O que a ausência de trilha em um ambiente bucólico não faz - sejamos francos - a escolha do ambiente onde a narrativa desenrola é sem sobra de dúvidas um espaço mórbido e hostil, fazendo jus ao ambiente, a narrativa é massante e freada e não cria nenhuma especulação quanto ao presente do filme, com tudo, dar-se aos momentos da injúria entre mãe e 'filhos' te faz vidente do final e agrega à sagacidade de um roteiro a esperança de que logo pela manhã tudo terminará em um ótimo diálogo entre mãe e filho, ou não.
Ofuscado, porém, incrível. Que direção incrível e apaixonante, a ausência de trilha deu origem a uma profundidade animalesca, profundidade essa que se mistura às alterações de câmeras que se apresentam suave ao ponto de ser imperceptível. Em 'Trabalhar Cansa' notei uma evolução fascinante nessa nova onda de filmes brasileiros que vêm aparecendo e espero futuramente me deparar com ótimos trabalhos como esse.
Takashi Miike mostra-se um diretor unilateral comparado a outros grandes nomes que seguem estéticas semelhantes - junto à loucura eminente e a exposição nua e crua - Takashi Miike transparece um cinema fantástico e romancista. Em Audition o ingenuidade vem homogenizada com a promiscuidade absoluto em uma antagonista desconstruída através do ritmo frígido e lento, se por um lado Audition é massante e vagaroso, pelo o outro temos um trabalho embalsamado (isso mesmo, embalsamado, temos um filme conservado e burocrático) e velado por uma trilha sonora tão lírica quanto as ações viscerais de um humano que caracteriza a fragilidade dos sentimentos e emoções.
O filme é absurdamente fantástico, atravessa a linearidade dos praxes da época e nos apresenta uma obra de teor político, às vezes penso que acho motivos onde não existem, mas, gosto de pensar assim, digo, a mesma densidade anarquista presente em "Imperador Ketchup" é reencontrada nessa obra-prima espanhola, que apesar das limitações técnicas e fracassos eminentes dos protagonistas, apresenta-nos uma filme excelente.
Ameno comparado a muitos outros filmes brasileiros - porém, ao desenrolar-se junto à apatia da personagem de Sônia Braga, Aquarius, conduz o telespectador através da suavidade mística presente em Pernambuco, ou seja, o ambiente de Aquarius fala mais alto que o filme, talvez pela a insignificante demora de apresentar-nos à verdadeira trama. Sugiro paciência, de narrativa tarda, os primeiros minutos causam uma espécie de ansiedade de rejeição, mas, logo ao ser apresentar-nos à crise da personagem e tua mórbida mania de ansiar à vida e o status co, o filme se transforma em uma experiência maravilhosa que mescla um panorama cultural universal, a essência em ser e a trilha sonora diversificada e cognitiva aos prazeres dado a cada cena.
Afora a estética quente, gritante e grotesca, A Colina Escarlate é um embolado de romantismo oco e caricato ambientado no final do século 19. Gosto da maquiagem - o tom vermelho (gritante) assume o papel de referencial na fotografia do filme, ou seja, em demasio destaca-se no ambiente soturno contextualizado na narrativa e período em o filme se passa, mas, do que vale uma boa estética para um filme um tanto que, bem, blasé. Talvez o problema esteja em mim (por isso assumo toda a responsabilidade por trás de meu achismo) porém acredito que a direção encheu-se de ares apáticos ao conduzir o roteiro, o texto mostra-se rico ao apelar para construtiva literária (uma grade de referências bem contextualizada, e invejável) mas a direção peca ao entregar-nos de bandeja uma história previsível, viés óbvio eu diria. A Colina Escarlate é efetivo para o capital nele investido, porém não beira às fantásticas e extraordinárias histórias quais são referenciadas nele.
O trabalho de Beto Brant é envolvente, Brant conduz O Invasor munido de uma profissionalidade assustadora, a condução das câmeras para a familiarização dos cenários, o ambiente, a apresentação e condução do roteiro é realmente invejável, afora o final que muitos devem concordar que não foi algo digno de todo o decorrer do filme, há algo que realmente me incomoda, sabe, Paulo Miklos, definitivamente o "malandro" caricato é tão imoral para o roteiro, que, bem - não consegui digerir, nada pessoal com o Paulo Miklos, eu adoro seus trabalhos, e até fingi não ver esse mesmo problema em "Estômago", por fim, O Invasor é um trabalho excepcional e vale a pena conferir.
