Um belo filme sobre a passagem do tempo e o marasmo da vida em uma cidade interiorana, onde as aspirações,sonhos, impulsos e desejos dos jovens contrapõem-se ao arrependimento, amargura, e a falta de oportunidades dos mais velhos.
Os 10 minutos iniciais trazem enorme força e significado, e Nelson Xavier se sai muito bem, invocando a profunda fragilidade, força, tristeza, e esperança através da sua composição.
Muito legal como o efeito do design de som nos situa com seu som ininteligível da audição do personagem, já comprometida, assim como também é possível perceber pela lapsos da imagem, colocando o espectador junto na sua condição debilitada . E toda a situação torna-se ainda mais forte, com o ritual de vestir-se do Almirante, que torna-se um procedimento de dificuldades descomunais, além de toda a constituição do ator, como as mãos sempre tremendo, sua respiração pesada, ou mesmo a sua fragilidade ao abrir seus olhos. Belo filme sobre a expressão da velhice, e um reflexo em cada um de nós sobre o nosso próprio processo inevitável durante a vida.
Eu esperava por um material mais bruto sobre o imenso e rico patamar de vilões da editora, e embora isto não pudesse ser realizado com tal espaço de tempo, o que foi realizado aqui foi satisfatório, com os diversos depoimentos sobre as subjetividades da vilania, e seu plano de fundo diverso. Um breve aspecto interessante é sobre a questão da figura oposta à do Herói, e por que não a de protagonismo, já que são estes que promovem a ação, recebendo o retorno, e a diversidade de vilões da DC, em todos os diversos aspectos. Vale a pena ser conferido.
O documentário só consolidou para comigo a inestimável contribuição deste homem para com a capacidade do cinema de dar vazão à imaginação e à engenhosidade ( algo que Georges Méliès no seu Le voyage dans la Lune já havia conseguido firmar, e de forma extraordinária).
E é maravilhoso perceber como a inspiração é circular, uma vez que assim como Ray Harryhausen foi inspirado pela criatura de Willis O'Brien ( O King Kong), praticamente todos os diretores entrevistados ( todos grandes nomes da ficção científica) assim admiraram e captaram parte do trabalho do mestre e nos trouxeram nas suas linguagens, formas e tecnologias, parte da essência dos monstros e da técnica, e todos são diretamente responsáveis por dar a nós, cinéfilos dos últimos 20 anos, toda uma carga de criações e criaturas que firmaram-se no imaginário e só perdurarão por mais gerações.
Ray Harryhausen merece todo o reconhecimento, principalmente por nos maravilhar com suas criaturas e sua contribuição não só a um estilo de divertimento à moda antiga, mas não menos significativo, como também na ampla capacidade imaginativa e de criação do cinema como forma de arte.
Essa segunda obra da dupla Charles H. Schneer e Ray Harryhauser, consegue equilibrar bem o entretenimento, embora não tão memorável quanto o capítulo anterior, ainda que tenha bons destaques, como a mudança do protagonista: John Phillip Law encarna um Simbad mais sisudo, malandro, mais marujo e menos nobre, e a caracterização típica das narrativas arábicas, que inclusive já recebem esse tom desde o tema da música na abertura.
Outro bom destaque é o vilão da vez, o feiticeiro Koura (Tom Baker) que é mais identificável, por que há custos para o uso da sua magia, que o consomem fisicamente, o que o torna tão ou até mais interessante quanto o Sokurah (Toryn Thatcher) do primeiro filme. Quantos aos secundários, não tenho muito o que comentar, há um padrão de haver sempre o par romântico do Simbad, e se a princesa do primeiro filme era encantadora e contribuiu com a história e algumas resoluções, a personagem Margiana que prometia muito, nada entregou. Outro pesar que tenho com esse capítulo, é a pouca diversidade de criaturas, assim como um senso de identidade que as de Simbad e a Princesa possuíam, as deste filme, com exceção da boa surpresa da deusa Khali, não entusiasmam muito, assim como há certos clichês que tornaram-se saturados no filme seguinte.
Leve, descontraído, engraçado, e a ótima química de atores: A Ellie de Claudette Colbert consegue ser convicta e dedicada, e ao mesmo tempo frágil e sensual, enquanto e o Peter de Clark Gable ( Que eu já vira o trabalho em O Vento Levou) consegue ser imensamente malandro e memorável, misterioso e charmoso. E o melhor de tudo, os diálogos espirituosos.
