Filme cobertor. Isto é, aquela narrativa que quer fazer o espectador acreditar que não importa as suas escolhas, o universo conspira ao favor de quem acredita nos seus sonhos. Por outro lado, Lili Reinhart é cativante e, por isso, o filme tem vida, ela mesma se assemelha a uma personagem fofinha de cartoon. Como serie se... fosse outra atriz?
Quando não importa o que você encontre enterrado nas paredes e o mal que isso possa te causar, o terror maior no sistema em que vivemos é saber que não dá para parar a máquina do capitalismo, ou seja, o pior é ficar sem dinheiro, fechar um negócio ou não ter um registro de trabalho.
Filme ótimo para apreciar como é a produção de filmes autorais e a luta de um dos mais antigos cineastas franceses na ativa. Goste ou não de seus filmes, o documentário acompanha três de suas produções e é inebriante ver o a disposição de Claude Lelouch, e seu fascínio pelo fazer cinema. Mesmo que eu torça o nariz pela maneira que ele decide mostrar algumas regiões da India a partir do seu olhar de exotismo europeu, todas as formas de linguagem cinematográfica são válidas. A música é um personagem importante em suas produções e ele é um escritor do acaso. Ou seja, adoro como ele trabalha para captar o resquício do olhar e transmitir o apaixonamento. Nem sempre consegue, mas a vida é tentativa e erro. Lelouch próprio se compara a Woody Allen. Eles não estão longe no aspecto da grande produtividade e de serem comandantes das próprias produções.
Acredito que este filme é um bom argumento sobre como as nossas condições de vida, ou seja, o ambiente em que vivemos formam a nossa relação com as outras pessoas e o mundo. Durante a primeira parte, eu questionava a protagonista por depender desesperadamente de um homem para 'salvá-la' e acreditar nas palavras deles. Aos poucos entendo melhor a sua perspectiva de vida. Em seguida, quando a personagem manipular os outros através das palavras para conseguir seu objetivo, percebo que ela aprendeu com as suas duras experiência e o seu entorno: as palavras têm poder.
Ao invés de fugir, ela joga com as parcas cartas que tem às mãos. Acredito na veracidade de Insiang, mesmo sem empatia. Ver as estruturas sociais de outro país longínquo tão parecido com a miséria humana de sobrevivência no meu próprio país é uma das mágicas do cinema, aqui bem exploradas em tons melodramáticos de folhetim.
Paixão, traição e vingança, os sentimentos que latejam e borbulham nos seres humanos estão no prelúdio, no ápice e no prólogo desse drama.
O filme existe porque Adèle Exarchopoulos aceitou trabalhar nele, qualquer outra atriz faria esta obra ser relegada ao nimbo do fundo de uma prateleira da produtora francesa/belga que o deu vida. É o primeiro trabalho dos dois diretores, contudo, as filmagens são amadoras, com utilização medonha de iluminação interna e posicionamento de camera pior que a dos stories dos seus amigos no Instagram. Não existe edição. As cenas mais bonitas são tomadas longas de planos amplos com Adèle. Os diálogos são pífios e a cena final é uma vergonha alheia. Se fosse um vídeo para o YouTube, eu já acharia mal feito, mas tratando-se de um filme para comercialização em sala, é assombroso. Por outro lado, é admirável como os franceses dão bastante oportunidades para os iniciantes. O filme foi selecionado para Semaine de la Critique em Cannes 2021 e chegou aos cinemas franceses no dia 11 de março de 2022. Adèle é extraordinária ao espremer suco do caroço, já o filme é raso, longo e enfadonho.
Comédia romântica em que o par romântico não tem química, não funciona. O parco triângulo amoroso é vergonhoso, acreditaria mais na questão de orgulho profissional como dilema. Como alguém "traduz" sua obra completamente e não recebe nenhuma sanção?