Um filme acima da média para o gênero (refutem os comentários negativos) - Nota-se em primeiro lugar que a modernidade não conseguiu matar o roteiro do filme (vide os praxes de James Wan e companhia) "Bruxa de Blair (2016) mescla o found footage (que de certo modo encontra-se saturado) com a essência do suspense contemporâneo, o filme construído através de um dos membros desaparecido no primeiro filme, isso marca o retorno ao cenário do primeiro filme - julgo o desfecho desinteressante, se não fosse clareza e destruição da subjeção do primeiro filme - a sonoplastia foi cuidadosamente manipulada para criar imersão - junto aos cortes que variam para as câmeras usadas pelos personagens - o conjunto de sonoplastia mais a direção de imagem abre o ambiente para o telespectador afundar-se no cenário mórbido, ou seja, o cenário é o atrativo para o filme, ele mexe com o consciente, é convidativo, perturbador. A Bruxa de Blair (2016) jamais será um grande filme pois nasceu datado, mas assim como o primeiro é incisivo e desperta sentimentos lúgubres devido ao aproveitamento do cenário e som.
Uma catarse moralizante e expressionista. O desgaste nas cores enriquece o semblante dos personagens, enrique os cenários, os objetos. "Paris, Texas" é um filme rico que dispensa qualquer comentário profundo e técnico, o filme é um conjunto que equivale a uma nostalgia que não pertenceu a mim, mas de alguma forma me cativa.
Erro em demasia; Um filme cansativo (chato) é interessante a maneira com a qual as pessoas tentam convencer que esse é realmente um filme relevante, entre descaracterização e roteiro mal conduzido, há algo em particular que é realmente chato, sabe, os cortes, sério, isso é um ponto questionável, digo, o filme teve um orçamento relativamente altíssimo (de acordo com o "cinepop.com.br" foram US$150 milhões "acredito que seja mais") é uma deficiência tão amadora, e o mais peculiar é que esse problema surge na metade do filme. Um ponto a ser frisado é a trilha sonora, a introdução foi arquitetada com um a OST invejável (Junto à introdução torna-se o ponto forte do filme) - a trilha sonora engaja-se tão bem às cenas que ao chegar à metade do filme até parece que trocaram o diretor - o que dá a entender que se assistirmos ao filme de olhos fechados o trabalho torna-se mais, mais... - crível -
Esquadrão Suicida é a tentativa maliciosa da DC de repetir o sucesso em "Guardiões da Galáxia" - péssimo, presunçoso e definitivamente uma piada de mau gosto, adaptações costumam criar expectativas amenas e às vezes apáticas quanto à qualidade dos filmes, costumo pensar que assistimos a essas adaptações somente para termos uma imagem caricata dos personagens aos quais nos apegamos ao contato com a obra original, e nem nisso obtiveram sucesso (sociopatas; psicopatas à base de psicotrópicos não soam muito "afáveis" para certos paladares, e acredito que o adjetivo "amigo" não fica muito aceitável no vocabulário deles).
* Sei que irá dizer ladainhas como torná-lo aceitável para um público mais novo e conduzi-lo para um lado mais mainstream justifica o pecado cinematográfico que Esquadrão Suicida se tornou, mas saiba que a DC tem "Super Amigos" "Jovens Titãs" - e ambos são pratos cheios para esse contexto, caso o contrário Esquadrão Suicida é só uma coletânea de músicas boas com cenas ruins e roteiro sem embasamento.
* E quanto ao Coringa, bom, aqui mesmo na página do filme fiz um comentário sobre a nova cara que o Jared Letto daria ao Coringa, pois bem, Letto é um bom ator, Heath Ledger foi um bom Coringa.