Sou mais um que se interessou pelo filme através de uma postagem de um amigo no facebook, e a experiência foi um tanto paradoxal: a história do filme não deixa a desejar em relação aos filmes Wuxia chineses ou alguns épicos Americanos: logo de cara você percebe o ar de história lendária que irá decorrer o filme inteiro, com façanhas irreais, cenários idílicos, lépidos e exuberantes (principalmente no primeiro ato), trama simples e de personagens principais maniqueístas, e toda uma produção que esbanja na ação e nas sequências cheias de façanhas épicas. Bom destaque para o elenco, cujo o ênfase vai para o ator Prabhas, que é muito carismático e dá essa energia para Baahubhali / Sivudu. Tamannaah Bhatia é simplesmente linda, ainda que eu desejasse ver mais de sua personagem Avanthika, para além de ser o alvo de conquista e par romântico (apressado) do protagonista. Rohini passa incrível força como mãe do protagonista, e Rana Daggubati passa bem a imponência e força do antagonista. Acredito que o filme peca um pouco quanto a sua enorme duração, tanto que já estava cansando quando cheguei no terceiro e mais épico ato, e o seu CGI por horas soa artificial, em alguns momentos servindo bem para mostrar o tom fantasioso do filme, como todas as duas primeiras sequências musicais e a fuga na neve, mas em outros quebrou um pouco a imersão, tendo apenas uma cena que me incomodou muito e me lembrou coisas como Kung fusão
[/spoiler] A sequência em que durante a batalha, o inimigo joga vários homens contra o pai de Baahubhali, e ele livra-se de todos como um personagem de DBZ [spoiler]
. No todo, não foi uma decepção, e acredito que irei ver a continuação, de fato não sabia que poderia encontrar algo tão incomum no cinema indiano. Vou correr atrás de superar o prejuízo.
O que eu imaginei tratar-se apenas de um filme de horror com lobisomens, talvez pela saturação do uso do monstro em milhares de produções posteriores, acabou revelando-se uma experiência dúbia, pois o humor negro deste filme é muito afiado, com destaque para a cena
[/spoiler] Em que os mortos discutem com o protagonista sobre a melhor forma para que ele morresse, ou mesmo os seus estranhos pesadelos [spoiler]
. Em consonância com a mistura de gêneros, não lembro de já ter visto alguma obra tratar da sensação excruciante que deve ser a maldição de alguém saber que irá se tornar uma monstruosidade, e o filme prepara bem o espectador para a tão esperada transformação. Outro ótimo destaque para mim é a maquiagem, que até hoje me parece bem convincente, como a imagem cada vez mais apodrecida do amigo do protagonista nas suas duas ou três aparições.
Nonsense e divertidíssimo, é como jogar um Beat 'em Up em um filme, com todo aquele visual retrô bizarro, o roteiro estapafúrdio, a mocinha a ser resgatada, os adversários fichinhas, os "Raidens" capangas do último chefão, e a figura canastrona e brucutu do Kurt Russell, que destoa do filme inteiro e daquele mundo e suas frases de efeito. E que nostalgia dos efeitos práticos e datados, mas não menos charmosos da década de 80.
Uma experiência muito imersiva e bastante incômoda, que colaboram para isso o próprio tema da religiosidade e do fanatismo, a sensação opressora do desconhecido, e como essa abre margens para os nossos demônios internos. O filme é um grande achado, embora tenha simbolismos que eu desconheça, jamais deixa de nos tragar para o drama daquela família.
Novamente me faz pensar sobre o que perdemos por assistir apenas aos remakes americanos ( gostava muito de Cidade dos Anjos). Aqui há algo de onírico e melancólico na produção, com a história pairando sobre um contexto histórico adequado, cheio de significados adjacentes.
Mágico e nostálgico. Adorei o design de produção, que é rico e ajuda na imersão, e todos aqueles fantoches, apenas fiquei um pouco decepcionado com o desfecho rápido e inusitado.
Ótimo drama, fiz uma relação imediata com um filme que adorava nas sessões da Globo, o The River Wild ( O Rio Selvagem), de 1994, com a Meryl Streep. Mas este se sobressai, possuindo mais nuances e melhores personagens que o filme de 1994, além de uma tensão esmagadora, e um certo pessimismo diante do seu tema.
