Aprendiz", ainda que o reality nunca tenha perdido sua qualidade ao longo dos anos. O programa sempre manteve o bom nível e só foi prejudicado com a ausência de Justus (na época que ele estava no SBT), pois o apresentador já virou a marca da atração. Agora, com (sub) celebridades, a competição promete render embates inesperados e será interessante ver Roberto dando bronca em figuras conhecidas. E a estratégia da emissora funcionou conforme o reality (com famosos ou não) seguiu sendo uma boa opção para os fãs do gênero.
Mesmo com a desconfiança inicial ao apostar na participação de 'famosos' em um reality, cujo principal objetivo é saber lidar com empresas, marketing e operações de negócios, o "Aprendiz Celebridades" desde o início prometia bons momentos. E ao longo dos episódios desta edição, tem sido possível constatar que o novo formato realmente foi um acerto.
A rivalidade entre os participantes foi ficando maior à medida que as provas iam passando e as demissões acontecendo, ao mesmo tempo que os embates entre as equipes (Fênix e Next) foram ficando cada vez mais constantes. Obviamente, este conjunto enriqueceu o reality e a escolha de várias subcelebridades se mostrou um êxito para a atração.
Pedro Necerssian, Nico Puig, Kid Vinil e Maria Cândida foram os primeiros eliminados, mas principalmente Pedro e Maria marcaram presença no reality e provocaram bons conflitos. E Nahim, outro já demitido, foi uma figura de destaque, que virou uma 'persona non grata' em seu grupo devido aos
contantes rompantes que tinha, onde muitas vezes reclamava das atitudes de todos em relação às provas propostas pela direção do programa.
Mônica Carvalho e Michelle Birkeuer (também já demitidas) tiveram uma rixa que levou, inclusive, a várias discussões, enquanto que Christiano Cochrane e Raul Boesel quase se agrediram após uma briga, provocada pelo filho de Marília Gabriela. Todos os citados ajudaram (e têm ajudado) a movimentar o programa, que fica ainda mais interessante para o público, além de mais competitivo para eles.
Beth Szafir é uma das melhores participantes, mas não por sua conduta nas provas e, sim, pela quantidade de pérolas proferidas, incluindo o festival de caras e bocas. A socialite já chegou até a reclamar do jeito que os colegas comem e se vestem, dizendo que quando aceitou participar achava que eram celebridades de nível. Andréa de Nóbrega (demitida nesta quinta) era outra figura que divertia através de sua risada e também de seu constante estado de desatenção.
Entre os integrantes mais competentes e participativos estão Ana Moser, Christiano Cochrane e Priscilla Machado. Os três são sempre focados e costumam se sair muito bem nos desafios. Provavelmente, o vencedor será um deles. Já Amom Lima é a figura mais desinteressante que restou e não faz muita diferença.
E as pequenas mudanças feitas foram benéficas para o formato. A mais significativa foi a criação da Prova do Líder. Embora a prova seja 'inspirada' no "Big Brother Brasil" e pouco acrescente na hora dos desafios, serve para aumentar a rivalidade e também colocar os participantes em situações diferentes e muitas vezes mais 'radicais'. Além, claro, de servir como pretexto para preencher o tempo da edição de terça-feira, uma vez que na atual décima edição repetiram o esquema da nona ("Aprendiz - o retorno"), exibindo o programa em dois dias da semana (terça e quinta) ao invés de apenas um.
Agora todos os acertos do "Aprendiz Celebridades" não seriam nada úteis se o apresentador, por receio, deixasse a linha dura de lado por causa dos participantes conhecidos. Só que Roberto Justus continua afiadíssimo e as salas de reunião ---- quando ele e seus conselheiros, Renato Santos e Cacá Rosset (este no lugar de Walter Longo), anunciam o grupo vencedor e quem do perdedor será demitido ----- permanecem sendo o ponto alto do reality.
O "Aprendiz Celebridades" não afetou a qualidade do elogiado "O Aprendiz" e ainda conseguiu renovar o formato, trazendo fôlego para o reality. Embora a audiência não tenha correspondido (a atração costuma amargar o terceiro lugar com frequência), o programa comandado por Roberto Justus mantém todos os pontos positivos que consagraram esta interessante disputa em busca do profissional mais competente.