Agora vamos para o contexto do filme, sério, nos deparamos com uma das maiores distopias já criadas no cinema, Purge é visceral e intenso, abrange o contexto sociológico com embasamento instintivo, nota-se que o terceiro título traz a premissa de todo o âmbito construído entre o primeiro e o segundo filme, a questão racial e socioeconômica tornaram-se forte e transparente na "American Life" - é crucial abranger a histeria sociopata e exagerada dos americanos - em um futuro suicida e animalesco o maior e melhor país do mundo encontra o seu equilíbrio, e podemos indagar: Até onde vai a desordem para manter a ordem?
Purge tem um contexto maior que o próprio filme, e este terceiro título é definitivo.
A peculiaridade de certas aptidões criativas me deixam pasmo. É, esse filme consegue ser engraçadamente assustador, eu não consigo explicar o porquê, mas é algo que cativa.
Há uma fração relativista dentro do cinema do Sganzerla. Refiro-me ao senso de desconstruir um período inflamado de nosso país no categorismo do cinema marginal. A notoriedade deste filme deve-se à narrativa monologada dentro de um ambiente hostil e praxado no terceiro mundo, é importante enfatizar a criminalização do sincretismo africano, e também enfatizar os diálogos proféticos que pregam um apocalipse sócio-político (marca registrada do Sganzerla). Eu gosto como a câmera acompanha os personagens, é tão transcendental, ajuda-nos a identificar e acompanhar o desenvolvimento da narrativa composta por uma loucura jovial e transviadas dos personagens, personagens esses que tão caricaturas de um mundo caótico e empobrecido, isso tudo casa tão bem quando uma música de fundo corta todo o áudio ambiental e o diálogo para fazer uma passagem de cena aleatória, mais ou menos como se aquele espaço geográfico estivesse sendo substituído.
Acho que essa estética precisa de um resgate e ser retrabalhada, é um linha cinematográfica tão poética e complexa, é um amor incompreendido, deturpado, sei que soa louco (e é preciso soar) mas de certa forma o cinema brasileiro de sessenta e setenta é um cinema que apaixonante e intransitivo.
Uma ideia dispersa e cheia de clichês, personagens fracos, um em especial é um tanto que caricato demais. Sinceramente, o filme tinha tudo para sobressair e ter um ponto significativo, mas infelizmente a péssima condução e furos no roteiro deixaram-o chato, insípido e pior exagerado..
Como transformar uma estapafúrdia em um aglomerados de erros?
- Fácil!
Dê continuação a um trabalho que ganhou notoriedade por seu roteiro conduzido por uma ótima sequência cenas bem filmadas e harmonizada em sonoplastia amena e bem conduzida.
Em The Conjuring 2 (Invocação do Mal 2 se assim preferir) é uma tentativa não tão bem sucedida de dar continuação ao que parecia ser um filme miojo (lançou, lucrou e pronto), a continuação é perturbadora, desde as atuações conduzidas em tons apáticos, a fotografia desequilibrada e a sonoplastia mal modulada (É horrenda, nota-se que a péssima modulação denunciava com franqueza os sustos que deveriam vir de prato chefe do roteiro). Afora isso o que mais perturba é o roteiro mal mastigo e emprestado para intimismo caricato dos personagens principais, ou seja, o caso no qual julga-se o estopim do filme passa a ser um subterfúgio para arrastar os dois para uma trama para um contexto um tanto que "teocientífico", ou seja, a falta de narrativa é totalmente compensada por dois personagens crentes e mitigadores de piegas religiosos, o oposto do primeiro filme que balanceou tudo isso, só para fazer um comparativo para medir a qualidade de ambos, o primeiro filme trabalha com todos os elementos que o compõe para manter uma narrativa clara dentro do padrão do terror contemporâneo, já a continuação um pouco mais da metade passa a vender a "Lady Gaga" incluída digitalmente no trabalho com a sonoplastia aguda e distorcida (até parece um disco do Ringo Deathstars) em uma técnica de filmagem que fica agitando a câmera para dar imersão na cena, isso é realmente irritante, muito irritante, até a manipulação ambiental usando elementos naturais para conduzir o roteiro é uma completa bobeira para um filme com esse teor (ao menos vende).
Mas o filme não é de todo ruim, ainda há algo que o torna tragável, como por exemplo a trilha sonora: Clash; Bee Gees, Elvis, é genial
Invocação do Mal 2 não passará de uma continuação, e só, sem glamour, ou, faculdades que o tornaram um objeto de redescoberta no futuro, é só o filme de um erro, é, definitivamente Invocação do Mal 1 foi um erro que deu certo.