A trama deste filme é parecida com a de O Franco Atirador (The Deer Hunter), de 1978, onde os status psicológico, moral e social de alguns amigos são drasticamente afetados pela experiência traumática no Vietnã. Assim como o filme mencionado, há todo um primeiro ato para desenvolver as ligações daqueles homens, inclusive já começa com uma sequência ao som de "I'm a believer', e após isso o que se vê são grandes e incríveis momentos de tensão tanto física, quanto emocional e principalmente psicológica. E as sequências de violência são bem explícitas, com pessoas sendo metralhadas, passagens com câmera lenta, explosões com efeitos práticos, e até algumas passagens com rimas muito bonitas, como
[/spoiler] A morte do garoto, que ao receber um tiro à queima roupa na cabeça, ao cair, sobrepõe-se a sua morte, ao ângulo de uma estátua do corpo de Cristo no colo de Maria, ou a morte da cantora, em que através do seu Passaporte afundando, percebemos que é o fim para ela, ou até mesmo as rimas com o passado dos personagens enquanto travam uma batalha de morte. [spoiler]
Enfim, belo filme, com uma ótima percepção sobre desumanização diante de situações extremas, os limites da amizade diante de extremos, e também sobre a ambição.
A sequência em que o Tsunami "engole" todo aquele lugar é um espetáculo, causando choque, tensão e muita surpresa pela força incontrolável da natureza, fazendo valer a representação de um acontecimento que varreu a costa de treze países e ceifou a vida de 300 mil pessoas, assim como todas as cenas em que se os personagens ficam submersos.
Depois de assistir Ed Wood, do Tim Burton, sempre me exigi de assistir ao clássico Drácula, e enfim consegui. Se conseguirmos nos desligar que tudo que foi elaborado posteriormente e considerar esta como a mais emblemática encarnação do vampiro (Excluindo o Nosferatu, de 1922), ele cumpre muito bem com o seu papel, com todo aquele cenário escuro e sinistro, e claro, a presença marcante de Bela Lugosi, com sua marcante entonação e os Close-Up que enfatizam seus olhares vidrados em direção de suas vítimas.
Destaque também para o personagem Renfield, e seus conflitos internos ante o poder do Drácula, e como isso se reflete no seu olhar e postura, e claro, a astúcia do personagem do Van Helsing. Ainda preciso ouvir a trilha de 1999 foi criada por Philip Glass, e ver como ela homenageia essa obra.
Meu único pesar é o final bem anti climático, e a resolução da ameaça do Drácula é muito fácil e rápida, mas não acredito que desmereça o resto do filme. Recomendo a todos os fãs do vampiro.
Foi uma surpresa agradável, é subversivo, suas piadas e referências à cultura pop são muito boas, apesar do frenesi das cenas de ação, mas certamente remete ao garoto (a) que brincou com tais peças no coração de cada um, principalmente por misturar personagens diversos de várias franquias, e poder criar uma "super-crossover" na cabeça de cada um. Batman é o melhor personagem de todos.
Muito gratificante, como fã dos filmes da Ghibli, acompanhar os resultados de um trabalho como esse. É encantador ver esse lado mais pessoal desta figura tão prestigiada para o mundo da animação como é o Miyazaki. Muito complexa a sua figura, que ao mesmo tempo que é tão pragmático e sistemático para com a sua Arte ( Vide que só não trabalha aos Domingos, e sempre trabalha com um relógio na mão, provavelmente marcando os seus resultados, além de exigir dos seus auxilares sempre a excelência), também carrega um forte tom de desesperança, principalmente em relação à empresa e mesmo ao fato de se apresentar como um homem de outro século, além da sua contrastante relação com Takahata. Muito bom também perceber certos lados da Magia que nos é apresentada, como o Marketing da empresa, a necessidade forte de entusiasmo e motivação para trabalhar em um núcleo como aquele, e o próprio ambiente do Estúdio da Ghibli, que se é simples e amontoado por dentro, é belíssimo em sua entrada e telhados.
Demorei demais para entrar no clima do filme, mas adorei toda a sua constituição, com o profundo tom sépia, gerando um certo ar de tristeza e melancolia. Poderoso drama, que sem muitas afetações e melodramas, gira em torno da mudança do personagem Hank, embora eu não tenha conseguido perceber quando a sua mudança de estado de fato deu prosseguimento,
Sei que com a morte do filho, que claramente era mais sensível e incompatível com o pai e avó, (e deu saudades do Ledger), mas mesmo quando ajudou o filho da Berry, ainda se mostrava distante
cena de sexo entre ele e a personagem da Halle Berry, e que cena, além de ser extremamente explícita, e com poucos cortes, realmente aparenta que o casal de fato fez o sexo, e este apenas fora filmado
. Muito bonita a cena final, em que a personagem da Halle mesmo descobrindo a relação entre o homem com o qual estava se envolvendo e seu ex-marido, olha com uma certa concessão, como que se fosse necessário para que aquelas duas almas seguissem por um novo caminho.
