Os vencedores do 91st Academy Awards mal tiveram tempo de começar a comemorar antes dos donos de cinemas - particularmente na Europa - começarem a criticar a decisão de premiar a produção de Alfonso Cuarón, o Oscar de melhor diretor, melhor fotografia e melhor filme de língua estrangeira.
"Consideramos dar três prêmios para Roma uma desvalorização do Oscar", disse Detlef Rossmann, presidente da associação européia de cinema CICAE, acrescentando que, como Roma não era "visível na maioria dos cinemas do mundo", o Oscar vai se tornar uma outra versão do Emmy, homenageando "produções televisivas".
A CICAE pediu à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que "redefina as regras e os termos da indicação ao Oscar para esclarecer a diferença entre cinema e televisão".
Os expositores na França no ano passado pediram para que o Festival de Cannes banisse os filmes da Netflix de sua competição oficial, uma iniciativa que levou Roma pular Cannes e estrear em Veneza, onde Cuarón ganhou o Leão de Ouro de melhor filme.
"A Netflix obviamente não se importava com o filme Roma, eles só queriam usar o Oscar como uma forma de promover sua marca", disse Christian Brauer, presidente da associação alemã de expositores AG Kino.
Embora unidos em sua oposição à Netflix, todos os expositores europeus elogiaram o filme em si, e a maioria acolheu a decisão da Academia de dar a Cuarón o Oscar de melhor diretor. Alguns também esperavam que o debate em torno de Roma levasse a Netflix a reavaliar sua estratégia de cinema.
Veja o trailer de Roma: