Sou suspeito em comentar sobre filmes que retratam a fragilidade da humanidade. Esse é um tema que me atraí bastante, justamente por perceber que tudo o que temos podemos não ter mais, já que o que parece ser natural não passa de construções. O que é natural é a sobrevivência e quando o social não existe mais o que resta é o caos. Mas acho que de todos os filmes que já vi nessa categoria esse foi o que mais me deixou tenso.
Grupos que deixaram de lado referencias de humanidade e comentem a caça de pessoas e o canibalismo. O pai que luta pelo filho e para manter os seus valores, que aos poucos vai se perdendo. O filho que já nasceu no mundo caótico, sem muitas referencias, mas que da sempre uma lição de bondade. São pontos que se cruzam, se chocam e se misturam no decorrer do filme que forma um excelente suspense e um drama não tão bom assim, mas que para mim não comprometeu.
Prefiro comentar os filmes medianos, confesso que acho mais simples, pois os pontos positivos e negativos estão ali mais definidos. Os filmes que me tocam emocionalmente também consigo relatar com mais conforto. Agora, filmes como "A Pele que Habito" requer elaboração. Tem que se tomar o cuidado para não reduzir uma obra tão vasta.
inquietante. O filme já se inicia como um quebra cabeça se desenhando como um suspense, e senti também como um filme de terror. Um terror mais elaborado focado nas angustias humanas, nas relações, nas ambições, nas vinganças e nas paixões. Poderia detalhar cada item desses no filme, mas vou me concentrar em um que não pontuei e sem dúvida me chamou mais a atenção. Que são os paradoxos vividos pelas personagens que possuem uma tênue linha entre o bem e o mal e entre o amor e o ódio.
O Filho na pele de tigre que pede ajuda a mãe ao mesmo tempo em que a ameaça. A mãe que no olhar expressa a falta que o filho faz, mas também é possível de desejar a sua morte e limpar o seu sangue, com culpa, amor e alivio. Todo o terror se mistura ao toque cômico, irônico e até dramalhão, típico do diretor.
O ódio do Dr. Robert em vingar a sua filha se confunde com o gozo de ver sua obra completa, e a paixão do criador pela criatura é algo que vai se destacando no filme. Pensando psicologicamente é Interessante olhar os significados e as resignificações que “esse corpo” representa apara o Dr. Robert. Parafraseando Foucault, um corpo concebido como alvo do poder.
Agora, o que fez minha cabeça dar mil reviravoltas foi o Vincent. O que me angustiava nem era o que era mostrado, mas o que não era. Inclusive, a cena que ameaça em mostrar o seu novo sexo é interrompida dando mais dificuldade de penetrar nos sentimentos dele. Tinha momentos que a impressão que dava era que ele parecia gostar da transformação e que havia um amor especifico, talvez único, se construindo com o seu torturador. Talvez ele agora, depois de transformado em Vera, possa realizar sua paixão com Cristina que é Lésbica.
No decorrer do filme ficava imaginado o processo de Vincent na construção do “novo eu” e o quanto o corpo tem uma representação pulsante em nossa identidade.
Fiz conexões do filme com dois livros. Um que li na referencia de um artigo e me deu vontade de ler o livro completo que é o “O Eu e o isto” do Freud e o outro é “A História do Corpo” uma serie de artigos divididos em três volumes. Eu possuo o volume 1 e fiquei louco pelos outros.
Gostei do filme, principalmente por causa da Thea Gill, desde Queer as Folk que não a vejo e fiquei feliz com essa aparição. O filme não é nenhuma maravilha, prende mais pela temática e alguns diálogos são bons. Dei muitas risadas com os questionamentos da filha de 8 anos, a Birdie.
Nunca havia assistido a nenhum filme da franquia. Resolvi quebrar algumas barreiras e fui ver esse. Confesso que fui mais pela curiosidade, soube que algumas cenas com o ator Paul Walker (que faleceu antes de terminar o filme) foram montadas com computação gráfica.