O Cinema moderno precisa aprender muito com "O Exorcista".
Não há nada atrativo no filme, Bakshi tem trabalhos únicos e muito mais significativos que essa adaptação. Mas pretendo falar sobre a genialidade do Crumb em reconstruir o ambiente contracultura e subversivo através do antropomorfismo, é significante e surreal, afora o trabalho de Bakshi, o literato esboço da contracultura Crumbianista é imortal e atravessará o tempo junto com grandes nomes como o Bukowski, ou até os vanguardistas como o William Burroughs.
John Waters e aquela estética ao praxe "Midnight Movie". Surpreende-me um cara com um mão tão boa criar filmes destoantes aos movimentos midiáticos.
Notei rostos que já são figuras no trabalho dele, e melhor, as atuações tomam um rumo totalmente oposto ao que vimos nos trabalhos anteriores, John Waters é um cara que se dispensa pontos técnicos ao elaborar uma visão intimista sobre o trabalho, em "Polyester" é carregado de escarneamento ao projeto "família perfeita" nota-se também a causticidade ao se falar de arte e seus conceitos, é de longe uma comédia crua que domina o telespectador com um agressiva e nauseante história, não é por menos - defina-se por "Delirium tremens".
John Waters é a antítese do "cinema cult" atualmente ver o seus trabalhos alimenta essa ideia fanfarrona de destoar o mundo moderno, o cinema dele nos ensina isso, hoje em pleno o século 21 eu o tomo como referência ao questionar valor de imagem; sexo; cultura.
Vindo de uma safra que gerou bons frutos Waters e seu casamento com Divine é essencial para qualquer admirador de lixos incompreendidos, mas antes de tudo apaixonados por uma realidade surreal e voltada para os homens-hipérboles.
Quando se adjetiva família pode ocorrer um salto de mau a pior.
- Michael Heneke me convenceu de maneira pessimista e odiosa o tão árduo é o existencialismo familiar.
Uma coisa é certa o roteiro junto à fotografia sorumbática que derruba qualquer café da manhã em família e a direção enigmática que conduz os atores dentro de uma rotineira desrazão existencial dá à luz um filme angustiante e nauseante.
Em nota deixo claro que o realismo deste filme está dentro da normalidade, ou seja, é real. rsrs.
Cinema, Aspirinas e Urubus é um "road movie" de rasgar o peito, bom, a minha notória saudade de Pernambuco veio à tona (Saudade é bom porque passa) - Johann é uma espécie de Sal Paradise dentro da normalidade e pacificidade de que um homem pode encontrar em um sonho, Ranulpho é Dean Moriarty dentro de sua tormenta pessoal e nervosa aspiração ao mundo - o filme elabora-se por si só através de diálogos intimistas que semelham às Odes escritas para a incerteza do destino.
Cinema, Aspirinas e Urubus é uma pacífica ODE, é poético e qualquer raiz não passa de uma frívola visão sobre as possibilidades do mundo.
A, detalhe: O Contexto da história baseia-se não só na Segunda Guerra, mas também em um período onde a migração estava em alta por conta da industrialização e a extração da seringueira, ligando o contexto do filme ao contexto histórico eu deixo duas indagações?
Quantos sonhos foram seguidos? Quantas vidas foram perdidas?
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraO que a ausência de trilha em um ambiente bucólico não faz - sejamos francos - a escolha do ambiente onde a narrativa desenrola é sem sobra de dúvidas um espaço mórbido e hostil, fazendo jus ao ambiente, a narrativa é massante e freada e não cria nenhuma especulação quanto ao presente do filme, com tudo, dar-se aos momentos da injúria entre mãe e 'filhos' te faz vidente do final e agrega à sagacidade de um roteiro a esperança de que logo pela manhã tudo terminará em um ótimo diálogo entre mãe e filho, ou não.
Trabalhar Cansa
3.6 209Ofuscado, porém, incrível.
Que direção incrível e apaixonante, a ausência de trilha deu origem a uma profundidade animalesca, profundidade essa que se mistura às alterações de câmeras que se apresentam suave ao ponto de ser imperceptível.
