Cadinho e suas mulheres: uma trama repetitiva sendo bem desenvolvida
Uma situação mais do que batida: um homem que se envolve com três mulheres e as engana por muito tempo. Essa é a trama de Cadinho (Alexandre Borges), cujo personagem e seu núcleo ficam bem deslocados das restantes histórias de "Avenida Brasil". Se antes havia muita resistência por parte dos telespectadores, hoje, pode-se dizer, que a rejeição do público teve uma queda bem significativa. E isto só aconteceu devido à estratégia de João Emanuel Carneiro, que conseguiu desenvolver esse núcleo de uma maneira bem criativa.
Um dos fatores que contribuiu para um bom desenvolvimento foi o fato de cada uma das 'esposas' do galinha terem filhos dele. Alexia (Carolina Ferraz) tem Paloma (Bruna Griphao), uma produção que seria independente caso Cadinho não tivesse descoberto as intenções da amante, após saber da gravidez. Verônica (Débora Bloch) tem Débora (Nathalia Dill) e Noêmia tem Tomás (Ronny Kriwat). Não há dúvidas que assim, a história não fica tão limitada a uma mesma situação, como o envolvimento do quarteto.
Outro acerto, e isto engloba toda a novela, foi a rapidez dos acontecimentos. Em uma trama tradicional, digamos assim, o autor (a) seguraria a descoberta da trigamia de Cadinho e revelaria somente nas últimas semanas. Mas João Emanuel Carneiro não segura muito tempo seus trunfos e comprovou, mais uma vez, essa sua característica ao escrever cenas em que Noêmia e Verônica descobrem juntas a traição, antes mesmo da trama chegar na metade. Foi bem interessante, também, observar uma situação que fugia um pouco do comum nestas histórias de bigamia ou trigamia: Alexia sabia da existência das outras duas e era cúmplice do Cadinho.
Débora Bloch sempre foi a atriz que mais se destacou e continua dando show em cena. Já Camila Morgado começou fraca e repetitiva (lembrava muito a Malu, sua personagem em "Viver a Vida"); mas tem melhorado significativamente e agora diverte bastante nas cenas em que Verônica e Noêmia trocaram a condição de 'melhores amigas' para 'inimigas que se toleram através de muitas ironias e veneno'. Nathalia Dill, Bruna Griphao e Ronny Kriwat estão bem em seus papéis e não têm deixado a desejar. Já Carolina Ferraz e Alexandre Borges continuam repetindo atuações anteriores e não convencem.
O autor conseguiu reverter, ou pelo menos amenizar, uma rejeição inicial a este núcleo graças a sua criatividade e a forma ágil com que conduziu a história. Nos próximos capítulos, Paloma irá descobrir que Cadinho é seu verdadeiro pai e se revoltará. Se antes ela torcia para que sua mãe casasse com ele, agora irá fazer questão de destruir esse acontecimento. Ainda haverá a entrada da mãe de Alexia (interpretada pela grande Betty Faria), que infernizará o 'quase genro'. Isto sem contar que Verônica e Noêmia não vão parar de se meter em toda esta história. Ou seja, pelo que se nota, ainda teremos vários entraves no núcleo rico de "Avenida Brasil".
A Rede Record nunca escondeu que sonha em obter a liderança de audiência e ser uma Rede Globo. Para atingir esta meta, investiu alto, melhorou a qualidade de suas novelas, contratou atores e profissionais da líder, enfim, tudo para conseguir concretizar seu objetivo. A partir de 2007, conseguiu deixar o SBT para trás e havia se fixado como a emissora vice-líder. No entanto, a cada dia que passa e a cada mês que se encerra, a Rede Record vem observando seus índices diminuírem significativamente e, além de não mais ameaçar a Globo no horário nobre --- que anda em grande fase com todas as suas novelas e apresentando novas atrações ---, está sendo obrigada a 'engolir' a retomada do SBT, que com o sucesso do remake como "Carrossel", resolveu se mexer e a investir na sua programação, fato que não acontecia há tempos.
Resta para a Rede Record melhorar sua grade e investir em novos programas, para que esse quadro se reverta, caso contrário será obrigada a disputar a terceira colocação com SBT, TV Brasil e Band.
Mantendo a já tradição de produzir folhetins infantis, o SBT estreou em 21/11/2016, "Carinha de Anjo", uma produção da emissora que com certeza terá uma duração tão grande quanto as tramas que vieram antes. Entrando no ar simultaneamente com a reta final de "Cúmplices de um Resgate", o novo remake tem como principal objetivo manter os pequenos diante da televisão, preservando a ótima audiência de "Carrossel", "Chiquititas" (que vem sendo reprisada logo depois) e da atual novelinha protagonizada por Larissa Manoela que está perto do seu fim.
Além de seguir mantendo o mesmo tipo de público, houve uma mudança na equipe. A autora Íris Abravanel e o diretor Reynaldo Boury, responsáveis pelas três novelas anteriores, saem de cena e cedem lugar para Leonor Corrêa (responsável pela condução do roteiro) e Ricardo Mantoanelli (na direção). É verdade que Íris não saiu tão de cena assim, pois é supervisora de texto, entretanto, já é uma renovação importante. A própria história, por sinal, exige uma alteração na forma de ser contada, uma vez que é ainda mais infantil que as antecessoras.
É uma novela de crianças para crianças, onde a 'fofura' é o mote do enredo. Ao contrário das outras produções, que tinham personagens saindo da infância e entrando na pré-adolescência, "Carinha de Anjo" é totalmente infantil. O elenco é repleto de pequenos cuja idade máxima não passa de sete ou oito anos. E a protagonista tem apenas cinco aninhos, fazendo jus ao título da trama.
Lorena Queiroz é uma graça e tem um carisma arrebatador. É impossível não ser conquistado pela menina de sorriso cativante. A longa seleção do SBT valeu a pena, pois conseguiram a criança perfeita para o papel principal. A Dulce Maria está em boas mãos. Ela é até melhor que a atriz da produção original mexicana.
Claro que é apenas uma criança, o que impede uma maior desenvoltura na hora de proferir o texto. E o mesmo vale para todo o elenco infantil, incluindo a dupla malvada composta por Bárbara (Renata Randel) e Frida (Sienna Belle) ---- inimigas de Dulce Maria ----; além de Marianna Santos (Adriana), Maria Eduarda Silva (Duda), Valenthina Rodarte (Valentina) e Helena Luz (Lúcia) ---- intérpretes das melhores amigas da protagonista. São todas muito cruas, mas é natural e compreensível. Também nem são necessárias grandes interpretações, pois é um produto destinado a um público bem pouco exigente e que tem a mesma idade.
Já o time adulto é composto por alguns ótimos nomes e está bem melhor selecionado, principalmente comparando com o elenco 'veterano' das três novelas anteriores. Alguns atores já se destacam, como Bia Arantes, vivendo a noviça Cecília, a mocinha da história. Revelada em "Malhação Conectados" (2011), a atriz está ótima e demonstra uma linda sintonia com Lorena Queiroz. Priscila Sol também se destaca como a caricata Tia Perucas, prima do pai de Dulce Maria, o poderoso empresário Gustavo (Carlo Porto). Eliana Guttman foi um grande êxito da escalação, fazendo jus ao importante papel da Madre Superiora. Karin Hills está muito bem vivendo a atrapalhada irmã Fabiana e a sua escolha é explicada através dos números musicais protagonizados por ela ---- ex-integrante do grupo Rouge, é uma cantora nata.
Ângela Dip (a extrovertida Rosana) é mais um bom nome, além de Blota Júnior vivendo o sisudo mordomo Silvestre. Clarice Niskier brilha na pele da perua Haydee, mãe da grande vilã da novela: a linda Nicole (Dani Gondim), nova namorada de Carlo que fará da vida de Dulce Maria um inferno. Camila Camargo, Cristina Mutarelli, José Rubens Chachá, Thiago Mendonça e a atriz/cantora mexicana Lucero (intérprete da mãe falecida de Dulce Maria que aparece nos sonhos da filha) são outros atores que compõem o elenco. Já Jean Paulo Campos (ex-Cirillo de "Carrossel" e atual Zeca) e Maisa Silva (a youtuber Juju) são os únicos pré-adolescentes do time infantil, tendo como função clara conquistar o público das produções anteriores.
A novela teve um ótimo início, apresentando bem os conflitos da trama central e evidenciando o colorido dos cenários e figurinos. Dulce Maria foi colocada em um orfanato pelo pai quando tinha três anos, pois o poderoso homem não conseguiu superar o trauma da morte de sua esposa em um grave acidente. Dois anos se passam e a menina cria um forte vínculo com a noviça Cecília, apesar de sempre lamentar a ausência do pai. Logo no primeiro capítulo, o telespectador pôde acompanhar o arrependimento de Carlo e sua ida ao orfanato para buscar a filha, apesar da má vontade da nova namorada. Ele se encanta pela doce menina e ainda se apaixona pela noviça que cuida dela. O roteiro começou a ser desenhado para o público de forma competente.
"Carinha de Anjo" manterá com facilidade a audiência de "Carrossel", "Chiquititas" e "Cúmplices de um Resgate", apesar da sua trama ser ainda mais infantil. É um folhetim sem pretensão alguma e que aposta em tudo o que já deu certo antes. O SBT conseguiu se firmar com as produções para crianças e os bons números no Ibope (sempre com dois dígitos) apenas comprovam isso. O novo remake escrito por Leonor Corrêa e dirigido por Ricardo Mantoanelli é uma graça de novela.
Com o "Profissão Repórter aconteceu justamente o oposto: o sucesso de um quadro o fez crescer e virar um programa de sucesso. Já com o "Globo Mar" não deu certo. Como quadro ficaria mais apropriado.
Tenho a mesma impressão de que poderia ser um quadro do Fantástico, ao contrário do Profissão Repórter, que começou como quadro, e cresceu e ganhou espaço suficiente para ser programa. E não deixa de ser lamentável ver o quanto o Globo Repórter decaiu.
Só um ou outro programa foge do padrão alimentação-saúde-natureza-dinheiro.
"Bem Estar": informação e qualidade nas manhãs do Brasil
O programa estreou na televisão em 2011 sem grandes pretensões. O objetivo era falar sobre saúde de uma forma simples e direta, tendo como principal objetivo informar e esclarecer as dúvidas dos telespectadores. Após anos no ar, pode-se dizer que o "Bem Estar" tem honrado seu compromisso e desde que começou a ir ao ar se tornou uma ótima opção para o público matutino.
Mariana Ferrão e Fernando Rocha comandam muito bem a atração e esbanjam simpatia. O entrosamento e a boa relação entre os apresentadores contribuem para deixar o programa mais leve e até mesmo divertido. Aliás, a intimidade é benéfica para qualquer situação. Da mesma forma que a dupla foi se mostrando cada vez mais afinada, os médicos foram se soltando e ficando bem mais à vontade.
O "Bem Estar" sempre convida vários profissionais da saúde, e tem o seu time 'fixo'. São os chamados 'consultores'. Alfredo Halpern (endocrinologista), Ana Escobar (pediatra), Caio Rosenthal (infectologista), Fábio Atui (proctologista), José Bento (ginecologista), Roberto Kalil Filho (cardiologista), Márcia Purceli (dermatologista) e Daniel Barros (psiquiatra) fazem parte do 'elenco' do programa. Todos conseguem explicar e tirar as dúvidas dos telespectadores de uma forma clara e precisa. É quase uma consulta pela televisão. Alfredo, Ana, Márcia e José Bento são os mais desenvoltos e simpáticos da turma, o que acaba implicando em uma maior facilidade de comunicação com a câmera.
Além do bom time de médicos e da simpatia dos apresentadores, o programa também acerta ao sempre dedicar um pequeno tempo para as principais notícias do dia. É a hora em que a atração dedica alguns minutos para que Sandra Annenberg (ou Evaristo Costa) informe o público sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo.
Mesmo com a qualidade que sempre esteve presente, o programa sempre 'sofreu' com os boatos a respeito do seu suposto cancelamento. Felizmente, todas as especulações caíram por terra pouco tempo depois, comprovando que a emissora e o público estão muito satisfeitos com a atração.
O "Bem Estar" consegue tratar de saúde, alimentação e qualidade de vida com simplicidade e nenhuma pretensão. Mariana Ferrão e Fernando Rocha comandam com muita simpatia esse formato, que se mostrou um grande acerto, tanto pela utilidade e importância dos temas quanto pela competência na abordagem dos mesmos.
Sem dúvida é um programa que merece vida longa na tevê.
Bem Estar: a simplicidade que deu certo em um programa sobre saúde, maior qualidade de vida e dicas domésticas.
Apresentado pelos jornalistas Fernando Rocha e Mariana Ferrão, o programa conta com um time de médicos, chamados de "consultores" da atração, além de convidados, que normalmente são outros médicos, mas que não fazem parte do, digamos, elenco. Todos eles ficam dando dicas e fazendo uma espécie de consulta para os telespectadores. É interessante, pois como o programa não tem uma longa duração, os assuntos são abordados de uma maneira rápida e de fácil entendimento.
Entre os consultores, temos: Alfredo Halpern (Endocrinologista), Ana Escobar (especializada em Pediatria), Caio Rosenthal (Infectologista), José Bento (Ginecologista), José Rubens D`Elia (formado em Educação Física) e Roberto Kalil Filho (Cardiologista). Todos muito desenvoltos e simpáticos. Destaque para o médico Alfredo, que sempre costuma se destacar com boas tiradas e bom humor. Um detalhe interessante é que eles são orientados a falarem olhando para a câmera, como se realmente estivessem dando uma consulta para quem assiste.
Mariana se adaptou perfeitamente ao programa. Está sempre à vontade e comanda bem. Já seu companheiro Fernando, exagera muitas vezes nas brincadeiras bobas e forçadas. O que ambos precisam é dar uma diminuída na linguagem infantilóide, ao tratar o telespectador como um completo idiota. E já deram uma melhorada desde a estreia.
O "Bem Estar" não é nenhum programa de outro mundo, e muito menos inovador, agora com certeza foi um grande acerto da televisão. A audiência tem correspondido e, também deu uma boa melhorada na grade de programação.
Bom Sucesso: O que funcionou e o que derrapou na novela. Um balanço do que deu certo e errado na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm. Confira!
Há muito tempo - desde de Cheias de Charme (2012) - uma novela das 19h não conquistava público e crítica como é o caso de Bom Sucesso, trama que termina no dia 24/01/2020 e já deixa saudades. Talvez o grande trunfo dessa novela (além do texto) seja que ela não se apoia no batido triângulo amoroso ー mesmo que no início da trama houvesse a disputa de Paloma (Grazi Massafera) por Ramon (David Junior) e Marcos (Rômulo Estrela).
Aqui, a questão maior era outra: a existência, o valor da vida, o aproveitar os pequenos prazeres escondidos no dia a dia. Tudo isso era discutido por meio do personagem Alberto (Antonio Fagundes). E as cenas eram embaladas por pura literatura. Um luxo!
Adiantando que o saldo é mais do que positivo, que tal expor o que funcionou e o que não foi tão bom assim na novela? Confira!
Deu certo!
As cenas inspiradas na literatura – Eram momentos de delicadeza pura quando personagens da novela liam trechos de obras de autores que iam de Clarice Lispector a William Shakespeare, de Miguel de Cervantes a Jorge Amado, de Ray Bradbury a Machado de Assis. Tudo com muito capricho: cenografia na medida, figurinos perfeitos. O elenco – Que elenco afiado é o de Bom Sucesso! Grazi Massafera conseguiu fazer a primeira mocinha bem feita – e que luz tinha Paloma. Antonio Fagundes, David Junior, Fabíula Nascimento (Nana), Lucio Mauro Filho (Mario) e Silvana (Ingrid Guimarães) também se destacaram. E não foi só gente grande que brilhou. O elenco jovem da novela se saiu muito bem, especialmente Igor Fernandez (Luan), Bruna Inocencio (Alice), Diego Montez (William) e, na reta final, Lucas Leto (Waguinho). Isso sem falar na dupla mais do que fofa João Bravo (Peter) e Valentina Vieira (Sofia), nome a ser anotado para o futuro. Ex.: Personagens caracterizados como personagens da literatura na despedida de Alberto
O vilão – Bom Sucesso pode ser encarada sem o menor medo como um divisor de águas na carreira de Armando Babaioff. O ator já havia se saído bem como o Ionan de Segundo sol (2018), e agora como o Diogo de Bom Sucesso. O personagem foi crescendo e ganhando humor com as tintas dadas pela interpretação de Babaioff. Em entrevista ao site 'Próximo Capítulo', Armando disse que o humor “ajuda e suaviza a maldade dele. Esse cinismo é uma característica muito forte.”
A representatividade – A começar pelo protagonista David Junior, que vive o Ramon, Bom Sucesso tem vários negros em papéis de destaque. O que não era para ser exceção é e acaba chamando a atenção. “Bom Sucesso é, com certeza, uma linha de evolução”, apontou o ator ao Próximo Capítulo. E não é apenas a presença. Os negros de Bom Sucesso ocupam posição social de destaque, como o médico Mauri (Jorge Lucas) e a editora Gláucia (Shirley Cruz), e têm trama própria que não se limitam à questão racial.
Não deu certo!
A barriga envolvendo Elias – Quase no fim de Bom Sucesso veio a inevitável barriga, tempo em que a trama fica ali cozinhando o público em banho-maria sem que algo de muito importante aconteça. Foi rápida – ainda bem! ー, só que não deu para entender muito.
O ex-marido de Paloma, Elias (Marcelo Faria), voltou do nada (a gente nem lembrava que ele existia), encontrou a filha acidentada em estado grave e se negou a doar sangue para ela, a não ser que recebesse um dinheiro enorme por isso. Depois disso, se envolveu em cenas pesadas, violentas e acabou morrendo.
Completamente fora do tom!
A trama da transexualidade – A atriz brasiliense Gabrielle Joie estreou em novelas num papel que podia marcar, e vai passar em branco: a jovem Michelly.
No início da trama, ela ainda pareceu que ia discutir respeito e tolerância ao lutar para usar o banheiro feminino e tentar driblar o preconceito de colegas. E parou por aí???!!! Agora, na última etapa, os autores ressuscitaram a trama e Michelly dispensou o cortejo de um professor dizendo ter namorado, conseguiu o direito de usar o banheiro e decretou: “chega de Michel” ao pedir para que o nome dela fosse trocado também na chamada.
Mesmo com os tropeços, "Saramandaia" encanta e sai de cena com sensação de dever cumprido
Depois de "O Astro" e "Gabriela", mais uma remake das onze: "Saramandaia", adaptação da clássica obra de Dias Gomes exibida em 1976. A trama reescrita por Ricardo Linhares apresentou um primeiro capítulo promissor e extremamente apropriado para o atual momento do país, afinal, era a época em que o Brasil era dominado pelas manifestações populares e a novela apresentou na sua estreia justamente a revolta do grupo saramandista contra os mandos e desmandos de Zico Rosado (José Mayer).
Ainda sim, a boa impressão não conseguiu se sustentar nos demais capítulos. O realismo fantástico, um dos grandes atrativos do remake, ficou deixado de lado e o autor parecia que estava 'poupando' as esquisitices dos personagens para somente explorá-las mais para o final do folhetim. Ricardo preferiu focar primeiramente no romance proibido de Zico com Vitória (Lília Cabral) e na guerra das famílias Rosado e Vilar. E o resultado foi entediante.
José Mayer e Lilia Cabral tiveram muita presença, mesmo assim o par não empolgava na química e não demorou muito para as idas e vindas caírem na repetição. Já a briga das famílias soava ultrapassada e cansativa em uma novela contemporânea, além de ter deixado a história estagnada durante várias semanas. O telespectador podia se dar ao luxo de ignorar inúmeros capítulos sem a preocupação de perder alguma cena importante.
Agora, o reencontro de Tibério (Tarcísio Meira) e Candinha (Fernanda Montenegro) foi um prenúncio de que nem tudo estava perdido. A emocionante cena protagonizada pelos veteranos deu esperanças em relação ao futuro da novela: boas cenas e interessantes conflitos estavam por vir. E de fato vieram.
O remake encontrou seu rumo quando João Gibão (Sérgio Guizé) mostrou suas asas para Marcina (Chandelly Braz) e saiu voando pela cidade em uma sequência que primou pelo capricho.
A partir de então, o telespectador foi presentado com inúmeras situações interessantes, recheadas de bons conflitos, emoção e efeitos especiais caprichados.
A explosão da Dona Redonda (Vera Holtz) foi o momento mais aguardado e não decepcionou. A atriz deu um show de atuação e a tecnologia trabalhou a favor, resultando em uma união perfeita. A transformação de Candinha e Tibério em uma só árvore também entrou para a lista de cenas memoráveis do remake e da própria teledramaturgia. Já a hora em que João mostra suas asas para que Zélia (Leandra Leal) não se desespere com seu bebê alado,
serviu como uma cutucada na ferida do preconceito ---- crítica muito bem abordada em vários contextos da trama
É necessário também elogiar a tensa sequência em que Zico tenta matar Risoleta (Deborah Bloch), e é atacado por Professor Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) que se transforma lobisomem para defender sua amada. E o retorno de Vera Holtz foi espetacular. Dona Bitela era tão gorda quanto sua irmã gêmea Redonda, agora apresentou uma personalidade totalmente distinta. Mais um trabalho impecável da atriz que conseguiu diferenciá-las com competência.
Aliás, o elenco do remake foi primoroso. Tarcísio Meira e Fernanda Montenegro fizeram um encantador casal; Sérgio Guizé e Chandelly Braz mostraram que terão vida longa na carreira; Deborah Bloch, José Mayer, Lília Cabral e Mateus Nachtergaele brilharam em todas as cenas e Aracy Balabanian fez uma adorável Dona Pupu, enquanto que Luiz Henrique Nogueira conseguiu marcar presença mesmo só sendo a 'cabeça' do Belisário. Já Ana Beatriz Nogueira interpretou magnificamente sua preconceituosa Maria Aparadeira, fazendo uma boa parceria com Vera Holtz e Georgiana Góes (Fifi). Pedro Tergolina (Tiago) e Laura Neiva (Stela) convenceram e fizeram bonito em meio a tantos atores veteranos. André Frateschi (Dr. Rochinha) foi outro bom nome do time.
Marcos Palmeira (Cazuza), Gabriel Braga Nunes (Aristóbulo), Marcos Pasquim (Carlito) e Leandra Leal não comprometeram, e também não conseguiram se sobressair. Lívia de Bueno (Laura) foi uma grata revelação da série "Oscar Freire 279", do Multishow, agora extrapolou na cara de sofrimento de sua personagem, embora não tenha errado sozinha: a direção também contribuiu para o excesso de tintas, uma vez que perdeu a mão na maquiagem dela ---- a palidez e as olheiras, ainda que propositais, ficaram exageradas. E mesmo com o elenco ter sido enxuto, não conseguiram valorizar Renata Sorrah. A grande atriz apareceu bem menos do que merecia e não teve oportunidade de mostrar seu conhecido talento.
A cena de Zico atirando (com o efeito clássico de câmera lenta também usado em "Belíssima" com a vilã Bia Falcão) em João Gibão, mas acertando Marcina, foi tensa e emocionante. O momento em que João Gibão mostra suas asas para todos na cidade e volta no tempo (claramente inspirada no Superman) também foi ótimo, embora a situação tenha ficado forçada até mesmo dentro do contexto dos absurdos da história. O desfecho do casal Zico e Vitória foi fantástico. José Mayer e Lilia Cabral protagonizaram uma sequência magistral e encerraram suas respectivas participações em grande estilo: com o casal se beijando enquanto a casa do vilão desabava sobre suas cabeças. Trágico e ousado. O autor investiu pesado na criatividade em cima do fim da até então preconceituosa Maria Aparadeira, que desistiu de se envergonhar da família e assumiu suas origens (é filha da Mulher Barbada e do anão malabarista). Já Dona Pupu ficou com seu Belisário (agora com o corpo junto da cabeça) e Gibão terminou feliz ao lado de Marcina, recebendo a notícia do nascimento de novos bebês alados, iniciando uma nova geração 'mudancista'. Aliás, o capítulo encerrou com o clássico voo de João pela cidade ao som de 'Pavão Misterioso'
, em uma sequência que primou pelo bom gosto e pelo encantamento ----- destaque para a homenagem feita aos diretores da primeira versão, chamados de 'pratasmente diretores': Roberto Talma, Gonzaga Blota e Walter Avancini. E no lugar da tradicional palavra 'fim' foi exibido 'Início de um novo tempo'. Lindo final.
Com direção de Denise Saraceni e Fabrício Mamberti, "Saramandaia" fechou seu ciclo em meio a erros e acertos, incluindo o divertido linguajar 'saramandista' na lista de boas surpresas: afinal, foi divertido ouvir os personagens proferindo palavras inexistentes ----- vide desmorreu, aconchegamento bulinatório, admirância, apressamento, desaforenta, desengordar, deverasmente, desmudar, mexericância, entre tantas outras ----- e que lembravam o vocabulário do clássico Odorico Paraguaçu (de "O Bem Amado", do mesmo Dias Gomes).
Os pontos altos da reta final conseguiram deixar o remake de Ricardo Linhares com uma imagem geral positiva, embora tenha se perdido no desenvolvimento da história nos primeiros meses. Com os claros tropeços, a novela das onze ---- que terminou com uma média geral de 15 pontos, menor que a alcançada pelas duas tramas anteriores ("O Astro": 19 e "Gabriela": 18) ---- proporcionou boas cenas para o telespectador, conseguiu (ainda que tardiamente) amenizar seus equívocos e saiu de cena com sensação de dever cumprido.
Exibida entre 20 de setembro de 1999 e 2 de junho de 2000, "Terra Nostra" foi mais um fenômeno de audiência de Benedito Ruy Barbosa, depois do autor ter colhido os frutos do imenso sucesso de "O Rei do Gado" em 1996. A novela ----- reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2004 ---- foi dirigida por Jayme Monjardim e teve o romance de Matteo e Giuliana como foco central de uma trama que contou um pouco sobre a imigração italiana no Brasil.
Ambientada entre o final do século XIX e início do século XX, a maior parte da história se passa nas fazendas de café do interior de São Paulo, locais cobiçados por vários italianos que vêm ao Brasil procurando melhores condições de trabalho. O enredo focou na importância da imigração na formação da sociedade brasileira através do casal interpretado por Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda, que precisou enfrentar inúmeros obstáculos e várias adversidades para ficar junto.
A trama foi iniciada em 1894 com o navio Andrea I deixando o porto de Gênova, na Itália, e cruzando o Oceano Atlântico, transportando várias camponeses italianos que fugiam da crise econômica do seu país para tentar a sorte em terras brasileiras. Afinal, os fazendeiros estavam precisando de mão de obra nas plantações de café depois da libertação dos escravos. E justamente neste navio está Giuliana com seus pais (Júlio e Ana - Gianfrancesco Guarnieri e Bete Mendes), além de Matteo, que viaja só em busca de uma vida melhor, pois não tem família.
A italiana se encanta com seu compatriota, sendo plenamente correspondida. Os dois se apaixonam, e a primeira adversidade aparece logo neste começo, pois a peste negra se alastra no navio, matando os pais da mocinha e deixando Matteo em estado grave. A cena em que os corpos de Júlio e Ana são jogados ao mar ---- para que a doença não se espalhasse ----, vale mencionar, foi tristíssima e forte. Em meio a tanta desgraça provocada pela epidemia, o mocinho consegue sobreviver e fica ao lado de Giuliana, que a partir daquele momento estava tão sozinha quanto o seu namorado. Mesmo que estas sequências tenham sido exibidas apenas no comecinho da novela, foram muito marcantes.
Outra sequência emblemática do navio, aliás, foi protagonizada por Antônio Calloni e Lu Grimaldi, quando seus personagens (Bartolo e Leonora) se desesperam quando veem os tripulantes quase jogando o filho deles no mar. Na verdade, todos achavam que a criança estava morta por causa da peste, e ela chora quando é arrancada dos braços da mãe. Foi difícil não ter chorado vendo aquele momento tão bem interpretado pelos atores.
Após estes instantes de terror em alto mar, Matteo e Giuliana chegam ao Brasil, e se perdem no desembarque, e acabam seguindo destinos diferentes. Enquanto Giuliana é acolhida pelo grande amigo do seu pai, o imigrante Francesco (Raul Cortez) ---- que ficou rico no país ----, Matteo vai parar na fazenda do coronel Gumercindo (Antônio Fagundes), onde arruma emprego na colheita de café. Os dois nunca mais se veem e acabam se envolvendo com outras pessoas, justamente integrantes das famílias que os abrigaram. Esta guinada, obviamente, provoca novos desdobramentos na novela, que fica ainda mais atrativa com os conflitos que surgem.
O poderoso Francesco é casado com a arrogante Janete (Ângela Vieira em um dos seus melhores papéis) e o filho deles, Marco Antônio (Marcello Antony), se apaixona perdidamente por Giuliana, que está grávida de Matteo. A mãe do rapaz odeia italianos e não aceita esta paixão, causando um clima péssimo na família.
A personagem, inclusive, pratica a maior maldade da trama: faz o parto da 'nora' junto com a governanta Mariana (Tânia Bondezan) e, aproveitando o instante que a italiana desmaia, manda a empregada levar o bebê para um orfanato. Assim que ela acorda, a vilã diz que a criança nasceu morta.
Já Matteo vira porta-voz dos imigrantes da fazenda e entra em conflito com o escravocrata Gumercindo, que não consegue se acostumar com aquelas novas 'medidas'. O rapaz ainda vira alvo da cobiça de Rosana (Carolina Kasting), que arma uma cilada para forçá-lo a se casar com ela. Como ele é acusado injustamente de ter abusado da moça, acaba casando e ganhando a confiança do poderoso fazendeiro, que tem outra filha (Angélica - Paloma Duarte) e um casamento infeliz com Maria do Socorro (Débora Duarte) --- a quem culpa por nunca ter tido um filho homem. Como o mocinho tem uma relação infeliz com Rosana e a abandona para procurar Giuliana. Quando finalmente a encontra, a vê casada com Marco Antônio e grávida ---- sem imaginar que o filho era dele e que seria abandonado pela cruel Janete assim que nascesse.
A trama realmente conseguiu envolver o telespectador e o sotaque italiano dos personagens caiu no gosto popular. Antônio Fagundes e Raul Cortez foram brilhantes mais uma vez e repetiram a boa parceria de "O Rei do Gado". O personagem de Raul, aliás, formou um casal que foi um dos melhores da história: Francesco e Paola (estreia de Maria Fernanda Cândido na TV) esbanjaram química e uma das cenas mais lembradas é a do par tomando banho de banheira. A expressão 'Amore mio' se popularizou, também, por causa deles.
O romance ainda serviu de castigo para Janete, que viu o marido abandoná-la para ficar justamente com uma italiana.
Fagundes, por sua vez, teve uma ótima sintonia com Débora Duarte, além de Paloma Duarte e Carolina Kasting.
Thiago Lacerda e Ana Paula Arósio honraram o protagonismo da história e o romance de Giuliana e Matteo foi bonito de se acompanhar, ainda que os personagens tenham passado uma boa parte separados. Química não faltou e nem emoção, uma vez que os atores protagonizaram muitas cenas difíceis e dramáticas.
O final da novela, inclusive, apresentou a esperada sequência em que os italianos encontram o filho deles. A mocinha achou a criança em um orfanato justamente no último capítulo e foi um dos momentos mais lindos do folhetim, que fechou seu ciclo em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
A novela não teve muitos personagens, mas além de todos os atores citados, o elenco ainda contava com Cláudia Raia (Hortênsia), Lolita Rodrigues (Dolores), Gabriel Braga Nunes (Augusto), Arlete Salles (Irmã Tereza), Chico Anysio (Josué), Antônio Abujamra (Coutinho), Elias Gleizer (Padre Olavo), Roberto Bonfim (Justino), Jackson Antunes (Antenor), José Dumont (Batista), Ilva Niño (Irmã Letícia), Débora Olivieri (Inês), Gésio Amadeu (Damião), Bianca Castanho (Florinda), Adriana Lessa (Naná), Raymundo de Souza (Renato), Danton Mello (Renato), entre outros.
"Terra Nostra" foi uma grandiosa novela e Benedito Ruy Barbosa estava inspiradíssimo quando criou esta trama, ao contrário do que ocorreu em 2002, ano que foi ao ar "Esperança" ---- um dos seus fracassos, baseado ironicamente nesta obra de sucesso. Dirigido com competência por Jayme Monjardim, este folhetim, que tinha a Itália no DNA, foi uma das grandes produções da televisão, se tornando ainda uma das obras mais vendidas no exterior (mais de 95 países). História que ficou na lembrança do público.
O amor pelos livros está no ar - ainda bem!!! 📚 Em Bom Sucesso, o universo literário permeia entre cenas em um misto de fantasia e realidade. Com uma editora entre os cenários da novela das 7 e a paixão dos personagens por poesia, ficção, romance e muitos gêneros literários, a trama de Rosane Svartman e Paulo Halm conquista o público com leveza e delicadeza.
Relembre os clássicos literários citados por Alberto (Antonio Fagundes), Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela) e companhia na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm e cenas marcantes...
📚 Don Quixote de La Mancha Marcos volta para ver seu pai Alberto e sua irmã Nana Paloma comenta sobre seus sonhos
📚 Alice no País das Maravilhas Alice e Paloma se divertem com a literatura
📚 Peter Pan Peter lê história para Paloma Marcos se recorda de momento com Paloma Paloma lê livro para Peter
📚 Gabriela, Cravo e Canela
📚 1001 Noites Alberto fica muito bravo com a possibilidade de venda da Prado Monteiro
📚 A Arte de Perder Alberto lê passagem de livro e faz reflexão sobre os últimos acontecimentos
📚 A Bela e a Fera Alberto passa mal e desmaia Sofia sofre com a situação de Alberto
📚 O Mágico de Oz Alberto fica com receio que Paloma não apareça mais
📚 A Letra Escarlate Esther pergunta se Paloma fez as pazes com Ramon
📚 O Patinho Feio Evelyn lê livro que ganhou de Jefferson
📚 Orfeu da Conceição Paloma fala sobre sua paixão sobre o carnaval Alberto se emociona com passagens de seu livro
📚 Fausto Alberto lê trecho de livro de Goethe para Paloma
📚 Otelo Dr. Mauri chega para examinar Alberto
📚 As Aventuras de Sherlock Holmes Felipe embarca na fantasia de Evelyn
📚 Dom Casmurro Alberto e Paloma leem um livro juntos
📚 O Primo Basílio Paloma sonha com Marcos Paloma se emociona ao ler livro na casa de Alberto
📚 Cyrano de Bergerac Paloma sonha com Alberto
📚 Um Conto de Natal Alberto acorda surpreso com a presença de Paloma
📚 Capitães da Areia Glória não acredita na recuperação de Waguinho
📚 Mulherzinhas Paloma revela para Alberto como cria suas roupas após ouvir histórias Paloma pensa num estilo de vestido para Nana desenhar
📚 Poema Passagem do Ano Alberto lê um poema para Paloma
📚 Bíblia Alberto aceita o convite de Paloma para assistir ao pôr do sol na Igreja da Penha.
"Eu não sei se a vida é curta ou longa para nós, agora sei que nada tem sentido nessa vida se não tocarmos no coração das pessoas."
A trama de Dias Gomes levantava a questão: o que você faria se só lhe restasse um dia?
O Fim do Mundo traçou um painel da alma humana, apresentando os mais variados comportamentos de que o homem é capaz em momentos de pressão e medo. A história se passa na fictícia Tabacópolis, cidade no interior da Bahia que vive da plantação de fumo e do turismo, estimulado pelos fluidos afrodisíacos emanados pela Gruta do Amor e pela fama do paranormal Joãozinho de Dagmar (Paulo Betti). Embora tenha opositores que o acusem de ser charlatão, Joãozinho fez previsões certeiras sobre políticos e esportistas locais. Na porta de sua casa, uma romaria de fiéis busca sempre a cura para todos os males. O vidente demonstra seus poderes exalando perfumes, entortando metais à distância e transformando água em cachaça. Sedutor, ele vive harmoniosamente com três mulheres – Valdete (Alexia Deschamps), Jaciara (Luciana Coutinho) e Lindalva (Isabel Fillardis) –, uma loira, uma morena e uma negra, para as quais tem um calendário definido.
A cidade tem o ritmo monótono da vida interiorana, até o dia em que Joãozinho prevê a destruição do planeta para dali a três meses. Logo depois, fatos estranhos começam a ocorrer:
nasce um bezerro com duas cabeças; um homem morde um cachorro; sinos tocam e todos se espantam, já que a igreja não tem sinos; começa uma tempestade de excrementos, com raios e trovões; aparece uma mula sem cabeça; e a terra começa a tremer.
A população entra em pânico, acreditando ser o início do apocalipse, e os hospitais ficam lotados.
O fim do mundo se torna um excelente pretexto para que cada habitante realize seus desejos secretos.
Para resolver seu problema de impotência sexual, Tião Socó (José Wilker) ataca a bela cunhada Gardênia (Bruna Lombardi), por quem nutre um amor reprimido há 20 anos. Letícia (Paloma Duarte), filha caçula de Socó, desiste de se casar virgem com o noivo Josias (Guilherme Fontes), neto do poderoso coronel Hildázio Junqueira (Lima Duarte), e entrega-se ao peão Rosalvo (Maurício Mattar). Dr. Pestana (Carlos Vereza), diretor do hospício da cidade, resolve soltar seus pacientes. O mesmo acontece com os presos da cidade.
Nem todos em Tabacópolis, acreditam no fim do mundo. Há alguns incrédulos, como o jornalista Tonico Laranjeira (Otávio Augusto), o marido ciumento de Gardênia; o malandro Vadeco (Tatu Gabus Mendes), que resolve vender terrenos no céu; e a prefeita Florisbela (Vera Holtz), que tenta manter a cidade em ordem em meio ao pânico geral.
Acontece que o mundo não acaba, e a manhã seguinte chega como todas as outras. Joãozinho admite que sua visão falhou e, passado o atordoamento, todos percebem que terão de enfrentar as consequências das loucuras que cometeram.
Alguns capítulos depois, Joãozinho retoma sua profecia e diz que, agora sim, o mundo iria mesmo acabar. Um estranho objeto cai sobre Tabacópolis, e o bruxo conclui que aquela era a confirmação da proximidade do apocalipse. A discussão diverge sobre a origem do objeto, e as opiniões se dividem entre um disco-voador e o pedaço de um satélite. Joãozinho consegue provar que é mesmo um vidente e, no último capítulo, o céu escurece, inicia-se uma forte chuva de meteorito, recomeça o pânico na cidade. Vadesco volta a vender terrenos no céu.
PRODUÇÃO
A novela teve exatamente 1.096 cenas de estúdio e 414 cenas de externas, ao longo de seus 35 capítulos. Foram usadas locações em Vassouras, no interior do Estado do Rio de Janeiro, para a gravação das cenas externas das fazendas dos Junqueiras e dos Socós. Também houve gravação no interior da Bahia, em uma fábrica de charutos, e em Carrancas, Minas Gerais, onde foram feitas as cenas nas cachoeiras.
Para as gravações do cataclismo, foi construída uma maquete dez vezes menor que a cidade cenográfica.
Postes caindo, carros sendo tragados pela terra, raios, trovões, a torre da igreja que foi construída torta e que um raio a coloca no lugar, o ovni que cai, a segunda cabeça do bezerro, furacões, o céu incandescente, as cenas que parecem ter sido feitas à luz da lua, mas que também têm efeito,
enfim, tudo isso foi resultado dos recursos da computação gráfica e da habilidade da mão do homem.
Para cuidar dos efeitos especiais, montou-se uma estrutura de produção paralela, comandada pelo chefe da Coordenação de Efeitos Visuais, Paulo Badaró.
Para a telenovela, foram criados objetos e animais virtuais em três plataformas de computadores.
Algumas cenas da novela foram gravadas com uma grua, o que deu uma nova dimensão às imagens.
CURIOSIDADES
O Fim do Mundo foi concebida como minissérie para ser exibida às 22h. Mas a TV Globo decidiu levá-la ao ar no horário nobre, como uma novela em formato reduzido.
A novela terminou com uma homenagem ao cinegrafista Custódio Ferreira, o Negão, que morreu logo depois de gravar o último capítulo da trama, em um acidente de carro, voltando da locação em Vassouras, no interior do Estado do Rio de Janeiro.
ABERTURA
Na letra da música de abertura, O Último Dia, de Billy Brandão e Paulinho Moska, interpretada por Paulinho, havia uma pergunta que se tornou referência na novela: “O que você faria se só te restasse esse dia?” …Meu amor O que você faria se só te restasse esse dia Se o mundo fosse acabar Me diz, o que você faria Andava pelado na chuva Corria no meio da rua Entrava de roupa no mar Trepava sem camisinha Meu amor O que você faria? O que você faria? Abria a porta do hospício Dinamitava o meu carro Parava o tráfego e ria…
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Escrita pelo talentoso Miguel Falabella, a missão do autor não é fácil. Substituir um sucesso é de uma grande responsabilidade. Após a fracassada e má compreendida "Negócio da China", o autor resolveu não se arriscar em absolutamente nada. Provavelmente, a dificuldade da ridícula trama do Walcyr Carrasco, com os dinossauros e robôs, também acabou assustando Miguel Falabella. Optou-se pelo 'mais do mesmo' em todos os núcleos e situações. O que não é necessariamente ruim. A única ousadia é a narração, com a voz do autor, em alguns momentos. E ainda assim não é uma inovação porque já vimos um recurso semelhante em "As Filhas da Mãe", novela malsucedida de Silvio de Abreu.
Cláudia(Giovanna Antonelli) e Vicente(Ricardo Pereira) formarão o casal protagonista e os dois se aproximam após um encontro casual no primeiro capítulo. O Covil do Bagre(uma espécie de Portelinha de "Duas Caras") e a loja Comprare(uma cópia da Luxus de "Cobras & Lagartos") integram o núcleo pobre e rico da novela, respectivamente. Os donos da luxuosa loja querem expulsar todos os moradores da favela para que se construa uma nova sede no local. Herson Capri (Alberto) e Marília Pêra (Maruschka) dão vida aos ricaços. Jaqueline Laurence interpreta a mãe de Maruschka e usa um tapa-olho. Uma homenagem do autor às tramas mexicanas. A parceria das duas atrizes promete.
A comicidade predomina, assim como em todas as novelas desse horário. Cláudia Gimenez (Mãe Iara) é uma hilária vidente que não prevê nada. Para isso, conta com a ajuda de seu primo (Joselito-Bruno Garcia) que consegue ver o futuro. Um núcleo que se destacou foi o formado por Diogo Vilela (Felizardo Barbosa) e Stella Miranda (Locanda Barbosa). Os dois talentosos atores mostraram uma sintonia perfeita. Será fácil se divertir com eles.
Da mesma forma que os demais autores veteranos, Miguel também se repete. Vimos mais uma vez um homem travestido de mulher. Quem não se lembra do saudoso Miguel Magno interpretando a divertida Dona Roma em "A Lua me Disse" e a Doutora Percy em "Toma lá dá cá"? Agora a bola da vez é o Luis Salém que dá vida a Ana Girafa. É um ótimo ator e irá agradar facilmente.
Sandro Christopher (Bob Falcão) e Elizângela (Íntima) interpretam os pais de Belezinha (Bruna Marquezine), e a mãe é obcecada em fazer a filha ganhar todos os concursos de Miss. O pai ganha a vida se vestindo de Elvis Presley, cantando suas músicas em pequenos shows. A adolescente tem um romance proibido com o galinha Agenor (Fiuk).
Um tema mais sério será retratado em um orfanato. Já começamos a ver as agressões que Cleo (Maria Eduarda) sofre de Olga (Maria Zilda Bethlem). Será interessante ver a atriz fazendo uma vilã após papéis leves em "Caras & Bocas" e "Ti Ti Ti".
Falabella reuniu um elenco de talento e muitos só são valorizados por ele, o que é uma pena. A panelinha, em alguns casos é bem-vinda. Vários atores escalados para "Aquele Beijo" já participaram de "Salsa e Merengue", "A Lua me Disse", "A Vida Alheia", "Toma lá dá cá" e "Negócio da China". Como foi o caso da ótima Maria Vieira, atriz portuguesa que participou da última novela das 18 horas e vivia gritando: 'Quero o meu pendrauvo!', se referindo ao tão disputado pen drive da história.
Até agora temos visto uma história despretensiosa, leve, e totalmente adequada ao horário das 19 horas. O autor, aliás, nunca deveria ter deixado seu público cativo para se aventurar às 18h. Não faz o seu perfil. Ao voltar para o seu horário 'padrão', Miguel Falabella consegue atingir bem o seu objetivo. "Aquele Beijo" não é uma trama excepcional, mas cumpre bem o seu papel de divertir e entreter o telespectador. Tomara que essa boa impressão se mantenha até o final.
Há poucos anos chegava ao fim 'Além Do Tempo', espetacular novela de Elizabeth Jhin que ousou com uma passagem de tempo de mais de 150 anos em uma história fascinante sobre o amor Livia e Felipe.
Com proposta ousada e trama clássica, "Além do Tempo" foi a melhor novela de Elizabeth Jhin... Muito Melhor que Verdades Secretas (2015) do Walcyr Carrasco.
Após ter escrito três folhetins na faixa das seis (a boa "Eterna Magia", a irregular "Escrito nas Estrelas" e a fraca "Amor Eterno Amor"), Elizabeth Jhin fechou o ciclo de sua quarta e melhor novela até agora. "Além do Tempo" chegou ao fim em 15/01/2016, apresentando um desfecho lindo, onde todos os personagens confraternizaram em uma bela festa, com todos felizes e evoluídos, após tantos sofrimentos e mágoas.
A trama, dirigida com competência por Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos, foi excelente e conseguiu substituir a primorosa "Sete Vidas" da melhor forma possível, mantendo a qualidade do horário e obtendo uma média geral de 20 pontos (um a mais que a anterior).
A história era baseada na reencarnação, abordando o espiritismo, tema que a autora já havia retratado em suas duas novelas anteriores. O enredo se tratava de um dramalhão clássico, onde todos os clichês folhetinescos eram usados sem qualquer vergonha. Agora, Elizabeth ousou e entrou para a história da teledramaturgia contando sua trama em duas fases distintas, onde cada uma teve início, meio e fim. A primeira foi ambientada no século XIX, por volta de 1895, e a outra contada em 2015, com todos os perfis reencarnados, com os mesmos nomes, em uma cidade fictícia do Sul. Nunca antes um folhetim sobre vidas passadas havia apresentado o roteiro dessa forma inovadora.
Foi uma novela 'duas em uma'. Uma de época, com desenvolvimento impecável, figurino caprichado e enredo envolvente. E outra contemporânea, com um início um pouco lento, cuja quebra de ritmo pôde ser claramente sentida, mas que ganhou fôlego perto da reta final, conseguindo se mostrar tão atrativa quanto a anterior. Aliás, a autora foi muito corajosa ao mudar drasticamente seu folhetim, mesmo com a fase ambientada no século XIX sendo tão bem aceita pelo público. E ela acabou fazendo jus ao título de sua obra, mostrando que nada é resolvido em uma vida só e que há muitos sentimentos que ultrapassam o tempo.
A trama da primeira fase teve 87 capítulos, mas inicialmente não estava previsto esse número. A fase fez tanto sucesso que acabou estendida duas vezes, durando bem mais tempo do que se imaginava. Todo o clima de época, incluindo a presença de uma elegante e poderosa Condessa, interpretada magistralmente por Irene Ravache, conquistou o telespectador. Outra peculiaridade foi a mudança de rumo de Emília.
A personagem estava prevista para morrer nas primeiras semanas, só voltando na segunda fase.
Felizmente, Ana Beatriz Nogueira teve um desempenho tão admirável que a autora mudou o desfecho, mantendo a atriz do início ao fim das duas fases. E fez muito bem.
O enredo ambientado por volta de 1895 era um folhetim rasgado. Os mocinhos (Lívia e Felipe - Alinne Moraes e Rafael Cardoso), ele rico e ela pobre, precisaram lutar pelo amor que sentiam enfrentando dois vilões terríveis (Melissa e Pedro - Paolla Olveira e Emílio Dantas), passando ainda por cima da rivalidade entre as famílias, provocada pelo ódio entre Emília di Fiori e Vitória Castellini. Tudo em busca do tão sonhado final feliz. Uma situação clássica e que, quando bem conduzida, sempre atrai. A autora soube desenvolver todo o conjunto muito bem e dava gosto de assistir aos desdobramentos na vida daqueles personagens.
O figurino de época enchia os olhos, assim como o capricho dos cenários, havendo também a preocupação da luz de velas em todos os ambientes, uma vez que não ainda havia eletricidade. A frieza da Condessa e sua busca incessante pelo filho Bernardo (Felipe Camargo); o desenvolvimento do romance de Lívia e Felipe; os planos de Melissa com a mãe Dorotéia (Júlia Lemmertz) e o irmão Roberto (Rômulo Estrela); a amargura da governanta Zilda (Nívea Maria) e suas constantes brigas com o filho Afonso (Caio Paduan); a crueldade do asqueroso Bento (Luiz Carlos Vasconcelos) e sua obsessão pela cozinheira Rosa (Carolina Kasting); a comicidade presente na família de Mássimo Pasqualino (Luis Melo); o lindo amor surgido entre Gema (Louise Cardoso) e Raul (Val Perré); o imenso rancor de Emília e seus embates com Vitória; enfim, tudo funcionou a contento, fazendo da novela uma produção impecável.
A reta final da primeira fase fez jus ao todo, presenteando o público com sequências avassaladoras.
O momento que a Condessa atira no próprio filho foi impactante, ao mesmo tempo que primou pela emoção todo o desenvolvimento do imenso amor que surgiu entre Vitória e a neta Lívia. Foi a mocinha, inclusive, a responsável pelo amolecimento do coração da avó. A linda fuga da protagonista com Felipe, no dia do noivado do Conde com Melissa, remetendo aos contos de fadas, também foi uma sequência memorável. O aguardado abraço que Lívia deu em Vitória, para o desgosto de Emília, foi outro grande momento. Já todas as cenas derradeiras do quarteto central em um penhasco tiraram o fôlego do público. O instante que Pedro e Felipe fazem um duelo de esgrima, enquanto Melissa empurra a rival desfiladeiro abaixo, impressionou pelo alto nível de tensão. O mesmo vale para a hora que o vilão mata a ex de Felipe com um golpe certeiro de espada e assassina o mocinho, fazendo o inimigo cair com Lívia abraçada a ele.
E a mudança de fase foi uma das sequências mais aguardadas da produção, honrando a expectativa do telespectador. Tanto que foi uma das maiores audiência da novela. A cena
em que Lívia opta por morrer afogada ao lado do seu grande amor --- em uma clara alusão ao clássico "Romeu e Julieta" ---, sendo imediatamente engolida pelas águas, enquanto o tempo é bruscamente alterado, já exibindo os mocinhos se encontrando em uma estação de metrô (mais de 100 anos depois),
foi impecável. Tudo ao som da bela música "Together", do grupo The XX. Um momento que já entrou para a história, sem exagero. Toda a química entre Alinne Moraes e Rafael Cardoso, aliás, ajudou a deixar aquele instante ainda mais arrepiante.
A autora conseguiu fazer uma transição de fase primorosa, deixando toda aquela situação claramente absurda e fantasiosa, (por que não?) crível. Por um momento, mesmo que rápido, até o mais cético espectador se viu tocado por uma ligeira esperança de recomeço. E o início da segunda fase se mostrou extremamente atrativo em virtude dos reencontros de todos, com muitos deles reencarnados de uma forma diferente ---- vide Zilda (extremamente amorosa), Emília (milionária e fria) e Vitória (sofrida e triste), por exemplo. Todas as cenas que exibiram esses novos (e velhos) encontros proporcionaram grandes arrepios. As rivalidades da vida passada reacenderam, assim como os laços afetivos e amores renasceram. As situações despertaram interesse, principalmente em torno do que viriam a se transformar na nova encarnação. E a direção acertou em cheio ao usar diálogos marcantes da fase anterior como complemento das cenas e no encerramento dos capítulos, provocando um clima de tensão maior.
E como já mencionado, houve uma brusca queda de ritmo que foi claramente percebida. A grande demora em desenvolver as novas relações foi sentida e até mesmo Lívia e Felipe perderam o destaque que tinham. A Vitória sem o aparato de Condessa ficou mais apagada, inevitavelmente. Outros perfis também perderam a importância, como Zilda, que ficou sem história, e Luís (Carlos Vereza), que era padre na primeira fase e virou um prefeito passivo na segunda. O enredo caminhava a passos lentos e muitas vezes não havia nada de interessante nos capítulos. O núcleo cômico, inclusive, perdeu parte do encanto, uma vez que a família de Mássimo demorou demais para se 'reunir' e quando todos se juntaram já não havia tanto destaque. A própria audiência decaiu, embora o horário de verão tenha colaborado um pouco, claro. Parecia que a impecável novela não era mais tão perfeita assim.
Felizmente, quando a segunda fase foi chegando por volta da metade ---- mais especificamente quando Alberto (Juca de Oliveira) chegou em Belarrosa ---- , Elizabeth Jhin voltou a contar uma história interessante, acelerando os acontecimentos.
A separação de Felipe, provocando um descontrole emocional em Melissa, e a esperada revelação de que Emília era filha de Vitória, proporcionaram boas reviravoltas na trama ambientada em 2015. Destaque, inclusive, para a dilacerante e grandiosa cena em que Alberto conta para a ex que a Mili estava viva, implicando no embate entre mãe e filha, e na fortificação do laço entre avó e neta, que foram outras excelentes sequências. Vale mencionar ainda o impactante acidente de carro de Emília, que ficou entre a vida e a morte depois que descobriu que o pai a enganou durante todo o tempo, alimentando um ódio sem fundamento.
E os dois últimos dias de novela foram primorosos.
O penúltimo capítulo exibiu a aguardado abraço de Vitória e Emília, que finalmente se reconciliaram. Um perdão que não aconteceu na primeira fase, provocando todo um rancor na segunda, desta vez com as rivais sendo mãe e filha. A cena das duas personagens chorando copiosamente, após Emília ter saído do coma e apertado a mão de Vitória, foi lindíssima.
Ana Beatriz Nogueira e Irene Ravache foram magistrais e vale elogiar ainda Alinne Moraes, que depois participou da sequência, representando as três gerações da família juntas em harmonia.
Lívia conseguiu, finalmente, juntar a mãe e a avó em 2015, depois de muito tentar no século XIX. Outras belas sequências foram os pedidos de casamento: Mássimo se declarou para Salomé, provocando a alegria de Felícia (Mel Maia), Bernardo perdoou Emília, e Anita expôs todo o seu amor para Afonso, pedindo a sua mão.
Luis Melo, Inês Peixoto, Letícia Persiles e Caio Paduan se destacaram.
A morte de Alberto, que cai das escadas, pedindo perdão para a filha e não resistindo, foi emocionante. Juca de Oliveira brilhou. A cena de perseguição de Felipe a Pedro foi ótima e o momento que o mocinho coloca a sua caminhonete na frente do jatinho do vilão muito bem dirigido. E a melhor cena foi a alusão ao desfecho da primeira fase, mas com resultados bem diferentes. Lívia e Felipe foram ameaçados por Pedro com uma arma, diante do mesmo penhasco de séculos atrás, mas desta vez conseguiram escapar do fim trágico. Melissa salvou a vida do casal e, em meio a uma luta corporal, atirou em seu algoz do passado. O canalha morreu e Melissa estendeu a mão para Lívia (agora era a mocinha quem se apoiava na pedra e não Felipe). Ariel aumentou as forças da mãe de Alex, que conseguiu salvá-los, se redimindo no final.
Paolla Oliveira, Rafael Cardoso, Alinne Moraes e Emílio Dantas impecáveis. Vale mencionar a música Together (The XX), tocada na primeira fase e durante a sequência, que foi mesclada com flashbacks. Arrepiou.
O casamento de Afonso e Anita emocionou, assim como o casório de Salomé e Mássimo. O tocante conselho que Dorotéia deu para Melissa também merece menção, assim como o desempenho de Júlia Lemmertz e Paolla Oliveira. E a declaração de amizade eterna que Vitória fez para Zilda destacou o talento de Irene Ravache e Nívea Maria. O momento divertido ficou por conta do desfecho de Dorotéia, toda feliz com seu marido rico. Já a última sequência, com todos reunidos e confraternizando ---- onde personagens e atores se misturaram por alguns minutos ----, enquanto o Mestre declamava um texto lindo de amor e evolução, foi belíssima. Othon Bastos deu show. A última cena, inclusive, foi a de Lívia e Felipe se beijando, diante de uma bela vista, mostrando o amor que não cabia em uma só vida --- o lema do folhetim.
Ainda houve o tocante áudio de uma bela mensagem do espírita Chico Xavier, enquanto os créditos subiam, encerrando a novela com chave de ouro.
A trama fechou seu ciclo e cumpriu sua missão. É necessário ainda fazer uma menção ao talentoso elenco escalado, que engrandeceu o folhetim. Alinne Moraes e Rafael Cardoso tiveram muita química, Paolla Oliveira se destacou como a vilã Melissa, Emílio Dantas estreou na televisão com o pé direito vivendo o psicótico Pedro, Ana Beatriz Nogueira deu um show na pele da amargurada Emília e Irene Ravache mostrou o porquê de ser uma das mais respeitadas atrizes brasileiras com a sua nobre Vitória. E os elogios se estendem a Juca de Oliveira (Alberto), Luis Melo, Inês Peixoto, Luiz Carlos Vasconcelos (Bento), Carolina Kasting (Rosa), Júlia Lemmertz (Dorotéia), Nívea Maria (Zilda), Romulo Estrela (Roberto), Dani Barros (Severa), Felipe Camargo (Bernardo), Letícia Persiles, Caio Paduan, Louise Cardoso (Gema), Val Perré (Raul), Zécarlos Machado (que entrou na segunda fase como o preconceituoso Queiroz), Carlos Vereza, Norma Blum (Matilde), Ana Flávia Cavalcanti (Carola), Daniela Fontan (Rita), Flora Diegues (Bianca), Wagner Santisteban (Pérsio), Marcelo Torreão (Botelho), Nica Bonfim (Neném), Klara Castanho (Alice), Maria Joana (Michele), Cadu Libonati (Mateus), Othon Bastos (Mestre), Michel Melamed (Ariel), Cassiano Carneiro (Walmir), Saulo Arcoverde (Cícero), Elisa Brites (Berenice) e as crianças Mel Maia, João Gabriel D`Aleluia (Chico) e Kadu Schons (Alex).
"Além do Tempo" foi a melhor novela de Elizabeth Jhin. A autora conseguiu contar uma história tipicamente folhetinesca de forma inovadora e envolvente, deixando a sua marca na teledramaturgia através da impactante cena da mudança de fases. A trama de época foi bem mais atrativa que a contemporânea, mas o conjunto se mostrou merecedor de vários elogios, principalmente em virtude da ideia ousada da escritora. A produção chegou ao fim com um ótimo capítulo, onde a emoção e a tensão se misturaram, fazendo jus ao encerramento de toda boa novela. Os amores ultrapassaram o tempo; alguns personagens evoluíram, enquanto outros repetiram os mesmos erros; as vidas se entrelaçaram várias vezes; o perdão foi exposto de todas as formas, e o público foi presenteado com uma trama muito bem estruturada.
Valeu a pena ter mergulhado nessa dupla fantasia... Saudades da cena icônica do metrô, da Condessa Vitória, Melissa, enfim, de tudo. Novelão!
"Torre de Babel": a polêmica novela de Silvio de Abreu
No dia 25 de maio de 1998, estreou no horário nobre da Globo "Torre de Babel", novela substituta de "Por Amor", sucesso de Manoel Carlos. A trama ficou no ar até 15 de janeiro de 1999, sendo substituída por um dos maiores fracassos da emissora: "Suave Veneno", de Aguinaldo Silva. A história de Silvio de Abreu apresentou alguns problemas iniciais, mas o autor conseguiu revertê-los, transformando sua produção em um sucesso.
Dirigida por Denise Saraceni, a trama começa em 1978, contando a vida de José Clementino (Tony Ramos), um homem humilde que trabalha na construção de um prédio, que faz parte de uma das muitas obras da construtora do rico engenheiro César Toledo (Tarcísio Meira). Durante uma festa, em comemoração ao final das obras, o protagonista sente falta de sua esposa. Ao encontrá-la, o rapaz a vê tendo relações com dois homens e surta. Acaba matando a mulher e um dos homens a golpes de pá. Uma situação fortíssima e ousada para uma novela, mostrando a coragem de Silvio de Abreu em sair do lugar-comum.
César, que também estava no evento, ouve os gritos, contém o empregado com a ajuda de outros operários e chama a polícia. Clementino é preso e o testemunho de seu chefe é decisivo para a sua condenação: 19 anos de prisão. Vinte anos se passam e a novela inicia uma segunda fase, baseada na saída do protagonista da prisão, que busca vingança contra a família Toledo. A história era fascinante e típica de um folhetim, ao mesmo tempo que ousava com uma situação forte demais até mesmo para uma produção das nove.
O curioso é que o autor precisou alterar um pouco a personalidade de Clementino por conta da rejeição do público, que não aceitou ver Tony Ramos viver um tipo tão assustador e agressivo, após ter interpretado tantos tipos íntegros. Agora este não foi o único problema da trama. O casal homossexual Rafaela e Leila, interpretado por Christiane Torloni e Silvia Pfeifer, não foi aceito pelo telespectador conservador. E a trama do viciado Guilherme (Marcelo Antony), filho problemático de César e Marta (Glória Menezes), foi outra que sofreu estranhamento, devido às fortes cenas do rapaz injetando drogas em seu corpo.
Como se nota, Silvio de Abreu quis presentear seu público com várias situações fortes e polêmicas, o que é sempre válido. Pena que na época nada disso tenha sido bem compreendido. E a solução do autor foi simples, ao mesmo tempo que responsável pela grande virada da trama, até hoje lembrada pelos telespectadores: a explosão do Shopping Tropical Towers.
Clementino inicia seu plano de vingança e arruma um emprego de vigia no shopping, com o intuito de colocar explosivos no prédio, destruindo um dos grandes empreendimentos de César Toledo, mas sem ferir inocentes; ou seja, detonando as dinamites com o prédio vazio. Entretanto, algo sai errado: todos os artefatos e seus planos escritos desaparecem do ferro-velho onde ele vive com seu pai (o violento Agenor - Juca de Oliveira), os meio-irmãos (Gustinho - Oscar Magrini e Boneca - Ernani Moraes) e com sua filha mais nova, Shirley (Karina Barum), que sofre com um defeito físico na perna.
Os explosivos acabam sendo acionados no dia seguinte ao desaparecimento, com o shopping em funcionamento, o que resulta em uma grande tragédia, matando várias pessoas, entre elas, Rafaela, Leila e Guilherme. A cena da explosão foi antológica e marcou a teledramaturgia, com um show de efeitos especiais. O mistério em torno do 'quem explodiu' (ao invés do 'quem matou') passou a dominar a trama, despertando interesse do público e imprimindo um tom policial na história.
Entre outros bons núcleos do folhetim, é preciso lembrar do protagonizado pela milionária hipocondríaca Deolinda Falcão e seu mordomo Cláudio, interpretados com maestria pelos saudosos Cleyde Yáconis e Carvalhinho. Havia também a dupla dinâmica Bina e Luzineide (a muda que se revelou uma faladeira no último capítulo), vividas por Cláudia Jimenez e Eliane Costa, onde uma impedia a outra de falar. Vale destacar filha mais velha de Clementino Sandrinha (Adriana Esteves) ao lado de Ângela (Cláudia Raia). E foi nesta novela que surgiu um dos personagens mais marcantes da teledramaturgia: o Jamanta (ótimo Cacá Carvalho), que sofria de problemas mentais e teve seu bordão "Jamanta não morreu!" na boca do povo ---- o sucesso foi tanto que Silvio o trouxe de volta em "Belíssima", anos depois.
No final da novela foi revelado que o responsável pela explosão era Sandrinha (Adriana Esteves, que brilhou do início ao fim na pele da vilã interesseira), filha mais velha de Clementino, que nunca perdoou o pai por ter matado sua mãe. Vale destacar também uma outra grande vilã da trama, interpretada com brilhantismo por Cláudia Raia: a psicopata Ângela, que nutria um amor-platônico por Henrique Toledo (Edson Celulari).
E, como toda produção do autor, o elenco era primoroso. Além de Tarcísio Meira, Glória Menezes, Tony Ramos, Cláudia Raia, Cleyde Yáconis, Carvalhinho, Adriana Esteves, Edson Celulari, Christiane Torloni, Cláudia Jimenez e Juca de Oliveira, tinha também Etty Fraser, Stênio Garcia, Maitê Proença, Natália do Vale, Letícia Sabatella, Irving São Paulo, entre tantos outros.
"Torre de Babel" foi mais uma grande novela de Silvio de Abreu e, mesmo com as dificuldades iniciais, foi uma grandiosa produção, que deixou sua marca na história da teledramaturgia e no horário nobre da televisão.
Finalmente Lícia Manzo estreará no horário nobre da televisão, após vários adiamentos e cancelamentos sem propósito. Após as primorosas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", que abrilhantaram a faixa das seis, a autora apostará no dramalhão clássico para arrebatar o público.
Cauã Reymond viverá gêmeos, um pobre e um rico. O milionário viverá cercado de mimo da mãe milionária, vivida por Ana Beatriz Nogueira, enquanto o humilde cairá em um orfanato. Ocorre que o rico entrará em coma e a vilã, vivida por Alinne Moraes, obrigará o gêmeo pobre a assumir a identidade do outro para tocar os negócios da família. Andreia Horta viverá a mocinha e o elenco ainda conta com nomes como Mariana Lima, Andrea Beltrão, Zezé Motta, Daniel Dantas, Gabriel Leone, Denise Fraga, entre outros. Promete.
Alessandro Marson e Thereza Falcão são os autores e planejam contar o que aconteceu anos depois do término de "Novo Mundo", folhetim primoroso que escreveram em 2017. Eles, inclusive, escalaram Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter para interpretarem novamente os impagáveis Licurgo e Germana.
A premissa da nova história será a chegada da Condessa de Barral (Mariana Ximenes) à Corte, em 1856. Ela desembarcará no Rio de Janeiro para ser a preceptora de Isabel e Leopoldina, filhas de Dom Pedro II, vivido por Selton Mello ---- a Condessa, inclusive, será sua amante. Michel Gomes e Gabriela Medvedovski serão os protagonistas jovens. Já Giullia Gayoso deverá ser a Princesa Isabel.
A novela das seis substituirá "Éramos Seis" e a estreia está prevista para o final de março.
A missão de Daniel Ortiz será complicada, pois substituir o fenômeno "Bom Sucesso" no horário das sete na TV é um desafio e tanto. Por isso, o autor apostará na comédia farsesca para agradar o público. Embora a premissa da história, dirigida por Fred Mayrink, pareça séria ---- as três protagonistas (vividas por Juliana Paiva, Vitória Strada e Deborah Secco) se conhecem e logo precisam mudar de identidade ao presenciarem o assassinato de um juiz ----, o conjunto será baseado em elementos clássicos de folhetim das 19h. Porém, o escritor já teve uma experiência bem-sucedida com o mesmo desafio. O carisma do trio central, pelo menos, o escritor já garantiu.
É a primeira vez que Daniel escreve uma produção de sua autoria ---- "Alto Astral" era baseada na sinopse da saudosa autora Andrea Maltarolli e "Haja Coração" um remake de "Sassaricando", de 1987. Juliana Paiva, Deborah Secco e Vitória Strada são as protagonistas da nova novela e o trio promete protagonizar muitas cenas engraçadas ao longo dos meses, embora virem fugitivas de uma assassina chefe de quadrilha. Há um quê de "Três Patetas", onde uma é a mais burra, a outra a mal-humorada e a última a inteligente.
Os sonhos de Luna (Juliana), Alexia (Deborah) e Kyra (Vitória) são interrompidos quando elas presenciam a execução de um juiz (vivido por Ailton Graça) e são obrigadas a viver sob custódia do Programa de Proteção à Testemunha. Para sobreviver, elas mudam o nome, a aparência, o estilo de vida e vão morar na fictícia Judas do Norte, no interior de São Paulo, depois que são dadas como mortas. Luna assume o nome de Fiona, Alexia vira Josimara e Kyra é Cleyde, novas pessoas com um padrão de vida bem diferente. Elas serão acolhidas por uma família protetora --- João Baldasserini e Grace Gianoukas estarão no núcleo, e os caipiras não sabem nada sobre o passado delas --- e vão precisar seguir regras rígidas para permanecerem no programa. A primeira é a interrupção imediata de qualquer tipo de contato com conhecidos, por isso, celulares e redes sociais são proibidos, assim como frequentar lugares do passado.
O trio, é obvio, não vai conseguir permanecer na clandestinidade e isolado por muito tempo, já que a sensação de perda de liberdade será um incômodo difícil de superar. Assim, elas decidem fugir para São Paulo para tentarem retomar suas vidas. Somente o tempo colocará à prova os sonhos que essas três mulheres perseguiram por toda vida. Luna era uma jovem estudante de fisioterapia e estava perto de conseguir o sonhado diploma. Alexia era uma atriz em ascensão prestes a viver o auge da carreira, enquanto Kyra preparava para realizar o casamento dos sonhos com o empresário Rafael (Bruno Ferrari) --- que tem uma ex-namorada obsessiva, Renatinha (Juliana Alves), sua atual secretária.
Luna é mexicana, filha de brasileiros, funcionária de um resort em Cancún. É lá onde as protagonistas se conhecem. E também onde ocorre um furacão devastador. Justamente no dia do fenômeno climático é que ocorre o assassinato testemunhado por elas. E voltando ao enredo da quase fisioterapeuta, a personagem tem o sonho de reencontrar a mãe no Brasil. Helena - Flávia "Diva" Alessandra - desapareceu quando Luna ainda era criança e por isso a moça foi criada apenas pelo pai, Mário (Murilo Rosa). Ela conta com a ajuda do ex-namorado, Juan (José Condessa), de quem ainda gosta, ocorre de não ter perdoado uma traição do passado.
Alexia é filha de Graziela (Debora Olivieri), irmã da invejosa Petra (Bruna Guerin), e neta de Ignácio (Otávio Augusto), com quem mantém uma relação de cumplicidade. É ele o grande incentivador de sua carreira. Acontece que o encontro com o enigmático Renzo (Rafael Cardoso) muda a vida da personagem. Isso porque ele é sobrinho de Dominique (Guilhermina Guinle), a grande vilã da novela e a responsável pela morte do tal juiz. Os dois acabarão se envolvendo momentos antes do crime e ele ainda a verá na hora do assassinato, durante uma forte tempestade provocada pelo furacão.