Mas, a experiência foi boa como um todo. Fiquei impressionado com montagem do filme, o jogo de câmeras que leva o expectador a entrar nas cenas e com os recursos visuais. Até as cenas absurdas nos faz dar boas risadas, pois me parece que é uma característica da serie, portanto cumpri com o que promete. É válido abrir um parentese para a bonita homenagem ao Paul Walker.
Acredito que é um prato cheio para quem gosta do gênero e para todos que são fãs do cinema, pode não agradar em vários quesitos, mas é uma obra que merece ser vista já que traz boas inovações tecnológicas. Fiquei com vontade de ver os outros ;)
Filme disponível em https://vimeo.com/63818812 Gostei bastante...a década de 90 bem representada, os atores são bons, trilha bem legal, mas o final é meio clichê. Assisti esse filme em um festival de cinema e foi a primeira vez que vi um diretor dando uma entrevista após a exibição. Ele apresentou a grande dificuldade de se fazer um filme independente. Acho que diante das dificuldades apresentadas, não teria como não dar os parabéns pelo longa. Recomendo!
Curta muito bom sobre um tema tão tabu que é o incesto, mas ele envolve mais pelo tema em si do que pelas atuações. Final clichê e dramático de mais! A atitude final dos jovens destoou da personalidade deles que foi apresentada no decorrer do curta.
Tipo de filme que o tempo todo me questionava o motivo que estava assistindo, mas algo prende e no final só restava dar uma gargalhada, pois fica aquela confusão se era bom ou não, ou talvez eu tenha uma estética interiorizada que vê outras coisas com certo preconceito. Enfim, mas vale a pena, pois a arte sempre é boa quando te causa alguma estranheza, quanto te leva ao questionamento. Vi esse filme há muito tempo...nem lembro de tantas coisas, mas foi uma história ou uma estética que me marcou.
Tinha visto o Eating Out: The Open Weekend e achei bacana. Futucando no Netflix percebi que é uma serie de filmes (E lendo por aqui acho que são 4): Uma trajetória de romances, confusões e muita cena de sexo. Acho que a intenção é dar uma sequencia, mas os atores são tão ruins que não da para ter certeza já que a cada filme parece que são pessoas diferentes. O Chris Salvatore (o Zack) é prova de como fazer a mesma personagem de foma tão díspares. Eating Out 4 - Drama Camp é bem fraco, não tem graça e até as cenas de sexo são forçadas. Mas vale para aquele momento preguiça!
Destaque para Harmony Santana que faz uma transsexual.
Não tem como iniciar falando desse filme sem destacar a grande protagonista: A Fotografia.
Gente, me explica o que é isso? Só após assistir o filme vi que o diretor era o Xavier Dalan e aí as coisas começaram a fazer sentido. O menino é um gênio! Que obra de arte!
Poderia ficar detalhando sobre cada enquadramento que me marcou, mas vou dizer apenas que fiquei apaixonado com a forma que algumas cenas são transmitidas apenas com as expressões e a forma que a câmera se posiciona. Explodem falas e sentimentos mais do que qualquer palavra proferida.
Os detalhes mostrados pela câmera lenta quando Francis pede um corte de cabelo novo ou quando Marie anda pelas ruas com seu novo vestido, por exemplo, transmite exatamente o que podemos sentir quando estamos apaixonados: Meio lentos, nas nuvens!
Uma vez ouvi a seguinte reflexão do Lacan: Que nós não fazemos sexo com o outro, fazemos com nós mesmos. A imagem que nós temos do amor e do ser amado é algo que é reflexo de nós mesmos. E o filme trabalha esses pontos de forma bem leve e cômica. Os testemunhos que são dados no decorrer do filme vão dando uma moldura a tudo que o filme se propõe.
Pode às vezes dar umas frustrações, afinal queremos sempre que os amores imaginários sejam concretizados, por Isso acho que a música Shot Me Down caiu muito bem!
Para completar e lacrar somos presenteados com a presença do Louis Garrel.