Sentia muitas saudades destes exemplares de ação/ artes marciais chinesas da década de 80. Com um roteiro simples e direto, tudo girava em torno do carisma bonachão do Jackie, e das acrobacias de luta. Destaque para duas cenas de ação do filme:
Todos os 10 minutos finais no Shopping, onde além dos golpes ferozes, todos os personagens acabaram quebrando algum vidro, mesmo as mulheres. Dá para ver pelas cenas finais que ninguém escapava ileso destas gravações.
No todo, é o que me atraia nas sessões da tarde, cenas de ação, e comédia sem muitas pretensões.
Muito bom, e bastante eficiente. Gostei de toda a fundamentação social e histórica dos EUA durante a o lançamento de Star Wars, a Nova Hollywood, e principalmente as diversas dificuldades que acompanharam a realização do filme, seja a velha questão do controle criativo, que Lucas obteria junto com o sucesso ( Não se sabe para o bem ou para mal, pois ainda existe uma disparidade criativa entre as duas trilogias), a fundamentação que este obteve para criar aquele mundo criativo ( principalmente as suas fontes mitologias, culturais e cinematográficas), o próprio pessimismo que surgiu mesmo entre os envolvidos, a interação entre esses envolvidos, e por fim, como o improviso e a perseverança renderam frutos( É uma delícia descobrir como pequenas coisas da produção ocorreram por puro acaso, ou pelos mais brilhantes improvisos, como a expressão do Mestre Yoda, inspirada nos olhos do Einstein). Entendo que não era o objetivo do documentário, mas senti muita curiosidade em ver mais sobre a realização dos efeitos espaciais, que pelo sabido, eram todos práticos, com uso de maquetes e truques de percepção e espaço. No todo, é bastante recomendável para os fãs e para os que quiserem conhecer um pouco mais à fundo o lado "dramático" da produção da franquia.
Jake Gyllenhaal nos entrega mais uma ótima interpretação, tanto física quanto emocional, nesta trajetória linear de queda e superação. É impressionante o quanto o seu personagem deve ser captado pelas minúcias, por suas reações, explosões e seus olhares. Dos 25 minutos até aproximadamente 1h e 20 min, o filme nos lança numa onda pesada de fracasso e declínio que quase torna difícil prosseguir, tendo em visto o punho firme em fazer com que nos emocionemos, aliado tanto à trilha sonora, quanto aos cenários fechados e a onda depressiva (Aff). As atuações são boas, a Oona Laurence me comoveu na cena em que ela põe para fora toda a sua ira e frustração sobre o pai, e a Rachel McAdmans realmente convence com a sua preocupação pelo marido, e o resto do elenco se sai bem.
Muito bom, embora eu tenha um sério problema com filmes que mostram a inocência de crianças, assim como seu emocional e físico sendo devastados por guerras ( Por isso só consigo lembrar de Império do Sol, de 1987, do Spielberg). Mas a produção é muito bem realizada, e as duas atuações principais são muito boas, em momento algum o Abraham Attah me pareceu insosso ou inexpressivo, parecendo muito natural. Já o Idris Elba faz o Comandante como uma figura radical e carismática aos seus (Ainda que não passasse de mais um soldado servindo alguém), e ainda conseguiu representar uma figura paternal que falta ao Agu naquele contexto (Por isso foi tão triste a cena em que ele imagina que uma das suas vítimas seja a sua mãe).Foi muito difícil sair do filme indiferente e com uma sensação de normalidade, assim como o Agu depois da sua própria experiência.
É um bom documentário, por vezes didático, mas que no todo, vale muito a pena. A 1ª hora é a melhor, com o apanhado histórico sobre o vampirismo desde a Antiguidade, passando pelas diferentes culturas em volta do mundo, até os dois principais representantes históricos: Vlad, o empalador, e a rainha Bathory.
A Última Sessão de Cinema
4.1 123 Assista AgoraUm belo filme sobre a passagem do tempo e o marasmo da vida em uma cidade interiorana, onde as aspirações,sonhos, impulsos e desejos dos jovens contrapõem-se ao arrependimento, amargura, e a falta de oportunidades dos mais velhos.
A Despedida
3.7 43Os 10 minutos iniciais trazem enorme força e significado, e Nelson Xavier se sai muito bem, invocando a profunda fragilidade, força, tristeza, e esperança através da sua composição.
Muito legal como o efeito do design de som nos situa com seu som ininteligível da audição do personagem, já comprometida, assim como também é possível perceber pela lapsos da imagem, colocando o espectador junto na sua condição debilitada . E toda a situação torna-se ainda mais forte, com o ritual de vestir-se do Almirante, que torna-se um procedimento de dificuldades descomunais, além de toda a constituição do ator, como as mãos sempre tremendo, sua respiração pesada, ou mesmo a sua fragilidade ao abrir seus olhos. Belo filme sobre a expressão da velhice, e um reflexo em cada um de nós sobre o nosso próprio processo inevitável durante a vida.
Mal Necessário: Super-Vilões da DC Comics
3.7 17 Assista AgoraEu esperava por um material mais bruto sobre o imenso e rico patamar de vilões da editora, e embora isto não pudesse ser realizado com tal espaço de tempo, o que foi realizado aqui foi satisfatório, com os diversos depoimentos sobre as subjetividades da vilania, e seu plano de fundo diverso.
Um breve aspecto interessante é sobre a questão da figura oposta à do Herói, e por que não a de protagonismo, já que são estes que promovem a ação, recebendo o retorno, e a diversidade de vilões da DC, em todos os diversos aspectos. Vale a pena ser conferido.
Ray Harryhausen: O Titã dos Efeitos Especiais
4.3 5O documentário só consolidou para comigo a inestimável contribuição deste homem para com a capacidade do cinema de dar vazão à imaginação e à engenhosidade ( algo que Georges Méliès no seu Le voyage dans la Lune já havia conseguido firmar, e de forma extraordinária).
E é maravilhoso perceber como a inspiração é circular, uma vez que assim como Ray Harryhausen foi inspirado pela criatura de Willis O'Brien ( O King Kong), praticamente todos os diretores entrevistados ( todos grandes nomes da ficção científica) assim admiraram e captaram parte do trabalho do mestre e nos trouxeram nas suas linguagens, formas e tecnologias, parte da essência dos monstros e da técnica, e todos são diretamente responsáveis por dar a nós, cinéfilos dos últimos 20 anos, toda uma carga de criações e criaturas que firmaram-se no imaginário e só perdurarão por mais gerações.
Ray Harryhausen merece todo o reconhecimento, principalmente por nos maravilhar com suas criaturas e sua contribuição não só a um estilo de divertimento à moda antiga, mas não menos significativo, como também na ampla capacidade imaginativa e de criação do cinema como forma de arte.
A Nova Viagem de Sinbad
3.7 39 Assista AgoraEssa segunda obra da dupla Charles H. Schneer e Ray Harryhauser, consegue equilibrar bem o entretenimento, embora não tão memorável quanto o capítulo anterior, ainda que tenha bons destaques, como a mudança do protagonista: John Phillip Law encarna um Simbad mais sisudo, malandro, mais marujo e menos nobre, e a caracterização típica das narrativas arábicas, que inclusive já recebem esse tom desde o tema da música na abertura.
Outro bom destaque é o vilão da vez, o feiticeiro Koura (Tom Baker) que é mais identificável, por que há custos para o uso da sua magia, que o consomem fisicamente, o que o torna tão ou até mais interessante quanto o Sokurah (Toryn Thatcher) do primeiro filme. Quantos aos secundários, não tenho muito o que comentar, há um padrão de haver sempre o par romântico do Simbad, e se a princesa do primeiro filme era encantadora e contribuiu com a história e algumas resoluções, a personagem Margiana que prometia muito, nada entregou. Outro pesar que tenho com esse capítulo, é a pouca diversidade de criaturas, assim como um senso de identidade que as de Simbad e a Princesa possuíam, as deste filme, com exceção da boa surpresa da deusa Khali, não entusiasmam muito, assim como há certos clichês que tornaram-se saturados no filme seguinte.
No geral, segue digno de ser conferido.
Aconteceu Naquela Noite
4.2 332 Assista AgoraLeve, descontraído, engraçado, e a ótima química de atores: A Ellie de Claudette Colbert consegue ser convicta e dedicada, e ao mesmo tempo frágil e sensual, enquanto e o Peter de Clark Gable ( Que eu já vira o trabalho em O Vento Levou) consegue ser imensamente malandro e memorável, misterioso e charmoso. E o melhor de tudo, os diálogos espirituosos.