Já Kyra é filha de Agnes (Carolina Kasting) e irmã mais velha de Bia (Valentina Bulc) e Junior (Igor Cosso). Uma típica patricinha bem de vida, cujo único sonho era se casar e ser feliz com Rafael. E depois que assumir sua nova identidade para fugir da morte e escapar do interior de São Paulo, a agora Cleyde vai trabalhar como babá dos filhos de um viúvo, o advogado Alan (Thiago Fragoso). Ele é pai de três filhos adotivos: Tarantino (Daniel Rangel), Queen (Alice Palmar) e Mosquito (Ygor Marçal). O homem viverá para o trabalho, e se encantará pela atrapalhada personagem.
"Salve-se Quem Puder" tem a direção de Fred Mayrink e Daniel Ortiz e reunirá todos os elementos clássicos de um bom folhetim das sete. Resta apenas torcer para que a premissa do enredo tenha fôlego para tantos meses no ar e não se perca como tantas tramas da mesma faixa como Totalmente Demais, Deus Salve o Rei, Haja Coração, etc. Dandara Mariana, Aline Dias, Felipe Simas, Leopoldo Pacheco, Marcos Pitombo, Sabrina Petraglia, Marianna Armellini, Jacqueline Laurence, Marilu Bueno, Cristina Pereira, Cosme dos Santos e Ana Carbatti são mais alguns nomes do elenco.
Fábio Porchat rescindiu seu contrato com a Globo para buscar novos desafios. Uma atitude corajosa. E valeu a pena.
"Que História É Essa Porchat?" merecia a TV aberta desde sua estreia no GNT
A saída de Fábio Porchat da Record foi muito bem planejada pelo apresentador. O "Programa do Porchat" durou apenas dois anos, entre 2016 e 2018, e Fábio se sentiu limitado pela emissora. Também não conseguia bons convidados pelas proibições impostas pela Globo. Em 2019, conseguiu criar um então promissor projeto na GNT assim que se desligou do canal. Não pediu demissão sem um plano B. O canal a cabo da líder também já era um passaporte para a sua migração no futuro, que veio a acontecer agora com a estreia do "Que História É Essa, Porchat?" na TV aberta.
A primeira temporada estreou em agosto do ano passado e foi um sucesso. Não só de crítica, mas de repercussão e interesse dos artistas pelo programa. O êxito se deu pela simplicidade do formato. Não é mais um talk-show ou outra atração típica de entrevistas. Porchat optou pela intimidade filmada. Mas não invadindo a privacidade dos convidados e, sim, os chamando para ouvir histórias curiosas que tinham para contar. A escolha é da pessoa. Basta lembrar de algum acontecimento marcante que já viveu e ainda não expôs na televisão ou pouca gente sabe. Parece bobagem, mas funcionou.
São sempre três convidados por programa contando fatos curiosos. E o palco é organizado em um quase quadrado com Fábio e seus entrevistados, um de frente para o outro. A plateia fica em volta e também participa porque o apresentador sempre consegue deliciosas declarações de anônimos, como a menina que foi parar em uma festa promovida por Luciano Huck. O formato funciona como um grande bate papo entre amigos. É como se uma câmera fosse colocada clandestinamente em alguma reunião de famosos. As conversas fluem tão bem que o tempo passa rápido. Cláudia Raia, Tony Ramos, Glória Maria, Welder Rodrigues, Regina Casé, Ivete Sangalo, Ney Latorraca e Fernanda Torres foram alguns dos ilustres participantes da primeira temporada.
O apresentador conseguiu emplacar um ótimo programa no canal a cabo GNT, fugindo daquele tradicional formato de talk-show que virou moda no país. Fábio reúne três convidados especiais por edição para ouvir histórias curiosas de cada um, incluindo a participação de pessoas da plateia, que também contam situações hilárias sobre algum momento da vida.
São tantas histórias interessantes que várias viraram memes, como Fernanda Torres falando de sua passagem "totalmente drogada" pelo "Altas Horas", programa de Serginho Groisman na televisão. Chegou para ficar.
A quarta temporada do programa de maior sucesso do Multishow foi mais curta que as anteriores por conta da gravidez de Tatá Werneck ---- ela passou muito mal com constantes enjoos durante toda a gestação. Mesmo assim, o talk-show seguiu maravilhoso, vide as ótimas entrevistas com Chay Suede, Ana Maria Braga, Selton Mello e Rodrigo Santoro. A televisão ainda resolveu exibir as outras temporadas em sua grade, o que gerou um ótimo retorno da audiência.
Após anos apostando apenas em novelas bíblicas repetitivas, a Record resolveu voltar a produzir folhetins contemporâneos e acertou com a história bem escrita por Cristianne Fridman. Os mocinhos tiveram química, a autora ousou em algumas tramas, como a abordagem do aborto, e a audiência foi satisfatória.
Record volta a apostar em uma novela contemporânea com "Topíssima" e faz bem
Há cinco anos a Record não produzia uma novela não bíblica contemporânea. A última era "Vitória", de Cristianne Fridman, exibida em 2014. Ironicamente, a autora que marca essa volta aos folhetins atuais é a mesma Cristianne, que estreou "Topíssima", nesta terça-feira, dia 21, às 19h55, na faixa que exibia a reprise de "A Terra Prometida". A escritora, inclusive, também está no ar com outra produção inédita: "Jezabel", exibida logo após essa sua nova empreitada, às 20h45.
O novo folhetim enfrentou problemas antes da estreia. Isso porque Cristianne foi chamada pela Record, em 2017, para criar uma história para a faixa das sete. A sinopse foi aprovada em agosto e entraria no ar no primeiro semestre de 2018, substituindo "Belaventura". O título era "Rosa Choque" e só depois virou "Topíssima". Vários atores foram contratados pela emissora para a produção, mas tempos depois o projeto acabou cancelado em virtude do corte de custos. O canal manteria apenas a faixa das 20h45 com novelas inéditas e sempre bíblicas. A das sete seria preenchida com reprises.
Em novembro de 2018, a trama foi desengavetada pela emissora e a autora voltou a trabalhar na produção. Agora, em maio de 2019, finalmente foi ao ar. E já é possível observar vários elementos que Fridman adora: crimes, sequestros, mistérios envolvendo assassinatos e cenas de ação. A estreia foi bem movimentada e a correria nos acontecimentos ficou evidente, principalmente em virtude da edição brusca das cenas. Mas a maior preocupação foi apresentar as dificuldades que os mocinhos terão com a polícia e o jogo de gato e rato que protagonizarão em vários momentos.
Sophia (Camila Rodrigues) é uma empresária independente que sempre abriu mão dos romances pela vida profissional. Prestes a assumir a presidência do Grupo Alencar (que administra faculdades particulares), é obrigada pela mãe (a fútil Lara - Cristiana Oliveira) a assinar um termo de que se casará dentro de um ano ou perderá o cargo. Quem não gosta é Paulo Roberto (Floriano Peixoto), meio-irmão de Lara que comandava o grupo pela incapacidade da perua para os negócios. Ele é o grande vilão da novela e mantém uma rede de tráfico com o policial corrupto Pedro (Felipe Cardoso) e o químico americano Taylor (Emilio Orciollo Neto), que desenvolve uma nova droga chamada Veludo Azul.
Já na favela do Vidigal mora Antônio (Felipe Cunha), um taxista honesto que ajuda a mãe (Mariinha - Silvia Pfeifer) com o restaurante Cantinho da Laje, mas que se tornou amargo assim que foi abandonado pela noiva (Aline Riscado), que o trocou justamente pelo traficante Pedro. Ela, inclusive, acaba assassinada pelo criminoso assim que descobre a verdade sobre o tráfico e Antônio vira o principal suspeito do crime. Ele e Sophia se encontram em virtude de uma batida de trânsito e têm uma briga feia. A ricaça, por sinal, até o reconhece porque costuma espiar a vida de moradores da comunidade em uma luneta, posicionada bem na janela de sua mansão. Os dois acabam se encontrando novamente pouco tempo depois, mas na cadeia porque Sophia também vira suspeita do crime ---- e essa parte não fez o menor sentido.
A história, vale observar, começou com uma breve cena seis meses à frente. A mocinha caminhava com a blusa manchada de sangue depois de ter visto sua mãe morta com uma facada nas costas. Ou seja, além do conflito envolvendo o assassinato da ex-noiva de Antônio, há ainda outro mistério a ser desmembrado. O elenco conta com nomes como Denise Del Vechio, Paulo César Grande, Kadu Moliterno, Eri Johnson, Rayanne Morais, Samara Felippo, Suzana Alves, Marcella Rica, Pérola Faria, Cássia Linhares, Sidney Sampaio, Juliana Didone, entre outros.
"Topíssima", dirigida por Rudi Lagemann, marca a volta da Record com novelas contemporâneas e a medida é muito válida, principalmente diante do evidente desgaste dos enredos bíblicos ---- "Jezabel" é um bom produto, mas está fracassando na audiência. Cristianne Fridman parece ter uma boa história em mãos.
Jandira morre em "Topíssima": Brenda Sabryna expôs muito bem toda a angústia de uma menina desesperada que se vê sem saída e precisa fazer um aborto clandestino. A cena da morte foi bem escrita por Cristianne Fridman. e dirigida por Rudi Lagemann.
Madalena chora a morte da filha em "Topíssima": O desespero da mãe que perdeu sua menina foi brilhantemente interpretado por Denise Del Vechio, uma atriz que nunca decepciona e é um dos maiores nomes da teledramaturgia da Record.
O quinto remake do romance de Maria José Dupré, baseado na novela exibida pelo SBT em 1994, mantém as qualidades vistas nas produções anteriores, além de algumas diferenças. Angela Chaves vem conduzindo bem essa versão exibida pela TV aberta e o folhetim prima pelo capricho da direção de Carlos Araújo. O elenco também foi escalado com precisão e Glória Pires brilha como Dona Lola, assim como vários outros intérpretes, vide Cássio Gabus Mendes, Nicolas Prattes, Kelzy Ecard, Carol Macedo, Simone Spoladore e Ricardo Pereira. O folhetim tem conseguido uma boa audiência, provando que enredos mais tristes ou mais densos não afastam o público quando bem expostos.
Júlio chega bêbado e estraga festa da filha em "Éramos Seis": O patriarca da família Lemos se esquece do aniversário de Isabel e chega tarde em casa, caindo de bêbado. Todos se assustam e Júlio ainda se desequilibra e leva ao chão a toalha de mesa com todos os doces e salgadinhos da festa da menina. Maju Lima emocionou e Antônio Calloni, Virginia Rosa e Glória Pires também se destacaram.
Família Lemos se diverte na praia em "Éramos Seis": Após muitos entreveros familiares, Júlio resolve fugir um pouco dos problemas para agradar a ranzinza mãe e leva a família para Santos. Todos se divertem e as sequências primaram pela direção caprichada de Carlos Araújo e sintonia dos atores. A delicadeza reinou naquele tão raro momento de harmonia familiar.
Filhos se sacrificam pela mãe em "Éramos Seis": Os quatro filhos resolvem presentear Lola no Natal e para isso fizeram alguns sacrifícios pelo dinheiro. Carlos fez pequenos favores, Alfredo trabalhou e Isabel vendeu doces. Já Julinho vendeu seu cachorro tão amado. A cena do menino se desfazendo de seu grande amigo foi comovente, destacando Davi de Oliveira. Xande Valois, Maju Lima e Pedro Sol também se destacaram em mais uma sequência sensível do folhetim escrito por Angela Chaves e baseado na obra de Maria José Dupré.
Inês e Afonso se despedem em "Éramos Seis": Seguindo ordens da mãe para viajar com ela e seu pai biológico, a menina chora ao se despedir de seu pai de criação e o último abraço de Afonso e Inês foi comovente. Gabriella Saraivah e Cássio Gabus Mendes emocionaram e tiveram uma bonita sintonia.
Inês vai embora sem se despedir de Carlos em "Éramos Seis": A menina não consegue encontrar o seu amor e acaba se despedindo apenas de Alfredo. A triste cena foi lindamente protagonizada por Gabriella Saraivah e Pedro Sol. Já Xande Valois brilhou com o choro solitário de Carlos no lugar onde ficava com sua namorada. Outra sequência conduzida com muita sensibilidade pela direção de Carlos Araújo.
Lola sonha futuro dos filhos em "Éramos Seis": Emocionada com o presente que ganhou dos herdeiros, Lola imagina o futuro bem-sucedido de cada um e as imagens acabaram refletidas na caixinha de música comprada por eles. Uma cena poética e lindamente interpretada por Gloria Pires e Antônio Calloni.
Júlio se emociona e passa mal em "Éramos Seis": O patriarca não contém a sua alegria ao receber seu tão sonhado cheque de Tia Emília (Susana Vieira) e chora, imaginando o bom futuro de sua família. Porém, logo depois sente uma forte dor e cai, deixando a bengala e o cheque no chão. Antônio Calloni protagonizou uma cena triste e muito bem realizada.
Júlio sonha pela última vez em "Éramos Seis": Pouco antes de falecer, o patriarca da família Lemos imagina o sucesso como sócio de Seu Assad (Wernner Schuneman) e a cena de Júlio mostrando a loja nova para os filhos é comovente. Só não emociona mais que a última dança de Júlio e Lola, sendo observados pelos quatro filhos. A sequência mais sensível da atual novela das seis que arrancou muitas lágrimas do público. Uma das cenas mais primorosas de 2019.
Júlio morre em "Éramos Seis": "O pai se foi, mãe". A frase de Carlos dilacera a família Lemos e aquele choro coletivo foi de dilacerar a alma de quem assistia. Glória Pires, Danilo Mesquita, André Luiz Frambach e Giullia Buscacio emocionaram sem esforço. Cena triste e de fácil identificação.
Afonso e Inês se reencontram em "Éramos Seis": Era um dos momentos mais aguardados da novela das 18h. E fez valer a espera. Carol Macedo e Cássio Gabus Mendes deram um banho de emoção e delicadeza na linda cena. "É Inês? A minha Inês?" "Sou eu. Sua Inês, meu pai".
A novela das sete de Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida com maestria por Luiz Henrique Rios, é um fenômeno de audiência e todo o sucesso é merecido.
Os autores, responsáveis pelas também ótimas "Malhação - Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016), emplacaram outro produto de qualidade e conquistaram o público com uma história deliciosa que aborda a literatura com delicadeza, apresenta personagens bem construídos, forma casais apaixonantes e ainda explora viradas que emocionam e tiram o fôlego com boas doses de tensão. Os responsáveis sabem que o povo quer dramaturgia de verdade e novamente conseguiu criar vários tipos populares, entre tantos. Ainda evitou a famigerada 'barriga' (período de enrolação) inserindo na Dona do Pedaço do Walcyr Carrasco.
Destaque para elenco que brilharam ao longo da trama. Impossível não se envolver com Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela), Alberto (Antônio Fagundes), Nana (Fabiula Nascimento), entre tantos outros bons e bem interpretados perfis. É o melhor folhetim das 19h desde "Cheias de Charme".
Melhores eventos nessa novela de televisão - Bom Sucesso:
Paloma surta e quebra vitrine em "Bom Sucesso": Achando que tem apenas seis meses de vida, Paloma se cansa dos desaforos da patroa e quebra a vitrine da loja onde trabalhava na ótima novela de Rosane Svartman e Paulo Halm. Grazi Massafera brilhou e provou que tinha mesmo que ser a protagonista da história.
Paloma descobre que não vai morrer em "Bom Sucesso": O fim da confusão envolvendo a troca de exames ocorreu logo na primeira semana de novela e Grazi Massafera mais uma vez se destacou com a emoção e a alegria de Paloma. A esperança renascia.
Bandidos assaltam mansão de Alberto em "Bom Sucesso": A sequência do roubo foi uma das melhores da ótima novela das sete e vale destacar a direção de Luiz Henrique Rios, além das grandes atuações de Grazi Massafera, Antônio Fagundes, Rômulo Estrela, Fabíula Nascimento, entre tantos mais.
Waguinho salva Alice em "Bom Sucesso": Mesmo sendo um dos responsáveis pelo assalto, o garoto se arrepende quando vê a menina quase sendo violentada por um dos marginais. A forte cena foi muito bem interpretada por Bruna Inocêncio e Lucas Leto.
Diogo mata Eric em "Bom Sucesso": O vilão vivido com brilhantismo por Armando Babaioff se transforma em um assassino quando joga o carro do então inimigo para fora da pista, após uma ótima cena de perseguição. Jonas Bloch também se destacou e a direção merece elogios pelos bons efeitos especiais.
Sofia se desespera com o estado do avô em "Bom Sucesso": Consumido pela tristeza em virtude do rompimento da relação com Paloma, Alberto se entrega para a morte e sua neta se desespera. O choro da menina comoveu o público e Valentina Vieira provou que é uma das gratas revelações mirins do ano. A menina vai longe.
Paloma passa Natal na casa de Alberto em "Bom Sucesso": A protagonista cortou relações com o seu grande amigo por conta de uma armação de Diogo, mas o espírito natalino amoleceu o coração da mocinha, graças a Nana, que implorou para visitar seu pai. A sequência da reaproximação foi emocionante e Antônio Fagundes, Grazi Massafera, Fabíula Nascimento e Rômulo Estrela brilharam.
Felipe morre em "Bom Sucesso": A morte por acidente do rapaz chocou todos os funcionários da Prado Monteiro, especialmente Evelyn e Thaissa. Foi o momento de Mariana Molina e Yasmin Gomlevsky mostrarem como são talentosas. O choro e o desespero das personagens foi bem transmitido.
Marcos e Paloma se beijam no Pão de Açúcar em "Bom Sucesso": Após muita insistência e declarações, o mocinho consegue um beijo de seu amor em pleno ponto turístico do Rio de Janeiro. A cena esbanjou química e sensibilidade. Rômulo Estrela e Grazi Massafera têm uma linda sintonia.
Marcos e Paloma namoram em "Bom Sucesso": Pensando em si mesma pela primeira vez, a mocinha resolve curtir a vida com seu Peter Pan da praia e ambos se divertem em Búzios, deixando os problemas de lado. Foram lindas cenas, típicas das melhores comédias românticas do cinema. Rômulo e Grazi sempre ótimos.
Marcos e Paloma pintam apartamento em "Bom Sucesso": Outra cena típica de comédias românticas. O mocinho chama sua amada para ajudá-lo a pintar seu novo lar e os dois se sujam de tinta em meio a muitas brincadeiras. Os atores transbordaram química novamente.
Diogo é desmascarado em "Bom Sucesso": Fabíula Nascimento e Armando Babaioff se destacaram quando Nana se indigna assim que descobre todas as traições do então marido e o expulsa de sua vida. A aguardada cena foi uma das melhores viradas do roteiro.
Gabriela salva a vida de Alberto em "Bom Sucesso": Diogo arma para matar o pai de Marcos e provoca a queda de um refletor durante o primeiro desfile de Paloma. Gabriela, que desfilava no momento, se jogou para salvar Alberto e acabou se ferindo gravemente. Giovanna Coimbra se destacou e a direção da equipe de Luiz Henrique Rios novamente foi precisa.
Gabriela se declara a Vicente em "Bom Sucesso": Em estado grave e com medo de morrer sem dizer o que sente, a menina termina seu namoro com Patrick (Caio Cabral) e se declara ao ex, que fica esfuziante e transborda felicidade. A cena foi bem delicada e protagonizada com talento por Giovanna Coimbra e Gabriel Contente.
Rita e Filipe transam em "Malhação - Toda Forma de Amar": Se o beijo demorou, a transa muito mais. Mesmo assim, a espera é sempre benéfica pelo aumento da expectativa e torcida do público. A espera valeu a pena e a cena da primeira vez do casal teve toda a sensualidade e sensibilidade necessárias. Alanis Guillen e Pedro Novaes ótimos.
Rita bate em Lara em "Malhação - Toda Forma de Amar": Após ter ouvido muitos desaforos calada, a mocinha enfiou a mão na cara da tia de Filipe logo depois do encerramento de mais uma audiência pela guarda da filha de Rita. Alanis Guillen e Rosane Mulholhand se destacaram.
Guga conta que é homossexual em "Malhação - Toda Forma de Amar": Emocionante o aguardado momento em que o rapaz assume para os pais a sua homossexualidade. O acolhimento da mãe e a fúria do pai destacaram Karine Teles e Roberto Bontempo, além do show de Pedro Alves, que protagonizou sua melhor cena na trama.
Missade chora a morte do filho em "Órfãos da Terra": Ana Cecília Costa dilacerou o coração de quem assistia a cena do desespero da mãe que perdia o filho, após um bombardeio na Síria. A atriz deu um show de emoção na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes e o choro desolador de Missade comoveu o público.
Laila consegue a travessia com sua família em "Órfãos da Terra": Após muito sofrimento e angústia, a mocinha driblou a fiscalização e os tiros dados pelos policiais juntamente com os pais. A sequência da passagem pela fronteira teve uma grande direção de Gustavo Fernández e uma primorosa atuação de Julia Dalavia, Ana Cecilia Costa e Marco Ricca.
Aziz mata Soraya em "Órfãos da Terra": A cena em que o vilão flagra a esposa com o amante e a assassina diante dos olhos da filha foi a mais impactante da novela das seis da Globo. Herson Capri viveu um ótimo canalha e Alice Wegmann comoveu na triste sequência. Kaysar Dadour como Fauze também brilhou.
Dalila se desespera com a morte da mãe em "Órfãos da Terra": O grito dado pela vilã criou uma imensa empatia do público diante de tamanha crueldade de Aziz, que matou a esposa a tiros diante da filha. Alice Wegmann protagonizou a sua melhor cena na novela das 18h.
Aziz invade o casamento de Laila e Jamil em "Órfãos da Terra": Pareceu cena de reta final de folhetim (e, ironicamente, acabou sendo, pois a trama só se sustentou por um mês). O momento em que o sheik invadiu o casamento dos mocinhos, cheio de capangas, foi de tirar o fôlego.
Dalila vela o corpo da mãe em "Órfãos da Terra": Diante de uma Letícia Sabatella imóvel, Alice Wegmann comoveu durante o ritual, onde a vilã cuidou da mãe e a vestiu em um último gesto de afeto. A sequência não precisou de texto, apenas muitas lágrimas.
Aziz morre em "Órfãos da Terra": A morte do grande vilão terminou de aniquilar o roteiro das autoras e, depois do fato, a novela se perdeu por completo. Mas a partida do sheik, que pediu para Jamil cuidar de sua filha, foi comovente e destacou Herson Capri e Renato Góes.
Laila dá uma surra em Dalila em "Órfãos da Terra": O clichê da mocinha estapeando a vilã raramente falha na teledramaturgia e não foi diferente na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes. Apesar do motivo bobo (a fixação sem sentido que Dalila sentia por Jamil), Julia Dalavia e Alice Wegmann se destacaram na cena em que Laila arrancou sangue da inimiga, após vários tapas. A sequência também teve uma ótima direção e conseguiram deixar a briga verossímil.
Rânia revela a Dalila que é sua avó em "Órfãos da Terra": Com a intenção de amolecer o coração da vilã, Rânia fez questão de se aproximar da neta para contar como era sua relação com Soraya. Alice Wegmann e Eliane Giardini comoveram e as lágrimas escorreram sem esforço. Bonita cena.
Casamento de Valéria e Camila em "Órfãos da Terra": Elas acabaram virando as mocinhas da trama e não por acaso o penúltimo capítulo, que exibiu a delicada cena do casamento, teve mais audiência que o último. O tão aguardado beijo das patricinhas carismáticas, censurado semanas antes, foi finalmente exibido e Bia Arantes e Anaju Dorigon esbanjaram química. Uma pena que o desenvolvimento só tenha ocorrido perto da reta final.