O romance que vai se desenhando entre Zach e Shaun vai dando leveza a um contexto complexo que geralmente é abordado com muito drama. Uma amiga uma vez me questionou o motivo que os gays ficam tão entusiasmados com um filme com essa temática: Esse filme, por exemplo, seria uma água com açúcar se as personagens fossem héteros. Ela disse.
Fiquei com essa questão na cabeça e acredito que esse filme, em particular, encanta justamente por dar uma representação a uma parcela de pessoas que pouco se “vê” na telefona. Seria quase que um conto de príncipes. Além do mais ele encanta também todas as sexualidades, pois realmente as personagens têm uma química incrível.
As histórias paralelas também são ótimas, a namorada que vira a amiga, a irmã que coloca os seus relacionamentos na frente de tudo e até o irmão engraçado do Shaun.
As músicas são muito boas, inclusive, “Lie to me” toca em minha seleção com freqüência.
Está na minha lista de preferidos, pois me remete a ansiedade e o friozinho na barriga, tão bom, quando estamos apaixonados.
Não se trata de promiscuidade, embora o filme passe em um ambiente que retrate isso. O filme fala de solidão. Foi isso que mais me marcou. E a solidão se expressa no silêncio da mata, no estacionamento dos carros e nas águas do lago. A dificuldade de assumir os desejos perante a sociedade se confunde com o sexo fácil encontrado no lago.
A primeira coisa que li de Cinderela foi que a Disney em nada modificou o roteiro do seu clássico de 1950, mas que o filme valeria a pena pelo encanto próprio da história. Adorei por ter lido isso, pois acabei indo com pouca expectativa esperando uma mesmice. Acabei me surpreendendo! Claro que a história não traz grandes novidades. Você verá um conto em que a Gata Borralheira fica com o príncipe após longos sofrimentos com a madrasta e suas filhas. E é isso! Mas, a Disney ainda detém a poderosa magia de nos envolver. E por incrível que possa parecer com elementos novos! O que mais destacaria seria a personalidade de Cinderela. Apesar de ser oprimida, há algo de diferente na forma que ela encara as coisas a sua volta. E isso é destacado o tempo inteiro no filme, fazendo-nos entender melhor quem é Cinderela, além da pobre menina. Achei que a sua personalidade se aproxima de Pollyanna (1913) clássica personagem de Eleanor H. Porter. Com “coragem e gentileza” (frase de efeito herdade da mãe antes de morrer) passa a encarar a vida. Já vi os clássicos da Disney serem massacrados por feministas, já que muito de seus filmes retrata o ideal de se ter um príncipe para ser feliz. Cinderela não encontra um príncipe ela encontra o Nick e no decorrer da película percebemos que ambos se escolhem. Não é necessário que se coloque o sapatinho de cristal para o príncipe reconhecê-la. Eles simplesmente se reconheciam. O sapatinho vai ser, digamos, um cumprir de protocolo. No final, ele beija a sua rainha, enquanto ela beija o seu Nick. Foi uma grande e deliciosa surpresa. Não está convencido de ver o filme? Que tal se deleitar com a Cate Blanchett como a madrasta (impecável) e Helena Bonham Carter como a fada madrinha (estranha como sempre, mas eu adoro). Claro que o filme mantém alguns clichês, mas saí de lá com a impressão de que a intenção do filme é de despertar no expectador a bondade que existe em cada um de nós e de “olharmos o mundo não como ele é, mas como gostaríamos que fosse”.
A Menina e o Porquinho
3.0 191 Assista AgoraFofo!
A Estrada
3.6 1,3K Assista AgoraSou suspeito em comentar sobre filmes que retratam a fragilidade da humanidade. Esse é um tema que me atraí bastante, justamente por perceber que tudo o que temos podemos não ter mais, já que o que parece ser natural não passa de construções. O que é natural é a sobrevivência e quando o social não existe mais o que resta é o caos. Mas acho que de todos os filmes que já vi nessa categoria esse foi o que mais me deixou tenso.