Se a leitura do livro de Annie Ernaux já nos deixa exauridos, a diretora Audrey Diwan encontra a protagonista perfeita e um ponto certeiro para nos abater. de vez. Na mesma temática de '4 meses, 3 semanas e 2 dias' e 'Um Assunto de Mulheres', 'O Acontecimento' é mais emblemático, chocante e, por isso, verdadeiramente político.
Roteiro é baseado em quantos termos da língua portuguesa é possível tentar fazer uma piada de duplo sentido. Em cada 5 a 5 minutos, os personagens falam algo que pode ser considerado dúbio e a graça do filme resta nisso. Os atores estão longe do tom cômico e nem de perto consegue ser agradável como a original argentina.
Fez escola com Eduardo Coutinho e conseguiu tirar do que acreditamos, em um primeiro momento, ordinário, uma história extraordinária. Uma terapia em grupo entre Silvana e o espectador. Até mesmo um curto momento da exemplificação do racismo estrutural perpassado de um juiz de classe média manuseando a opinião da entrevistada sobre o tema.
Da mesma forma que 'Drunk' (2020) e Soul (2020) mexeram com as minhas reflexões sobre a vida no último ano, Felicità faz isso de um outro modo. Não consegui desgrudar os olhos nem um segundo de cada olhar ou diálogo, porque tudo é de uma pertinência tocante e descontraída. Assim, o filme mostra o jogo da vida de forma surpreendente, dinâmico e prazeroso para aqueles que são habilidosos jogadores, mesmo faltando várias peças e/ou cartas.
Que filme! Sou fã do trabalho de Lars von Trier. Cada obra que me deparo, ele me surpreende. São quase 3h que te deixam grudados à Bess. Emily Watson realiza uma das performances mais encantadora do cinema, ela apresenta a inocência, a infantilidade, a angústia e o medo da sua personagem de maneira a soar natural. É fácil apaixonar-se por ela e se entristecer com a manipulação da religião sobre as pessoas.
Seria uma boa comédia sem a personagem Linda Jackson. Todas as inserções com ela são mal construídas e sem conexão com o enredo. Por exemplo, uma cena bizarra de assédio, outra mais bizarra de um jantar familiar. Quem leva o funcionário do trabalho com o qual dormiu uma noite para apresentar a família inteira? É uma comédia escrachada e leva o estereótipo do estadunidense racista ao extremo, porém a personagem está jogada no roteiro apenas para contemplar uma dúzia de piadas em relação sua cor de pele.
Contudo, o filme.mostra de modo orgânico como a chegada dos canais de transmissão 24h criaram o modelo sensacionalista de entretenimento; e isso é apreciável. Ainda mais, a guerra entre os canais nacionais, atualmente, quase mundiais.
A protagonista silenciosa e a câmera a segui-la, ao mesmo tempo que mostra as histórias aos redores é um encontro aprazível pouco visto no cinema. Uma mistura de ficção e documentário, com uma estética crua e planos surpreendentes. A gente acompanha Lilian com esperança, aflição e incredulidade.
Uma aventura amorosa que te deixa inebriado(a). São raros os filmes que conseguem transmitir a sedução entre o casal para o público, a tal "química" entre os atores é inquestionável, mas é preciso celebrar o roteiro e as tomadas geniais de Lelouch. Além disso, ele elabora uma apaixonada explicação da presença da música em um filme, a qual transforma qualquer ambiente. Terminei a sessão apaixonada pela obra.
O trabalho de direção e fotografia é primoroso. Com pouquíssimas locações e explicações, os olhares e os movimentos contam toda uma narrativa de ressentimentos, frustrações, inveja, ira, ódio, mas, sobretudo, sobre de cumplicidade. A maneira como o casal protagonista se olha na primeira e na última cena é de um abismo acachapante. Em poucos dias, sentimentos entram em ebulição e evaporam. Vejo o filme como uma analogia culinária das sensações humanas, na qual dependendo dos ingredientes dentro da panela, o gosto do prato muda completamente. Esta elucubração está presente no próprio roteiro de forma despretensiosa, porém marcante.
