Tudo bem, baseado em fotos reais, Pureza foi feito como um filme educativo e com um discurso de grande relevância social, e se saiu muito bem até a metade dele. Entretanto, quando surgiram pessoas do mundo jurídico o filme perdeu o ritmo. Atuações tão ruins e engessadas que ficou exageradamente didático, mesmo a proposta sendo um pouco didática. Também teve um ato final meio corrido, mas penso que o problema mesmo foram as falas caricatas as falas e atuações enfadonhas dos personagens jurídicos. Não que muitos não sejam enfadonhos, mas faltou verossimilhança e naturalidade.
Um filme que suaviza as violências sofridas pelas prostitutas num passado recente brasileiro. O tom de fantasia movido por uma inocência romântica que vangloriava homens "menos piores" funciona um pouco, mas, felizmente, já não emociona por ser ultrapassado e revoltante.
Terminei o filme com a impressão de que tiveram a má ideia de produzir um filme no tempo errado. Talvez caísse bem antes dos anos 90.
Em contrapartida, gostei dos cortes, da fotografia, do figurino, da tonalidade escolhida e das atuações. O vocabulário também é bom.
Bonito filme. Incrível o quanto Roberto Carlos inspira tantos caminhos e tantas histórias. João Miguel e o Vinicius Nascimento estão excelentes. Os filmes singelos são os que mais acertam no Brasil.
O filme tem cenas muito lindas como é inevitável em qualquer versão de Peter Pan, no entanto, foi o único que não me emocionou a ponto de me fazer chorar. Vale pontuar que Peter Pan é meu livro preferido, e que confiro todas as versões.
Posso descrever essa versão como uma tentativa de desfazer a história real, embora flerte com versões da Disney. Aqui, tentam um filme super educativo com momentos de beleza, cenas de ação de baixo orçamento e com péssimos efeitos. O ator que interpreta Peter é péssimo (não pela aparência, mas por só tem uma expressão e por não convencer cativar).
Outros aspectos negativos ficam na conta da construção rasa e superficial da relação de Peter e Wendy, do fácil convencimento a Peter mudar da água pro vinho depois de uma única queda, e da maneira desonesta de tentar tirar a coisa mais bonita da história: a ode contra a adultizacao.
Na cena final, achei que Wendy ia tentar convencer Peter a ficar, provocando o diálogo mais interessante do livro e salvando o filme, mas isso não aconteceu. O trecho:
“— A senhora me mandaria para a escola? — perguntou ele, esperto. — Sim. — E depois para um escritório? — Acho que sim. — E logo eu me tornaria um homem? — Logo, logo. — Eu não quero ir para a escola e não quero aprender coisas importantes — disse ele com fervor.— Eu não quero me tornar um homem. Ah, mãe de Wendy, se um dia eu acordasse e sentisse minha barba crescendo. — Peter — disse Wendy, sempre tentando consolar —, eu adoraria ver você de barba. A Sra. Darling esticou seus braços para ele, mas ele a rejeitou. — Fique longe de mim, senhora, ninguém vai me pegar e me transformar em um homem.”
Por outro lado, a construção de Wendy é muito mais interessante, a maioria das boas falas vem dela, e ela ganhou parte do protagonismo como no livro.
Fui assistir apenas por conta de Cazuza no elenco e achei no máximo divertidinho. Vale como superficial mergulho nos anos 90 e diverte pela trilha sonora e vocabulário antigo e que hoje soa brega.
Muito bonitinho! O cinema nacional deveria arriscar mais nesse gênero. "O menino no espelho", "Fala sério, mãe", "Turma da Mônica", "Meu pé de laranja-lima"... Todos são super bons!
Considerando o ano de lançamento, confesso que esperava bem menos. Apesar das deficiências técnicas em cenas que exigiam maior produção, o excelente texto do filme, aliado a atuações exceletes permitem que o filme flua bem mesmo diante da sua obsolescência. A ousadia do discurso faz com que o filme permaneça na vanguarda do cinema brasileiro mesmo em 2023. O quanto Eldorado continua atual só realça isto. Glauber Rocha faz jus à idolatria dos grandes intelectuais.