Em 'Trabalhar Cansa' notei uma evolução fascinante nessa nova onda de filmes brasileiros que vêm aparecendo e espero futuramente me deparar com ótimos trabalhos como esse.
O Teste Decisivo
3.6 381Takashi Miike mostra-se um diretor unilateral comparado a outros grandes nomes que seguem estéticas semelhantes - junto à loucura eminente e a exposição nua e crua - Takashi Miike transparece um cinema fantástico e romancista. Em Audition o ingenuidade vem homogenizada com a promiscuidade absoluto em uma antagonista desconstruída através do ritmo frígido e lento, se por um lado Audition é massante e vagaroso, pelo o outro temos um trabalho embalsamado (isso mesmo, embalsamado, temos um filme conservado e burocrático) e velado por uma trilha sonora tão lírica quanto as ações viscerais de um humano que caracteriza a fragilidade dos sentimentos e emoções.
Os Meninos
3.9 104O filme é absurdamente fantástico, atravessa a linearidade dos praxes da época e nos apresenta uma obra de teor político, às vezes penso que acho motivos onde não existem, mas, gosto de pensar assim, digo, a mesma densidade anarquista presente em "Imperador Ketchup" é reencontrada nessa obra-prima espanhola, que apesar das limitações técnicas e fracassos eminentes dos protagonistas, apresenta-nos uma filme excelente.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraAmeno comparado a muitos outros filmes brasileiros - porém, ao desenrolar-se junto à apatia da personagem de Sônia Braga, Aquarius, conduz o telespectador através da suavidade mística presente em Pernambuco, ou seja, o ambiente de Aquarius fala mais alto que o filme, talvez pela a insignificante demora de apresentar-nos à verdadeira trama. Sugiro paciência, de narrativa tarda, os primeiros minutos causam uma espécie de ansiedade de rejeição, mas, logo ao ser apresentar-nos à crise da personagem e tua mórbida mania de ansiar à vida e o status co, o filme se transforma em uma experiência maravilhosa que mescla um panorama cultural universal, a essência em ser e a trilha sonora diversificada e cognitiva aos prazeres dado a cada cena.
Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas …
3.5 384 Assista Agora- obrigado Woody por fazer eu me sentir bem com a minha insignificância.
:D
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraAfora a estética quente, gritante e grotesca, A Colina Escarlate é um embolado de romantismo oco e caricato ambientado no final do século 19. Gosto da maquiagem - o tom vermelho (gritante) assume o papel de referencial na fotografia do filme, ou seja, em demasio destaca-se no ambiente soturno contextualizado na narrativa e período em o filme se passa, mas, do que vale uma boa estética para um filme um tanto que, bem, blasé. Talvez o problema esteja em mim (por isso assumo toda a responsabilidade por trás de meu achismo) porém acredito que a direção encheu-se de ares apáticos ao conduzir o roteiro, o texto mostra-se rico ao apelar para construtiva literária (uma grade de referências bem contextualizada, e invejável) mas a direção peca ao entregar-nos de bandeja uma história previsível, viés óbvio eu diria.
A Colina Escarlate é efetivo para o capital nele investido, porém não beira às fantásticas e extraordinárias histórias quais são referenciadas nele.
:)
O Invasor
3.6 171O trabalho de Beto Brant é envolvente, Brant conduz O Invasor munido de uma profissionalidade assustadora, a condução das câmeras para a familiarização dos cenários, o ambiente, a apresentação e condução do roteiro é realmente invejável, afora o final que muitos devem concordar que não foi algo digno de todo o decorrer do filme, há algo que realmente me incomoda, sabe, Paulo Miklos, definitivamente o "malandro" caricato é tão imoral para o roteiro, que, bem - não consegui digerir, nada pessoal com o Paulo Miklos, eu adoro seus trabalhos, e até fingi não ver esse mesmo problema em "Estômago", por fim, O Invasor é um trabalho excepcional e vale a pena conferir.
Ps: Sabotagem sempre!