Grupos que deixaram de lado referencias de humanidade e comentem a caça de pessoas e o canibalismo. O pai que luta pelo filho e para manter os seus valores, que aos poucos vai se perdendo. O filho que já nasceu no mundo caótico, sem muitas referencias, mas que da sempre uma lição de bondade. São pontos que se cruzam, se chocam e se misturam no decorrer do filme que forma um excelente suspense e um drama não tão bom assim, mas que para mim não comprometeu.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraPrefiro comentar os filmes medianos, confesso que acho mais simples, pois os pontos positivos e negativos estão ali mais definidos. Os filmes que me tocam emocionalmente também consigo relatar com mais conforto. Agora, filmes como "A Pele que Habito" requer elaboração. Tem que se tomar o cuidado para não reduzir uma obra tão vasta.
inquietante. O filme já se inicia como um quebra cabeça se desenhando como um suspense, e senti também como um filme de terror. Um terror mais elaborado focado nas angustias humanas, nas relações, nas ambições, nas vinganças e nas paixões.
Poderia detalhar cada item desses no filme, mas vou me concentrar em um que não pontuei e sem dúvida me chamou mais a atenção. Que são os paradoxos vividos pelas personagens que possuem uma tênue linha entre o bem e o mal e entre o amor e o ódio.
O Filho na pele de tigre que pede ajuda a mãe ao mesmo tempo em que a ameaça. A mãe que no olhar expressa a falta que o filho faz, mas também é possível de desejar a sua morte e limpar o seu sangue, com culpa, amor e alivio. Todo o terror se mistura ao toque cômico, irônico e até dramalhão, típico do diretor.
O ódio do Dr. Robert em vingar a sua filha se confunde com o gozo de ver sua obra completa, e a paixão do criador pela criatura é algo que vai se destacando no filme. Pensando psicologicamente é Interessante olhar os significados e as resignificações que “esse corpo” representa apara o Dr. Robert. Parafraseando Foucault, um corpo concebido como alvo do poder.
Agora, o que fez minha cabeça dar mil reviravoltas foi o Vincent. O que me angustiava nem era o que era mostrado, mas o que não era. Inclusive, a cena que ameaça em mostrar o seu novo sexo é interrompida dando mais dificuldade de penetrar nos sentimentos dele. Tinha momentos que a impressão que dava era que ele parecia gostar da transformação e que havia um amor especifico, talvez único, se construindo com o seu torturador. Talvez ele agora, depois de transformado em Vera, possa realizar sua paixão com Cristina que é Lésbica.
No decorrer do filme ficava imaginado o processo de Vincent na construção do “novo eu” e o quanto o corpo tem uma representação pulsante em nossa identidade.
Fiz conexões do filme com dois livros. Um que li na referencia de um artigo e me deu vontade de ler o livro completo que é o “O Eu e o isto” do Freud e o outro é “A História do Corpo” uma serie de artigos divididos em três volumes. Eu possuo o volume 1 e fiquei louco pelos outros.
Viu como um filme pode nos fazer bem? ;)
Mulligans: Uma Segunda Chance
2.7 119 Assista AgoraGostei do filme, principalmente por causa da Thea Gill, desde Queer as Folk que não a vejo e fiquei feliz com essa aparição. O filme não é nenhuma maravilha, prende mais pela temática e alguns diálogos são bons.
Dei muitas risadas com os questionamentos da filha de 8 anos, a Birdie.
Velozes e Furiosos 7
3.8 1,7K Assista AgoraNunca havia assistido a nenhum filme da franquia. Resolvi quebrar algumas barreiras e fui ver esse. Confesso que fui mais pela curiosidade, soube que algumas cenas com o ator Paul Walker (que faleceu antes de terminar o filme) foram montadas com computação gráfica.
Mas, a experiência foi boa como um todo. Fiquei impressionado com montagem do filme, o jogo de câmeras que leva o expectador a entrar nas cenas e com os recursos visuais. Até as cenas absurdas nos faz dar boas risadas, pois me parece que é uma característica da serie, portanto cumpri com o que promete. É válido abrir um parentese para a bonita homenagem ao Paul Walker.