Por fim, duvido que alguma outra produção construa uma cena de roda de samba melhor do que a desta obra.
Muito bonitinho e especial por mostrar que histórias de vidas de pessoas comuns (no sentido de não famosas) também rendem belos documentários. Uma homenagem fofa. Acho que estou um pouco cansado dessa melancolia e desse teor em filmes, textos e afins, por isso esperei mais. No geral, é bem competente.
Mais um filme que se propõe trazer à tona a brutalidade da vida em si daqueles que vivem às margens. Embora tenha um excelente elenco, boas atuações e uma grosseria verossímil, acho que um erro comum destes filmes é se fazer maníqueista, não trazendo singelezas desse tipo de vida, e só o horror. Um retrato cotidiano sem clímax. Não que o horror não seja preponderante, mas elementos como cumplicidade e inocência, por exemplo, também são comuns nesse tipo de cenário e são pouco explorados. A cena do bêbado meio gago é um exemplo breve. Dira Paes arrasa aqui e rouba a cena.
Lindo e delicado. Uma delícia de filme. Muito bem escrito. Atuações singelas e encantadoras. Lembra clássicos como Cinema Paradiso e A vida é bela. Os anos 90 foram preciosos para o cinema italiano, hein?
O filme executa o clássico clichê de passar pano para erros e defeitos de Chorão por "excentricidade" ou por "ser intenso", mas me surpreendeu. A caminhada de Chorão foi muito bonita e o documentário fez jus a sua trajetória.
O Cafarnaum brasileiro. Sei que, seguindo a linha cronológica, faz mais sentido que Cafarnaum seja o Pixote do Líbano, mas vi Pixote depois e me deu essa impressão. A escolha de um menino que vivia a vida a ser retratada na história para interpretar o protagonista causou o mesmo sentimento de angústia do filme libanense. Um filme que, infelizmente, continua contemporâneo. Devia ser mais bem lembrado. Grandioso.
Um suspense investigativo razoável. Na média. História importante, boas atuações, ótimo elenco, mas nada marcante. Carrie Coon deveria ser a protagonista, hein?
Não chega a ser ruim ou mal feito, mas achei insuportável. As neuroses do protagonista são chatíssimas e tive vontade de parar de assistir do início ao fim. Terminei apenas para finalizar a obra de Gaston Duprat.
Um filme importante e com atuações razoáveis, mas que, no entanto, peca por ser excessivamente documental, e assim construir personagens insossos. O bom texto não o redime nem o diferencia dos filmes que expõem ditaduras passadas.
Não chega a ser ruim ou mal feito, mas achei insuportável. As neuroses do protagonista são chatíssimas e tive vontade de parar de assistir do início ao fim. Terminei apenas para finalizar a obra de Gaston Duprat.
Pureza
4.0 94 Assista AgoraTudo bem, baseado em fotos reais, Pureza foi feito como um filme educativo e com um discurso de grande relevância social, e se saiu muito bem até a metade dele. Entretanto, quando surgiram pessoas do mundo jurídico o filme perdeu o ritmo. Atuações tão ruins e engessadas que ficou exageradamente didático, mesmo a proposta sendo um pouco didática. Também teve um ato final meio corrido, mas penso que o problema mesmo foram as falas caricatas as falas e atuações enfadonhas dos personagens jurídicos. Não que muitos não sejam enfadonhos, mas faltou verossimilhança e naturalidade.
Veneza
3.4 38Um filme que suaviza as violências sofridas pelas prostitutas num passado recente brasileiro. O tom de fantasia movido por uma inocência romântica que vangloriava homens "menos piores" funciona um pouco, mas, felizmente, já não emociona por ser ultrapassado e revoltante.
Terminei o filme com a impressão de que tiveram a má ideia de produzir um filme no tempo errado. Talvez caísse bem antes dos anos 90.