Cena final de "Órfãos da Terra": O último capítulo, assim como toda a novela, foi uma grande decepção. Mas pelo menos a linda mensagem sobre respeito ao próximo e contra a xenofobia, dita por Laila, sensibilizou e se mostrou mais do que necessária nos dias de hoje. As imagens das diferentes grafias da palavra "Fim" também foi um acerto e Julia Dalavia emocionou.
Avenida Brasil
4.1 838Cadinho e suas mulheres: uma trama repetitiva sendo bem desenvolvida
Uma situação mais do que batida: um homem que se envolve com três mulheres e as engana por muito tempo. Essa é a trama de Cadinho (Alexandre Borges), cujo personagem e seu núcleo ficam bem deslocados das restantes histórias de "Avenida Brasil". Se antes havia muita resistência por parte dos telespectadores, hoje, pode-se dizer, que a rejeição do público teve uma queda bem significativa. E isto só aconteceu devido à estratégia de João Emanuel Carneiro, que conseguiu desenvolver esse núcleo de uma maneira bem criativa.
Um dos fatores que contribuiu para um bom desenvolvimento foi o fato de cada uma das 'esposas' do galinha terem filhos dele. Alexia (Carolina Ferraz) tem Paloma (Bruna Griphao), uma produção que seria independente caso Cadinho não tivesse descoberto as intenções da amante, após saber da gravidez. Verônica (Débora Bloch) tem Débora (Nathalia Dill) e Noêmia tem Tomás (Ronny Kriwat). Não há dúvidas que assim, a história não fica tão limitada a uma mesma situação, como o envolvimento do quarteto.
Outro acerto, e isto engloba toda a novela, foi a rapidez dos acontecimentos. Em uma trama tradicional, digamos assim, o autor (a) seguraria a descoberta da trigamia de Cadinho e revelaria somente nas últimas semanas. Mas João Emanuel Carneiro não
segura muito tempo seus trunfos e comprovou, mais uma vez, essa sua característica ao escrever cenas em que Noêmia e Verônica descobrem juntas a traição, antes mesmo da trama chegar na metade. Foi bem interessante, também, observar uma situação que fugia um pouco do comum nestas histórias de bigamia ou trigamia: Alexia sabia da existência das outras duas e era cúmplice do Cadinho.
Débora Bloch sempre foi a atriz que mais se destacou e continua dando show em cena. Já Camila Morgado começou fraca e repetitiva (lembrava muito a Malu, sua personagem em "Viver a Vida"); mas tem melhorado significativamente e agora diverte bastante nas cenas em que Verônica e Noêmia trocaram a condição de 'melhores amigas' para 'inimigas que se toleram através de muitas ironias e veneno'. Nathalia Dill, Bruna Griphao e Ronny Kriwat estão bem em seus papéis e não têm deixado a desejar. Já Carolina Ferraz e Alexandre Borges continuam repetindo atuações anteriores e não convencem.
O autor conseguiu reverter, ou pelo menos amenizar, uma rejeição inicial a este núcleo graças a sua criatividade e a forma ágil com que conduziu a história. Nos próximos capítulos, Paloma irá descobrir que Cadinho é seu verdadeiro pai e se revoltará. Se antes ela torcia para que sua mãe casasse com ele, agora irá fazer questão de destruir esse acontecimento. Ainda haverá a entrada da mãe de Alexia (interpretada pela grande Betty Faria), que infernizará o 'quase genro'. Isto sem contar que Verônica e Noêmia não vão parar de se meter em toda esta história. Ou seja, pelo que se nota, ainda teremos vários entraves no núcleo rico de "Avenida Brasil".
Domingo Espetacular
3.1 2A retomada do SBT e o medo da Record
A Rede Record nunca escondeu que sonha em obter a liderança de audiência e ser uma Rede Globo. Para atingir esta meta, investiu alto, melhorou a qualidade de suas novelas, contratou atores e profissionais da líder, enfim, tudo para conseguir concretizar seu objetivo. A partir de 2007, conseguiu deixar o SBT para trás e havia se fixado como a emissora vice-líder. No entanto, a cada dia que passa e a cada mês que se encerra, a Rede Record vem observando seus índices diminuírem significativamente e, além de não mais ameaçar a Globo no horário nobre --- que anda em grande fase com todas as suas novelas e apresentando novas atrações ---, está sendo obrigada a 'engolir' a retomada do SBT, que com o sucesso do remake como "Carrossel", resolveu se mexer e a investir na sua programação, fato que não acontecia há tempos.
Resta para a Rede Record melhorar sua grade e investir em novos programas, para que esse quadro se reverta, caso contrário será obrigada a disputar a terceira colocação com SBT, TV Brasil e Band.
Carinha de Anjo
3.6 14"Carinha de Anjo" é uma graça de novela
Mantendo a já tradição de produzir folhetins infantis, o SBT estreou em 21/11/2016, "Carinha de Anjo", uma produção da emissora que com certeza terá uma duração tão grande quanto as tramas que vieram antes. Entrando no ar simultaneamente com a reta final de "Cúmplices de um Resgate", o novo remake tem como principal objetivo manter os pequenos diante da televisão, preservando a ótima audiência de "Carrossel", "Chiquititas" (que vem sendo reprisada logo depois) e da atual novelinha protagonizada por Larissa Manoela que está perto do seu fim.
Além de seguir mantendo o mesmo tipo de público, houve uma mudança na equipe. A autora Íris Abravanel e o diretor Reynaldo Boury, responsáveis pelas três novelas anteriores, saem de cena e cedem lugar para Leonor Corrêa (responsável pela condução do roteiro) e Ricardo Mantoanelli (na direção). É verdade que Íris não saiu tão de cena assim, pois é supervisora de texto, entretanto, já é uma renovação importante. A própria história, por sinal, exige uma alteração na forma de ser contada, uma vez que é ainda mais infantil que as antecessoras.
É uma novela de crianças para crianças, onde a 'fofura' é o mote do enredo. Ao contrário das outras produções, que tinham personagens saindo da infância e entrando na pré-adolescência, "Carinha de Anjo" é totalmente infantil. O elenco é repleto de pequenos cuja idade máxima não passa de sete ou oito anos. E a protagonista tem apenas cinco aninhos, fazendo jus ao título da trama.
Lorena Queiroz é uma graça e tem um carisma arrebatador. É impossível não ser conquistado pela menina de sorriso cativante. A longa seleção do SBT valeu a pena, pois conseguiram a criança perfeita para o papel principal. A Dulce Maria está em boas mãos. Ela é até melhor que a atriz da produção original mexicana.
Claro que é apenas uma criança, o que impede uma maior desenvoltura na hora de proferir o texto. E o mesmo vale para todo o elenco infantil, incluindo a dupla malvada composta por Bárbara (Renata Randel) e Frida (Sienna Belle) ---- inimigas de Dulce Maria ----; além de Marianna Santos (Adriana), Maria Eduarda Silva (Duda), Valenthina Rodarte (Valentina) e Helena Luz (Lúcia) ---- intérpretes das melhores amigas da protagonista. São todas muito cruas, mas é natural e compreensível. Também nem são necessárias grandes interpretações, pois é um produto destinado a um público bem pouco exigente e que tem a mesma idade.
Já o time adulto é composto por alguns ótimos nomes e está bem melhor selecionado, principalmente comparando com o elenco 'veterano' das três novelas anteriores. Alguns atores já se destacam, como Bia Arantes, vivendo a noviça Cecília, a mocinha da história. Revelada em "Malhação Conectados" (2011), a atriz está ótima e demonstra uma linda sintonia com Lorena Queiroz. Priscila Sol também se destaca como a caricata Tia Perucas, prima do pai de Dulce Maria, o poderoso empresário Gustavo (Carlo Porto). Eliana Guttman foi um grande êxito da escalação, fazendo jus ao importante papel da Madre Superiora. Karin Hills está muito bem vivendo a atrapalhada irmã Fabiana e a sua escolha é explicada através dos números musicais protagonizados por ela ---- ex-integrante do grupo Rouge, é uma cantora nata.
Ângela Dip (a extrovertida Rosana) é mais um bom nome, além de Blota Júnior vivendo o sisudo mordomo Silvestre. Clarice Niskier brilha na pele da perua Haydee, mãe da grande vilã da novela: a linda Nicole (Dani Gondim), nova namorada de Carlo que fará da vida de Dulce Maria um inferno. Camila Camargo, Cristina Mutarelli, José Rubens Chachá, Thiago Mendonça e a atriz/cantora mexicana Lucero (intérprete da mãe falecida de Dulce Maria que aparece nos sonhos da filha) são outros atores que compõem o elenco. Já Jean Paulo Campos (ex-Cirillo de "Carrossel" e atual Zeca) e Maisa Silva (a youtuber Juju) são os únicos pré-adolescentes do time infantil, tendo como função clara conquistar o público das produções anteriores.
A novela teve um ótimo início, apresentando bem os conflitos da trama central e evidenciando o colorido dos cenários e figurinos. Dulce Maria foi colocada em um orfanato pelo pai quando tinha três anos, pois o poderoso homem não conseguiu superar o trauma da morte de sua esposa em um grave acidente. Dois anos se passam e a menina cria um forte vínculo com a noviça Cecília, apesar de sempre lamentar a ausência do pai. Logo no primeiro capítulo, o telespectador pôde acompanhar o arrependimento de Carlo e sua ida ao orfanato para buscar a filha, apesar da má vontade da nova namorada. Ele se encanta pela doce menina e ainda se apaixona pela noviça que cuida dela. O roteiro começou a ser desenhado para o público de forma competente.
"Carinha de Anjo" manterá com facilidade a audiência de "Carrossel", "Chiquititas" e "Cúmplices de um Resgate", apesar da sua trama ser ainda mais infantil. É um folhetim sem pretensão alguma e que aposta em tudo o que já deu certo antes. O SBT conseguiu se firmar com as produções para crianças e os bons números no Ibope (sempre com dois dígitos) apenas comprovam isso. O novo remake escrito por Leonor Corrêa e dirigido por Ricardo Mantoanelli é uma graça de novela.
Bem Estar
3.0 4Com o "Profissão Repórter aconteceu justamente o oposto: o sucesso de um quadro o fez crescer e virar um programa de sucesso. Já com o "Globo Mar" não deu certo. Como quadro ficaria mais apropriado.
Tenho a mesma impressão de que poderia ser um quadro do Fantástico, ao contrário do Profissão Repórter, que começou como quadro, e cresceu e ganhou espaço suficiente para ser programa. E não deixa de ser lamentável ver o quanto o Globo Repórter decaiu.
Só um ou outro programa foge do padrão alimentação-saúde-natureza-dinheiro.
Bem Estar
3.0 4"Bem Estar": informação e qualidade nas manhãs do Brasil
O programa estreou na televisão em 2011 sem grandes pretensões. O objetivo era falar sobre saúde de uma forma simples e direta, tendo como principal objetivo informar e esclarecer as dúvidas dos telespectadores. Após anos no ar, pode-se dizer que o "Bem Estar" tem honrado seu compromisso e desde que começou a ir ao ar se tornou uma ótima opção para o público matutino.
Mariana Ferrão e Fernando Rocha comandam muito bem a atração e esbanjam simpatia. O entrosamento e a boa relação entre os apresentadores contribuem para deixar o programa mais leve e até mesmo divertido. Aliás, a intimidade é benéfica para qualquer situação. Da mesma forma que a dupla foi se mostrando cada vez mais afinada, os médicos foram se soltando e ficando bem mais à vontade.
O "Bem Estar" sempre convida vários profissionais da saúde, e tem o seu time 'fixo'. São os chamados 'consultores'. Alfredo Halpern (endocrinologista), Ana Escobar (pediatra), Caio Rosenthal (infectologista), Fábio Atui (proctologista), José Bento (ginecologista), Roberto Kalil Filho (cardiologista), Márcia Purceli (dermatologista) e Daniel Barros (psiquiatra) fazem parte do 'elenco' do programa. Todos
conseguem explicar e tirar as dúvidas dos telespectadores de uma forma clara e precisa. É quase uma consulta pela televisão. Alfredo, Ana, Márcia e José Bento são os mais desenvoltos e simpáticos da turma, o que acaba implicando em uma maior facilidade de comunicação com a câmera.
Além do bom time de médicos e da simpatia dos apresentadores, o programa também acerta ao sempre dedicar um pequeno tempo para as principais notícias do dia. É a hora em que a atração dedica alguns minutos para que Sandra Annenberg (ou Evaristo Costa) informe o público sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo.
Mesmo com a qualidade que sempre esteve presente, o programa sempre 'sofreu' com os boatos a respeito do seu suposto cancelamento. Felizmente, todas as especulações caíram por terra pouco tempo depois, comprovando que a emissora e o público estão muito satisfeitos com a atração.
O "Bem Estar" consegue tratar de saúde, alimentação e qualidade de vida com simplicidade e nenhuma pretensão. Mariana Ferrão e Fernando Rocha comandam com muita simpatia esse formato, que se mostrou um grande acerto, tanto pela utilidade e importância dos temas quanto pela competência na abordagem dos mesmos.
Sem dúvida é um programa que merece vida longa na tevê.
Bem Estar
3.0 4Bem Estar: a simplicidade que deu certo em um programa sobre saúde, maior qualidade de vida e dicas domésticas.
Apresentado pelos jornalistas Fernando Rocha e Mariana Ferrão, o programa conta com um time de médicos, chamados de "consultores" da atração, além de convidados, que normalmente são outros médicos, mas que não fazem parte do, digamos, elenco. Todos eles ficam dando dicas e fazendo uma espécie de consulta para os telespectadores. É interessante, pois como o programa não tem uma longa duração, os assuntos são abordados de uma maneira rápida e de fácil entendimento.
Entre os consultores, temos: Alfredo Halpern (Endocrinologista), Ana Escobar (especializada em Pediatria), Caio Rosenthal (Infectologista), José Bento (Ginecologista), José Rubens D`Elia (formado em Educação Física) e Roberto Kalil Filho (Cardiologista). Todos muito desenvoltos e simpáticos. Destaque para o médico Alfredo, que sempre costuma se destacar com boas tiradas e bom humor. Um detalhe interessante é que eles são orientados a falarem olhando para a câmera, como se realmente estivessem dando uma consulta para quem assiste.
Mariana se adaptou perfeitamente ao programa. Está sempre à vontade e comanda bem. Já seu companheiro Fernando, exagera muitas vezes nas brincadeiras bobas e forçadas. O que ambos precisam é dar uma diminuída na linguagem infantilóide, ao tratar o telespectador como um completo idiota. E já deram uma melhorada desde a estreia.
O "Bem Estar" não é nenhum programa de outro mundo, e muito menos inovador, agora com certeza foi um grande acerto da televisão. A audiência tem correspondido e, também deu uma boa melhorada na grade de programação.
Bom Sucesso
4.1 26Bom Sucesso: O que funcionou e o que derrapou na novela. Um balanço do que deu certo e errado na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm. Confira!
Há muito tempo - desde de Cheias de Charme (2012) - uma novela das 19h não conquistava público e crítica como é o caso de Bom Sucesso, trama que termina no dia 24/01/2020 e já deixa saudades. Talvez o grande trunfo dessa novela (além do texto) seja que ela não se apoia no batido triângulo amoroso ー mesmo que no início da trama houvesse a disputa de Paloma (Grazi Massafera) por Ramon (David Junior) e Marcos (Rômulo Estrela).
Aqui, a questão maior era outra: a existência, o valor da vida, o aproveitar os pequenos prazeres escondidos no dia a dia. Tudo isso era discutido por meio do personagem Alberto (Antonio Fagundes). E as cenas eram embaladas por pura literatura. Um luxo!
Adiantando que o saldo é mais do que positivo, que tal expor o que funcionou e o que não foi tão bom assim na novela? Confira!
Deu certo!
As cenas inspiradas na literatura – Eram momentos de delicadeza pura quando personagens da novela liam trechos de obras de autores que iam de Clarice Lispector a William Shakespeare, de Miguel de Cervantes a Jorge Amado, de Ray Bradbury a Machado de Assis. Tudo com muito capricho: cenografia na medida, figurinos perfeitos.
O elenco – Que elenco afiado é o de Bom Sucesso! Grazi Massafera conseguiu fazer a primeira mocinha bem feita – e que luz tinha Paloma. Antonio Fagundes, David Junior, Fabíula Nascimento (Nana), Lucio Mauro Filho (Mario) e Silvana (Ingrid Guimarães) também se destacaram. E não foi só gente grande que brilhou. O elenco jovem da novela se saiu muito bem, especialmente Igor Fernandez (Luan), Bruna Inocencio (Alice), Diego Montez (William) e, na reta final, Lucas Leto (Waguinho). Isso sem falar na dupla mais do que fofa João Bravo (Peter) e Valentina Vieira (Sofia), nome a ser anotado para o futuro.
Ex.: Personagens caracterizados como personagens da literatura na despedida de Alberto
O vilão – Bom Sucesso pode ser encarada sem o menor medo como um divisor de águas na carreira de Armando Babaioff. O ator já havia se saído bem como o Ionan de Segundo sol (2018), e agora como o Diogo de Bom Sucesso. O personagem foi crescendo e ganhando humor com as tintas dadas pela interpretação de Babaioff. Em entrevista ao site 'Próximo Capítulo', Armando disse que o humor “ajuda e suaviza a maldade dele. Esse cinismo é uma característica muito forte.”
A representatividade – A começar pelo protagonista David Junior, que vive o Ramon, Bom Sucesso tem vários negros em papéis de destaque. O que não era para ser exceção é e acaba chamando a atenção. “Bom Sucesso é, com certeza, uma linha de evolução”, apontou o ator ao Próximo Capítulo. E não é apenas a presença. Os negros de Bom Sucesso ocupam posição social de destaque, como o médico Mauri (Jorge Lucas) e a editora Gláucia (Shirley Cruz), e têm trama própria que não se limitam à questão racial.
Não deu certo!
A barriga envolvendo Elias – Quase no fim de Bom Sucesso veio a inevitável barriga, tempo em que a trama fica ali cozinhando o público em banho-maria sem que algo de muito importante aconteça. Foi rápida – ainda bem! ー, só que não deu para entender muito.
O ex-marido de Paloma, Elias (Marcelo Faria), voltou do nada (a gente nem lembrava que ele existia), encontrou a filha acidentada em estado grave e se negou a doar sangue para ela, a não ser que recebesse um dinheiro enorme por isso. Depois disso, se envolveu em cenas pesadas, violentas e acabou morrendo.
A trama da transexualidade – A atriz brasiliense Gabrielle Joie estreou em novelas num papel que podia marcar, e vai passar em branco: a jovem Michelly.
No início da trama, ela ainda pareceu que ia discutir respeito e tolerância ao lutar para usar o banheiro feminino e tentar driblar o preconceito de colegas. E parou por aí???!!!
Agora, na última etapa, os autores ressuscitaram a trama e Michelly dispensou o cortejo de um professor dizendo ter namorado, conseguiu o direito de usar o banheiro e decretou: “chega de Michel” ao pedir para que o nome dela fosse trocado também na chamada.
Saramandaia
3.6 40Mesmo com os tropeços, "Saramandaia" encanta e sai de cena com sensação de dever cumprido
Depois de "O Astro" e "Gabriela", mais uma remake das onze: "Saramandaia", adaptação da clássica obra de Dias Gomes exibida em 1976. A trama reescrita por Ricardo Linhares apresentou um primeiro capítulo promissor e extremamente apropriado para o atual momento do país, afinal, era a época em que o Brasil era dominado pelas manifestações populares e a novela apresentou na sua estreia justamente a revolta do grupo saramandista contra os mandos e desmandos de Zico Rosado (José Mayer).
Ainda sim, a boa impressão não conseguiu se sustentar nos demais capítulos. O realismo fantástico, um dos grandes atrativos do remake, ficou deixado de lado e o autor parecia que estava 'poupando' as esquisitices dos personagens para somente explorá-las mais para o final do folhetim. Ricardo preferiu focar primeiramente no romance proibido de Zico com Vitória (Lília Cabral) e na guerra das famílias Rosado e Vilar. E o resultado foi entediante.
José Mayer e Lilia Cabral tiveram muita presença, mesmo assim o par não empolgava na química e não demorou muito para as idas e vindas caírem na repetição. Já a briga das famílias soava ultrapassada e cansativa em uma novela contemporânea, além de ter deixado a história estagnada durante várias semanas. O telespectador podia se dar ao luxo de ignorar inúmeros capítulos sem a preocupação de perder alguma cena importante.
Agora, o reencontro de Tibério (Tarcísio Meira) e Candinha (Fernanda Montenegro) foi um prenúncio de que nem tudo estava perdido. A emocionante cena protagonizada pelos veteranos deu esperanças em relação ao futuro da novela: boas cenas e interessantes conflitos estavam por vir. E de fato vieram.
O remake encontrou seu rumo quando João Gibão (Sérgio Guizé) mostrou suas asas para Marcina (Chandelly Braz) e saiu voando pela cidade em uma sequência que primou pelo capricho.
A explosão da Dona Redonda (Vera Holtz) foi o momento mais aguardado e não decepcionou. A atriz deu um show de atuação e a tecnologia trabalhou a favor, resultando em uma união perfeita. A transformação de Candinha e Tibério em uma só árvore também entrou para a lista de cenas memoráveis do remake e da própria teledramaturgia. Já a hora em que João mostra suas asas para que Zélia (Leandra Leal) não se desespere com seu bebê alado,
, como na cena onde a população se revolta contra o casamento de um 'lobisomem' com uma mulher (Aristóbulo e Risoleta), por exemplo -----
É necessário também elogiar a tensa sequência em que Zico tenta matar Risoleta (Deborah Bloch), e é atacado por Professor Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) que se transforma lobisomem para defender sua amada. E o retorno de Vera Holtz foi espetacular. Dona Bitela era tão gorda quanto sua irmã gêmea Redonda, agora apresentou uma personalidade totalmente distinta. Mais um trabalho impecável da atriz que conseguiu diferenciá-las com competência.
Aliás, o elenco do remake foi primoroso. Tarcísio Meira e Fernanda Montenegro fizeram um encantador casal; Sérgio Guizé e Chandelly Braz mostraram que terão vida longa na carreira; Deborah Bloch, José Mayer, Lília Cabral e Mateus Nachtergaele brilharam em todas as cenas e Aracy Balabanian fez uma adorável Dona Pupu, enquanto que Luiz Henrique Nogueira conseguiu marcar presença mesmo só sendo a 'cabeça' do Belisário. Já Ana Beatriz Nogueira interpretou magnificamente sua preconceituosa Maria Aparadeira, fazendo uma boa parceria com Vera Holtz e Georgiana Góes (Fifi). Pedro Tergolina (Tiago) e Laura Neiva (Stela) convenceram e fizeram bonito em meio a tantos atores veteranos. André Frateschi (Dr. Rochinha) foi outro bom nome do time.
Marcos Palmeira (Cazuza), Gabriel Braga Nunes (Aristóbulo), Marcos Pasquim (Carlito) e Leandra Leal não comprometeram, e também não conseguiram se sobressair. Lívia de Bueno (Laura) foi uma grata revelação da série "Oscar Freire 279", do Multishow, agora extrapolou na cara de sofrimento de sua personagem, embora não tenha errado sozinha: a direção também contribuiu para o excesso de tintas, uma vez que perdeu a mão na maquiagem dela ---- a palidez e as olheiras, ainda que propositais, ficaram exageradas. E mesmo com o elenco ter sido enxuto, não conseguiram valorizar Renata Sorrah. A grande atriz apareceu bem menos do que merecia e não teve oportunidade de mostrar seu conhecido talento.
O último capítulo da novela foi excelente.