Acredito que é um prato cheio para quem gosta do gênero e para todos que são fãs do cinema, pode não agradar em vários quesitos, mas é uma obra que merece ser vista já que traz boas inovações tecnológicas.
Fiquei com vontade de ver os outros ;)
Eu Te Amo Renato
3.2 152Filme disponível em https://vimeo.com/63818812
Gostei bastante...a década de 90 bem representada, os atores são bons, trilha bem legal, mas o final é meio clichê. Assisti esse filme em um festival de cinema e foi a primeira vez que vi um diretor dando uma entrevista após a exibição. Ele apresentou a grande dificuldade de se fazer um filme independente. Acho que diante das dificuldades apresentadas, não teria como não dar os parabéns pelo longa.
Recomendo!
Starcrossed - O Amor Contra o Destino
3.3 245Curta muito bom sobre um tema tão tabu que é o incesto, mas ele envolve mais pelo tema em si do que pelas atuações. Final clichê e dramático de mais! A atitude final dos jovens destoou da personalidade deles que foi apresentada no decorrer do curta.
O Fantasma
3.1 115Um filme que serve para objeto de estudo. Nada coerente, mas é perturbador.
Selda
2.7 10Tipo de filme que o tempo todo me questionava o motivo que estava assistindo, mas algo prende e no final só restava dar uma gargalhada, pois fica aquela confusão se era bom ou não, ou talvez eu tenha uma estética interiorizada que vê outras coisas com certo preconceito. Enfim, mas vale a pena, pois a arte sempre é boa quando te causa alguma estranheza, quanto te leva ao questionamento.
Vi esse filme há muito tempo...nem lembro de tantas coisas, mas foi uma história ou uma estética que me marcou.
House of Usher
1.4 20Senta e chora! É engraçado de tão ruim!
Comendo Pelas Bordas 4
2.5 53Tinha visto o Eating Out: The Open Weekend e achei bacana. Futucando no Netflix percebi que é uma serie de filmes (E lendo por aqui acho que são 4): Uma trajetória de romances, confusões e muita cena de sexo. Acho que a intenção é dar uma sequencia, mas os atores são tão ruins que não da para ter certeza já que a cada filme parece que são pessoas diferentes. O Chris Salvatore (o Zack) é prova de como fazer a mesma personagem de foma tão díspares.
Eating Out 4 - Drama Camp é bem fraco, não tem graça e até as cenas de sexo são forçadas. Mas vale para aquele momento preguiça!
Destaque para Harmony Santana que faz uma transsexual.
Amores Imaginários
3.8 1,5KNão tem como iniciar falando desse filme sem destacar a grande protagonista: A Fotografia.
Gente, me explica o que é isso? Só após assistir o filme vi que o diretor era o Xavier Dalan e aí as coisas começaram a fazer sentido. O menino é um gênio! Que obra de arte!
Poderia ficar detalhando sobre cada enquadramento que me marcou, mas vou dizer apenas que fiquei apaixonado com a forma que algumas cenas são transmitidas apenas com as expressões e a forma que a câmera se posiciona. Explodem falas e sentimentos mais do que qualquer palavra proferida.
Os detalhes mostrados pela câmera lenta quando Francis pede um corte de cabelo novo ou quando Marie anda pelas ruas com seu novo vestido, por exemplo, transmite exatamente o que podemos sentir quando estamos apaixonados: Meio lentos, nas nuvens!
Uma vez ouvi a seguinte reflexão do Lacan: Que nós não fazemos sexo com o outro, fazemos com nós mesmos. A imagem que nós temos do amor e do ser amado é algo que é reflexo de nós mesmos. E o filme trabalha esses pontos de forma bem leve e cômica. Os testemunhos que são dados no decorrer do filme vão dando uma moldura a tudo que o filme se propõe.
Pode às vezes dar umas frustrações, afinal queremos sempre que os amores imaginários sejam concretizados, por Isso acho que a música Shot Me Down caiu muito bem!