O Tempo não Para
3.3 13Após início promissor, "O Tempo Não Para" parou e chegou ao fim sem atrativos
A novela das sete de Mário Teixeira começou com o pé direito. Mesmo com as desconfianças iniciais, a trama deu certo. O enredo era estapafúrdio ---- uma família de 1886 naufragava e congelava em alto mar, até descongelar 132 anos depois, precisando se adaptar aos novos tempos em pleno 2018 ----, e caiu nas graças do público. A ousada proposta do autor funcionou e "O Tempo Não Para" iniciou sua saga fazendo um imenso sucesso ---- os índices das primeiras semanas não eram vistos desde "Cheias de Charme", exibida em 2012. Todavia, infelizmente, o autor não conseguiu desenvolver bem o seu folhetim e "O Tempo Não Para" se perdeu da metade para o final.
Os índices do Ibope nas alturas no início da trajetória da família Sabino Machado faziam jus ao que era apresentado para o telespectador. Simplesmente genial todo o período de adaptação dos congelados, incluindo o show do elenco e o texto sagaz do escritor. As expressões de choque e horror aos novos tempos eram hilárias, destacando principalmente Edson Celulari (irretocável como Dom Sabino), Juliana Paiva (perfeita como Marocas), Rosi Campos (engraçadíssima na pele de Agustina) e Cesária (Olívia Araújo valorizada como merece). Mário ainda foi inteligente e descongelou os personagens de 1886 aos poucos, aproveitando bem as adaptações de cada um.
Os principais casais funcionaram. A relação de Samuca (Nicolas Prattes muito bem) e Marocas foi desenvolvida com muito humor, sempre explorando o desconforto da menina com as modernidades do rapaz que "exibia as pernas usando bermudas, sem um pingo de vergonha''. A química entre os atores (namorados na vida real) foi nítida.
Coincidentemente, a comicidade também foi o ingrediente dos outros dois pares principais.
O encantamento de Sabino por Carmem proporcionou cenas impagáveis protagonizadas por Edson Celulari e Christiane Torloni, que representavam o típico relacionamento de gato e rato. Ele, naturalmente machista, e ela, uma feminista de carteirinha que nunca aceitou homem mandando em sua vida.
Já Elmo e Miss Celine formaram um casal improvável que virou um dos trunfos do enredo. Felipe Simas pôde explorar pela primeira vez a sua veia cômica e agradou, assim como Maria Eduarda de Carvalho, que tinha um dos melhores textos do enredo. O garoto que pronunciava um amontoado de gírias paulistas combinou perfeitamente com a professora letrada que odiava anglicismos e linguagens pobres. Muitas vezes as cenas eram repetitivas, e mesmo assim divertiam em virtude da sintonia dos atores e do humor. O autor até tentou mexer com a relação quando tentou aproximar o garoto de Damásia (Aline Dias), mas logo se arrependeu a tempo.
Por sinal, o núcleo dos ex-escravos também merece elogios. Através de Cesária, Cairu (Cris Vianna), Menelau (David Jr.), Damásia e Cecílio (Maicon Rodrigues), o autor tocou em feridas até hoje não cicatrizadas.
O texto sobre o preconceito que os negros ainda sofrem e como a escravidão apresenta bastante resquícios era ótimo. Críticas sociais necessárias e usadas de forma inteligente. Mas é preciso ressaltar que (com exceção de Cesária) todos mereciam mais espaço no enredo. Foi bom, mas poderia ter sido melhor. Vide o romance pouco explorado de Cecílio e Paulina (Carol Macedo) e a perda de função de Damásia. Até Menelau poderia ter protagonizado um romance riquíssimo com a doutora Helen (Rafaella Mandelli), explorando bem a diferença de mundos e costumes, ao invés da relação pouco convincente com Wanda (Lucy Ramos), que nem construção teve.
É preciso elogiar a dupla formada por Coronela e Januza. Sarcásticas e venenosas, as personagens interpretadas por Solange Couto e Bia Montez protagonizaram cenas hilárias. A dona da pensão e sua fiel escudeira viviam trocando farpas e falando mal de todos os hóspedes, mas no fundo não eram pessoas ruins. A sintonia das atrizes foi imediata e tiveram um justo destaque. Aliás, ideia genial ter juntado Dona Jura com Dona Vilma (perfis que marcaram Solange e Bia, em "O Clone" e "Malhação", respectivamente). O grande Milton Gonçalves foi outro ator valorizado que protagonizou ótimas cenas com Edson Celulari, Carol Macedo e Rui Ricardo Dias (Barão). As crianças também merecem reconhecimento. Raphaela Alvittos e Natthalia Gonçalves brilharam como as gêmeas Nico e Kiki. Pedro Baião foi a grata surpresa do elenco na pele do sincero Rafa ---- uma alegria ver um ator com Síndrome de Down trabalhando tão bem e não tendo essa condição como conflito no enredo.