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista AgoraUm filme acima da média para o gênero (refutem os comentários negativos) - Nota-se em primeiro lugar que a modernidade não conseguiu matar o roteiro do filme (vide os praxes de James Wan e companhia) "Bruxa de Blair (2016) mescla o found footage (que de certo modo encontra-se saturado) com a essência do suspense contemporâneo, o filme construído através de um dos membros desaparecido no primeiro filme, isso marca o retorno ao cenário do primeiro filme - julgo o desfecho desinteressante, se não fosse clareza e destruição da subjeção do primeiro filme - a sonoplastia foi cuidadosamente manipulada para criar imersão - junto aos cortes que variam para as câmeras usadas pelos personagens - o conjunto de sonoplastia mais a direção de imagem abre o ambiente para o telespectador afundar-se no cenário mórbido, ou seja, o cenário é o atrativo para o filme, ele mexe com o consciente, é convidativo, perturbador. A Bruxa de Blair (2016) jamais será um grande filme pois nasceu datado, mas assim como o primeiro é incisivo e desperta sentimentos lúgubres devido ao aproveitamento do cenário e som.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraUma catarse moralizante e expressionista. O desgaste nas cores enriquece o semblante dos personagens, enrique os cenários, os objetos. "Paris, Texas" é um filme rico que dispensa qualquer comentário profundo e técnico, o filme é um conjunto que equivale a uma nostalgia que não pertenceu a mim, mas de alguma forma me cativa.
Entre o Céu e o Inferno
3.7 345 Assista AgoraDesenvolvimento apático, narrativa nada atraente.
Batman: Ataque ao Arkham
4.0 240 Assista AgoraA animação fez em 74 minutos o que o filme não conseguiu em 123 minutos.
Ainda bem que a DC investe nessas animações, caso o contrário estaríamos a merce de trabalhos chulos iguais ao apresentado em "Esquadrão Suicida".
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraErro em demasia;
Um filme cansativo (chato) é interessante a maneira com a qual as pessoas tentam convencer que esse é realmente um filme relevante, entre descaracterização e roteiro mal conduzido, há algo em particular que é realmente chato, sabe, os cortes, sério, isso é um ponto questionável, digo, o filme teve um orçamento relativamente altíssimo (de acordo com o "cinepop.com.br" foram US$150 milhões "acredito que seja mais") é uma deficiência tão amadora, e o mais peculiar é que esse problema surge na metade do filme. Um ponto a ser frisado é a trilha sonora, a introdução foi arquitetada com um a OST invejável (Junto à introdução torna-se o ponto forte do filme) - a trilha sonora engaja-se tão bem às cenas que ao chegar à metade do filme até parece que trocaram o diretor - o que dá a entender que se assistirmos ao filme de olhos fechados o trabalho torna-se mais, mais... - crível -
Esquadrão Suicida é a tentativa maliciosa da DC de repetir o sucesso em "Guardiões da Galáxia" - péssimo, presunçoso e definitivamente uma piada de mau gosto, adaptações costumam criar expectativas amenas e às vezes apáticas quanto à qualidade dos filmes, costumo pensar que assistimos a essas adaptações somente para termos uma imagem caricata dos personagens aos quais nos apegamos ao contato com a obra original, e nem nisso obtiveram sucesso (sociopatas; psicopatas à base de psicotrópicos não soam muito "afáveis" para certos paladares, e acredito que o adjetivo "amigo" não fica muito aceitável no vocabulário deles).
* Sei que irá dizer ladainhas como torná-lo aceitável para um público mais novo e conduzi-lo para um lado mais mainstream justifica o pecado cinematográfico que Esquadrão Suicida se tornou, mas saiba que a DC tem "Super Amigos" "Jovens Titãs" - e ambos são pratos cheios para esse contexto, caso o contrário Esquadrão Suicida é só uma coletânea de músicas boas com cenas ruins e roteiro sem embasamento.
* E quanto ao Coringa, bom, aqui mesmo na página do filme fiz um comentário sobre a nova cara que o Jared Letto daria ao Coringa, pois bem, Letto é um bom ator, Heath Ledger foi um bom Coringa.
12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição
3.3 802 Assista AgoraPersonagens patéticos e sem relevância alguma.