Para completar e lacrar somos presenteados com a presença do Louis Garrel.
Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo! Julie Newmar
3.8 343 Assista AgoraAcredito que o brilho de "Priscila a Rainha do Deserto" ofuscou essa produção. Pena, pois o filme é bom, mas foi jogado no ostracismo.
De Repente, Califórnia
4.0 822 Assista AgoraO romance que vai se desenhando entre Zach e Shaun vai dando leveza a um contexto complexo que geralmente é abordado com muito drama. Uma amiga uma vez me questionou o motivo que os gays ficam tão entusiasmados com um filme com essa temática: Esse filme, por exemplo, seria uma água com açúcar se as personagens fossem héteros. Ela disse.
Fiquei com essa questão na cabeça e acredito que esse filme, em particular, encanta justamente por dar uma representação a uma parcela de pessoas que pouco se “vê” na telefona. Seria quase que um conto de príncipes. Além do mais ele encanta também todas as sexualidades, pois realmente as personagens têm uma química incrível.
As histórias paralelas também são ótimas, a namorada que vira a amiga, a irmã que coloca os seus relacionamentos na frente de tudo e até o irmão engraçado do Shaun.
As músicas são muito boas, inclusive, “Lie to me” toca em minha seleção com freqüência.
Está na minha lista de preferidos, pois me remete a ansiedade e o friozinho na barriga, tão bom, quando estamos apaixonados.
Um Estranho no Lago
3.3 465 Assista AgoraNão se trata de promiscuidade, embora o filme passe em um ambiente que retrate isso. O filme fala de solidão. Foi isso que mais me marcou. E a solidão se expressa no silêncio da mata, no estacionamento dos carros e nas águas do lago. A dificuldade de assumir os desejos perante a sociedade se confunde com o sexo fácil encontrado no lago.
Cinderela
3.4 1,4K Assista AgoraA primeira coisa que li de Cinderela foi que a Disney em nada modificou o roteiro do seu clássico de 1950, mas que o filme valeria a pena pelo encanto próprio da história. Adorei por ter lido isso, pois acabei indo com pouca expectativa esperando uma mesmice. Acabei me surpreendendo! Claro que a história não traz grandes novidades. Você verá um conto em que a Gata Borralheira fica com o príncipe após longos sofrimentos com a madrasta e suas filhas. E é isso!
Mas, a Disney ainda detém a poderosa magia de nos envolver. E por incrível que possa parecer com elementos novos! O que mais destacaria seria a personalidade de Cinderela. Apesar de ser oprimida, há algo de diferente na forma que ela encara as coisas a sua volta. E isso é destacado o tempo inteiro no filme, fazendo-nos entender melhor quem é Cinderela, além da pobre menina. Achei que a sua personalidade se aproxima de Pollyanna (1913) clássica personagem de Eleanor H. Porter. Com “coragem e gentileza” (frase de efeito herdade da mãe antes de morrer) passa a encarar a vida.
Já vi os clássicos da Disney serem massacrados por feministas, já que muito de seus filmes retrata o ideal de se ter um príncipe para ser feliz. Cinderela não encontra um príncipe ela encontra o Nick e no decorrer da película percebemos que ambos se escolhem. Não é necessário que se coloque o sapatinho de cristal para o príncipe reconhecê-la. Eles simplesmente se reconheciam. O sapatinho vai ser, digamos, um cumprir de protocolo. No final, ele beija a sua rainha, enquanto ela beija o seu Nick.
Foi uma grande e deliciosa surpresa. Não está convencido de ver o filme? Que tal se deleitar com a Cate Blanchett como a madrasta (impecável) e Helena Bonham Carter como a fada madrinha (estranha como sempre, mas eu adoro).
Claro que o filme mantém alguns clichês, mas saí de lá com a impressão de que a intenção do filme é de despertar no expectador a bondade que existe em cada um de nós e de “olharmos o mundo não como ele é, mas como gostaríamos que fosse”.