A cena de Zico atirando (com o efeito clássico de câmera lenta também usado em "Belíssima" com a vilã Bia Falcão) em João Gibão, mas acertando Marcina, foi tensa e emocionante. O momento em que João Gibão mostra suas asas para todos na cidade e volta no tempo (claramente inspirada no Superman) também foi ótimo, embora a situação tenha ficado forçada até mesmo dentro do contexto dos absurdos da história. O desfecho do casal Zico e Vitória foi fantástico. José Mayer e Lilia Cabral protagonizaram uma sequência magistral e encerraram suas respectivas participações em grande estilo: com o casal se beijando enquanto a casa do vilão desabava sobre suas cabeças. Trágico e ousado. O autor investiu pesado na criatividade em cima do fim da até então preconceituosa Maria Aparadeira, que desistiu de se envergonhar da família e assumiu suas origens (é filha da Mulher Barbada e do anão malabarista). Já Dona Pupu ficou com seu Belisário (agora com o corpo junto da cabeça) e Gibão terminou feliz ao lado de Marcina, recebendo a notícia do nascimento de novos bebês alados, iniciando uma nova geração 'mudancista'. Aliás, o capítulo encerrou com o clássico voo de João pela cidade ao som de 'Pavão Misterioso'
Com direção de Denise Saraceni e Fabrício Mamberti, "Saramandaia" fechou seu ciclo em meio a erros e acertos, incluindo o divertido linguajar 'saramandista' na lista de boas surpresas: afinal, foi divertido ouvir os personagens proferindo palavras inexistentes ----- vide desmorreu, aconchegamento bulinatório, admirância, apressamento, desaforenta, desengordar, deverasmente, desmudar, mexericância, entre tantas outras ----- e que lembravam o vocabulário do clássico Odorico Paraguaçu (de "O Bem Amado", do mesmo Dias Gomes).
Os pontos altos da reta final conseguiram deixar o remake de Ricardo Linhares com uma imagem geral positiva, embora tenha se perdido no desenvolvimento da história nos primeiros meses. Com os claros tropeços, a novela das onze ---- que terminou com uma média geral de 15 pontos, menor que a alcançada pelas duas tramas anteriores ("O Astro": 19 e "Gabriela": 18) ---- proporcionou boas cenas para o telespectador, conseguiu (ainda que tardiamente) amenizar seus equívocos e saiu de cena com sensação de dever cumprido.
Terra Nostra
3.4 57"Terra Nostra": um sucesso que marcou época
Exibida entre 20 de setembro de 1999 e 2 de junho de 2000, "Terra Nostra" foi mais um fenômeno de audiência de Benedito Ruy Barbosa, depois do autor ter colhido os frutos do imenso sucesso de "O Rei do Gado" em 1996. A novela ----- reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2004 ---- foi dirigida por Jayme Monjardim e teve o romance de Matteo e Giuliana como foco central de uma trama que contou um pouco sobre a imigração italiana no Brasil.
Ambientada entre o final do século XIX e início do século XX, a maior parte da história se passa nas fazendas de café do interior de São Paulo, locais cobiçados por vários italianos que vêm ao Brasil procurando melhores condições de trabalho. O enredo focou na importância da imigração na formação da sociedade brasileira através do casal interpretado por Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda, que precisou enfrentar inúmeros obstáculos e várias adversidades para ficar junto.
A trama foi iniciada em 1894 com o navio Andrea I deixando o porto de Gênova, na Itália, e cruzando o Oceano Atlântico, transportando várias camponeses italianos que fugiam da crise econômica do seu país para tentar a sorte em terras brasileiras. Afinal, os fazendeiros estavam precisando de mão de obra nas plantações de café depois da libertação dos escravos.
E justamente neste navio está Giuliana com seus pais (Júlio e Ana - Gianfrancesco Guarnieri e Bete Mendes), além de Matteo, que viaja só em busca de uma vida melhor, pois não tem família.
A italiana se encanta com seu compatriota, sendo plenamente correspondida. Os dois se apaixonam, e a primeira adversidade aparece logo neste começo, pois a peste negra se alastra no navio, matando os pais da mocinha e deixando Matteo em estado grave. A cena em que os corpos de Júlio e Ana são jogados ao mar ---- para que a doença não se espalhasse ----, vale mencionar, foi tristíssima e forte. Em meio a tanta desgraça provocada pela epidemia, o mocinho consegue sobreviver e fica ao lado de Giuliana, que a partir daquele momento estava tão sozinha quanto o seu namorado. Mesmo que estas sequências tenham sido exibidas apenas no comecinho da novela, foram muito marcantes.
Outra sequência emblemática do navio, aliás, foi protagonizada por Antônio Calloni e Lu Grimaldi, quando seus personagens (Bartolo e Leonora) se desesperam quando veem os tripulantes quase jogando o filho deles no mar. Na verdade, todos achavam que a criança estava morta por causa da peste, e ela chora quando é arrancada dos braços da mãe. Foi difícil não ter chorado vendo aquele momento tão bem interpretado pelos atores.
Após estes instantes de terror em alto mar, Matteo e Giuliana chegam ao Brasil, e se perdem no desembarque, e acabam seguindo destinos diferentes. Enquanto Giuliana é acolhida pelo grande amigo do seu pai, o imigrante Francesco (Raul Cortez) ---- que ficou rico no país ----, Matteo vai parar na fazenda do coronel Gumercindo (Antônio Fagundes), onde arruma emprego na colheita de café. Os dois nunca mais se veem e acabam se envolvendo com outras pessoas, justamente integrantes das famílias que os abrigaram. Esta guinada, obviamente, provoca novos desdobramentos na novela, que fica ainda mais atrativa com os conflitos que surgem.
O poderoso Francesco é casado com a arrogante Janete (Ângela Vieira em um dos seus melhores papéis) e o filho deles, Marco Antônio (Marcello Antony), se apaixona perdidamente por Giuliana, que está grávida de Matteo. A mãe do rapaz odeia italianos e não aceita esta paixão, causando um clima péssimo na família.
A personagem, inclusive, pratica a maior maldade da trama: faz o parto da 'nora' junto com a governanta Mariana (Tânia Bondezan) e, aproveitando o instante que a italiana desmaia, manda a empregada levar o bebê para um orfanato. Assim que ela acorda, a vilã diz que a criança nasceu morta.
Já Matteo vira porta-voz dos imigrantes da fazenda e entra em conflito com o escravocrata Gumercindo, que não consegue se acostumar com aquelas novas 'medidas'. O rapaz ainda vira alvo da cobiça de Rosana (Carolina Kasting), que arma uma cilada para forçá-lo a se casar com ela. Como ele é acusado injustamente de ter abusado da moça, acaba casando e ganhando a confiança do poderoso fazendeiro, que tem outra filha (Angélica - Paloma Duarte) e um casamento infeliz com Maria do Socorro (Débora Duarte) --- a quem culpa por nunca ter tido um filho homem. Como o mocinho tem uma relação infeliz com Rosana e a abandona para procurar Giuliana. Quando finalmente a encontra, a vê casada com Marco Antônio e grávida ---- sem imaginar que o filho era dele e que seria abandonado pela cruel Janete assim que nascesse.
A trama realmente conseguiu envolver o telespectador e o sotaque italiano dos personagens caiu no gosto popular. Antônio Fagundes e Raul Cortez foram brilhantes mais uma vez e repetiram a boa parceria de "O Rei do Gado". O personagem de Raul, aliás, formou um casal que foi um dos melhores da história: Francesco e Paola (estreia de Maria Fernanda Cândido na TV) esbanjaram química e uma das cenas mais lembradas é a do par tomando banho de banheira. A expressão 'Amore mio' se popularizou, também, por causa deles.
O romance ainda serviu de castigo para Janete, que viu o marido abandoná-la para ficar justamente com uma italiana.
Thiago Lacerda e Ana Paula Arósio honraram o protagonismo da história e o romance de Giuliana e Matteo foi bonito de se acompanhar, ainda que os personagens tenham passado uma boa parte separados. Química não faltou e nem emoção, uma vez que os atores protagonizaram muitas cenas difíceis e dramáticas.
O final da novela, inclusive, apresentou a esperada sequência em que os italianos encontram o filho deles. A mocinha achou a criança em um orfanato justamente no último capítulo e foi um dos momentos mais lindos do folhetim, que fechou seu ciclo em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
A novela não teve muitos personagens, mas além de todos os atores citados, o elenco ainda contava com Cláudia Raia (Hortênsia), Lolita Rodrigues (Dolores), Gabriel Braga Nunes (Augusto), Arlete Salles (Irmã Tereza), Chico Anysio (Josué), Antônio Abujamra (Coutinho), Elias Gleizer (Padre Olavo), Roberto Bonfim (Justino), Jackson Antunes (Antenor), José Dumont (Batista), Ilva Niño (Irmã Letícia), Débora Olivieri (Inês), Gésio Amadeu (Damião), Bianca Castanho (Florinda), Adriana Lessa (Naná), Raymundo de Souza (Renato), Danton Mello (Renato), entre outros.
"Terra Nostra" foi uma grandiosa novela e Benedito Ruy Barbosa estava inspiradíssimo quando criou esta trama, ao contrário do que ocorreu em 2002, ano que foi ao ar "Esperança" ---- um dos seus fracassos, baseado ironicamente nesta obra de sucesso. Dirigido com competência por Jayme Monjardim, este folhetim, que tinha a Itália no DNA, foi uma das grandes produções da televisão, se tornando ainda uma das obras mais vendidas no exterior (mais de 95 países). História que ficou na lembrança do público.
Bom Sucesso
4.1 26O amor pelos livros está no ar - ainda bem!!! 📚 Em Bom Sucesso, o universo literário permeia entre cenas em um misto de fantasia e realidade. Com uma editora entre os cenários da novela das 7 e a paixão dos personagens por poesia, ficção, romance e muitos gêneros literários, a trama de Rosane Svartman e Paulo Halm conquista o público com leveza e delicadeza.
Relembre os clássicos literários citados por Alberto (Antonio Fagundes), Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela) e companhia na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm e cenas marcantes...
📚 Don Quixote de La Mancha
Marcos volta para ver seu pai Alberto e sua irmã Nana
Paloma comenta sobre seus sonhos
📚 Alice no País das Maravilhas
Alice e Paloma se divertem com a literatura
📚 Peter Pan
Peter lê história para Paloma
Marcos se recorda de momento com Paloma
Paloma lê livro para Peter
📚 Gabriela, Cravo e Canela
📚 1001 Noites
Alberto fica muito bravo com a possibilidade de venda da Prado Monteiro
📚 A Arte de Perder
Alberto lê passagem de livro e faz reflexão sobre os últimos acontecimentos
📚 A Bela e a Fera
Alberto passa mal e desmaia
Sofia sofre com a situação de Alberto
📚 O Mágico de Oz
Alberto fica com receio que Paloma não apareça mais
📚 A Letra Escarlate
Esther pergunta se Paloma fez as pazes com Ramon
📚 O Patinho Feio
Evelyn lê livro que ganhou de Jefferson
📚 Orfeu da Conceição
Paloma fala sobre sua paixão sobre o carnaval
Alberto se emociona com passagens de seu livro
📚 Fausto
Alberto lê trecho de livro de Goethe para Paloma
📚 Otelo
Dr. Mauri chega para examinar Alberto
📚 As Aventuras de Sherlock Holmes
Felipe embarca na fantasia de Evelyn
📚 Dom Casmurro
Alberto e Paloma leem um livro juntos
📚 O Primo Basílio
Paloma sonha com Marcos
Paloma se emociona ao ler livro na casa de Alberto
📚 Cyrano de Bergerac
Paloma sonha com Alberto
📚 Um Conto de Natal
Alberto acorda surpreso com a presença de Paloma
📚 Capitães da Areia
Glória não acredita na recuperação de Waguinho
📚 Mulherzinhas
Paloma revela para Alberto como cria suas roupas após ouvir histórias
Paloma pensa num estilo de vestido para Nana desenhar
📚 Poema Passagem do Ano
Alberto lê um poema para Paloma
📚 Bíblia
Alberto aceita o convite de Paloma para assistir ao pôr do sol na Igreja da Penha.
"Eu não sei se a vida é curta ou longa para nós, agora sei que nada tem sentido nessa vida se não tocarmos no coração das pessoas."
O Fim do Mundo
3.0 22A trama de Dias Gomes levantava a questão: o que você faria se só lhe restasse um dia?
O Fim do Mundo traçou um painel da alma humana, apresentando os mais variados comportamentos de que o homem é capaz em momentos de pressão e medo. A história se passa na fictícia Tabacópolis, cidade no interior da Bahia que vive da plantação de fumo e do turismo, estimulado pelos fluidos afrodisíacos emanados pela Gruta do Amor e pela fama do paranormal Joãozinho de Dagmar (Paulo Betti). Embora tenha opositores que o acusem de ser charlatão, Joãozinho fez previsões certeiras sobre políticos e esportistas locais. Na porta de sua casa, uma romaria de fiéis busca sempre a cura para todos os males. O vidente demonstra seus poderes exalando perfumes, entortando metais à distância e transformando água em cachaça. Sedutor, ele vive harmoniosamente com três mulheres – Valdete (Alexia Deschamps), Jaciara (Luciana Coutinho) e Lindalva (Isabel Fillardis) –, uma loira, uma morena e uma negra, para as quais tem um calendário definido.
A cidade tem o ritmo monótono da vida interiorana, até o dia em que Joãozinho prevê a destruição do planeta para dali a três meses. Logo depois, fatos estranhos começam a ocorrer:
nasce um bezerro com duas cabeças; um homem morde um cachorro; sinos tocam e todos se espantam, já que a igreja não tem sinos; começa uma tempestade de excrementos, com raios e trovões; aparece uma mula sem cabeça; e a terra começa a tremer.
O fim do mundo se torna um excelente pretexto para que cada habitante realize seus desejos secretos.
Para resolver seu problema de impotência sexual, Tião Socó (José Wilker) ataca a bela cunhada Gardênia (Bruna Lombardi), por quem nutre um amor reprimido há 20 anos. Letícia (Paloma Duarte), filha caçula de Socó, desiste de se casar virgem com o noivo Josias (Guilherme Fontes), neto do poderoso coronel Hildázio Junqueira (Lima Duarte), e entrega-se ao peão Rosalvo (Maurício Mattar). Dr. Pestana (Carlos Vereza), diretor do hospício da cidade, resolve soltar seus pacientes. O mesmo acontece com os presos da cidade.
Nem todos em Tabacópolis, acreditam no fim do mundo. Há alguns incrédulos, como o jornalista Tonico Laranjeira (Otávio Augusto), o marido ciumento de Gardênia; o malandro Vadeco (Tatu Gabus Mendes), que resolve vender terrenos no céu; e a prefeita Florisbela (Vera Holtz), que tenta manter a cidade em ordem em meio ao pânico geral.
Acontece que o mundo não acaba, e a manhã seguinte chega como todas as outras. Joãozinho admite que sua visão falhou e, passado o atordoamento, todos percebem que terão de enfrentar as consequências das loucuras que cometeram.
Alguns capítulos depois, Joãozinho retoma sua profecia e diz que, agora sim, o mundo iria mesmo acabar. Um estranho objeto cai sobre Tabacópolis, e o bruxo conclui que aquela era a confirmação da proximidade do apocalipse. A discussão diverge sobre a origem do objeto, e as opiniões se dividem entre um disco-voador e o pedaço de um satélite.
Joãozinho consegue provar que é mesmo um vidente e, no último capítulo, o céu escurece, inicia-se uma forte chuva de meteorito, recomeça o pânico na cidade. Vadesco volta a vender terrenos no céu.
PRODUÇÃO
A novela teve exatamente 1.096 cenas de estúdio e 414 cenas de externas, ao longo de seus 35 capítulos. Foram usadas locações em Vassouras, no interior do Estado do Rio de Janeiro, para a gravação das cenas externas das fazendas dos Junqueiras e dos Socós. Também houve gravação no interior da Bahia, em uma fábrica de charutos, e em Carrancas, Minas Gerais, onde foram feitas as cenas nas cachoeiras.
Para as gravações do cataclismo, foi construída uma maquete dez vezes menor que a cidade cenográfica.
Postes caindo, carros sendo tragados pela terra, raios, trovões, a torre da igreja que foi construída torta e que um raio a coloca no lugar, o ovni que cai, a segunda cabeça do bezerro, furacões, o céu incandescente, as cenas que parecem ter sido feitas à luz da lua, mas que também têm efeito,
Para cuidar dos efeitos especiais, montou-se uma estrutura de produção paralela, comandada pelo chefe da Coordenação de Efeitos Visuais, Paulo Badaró.
Para a telenovela, foram criados objetos e animais virtuais em três plataformas de computadores.
Algumas cenas da novela foram gravadas com uma grua, o que deu uma nova dimensão às imagens.
CURIOSIDADES
O Fim do Mundo foi concebida como minissérie para ser exibida às 22h. Mas a TV Globo decidiu levá-la ao ar no horário nobre, como uma novela em formato reduzido.
A novela terminou com uma homenagem ao cinegrafista Custódio Ferreira, o Negão, que morreu logo depois de gravar o último capítulo da trama, em um acidente de carro, voltando da locação em Vassouras, no interior do Estado do Rio de Janeiro.
ABERTURA
Na letra da música de abertura, O Último Dia, de Billy Brandão e Paulinho Moska, interpretada por Paulinho, havia uma pergunta que se tornou referência na novela:
“O que você faria se só te restasse esse dia?”
…Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria
Andava pelado na chuva Corria no meio da rua Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha
Meu amor
O que você faria? O que você faria?
Abria a porta do hospício
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria…
Leia mais em noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/em-1996-globo-exibiu-novela-com-so-35-capitulos-para-tapar-buraco-8839?cpid=txt
Aquele Beijo
2.8 58Escrita pelo talentoso Miguel Falabella, a missão do autor não é fácil. Substituir um sucesso é de uma grande responsabilidade. Após a fracassada e má compreendida "Negócio da China", o autor resolveu não se arriscar em absolutamente nada. Provavelmente, a dificuldade da ridícula trama do Walcyr Carrasco, com os dinossauros e robôs, também acabou assustando Miguel Falabella. Optou-se pelo 'mais do mesmo' em todos os núcleos e situações. O que não é necessariamente ruim. A única ousadia é a narração, com a voz do autor, em alguns momentos. E ainda assim não é uma inovação porque já vimos um recurso semelhante em "As Filhas da Mãe", novela malsucedida de Silvio de Abreu.
Cláudia(Giovanna Antonelli) e Vicente(Ricardo Pereira) formarão o casal protagonista e os dois se aproximam após um encontro casual no primeiro capítulo. O Covil do Bagre(uma espécie de Portelinha de "Duas Caras") e a loja Comprare(uma cópia da Luxus de "Cobras & Lagartos") integram o núcleo pobre e rico da novela, respectivamente. Os donos da luxuosa loja querem expulsar todos os moradores da favela para que se construa uma nova sede no local. Herson Capri (Alberto) e Marília Pêra (Maruschka) dão vida aos ricaços. Jaqueline Laurence interpreta a mãe de Maruschka e usa um tapa-olho. Uma homenagem do autor às tramas mexicanas. A parceria das duas atrizes promete.
A comicidade predomina, assim como em todas as novelas desse horário. Cláudia Gimenez (Mãe Iara) é uma hilária vidente que não prevê nada. Para isso, conta com a ajuda de seu primo (Joselito-Bruno Garcia) que consegue ver o futuro. Um núcleo que se destacou foi o formado por Diogo Vilela (Felizardo Barbosa) e Stella Miranda (Locanda Barbosa). Os dois talentosos atores mostraram uma sintonia perfeita. Será fácil se divertir com eles.
Da mesma forma que os demais autores veteranos, Miguel também se repete. Vimos mais uma vez um homem travestido de mulher. Quem não se lembra do saudoso Miguel Magno interpretando a divertida Dona Roma em "A Lua me Disse" e a Doutora Percy em "Toma lá dá cá"? Agora a bola da vez é o Luis Salém que dá vida a Ana Girafa. É um ótimo ator e irá agradar facilmente.
Sandro Christopher (Bob Falcão) e Elizângela (Íntima) interpretam os pais de Belezinha (Bruna Marquezine), e a mãe é obcecada em fazer a filha ganhar todos os concursos de Miss. O pai ganha a vida se vestindo de Elvis Presley, cantando suas músicas em pequenos shows. A adolescente tem um romance proibido com o galinha Agenor (Fiuk).
Um tema mais sério será retratado em um orfanato. Já começamos a ver as agressões que Cleo (Maria Eduarda) sofre de Olga (Maria Zilda Bethlem). Será interessante ver a atriz fazendo uma vilã após papéis leves em "Caras & Bocas" e "Ti Ti Ti".
Falabella reuniu um elenco de talento e muitos só são valorizados por ele, o que é uma pena. A panelinha, em alguns casos é bem-vinda. Vários atores escalados para "Aquele Beijo" já participaram de "Salsa e Merengue", "A Lua me Disse", "A Vida Alheia", "Toma lá dá cá" e "Negócio da China". Como foi o caso da ótima Maria Vieira, atriz portuguesa que participou da última novela das 18 horas e vivia gritando: 'Quero o meu pendrauvo!', se referindo ao tão disputado pen drive da história.
Até agora temos visto uma história despretensiosa, leve, e totalmente adequada ao horário das 19 horas. O autor, aliás, nunca deveria ter deixado seu público cativo para se aventurar às 18h. Não faz o seu perfil. Ao voltar para o seu horário 'padrão', Miguel Falabella consegue atingir bem o seu objetivo. "Aquele Beijo" não é uma trama excepcional, mas cumpre bem o seu papel de divertir e entreter o telespectador. Tomara que essa boa impressão se mantenha até o final.
Além do Tempo
4.2 114Há poucos anos chegava ao fim 'Além Do Tempo', espetacular novela de Elizabeth Jhin que ousou com uma passagem de tempo de mais de 150 anos em uma história fascinante sobre o amor Livia e Felipe.
Com proposta ousada e trama clássica, "Além do Tempo" foi a melhor novela de Elizabeth Jhin... Muito Melhor que Verdades Secretas (2015) do Walcyr Carrasco.
Após ter escrito três folhetins na faixa das seis (a boa "Eterna Magia", a irregular "Escrito nas Estrelas" e a fraca "Amor Eterno Amor"), Elizabeth Jhin fechou o ciclo de sua quarta e melhor novela até agora. "Além do Tempo" chegou ao fim em 15/01/2016, apresentando um desfecho lindo, onde todos os personagens confraternizaram em uma bela festa, com todos felizes e evoluídos, após tantos sofrimentos e mágoas.
A trama, dirigida com competência por Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos, foi excelente e conseguiu substituir a primorosa "Sete Vidas" da melhor forma possível, mantendo a qualidade do horário e obtendo uma média geral de 20 pontos (um a mais que a anterior).
A história era baseada na reencarnação, abordando o espiritismo, tema que a autora já havia retratado em suas duas novelas anteriores. O enredo se tratava de um dramalhão clássico, onde todos os clichês folhetinescos eram usados sem qualquer vergonha. Agora, Elizabeth ousou e entrou para a história da teledramaturgia contando sua trama em duas fases distintas, onde cada uma teve início, meio e fim. A primeira foi ambientada no século XIX, por volta de 1895, e a outra contada em 2015, com todos os perfis reencarnados, com os mesmos nomes, em uma cidade fictícia do Sul. Nunca antes um folhetim sobre vidas passadas havia apresentado o roteiro dessa forma inovadora.
Foi uma novela 'duas em uma'. Uma de época, com desenvolvimento impecável, figurino caprichado e enredo envolvente. E outra contemporânea, com um início um pouco lento, cuja quebra de ritmo pôde ser claramente sentida, mas que ganhou fôlego perto da reta final, conseguindo se mostrar tão atrativa quanto a anterior.
Aliás, a autora foi muito corajosa ao mudar drasticamente seu folhetim, mesmo com a fase ambientada no século XIX sendo tão bem aceita pelo público. E ela acabou fazendo jus ao título de sua obra, mostrando que nada é resolvido em uma vida só e que há muitos sentimentos que ultrapassam o tempo.