Baahubali: O Início
3.6 147 Assista AgoraSou mais um que se interessou pelo filme através de uma postagem de um amigo no facebook, e a experiência foi um tanto paradoxal: a história do filme não deixa a desejar em relação aos filmes Wuxia chineses ou alguns épicos Americanos: logo de cara você percebe o ar de história lendária que irá decorrer o filme inteiro, com façanhas irreais, cenários idílicos, lépidos e exuberantes (principalmente no primeiro ato), trama simples e de personagens principais maniqueístas, e toda uma produção que esbanja na ação e nas sequências cheias de façanhas épicas.
Bom destaque para o elenco, cujo o ênfase vai para o ator Prabhas, que é muito carismático e dá essa energia para Baahubhali / Sivudu. Tamannaah Bhatia é simplesmente linda, ainda que eu desejasse ver mais de sua personagem Avanthika, para além de ser o alvo de conquista e par romântico (apressado) do protagonista. Rohini passa incrível força como mãe do protagonista, e Rana Daggubati passa bem a imponência e força do antagonista.
Acredito que o filme peca um pouco quanto a sua enorme duração, tanto que já estava cansando quando cheguei no terceiro e mais épico ato, e o seu CGI por horas soa artificial, em alguns momentos servindo bem para mostrar o tom fantasioso do filme, como todas as duas primeiras sequências musicais e a fuga na neve, mas em outros quebrou um pouco a imersão, tendo apenas uma cena que me incomodou muito e me lembrou coisas como Kung fusão
[/spoiler] A sequência em que durante a batalha, o inimigo joga vários homens contra o pai de Baahubhali, e ele livra-se de todos como um personagem de DBZ [spoiler]
No todo, não foi uma decepção, e acredito que irei ver a continuação, de fato não sabia que poderia encontrar algo tão incomum no cinema indiano. Vou correr atrás de superar o prejuízo.
Um Lobisomem Americano em Londres
3.7 611O que eu imaginei tratar-se apenas de um filme de horror com lobisomens, talvez pela saturação do uso do monstro em milhares de produções posteriores, acabou revelando-se uma experiência dúbia, pois o humor negro deste filme é muito afiado, com destaque para a cena
[/spoiler] Em que os mortos discutem com o protagonista sobre a melhor forma para que ele morresse, ou mesmo os seus estranhos pesadelos [spoiler]
Outro ótimo destaque para mim é a maquiagem, que até hoje me parece bem convincente, como a imagem cada vez mais apodrecida do amigo do protagonista nas suas duas ou três aparições.
Os Aventureiros do Bairro Proibido
3.7 569 Assista AgoraNonsense e divertidíssimo, é como jogar um Beat 'em Up em um filme, com todo aquele visual retrô bizarro, o roteiro estapafúrdio, a mocinha a ser resgatada, os adversários fichinhas, os "Raidens" capangas do último chefão, e a figura canastrona e brucutu do Kurt Russell, que destoa do filme inteiro e daquele mundo e suas frases de efeito. E que nostalgia dos efeitos práticos e datados, mas não menos charmosos da década de 80.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraUma experiência muito imersiva e bastante incômoda, que colaboram para isso o próprio tema da religiosidade e do fanatismo, a sensação opressora do desconhecido, e como essa abre margens para os nossos demônios internos. O filme é um grande achado, embora tenha simbolismos que eu desconheça, jamais deixa de nos tragar para o drama daquela família.
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraNovamente me faz pensar sobre o que perdemos por assistir apenas aos remakes americanos ( gostava muito de Cidade dos Anjos). Aqui há algo de onírico e melancólico na produção, com a história pairando sobre um contexto histórico adequado, cheio de significados adjacentes.
Labirinto: A Magia do Tempo
3.9 609Mágico e nostálgico. Adorei o design de produção, que é rico e ajuda na imersão, e todos aqueles fantoches, apenas fiquei um pouco decepcionado com o desfecho rápido e inusitado.
Amargo Pesadelo
3.9 197 Assista AgoraÓtimo drama, fiz uma relação imediata com um filme que adorava nas sessões da Globo, o The River Wild ( O Rio Selvagem), de 1994, com a Meryl Streep. Mas este se sobressai, possuindo mais nuances e melhores personagens que o filme de 1994, além de uma tensão esmagadora, e um certo pessimismo diante do seu tema.