Agora vamos para o contexto do filme, sério, nos deparamos com uma das maiores distopias já criadas no cinema, Purge é visceral e intenso, abrange o contexto sociológico com embasamento instintivo, nota-se que o terceiro título traz a premissa de todo o âmbito construído entre o primeiro e o segundo filme, a questão racial e socioeconômica tornaram-se forte e transparente na "American Life" - é crucial abranger a histeria sociopata e exagerada dos americanos - em um futuro suicida e animalesco o maior e melhor país do mundo encontra o seu equilíbrio, e podemos indagar: Até onde vai a desordem para manter a ordem?
Purge tem um contexto maior que o próprio filme, e este terceiro título é definitivo.
Estranhas Criaturas
3.4 97A peculiaridade de certas aptidões criativas me deixam pasmo. É, esse filme consegue ser engraçadamente assustador, eu não consigo explicar o porquê, mas é algo que cativa.
Copacabana Mon Amour
3.9 77 Assista AgoraHá uma fração relativista dentro do cinema do Sganzerla.
Refiro-me ao senso de desconstruir um período inflamado de nosso país no categorismo do cinema marginal.
A notoriedade deste filme deve-se à narrativa monologada dentro de um ambiente hostil e praxado no terceiro mundo, é importante enfatizar a criminalização do sincretismo africano, e também enfatizar os diálogos proféticos que pregam um apocalipse sócio-político (marca registrada do Sganzerla).
Eu gosto como a câmera acompanha os personagens, é tão transcendental, ajuda-nos a identificar e acompanhar o desenvolvimento da narrativa composta por uma loucura jovial e transviadas dos personagens, personagens esses que tão caricaturas de um mundo caótico e empobrecido, isso tudo casa tão bem quando uma música de fundo corta todo o áudio ambiental e o diálogo para fazer uma passagem de cena aleatória, mais ou menos como se aquele espaço geográfico estivesse sendo substituído.
Acho que essa estética precisa de um resgate e ser retrabalhada, é um linha cinematográfica tão poética e complexa, é um amor incompreendido, deturpado, sei que soa louco (e é preciso soar) mas de certa forma o cinema brasileiro de sessenta e setenta é um cinema que apaixonante e intransitivo.
O Escaravelho do Diabo
2.6 335Cara.
São tantos erros que nem paga a pena criar um comentário.
--'
Condado Macabro
2.4 147 Assista AgoraUma ideia dispersa e cheia de clichês, personagens fracos, um em especial é um tanto que caricato demais. Sinceramente, o filme tinha tudo para sobressair e ter um ponto significativo, mas infelizmente a péssima condução e furos no roteiro deixaram-o chato, insípido e pior exagerado..
Invocação do Mal 2
3.8 2,1K Assista AgoraComo transformar uma estapafúrdia em um aglomerados de erros?
- Fácil!
Dê continuação a um trabalho que ganhou notoriedade por seu roteiro conduzido por uma ótima sequência cenas bem filmadas e harmonizada em sonoplastia amena e bem conduzida.
Em The Conjuring 2 (Invocação do Mal 2 se assim preferir) é uma tentativa não tão bem sucedida de dar continuação ao que parecia ser um filme miojo (lançou, lucrou e pronto), a continuação é perturbadora, desde as atuações conduzidas em tons apáticos, a fotografia desequilibrada e a sonoplastia mal modulada (É horrenda, nota-se que a péssima modulação denunciava com franqueza os sustos que deveriam vir de prato chefe do roteiro).
Afora isso o que mais perturba é o roteiro mal mastigo e emprestado para intimismo caricato dos personagens principais, ou seja, o caso no qual julga-se o estopim do filme passa a ser um subterfúgio para arrastar os dois para uma trama para um contexto um tanto que "teocientífico", ou seja, a falta de narrativa é totalmente compensada por dois personagens crentes e mitigadores de piegas religiosos, o oposto do primeiro filme que balanceou tudo isso, só para fazer um comparativo para medir a qualidade de ambos, o primeiro filme trabalha com todos os elementos que o compõe para manter uma narrativa clara dentro do padrão do terror contemporâneo, já a continuação um pouco mais da metade passa a vender a "Lady Gaga" incluída digitalmente no trabalho com a sonoplastia aguda e distorcida (até parece um disco do Ringo Deathstars) em uma técnica de filmagem que fica agitando a câmera para dar imersão na cena, isso é realmente irritante, muito irritante, até a manipulação ambiental usando elementos naturais para conduzir o roteiro é uma completa bobeira para um filme com esse teor (ao menos vende).