Com humor e veracidade, Miss tem o grande poder de nos colocar nos sapatos de um transsexual através da perseverança por realizar os seus sonhos, mas também em meio uma luta interna sobre aceitação e coragem. Entretanto, nada disso seria possível sem o estonteante ator Alexandre Wetter. É o melhor filme sobre o tema que eu já vi, pois, além do tom sensível, a obra aborda com humor julgamentos sociais sobre o papel do feminino e dos marginalizados.
É comédia e é drama, tal como a vida. É sobre álcool e sobre comportamento social, não se discute a substância sem os seus efeitos. O grande espetáculo do filme é colocar o pico na experiência, como um novo dilema pode mudar a perspectiva de toda uma vida, uns para cima, outras para baixo. Em análise, poderíamos dizer que é uma terapia de choque, como "tente algo novo]'. Muitos enredos trabalham com jornadas a partir de viagens, lutos, etc, já Drunk faz este processo por meio do álcool e acompanhá-lo é maravilhoso. O final é um expurgatório da tristeza, do medo, da falta de audácia. O ambiente escolar é perfeito para esse processo de comparação entre o tentar e o conseguir, a liberdade e o vexame.
È tocante e encantadora a maneira de Aural contar um pequeno retrato de uma grande guerra. Duas mensagens são extremamente eficientes. Primeiro, como elos são construídos e tornam-se lembranças forjadas para sempre na vida de determinadas pessoas. Segundo, a representação do legado que o nosso trabalho carrega ao logo do tempo. Visto em Paris em 11/10/2020.
Tinha uma impressão de 'Antes do Amanhecer', mas não se comporta. A conversa dos personagens é sobre os outros. Eles partem de não falar de si ou do mundo, mas das suas frustrações, prometendo talvez algo a mais no futuro. O casal tem um bom envolvimento, o que nos leva a crer que eles podem construir algo, no entanto, o roteiro é um monólogo de dor com pitadas de aspectos culturais da Turquia.
Se você conhece alguém que está em um relacionamento abusivo, tóxico, ou denominações semelhantes, recomende este filme. Acredito que este é o principal sentimento transmitido por Dolan. O espectador deseja que Tom sai daquele ambiente, enquanto o ver indo a direção contrário. No fim das contas, não é fácil para quem assiste, não é fácil para quem está na situação e, talvez igualmente, não seja fácil para a mente perturbada do opressor (neste caso com grandes resquícios de psicopatia). Aprecio muito como tudo é apresentado vagarosamente e em observância, tal como a vida - sem explicações mastigadas. Veja e sinta.
Adoro os filmes fantásticos do Estúdio Ghibli, mas a família Yamada me encantou de forma muito mais profunda que as outras obras. O modo singelo e poético de contar o cotidiano me levou às minhas memórias de infância dos anos 1990. Para mim, é impossível ver este retrato familiar e não sorrir a partir das lembranças trazidas.
Como Seria se...?
3.4 180 Assista AgoraFilme cobertor. Isto é, aquela narrativa que quer fazer o espectador acreditar que não importa as suas escolhas, o universo conspira ao favor de quem acredita nos seus sonhos. Por outro lado, Lili Reinhart é cativante e, por isso, o filme tem vida, ela mesma se assemelha a uma personagem fofinha de cartoon. Como serie se... fosse outra atriz?
Férias Muito Loucas
3.0 3Também conhecido como : Um Acampamento Só Para Garotos. Ao menos, quando o filme passava no SBT.
Trabalhar Cansa
3.6 208Quando não importa o que você encontre enterrado nas paredes e o mal que isso possa te causar, o terror maior no sistema em que vivemos é saber que não dá para parar a máquina do capitalismo, ou seja, o pior é ficar sem dinheiro, fechar um negócio ou não ter um registro de trabalho.