A trama da primeira fase teve 87 capítulos, mas inicialmente não estava previsto esse número. A fase fez tanto sucesso que acabou estendida duas vezes, durando bem mais tempo do que se imaginava. Todo o clima de época, incluindo a presença de uma elegante e poderosa Condessa, interpretada magistralmente por Irene Ravache, conquistou o telespectador. Outra peculiaridade foi a mudança de rumo de Emília.
A personagem estava prevista para morrer nas primeiras semanas, só voltando na segunda fase.
O enredo ambientado por volta de 1895 era um folhetim rasgado. Os mocinhos (Lívia e Felipe - Alinne Moraes e Rafael Cardoso), ele rico e ela pobre, precisaram lutar pelo amor que sentiam enfrentando dois vilões terríveis (Melissa e Pedro - Paolla Olveira e Emílio Dantas), passando ainda por cima da rivalidade entre as famílias, provocada pelo ódio entre Emília di Fiori e Vitória Castellini. Tudo em busca do tão sonhado final feliz. Uma situação clássica e que, quando bem conduzida, sempre atrai. A autora soube desenvolver todo o conjunto muito bem e dava gosto de assistir aos desdobramentos na vida daqueles personagens.
O figurino de época enchia os olhos, assim como o capricho dos cenários, havendo também a preocupação da luz de velas em todos os ambientes, uma vez que não ainda havia eletricidade. A frieza da Condessa e sua busca incessante pelo filho Bernardo (Felipe Camargo); o desenvolvimento do romance de Lívia e Felipe; os planos de Melissa com a mãe Dorotéia (Júlia Lemmertz) e o irmão Roberto (Rômulo Estrela); a amargura da governanta Zilda (Nívea Maria) e suas constantes brigas com o filho Afonso (Caio Paduan); a crueldade do asqueroso Bento (Luiz Carlos Vasconcelos) e sua obsessão pela cozinheira Rosa (Carolina Kasting); a comicidade presente na família de Mássimo Pasqualino (Luis Melo); o lindo amor surgido entre Gema (Louise Cardoso) e Raul (Val Perré); o imenso rancor de Emília e seus embates com Vitória; enfim, tudo funcionou a contento, fazendo da novela uma produção impecável.
A reta final da primeira fase fez jus ao todo, presenteando o público com sequências avassaladoras.
O momento que a Condessa atira no próprio filho foi impactante, ao mesmo tempo que primou pela emoção todo o desenvolvimento do imenso amor que surgiu entre Vitória e a neta Lívia. Foi a mocinha, inclusive, a responsável pelo amolecimento do coração da avó. A linda fuga da protagonista com Felipe, no dia do noivado do Conde com Melissa, remetendo aos contos de fadas, também foi uma sequência memorável. O aguardado abraço que Lívia deu em Vitória, para o desgosto de Emília, foi outro grande momento. Já todas as cenas derradeiras do quarteto central em um penhasco tiraram o fôlego do público. O instante que Pedro e Felipe fazem um duelo de esgrima, enquanto Melissa empurra a rival desfiladeiro abaixo, impressionou pelo alto nível de tensão. O mesmo vale para a hora que o vilão mata a ex de Felipe com um golpe certeiro de espada e assassina o mocinho, fazendo o inimigo cair com Lívia abraçada a ele.
E a mudança de fase foi uma das sequências mais aguardadas da produção, honrando a expectativa do telespectador. Tanto que foi uma das maiores audiência da novela. A cena
em que Lívia opta por morrer afogada ao lado do seu grande amor --- em uma clara alusão ao clássico "Romeu e Julieta" ---, sendo imediatamente engolida pelas águas, enquanto o tempo é bruscamente alterado, já exibindo os mocinhos se encontrando em uma estação de metrô (mais de 100 anos depois),
A autora conseguiu fazer uma transição de fase primorosa, deixando toda aquela situação claramente absurda e fantasiosa, (por que não?) crível. Por um momento, mesmo que rápido, até o mais cético espectador se viu tocado por uma ligeira esperança de recomeço. E o início da segunda fase se mostrou extremamente atrativo em virtude dos reencontros de todos, com muitos deles reencarnados de uma forma diferente ---- vide Zilda (extremamente amorosa), Emília (milionária e fria) e Vitória (sofrida e triste), por exemplo. Todas as cenas que exibiram esses novos (e velhos) encontros proporcionaram grandes arrepios. As rivalidades da vida passada reacenderam, assim como os laços afetivos e amores renasceram. As situações despertaram interesse, principalmente em torno do que viriam a se transformar na nova encarnação. E a direção acertou em cheio ao usar diálogos marcantes da fase anterior como complemento das cenas e no encerramento dos capítulos, provocando um clima de tensão maior.
E como já mencionado, houve uma brusca queda de ritmo que foi claramente percebida. A grande demora em desenvolver as novas relações foi sentida e até mesmo Lívia e Felipe perderam o destaque que tinham. A Vitória sem o aparato de Condessa ficou mais apagada, inevitavelmente. Outros perfis também perderam a importância, como Zilda, que ficou sem história, e Luís (Carlos Vereza), que era padre na primeira fase e virou um prefeito passivo na segunda. O enredo caminhava a passos lentos e muitas vezes não havia nada de interessante nos capítulos. O núcleo cômico, inclusive, perdeu parte do encanto, uma vez que a família de Mássimo demorou demais para se 'reunir' e quando todos se juntaram já não havia tanto destaque. A própria audiência decaiu, embora o horário de verão tenha colaborado um pouco, claro. Parecia que a impecável novela não era mais tão perfeita assim.
Felizmente, quando a segunda fase foi chegando por volta da metade ---- mais especificamente quando Alberto (Juca de Oliveira) chegou em Belarrosa ---- , Elizabeth Jhin voltou a contar uma história interessante, acelerando os acontecimentos.
A separação de Felipe, provocando um descontrole emocional em Melissa, e a esperada revelação de que Emília era filha de Vitória, proporcionaram boas reviravoltas na trama ambientada em 2015. Destaque, inclusive, para a dilacerante e grandiosa cena em que Alberto conta para a ex que a Mili estava viva, implicando no embate entre mãe e filha, e na fortificação do laço entre avó e neta, que foram outras excelentes sequências. Vale mencionar ainda o impactante acidente de carro de Emília, que ficou entre a vida e a morte depois que descobriu que o pai a enganou durante todo o tempo, alimentando um ódio sem fundamento.
E os dois últimos dias de novela foram primorosos.
O penúltimo capítulo exibiu a aguardado abraço de Vitória e Emília, que finalmente se reconciliaram. Um perdão que não aconteceu na primeira fase, provocando todo um rancor na segunda, desta vez com as rivais sendo mãe e filha. A cena das duas personagens chorando copiosamente, após Emília ter saído do coma e apertado a mão de Vitória, foi lindíssima.
Lívia conseguiu, finalmente, juntar a mãe e a avó em 2015, depois de muito tentar no século XIX. Outras belas sequências foram os pedidos de casamento: Mássimo se declarou para Salomé, provocando a alegria de Felícia (Mel Maia), Bernardo perdoou Emília, e Anita expôs todo o seu amor para Afonso, pedindo a sua mão.
Já o último capítulo foi de tirar o fôlego.
A morte de Alberto, que cai das escadas, pedindo perdão para a filha e não resistindo, foi emocionante. Juca de Oliveira brilhou. A cena de perseguição de Felipe a Pedro foi ótima e o momento que o mocinho coloca a sua caminhonete na frente do jatinho do vilão muito bem dirigido. E a melhor cena foi a alusão ao desfecho da primeira fase, mas com resultados bem diferentes. Lívia e Felipe foram ameaçados por Pedro com uma arma, diante do mesmo penhasco de séculos atrás, mas desta vez conseguiram escapar do fim trágico. Melissa salvou a vida do casal e, em meio a uma luta corporal, atirou em seu algoz do passado. O canalha morreu e Melissa estendeu a mão para Lívia (agora era a mocinha quem se apoiava na pedra e não Felipe). Ariel aumentou as forças da mãe de Alex, que conseguiu salvá-los, se redimindo no final.
É preciso ainda elogiar todas as cenas restantes.
O casamento de Afonso e Anita emocionou, assim como o casório de Salomé e Mássimo. O tocante conselho que Dorotéia deu para Melissa também merece menção, assim como o desempenho de Júlia Lemmertz e Paolla Oliveira. E a declaração de amizade eterna que Vitória fez para Zilda destacou o talento de Irene Ravache e Nívea Maria. O momento divertido ficou por conta do desfecho de Dorotéia, toda feliz com seu marido rico. Já a última sequência, com todos reunidos e confraternizando ---- onde personagens e atores se misturaram por alguns minutos ----, enquanto o Mestre declamava um texto lindo de amor e evolução, foi belíssima. Othon Bastos deu show. A última cena, inclusive, foi a de Lívia e Felipe se beijando, diante de uma bela vista, mostrando o amor que não cabia em uma só vida --- o lema do folhetim.
A trama fechou seu ciclo e cumpriu sua missão. É necessário ainda fazer uma menção ao talentoso elenco escalado, que engrandeceu o folhetim. Alinne Moraes e Rafael Cardoso tiveram muita química, Paolla Oliveira se destacou como a vilã Melissa, Emílio Dantas estreou na televisão com o pé direito vivendo o psicótico Pedro, Ana Beatriz Nogueira deu um show na pele da amargurada Emília e Irene Ravache mostrou o porquê de ser uma das mais respeitadas atrizes brasileiras com a sua nobre Vitória. E os elogios se estendem a Juca de Oliveira (Alberto), Luis Melo, Inês Peixoto, Luiz Carlos Vasconcelos (Bento), Carolina Kasting (Rosa), Júlia Lemmertz (Dorotéia), Nívea Maria (Zilda), Romulo Estrela (Roberto), Dani Barros (Severa), Felipe Camargo (Bernardo), Letícia Persiles, Caio Paduan, Louise Cardoso (Gema), Val Perré (Raul), Zécarlos Machado (que entrou na segunda fase como o preconceituoso Queiroz), Carlos Vereza, Norma Blum (Matilde), Ana Flávia Cavalcanti (Carola), Daniela Fontan (Rita), Flora Diegues (Bianca), Wagner Santisteban (Pérsio), Marcelo Torreão (Botelho), Nica Bonfim (Neném), Klara Castanho (Alice), Maria Joana (Michele), Cadu Libonati (Mateus), Othon Bastos (Mestre), Michel Melamed (Ariel), Cassiano Carneiro (Walmir), Saulo Arcoverde (Cícero), Elisa Brites (Berenice) e as crianças Mel Maia, João Gabriel D`Aleluia (Chico) e Kadu Schons (Alex).
"Além do Tempo" foi a melhor novela de Elizabeth Jhin. A autora conseguiu contar uma história tipicamente folhetinesca de forma inovadora e envolvente, deixando a sua marca na teledramaturgia através da impactante cena da mudança de fases. A trama de época foi bem mais atrativa que a contemporânea, mas o conjunto se mostrou merecedor de vários elogios, principalmente em virtude da ideia ousada da escritora. A produção chegou ao fim com um ótimo capítulo, onde a emoção e a tensão se misturaram, fazendo jus ao encerramento de toda boa novela. Os amores ultrapassaram o tempo; alguns personagens evoluíram, enquanto outros repetiram os mesmos erros; as vidas se entrelaçaram várias vezes; o perdão foi exposto de todas as formas, e o público foi presenteado com uma trama muito bem estruturada.
Valeu a pena ter mergulhado nessa dupla fantasia... Saudades da cena icônica do metrô, da Condessa Vitória, Melissa, enfim, de tudo. Novelão!
Torre de Babel
3.3 50 Assista Agora"Torre de Babel": a polêmica novela de Silvio de Abreu
No dia 25 de maio de 1998, estreou no horário nobre da Globo "Torre de Babel", novela substituta de "Por Amor", sucesso de Manoel Carlos. A trama ficou no ar até 15 de janeiro de 1999, sendo substituída por um dos maiores fracassos da emissora: "Suave Veneno", de Aguinaldo Silva. A história de Silvio de Abreu apresentou alguns problemas iniciais, mas o autor conseguiu revertê-los, transformando sua produção em um sucesso.
Dirigida por Denise Saraceni, a trama começa em 1978, contando a vida de José Clementino (Tony Ramos), um homem humilde que trabalha na construção de um prédio, que faz parte de uma das muitas obras da construtora do rico engenheiro César Toledo (Tarcísio Meira). Durante uma festa, em comemoração ao final das obras, o protagonista sente falta de sua esposa. Ao encontrá-la, o rapaz a vê tendo relações com dois homens e surta. Acaba matando a mulher e um dos homens a golpes de pá. Uma situação fortíssima e ousada para uma novela, mostrando a coragem de Silvio de Abreu em sair do lugar-comum.
César, que também estava no evento, ouve os gritos, contém o empregado com a ajuda de outros operários e chama a polícia. Clementino é preso e o testemunho de seu chefe é decisivo para a sua condenação: 19 anos de prisão. Vinte anos se passam e a novela inicia uma segunda fase, baseada na saída do protagonista da prisão, que busca vingança contra a família Toledo.
A história era fascinante e típica de um folhetim, ao mesmo tempo que ousava com uma situação forte demais até mesmo para uma produção das nove.
O curioso é que o autor precisou alterar um pouco a personalidade de Clementino por conta da rejeição do público, que não aceitou ver Tony Ramos viver um tipo tão assustador e agressivo, após ter interpretado tantos tipos íntegros. Agora este não foi o único problema da trama. O casal homossexual Rafaela e Leila, interpretado por Christiane Torloni e Silvia Pfeifer, não foi aceito pelo telespectador conservador. E a trama do viciado Guilherme (Marcelo Antony), filho problemático de César e Marta (Glória Menezes), foi outra que sofreu estranhamento, devido às fortes cenas do rapaz injetando drogas em seu corpo.
Como se nota, Silvio de Abreu quis presentear seu público com várias situações fortes e polêmicas, o que é sempre válido. Pena que na época nada disso tenha sido bem compreendido. E a solução do autor foi simples, ao mesmo tempo que responsável pela grande virada da trama, até hoje lembrada pelos telespectadores: a explosão do Shopping Tropical Towers.
Clementino inicia seu plano de vingança e arruma um emprego de vigia no shopping, com o intuito de colocar explosivos no prédio, destruindo um dos grandes empreendimentos de César Toledo, mas sem ferir inocentes; ou seja, detonando as dinamites com o prédio vazio. Entretanto, algo sai errado: todos os artefatos e seus planos escritos desaparecem do ferro-velho onde ele vive com seu pai (o violento Agenor - Juca de Oliveira), os meio-irmãos (Gustinho - Oscar Magrini e Boneca - Ernani Moraes) e com sua filha mais nova, Shirley (Karina Barum), que sofre com um defeito físico na perna.
Os explosivos acabam sendo acionados no dia seguinte ao desaparecimento, com o shopping em funcionamento, o que resulta em uma grande tragédia, matando várias pessoas, entre elas, Rafaela, Leila e Guilherme. A cena da explosão foi antológica e marcou a teledramaturgia, com um show de efeitos especiais. O mistério em torno do 'quem explodiu' (ao invés do 'quem matou') passou a dominar a trama, despertando interesse do público e imprimindo um tom policial na história.
Entre outros bons núcleos do folhetim, é preciso lembrar do protagonizado pela milionária hipocondríaca Deolinda Falcão e seu mordomo Cláudio, interpretados com maestria pelos saudosos Cleyde Yáconis e Carvalhinho. Havia também a dupla dinâmica Bina e Luzineide (a muda que se revelou uma faladeira no último capítulo), vividas por Cláudia Jimenez e Eliane Costa, onde uma impedia a outra de falar.
Vale destacar filha mais velha de Clementino Sandrinha (Adriana Esteves) ao lado de Ângela (Cláudia Raia).
E foi nesta novela que surgiu um dos personagens mais marcantes da teledramaturgia: o Jamanta (ótimo Cacá Carvalho), que sofria de problemas mentais e teve seu bordão "Jamanta não morreu!" na boca do povo ---- o sucesso foi tanto que Silvio o trouxe de volta em "Belíssima", anos depois.
No final da novela foi revelado que o responsável pela explosão era Sandrinha (Adriana Esteves, que brilhou do início ao fim na pele da vilã interesseira), filha mais velha de Clementino, que nunca perdoou o pai por ter matado sua mãe. Vale destacar também uma outra grande vilã da trama, interpretada com brilhantismo por Cláudia Raia: a psicopata Ângela, que nutria um amor-platônico por Henrique Toledo (Edson Celulari).
E, como toda produção do autor, o elenco era primoroso. Além de Tarcísio Meira, Glória Menezes, Tony Ramos, Cláudia Raia, Cleyde Yáconis, Carvalhinho, Adriana Esteves, Edson Celulari, Christiane Torloni, Cláudia Jimenez e Juca de Oliveira, tinha também Etty Fraser, Stênio Garcia, Maitê Proença, Natália do Vale, Letícia Sabatella, Irving São Paulo, entre tantos outros.
"Torre de Babel" foi mais uma grande novela de Silvio de Abreu e, mesmo com as dificuldades iniciais, foi uma grandiosa produção, que deixou sua marca na história da teledramaturgia e no horário nobre da televisão.
Um Lugar ao Sol
3.1 41Finalmente Lícia Manzo estreará no horário nobre da televisão, após vários adiamentos e cancelamentos sem propósito.
Após as primorosas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", que abrilhantaram a faixa das seis, a autora apostará no dramalhão clássico para arrebatar o público.
Cauã Reymond viverá gêmeos, um pobre e um rico. O milionário viverá cercado de mimo da mãe milionária, vivida por Ana Beatriz Nogueira, enquanto o humilde cairá em um orfanato. Ocorre que o rico entrará em coma e a vilã, vivida por Alinne Moraes, obrigará o gêmeo pobre a assumir a identidade do outro para tocar os negócios da família.
Andreia Horta viverá a mocinha e o elenco ainda conta com nomes como Mariana Lima, Andrea Beltrão, Zezé Motta, Daniel Dantas, Gabriel Leone, Denise Fraga, entre outros. Promete.
Nos Tempos do Imperador
3.4 16Alessandro Marson e Thereza Falcão são os autores e planejam contar o que aconteceu anos depois do término de "Novo Mundo", folhetim primoroso que escreveram em 2017. Eles, inclusive, escalaram Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter para interpretarem novamente os impagáveis Licurgo e Germana.
A premissa da nova história será a chegada da Condessa de Barral (Mariana Ximenes) à Corte, em 1856. Ela desembarcará no Rio de Janeiro para ser a preceptora de Isabel e Leopoldina, filhas de Dom Pedro II, vivido por Selton Mello ---- a Condessa, inclusive, será sua amante. Michel Gomes e Gabriela Medvedovski serão os protagonistas jovens. Já Giullia Gayoso deverá ser a Princesa Isabel.
A novela das seis substituirá "Éramos Seis" e a estreia está prevista para o final de março.
Salve-se Quem Puder
3.6 13A missão de Daniel Ortiz será complicada, pois substituir o fenômeno "Bom Sucesso" no horário das sete na TV é um desafio e tanto. Por isso, o autor apostará na comédia farsesca para agradar o público. Embora a premissa da história, dirigida por Fred Mayrink, pareça séria ---- as três protagonistas (vividas por Juliana Paiva, Vitória Strada e Deborah Secco) se conhecem e logo precisam mudar de identidade ao presenciarem o assassinato de um juiz ----, o conjunto será baseado em elementos clássicos de folhetim das 19h. Porém, o escritor já teve uma experiência bem-sucedida com o mesmo desafio. O carisma do trio central, pelo menos, o escritor já garantiu.
É a primeira vez que Daniel escreve uma produção de sua autoria ---- "Alto Astral" era baseada na sinopse da saudosa autora Andrea Maltarolli e "Haja Coração" um remake de "Sassaricando", de 1987. Juliana Paiva, Deborah Secco e Vitória Strada são as protagonistas da nova novela e o trio promete protagonizar muitas cenas engraçadas ao longo dos meses, embora virem fugitivas de uma assassina chefe de quadrilha. Há um quê de "Três Patetas", onde uma é a mais burra, a outra a mal-humorada e a última a inteligente.
Os sonhos de Luna (Juliana), Alexia (Deborah) e Kyra (Vitória) são interrompidos quando elas presenciam a execução de um juiz (vivido por Ailton Graça) e são obrigadas a viver sob custódia do Programa de Proteção à Testemunha. Para sobreviver, elas mudam o nome, a aparência, o estilo de vida e vão morar na fictícia Judas do Norte, no interior de São Paulo, depois que são dadas como mortas.
Luna assume o nome de Fiona, Alexia vira Josimara e Kyra é Cleyde, novas pessoas com um padrão de vida bem diferente. Elas serão acolhidas por uma família protetora --- João Baldasserini e Grace Gianoukas estarão no núcleo, e os caipiras não sabem nada sobre o passado delas --- e vão precisar seguir regras rígidas para permanecerem no programa. A primeira é a interrupção imediata de qualquer tipo de contato com conhecidos, por isso, celulares e redes sociais são proibidos, assim como frequentar lugares do passado.
O trio, é obvio, não vai conseguir permanecer na clandestinidade e isolado por muito tempo, já que a sensação de perda de liberdade será um incômodo difícil de superar. Assim, elas decidem fugir para São Paulo para tentarem retomar suas vidas. Somente o tempo colocará à prova os sonhos que essas três mulheres perseguiram por toda vida. Luna era uma jovem estudante de fisioterapia e estava perto de conseguir o sonhado diploma. Alexia era uma atriz em ascensão prestes a viver o auge da carreira, enquanto Kyra preparava para realizar o casamento dos sonhos com o empresário Rafael (Bruno Ferrari) --- que tem uma ex-namorada obsessiva, Renatinha (Juliana Alves), sua atual secretária.
Luna é mexicana, filha de brasileiros, funcionária de um resort em Cancún. É lá onde as protagonistas se conhecem. E também onde ocorre um furacão devastador. Justamente no dia do fenômeno climático é que ocorre o assassinato testemunhado por elas. E voltando ao enredo da quase fisioterapeuta, a personagem tem o sonho de reencontrar a mãe no Brasil. Helena - Flávia "Diva" Alessandra - desapareceu quando Luna ainda era criança e por isso a moça foi criada apenas pelo pai, Mário (Murilo Rosa). Ela conta com a ajuda do ex-namorado, Juan (José Condessa), de quem ainda gosta, ocorre de não ter perdoado uma traição do passado.
Alexia é filha de Graziela (Debora Olivieri), irmã da invejosa Petra (Bruna Guerin), e neta de Ignácio (Otávio Augusto), com quem mantém uma relação de cumplicidade. É ele o grande incentivador de sua carreira. Acontece que o encontro com o enigmático Renzo (Rafael Cardoso) muda a vida da personagem. Isso porque ele é sobrinho de Dominique (Guilhermina Guinle), a grande vilã da novela e a responsável pela morte do tal juiz. Os dois acabarão se envolvendo momentos antes do crime e ele ainda a verá na hora do assassinato, durante uma forte tempestade provocada pelo furacão.
Já Kyra é filha de Agnes (Carolina Kasting) e irmã mais velha de Bia (Valentina Bulc) e Junior (Igor Cosso). Uma típica patricinha bem de vida, cujo único sonho era se casar e ser feliz com Rafael. E depois que assumir sua nova identidade para fugir da morte e escapar do interior de São Paulo, a agora Cleyde vai trabalhar como babá dos filhos de um viúvo, o advogado Alan (Thiago Fragoso). Ele é pai de três filhos adotivos: Tarantino (Daniel Rangel), Queen (Alice Palmar) e Mosquito (Ygor Marçal). O homem viverá para o trabalho, e se encantará pela atrapalhada personagem.