Bala na Cabeça
4.0 70 Assista AgoraA trama deste filme é parecida com a de O Franco Atirador (The Deer Hunter), de 1978, onde os status psicológico, moral e social de alguns amigos são drasticamente afetados pela experiência traumática no Vietnã. Assim como o filme mencionado, há todo um primeiro ato para desenvolver as ligações daqueles homens, inclusive já começa com uma sequência ao som de "I'm a believer', e após isso o que se vê são grandes e incríveis momentos de tensão tanto física, quanto emocional e principalmente psicológica. E as sequências de violência são bem explícitas, com pessoas sendo metralhadas, passagens com câmera lenta, explosões com efeitos práticos, e até algumas passagens com rimas muito bonitas, como
[/spoiler]
A morte do garoto, que ao receber um tiro à queima roupa na cabeça, ao cair, sobrepõe-se a sua morte, ao ângulo de uma estátua do corpo de Cristo no colo de Maria, ou a morte da cantora, em que através do seu Passaporte afundando, percebemos que é o fim para ela, ou até mesmo as rimas com o passado dos personagens enquanto travam uma batalha de morte.
[spoiler]
Enfim, belo filme, com uma ótima percepção sobre desumanização diante de situações extremas, os limites da amizade diante de extremos, e também sobre a ambição.
O Impossível
4.1 3,1K Assista AgoraA sequência em que o Tsunami "engole" todo aquele lugar é um espetáculo, causando choque, tensão e muita surpresa pela força incontrolável da natureza, fazendo valer a representação de um acontecimento que varreu a costa de treze países e ceifou a vida de 300 mil pessoas, assim como todas as cenas em que se os personagens ficam submersos.
Drácula
3.9 295 Assista AgoraDepois de assistir Ed Wood, do Tim Burton, sempre me exigi de assistir ao clássico Drácula, e enfim consegui. Se conseguirmos nos desligar que tudo que foi elaborado posteriormente e considerar esta como a mais emblemática encarnação do vampiro (Excluindo o Nosferatu, de 1922), ele cumpre muito bem com o seu papel, com todo aquele cenário escuro e sinistro, e claro, a presença marcante de Bela Lugosi, com sua marcante entonação e os Close-Up que enfatizam seus olhares vidrados em direção de suas vítimas.
Destaque também para o personagem Renfield, e seus conflitos internos ante o poder do Drácula, e como isso se reflete no seu olhar e postura, e claro, a astúcia do personagem do Van Helsing. Ainda preciso ouvir a trilha de 1999 foi criada por Philip Glass, e ver como ela homenageia essa obra.
Meu único pesar é o final bem anti climático, e a resolução da ameaça do Drácula é muito fácil e rápida, mas não acredito que desmereça o resto do filme. Recomendo a todos os fãs do vampiro.
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraFoi uma surpresa agradável, é subversivo, suas piadas e referências à cultura pop são muito boas, apesar do frenesi das cenas de ação, mas certamente remete ao garoto (a) que brincou com tais peças no coração de cada um, principalmente por misturar personagens diversos de várias franquias, e poder criar uma "super-crossover" na cabeça de cada um. Batman é o melhor personagem de todos.
Estúdio Ghibli, Reino de Sonhos e Loucura
4.5 62Muito gratificante, como fã dos filmes da Ghibli, acompanhar os resultados de um trabalho como esse. É encantador ver esse lado mais pessoal desta figura tão prestigiada para o mundo da animação como é o Miyazaki. Muito complexa a sua figura, que ao mesmo tempo que é tão pragmático e sistemático para com a sua Arte ( Vide que só não trabalha aos Domingos, e sempre trabalha com um relógio na mão, provavelmente marcando os seus resultados, além de exigir dos seus auxilares sempre a excelência), também carrega um forte tom de desesperança, principalmente em relação à empresa e mesmo ao fato de se apresentar como um homem de outro século, além da sua contrastante relação com Takahata.
Muito bom também perceber certos lados da Magia que nos é apresentada, como o Marketing da empresa, a necessidade forte de entusiasmo e motivação para trabalhar em um núcleo como aquele, e o próprio ambiente do Estúdio da Ghibli, que se é simples e amontoado por dentro, é belíssimo em sua entrada e telhados.
A Última Ceia
3.5 194 Assista AgoraDemorei demais para entrar no clima do filme, mas adorei toda a sua constituição, com o profundo tom sépia, gerando um certo ar de tristeza e melancolia. Poderoso drama, que sem muitas afetações e melodramas, gira em torno da mudança do personagem Hank, embora eu não tenha conseguido perceber quando a sua mudança de estado de fato deu prosseguimento,
Sei que com a morte do filho, que claramente era mais sensível e incompatível com o pai e avó, (e deu saudades do Ledger), mas mesmo quando ajudou o filho da Berry, ainda se mostrava distante
cena de sexo entre ele e a personagem da Halle Berry, e que cena, além de ser extremamente explícita, e com poucos cortes, realmente aparenta que o casal de fato fez o sexo, e este apenas fora filmado
Muito bonita a cena final, em que a personagem da Halle mesmo descobrindo a relação entre o homem com o qual estava se envolvendo e seu ex-marido, olha com uma certa concessão, como que se fosse necessário para que aquelas duas almas seguissem por um novo caminho.