Mas o filme não é de todo ruim, ainda há algo que o torna tragável, como por exemplo a trilha sonora: Clash; Bee Gees, Elvis, é genial
Invocação do Mal 2 não passará de uma continuação, e só, sem glamour, ou, faculdades que o tornaram um objeto de redescoberta no futuro, é só o filme de um erro, é, definitivamente Invocação do Mal 1 foi um erro que deu certo.
O Cinema moderno precisa aprender muito com "O Exorcista".
O Mundo Assombrado de El Superbeasto
3.3 31Uma aventura massante repleta de diálogos sexistas e banalização estadunidense.
A... Com uma pitadinha de referências a filmes de terror.
O Gato Fritz
3.4 52Não há nada atrativo no filme, Bakshi tem trabalhos únicos e muito mais significativos que essa adaptação.
Mas pretendo falar sobre a genialidade do Crumb em reconstruir o ambiente contracultura e subversivo através do antropomorfismo, é significante e surreal, afora o trabalho de Bakshi, o literato esboço da contracultura Crumbianista é imortal e atravessará o tempo junto com grandes nomes como o Bukowski, ou até os vanguardistas como o William Burroughs.
Polyester
3.8 60John Waters e aquela estética ao praxe "Midnight Movie".
Surpreende-me um cara com um mão tão boa criar filmes destoantes aos movimentos midiáticos.
Notei rostos que já são figuras no trabalho dele, e melhor, as atuações tomam um rumo totalmente oposto ao que vimos nos trabalhos anteriores, John Waters é um cara que se dispensa pontos técnicos ao elaborar uma visão intimista sobre o trabalho, em "Polyester" é carregado de escarneamento ao projeto "família perfeita" nota-se também a causticidade ao se falar de arte e seus conceitos, é de longe uma comédia crua que domina o telespectador com um agressiva e nauseante história, não é por menos - defina-se por "Delirium tremens".
John Waters é a antítese do "cinema cult" atualmente ver o seus trabalhos alimenta essa ideia fanfarrona de destoar o mundo moderno, o cinema dele nos ensina isso, hoje em pleno o século 21 eu o tomo como referência ao questionar valor de imagem; sexo; cultura.
Vindo de uma safra que gerou bons frutos Waters e seu casamento com Divine é essencial para qualquer admirador de lixos incompreendidos, mas antes de tudo apaixonados por uma realidade surreal e voltada para os homens-hipérboles.
O Sétimo Continente
4.0 174Quando se adjetiva família pode ocorrer um salto de mau a pior.
- Michael Heneke me convenceu de maneira pessimista e odiosa o tão árduo é o existencialismo familiar.
Uma coisa é certa o roteiro junto à fotografia sorumbática que derruba qualquer café da manhã em família e a direção enigmática que conduz os atores dentro de uma rotineira desrazão existencial dá à luz um filme angustiante e nauseante.
Cinema, Aspirinas e Urubus
3.9 364 Assista AgoraEm nota deixo claro que o realismo deste filme está dentro da normalidade, ou seja, é real. rsrs.
Cinema, Aspirinas e Urubus é um "road movie" de rasgar o peito, bom, a minha notória saudade de Pernambuco veio à tona (Saudade é bom porque passa) - Johann é uma espécie de Sal Paradise dentro da normalidade e pacificidade de que um homem pode encontrar em um sonho, Ranulpho é Dean Moriarty dentro de sua tormenta pessoal e nervosa aspiração ao mundo - o filme elabora-se por si só através de diálogos intimistas que semelham às Odes escritas para a incerteza do destino.
Cinema, Aspirinas e Urubus é uma pacífica ODE, é poético e qualquer raiz não passa de uma frívola visão sobre as possibilidades do mundo.
A, detalhe: O Contexto da história baseia-se não só na Segunda Guerra, mas também em um período onde a migração estava em alta por conta da industrialização e a extração da seringueira, ligando o contexto do filme ao contexto histórico eu deixo duas indagações?
Quantos sonhos foram seguidos?
Quantas vidas foram perdidas?