É uma pena, porém, que tantos bons personagens tenham sido esquecidos pelo autor. Esse, inclusive, foi um dos maiores erros da produção. Vários perfis coadjuvantes eram promissores, mas acabaram deixados de lado porque Mário simplesmente só se interessou em desenvolver conflitos do núcleo principal e vários criados forçadamente. Helen era uma médica íntegra e marcou a volta de Rafaela Mandelli à TV, após 12 anos na Record. Tinha tudo para brilhar, mas protagonizou cenas bobas com Bento (Bruno Montaleone) e o casal não deu certo. O autor, então, o juntou com Naty (Malu Falangola) e esqueceu de criar um novo enredo para Helen. Resultado: a atriz mal apareceu ao longo dos meses.
Já Zelda tinha era uma picareta adorável e Adriane Galisteu estava ótima em sua primeira novela na Globo. Foi por causa dela, vale lembrar, que a Leo Bahia cresceu no enredo. O ator é talentoso, sem dúvida, mas o improviso da atriz chamando seu assistente (até então um figurante) de "Poc" fez o papel crescer. Eles formaram uma dupla hilária. Por isso mesmo não deu para entender Mário ter deslocado o rapaz para ser braço-direito de Betina (Cleo Pires), com quem mal contracenava. Zelda ficou avulsa e acabou se juntando com outra sem função na trama: Monalisa (Alexandra Richter).
Além dos mencionados, é preciso lembrar de Cyria Coentro (Marciana), Juliana Alves (Mazé), Ingrid Klug (Belém), Marcos Pasquim (Marino) ---- que simplesmente desapareceu por meses, sem deixar rastros ----, Wagner Santisteban (Pedro Parede), Carol Castro (Waleska) e Talita Younan (Vera Lúcia) como outros nomes desperdiçados. Até o cachorrinho Pirata, tão comentado antes da estreia da novela, não teve o destaque prometido.
Já Amadeu tinha como principal objetivo ser o grande vilão da história. Milionário e com uma doença incurável, o excêntrico sujeito planejava usar a família Sabino Machado como cobaia para suas experiências em torno de um futuro congelamento.
Assim, ele mesmo ficaria na cápsula criogênica e só acordaria no ano da descoberta da cura de sua enfermidade. Mas nada disso foi desenvolvido. Mário claramente desistiu da ideia e jogou Luiz Fernando Guimarães para escanteio. Ele foi literalmente colocado na geladeira. O até então vilão foi congelado por Lúcio (João Baldasserini) e Mariacarla (Regiane Alves) e sumiu por um bom tempo. Quando se viu descongelado já estava curado da doença (????) e seguiu sem função com uma nova personalidade.
Os vilões, por sinal, foram um fracasso.
O advogado Emílio não tinha um pingo de carisma e João Baldasserini não convenceu. As armações do picareta para ficar com Marocas eram forçadas e nem mesmo a parceria com Mariacarla (Regiane Alves sempre bem) funcionou. A solução de Mário para esse problema, no entanto, deixou tudo ainda pior. O autor matou o personagem com uma picada de cobra e colocou no lugar um irmão gêmeo, vivido, claro, pelo mesmo ator. Lúcio era tão canalha quanto o irmão e João continuou com um desempenho fraco. Não deu para compreender o objetivo do escritor. Não seria mais fácil eliminar Emílio e destacar Amadeu, por exemplo? Apenas trocou seis por meia dúzia.
A vilã de Regiane também não disse a que veio e ficou uma por parte do tempo sem função. Já Betina foi a pior de todas, no mau sentido da palavra.
Cleo Pires não estava à vontade e a ex de Samuca não tinha motivos plausíveis para suas maldades. Virou uma psicopata assassina apenas porque levou um fora do namorado. E seu ódio por Marocas nunca teve uma explicação convincente.