Police Story: A Guerra das Drogas
3.8 129 Assista AgoraSentia muitas saudades destes exemplares de ação/ artes marciais chinesas da década de 80. Com um roteiro simples e direto, tudo girava em torno do carisma bonachão do Jackie, e das acrobacias de luta. Destaque para duas cenas de ação do filme:
A passagem na feira, que é completamente demolida pela perseguição dos dois carros, assim como a perseguição do Ônibus.
Todos os 10 minutos finais no Shopping, onde além dos golpes ferozes, todos os personagens acabaram quebrando algum vidro, mesmo as mulheres. Dá para ver pelas cenas finais que ninguém escapava ileso destas gravações.
No todo, é o que me atraia nas sessões da tarde, cenas de ação, e comédia sem muitas pretensões.
Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars
4.3 51 Assista AgoraMuito bom, e bastante eficiente. Gostei de toda a fundamentação social e histórica dos EUA durante a o lançamento de Star Wars, a Nova Hollywood, e principalmente as diversas dificuldades que acompanharam a realização do filme, seja a velha questão do controle criativo, que Lucas obteria junto com o sucesso ( Não se sabe para o bem ou para mal, pois ainda existe uma disparidade criativa entre as duas trilogias), a fundamentação que este obteve para criar aquele mundo criativo ( principalmente as suas fontes mitologias, culturais e cinematográficas), o próprio pessimismo que surgiu mesmo entre os envolvidos, a interação entre esses envolvidos, e por fim, como o improviso e a perseverança renderam frutos( É uma delícia descobrir como pequenas coisas da produção ocorreram por puro acaso, ou pelos mais brilhantes improvisos, como a expressão do Mestre Yoda, inspirada nos olhos do Einstein).
Entendo que não era o objetivo do documentário, mas senti muita curiosidade em ver mais sobre a realização dos efeitos espaciais, que pelo sabido, eram todos práticos, com uso de maquetes e truques de percepção e espaço.
No todo, é bastante recomendável para os fãs e para os que quiserem conhecer um pouco mais à fundo o lado "dramático" da produção da franquia.
Nocaute
3.8 688 Assista AgoraJake Gyllenhaal nos entrega mais uma ótima interpretação, tanto física quanto emocional, nesta trajetória linear de queda e superação. É impressionante o quanto o seu personagem deve ser captado pelas minúcias, por suas reações, explosões e seus olhares.
Dos 25 minutos até aproximadamente 1h e 20 min, o filme nos lança numa onda pesada de fracasso e declínio que quase torna difícil prosseguir, tendo em visto o punho firme em fazer com que nos emocionemos, aliado tanto à trilha sonora, quanto aos cenários fechados e a onda depressiva (Aff). As atuações são boas, a Oona Laurence me comoveu na cena em que ela põe para fora toda a sua ira e frustração sobre o pai, e a Rachel McAdmans realmente convence com a sua preocupação pelo marido, e o resto do elenco se sai bem.
Beasts of No Nation
4.3 831 Assista AgoraMuito bom, embora eu tenha um sério problema com filmes que mostram a inocência de crianças, assim como seu emocional e físico sendo devastados por guerras ( Por isso só consigo lembrar de Império do Sol, de 1987, do Spielberg). Mas a produção é muito bem realizada, e as duas atuações principais são muito boas, em momento algum o Abraham Attah me pareceu insosso ou inexpressivo, parecendo muito natural. Já o Idris Elba faz o Comandante como uma figura radical e carismática aos seus (Ainda que não passasse de mais um soldado servindo alguém), e ainda conseguiu representar uma figura paternal que falta ao Agu naquele contexto (Por isso foi tão triste a cena em que ele imagina que uma das suas vítimas seja a sua mãe).Foi muito difícil sair do filme indiferente e com uma sensação de normalidade, assim como o Agu depois da sua própria experiência.
Vampiros: A Sede pela Verdade
3.6 3É um bom documentário, por vezes didático, mas que no todo, vale muito a pena. A 1ª hora é a melhor, com o apanhado histórico sobre o vampirismo desde a Antiguidade, passando pelas diferentes culturas em volta do mundo, até os dois principais representantes históricos: Vlad, o empalador, e a rainha Bathory.