Em contrapartida, gostei dos cortes, da fotografia, do figurino, da tonalidade escolhida e das atuações. O vocabulário também é bom.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes
3.6 509 Assista AgoraBobão, cheio de clichês. D&D deveria ser sombrio ou minimamente sério. Fizeram uma comédia Marvel bem boba e previsível. Os efeitos visuais são bons.
À Beira do Caminho
3.8 310Bonito filme. Incrível o quanto Roberto Carlos inspira tantos caminhos e tantas histórias. João Miguel e o Vinicius Nascimento estão excelentes. Os filmes singelos são os que mais acertam no Brasil.
Peter Pan & Wendy
2.5 135 Assista AgoraO filme tem cenas muito lindas como é inevitável em qualquer versão de Peter Pan, no entanto, foi o único que não me emocionou a ponto de me fazer chorar. Vale pontuar que Peter Pan é meu livro preferido, e que confiro todas as versões.
Posso descrever essa versão como uma tentativa de desfazer a história real, embora flerte com versões da Disney. Aqui, tentam um filme super educativo com momentos de beleza, cenas de ação de baixo orçamento e com péssimos efeitos. O ator que interpreta Peter é péssimo (não pela aparência, mas por só tem uma expressão e por não convencer cativar).
Outros aspectos negativos ficam na conta da construção rasa e superficial da relação de Peter e Wendy, do fácil convencimento a Peter mudar da água pro vinho depois de uma única queda, e da maneira desonesta de tentar tirar a coisa mais bonita da história: a ode contra a adultizacao.
Na cena final, achei que Wendy ia tentar convencer Peter a ficar, provocando o diálogo mais interessante do livro e salvando o filme, mas isso não aconteceu. O trecho:
“— A senhora me mandaria para a escola? — perguntou ele, esperto.
— Sim.
— E depois para um escritório?
— Acho que sim.
— E logo eu me tornaria um homem?
— Logo, logo.
— Eu não quero ir para a escola e não quero aprender coisas importantes — disse ele com fervor.— Eu não quero me tornar um homem. Ah, mãe de Wendy, se um dia eu acordasse e sentisse minha barba crescendo.
— Peter — disse Wendy, sempre tentando consolar —, eu adoraria ver você de barba. A Sra. Darling esticou seus braços para ele, mas ele a rejeitou.
— Fique longe de mim, senhora, ninguém vai me pegar e me transformar em um homem.”
Por outro lado, a construção de Wendy é muito mais interessante, a maioria das boas falas vem dela, e ela ganhou parte do protagonismo como no livro.
Bete Balanço
3.1 114 Assista AgoraFui assistir apenas por conta de Cazuza no elenco e achei no máximo divertidinho. Vale como superficial mergulho nos anos 90 e diverte pela trilha sonora e vocabulário antigo e que hoje soa brega.
Turma da Mônica: Lições
3.9 273 Assista AgoraMuito bonitinho! O cinema nacional deveria arriscar mais nesse gênero. "O menino no espelho", "Fala sério, mãe", "Turma da Mônica", "Meu pé de laranja-lima"... Todos são super bons!
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraConsiderando o ano de lançamento, confesso que esperava bem menos. Apesar das deficiências técnicas em cenas que exigiam maior produção, o excelente texto do filme, aliado a atuações exceletes permitem que o filme flua bem mesmo diante da sua obsolescência. A ousadia do discurso faz com que o filme permaneça na vanguarda do cinema brasileiro mesmo em 2023. O quanto Eldorado continua atual só realça isto. Glauber Rocha faz jus à idolatria dos grandes intelectuais.
Por fim, duvido que alguma outra produção construa uma cena de roda de samba melhor do que a desta obra.
Turma da Mônica: Laços
3.6 607 Assista AgoraÉ beem infantil, mas muito bonitinho. Entretem com uma história simples e provoca sentimentos bonitos.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraMuito bonitinho e especial por mostrar que histórias de vidas de pessoas comuns (no sentido de não famosas) também rendem belos documentários. Uma homenagem fofa. Acho que estou um pouco cansado dessa melancolia e desse teor em filmes, textos e afins, por isso esperei mais. No geral, é bem competente.