Tourner pour vivre
3.3 1Filme ótimo para apreciar como é a produção de filmes autorais e a luta de um dos mais antigos cineastas franceses na ativa. Goste ou não de seus filmes, o documentário acompanha três de suas produções e é inebriante ver o a disposição de Claude Lelouch, e seu fascínio pelo fazer cinema. Mesmo que eu torça o nariz pela maneira que ele decide mostrar algumas regiões da India a partir do seu olhar de exotismo europeu, todas as formas de linguagem cinematográfica são válidas. A música é um personagem importante em suas produções e ele é um escritor do acaso. Ou seja, adoro como ele trabalha para captar o resquício do olhar e transmitir o apaixonamento. Nem sempre consegue, mas a vida é tentativa e erro. Lelouch próprio se compara a Woody Allen. Eles não estão longe no aspecto da grande produtividade e de serem comandantes das próprias produções.
Insiang, O Lírio de Manila
3.8 5Acredito que este filme é um bom argumento sobre como as nossas condições de vida, ou seja, o ambiente em que vivemos formam a nossa relação com as outras pessoas e o mundo. Durante a primeira parte, eu questionava a protagonista por depender desesperadamente de um homem para 'salvá-la' e acreditar nas palavras deles. Aos poucos entendo melhor a sua perspectiva de vida. Em seguida, quando a personagem manipular os outros através das palavras para conseguir seu objetivo, percebo que ela aprendeu com as suas duras experiência e o seu entorno: as palavras têm poder.
Ao invés de fugir, ela joga com as parcas cartas que tem às mãos. Acredito na veracidade de Insiang, mesmo sem empatia. Ver as estruturas sociais de outro país longínquo tão parecido com a miséria humana de sobrevivência no meu próprio país é uma das mágicas do cinema, aqui bem exploradas em tons melodramáticos de folhetim.
Paixão, traição e vingança, os sentimentos que latejam e borbulham nos seres humanos estão no prelúdio, no ápice e no prólogo desse drama.
Bem-Vindos a Bordo
3.3 35 Assista AgoraO filme existe porque Adèle Exarchopoulos aceitou trabalhar nele, qualquer outra atriz faria esta obra ser relegada ao nimbo do fundo de uma prateleira da produtora francesa/belga que o deu vida. É o primeiro trabalho dos dois diretores, contudo, as filmagens são amadoras, com utilização medonha de iluminação interna e posicionamento de camera pior que a dos stories dos seus amigos no Instagram. Não existe edição. As cenas mais bonitas são tomadas longas de planos amplos com Adèle. Os diálogos são pífios e a cena final é uma vergonha alheia. Se fosse um vídeo para o YouTube, eu já acharia mal feito, mas tratando-se de um filme para comercialização em sala, é assombroso. Por outro lado, é admirável como os franceses dão bastante oportunidades para os iniciantes. O filme foi selecionado para Semaine de la Critique em Cannes 2021 e chegou aos cinemas franceses no dia 11 de março de 2022. Adèle é extraordinária ao espremer suco do caroço, já o filme é raso, longo e enfadonho.
O Livro do Amor
2.7 28 Assista AgoraComédia romântica em que o par romântico não tem química, não funciona. O parco triângulo amoroso é vergonhoso, acreditaria mais na questão de orgulho profissional como dilema. Como alguém "traduz" sua obra completamente e não recebe nenhuma sanção?
O Acontecimento
4.0 78 Assista AgoraSe a leitura do livro de Annie Ernaux já nos deixa exauridos, a diretora Audrey Diwan encontra a protagonista perfeita e um ponto certeiro para nos abater. de vez. Na mesma temática de '4 meses, 3 semanas e 2 dias' e 'Um Assunto de Mulheres', 'O Acontecimento' é mais emblemático, chocante e, por isso, verdadeiramente político.