A história naufragou depois que os congelados se adaptaram aos novos tempos. O tempo parou, com o perdão do trocadilho. O autor simplesmente esqueceu de criar situações dramáticas para manter o telespectador interessado no enredo. Ou então destacar um pouco mais os vários personagens coadjuvantes promissores. Mário preferiu focar apenas no casal principal e na repetitiva trama em torno do controle da Samvita, empresa comandada pelo mocinho. Muitas vezes havia a sensação de assistir ao mesmo capítulo umas quatro vezes por semana. Tudo andava em círculos. Não por acaso, a audiência foi diminuindo a cada mês. O grande sucesso foi se transformando em fracasso nos números. A prova é a média final da produção: 24 pontos, dois a menos que a antecessora "Deus Salve o Rei", folhetim que viveu exatamente a situação oposta ---- começou mal no Ibope e terminou em alta graças aos novos conflitos inseridos no roteiro medieval.
A falta de criatividade do autor foi tamanha que em plena reta final não conseguiu provocar viradas convidativas.
Apenas inventou uma espécie de sequestro familiar em virtude do vírus da Varíola que poderia estar adormecido nos congelados, trazido de 1886. A mocinha foi a única infectada. E essa bobagem não provocou virada alguma, além de ter exposto furos no roteiro, afinal, Marocas ficou internada quando levou um tiro de raspão e nenhum médico detectou nada na menina. A volta de Petra também não despertou interesse e Eva Wilma não foi valorizada como merecia.
O último capítulo nem tinha muito o que apresentar e valeu apenas pela surpreendente e linda cena
em que Marocas recebe a vacina para a cura de sua enfermidade e acaba envelhecendo 132 anos em segundos, para o desespero de Samuca, Carmem e Dom Sabino. No entanto, ela rejuvenesce com a mesma rapidez e volta feliz para o seu amado.
A morte da Betina foi ridícula, a prisão do Lúcio uma mesmice e lamentável não terem exibido a morte de Mariacarla. Drª. Helen e Coronela nem final tiveram.
"O Tempo Não Para" termina como uma decepção. Seria injusto classificá-la como um fracasso, mas é inegável sua total perda de rumo. O início da corajosa história de Mário Teixeira mereceu cada elogio e era para ter sido uma novela memorável. Infelizmente, não foi. Ainda assim, os pontos positivos merecem um lugar especial na memória de quem assistiu, tanto pelo elenco quanto pelo contexto em torno da querida família Sabino Machado. É de se lamentar, todavia, que um conjunto tão promissor tenha chegado ao fim de uma forma tão desleixada. Os atores e os telespectadores não mereciam.
Oscar 2020 (92ª Cerimonia)
4.1 6Essas premiações no geral seja nos filmes, música ou jogos nada mais são que a indústria premiando ela mesma, com seus membros se achando importantes porque seus amigos e pessoas que pagam o seu salário lhe deram tal prêmio ao invés do público que através do consumo de seu produto tornam possível seu emprego continuar existindo.
Famosos pregando discursos falaciosos enquanto praticam o oposto, dizendo suas opiniões "verdadeiras" com intuito aparecer nas mídias e comprar a admiração daqueles que acham que tais palavras ditas ali são realmente verdade e não algo só para pagar de bonzinho. Um pessoal que diz ligar para nós meros mortais e que falam isso apenas da boca pra fora, afinal se começarem a mostrar atitudes opostas o público vai deixar de admirá-los e fazer com que não sejam mais relevantes.
Com as premiações cada vez mais politizadas e voltadas a um único viés ideológico, será cada vez mais comum isso... Saímos do Oscar conservador/branco p/ o Oscar que premia quem prega progressismo (independente da qualidade). Meio termo não existirá pelo jeito...
Cerimônia do Oscar é que nem novela da Globo: reinou até um tempo atrás, depois perdeu hegemonia para nunca mais voltar. Só sobrou o público muito fiel (noveleiro). É o caso do Oscar. Quem gosta, quem acompanha com afinco, vai ver sempre, mesmo que dure 3 h e tenha números bregas e discursos rasos todo ano. E que adora.
FATO: O Oscar 2020 bateu um novo recorde de audiência negativa, registrando um público total de 23.6 milhões de espectadores no último domingo, dia 9 [via Variety]. Com uma queda de 20,6% em relação à audiência do ano passado, a edição de 2020 acabou com um público menor que a de 2018, que antes registrava o menor público da história, com 26,5 milhões.