"Salve-se Quem Puder" tem a direção de Fred Mayrink e Daniel Ortiz e reunirá todos os elementos clássicos de um bom folhetim das sete. Resta apenas torcer para que a premissa do enredo tenha fôlego para tantos meses no ar e não se perca como tantas tramas da mesma faixa como Totalmente Demais, Deus Salve o Rei, Haja Coração, etc. Dandara Mariana, Aline Dias, Felipe Simas, Leopoldo Pacheco, Marcos Pitombo, Sabrina Petraglia, Marianna Armellini, Jacqueline Laurence, Marilu Bueno, Cristina Pereira, Cosme dos Santos e Ana Carbatti são mais alguns nomes do elenco.
Que História é Essa, Porchat? (1ª Temporada)
4.1 6Fábio Porchat rescindiu seu contrato com a Globo para buscar novos desafios. Uma atitude corajosa. E valeu a pena.
"Que História É Essa Porchat?" merecia a TV aberta desde sua estreia no GNT
A saída de Fábio Porchat da Record foi muito bem planejada pelo apresentador. O "Programa do Porchat" durou apenas dois anos, entre 2016 e 2018, e Fábio se sentiu limitado pela emissora. Também não conseguia bons convidados pelas proibições impostas pela Globo. Em 2019, conseguiu criar um então promissor projeto na GNT assim que se desligou do canal. Não pediu demissão sem um plano B. O canal a cabo da líder também já era um passaporte para a sua migração no futuro, que veio a acontecer agora com a estreia do "Que História É Essa, Porchat?" na TV aberta.
A primeira temporada estreou em agosto do ano passado e foi um sucesso. Não só de crítica, mas de repercussão e interesse dos artistas pelo programa. O êxito se deu pela simplicidade do formato. Não é mais um talk-show ou outra atração típica de entrevistas. Porchat optou pela intimidade filmada. Mas não invadindo a privacidade dos convidados e, sim, os chamando para ouvir histórias curiosas que tinham para contar. A escolha é da pessoa. Basta lembrar de algum acontecimento marcante que já viveu e ainda não expôs na televisão ou pouca gente sabe. Parece bobagem, mas funcionou.
São sempre três convidados por programa contando fatos curiosos. E o palco é organizado em um quase quadrado com Fábio e seus entrevistados, um de frente para o outro. A plateia fica em volta e também participa porque o apresentador sempre consegue deliciosas declarações de anônimos, como a menina que foi parar em uma festa promovida por Luciano Huck.
O formato funciona como um grande bate papo entre amigos. É como se uma câmera fosse colocada clandestinamente em alguma reunião de famosos. As conversas fluem tão bem que o tempo passa rápido. Cláudia Raia, Tony Ramos, Glória Maria, Welder Rodrigues, Regina Casé, Ivete Sangalo, Ney Latorraca e Fernanda Torres foram alguns dos ilustres participantes da primeira temporada.
O apresentador conseguiu emplacar um ótimo programa no canal a cabo GNT, fugindo daquele tradicional formato de talk-show que virou moda no país. Fábio reúne três convidados especiais por edição para ouvir histórias curiosas de cada um, incluindo a participação de pessoas da plateia, que também contam situações hilárias sobre algum momento da vida.
São tantas histórias interessantes que várias viraram memes, como Fernanda Torres falando de sua passagem "totalmente drogada" pelo "Altas Horas", programa de Serginho Groisman na televisão. Chegou para ficar.
Lady Night (4ª Temporada)
4.1 6A quarta temporada do programa de maior sucesso do Multishow foi mais curta que as anteriores por conta da gravidez de Tatá Werneck ---- ela passou muito mal com constantes enjoos durante toda a gestação.
Mesmo assim, o talk-show seguiu maravilhoso, vide as ótimas entrevistas com Chay Suede, Ana Maria Braga, Selton Mello e Rodrigo Santoro. A televisão ainda resolveu exibir as outras temporadas em sua grade, o que gerou um ótimo retorno da audiência.
Topíssima
3.3 7Após anos apostando apenas em novelas bíblicas repetitivas, a Record resolveu voltar a produzir folhetins contemporâneos e acertou com a história bem escrita por Cristianne Fridman. Os mocinhos tiveram química, a autora ousou em algumas tramas, como a abordagem do aborto, e a audiência foi satisfatória.
Record volta a apostar em uma novela contemporânea com "Topíssima" e faz bem
Há cinco anos a Record não produzia uma novela não bíblica contemporânea. A última era "Vitória", de Cristianne Fridman, exibida em 2014. Ironicamente, a autora que marca essa volta aos folhetins atuais é a mesma Cristianne, que estreou "Topíssima", nesta terça-feira, dia 21, às 19h55, na faixa que exibia a reprise de "A Terra Prometida". A escritora, inclusive, também está no ar com outra produção inédita: "Jezabel", exibida logo após essa sua nova empreitada, às 20h45.
O novo folhetim enfrentou problemas antes da estreia. Isso porque Cristianne foi chamada pela Record, em 2017, para criar uma história para a faixa das sete. A sinopse foi aprovada em agosto e entraria no ar no primeiro semestre de 2018, substituindo "Belaventura". O título era "Rosa Choque" e só depois virou "Topíssima". Vários atores foram contratados pela emissora para a produção, mas tempos depois o projeto acabou cancelado em virtude do corte de custos. O canal manteria apenas a faixa das 20h45 com novelas inéditas e sempre bíblicas. A das sete seria preenchida com reprises.
Em novembro de 2018, a trama foi desengavetada pela emissora e a autora voltou a trabalhar na produção. Agora, em maio de 2019, finalmente foi ao ar. E já é possível observar vários elementos que Fridman adora: crimes, sequestros, mistérios envolvendo assassinatos e cenas de ação.
A estreia foi bem movimentada e a correria nos acontecimentos ficou evidente, principalmente em virtude da edição brusca das cenas. Mas a maior preocupação foi apresentar as dificuldades que os mocinhos terão com a polícia e o jogo de gato e rato que protagonizarão em vários momentos.
Sophia (Camila Rodrigues) é uma empresária independente que sempre abriu mão dos romances pela vida profissional. Prestes a assumir a presidência do Grupo Alencar (que administra faculdades particulares), é obrigada pela mãe (a fútil Lara - Cristiana Oliveira) a assinar um termo de que se casará dentro de um ano ou perderá o cargo. Quem não gosta é Paulo Roberto (Floriano Peixoto), meio-irmão de Lara que comandava o grupo pela incapacidade da perua para os negócios. Ele é o grande vilão da novela e mantém uma rede de tráfico com o policial corrupto Pedro (Felipe Cardoso) e o químico americano Taylor (Emilio Orciollo Neto), que desenvolve uma nova droga chamada Veludo Azul.
Já na favela do Vidigal mora Antônio (Felipe Cunha), um taxista honesto que ajuda a mãe (Mariinha - Silvia Pfeifer) com o restaurante Cantinho da Laje, mas que se tornou amargo assim que foi abandonado pela noiva (Aline Riscado), que o trocou justamente pelo traficante Pedro. Ela, inclusive, acaba assassinada pelo criminoso assim que descobre a verdade sobre o tráfico e Antônio vira o principal suspeito do crime. Ele e Sophia se encontram em virtude de uma batida de trânsito e têm uma briga feia. A ricaça, por sinal, até o reconhece porque costuma espiar a vida de moradores da comunidade em uma luneta, posicionada bem na janela de sua mansão. Os dois acabam se encontrando novamente pouco tempo depois, mas na cadeia porque Sophia também vira suspeita do crime ---- e essa parte não fez o menor sentido.
A história, vale observar, começou com uma breve cena seis meses à frente. A mocinha caminhava com a blusa manchada de sangue depois de ter visto sua mãe morta com uma facada nas costas. Ou seja, além do conflito envolvendo o assassinato da ex-noiva de Antônio, há ainda outro mistério a ser desmembrado. O elenco conta com nomes como Denise Del Vechio, Paulo César Grande, Kadu Moliterno, Eri Johnson, Rayanne Morais, Samara Felippo, Suzana Alves, Marcella Rica, Pérola Faria, Cássia Linhares, Sidney Sampaio, Juliana Didone, entre outros.
"Topíssima", dirigida por Rudi Lagemann, marca a volta da Record com novelas contemporâneas e a medida é muito válida, principalmente diante do evidente desgaste dos enredos bíblicos ---- "Jezabel" é um bom produto, mas está fracassando na audiência. Cristianne Fridman parece ter uma boa história em mãos.
Jandira morre em "Topíssima":
Brenda Sabryna expôs muito bem toda a angústia de uma menina desesperada que se vê sem saída e precisa fazer um aborto clandestino. A cena da morte foi bem escrita por Cristianne Fridman. e dirigida por Rudi Lagemann.
Madalena chora a morte da filha em "Topíssima":
O desespero da mãe que perdeu sua menina foi brilhantemente interpretado por Denise Del Vechio, uma atriz que nunca decepciona e é um dos maiores nomes da teledramaturgia da Record.
Éramos Seis
4.0 18O quinto remake do romance de Maria José Dupré, baseado na novela exibida pelo SBT em 1994, mantém as qualidades vistas nas produções anteriores, além de algumas diferenças. Angela Chaves vem conduzindo bem essa versão exibida pela TV aberta e o folhetim prima pelo capricho da direção de Carlos Araújo. O elenco também foi escalado com precisão e Glória Pires brilha como Dona Lola, assim como vários outros intérpretes, vide Cássio Gabus Mendes, Nicolas Prattes, Kelzy Ecard, Carol Macedo, Simone Spoladore e Ricardo Pereira. O folhetim tem conseguido uma boa audiência, provando que enredos mais tristes ou mais densos não afastam o público quando bem expostos.
E foram mesmo muitas cenas impactantes...
Júlio chega bêbado e estraga festa da filha em "Éramos Seis":
O patriarca da família Lemos se esquece do aniversário de Isabel e chega tarde em casa, caindo de bêbado. Todos se assustam e Júlio ainda se desequilibra e leva ao chão a toalha de mesa com todos os doces e salgadinhos da festa da menina. Maju Lima emocionou e Antônio Calloni, Virginia Rosa e Glória Pires também se destacaram.
Família Lemos se diverte na praia em "Éramos Seis":
Após muitos entreveros familiares, Júlio resolve fugir um pouco dos problemas para agradar a ranzinza mãe e leva a família para Santos. Todos se divertem e as sequências primaram pela direção caprichada de Carlos Araújo e sintonia dos atores. A delicadeza reinou naquele tão raro momento de harmonia familiar.
Filhos se sacrificam pela mãe em "Éramos Seis":
Os quatro filhos resolvem presentear Lola no Natal e para isso fizeram alguns sacrifícios pelo dinheiro. Carlos fez pequenos favores, Alfredo trabalhou e Isabel vendeu doces. Já Julinho vendeu seu cachorro tão amado. A cena do menino se desfazendo de seu grande amigo foi comovente, destacando Davi de Oliveira. Xande Valois, Maju Lima e Pedro Sol também se destacaram em mais uma sequência sensível do folhetim escrito por Angela Chaves e baseado na obra de Maria José Dupré.
Inês e Afonso se despedem em "Éramos Seis":
Seguindo ordens da mãe para viajar com ela e seu pai biológico, a menina chora ao se despedir de seu pai de criação e o último abraço de Afonso e Inês foi comovente. Gabriella Saraivah e Cássio Gabus Mendes emocionaram e tiveram uma bonita sintonia.
Inês vai embora sem se despedir de Carlos em "Éramos Seis":
A menina não consegue encontrar o seu amor e acaba se despedindo apenas de Alfredo. A triste cena foi lindamente protagonizada por Gabriella Saraivah e Pedro Sol. Já Xande Valois brilhou com o choro solitário de Carlos no lugar onde ficava com sua namorada. Outra sequência conduzida com muita sensibilidade pela direção de Carlos Araújo.
Lola sonha futuro dos filhos em "Éramos Seis":
Emocionada com o presente que ganhou dos herdeiros, Lola imagina o futuro bem-sucedido de cada um e as imagens acabaram refletidas na caixinha de música comprada por eles. Uma cena poética e lindamente interpretada por Gloria Pires e Antônio Calloni.
Júlio se emociona e passa mal em "Éramos Seis":
O patriarca não contém a sua alegria ao receber seu tão sonhado cheque de Tia Emília (Susana Vieira) e chora, imaginando o bom futuro de sua família. Porém, logo depois sente uma forte dor e cai, deixando a bengala e o cheque no chão. Antônio Calloni protagonizou uma cena triste e muito bem realizada.
Júlio sonha pela última vez em "Éramos Seis":
Pouco antes de falecer, o patriarca da família Lemos imagina o sucesso como sócio de Seu Assad (Wernner Schuneman) e a cena de Júlio mostrando a loja nova para os filhos é comovente. Só não emociona mais que a última dança de Júlio e Lola, sendo observados pelos quatro filhos. A sequência mais sensível da atual novela das seis que arrancou muitas lágrimas do público. Uma das cenas mais primorosas de 2019.
Júlio morre em "Éramos Seis":
"O pai se foi, mãe". A frase de Carlos dilacera a família Lemos e aquele choro coletivo foi de dilacerar a alma de quem assistia. Glória Pires, Danilo Mesquita, André Luiz Frambach e Giullia Buscacio emocionaram sem esforço. Cena triste e de fácil identificação.
Afonso e Inês se reencontram em "Éramos Seis":
Era um dos momentos mais aguardados da novela das 18h. E fez valer a espera. Carol Macedo e Cássio Gabus Mendes deram um banho de emoção e delicadeza na linda cena. "É Inês? A minha Inês?" "Sou eu. Sua Inês, meu pai".
Bom Sucesso
4.1 26A novela das sete de Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida com maestria por Luiz Henrique Rios, é um fenômeno de audiência e todo o sucesso é merecido.
Os autores, responsáveis pelas também ótimas "Malhação - Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016), emplacaram outro produto de qualidade e conquistaram o público com uma história deliciosa que aborda a literatura com delicadeza, apresenta personagens bem construídos, forma casais apaixonantes e ainda explora viradas que emocionam e tiram o fôlego com boas doses de tensão.
Os responsáveis sabem que o povo quer dramaturgia de verdade e novamente conseguiu criar vários tipos populares, entre tantos. Ainda evitou a famigerada 'barriga' (período de enrolação) inserindo na Dona do Pedaço do Walcyr Carrasco.
Destaque para elenco que brilharam ao longo da trama. Impossível não se envolver com Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela), Alberto (Antônio Fagundes), Nana (Fabiula Nascimento), entre tantos outros bons e bem interpretados perfis. É o melhor folhetim das 19h desde "Cheias de Charme".
Melhores eventos nessa novela de televisão - Bom Sucesso:
Paloma surta e quebra vitrine em "Bom Sucesso":
Achando que tem apenas seis meses de vida, Paloma se cansa dos desaforos da patroa e quebra a vitrine da loja onde trabalhava na ótima novela de Rosane Svartman e Paulo Halm. Grazi Massafera brilhou e provou que tinha mesmo que ser a protagonista da história.
Paloma descobre que não vai morrer em "Bom Sucesso":
O fim da confusão envolvendo a troca de exames ocorreu logo na primeira semana de novela e Grazi Massafera mais uma vez se destacou com a emoção e a alegria de Paloma. A esperança renascia.
Bandidos assaltam mansão de Alberto em "Bom Sucesso":
A sequência do roubo foi uma das melhores da ótima novela das sete e vale destacar a direção de Luiz Henrique Rios, além das grandes atuações de Grazi Massafera, Antônio Fagundes, Rômulo Estrela, Fabíula Nascimento, entre tantos mais.
Waguinho salva Alice em "Bom Sucesso":
Mesmo sendo um dos responsáveis pelo assalto, o garoto se arrepende quando vê a menina quase sendo violentada por um dos marginais. A forte cena foi muito bem interpretada por Bruna Inocêncio e Lucas Leto.
Diogo mata Eric em "Bom Sucesso":
O vilão vivido com brilhantismo por Armando Babaioff se transforma em um assassino quando joga o carro do então inimigo para fora da pista, após uma ótima cena de perseguição. Jonas Bloch também se destacou e a direção merece elogios pelos bons efeitos especiais.
Sofia se desespera com o estado do avô em "Bom Sucesso":
Consumido pela tristeza em virtude do rompimento da relação com Paloma, Alberto se entrega para a morte e sua neta se desespera. O choro da menina comoveu o público e Valentina Vieira provou que é uma das gratas revelações mirins do ano. A menina vai longe.
Paloma passa Natal na casa de Alberto em "Bom Sucesso":
A protagonista cortou relações com o seu grande amigo por conta de uma armação de Diogo, mas o espírito natalino amoleceu o coração da mocinha, graças a Nana, que implorou para visitar seu pai. A sequência da reaproximação foi emocionante e Antônio Fagundes, Grazi Massafera, Fabíula Nascimento e Rômulo Estrela brilharam.
Felipe morre em "Bom Sucesso":
A morte por acidente do rapaz chocou todos os funcionários da Prado Monteiro, especialmente Evelyn e Thaissa. Foi o momento de Mariana Molina e Yasmin Gomlevsky mostrarem como são talentosas. O choro e o desespero das personagens foi bem transmitido.
Marcos e Paloma se beijam no Pão de Açúcar em "Bom Sucesso":
Após muita insistência e declarações, o mocinho consegue um beijo de seu amor em pleno ponto turístico do Rio de Janeiro. A cena esbanjou química e sensibilidade. Rômulo Estrela e Grazi Massafera têm uma linda sintonia.
Marcos e Paloma namoram em "Bom Sucesso":
Pensando em si mesma pela primeira vez, a mocinha resolve curtir a vida com seu Peter Pan da praia e ambos se divertem em Búzios, deixando os problemas de lado. Foram lindas cenas, típicas das melhores comédias românticas do cinema. Rômulo e Grazi sempre ótimos.
Marcos e Paloma pintam apartamento em "Bom Sucesso":
Outra cena típica de comédias românticas. O mocinho chama sua amada para ajudá-lo a pintar seu novo lar e os dois se sujam de tinta em meio a muitas brincadeiras. Os atores transbordaram química novamente.
Diogo é desmascarado em "Bom Sucesso":
Fabíula Nascimento e Armando Babaioff se destacaram quando Nana se indigna assim que descobre todas as traições do então marido e o expulsa de sua vida. A aguardada cena foi uma das melhores viradas do roteiro.
Gabriela salva a vida de Alberto em "Bom Sucesso":
Diogo arma para matar o pai de Marcos e provoca a queda de um refletor durante o primeiro desfile de Paloma. Gabriela, que desfilava no momento, se jogou para salvar Alberto e acabou se ferindo gravemente. Giovanna Coimbra se destacou e a direção da equipe de Luiz Henrique Rios novamente foi precisa.
Gabriela se declara a Vicente em "Bom Sucesso":
Em estado grave e com medo de morrer sem dizer o que sente, a menina termina seu namoro com Patrick (Caio Cabral) e se declara ao ex, que fica esfuziante e transborda felicidade. A cena foi bem delicada e protagonizada com talento por Giovanna Coimbra e Gabriel Contente.
Malhação Toda Forma de Amar
2.8 2Os melhores momentos dessa edição:
Rita e Filipe transam em "Malhação - Toda Forma de Amar":
Se o beijo demorou, a transa muito mais. Mesmo assim, a espera é sempre benéfica pelo aumento da expectativa e torcida do público. A espera valeu a pena e a cena da primeira vez do casal teve toda a sensualidade e sensibilidade necessárias. Alanis Guillen e Pedro Novaes ótimos.
Rita bate em Lara em "Malhação - Toda Forma de Amar":
Após ter ouvido muitos desaforos calada, a mocinha enfiou a mão na cara da tia de Filipe logo depois do encerramento de mais uma audiência pela guarda da filha de Rita. Alanis Guillen e Rosane Mulholhand se destacaram.
Guga conta que é homossexual em "Malhação - Toda Forma de Amar":
Emocionante o aguardado momento em que o rapaz assume para os pais a sua homossexualidade. O acolhimento da mãe e a fúria do pai destacaram Karine Teles e Roberto Bontempo, além do show de Pedro Alves, que protagonizou sua melhor cena na trama.
Órfãos da Terra
3.5 8Nessa telenovela as melhores cenas:
Missade chora a morte do filho em "Órfãos da Terra":
Ana Cecília Costa dilacerou o coração de quem assistia a cena do desespero da mãe que perdia o filho, após um bombardeio na Síria. A atriz deu um show de emoção na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes e o choro desolador de Missade comoveu o público.
Laila consegue a travessia com sua família em "Órfãos da Terra":
Após muito sofrimento e angústia, a mocinha driblou a fiscalização e os tiros dados pelos policiais juntamente com os pais. A sequência da passagem pela fronteira teve uma grande direção de Gustavo Fernández e uma primorosa atuação de Julia Dalavia, Ana Cecilia Costa e Marco Ricca.
Aziz mata Soraya em "Órfãos da Terra":
A cena em que o vilão flagra a esposa com o amante e a assassina diante dos olhos da filha foi a mais impactante da novela das seis da Globo. Herson Capri viveu um ótimo canalha e Alice Wegmann comoveu na triste sequência. Kaysar Dadour como Fauze também brilhou.
Dalila se desespera com a morte da mãe em "Órfãos da Terra":
O grito dado pela vilã criou uma imensa empatia do público diante de tamanha crueldade de Aziz, que matou a esposa a tiros diante da filha. Alice Wegmann protagonizou a sua melhor cena na novela das 18h.
Aziz invade o casamento de Laila e Jamil em "Órfãos da Terra":
Pareceu cena de reta final de folhetim (e, ironicamente, acabou sendo, pois a trama só se sustentou por um mês). O momento em que o sheik invadiu o casamento dos mocinhos, cheio de capangas, foi de tirar o fôlego.
Dalila vela o corpo da mãe em "Órfãos da Terra":
Diante de uma Letícia Sabatella imóvel, Alice Wegmann comoveu durante o ritual, onde a vilã cuidou da mãe e a vestiu em um último gesto de afeto. A sequência não precisou de texto, apenas muitas lágrimas.
Aziz morre em "Órfãos da Terra":
A morte do grande vilão terminou de aniquilar o roteiro das autoras e, depois do fato, a novela se perdeu por completo. Mas a partida do sheik, que pediu para Jamil cuidar de sua filha, foi comovente e destacou Herson Capri e Renato Góes.
Laila dá uma surra em Dalila em "Órfãos da Terra":
O clichê da mocinha estapeando a vilã raramente falha na teledramaturgia e não foi diferente na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes. Apesar do motivo bobo (a fixação sem sentido que Dalila sentia por Jamil), Julia Dalavia e Alice Wegmann se destacaram na cena em que Laila arrancou sangue da inimiga, após vários tapas. A sequência também teve uma ótima direção e conseguiram deixar a briga verossímil.
Rânia revela a Dalila que é sua avó em "Órfãos da Terra":
Com a intenção de amolecer o coração da vilã, Rânia fez questão de se aproximar da neta para contar como era sua relação com Soraya. Alice Wegmann e Eliane Giardini comoveram e as lágrimas escorreram sem esforço. Bonita cena.
Casamento de Valéria e Camila em "Órfãos da Terra":
Elas acabaram virando as mocinhas da trama e não por acaso o penúltimo capítulo, que exibiu a delicada cena do casamento, teve mais audiência que o último. O tão aguardado beijo das patricinhas carismáticas, censurado semanas antes, foi finalmente exibido e Bia Arantes e Anaju Dorigon esbanjaram química. Uma pena que o desenvolvimento só tenha ocorrido perto da reta final.
Cena final de "Órfãos da Terra":
O último capítulo, assim como toda a novela, foi uma grande decepção. Mas pelo menos a linda mensagem sobre respeito ao próximo e contra a xenofobia, dita por Laila, sensibilizou e se mostrou mais do que necessária nos dias de hoje. As imagens das diferentes grafias da palavra "Fim" também foi um acerto e Julia Dalavia emocionou.