Dois Mais Dois
2.2 22 Assista AgoraRoteiro é baseado em quantos termos da língua portuguesa é possível tentar fazer uma piada de duplo sentido. Em cada 5 a 5 minutos, os personagens falam algo que pode ser considerado dúbio e a graça do filme resta nisso. Os atores estão longe do tom cômico e nem de perto consegue ser agradável como a original argentina.
Sete Visitas
4.2 5Fez escola com Eduardo Coutinho e conseguiu tirar do que acreditamos, em um primeiro momento, ordinário, uma história extraordinária. Uma terapia em grupo entre Silvana e o espectador. Até mesmo um curto momento da exemplificação do racismo estrutural perpassado de um juiz de classe média manuseando a opinião da entrevistada sobre o tema.
Felicidade
3.5 10Da mesma forma que 'Drunk' (2020) e Soul (2020) mexeram com as minhas reflexões sobre a vida no último ano, Felicità faz isso de um outro modo. Não consegui desgrudar os olhos nem um segundo de cada olhar ou diálogo, porque tudo é de uma pertinência tocante e descontraída. Assim, o filme mostra o jogo da vida de forma surpreendente, dinâmico e prazeroso para aqueles que são habilidosos jogadores, mesmo faltando várias peças e/ou cartas.
Ondas do Destino
4.2 334 Assista AgoraQue filme! Sou fã do trabalho de Lars von Trier. Cada obra que me deparo, ele me surpreende. São quase 3h que te deixam grudados à Bess. Emily Watson realiza uma das performances mais encantadora do cinema, ela apresenta a inocência, a infantilidade, a angústia e o medo da sua personagem de maneira a soar natural. É fácil apaixonar-se por ela e se entristecer com a manipulação da religião sobre as pessoas.
Tudo por um Furo
3.2 340 Assista AgoraSeria uma boa comédia sem a personagem Linda Jackson. Todas as inserções com ela são mal construídas e sem conexão com o enredo. Por exemplo, uma cena bizarra de assédio, outra mais bizarra de um jantar familiar. Quem leva o funcionário do trabalho com o qual dormiu uma noite para apresentar a família inteira? É uma comédia escrachada e leva o estereótipo do estadunidense racista ao extremo, porém a personagem está jogada no roteiro apenas para contemplar uma dúzia de piadas em relação sua cor de pele.
Contudo, o filme.mostra de modo orgânico como a chegada dos canais de transmissão 24h criaram o modelo sensacionalista de entretenimento; e isso é apreciável. Ainda mais, a guerra entre os canais nacionais, atualmente, quase mundiais.
Lillian
3.7 10A protagonista silenciosa e a câmera a segui-la, ao mesmo tempo que mostra as histórias aos redores é um encontro aprazível pouco visto no cinema. Uma mistura de ficção e documentário, com uma estética crua e planos surpreendentes. A gente acompanha Lilian com esperança, aflição e incredulidade.
O Homem que Eu Amo
3.5 1Uma aventura amorosa que te deixa inebriado(a). São raros os filmes que conseguem transmitir a sedução entre o casal para o público, a tal "química" entre os atores é inquestionável, mas é preciso celebrar o roteiro e as tomadas geniais de Lelouch. Além disso, ele elabora uma apaixonada explicação da presença da música em um filme, a qual transforma qualquer ambiente. Terminei a sessão apaixonada pela obra.
A Piscina
3.7 44O trabalho de direção e fotografia é primoroso. Com pouquíssimas locações e explicações, os olhares e os movimentos contam toda uma narrativa de ressentimentos, frustrações, inveja, ira, ódio, mas, sobretudo, sobre de cumplicidade. A maneira como o casal protagonista se olha na primeira e na última cena é de um abismo acachapante. Em poucos dias, sentimentos entram em ebulição e evaporam. Vejo o filme como uma analogia culinária das sensações humanas, na qual dependendo dos ingredientes dentro da panela, o gosto do prato muda completamente. Esta elucubração está presente no próprio roteiro de forma despretensiosa, porém marcante.