Baixio das Bestas
3.5 397Mais um filme que se propõe trazer à tona a brutalidade da vida em si daqueles que vivem às margens. Embora tenha um excelente elenco, boas atuações e uma grosseria verossímil, acho que um erro comum destes filmes é se fazer maníqueista, não trazendo singelezas desse tipo de vida, e só o horror. Um retrato cotidiano sem clímax. Não que o horror não seja preponderante, mas elementos como cumplicidade e inocência, por exemplo, também são comuns nesse tipo de cenário e são pouco explorados. A cena do bêbado meio gago é um exemplo breve. Dira Paes arrasa aqui e rouba a cena.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraSofri para terminar. As falas do menininho fofo foram a razão d’eu não abandonar o filme.
Febre do Rato
4.0 657Esse filme é a repsentação daquilo que o cinema brasileiro cult contemporâneo tem tentado sem acertar tantas vezes.
O Carteiro e o Poeta
4.2 300Lindo e delicado. Uma delícia de filme. Muito bem escrito. Atuações singelas e encantadoras. Lembra clássicos como Cinema Paradiso e A vida é bela. Os anos 90 foram preciosos para o cinema italiano, hein?
Chorão: Marginal Alado
3.8 179 Assista AgoraO filme executa o clássico clichê de passar pano para erros e defeitos de Chorão por "excentricidade" ou por "ser intenso", mas me surpreendeu. A caminhada de Chorão foi muito bonita e o documentário fez jus a sua trajetória.
Pixote: A Lei do Mais Fraco
4.0 447O Cafarnaum brasileiro. Sei que, seguindo a linha cronológica, faz mais sentido que Cafarnaum seja o Pixote do Líbano, mas vi Pixote depois e me deu essa impressão. A escolha de um menino que vivia a vida a ser retratada na história para interpretar o protagonista causou o mesmo sentimento de angústia do filme libanense. Um filme que, infelizmente, continua contemporâneo. Devia ser mais bem lembrado. Grandioso.
O Estrangulador de Boston
3.3 106Um suspense investigativo razoável. Na média. História importante, boas atuações, ótimo elenco, mas nada marcante. Carrie Coon deveria ser a protagonista, hein?
A Última Tentação de Cristo
4.0 297 Assista AgoraO ritmo é meio lento e os poucos recursos visuais incomodam, mas o texto é excelente e propõe boas reflexões. Achei ousado e bonito.
Estranhos Normais
3.7 25 Assista AgoraUma obra divertida de autoficção, mas tem muitos clichês. Faltou algo de extraordinário.
O Homem ao Lado
3.6 125 Assista AgoraNão chega a ser ruim ou mal feito, mas achei insuportável. As neuroses do protagonista são chatíssimas e tive vontade de parar de assistir do início ao fim. Terminei apenas para finalizar a obra de Gaston Duprat.
Pânico VI
3.5 798 Assista AgoraEntretém, mas é muito zoado, Jenna Ortega se salva atuando super bem.
Não
4.2 472 Assista AgoraUm filme importante e com atuações razoáveis, mas que, no entanto, peca por ser excessivamente documental, e assim construir personagens insossos. O bom texto não o redime nem o diferencia dos filmes que expõem ditaduras passadas.
O Homem ao Lado
3.6 125 Assista AgoraNão chega a ser ruim ou mal feito, mas achei insuportável. As neuroses do protagonista são chatíssimas e tive vontade de parar de assistir do início ao fim. Terminei apenas para finalizar a obra de Gaston Duprat.
Querida Vou Comprar Cigarros e Já Volto
3.8 172 Assista AgoraCriativo, original, super interessante e com bons diálogos, mas tem aquele ritmo esquisito de filme de baixo orçamento. Ótimo início de Gaston Duprat!