Ana Kailani

Pequenos desabafos...

Primeiro é preciso exaltar a sensibilidade e perspicácia do Tarantino na escolha de seus temas dando sempre a possibilidade de ver as histórias por um outro ponto de vista.
Em Bastardos é assim quando ele nos vinga do nazismo e escreve o final que talvez fosse o seu sonho. Em Django ele simplesmente tras o negro e toda a sua história de sofrimento e lhe dá o lugar de herói. (Visto que em filmes Hollywodianos, em muitos deles,a figura do negro, é sempre a primeira a morrer ou esta em posição inferior)

Depois com uma costura perfeita de acontecimentos, embalada por uma trilha de balançar a cabeça e atuações impecáveis. E eu destaco o Samuel L.Jackson que esteve brilhante. Django consegue transitar entre o comico e o roer a unha, entre uma grande história porém rica de mínimos detalhes. Entre cenas inesquecíves e um filme extenso.

Django é um grande filme feito para grandes espectadores.

O que não talvez não tenha ficado claro para alguns é a intenção do diretor. O filme quer ser over. Tem essa pegada. É intencional. Não é um filme para ser épico como outros do Tim. É um filme, arrisco dizer, que dita uma passagem de tempo e evolução do trabalho do diretor.
É sarcástico. Desde sua estética, passando pelo roteiro, atuações e todas suas consequentes arestas.

É isso que talvez não tenha ficado claro para alguns. Se o espectador assisti-lo por este viés talvez compreenda-o.

Procurem ler o livro antes se possível. É a matéria prima. O livro é dotado de detalhes, cheiros e cores. Possui nuances que são intransferíveis para uma adaptação. De todo modo me encontro muito ansiosa para ver a imaginação que tive, ter vida nos cinemas. On the road é mais que um clássico. É histórico. Épico. Transformador, e misteriosamente inspirador e influente.