Espelho da Vida
3.8 27Elenco infantil de "Espelho da Vida" foi muito bem escolhido
Nessa novela das seis foram muitas as qualidades da obra de Elizabeth Jhin. Além de todas já citadas, faltou ressaltar o acerto na escalação do elenco infantil de "Espelho da Vida". São quatro crianças encantadoras e com um futuro promissor no mundo das artes cênicas, caso queiram investir no futuro.
Clara Galinari, Maria Luiza Galhano, Otávio Martins e Haroun Abud foram escolhas precisas da autora e do diretor Pedro Vasconcelos. Priscila, Florzinha, Henrique e André foram personagens que apresentaram diferentes graus de importância no roteiro, de acordo com o desenvolvimento da tão bem entrelaçada trama das 18h. Muitas vezes crianças cumprem a função de ''adorno" de cena. Servem apenas para mostrar que determinado casal tem filhos, enfim. No atual folhetim isso não existiu.
Todos foram primordiais para o encaminhamento da história. A sapeca Florzinha entrou pouco antes da metade de "Espelho da Vida" e sua presença iluminou a casa de Margot (Irene Ravache).
A menina é neta de Gerson (Cosme dos Santos) e foi morar com o avô depois que a mãe, Sheila (Dandara Albuquerque), a 'abandonou' com o avô para tentar melhorar de vida em outro lugar.
Logo virou amiga de Priscila e essa amizade transformou a filha de Isabel (Alinne Moraes) em uma garota mais feliz, após um longo período de introspecção, fruto da rigidez da mãe.
Otávio Martins foi o último a entrar na novela, e isso não significou menos destaque. O menino, inclusive, ganhou um papel no presente e no passado. J
adson é filho do 171 Américo (Felipe Camargo) e chegou em Rosa Branca acompanhado do irmão, Vitor (Guilherme Hamacek), para ficar com o pai que nunca deu a mínima para os filhos. Levado e sem papas na língua, o garoto ficou amigo de Florzinha e Priscila e logo convenceu as meninas a bisbilhotarem a mansão abandonada de Júlia Castelo. Sem imaginar, conheceu o espírito de sua avó Albertina (Suzana Faini), que o chamou de Henrique, nome de sua vida passada. O filho de Eugênio (Felipe Camargo), por sinal, sofreu muito nas mãos do pai e tentava sempre proteger a mãe, Maristela (Letícia Persiles).
Já Haroun Abud é o que menos apareceu em "Espelho da Vida". Felizmente, as poucas aparições rendem cenas emocionantes e importantíssimas para o enredo.
Ele é simplesmente André, filho de Júlia Castelo e Danilo Breton (Rafael Cardoso), os mocinhos da novela, vivido pelo grande Emiliano Queiroz na fase atual. Nos primeiros meses, as cenas do menino eram apenas com o espírito da mãe que ia visitá-lo na mansão. Com o seu olhar triste sempre comoveu. Já perto da reta final, André protagonizou uma sequência de cortar o coração quando o espírito de Danilo visitou o filho e Daniel (Rafael Cardoso) se lembrou do momento em uma regressão. O choro contido da criança foi devastador, assim como as lágrimas derramadas pelo pai. Ambos separados pela grade do portão. Outra cena linda, agora feliz, foi quando André brincou com as almas de seus pais durante um piquenique e os espíritos prometeram que iriam voltar para ficar com o filho.
Agora, quem mais se destacou na novela foi Clara Galinari. Priscila apareceu logo na estreia da trama e sua intérprete tinha tudo para brilhar. E brilhou.
A menina sempre amou a mãe, acontece que sua relação com Isabel era repleta de conflitos em virtude do temperamento da vilã, que amava a filha, só que de uma maneira torta ---- a usava para manipular os outros, principalmente o ex noivo e pai da garota. Pri, inclusive, foi a grande responsável pela humanização e redenção de Alain (João Vicente de Castro). Os dois nunca se deram bem e viviam se enfrentando, e quando descobriram que eram pai e filha iniciaram uma aproximação, bastante forçada por Isabel. Aos poucos, foram se desarmando. E agora se amam imensamente.