Miss França
3.4 9 Assista AgoraCom humor e veracidade, Miss tem o grande poder de nos colocar nos sapatos de um transsexual através da perseverança por realizar os seus sonhos, mas também em meio uma luta interna sobre aceitação e coragem. Entretanto, nada disso seria possível sem o estonteante ator Alexandre Wetter. É o melhor filme sobre o tema que eu já vi, pois, além do tom sensível, a obra aborda com humor julgamentos sociais sobre o papel do feminino e dos marginalizados.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 797 Assista AgoraÉ comédia e é drama, tal como a vida. É sobre álcool e sobre comportamento social, não se discute a substância sem os seus efeitos. O grande espetáculo do filme é colocar o pico na experiência, como um novo dilema pode mudar a perspectiva de toda uma vida, uns para cima, outras para baixo. Em análise, poderíamos dizer que é uma terapia de choque, como "tente algo novo]'. Muitos enredos trabalham com jornadas a partir de viagens, lutos, etc, já Drunk faz este processo por meio do álcool e acompanhá-lo é maravilhoso. O final é um expurgatório da tristeza, do medo, da falta de audácia. O ambiente escolar é perfeito para esse processo de comparação entre o tentar e o conseguir, a liberdade e o vexame.
Josep
4.0 15È tocante e encantadora a maneira de Aural contar um pequeno retrato de uma grande guerra. Duas mensagens são extremamente eficientes. Primeiro, como elos são construídos e tornam-se lembranças forjadas para sempre na vida de determinadas pessoas. Segundo, a representação do legado que o nosso trabalho carrega ao logo do tempo. Visto em Paris em 11/10/2020.
Só Dez Por Cento é Mentira
4.6 144A palavra oral não tem rascunho.
Desenho verbal, você consegue colocar uma imagem nos olhos do leitor.
Poesia não é para compreender
poesia é para incorporar.
A razão é a última coisa que deve entrar na poesia.
A utilidade da palavra é realizar o sonho do poeta.
O tempo só anda de ida.
O que não é invento é falso.
Cenas de um Casamento
4.4 232"Pode-se dizer qualquer coisa sobre uma pessoa. Algo sempre se encaixa." - Johan
Expresso do Destino
3.4 23 Assista AgoraTinha uma impressão de 'Antes do Amanhecer', mas não se comporta. A conversa dos personagens é sobre os outros. Eles partem de não falar de si ou do mundo, mas das suas frustrações, prometendo talvez algo a mais no futuro. O casal tem um bom envolvimento, o que nos leva a crer que eles podem construir algo, no entanto, o roteiro é um monólogo de dor com pitadas de aspectos culturais da Turquia.
Tom na Fazenda
3.7 368 Assista AgoraSe você conhece alguém que está em um relacionamento abusivo, tóxico, ou denominações semelhantes, recomende este filme. Acredito que este é o principal sentimento transmitido por Dolan. O espectador deseja que Tom sai daquele ambiente, enquanto o ver indo a direção contrário. No fim das contas, não é fácil para quem assiste, não é fácil para quem está na situação e, talvez igualmente, não seja fácil para a mente perturbada do opressor (neste caso com grandes resquícios de psicopatia). Aprecio muito como tudo é apresentado vagarosamente e em observância, tal como a vida - sem explicações mastigadas. Veja e sinta.
Meus Vizinhos, os Yamadas
3.9 119 Assista AgoraAdoro os filmes fantásticos do Estúdio Ghibli, mas a família Yamada me encantou de forma muito mais profunda que as outras obras. O modo singelo e poético de contar o cotidiano me levou às minhas memórias de infância dos anos 1990. Para mim, é impossível ver este retrato familiar e não sorrir a partir das lembranças trazidas.