A atriz também tem se sobressaído no passado, em 1930, na pele da retraída Teresa, irmã de Dora.
"Espelho da Vida" se aproxima de seu final e a importância que Elizabeth Jhin deu para as quatro crianças de sua história marcou a vida dos quatro intérpretes. Clara Galinari, Maria Luiza Galhano, Otávio Martins e Haroun Abud vão longe.
Carrossel
3.7 149"Carrossel": chega ao fim um dos grandes acertos do SBT
Chegou ao fim o projeto responsável pela retomada do SBT, após um crítico período, onde a vice-liderança foi perdida para a Record em todos os horários. O remake de "Carrossel", que estreou em maio de 2012 e explodiu em audiência, teve seu último capítulo exibido na sexta-feira (26/07/2013), deixando um saldo extremamente positivo para a emissora de Silvio Santos.
Tentando atingir o mesmo sucesso alcançado anos atrás com a produção de excelentes novelas ---- vide "Éramos Seis" (1994), "As Pupilas do Senhor Reitor" (1995), "Ossos do Barão" (1997) e "Fascinação" (1998) ----, o SBT resolveu voltar a investir em teledramaturgia em 2008 com a produção de "Amigas & Rivais", versão nacional da obra homônima mexicana. Não deu certo. Novas tentativas foram feitas com a exibição de "Revelação", "Vende-se um véu de Noiva", "Corações Feridos" e "Amor e Revolução", mas, novamente, o bom resultado não veio. Todos os projetos fracassaram. Porém, ao invés de jogar a toalha de vez, a emissora resolveu apostar no remake da obra infantil mexicana que foi um fenômeno na década de 90 e virou febre no Brasil quando foi exibida pelo mesmo SBT.
O risco valeu a pena. O sucesso não demorou muito para chegar e a novela adaptada por Íris Abravanel novamente fez a alegria das crianças e da emissora. Sem querer, acabaram constatando o óbvio: o público infantil não tem absolutamente nada para assistir à noite nos canais abertos. O telespectador-mirim que via desenhos na tv a cabo ou que jogava videogame nessa hora resolveu parar para assistir ao remake de "Carrossel". E esse fato é comprovado simplesmente porque não houve uma migração de audiência dos outros canais, apenas o crescimento do SBT.
A trama envolvendo a Professora Helena (Rosanne Mulholhand) e seus alunos emplacou e ainda rendeu bons lucros, uma vez que a empresa aproveitou o sucesso para lançar vários produtos da novelinha, incluindo CD com a trilha sonora. A história também mereceu o reconhecimento do público, afinal, a autora soube fazer uma boa adaptação e o elenco conseguiu se destacar positivamente. Rosanne fez uma linda e doce professora, Larissa Manoela brilhou na pele da preconceituosa Maria Joaquina e Jean Paulo Campos chegou a ganhar prêmios por conta de sua interpretação comovente do sofrido Cirilo. Já Noemi Gerbelli também fez bonito vivendo a diretora Olívia.
O último capítulo (que conseguiu 14 pontos de média e 17 de pico, mesmo concorrendo com "Amor à Vida) emocionou e encerrou esse vitorioso projeto, que chegou a ficar mais de um ano no ar, com chave de ouro.
Helena se casou com Renê (Gustavo Wabner) e o sonho de Adriano (Kostantino Atanassopoulos) proporcionou finais divertidos, como Valéria (Maísa Silva) virando apresentadora (em uma clara homenagem a Hebe Camargo) e Cirilo e Maria Joaquina se casando. A cena final foi uma bela apresentação no circo Tihany, em São Paulo, com o elenco cantando a música de abertura da trama. E assim, a bem-sucedida obra chegou ao fim.
O remake de "Carrossel" marcou a retomada do SBT na disputa pelo ibope e ainda serviu para acender um alerta a respeito do telespectador infantil, que também precisa de conteúdo de qualidade no horário nobre. O retorno da audiência (a produção fecha com média geral de 12,3; devolvendo os cobiçados dois dígitos), o lucro obtido e a preocupação da emissora em produzir uma outra produção à altura ---- no caso a adaptação de outro sucesso da década de 90 ----, apenas comprovaram o quanto que foi acertado trazer de volta esse sucesso que ficou marcado na infância de muita gente e que fechou seu ciclo conquistando uma nova geração de telespectadores.